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Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

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Como melhorar nossa comunicação com o paciente e sua família?<br />

Po<strong>de</strong>mos ter idéia ou conhecer algumas expressões <strong>de</strong> linguagem comuns a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />

etnias, consultando um pequeno dicionário. É interessante criar um vínculo não<br />

verbal com o paciente e seus responsáveis, a fim <strong>de</strong> operacionalizar seu atendimento.<br />

O conhecimento <strong>da</strong> cultura indígena e sobre as etnias contribuirá neste processo <strong>de</strong><br />

humanização, pois é importante para viabilizar o diagnóstico e tratamento.<br />

É importante lembrar que a sinalização não verbal tem um gran<strong>de</strong> valor, porque vai<br />

permitir que a relação médico-paciente se transforme em algo positivo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

conhecimento ou não <strong>da</strong> língua.<br />

Uma pesquisa feita no St. Josephs, um hospital em Londres, com pacientes fora <strong>da</strong>s<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s terapêuticas, lhes foi feita a seguinte pergunta:<br />

O que é cui<strong>da</strong>r para você? Quando você se sente cui<strong>da</strong>do?<br />

Eis as principais respostas:<br />

“Cui<strong>da</strong>r é quando eu vejo que você é capaz <strong>de</strong> sorrir e sentir-se feliz no <strong>de</strong>sempenho<br />

do seu trabalho”.<br />

Os pacientes nos ensinam que estão atentos e sabem que, se gostamos do que fazemos,<br />

estamos sorrindo com muita freqüência. Talvez os pacientes esperem que por estarmos<br />

felizes ao cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong>les, estaremos prontos para <strong>da</strong>r o melhor <strong>de</strong> nós mesmos tanto para o<br />

seu tratamento como para a sua recuperação.<br />

“Cui<strong>da</strong>r é quando você me faz sentir seguro em suas mãos”.<br />

Os pacientes sentem-se seguros quando explicamos os procedimentos que iremos realizar,<br />

qual sua patologia, como será conduzi<strong>da</strong> sua terapêutica, pois as diferenças culturais<br />

aumentam mais ain<strong>da</strong> a angústia em compreen<strong>de</strong>r o porque <strong>de</strong> “tomar uma picadinha”,<br />

“coletar sangue” e outros procedimentos tão usuais na nossa cultura.<br />

É importante que o conheçamos pelo nome e nos apresentemos mostrando nossa<br />

i<strong>de</strong>ntificação pessoal (crachá), pois apesar <strong>de</strong> não enten<strong>de</strong>r nossa língua ou não saber ler,<br />

enten<strong>de</strong>rá que o chamamos pelo seu nome, porque sabemos quem ele é e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> veio.<br />

“Cui<strong>da</strong>r é quando você faz sentir que também serei capaz <strong>de</strong> me virar, espero, quando<br />

chegar a minha vez”.<br />

Devemos tratar todos os pacientes sem distinção <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo, raça, cor ou etnia,<br />

garantindo o melhor atendimento, <strong>de</strong>monstrando segurança no tratamento e lembrando que<br />

o fato <strong>de</strong> ser um povo com cultura diferente não quer dizer que será menos inteligente, não<br />

usando terminologias ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s do tipo: “queridinho”, “tiozinho”, quando eles po<strong>de</strong>m<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Atenção</strong> <strong>à</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Criança</strong> <strong>Indígena</strong> <strong>Brasileira</strong> – pág. 19

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