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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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tempo todo nos comparando, escruti<strong>na</strong>ndo, reelaborando para que não percamos o<br />

contato com o projeto de masculinidade (e de feminilidade) que arquitetamos para<br />

nós mesmos. É importante referir que essa arquitetura foi elaborada (e é infinitamente<br />

reelaborada) a partir de um conjunto infindável de discursos que colaboram<br />

com a constituição disso que somos. Do mesmo modo, é fundamental lembrar que<br />

tais relações entre os sexos são constituídas no âmbito de diversas culturas, possuindo<br />

características bastante diferentes <strong>na</strong>s formas de ser homem ou mulher, menino<br />

ou meni<strong>na</strong>, dependendo do contexto e de seus múltiplos atravessamentos (de classe,<br />

raça, etnia, grau de instrução etc.).<br />

Apesar de estarmos dando visibilidade à construção das masculinidades, cabe<br />

lembrar que essa relação é desenhada pela impossibilidade de se estudarem/a<strong>na</strong>lisarem<br />

homens e mulheres separadamente, uma vez que a elaboração de conceitos que<br />

envolvam masculinidade e feminilidade só é possível <strong>na</strong> relação de reciprocidade<br />

entre eles/elas. Percebemos em que consiste a masculinidade pelo movimento que é<br />

feito pelo homem ou pelo menino de se diferenciar do feminino. Da mesma forma,<br />

é possível dizer que os sujeitos femininos também executam, em alguma medida,<br />

esse movimento de diferenciação. No entanto, é possível dizer que a construção da<br />

masculinidade, em especial aquela que se pretende hegemônica, se dá a partir do<br />

desprezo e da inferiorização em relação a tudo aquilo que possa parecer feminino.<br />

Nesse jogo de construção da masculinidade tor<strong>na</strong>-se importante discutir de<br />

que forma os processos homofóbicos vão se formando e se enraizando <strong>na</strong>s crianças<br />

e, também dessa forma, se espalhando para as mais diversas instâncias sociais. As<br />

manifestações homofóbicas vão sendo elaboradas a partir de um conjunto de conhecimentos<br />

que circula <strong>na</strong> relação adulto/criança, criança/criança, criança/escola,<br />

fazendo com que os sujeitos infantis introjetem esses saberes em suas vidas e valham-se<br />

deles para posicio<strong>na</strong>rem-se em relação à matriz.<br />

Patrícia Balestrin ( 00 ) mostra que a norma que rege a vivência da sexualidade<br />

tanto para homens como para mulheres é pautada pela heteronormatividade.<br />

No que se refere a este investimento heteronormativo, a ordem para os meninos seria:<br />

a escolha do objeto de desejo deve ser por uma meni<strong>na</strong>, e quanto mais cedo isto<br />

ficar evidente, melhor – mais garantida estará a norma heterossexual e menos trabalho<br />

para professoras, pais e mães. Em relação às meni<strong>na</strong>s, a espera do desejo pelo<br />

sexo “oposto” pode estar intimamente relacio<strong>na</strong>da aos modos como desempenha sua<br />

feminilidade e, ainda que muitas transformações estejam em movimento, parece<br />

existir um desejo constante de se vincularem determi<strong>na</strong>dos tipos de feminilidade<br />

a maiores ou menores chances de conseguir um “bom parceiro”. Então, percebe-se<br />

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