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Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

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Qual a importância do toque retal? È necessário realizá-lo sempre?<br />

O toque retal <strong>de</strong>ve ser sempre realizado no processo <strong>de</strong> diagnóstico, pois po<strong>de</strong> diferenciar<br />

a causa funcional <strong>da</strong> orgânica, principalmente a doença <strong>de</strong> Hirschsprung.<br />

Como realizar o toque retal e o que avaliar?<br />

Sempre explicar para a criança e os pais o procedimento, utilizar anestésico tópico,<br />

introduzir <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>mente, inicialmente o <strong>de</strong>do mínimo e <strong>de</strong>pois o indicador, sempre<br />

consi<strong>de</strong>rar a i<strong>da</strong><strong>de</strong> e o tamanho <strong>da</strong> criança. Caso exista forte resistência voluntária, adiar<br />

o exame para quando a criança estiver mais calma. Avaliar a resistência involuntária,<br />

pois po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> espasmos, malformações ou estenose. Ânus excessivamente<br />

relaxado po<strong>de</strong> indicar distensão retal, fraqueza neurogênica do esfíncter interno ou <strong>da</strong><br />

musculatura perineal. Verificar se o reto e canal anal estão cheios ou não. Presença <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> massa fecal, indica que a obstipação não <strong>de</strong>corre <strong>da</strong> motili<strong>da</strong><strong>de</strong> intestinal. Se o<br />

reto estiver vazio, com massa fecal palpável em abdômen, indica processo obstrutivo,<br />

per<strong>da</strong> <strong>da</strong> motili<strong>da</strong><strong>de</strong> colônica ou diminuição do volume intestinal. Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar ain<strong>da</strong>,<br />

presença <strong>de</strong> tumores intestinais, pólipos. A saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> fezes explosivas, após o toque<br />

retal, po<strong>de</strong> significar dilatação <strong>de</strong> um segmento <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> controle <strong>da</strong> motili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

pelo sistema nervoso involuntário.<br />

Os exames laboratoriais são sempre necessários?<br />

Não. Pois, a causa mais freqüente é a funcional, por alteração dietética. Os exames<br />

complementares serão realizados, quando a anamnese e ou o exame físico sugerirem<br />

causa orgânica, ou quando a terapêutica a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> não for eficaz ou piora do estado<br />

geral <strong>da</strong> criança.<br />

Quais exames laboratoriais po<strong>de</strong>m ser úteis?<br />

Estes exames serão realizados nos casos <strong>de</strong> evolução atípica e indicados pelo médico<br />

pediatra, ao qual a criança foi encaminha<strong>da</strong>.<br />

Enema opaco com bário: auxilia na diferenciação <strong>de</strong> causas intrínsecas e extrínsecas.<br />

Dimensiona o grau <strong>de</strong> distensão do colo ou do sigmói<strong>de</strong>. Evi<strong>de</strong>ncia zona <strong>de</strong> aganglionose<br />

(mostra estreitamento com segmento a montante dilatado).<br />

Eletromanografia anorretal: reproduz situação fisiológica encontra<strong>da</strong> quando o reto é<br />

distendido pelo bolo fecal. To<strong>da</strong> vez que há distensão do canal retal, ocorre resposta reflexa,<br />

com que<strong>da</strong> <strong>da</strong> pressão do esfíncter interno do ânus necessitando <strong>de</strong> integri<strong>da</strong><strong>de</strong> anatômica<br />

e a maturi<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional <strong>da</strong>s estruturas nervosas. Nos obstipados po<strong>de</strong> ocorrer aumento<br />

do limiar dos receptores <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> para distensão retal, não relaxamento do esfíncter anal<br />

externo e assoalho pélvico. No caso <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> Hirschprung, ocorre ausência <strong>de</strong> reflexo<br />

retoesfincteriano.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>à</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Criança</strong> <strong>Indígena</strong> <strong>Brasileira</strong> – pág. 215

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