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Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

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As ações em saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser centra<strong>da</strong>s na figura do Dentista, e<br />

passaram a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pela equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal integrando outros elementos <strong>à</strong><br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: Aten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Consultório Dentário (ACD) e Técnico <strong>de</strong> Higiene Dental<br />

(THD) e Agente <strong>Indígena</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (AIS).<br />

Quais são as principais doenças bucais entre as crianças brasileiras e crianças indígenas?<br />

Ain<strong>da</strong> são a cárie <strong>de</strong>ntária e a doença periodontal.<br />

O que vem a ser a cárie <strong>de</strong>ntária?<br />

“A cárie <strong>de</strong>ntária tem afetado a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua pré-história. Em diferentes culturas<br />

e em diferentes épocas, o homem tem exibido gran<strong>de</strong> variação na suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>à</strong> doença”. Hoje sabemos que a lesão <strong>de</strong> cárie (a cavi<strong>da</strong><strong>de</strong>) é a manifestação clínica <strong>de</strong><br />

uma infecção bacteriana <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> per<strong>da</strong>s contínuas <strong>de</strong> minerais do tecido <strong>de</strong>ntal,<br />

pela ação <strong>de</strong> ácidos produzidos pelos microorganismos <strong>da</strong> placa <strong>de</strong>ntal.<br />

Desmineralização e remineralização ocorrem num processo dinâmico e na maioria<br />

<strong>da</strong>s vezes lento, havendo fatores que interferem, promovendo o controle <strong>da</strong> doença e sua<br />

reversão, ou então a sua progressão e cavitação tornando-a então, irreversível. Desta forma<br />

o controle <strong>da</strong> doença cárie <strong>de</strong>ve ser iniciado antes <strong>da</strong> sua manifestação clínica, isto é, antes<br />

do aparecimento <strong>da</strong> lesão.<br />

Como tem evoluído a prevalência <strong>de</strong> cáries <strong>de</strong>ntárias no Brasil?<br />

Apesar <strong>de</strong> ain<strong>da</strong> observarmos prevalência eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong>sta doença, levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

realizados pelo Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, em escolares em 1986 e em 1996, o<br />

CPO-D** passou <strong>de</strong> 6,67 para 3,06, respectivamente, com uma redução <strong>de</strong> 54%, na<br />

faixa dos 12 anos. Há que se consi<strong>de</strong>rar que esta redução não é uniforme, pois existem<br />

regiões on<strong>de</strong> a prevalência ain<strong>da</strong> é muito eleva<strong>da</strong>. Com relação ao índice <strong>da</strong> <strong>de</strong>ntição<br />

<strong>de</strong>cídua ceo (zero a seis anos), poucos são os <strong>da</strong>dos epi<strong>de</strong>miológicos disponíveis.<br />

Esta redução no índice <strong>de</strong> ataque <strong>da</strong> cárie <strong>de</strong>ntária na população infantil atribui-se<br />

provavelmente <strong>à</strong> somatória <strong>de</strong> vários fatores, como:<br />

• a eficácia <strong>da</strong> fluoretação <strong>da</strong> água <strong>de</strong> abastecimento público em várias ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

brasileiras;<br />

• a inclusão <strong>de</strong> flúor na maioria dos <strong>de</strong>ntifrícios comercializados no país;<br />

• o resultado <strong>da</strong> ênfase nas ações preventivas e educativas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s por meio<br />

dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública assumidos pelos estados e municípios e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

não-oficiais, abor<strong>da</strong>ndo o autocui<strong>da</strong>do e o uso racional do açúcar.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>à</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Criança</strong> <strong>Indígena</strong> <strong>Brasileira</strong> – pág. 59

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