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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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“A cinderela e o conquistador” (LOPES, 000: )<br />

Deparamos-nos, nessas imagens e no programa de TV, com elementos de<br />

representações hegemônicas de gênero e de sexualidade masculi<strong>na</strong> e femini<strong>na</strong>, no<br />

singular, que podemos ver funcio<strong>na</strong>ndo também em políticas e programas públicos<br />

(por exemplo, em algumas abordagens de prevenção às DSTs/HIV-Aids),<br />

quando incorporam o pressuposto de que os homens ‘são infiéis por <strong>na</strong>tureza’; o<br />

sexo é um instinto incontrolável e uma necessidade biológica básica dos homens;<br />

eles mais facilmente desvinculam sexo de amor etc.; ou reforçando a idéia de uma<br />

relação intrínseca entre mulher e monogamia (que hoje até já inclui a perspectiva<br />

de ter um parceiro depois do outro, mas não dois ao mesmo tempo) e aceitando<br />

o pressuposto de que amor e confiança são requisitos femininos para a relação<br />

amorosa e sexual (Cf. MEYER e cols., 004). Nesse sentido, Jane Felipe e Bianca<br />

Guizzo ( 004) enfatizam que as relações amorosas e as múltiplas possibilidade<br />

de vivê-las são temas que precisariam ser melhor exami<strong>na</strong>dos quando se trata<br />

de discussões que envolvem gênero, sexualidade e relações de poder, <strong>sobre</strong>tudo<br />

se quisermos entender como elas se conectam com (e materializam como) atos<br />

violentos entre homens e mulheres, mas também entre homens e entre mulheres.<br />

A meu ver, trata-se de perguntar, mais demorada e repetidamente: o que aprendemos<br />

com essas pedagogias <strong>sobre</strong> amor, sexualidade e relações afetivas e sexuais? E<br />

onde, <strong>sobre</strong>tudo como, as fazemos?<br />

Esta é uma questão importante se trabalharmos com a noção de que educação<br />

envolve o conjunto de processos através do qual indivíduos são transformados<br />

ou se transformam em sujeitos de uma cultura. Tor<strong>na</strong>r-se sujeito de uma cultura<br />

envolve um complexo de forças e de processos de aprendizagem que hoje deriva<br />

de uma infinidade de instituições e “lugares pedagógicos” para além da família, da<br />

igreja e da escola, e engloba uma ampla e variada gama de processos educativos,<br />

incluindo aqueles que são chamados em outras teorizações de “socialização”. Eles<br />

podem, grosso modo, ser divididos em intencio<strong>na</strong>is e não-intencio<strong>na</strong>is, sendo que

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