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Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

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se sentir diminuídos. Esclarecer <strong>à</strong> sua família todo o tratamento <strong>da</strong> forma mais compreensível,<br />

sem omitir reações adversas, riscos e respostas terapêuticas positivas ou negativas,<br />

sem subestimar sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> entendimento.<br />

“Cui<strong>da</strong>r é quando você me faz sentir especial, embora eu seja como as outras pessoas,<br />

que também são”.<br />

Ser especial <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito mais <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, intenção e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do profissional<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do que <strong>da</strong>s condições financeiras e recursos materiais que ele possa dispor<br />

nos locais <strong>de</strong> atendimento e hospitalização.<br />

Po<strong>de</strong>mos fazer o paciente se sentir especial quando, mesmo tendo alguns minutinhos<br />

para falar com ele e ao nos aproximarmos <strong>de</strong>le, perguntarmos, olhando em seus olhos: “Hoje<br />

tenho pouco tempo, mas me conte como você está hoje, o que aconteceu ontem?”. Para<br />

o paciente, esta pergunta soa totalmente diferente se a fizermos com uma certa distância,<br />

como, por exemplo, na porta <strong>da</strong> enfermaria, no balcão <strong>da</strong> enfermagem. Com certeza ele vai<br />

respon<strong>de</strong>r: “Tudo bem”, porém você não conseguirá perceber se realmente ele está bem.<br />

“Cui<strong>da</strong>r é quando você não me vê apenas como um moribundo, e assim me aju<strong>da</strong> a<br />

viver”.<br />

Os pacientes acreditam que não o estamos tratando com uma doença, mas que valorizamos<br />

sua vi<strong>da</strong>, sua pessoa e queremos vê-lo com saú<strong>de</strong>. Isto ocorre quando não nos<br />

referimos ao paciente como “a pneumonia do leito 10”, mas a “a Tainá que está interna<strong>da</strong><br />

no leito 10, tratando a pneumonia” Não po<strong>de</strong>mos esquecer <strong>de</strong> que, quando nos aproximarmos<br />

<strong>de</strong>les no leito, <strong>de</strong>vemos primeiro olhar nos seus olhos e <strong>de</strong>pois na punção venosa,<br />

no dreno <strong>de</strong> tórax e nas medicações.<br />

“Cui<strong>da</strong>r é quando ouço minha família falar bem <strong>de</strong> você e sentir-se conforta<strong>da</strong> com sua<br />

presença”.<br />

Não po<strong>de</strong>mos cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> criança indígena isola<strong>da</strong>mente, pois eles estão sempre acompanhados<br />

<strong>de</strong> sua família, portanto temos que valorizá-los como um todo. Estas pessoas<br />

são muito importantes para ele, nós somos transitórios, por isso quando esclarecemos aos<br />

pais todos os procedimentos, os pacientes ficam mais tranqüilos e confiantes. Se a família<br />

se sentir segura com nosso cui<strong>da</strong>do, isto será fun<strong>da</strong>mental para que o paciente também<br />

se sinta seguro. Se a família valorizar nosso trabalho, seus comentários junto ao pequeno<br />

paciente o tranqüilizarão e o farão suportar as dores, procedimentos ou isolamento pelo<br />

qual tenham que vir a passar.<br />

20<br />

Fun<strong>da</strong>ção Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>

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