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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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CONASS<br />

tributário; os Estados, de 23,3% para 29,6%; e os municípios, de 12,6%<br />

para 15,7% (IPEA, 2006).<br />

A situação econômica pós-constitucional, especialmente aquela dos<br />

anos 1990, não se mostrou favorável para conciliar descentralização<br />

tributária e ampliação de recursos sociais. Isso se refletiu fortemente<br />

nas receitas <strong>da</strong> União que começou a aumentar a receita tributária<br />

pelo aumento <strong>da</strong>s contribuições sociais. Estas foram responsáveis por<br />

64% do aumento <strong>da</strong> carga tributária total após a Constituição Federal.<br />

Esse mecanismo teve impactos sobre a competitivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> economia,<br />

porque as contribuições são cumulativas, e sobre o federalismo fiscal,<br />

porque as contribuições não são automaticamente repassa<strong>da</strong>s aos<br />

entes subnacionais. O impacto negativo foi maior entre os Estados<br />

pela que<strong>da</strong> acentua<strong>da</strong>, principalmente na primeira metade dos anos<br />

1990, <strong>da</strong>s receitas do ICMS.<br />

Essa que<strong>da</strong> repercutiu na capaci<strong>da</strong>de de financiamento dos Estados<br />

e, conseqüentemente, na possibili<strong>da</strong>de de participar mais efetivamente<br />

no co-financiamento dos direitos sociais, constitucionalmente<br />

ampliados.<br />

No plano federal, houve mu<strong>da</strong>nças substantivas internas na seguri<strong>da</strong>de<br />

social. No interior <strong>da</strong> seguri<strong>da</strong>de social, a crise <strong>da</strong> previdência<br />

social foi retirando recursos crescentes dos outros setores e diminuindo,<br />

relativamente, as possibili<strong>da</strong>des de garantir os direitos coletivos<br />

na <strong>Saúde</strong> e na Assistência Social. Em 1993, a previdência social cortou,<br />

de forma definitiva, o repasse de recursos para a <strong>Saúde</strong>.<br />

Após o Plano Real instituiu-se um mecanismo de financiamento do<br />

gasto público pelo aumento <strong>da</strong> carga tributária, ampliando as contribuições<br />

sociais e instituindo um constrangimento às vinculações orçamentárias<br />

por meio <strong>da</strong> DRU. Além disso, a estabilização <strong>da</strong> moe<strong>da</strong><br />

extinguiu o imposto inflacionário que era uma fonte de ganhos para<br />

os governos, especialmente os subnacionais. A combinação de uma<br />

âncora no câmbio com elevação de juros gerou um processo de forte<br />

endivi<strong>da</strong>mento público.<br />

O avanço dos gastos previdenciários sobre os recursos <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong><br />

levou a uma crise agu<strong>da</strong> de financiamento desse setor no início <strong>da</strong><br />

segun<strong>da</strong> metade dos anos 1990. O setor <strong>Saúde</strong>, sob a liderança do<br />

ministro Adib Jatene, reagiu e esse movimento de mobilização social<br />

levou à criação <strong>da</strong> Contribuição Provisória <strong>da</strong> Movimentação Financeira<br />

(CPMF). Originalmente, a idéia era que a totali<strong>da</strong>de desses recursos<br />

seria para a <strong>Saúde</strong>; hoje, em tornode 40% deles se destinam ao financiamento<br />

do <strong>SUS</strong>.<br />

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