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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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subordi<strong>na</strong> todas as outras – são uma das possibilidades de se tentar entender como<br />

se dão suas diferentes construções. Essa maneira de compreender as tensões de<br />

poder que podem ocorrer entre os diversos grupos sociais não está distanciada das<br />

formulações de David Morgan ( 999), quando afirma que a masculinidade vai se<br />

delineando a partir dos discursos que são produzidos e legitimados pelos sujeitos<br />

masculinos. Sócrates Nolasco ( 99 , 99 , 00 ), em seus estudos, nos alerta para<br />

as dificuldades que os homens vêm enfrentando desde o início da modernidade,<br />

sugerindo que haja, inclusive, uma espécie de crise <strong>na</strong>s masculinidades.<br />

Todas essas perspectivas nos ajudam a pensar a masculinidade a partir de um<br />

determi<strong>na</strong>do período da vida situado além da infância. Nela, todos esses discursos<br />

são uma possibilidade futura, um por vir. Entretanto, não acreditamos que tais explicações<br />

dêem conta de cogitar a masculinidade infantil como algo já existente,<br />

com um funcio<strong>na</strong>mento próprio, com características peculiares. Podemos pensar, a<br />

exemplo do que fez Zygmunt Bauman ( 00 ) quando escreveu a respeito da liquefação<br />

da modernidade, que as masculinidades infantis também são líquidas, <strong>na</strong> medida<br />

em que elas não se prendem a estruturas rigidamente sólidas, ao menos nesse<br />

momento da vida. Embora haja um conjunto de suportes que lhes dão sustentação,<br />

elas estão em certa medida atreladas às expectativas adultas, ou seja, parece que os<br />

modos com que se apresentam estão ligados ao entendimento que fazem do desejo<br />

adulto para as suas constituições de gênero. As crianças percebem aquilo que pode<br />

ser feito <strong>na</strong> frente dos adultos. Podemos notar isto quando elas fazem gestos, mantêm<br />

posturas corporais ou utilizam determi<strong>na</strong>do vocabulário para demarcar certo<br />

tipo de masculinidade ou feminilidade que se espera delas.<br />

A grande preocupação com esse trânsito em torno de uma masculinidade<br />

se dá por conta dos muitos investimentos feitos para que ela seja atingida, estando<br />

bastante relacio<strong>na</strong>do às expectativas adultas.<br />

Quanto à adesão dos adultos à masculinidade, poderíamos nos permitir uma<br />

outra imagem: a de um sistema orbital constituído de um centro gravitacio<strong>na</strong>l em<br />

torno do qual corpos girariam, perfazendo trajetórias circulares e concêntricas<br />

e não mais elípticas em sentido estrito. Essas órbitas se disporiam em camadas,<br />

umas após as outras. Quanto mais longe do centro menos identificadas com a sua<br />

matriz. O trânsito, nessas órbitas circulares, se dá em níveis, pois dependendo do<br />

ponto onde se está fixado, é possível definir a que tipo de masculinidade se está<br />

filiado, havendo nesse modelo a possibilidade de se hierarquizarem as formas de<br />

ser homem. Daí, surge então a figura hegemônica i<strong>na</strong>tingível (transcendental) e<br />

todas as outras que a ela se subordi<strong>na</strong>m.<br />

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