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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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O dispositivo dos gêneros, em interface com o das sexualidades, atuaria no centro<br />

das subjetividades huma<strong>na</strong>s, administrando a percepção, a cognição e as sensações<br />

presentes <strong>na</strong>s relações dos sujeitos com o mundo, com os outros e consigos mesmos.<br />

Muitas são as questões que atravessam a estilística existencial das TTTs, de<br />

modo que, de forma mais efusiva, gostaria de resgatar, para encerrar, algumas temáticas<br />

que considero mais urgentes:<br />

. Uma crítica aos modos de produção do pensar e do sentir que se organizam a<br />

partir da referência binária. É preciso romper com essa perspectiva dualista para<br />

tomarmos o ser humano como um ser da multiplicidade, no qual as homossexualidades<br />

e os gêneros não seriam mais tidos como opositores às heterossexualidades<br />

e aos padrões identitários, mas como complementares e processuais;<br />

. Uma crítica à idéia de universalidade e de verdades absolutas. Quando<br />

falamos em TTTs precisamos apontá-las em suas singularidades, ou seja,<br />

tomá-las como pluralidades processuais em que cada pessoa traz suas especificidades.<br />

As marcas disparadas pelos processos de estigmatização decorrentes<br />

da heteronormatividade <strong>sobre</strong> as TTTs solicitam interfaces com as<br />

categorias de classes, raças/etnias, gêneros e orientações sexuais;<br />

. As <strong>problematizações</strong> a respeito das TTTs demandam urgentemente a criação<br />

de agendas que incluam em suas pautas a criação de estratégias de enfrentamento<br />

específico às travestifobias, às transfobias, aos crimes de ódio;<br />

4. O cenário contemporâneo necessita de revisão dos paradigmas <strong>sobre</strong> as famílias<br />

nucleares e monogâmicas, para incluir em suas referências a contemplação<br />

de novos arranjos familiares que expressam os desejos de conjugalidades, por<br />

meio da efetivação da PCR – Parceria Civil Registrada, do reconhecimento<br />

da homoparentalidade e da adoção de crianças por casais homossexuais;<br />

. Considerando que a inflexão de gênero presente nos dicionários de língua<br />

portuguesa associa travesti ao artigo masculino e tendo em vista a reivindicação<br />

política de respeito à sua identidade de gênero, acredito que o uso de<br />

tratamento para as TTTs no feminino pode ser um efetivo avanço para a<br />

construção do respeito às diferenças;<br />

. As cartografias existenciais das TTTs evidenciam experiências de estigmatização,<br />

violências, exclusões e mortes que por si mesmas solicitam urgências<br />

<strong>na</strong> criação de políticas públicas que garantam o direito fundamental à<br />

singularidade, o direito de ir e vir, o direito à dignidade huma<strong>na</strong> <strong>na</strong> expressão<br />

do exercício da cidadania ple<strong>na</strong> e participativa, no qual a escola e seus<br />

currículos têm importante responsabilidade social.<br />

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