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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />

Todos esses <strong>da</strong>dos atestam que há uma enorme ineficiência de escala<br />

na rede hospitalar do <strong>SUS</strong> e que isso representa um grande desperdício<br />

dos recursos escassos desse sistema público de saúde. Uma política<br />

conseqüente de atenção hospitalar no <strong>SUS</strong> envolverá, além de alocar<br />

mais recursos, <strong>da</strong>r mais eficiência à utilização dos recursos já comprometidos.<br />

O que exigirá um processo – politicamente complexo – de mu<strong>da</strong>nça<br />

profun<strong>da</strong> <strong>da</strong> rede hospitalar do <strong>SUS</strong> que permitirá chegar a uma<br />

rede hospitalar socialmente necessária, com muito menos hospitais,<br />

estrategicamente localiza<strong>da</strong> nos territórios sanitários e com escalas<br />

adequa<strong>da</strong>s para prestar serviços econômicos e de quali<strong>da</strong>de.<br />

Ademais, a ineficiência de escala do <strong>SUS</strong> pode ser também encontra<strong>da</strong><br />

no sistema de apoio diagnóstico. Essa ineficiência vai se explicar,<br />

também, em boa parte, pelo processo de municipalização que<br />

levou ao credenciamento de milhares de pequenos laboratórios nos<br />

municípios brasileiros.<br />

O sistema de apoio diagnóstico, à semelhança dos hospitais, é muito<br />

sensível às economias de escala e apresenta relações muito fortes<br />

entre escala e quali<strong>da</strong>de. Por essa razão, há, em âmbito mundial, um<br />

fenômeno de fusões de laboratórios em busca de escala e quali<strong>da</strong>de.<br />

Esse movimento começa a ocorrer no Brasil. Em São Paulo, três laboratórios<br />

privados já detêm 25% do total <strong>da</strong> produção de exames de<br />

patologia clínica naquele Estado (Valor Econômico, 2001).<br />

A lógica de estruturação <strong>da</strong>s redes de laboratórios para obter economias<br />

de escala e quali<strong>da</strong>de passa, nos sistemas públicos de saúde,<br />

por uma estruturação em redes com a descentralização <strong>da</strong> coleta para<br />

as uni<strong>da</strong>des de saúde, com a centralização do processamento dos exames<br />

e com o desenvolvimento de sistemas logísticos ágeis que liguem<br />

as duas pontas dessa rede.<br />

O exame <strong>da</strong> Tabela 13 permite verificar que tem havido uma tendência<br />

de crescimento dos exames de patologia clínica no <strong>SUS</strong>, que<br />

passaram de 259,780 milhões em 2002 para 315,348 milhões em 2005.<br />

Os gastos com esses exames foram de 1,033 bilhão de reais em 2002<br />

para 1,304 bilhão em 2005. A rede de apoio diagnóstico do <strong>SUS</strong> envolveu,<br />

em 2005, 13.579 laboratórios de patologia clínica. Há, no <strong>SUS</strong> um<br />

laboratório de patologia clínica para ca<strong>da</strong> 13.350 habitantes e o número<br />

médio de exames realizados por laboratório é de 23.223 exames/<br />

ano. Esses números indicam uma escala muito baixa que determina<br />

enormes deseconomias no sistema de apoio diagnóstico.

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