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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />

As ressalvas em relação a uma reforma tributária mais conseqüente<br />

levaram a algumas mu<strong>da</strong>nças parciais em 1996, como o ressarcimento<br />

aos exportadores, e à Lei Kandir, que repercutiram negativamente no<br />

federalismo fiscal.<br />

A partir do final dos anos 1990, o controle <strong>da</strong>s dívi<strong>da</strong>s públicas<br />

e a geração de superávits primários tornaram-se questões centrais<br />

na política econômica. Em 1999, a União concluiu, com os Estados, o<br />

processo de renegociação <strong>da</strong>s dívi<strong>da</strong>s estaduais, transforma<strong>da</strong>s em<br />

dívi<strong>da</strong>s contratuais que deveriam ser garanti<strong>da</strong>s mediante o estabelecimento<br />

de limites de gastos e endivi<strong>da</strong>mentos. O incremento <strong>da</strong>s receitas,<br />

num ambiente de elevados juros, não foi suficiente para reduzir<br />

a dívi<strong>da</strong> pública que continuou crescendo. Esse círculo vicioso é responsável<br />

pelo crescimento <strong>da</strong> carga tributária que atinge, conforme se<br />

vê no Gráfico 17, 38,94% do PIB brasileiro.<br />

A rolagem <strong>da</strong>s dívi<strong>da</strong>s dos Estados e dos municípios com a União<br />

tem custado, a esses entes federados, recursos substantivos e crescentes.<br />

Apesar disso, essas dívi<strong>da</strong>s não param de crescer. Em 2004<br />

Estados e municípios pagaram à União 10,07 bilhões de reais e em<br />

2005 esse valor subiu para 17,68 bilhões de reais; não obstante, a dívi<strong>da</strong><br />

consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> de Estados e municípios com a União evoluiu, no<br />

mesmo período, de 300,17 bilhões de reais para 336,84 bilhões de reais<br />

(Afonso, 2006b).<br />

Uma análise <strong>da</strong>s receitas disponíveis por entes federados é feita<br />

na Tabela 18. A receita disponível leva em conta as transferências obrigatórias<br />

dos recursos entre entes federados. Ela é de 57,6% <strong>da</strong> União,<br />

22,4% do PIB; 25,2% dos Estados, 9,8% do PIB; e 17,2% dos municípios,<br />

6,7% do PIB. Mas o que chama atenção é a forte que<strong>da</strong> na receita dos<br />

Estados, de 35,11% em 1965 para 25,2% em 2005. No mesmo período<br />

a União passou de 54,8% para 57,6%, tendo recuperado a posição<br />

em 2005 relativamente a 1991. Os municípios passaram de 10,1% para<br />

17,2%, mas se estabilizaram a partir de 1998 (Afonso, 2006b).<br />

TABELA 18: DIVISÃO FEDERATIVA DAS RECEITAS DISPONÍVEIS. BRASIL, ANOS<br />

SELECIONADOS<br />

ANO UNIÃO (%) ESTADOS (%) MUNICÍPIOS (%) TOTAL (%)<br />

1965 54,8 35,1 10,1 100,0<br />

1988 60,1 26,6 13,3 100,0<br />

1991 54,7 29,6 15,7 100,0<br />

1998 56,2 26,6 17,2 100,0<br />

2005 57,6 25,2 17,2 100,0<br />

Fonte: Afonso (2006b).

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