04.08.2013 Views

Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

eferência. A atenção <strong>à</strong> criança não <strong>de</strong>ve ser fragmenta<strong>da</strong>, isto é, vista apenas como parte <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> médica, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> enfermagem ou dissocia<strong>da</strong> <strong>da</strong> atenção <strong>de</strong><br />

maior complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> realiza<strong>da</strong> em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> referência especializa<strong>da</strong>. A atenção <strong>de</strong>verá<br />

ser integral e a consulta <strong>de</strong> puericultura precisa ser implementa<strong>da</strong> ou mesmo implanta<strong>da</strong>,<br />

para que a integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a intersetoriali<strong>da</strong><strong>de</strong> seja efetivamente estabeleci<strong>da</strong>.<br />

Atualmente observa-se um crescimento <strong>de</strong>mográfico entre alguns povos indígenas.<br />

Os <strong>da</strong>dos disponíveis, embora parciais, evi<strong>de</strong>nciam altas taxas <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> infantil,<br />

que correspon<strong>de</strong>m a duas ou três vezes maior do que as taxas <strong>da</strong> população infantil não<br />

indígena.<br />

2.3.2. Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Pelos registros dos relatórios técnicos <strong>da</strong> Funai em 1998, o coeficiente <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

infantil foi 96,8 por 1.000 nascidos vivos. Quase 50% dos óbitos ocorridos em menores <strong>de</strong><br />

cinco anos tinham como causas mais freqüentes, as doenças transmissíveis, principalmente<br />

as infecções respiratórias, as enteroparasitoses, a diarréia, a malária, a <strong>de</strong>snutrição e a tuberculose.<br />

As causas externas, especialmente a violência e o suicídio representaram uma<br />

<strong>da</strong>s principais causas <strong>de</strong> morte nos últimos anos, sobretudo nas regiões do Mato Grosso<br />

do Sul e Roraima.<br />

O coeficiente <strong>de</strong> Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> Infantil vem diminuindo a uma taxa <strong>de</strong> 10,6% ao ano<br />

em relação a 1998. De 1999 a 2002, o CMI foi <strong>de</strong> 85,7, 74,6, 57,2 e 55,7 por 1.000 nascidos<br />

vivos, respectivamente.<br />

Em 2002, o Coeficiente <strong>de</strong> Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> Infantil variou entre 17,8 e 185,2 por 1.000<br />

nascidos vivos. Dos 34 Distritos Especiais <strong>Indígena</strong>s, apenas 12 apresentaram o CMI abaixo<br />

<strong>de</strong> 40 por 1.000 nascidos vivos e cinco distritos apresentaram o CMI acima <strong>de</strong> 100 por<br />

1.000 nascidos vivos. Os Distritos com os maiores CMI estão localizados em áreas <strong>de</strong> difícil<br />

acesso na Amazônia.<br />

Alguns distritos apresentam uma tendência ascen<strong>de</strong>nte do CMI. Este fato ocorre, provavelmente,<br />

pela melhoria <strong>da</strong>s notificações ou por um aumento real <strong>de</strong> óbitos no primeiro<br />

ano <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Em algumas etnias, há registros <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> mortes <strong>de</strong> recém-nascidos por<br />

<strong>de</strong>terminantes culturais. Mesmo assim, há evidências <strong>de</strong> um aumento real <strong>de</strong> mortes no<br />

primeiro ano <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> em alguns Distritos, consi<strong>de</strong>rando que a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação<br />

dos serviços locais é boa.<br />

A diminuição do CMI está associa<strong>da</strong> <strong>à</strong> maior oferta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> próximo<br />

<strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> assistência local e na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência,<br />

ao melhor controle <strong>da</strong>s doenças transmissíveis, principalmente <strong>da</strong> diarréia, ao aumento <strong>da</strong><br />

cobertura vacinal e melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água utiliza<strong>da</strong>.<br />

Com a implantação do Siasi, a partir <strong>de</strong> 2001, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o número <strong>da</strong>s informações<br />

epi<strong>de</strong>miológicas vem melhorando progressivamente. Entretanto há muito que avançar neste<br />

sentido, principalmente no que diz respeito aos diagnósticos e notificações dos agravos, que<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>à</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Criança</strong> <strong>Indígena</strong> <strong>Brasileira</strong> – pág. 29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!