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Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

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3.5.6. Conclusão<br />

Uma série <strong>de</strong> pré-requisitos é necessária para a conquista <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>: paz, habitação,<br />

educação, alimentação, ren<strong>da</strong>, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e<br />

eqüi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Apesar <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> referências a incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências na população indígena,<br />

provavelmente seja maior do que a estima<strong>da</strong>.<br />

Conhecer e obter maior número <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos relacionados a possíveis fatores <strong>de</strong> risco<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção até o início <strong>da</strong>s aquisições <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s características <strong>da</strong> criança<br />

indígena inseri<strong>da</strong> na sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>da</strong> pesquisa <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> malformações<br />

ou doenças genéticas é fun<strong>da</strong>mental para <strong>de</strong>tecção precoce dos problemas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve atuar na melhoria <strong>da</strong> sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e<br />

saú<strong>de</strong>, incluindo maior participação no controle <strong>de</strong>ste processo. Para atingir um estado <strong>de</strong><br />

bem-estar físico, mental e social, as pessoas e grupos <strong>de</strong>vem saber i<strong>de</strong>ntificar aspirações,<br />

satisfazer necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e modificar favoravelmente o meio ambiente.<br />

Acreditamos que o compromisso <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, por meio <strong>da</strong> pesquisa e avaliações<br />

<strong>de</strong> forma interdisciplinar e intersetorial, que aten<strong>de</strong> <strong>à</strong> população indígena <strong>de</strong>verá<br />

ser imprescindível para se obter maiores informações sobre o <strong>de</strong>senvolvimento infantil,<br />

as seqüelas e lesões que as crianças indígenas estão sujeitas. A intervenção precoce e <strong>de</strong><br />

forma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, certamente, contribuirá para minimizar o que não po<strong>de</strong>rá ser evitado,<br />

estimulando o processo <strong>de</strong> inserção <strong>da</strong> criança em seu meio social.<br />

Prevenir as condutas <strong>de</strong> risco em to<strong>da</strong>s as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s educativas, analisar <strong>de</strong> forma<br />

crítica e reflexiva os valores, as condutas, os estilos e as culturas, fortalecendo os vínculos<br />

com uma participação <strong>da</strong> família e se possível <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão,<br />

colaborará na promoção <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e construção <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e elaboração <strong>de</strong> políticas<br />

públicas saudáveis garantindo maior eqüi<strong>da</strong><strong>de</strong>, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e saú<strong>de</strong> para as crianças<br />

indígenas brasileiras e seus familiares.<br />

3.6. Saú<strong>de</strong> bucal<br />

Maria Egláucia Maia Brandão<br />

3.6.1. Princípios para a promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em populações indígenas<br />

“A saú<strong>de</strong> bucal é parte integrante e inseparável <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> geral do indivíduo e portanto<br />

está também diretamente relaciona<strong>da</strong> <strong>à</strong>s condições <strong>de</strong> alimentação, moradia, saneamento<br />

básico, meio ambiente, trabalho, ren<strong>da</strong>, transporte, lazer, liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, acesso e posse <strong>da</strong> terra,<br />

acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>à</strong> informação”.<br />

De acordo com os princípios do SUS, os programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem contemplar<br />

práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, com ações necessárias <strong>à</strong> promoção, recuperação e preservação<br />

<strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> não apenas os profissionais <strong>da</strong> área, mas também outros sujeitos sociais<br />

<strong>de</strong>senvolvam um trabalho conjunto. Portanto, a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>senvolver ações<br />

integra<strong>da</strong>s, sabendo que as doenças bucais não se originam e nem se <strong>de</strong>senvolvem somente<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>à</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Criança</strong> <strong>Indígena</strong> <strong>Brasileira</strong> – pág. 57

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