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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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Para o feminismo, o que estava em questão era a relação entre<br />

liberdade e exercício da sexualidade. É importante chamar a<br />

atenção para o aspecto histórico: esse debate <strong>na</strong>sce como uma<br />

demanda no campo da liberdade sexual, inclusive no marco da<br />

vivência da heterossexualidade (ÁVILA, 00 : ).<br />

Para ela, nos anos 970, o feminismo no Brasil diferiu daquele desenvolvido<br />

nos EUA: aqui, havia maior ênfase no campo da liberdade reprodutiva decorrente<br />

da forte politização influenciada pelas discussões ligadas à desigualdade socioeconômica.<br />

A desigualdade e a exploração da mulher no controle da <strong>na</strong>talidade<br />

eram questões políticas no âmbito da saúde pública. Para o feminismo, temas<br />

como igualdade social, igualdade de gênero e igualdade de classe eram prioridades.<br />

Contudo, a autora lembra que os rigores do contexto político “fizeram com<br />

que se perdesse uma certa radicalidade do sentido da liberdade, tanto <strong>na</strong> vida<br />

reprodutiva quanto <strong>na</strong> vida sexual” (ibid.: ).<br />

A discussão <strong>sobre</strong> prazer e autonomia e o exercício mesmo da<br />

liberdade acabaram perdendo densidade no debate político.<br />

Evidentemente, havia uma premissa – ainda válida e importante<br />

– que se referia à impossibilidade de se pensar o exercício da<br />

liberdade em um contexto de desigualdade, pobreza, miséria e<br />

discrimi<strong>na</strong>ção (ibid.).<br />

Vamos pensar: para a <strong>Educação</strong> <strong>Sexual</strong>, como seria uma pedagogia baseada<br />

nos Direitos Sexuais?<br />

Falar em Direitos Sexuais das mulheres é falar não só de questões de ordem<br />

biológica/reprodutiva (concepção, anticoncepção, aborto, tecnologias reprodutivas),<br />

mas também daquelas de ordem afetiva/prazerosa (ligadas à representação de “liberdade<br />

sexual”). Se aspectos reprodutivos reportam à heterossexualidade (mas não são<br />

exclusivos dela), outras identidades sexuais precisam ser enfrentadas: a lesbianidade<br />

e todas as <strong>problematizações</strong> advindas das diversas posições de sujeitos ocupadas<br />

pelas mulheres em decorrência das interseções de raça, gênero, sexualidade, classe.<br />

A sexualidadevem sendo cada vez mais discutida nos encontros inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

promovidos pelas Nações Unidas que, ao destacarem as frentes de ação para os projetos<br />

nos diversos países, traçam uma cartografia dos direitos sexuais das mulheres.<br />

Por exemplo, violência sexual, escravidão sexual e prostituição forçada foram consi-<br />

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