SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde
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<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />
mostra que 43,8% dos gastos são na assistência hospitalar e ambulatorial<br />
(ações de média e alta complexi<strong>da</strong>de), 19,6% na atenção primária<br />
à saúde, 4,1% em procedimentos profiláticos e terapêuticos e 1,8 em<br />
vigilância em <strong>Saúde</strong>. Essa composição dos gastos do <strong>SUS</strong> por funções<br />
não se diferencia fun<strong>da</strong>mentalmente do que se observa na experiência<br />
internacional.<br />
TABELA 14: GASTOS DO <strong>SUS</strong> POR FUNÇÕES, 2005<br />
FUNÇÃO<br />
GASTO<br />
R$ BILHÕES<br />
GASTO % PIB %<br />
ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E<br />
AMBULATORIAL<br />
30,1 43,8 1,55<br />
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 13,4 19,6 0,69<br />
APOIO PROFILÁTICO E TERAPÊUTICO 2,8 4,1 0,15<br />
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 1,4 2,1 0,07<br />
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 0,8 1,2 0,04<br />
VIGILÂNCIA SANITÁRIA 0,4 0,6 0,02<br />
DEMAIS FUNÇÕES 19,9 28,9 1,03<br />
TOTAL 68,8 100,0 3,55<br />
Fonte: <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>: STN, In: Afonso (2006a).<br />
Uma análise mais acura<strong>da</strong>, realiza<strong>da</strong> na função <strong>da</strong> assistência hospitalar<br />
e ambulatorial, traz informações menos tranquilizadoras. É que<br />
nesse componente, além de um forte subfinanciamento <strong>da</strong>s ações<br />
de média complexi<strong>da</strong>de, há uma migração interna desses recursos<br />
para os procedimentos de alta complexi<strong>da</strong>de.<br />
O subfinanciamento <strong>da</strong>s ações de média complexi<strong>da</strong>de parece estar<br />
acontecendo no <strong>SUS</strong> e tem repercussões na eficiência dos gastos,<br />
na oferta de serviços e nos resultados sanitários. Uma fonte de constantes<br />
reclamações <strong>da</strong> população em relação ao <strong>SUS</strong> está na dificul<strong>da</strong>de<br />
de se obter consultas médicas e exames especializados em tempo<br />
oportuno. Sabe-se que há fortes restrições a internações em procedimentos<br />
de média complexi<strong>da</strong>de. Tudo isso parece estar associado com<br />
a insuficiência dos recursos despendidos na média complexi<strong>da</strong>de.<br />
Além disso, a restrição de recursos nos procedimentos de média<br />
complexi<strong>da</strong>de faz com os valores pagos aos prestadores desses<br />
serviços, pelo <strong>SUS</strong>, estejam muito defasados e sofram dificul<strong>da</strong>des<br />
para serem reajustados. É o caso dos procedimentos de média complexi<strong>da</strong>de<br />
hospitalar.