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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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pela heteronormatividade e que a instituição escolar cultiva e propaga, a “anormalidade”<br />

homossexual é ali construída também por meio de ações pedagógicas pequeni<strong>na</strong>s,<br />

ou melhor, não-institucio<strong>na</strong>is – xingamentos dos colegas, piadas, fofocas,<br />

brincadeiras dos/as professores/as. Para usar a terminologia de Foucault, trata-se de<br />

um discipli<strong>na</strong>mento infinitesimal, responsável por reproduzir a homofobia <strong>na</strong> escola<br />

e constituir os sujeitos homossexuais como “transgressores da norma” e, não raro,<br />

“desmerecedores” do direito à educação.<br />

As <strong>na</strong>rrativas deixam transparecer o permanente estado de vigilância exercido<br />

ao longo de todo o processo formativo. Os/as professores entrevistados/as destacaram<br />

que, quando seus corpos expressavam de forma mais evidente sua sexualidade<br />

e sua diferença, eles/as sofriam assédio, repressão, pois seus comportamentos ou a<br />

suas atitudes eram considerados em desconformidade com o esperado e o disposto<br />

pelo bi<strong>na</strong>rismo heterossexista.<br />

A partir da quinta série foi complicado, porque os outros guris,<br />

percebiam que eu era afemi<strong>na</strong>do e tal. E tinha aquelas coisas da<br />

brincadeira do banheiro: ficavam me mostrando o pênis. Era<br />

complicado (Prof. Igor).<br />

A gente sempre escuta uma piadinha de alguém... Tipo: ah,<br />

porque ela gosta de mulher, e, ela tem que gostar de homem,<br />

coisas assim (Profª. Veridia<strong>na</strong>).<br />

Essas <strong>na</strong>rrativas nos levam a refletir <strong>sobre</strong> o fato de cruzar a fronteira do<br />

masculino e feminino poder resultar no questio<strong>na</strong>mento social das identidades e no<br />

processo de margi<strong>na</strong>lização e exclusão escolar (especialmente no caso das estudantes<br />

travestis). Conforme observa Wiliam Peres ( 00 : 7), a escola<br />

[..] reifica os modelos sociais de exclusão, por intermédio de<br />

ações de violência (discrimi<strong>na</strong>ção e expulsão) ou de descaso,<br />

fazendo de conta que <strong>na</strong>da está acontecendo (não escuta as denúncias<br />

da discrimi<strong>na</strong>ção).<br />

O Ministério da <strong>Educação</strong> (BRASIL, 00 ) diagnostica a situação de violência<br />

a que são submetidos gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais e, entre as<br />

importantes questões que enfatiza em relação a esta temática <strong>na</strong> escola, destacamos:<br />

Sexismo e homofobia encontram <strong>na</strong> experiência escolar um<br />

dos seus mais decisivos momentos. A escola desempenha papel<br />

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