18.08.2013 Views

Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o trabalho direto com o sujeito, adota como objetivo primordial<br />

e de curto prazo a intervenção junto às diferentes instâncias que<br />

contextualizam a vida desse sujeito <strong>na</strong> comunidade, no sentido<br />

de nelas promover os ajustes (físicos, materiais, humanos, sociais,<br />

legais etc.) que se mostrem necessários para que a pessoa com<br />

deficiência possa imediatamente adquirir condições de acesso ao<br />

espaço comum da vida <strong>na</strong> sociedade (ARANHA, 00 : 7 ).<br />

A sociedade inclusiva prevê considerar todos (reconhecendo a existência da<br />

diversidade), ressaltando o oferecimento de condições que respeitem as necessidades<br />

das chamadas “minorias”, sejam elas de cunho educacio<strong>na</strong>l, econômico, racial, sexual<br />

(homossexual, bissexual, transexual, por exemplo), intelectual ou físico. Priorizei,<br />

neste texto, comentar especificamente a inclusão educacio<strong>na</strong>l. Antes, porém, volto<br />

à questão da deficiência, enquanto condição que diferencia as pessoas identificadas<br />

como deficientes do conceito de normalidade socialmente estabelecido.<br />

Já percebemos que responder à questão da normalidade em relação à sexualidade<br />

não é fácil. E em relação ao desenvolvimento em geral, o que entendemos por<br />

“ser normal” <strong>na</strong> nossa sociedade? Ou, de outra feita, podemos traduzir essa questão<br />

por meio de outras: o que é ser anormal?; o que é ser deficiente?<br />

O conceito de deficiência também está relacio<strong>na</strong>do às relações sociais em<br />

uma dada cultura e em um dado momento histórico, isto é, tem também raízes culturais<br />

e históricas (ARANHA, 99 ; OMOTE, 994; MENDES, 99 ). A busca<br />

por diferentes denomi<strong>na</strong>ções para o mesmo fenômeno reflete uma tentativa atual<br />

de não estigmatizar o conceito de deficiência, implicando a progressiva substituição<br />

dos termos utilizados para se referir à igual problemática: palavras como: “excepcio<strong>na</strong>l”,<br />

“desviante”, “deficiente”, “portador de deficiência”, “portador de necessidades<br />

educacio<strong>na</strong>is especiais”, foram elaboradas com o intuito de questio<strong>na</strong>r certos preconceitos<br />

ou minimizar os efeitos de alguns estereótipos.<br />

Apesar desta tentativa e a despeito do nome, devemos reconhecer, infelizmente,<br />

que <strong>na</strong> nossa sociedade a deficiência é compreendida, pela maioria das pessoas,<br />

como um conjunto de diferenças desvantajosas, o que é uma condição que<br />

agrava a discrimi<strong>na</strong>ção e a rejeição social (AMARAL, 994; MAIA, 00 e 00 ;<br />

MOURA, 99 ; OMOTE, 994; RIBAS, 998; TOMASINI, 998).<br />

3 As autoras A<strong>na</strong> Rita Paula, Mi<strong>na</strong> Regen e Penha Lopes defendem a distinção entre o conceito de “necessidades<br />

educacio<strong>na</strong>is especiais” e o de “deficiência”. Elas argumentam que há pessoas deficientes que<br />

não necessitam de condições nem de recursos especiais para a aprendizagem, enquanto há pessoas que<br />

necessitam, mas não são consideradas deficientes (PAULA, REGEN e LOPES, 2005: 19-20).<br />

271

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!