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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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Uma orientação sexual expressa a plasticidade e as possibilidades huma<strong>na</strong>s<br />

no terreno da sexualidade, como em outros. Expressões das capacidades criativas e<br />

variáveis huma<strong>na</strong>s. Os estudos em antropologia e sociologia, alguns deles já citados<br />

neste trabalho, demonstram que, <strong>na</strong> espécie huma<strong>na</strong>, as orientações sexuais podem<br />

assumir várias formas. Os estudos também mostram que a variedade de orientações<br />

sexuais é encontrada em todas as culturas e em diferentes épocas, embora não se<br />

constituam necessariamente <strong>na</strong>s identidades sociais como conhecemos, hoje, <strong>na</strong>s<br />

sociedades ocidentais moder<strong>na</strong>s.<br />

Definida em termos de orientação ou expressão sexual, a homossexualidade<br />

não é uma opção que depende da vontade do indivíduo, como uma deliberação<br />

consciente, mas nenhuma orientação sexual o é, assim como não é algo da ordem<br />

de uma causa específica (como pretendem as tentativas de explicação criticadas logo<br />

acima). Se há que se falar de causa, a causa da homossexualidade é a mesma de<br />

toda orientação/expressão sexual, a mesma da sexualidade huma<strong>na</strong> como tal: a pulsão<br />

sexual <strong>sobre</strong> a qual se estrutura o desejo que, como Freud a caracterizou, não<br />

tem objeto nem fixo nem único, não determi<strong>na</strong> nenhum objetivo como <strong>na</strong>tural ou<br />

normal, e faz suas escolhas segundo uma economia cujo único princípio é o prazer<br />

(FREUD, 90 [ 97 ], entre outros textos do autor). Assim, heterossexualidade,<br />

homossexualidade ou bissexualidade são nomenclaturas usuais (todas com sentidos<br />

culturais e históricos) para expressões sociais do desejo sexual humano calcadas <strong>na</strong><br />

pulsão. A sexualidade ligada à pulsão e ao desejo não se estrutura por uma disposição<br />

orgânica ou em dados fisiológicos. Assim,<br />

114<br />

Ao buscar o prazer, a sexualidade escapa à ordem da <strong>na</strong>tureza e<br />

age a serviço próprio “pervertendo” seu suposto objetivo <strong>na</strong>tural:<br />

a procriação. Subordi<strong>na</strong>r a sexualidade à função reprodutora<br />

é “um critério demasiadamente limitado”, adverte Freud. Isto<br />

vem mostrar à biologia, à moral, à religião e à opinião popular o<br />

quanto elas se enga<strong>na</strong>m no que diz respeito à <strong>na</strong>tureza da sexualidade<br />

huma<strong>na</strong>: a sexualidade huma<strong>na</strong> é, sem si, perversa - entendida<br />

aqui em seu sentido primeiro: desvio de uma fi<strong>na</strong>lidade<br />

específica. Ou seja, em se tratando de sexualidade, não existe<br />

“<strong>na</strong>tureza huma<strong>na</strong>” pois a pulsão sexual não tem um objeto específico,<br />

único e muito menos pré-determi<strong>na</strong>do biologicamente<br />

(CECCARELLI, 000, s/p).<br />

Desestabilizando ingenuidades e confrontando a opinião comum, as esferas<br />

do desejo e da sexualidade são possibilidades abertas e sempre mais surpreen-

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