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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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Para além das possíveis limitações relativas ao campo da vida sexual, quando<br />

se trata da deficiência mental e/ou física, em que pese o estigma da deficiência como<br />

uma “diferença inegável”, duas questões atreladas diretamente aos estereótipos do<br />

corpo físico perfeito e saudável são fundamentais para a compreensão do sentido<br />

de desvantagem que é imposto socialmente no processo de desenvolvimento dessas<br />

pessoas: a da imagem corporal e a da auto-estima.<br />

A imagem corporal é aquela formada a partir de um referencial social e cultural<br />

que temos do nosso corpo, isto é, uma imagem nem sempre compatível com<br />

o real, mas construída tendo em vista um imaginário desejável socialmente. O processo<br />

de construção da imagem corporal, quando se trata da pessoa com deficiência,<br />

revela a ela um corpo desvantajoso em relação aos outros não-deficientes (WERE-<br />

BE, 984). A auto-estima estaria favorecida quando os processos educacio<strong>na</strong>is, <strong>na</strong><br />

mediação social, fossem marcados prioritariamente pela aceitação, pelo respeito e<br />

pelo afeto em relação ao corpo de determi<strong>na</strong>do sujeito.<br />

O desenvolvimento de uma imagem corporal e a decorrente auto-estima em<br />

relação ao corpo ocorreriam de maneira enfática no período da adolescência, seja<br />

a partir dos modelos dos pares, seja pelos familiares ou pela comunidade. Segundo<br />

Blackburn ( 00 ), a auto-estima e a imagem corporal são fundamentais para uma<br />

transição saudável da infância para a idade adulta, e a família tem uma importante<br />

contribuição educativa a dar, pois pode favorecer, no processo de socialização, o desenvolvimento<br />

da saúde psíquica e sexual da criança e do adolescente.<br />

Não é difícil conceber que o desenvolvimento da auto-imagem, para alguém<br />

que tenha uma deficiência, baseia-se <strong>na</strong> concepção de um corpo deformado e/ou<br />

distorcido, dificilmente enquadrado nos padrões sociais de “normalidade” (BLACK-<br />

BURN, 00 ; SILVA-COSTA, 000; WEREBE, 984). Lidar com esta questão é<br />

uma fonte de sofrimento para a pessoa com deficiência. Segundo Maria José Garcia<br />

Werebe ( 984), há fatores socioculturais que influenciam a elaboração da imagem<br />

corporal e que, no caso em questão, estimulam padrões de beleza e estética corporal<br />

apelativos tanto para as pessoas não-deficientes, quanto para as com deficiência<br />

ou diferentes. Ou seja, a percepção corporal atrelada ao ideário da estética fascista,<br />

como dizia Dulce Whitaker ( 99 ), atinge de forma negativa e preconceituosa todas<br />

as pessoas, deficientes ou não-deficientes.<br />

4. Deficiência e questões de gênero<br />

A discussão <strong>sobre</strong> gênero é complexa até mesmo <strong>na</strong> academia; diferentes autores<br />

e abordagens teóricas têm contribuído com diálogos e reflexões <strong>sobre</strong> esta<br />

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