04.08.2013 Views

SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

92<br />

<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />

Havana de 2000, como a ausência de diferenças sistemática e potencialmente<br />

remediáveis em um ou mais aspectos <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> que<br />

se manifestam em populações ou grupos populacionais, definidos<br />

social, demográfica ou geograficamente (Starfield, 2006).<br />

A Organização Mundial <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> estabelece que um dos objetivos<br />

dos sistemas de saúde é o alcance de um nível ótimo de saúde, distribuído<br />

de forma eqüitativa (World Health Organization, 2000). Apesar<br />

disso, a eqüi<strong>da</strong>de não atinge, na legislação constitucional e infraconstitucional<br />

do <strong>SUS</strong>, um status jurídico singularizado. A Lei n. 8.080/1990<br />

apenas menciona no seu art. 2º, parágrafo 1º, o dever do Estado de<br />

estabelecer acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de<br />

promoção, proteção e recuperação <strong>da</strong> saúde. Não obstante, a eqüi<strong>da</strong>de<br />

tem sido interpreta<strong>da</strong>, seja no discurso oficial, seja na fala de atores<br />

sociais de relevância na arena sanitária, como um princípio do <strong>SUS</strong>. É<br />

justo que seja assim porque os sistemas públicos universais devem<br />

buscar a eqüi<strong>da</strong>de.<br />

A eqüi<strong>da</strong>de em <strong>Saúde</strong> pode ser analisa<strong>da</strong> em diferentes perspectivas:<br />

no atendimento/uso dos serviços, nos resultados sanitários e no<br />

financiamento.<br />

Aqui, vai tratar-se <strong>da</strong> eqüi<strong>da</strong>de no financiamento do <strong>SUS</strong>, a partir<br />

<strong>da</strong>s transferências dos recursos do <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> aos Estados.<br />

Tem havido, especialmente em anos recentes, uma diminuição <strong>da</strong>s<br />

diferenças nos valores per capita <strong>da</strong>s transferências federais aos Estados.<br />

No período de 2002 a 2004 esses valores aumentaram 24,4%<br />

no Norte, 23,5% no Nordeste e 17% no Sudeste e Sul (<strong>Ministério</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Saúde</strong>, 2005b). Em 2005 as transferências per capita dos recursos do<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> para os Estados brasileiros, conforme a Tabela 17,<br />

mostra uma situação que se aproxima de uma distribuição igualitária.<br />

Contudo, uma alocação de recursos igualitária, ain<strong>da</strong> que tenha as<br />

vantagens <strong>da</strong> aceitabili<strong>da</strong>de política e <strong>da</strong> transparência, não significa<br />

uma distribuição eqüitativa porque não se faz segundo as necessi<strong>da</strong>des<br />

em <strong>Saúde</strong> diferencia<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s populações. Se toma o IDH como uma<br />

proxy <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des em <strong>Saúde</strong> e a cobertura do Sistema de <strong>Saúde</strong><br />

Suplementar como uma proxy <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des socioeconômicas;<br />

como se vê na Tabela 17, a distribuição próxima à igual<strong>da</strong>de torna-se<br />

iníqua. Tomem-se os casos do Rio Grande do Norte e São Paulo. O Rio<br />

Grande do Norte recebeu do <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>, no ano, R$ 125,91<br />

per capita e São Paulo um valor, muito próximo, de R$ 126,43. Entretanto,<br />

o Rio Grande do Norte tem um IDH de 0,705 e uma cobertura<br />

de planos privados de 10,3% <strong>da</strong> população; São Paulo tem um IDH de<br />

0,820 e uma cobertura priva<strong>da</strong> de 37,8% <strong>da</strong> população.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!