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Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

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atenção <strong>à</strong> saú<strong>de</strong> dos povos indígenas, baseado na estratégia <strong>de</strong> Distritos Sanitários Especiais<br />

<strong>Indígena</strong>s, como forma <strong>de</strong> garantir o direito universal e integral <strong>à</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com as<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s percebi<strong>da</strong>s pelas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, envolvendo a população indígena em to<strong>da</strong>s<br />

as etapas do processo <strong>de</strong> planejamento, execução e avaliação <strong>da</strong>s ações.<br />

Para o cumprimento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>liberações, a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pela coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s ações<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> indígena foi transferi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Funai para o Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, conforme o Decreto<br />

Presi<strong>de</strong>ncial nº 23, <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1991, estabelecendo os Distritos Sanitários Especiais<br />

<strong>Indígena</strong>s como base <strong>de</strong> organização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Foi cria<strong>da</strong> a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> do Índio (Cosai), subordina<strong>da</strong> ao Departamento <strong>de</strong> Operações <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Nacional<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, cuja atribuição foi a <strong>de</strong> implantar o novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção <strong>à</strong> saú<strong>de</strong> indígena.<br />

No mesmo ano, a Resolução nº 11, do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CNS) criou a<br />

Comissão Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Índio (Cisi), tendo como principal papel o assessoramento<br />

do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na elaboração <strong>de</strong> princípios e diretrizes <strong>de</strong> políticas<br />

governamentais na área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> indígena. A Cisi, forma<strong>da</strong> com 11 vagas, inicialmente<br />

sem representação indígena em sua composição, foi posteriormente reformula<strong>da</strong>, abrindo<br />

quatro vagas para representantes indígenas.<br />

Em direção contrária ao processo <strong>de</strong> construção <strong>da</strong> política <strong>de</strong> atenção <strong>à</strong> saú<strong>de</strong> indígena<br />

no âmbito do SUS, o Decreto Presi<strong>de</strong>ncial nº 1.141, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1994, constituiu a<br />

Comissão Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CIS), com a participação <strong>de</strong> vários ministérios relacionados<br />

com a questão indígena, sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Funai. Assim sendo, a coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s<br />

ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> retornou <strong>à</strong> Funai. Foi então aprovado pela CIS, por meio <strong>da</strong> Resolução nº<br />

2, <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1994, o “Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> Integral <strong>à</strong> Saú<strong>de</strong> do Índio”, atribuindo a um<br />

órgão do Ministério <strong>da</strong> Justiça, a Funai, a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperar a saú<strong>de</strong> dos índios<br />

doentes e, ao Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>/Funasa, a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prevenção, por meio <strong>de</strong><br />

ações <strong>de</strong> imunizações, saneamento ambiental, formação <strong>de</strong> recursos humanos e controle<br />

<strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias.<br />

A divisão <strong>de</strong> atribuições entre a Funai e a Funasa permaneceu durante a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

1990, período em que as ações aconteceram <strong>de</strong> forma fragmenta<strong>da</strong> e conflituosa. As parcerias<br />

estabeleci<strong>da</strong>s, por intermédio <strong>de</strong> convênios com municípios, organizações indígenas,<br />

organizações não-governamentais, universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, missões religiosas e instituições <strong>de</strong> pesquisa,<br />

eram pouco claras quanto <strong>à</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> objetivos, metas e indicadores <strong>de</strong> impacto<br />

sobre a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população.<br />

No final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1990, as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população indígena eram ain<strong>da</strong><br />

mais precárias. Embora parciais, as informações globais sobre a saú<strong>de</strong> indígena produzi<strong>da</strong>s<br />

pela Funai e Funasa indicavam taxas <strong>de</strong> morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> e mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> três a quatro vezes mais<br />

altas do que as registra<strong>da</strong>s para a população brasileira em geral. Po<strong>de</strong>-se, em parte, atribuir<br />

o elevado número <strong>de</strong> óbitos sem registro ou sem causas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s <strong>à</strong> baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

resolução <strong>da</strong> estrutura <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> existente.<br />

Compatibilizando as Leis Orgânicas <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> com as <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral, que<br />

reconhecem aos povos indígenas as suas especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s étnicas, culturais e seus direitos territoriais,<br />

o Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> criou a Política Nacional <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> aos Povos <strong>Indígena</strong>s.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>à</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Criança</strong> <strong>Indígena</strong> <strong>Brasileira</strong> – pág. 25

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