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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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que os meninos/homens têm sido os maiores alvos de ações homofóbicas, enquanto<br />

as meni<strong>na</strong>s/mulheres são alvo de ações sexistas, ou seja, a elas cabe investir mais <strong>na</strong><br />

afirmação da identidade de gênero e a eles, <strong>na</strong> afirmação da identidade sexual.<br />

Existem inúmeros mecanismos que, de uma forma ou de outra, dentro e<br />

fora da escola, “ensi<strong>na</strong>m” modos de viver não ape<strong>na</strong>s as relações de gênero, mas<br />

também o exercício da sexualidade, seus prazeres e desejos, movimentando, dessa<br />

maneira, os processos de construção das identidades sexuais. Guacira Lopes Louro<br />

( 000: ) pontua que:<br />

146<br />

Na escola, pela afirmação ou pelo silenciamento, nos espaços<br />

reconhecidos e públicos ou nos cantos escondidos e privados,<br />

é exercida uma pedagogia da sexualidade, legitimando<br />

determi<strong>na</strong>das identidades e práticas sexuais, reprimindo e<br />

margi<strong>na</strong>lizando outras.<br />

Outro ponto importante que nos parece crucial nessa discussão é que não<br />

nos interessa aqui descobrir se existem “tendências” homossexuais em um ou em<br />

outro menino ou meni<strong>na</strong>, embora muitas vezes se perceba uma preocupação da<br />

escola (e da família) em procurar as “causas” que levam as crianças a terem determi<strong>na</strong>do<br />

comportamento. O que buscamos é a<strong>na</strong>lisar quais são os investimentos da<br />

escola infantil para garantir a manutenção da “ordem” heterossexual, isto é, para a<br />

reiteração do heterossexismo.<br />

Alguns desdobramentos se dão a partir desses investimentos. Um deles<br />

pode ser um “esboço” de homofobia ainda <strong>na</strong> infância: se pensarmos que nos<br />

constituímos ao longo do tempo a partir das diferenças, ou seja, sou como me<br />

apresento, pois me diferencio daquilo que não sou ou, talvez, que não pretendo<br />

ser. Se aceitarmos também como possível que nossa cultura é heteronormativa,<br />

poderemos acreditar que o binômio homo/hetero é pertinente, que ele é “real”.<br />

Então poderemos dizer que o homossexual é a figura que distingue, define e desenha<br />

o que é ser um heterossexual.<br />

Vale lembrar que a homossexualidade tem uma história recente, pois ela é<br />

dependente da noção de sexualidade que foi constituída <strong>na</strong> modernidade (FOU-<br />

CAULT, 999; WEEKS, 999). Sua definição surgiu no fi<strong>na</strong>l do século XIX. Antes<br />

disso, ela era entendida como um “vacilo” que todos poderiam cometer, sem que<br />

com isso se passasse a ser um outro tipo de pessoa. Seria considerado pecador,<br />

sodomita quem usufruísse dessas práticas e, como pecadores, deveriam pagar pelos

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