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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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que desenhamos para nossas vidas pode ser bastante problemático, principalmente<br />

se estivermos muito conectados ao nosso centro de atração.<br />

Essa atração não é, em muitos casos, visível; ela ocorre sem que possamos notar.<br />

De maneira contínua e quase imperceptível, ela nos guia, tenta nos dar o mapa<br />

a seguir. Seus efeitos tor<strong>na</strong>m-se mais claros quando, em algum momento de nossas<br />

vidas, chegamos a uma distância que está alargando demais as possibilidades de<br />

tranqüilidade, de equilíbrio entre as normas e os nossos encaminhamentos de vida.<br />

Algumas vezes, nessa dinâmica de construção, como agentes mediadores dos<br />

nossos prazeres, nós nos rebelamos contra nossas “amarras”; porém, em movimento<br />

contrário, valemo-nos de “nós” para darmos um jeito de amarrar aqueles para quem<br />

desejamos a maior proximidade possível da matriz heterossexual: nossos filhos e<br />

filhas, alunos e alu<strong>na</strong>s, amigos e amigas, enfim, servimos nós também como agentes<br />

de garantia da normatização dos corpos, sejam quais forem.<br />

As fronteiras, as margens, os pontos de contato dos quais tentamos nos afastar<br />

precisam de um policiamento constante; é necessário que cada um seja mantido<br />

em seu lugar, as transgressões devem ser permanentemente observadas e combatidas.<br />

Com a possibilidade de pensarmos que as configurações de gênero podem<br />

estar à mesma distância da matriz, porém em planos diferentes, em localizações<br />

espaciais diferenciadas, é possível supor que a mesma proximidade ou afastamento<br />

desse centro (matriz heterossexual) não garanta as mesmas formas de ser. Então,<br />

em uma determi<strong>na</strong>da posição, pode haver várias possibilidades de masculinidade ou<br />

feminilidade. É como se estivessem todas essas possibilidades “pairando” no vácuo.<br />

Não existirá dessa forma a figura da fronteira; o problema da zo<strong>na</strong> de contato deixa<br />

de ser central e passa-se a pensar que as diversas formas de gênero têm localização<br />

específica no momento em que são observadas, posição esta que é efêmera, pois<br />

tudo está em constante movimento em torno de um centro de atração.<br />

Acreditamos que esse olhar nos faz pensar em um jogo de poder em que não<br />

se conquista posições à força. Talvez isso possa se coadu<strong>na</strong>r com a idéia de invisibilidade<br />

da heterossexualidade, pois existe um poder/saber que a instaura como correta,<br />

<strong>na</strong>tural, inerente à humanidade, sendo legitimada através dos discursos médicos,<br />

psiquiátricos, pedagógicos, religiosos, entre outros (FOUCAULT, 999).<br />

Quanto à masculinidade hegemônica à qual se referem alguns autores, dentre<br />

os quais destacaríamos Fer<strong>na</strong>ndo Seffner ( 00 : 7), pode-se afirmar que:<br />

2 É importante entender vácuo não como um lugar onde não exista <strong>na</strong>da, mas sim como o não-lugar, ou<br />

seja, o espaço onde atuam as forças que fazem movimentar todas essas representações de gênero.<br />

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