Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira
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tardia <strong>à</strong>s pica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> insetos como mosquitos, pulgas, carrapatos... sendo pouco freqüente em<br />
menores <strong>de</strong> um ano, <strong>de</strong>vido <strong>à</strong> menor exposição, e rara após os sete anos. Po<strong>de</strong> acontecer a<br />
cura espontânea por <strong>de</strong>ssensibilização específica natural <strong>da</strong> pele, após pica<strong>da</strong>s recorrentes.<br />
<strong>Criança</strong>s com constituição atópica são freqüentemente acometi<strong>da</strong>s.<br />
Qual a apresentação clínica <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>rmatose?<br />
Caracteriza-se pela associação <strong>de</strong> prurido e lesões papulosas. Predomina nos meses <strong>de</strong><br />
verão, em regiões <strong>de</strong> clima subtropical e tropical. As lesões são pápulas endura<strong>da</strong>s ou<br />
pápulas encima<strong>da</strong>s por minúsculas vesículas (seropápulas), dispostas aos pares, <strong>de</strong> distribuição<br />
linear e muito pruriginosas. A escoriação <strong>da</strong>s lesões leva <strong>à</strong> formação <strong>de</strong> crostas<br />
hemáticas na superfície <strong>da</strong>s mesmas. Lesões similares (i<strong>de</strong>m) <strong>à</strong> distância, e reativação <strong>de</strong><br />
lesões preexistentes po<strong>de</strong>m ocorrer após coçadura ou novas pica<strong>da</strong>s. A reação anafilática<br />
é raramente <strong>de</strong>scrita.<br />
É comum a infecção secundária <strong>da</strong>s lesões?<br />
Sim, é freqüente a infecção bacteriana nas lesões, e manchas hiper ou hipocrômicas<br />
residuais.<br />
Como conduzir o tratamento?<br />
Combate aos insetos voadores. Proteção contra as pica<strong>da</strong>s pelo uso <strong>de</strong> mosquiteiros e<br />
do tratamento <strong>de</strong> animais domésticos infestados. A vitamina B1 (excreta<strong>da</strong> pelo suor)<br />
po<strong>de</strong> ser usa<strong>da</strong> como repelente natural, entretanto <strong>de</strong>ve-se tomar cui<strong>da</strong>do com o uso <strong>de</strong><br />
repelentes tópicos pelo risco <strong>de</strong> sensibilização e toxici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Anti-histamínicos por via<br />
oral, e loções tópicas com calamina e ou corticói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> baixa potência. Antibióticos<br />
tópicos (neomicina, ácido fusídico, mupirocina) ou sistêmicos (penicilina benzatina,<br />
eritromicina, amoxacilina...) nas complicações bacterianas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
do quadro ou <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são ao tratamento. A <strong>de</strong>ssensibilização com vacinas <strong>de</strong> uso oral é<br />
discutível, e as <strong>de</strong> uso subcutâneo são indica<strong>da</strong>s para os casos graves, ou naqueles que<br />
mantêm reação importante após a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssensibilização natural.<br />
Quais os principais diagnósticos diferenciais relacionados com esta <strong>de</strong>rmatose?<br />
Escabiose (presença <strong>de</strong> túneis e familiares com a doença), varicela (pleomorfismo <strong>de</strong><br />
lesões e localização centrípeta), herpes simples (vesículas em cachos sobre base eritematosa),<br />
e a mastocitose (presença <strong>de</strong> bolhas ao atrito).<br />
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Fun<strong>da</strong>ção Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>