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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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Richard Johnson (apud LOURO, 00 ) fala do closet, “essa forma escondida<br />

e ‘enrustida’ de viver a sexualidade não-hegemônica” (ibid.: 0), e comenta<br />

que as escolas, instâncias de conhecimento, são locais de ocultamento, do desconhecimento<br />

e da ignorância.<br />

Um ocultamento que, muitas vezes, se justifica pelo fato de ser a escola<br />

uma dos mais refratários espaços para essa “revelação” e por essa dimensão identitária<br />

supervalorizada. Uma professora que, entre outras tantas características, é<br />

lésbica, correrá o risco de ser vista, antes de tudo (ou somente) como “professora<br />

lésbica” – e, quem sabe, por isso, menos professora. Com efeito, Seffner ( 00 :<br />

87) destaca que é a partir da identidade sexual que “todas as demais construções<br />

identitárias do sujeito se orde<strong>na</strong>m, em outras palavras, esta dimensão da<br />

sua vida tor<strong>na</strong>-se totalizadora de sua identidade, e quando dele se fala, é para<br />

lembrar, em primeiro lugar, sua identidade sexual”.<br />

Ape<strong>na</strong>s um professor destacou que teve problemas com os/as alunos/as<br />

<strong>na</strong> escola:<br />

Já tive problemas, assim, no meu primeiro ano de serviço de<br />

Ensino Fundamental. Perguntando, falando, tens que ser mais<br />

macho, essas coisas, né. Não é homem suficiente. E eu disse o<br />

seguinte: eu sou homem o suficiente para estar aqui, por ter<br />

passado num concurso. Passei em primeiro lugar. Estou aqui e<br />

um macho para mim não é simplesmente um pênis. Enfrentei<br />

barreiras <strong>na</strong> própria escola por ser gay (Prof. Otaviano).<br />

Para Louro ( 00 : 0), a escola é um dos espaços mais difíceis para os sujeitos<br />

assumirem sua condição de homossexual, pois, segundo a concepção hegemônica<br />

[...] só pode haver um tipo de desejo sexual e que esse tipo<br />

– i<strong>na</strong>to a todos – deve ter como alvo um indivíduo do sexo<br />

oposto, a escola nega e ignora a homossexualidade (provavelmente<br />

nega porque ignora) e, dessa forma, oferece muito poucas<br />

oportunidades para que adolescentes ou adultos assumam,<br />

sem culpa ou vergonha, seus desejos. O lugar do conhecimento<br />

mantém-se, em relação à sexualidade, como o lugar do desconhecimento<br />

e da ignorância.<br />

Porém, <strong>na</strong>s <strong>na</strong>rrativas observadas, houve certa u<strong>na</strong>nimidade quanto ao serem<br />

respeitados <strong>na</strong> escola:<br />

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