04.08.2013 Views

Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

Manual de Atenção à Saúde da Criança Indígena Brasileira

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

) o que estamos sentindo quando nos comunicamos com a pessoa. O conteúdo <strong>da</strong><br />

nossa comunicação está intimamente ligado ao nosso referencial <strong>de</strong> cultura.<br />

O profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> tem uma cultura própria, dificilmente sendo capaz <strong>de</strong> falar<br />

ou enten<strong>de</strong>r o idioma do paciente indígena, pois não recebeu treinamentos durante a fase<br />

<strong>de</strong> graduação, portanto a comunicação é incompleta. Devido a estes aspectos, <strong>de</strong>vemos<br />

obter todo o tipo <strong>de</strong> informação do paciente, principalmente sobre sua etnia. Quanto maior<br />

a nossa habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> correlacionar esse saber do paciente com o nosso, melhor será nosso<br />

<strong>de</strong>sempenho nas condutas a serem realiza<strong>da</strong>s.<br />

O que po<strong>de</strong>mos fazer para humanizar o atendimento?<br />

O i<strong>de</strong>al seria que todos falássemos uma língua universal ou que os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

dominassem as mais <strong>de</strong> 170 línguas indígenas.<br />

O importante é que o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> tenha a consciência <strong>de</strong> que ao falarmos<br />

<strong>de</strong> comunicação, não falamos apenas <strong>da</strong>s palavras expressas para a outra pessoa, que<br />

po<strong>de</strong>m ser dimensiona<strong>da</strong>s como comunicação verbal, mas que a comunicação humana,<br />

face a face, interpessoal, também se faz pela comunicação não verbal, que não envolve<br />

diretamente as palavras. As expressões faciais, as nossas posturas corporais diante do outro,<br />

a maneira como o tocamos, as distâncias interpessoais, po<strong>de</strong>m transmitir nosso real<br />

interesse pelo seu bem-estar.<br />

Para termos a certeza <strong>de</strong> que a comunicação está ocorrendo <strong>de</strong> maneira efetiva, temos<br />

que ser coerentes em nossas palavras e em to<strong>da</strong> comunicação não verbal, consi<strong>de</strong>rando<br />

quatro pontos importantes:<br />

a) complementar a comunicação verbal – quando dizemos “seja bem-vindo” sorrindo<br />

para o paciente, olhando nos seus olhos.<br />

b) contradizer o verbal – quando dizemos “muito prazer” apertando a mão do outro<br />

como se fosse um “peixe morto” ou com medo <strong>de</strong> tocá-lo ou com sentimentos <strong>de</strong><br />

repulsa.<br />

c) substituir o verbal – quando utilizamos o gesto positivo <strong>da</strong> cabeça, olhando para<br />

outra pessoa, dizendo não verbalmente “estou te ouvindo” ou “estou atento a<br />

você”.<br />

d) <strong>de</strong>monstração do nosso sentimento – quando realmente nos envolvemos em saber<br />

qual o problema do outro.<br />

Freqüentemente não temos consciência nem controle voluntário <strong>de</strong> nossa comunicação<br />

não verbal, pois quando estamos felizes ou satisfeitos com nossos atos, nossa freqüência<br />

cardíaca aumenta, nossa pupila se dilata involuntária e inconscientemente. Po<strong>de</strong>mos afirmar<br />

que na dúvi<strong>da</strong> entre a mensagem verbal e não verbal, os pacientes confiam nessa linguagem<br />

silenciosa, que fala <strong>da</strong> essência do ser humano, dos nossos sentimentos.<br />

18<br />

Fun<strong>da</strong>ção Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!