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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />

A integrali<strong>da</strong>de, corretamente interpreta<strong>da</strong> nos sistemas de saúde,<br />

racionaliza a oferta dos serviços e, por isso, transforma-se em instrumento<br />

fun<strong>da</strong>mental de melhoria <strong>da</strong> eficiência dos gastos em <strong>Saúde</strong>.<br />

Até porque a experiência internacional de reformas sanitárias mostra<br />

que as medi<strong>da</strong>s mais eficazes de aumento <strong>da</strong> eficiência dos sistemas<br />

de saúde fazem-se do lado <strong>da</strong> oferta e não <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> (Saltman e<br />

Figueras, 1997).<br />

2.7.2. Integrali<strong>da</strong>de clássica e uma nova integrali<strong>da</strong>de<br />

A Organização Mundial <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>, no Relatório Mundial <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong><br />

de 2000, fala de diferentes interpretações do universalismo. Uma releitura<br />

desse posicionamento oficial <strong>da</strong> OMS, transposta para o campo<br />

<strong>da</strong> integrali<strong>da</strong>de, permite identificar uma integrali<strong>da</strong>de clássica e uma<br />

nova integrali<strong>da</strong>de. A integrali<strong>da</strong>de clássica, desenvolvi<strong>da</strong> na primeira<br />

metade do século XX, especialmente nas economias de bem-estar<br />

social, implicava garantir, por meio de sistemas públicos universais,<br />

o livre acesso de todos os ci<strong>da</strong>dãos a todos os serviços de saúde. Nas<br />

últimas déca<strong>da</strong>s, contudo, fruto <strong>da</strong>s profun<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças políticas e<br />

econômicas no mundo, foi se impondo uma nova integrali<strong>da</strong>de em que<br />

os serviços ofertados aos ci<strong>da</strong>dãos passaram a ser definidos por critérios<br />

de efetivi<strong>da</strong>de e aceitabili<strong>da</strong>de social. Assim se reconhece que os<br />

sistemas de saúde não devem nem podem ofertar a to<strong>da</strong>s as pessoas<br />

a totali<strong>da</strong>de dos serviços disponíveis. Essa nova integrali<strong>da</strong>de rejeita,<br />

por igual, o racionamento de serviços de saúde, técnica e socialmente<br />

necessários, a grupos inteiros <strong>da</strong> população, especialmente excluídos<br />

por níveis sócio-econômicos (World Health Organization, 2000). Por<br />

isso, afasta, por indesejável e eticamente injustificável, a proposta de<br />

cestas básicas de serviços de saúde que fizeram parte <strong>da</strong>s reformas<br />

do setor nos anos 90 (Banco Mundial, 1993).<br />

Como propõe Gilson Carvalho (2006), a integrali<strong>da</strong>de regula<strong>da</strong> se<br />

impõe no <strong>SUS</strong> e se expressará na definição e oferta, a todos os brasileiros,<br />

de um conjunto de serviços, discutido com base técnica na efetivi<strong>da</strong>de<br />

e na segurança <strong>da</strong>s tecnologias, no seu conteúdo ético, em sua<br />

conformi<strong>da</strong>de com as necessi<strong>da</strong>des de saúde <strong>da</strong> população e em sua<br />

aceitabili<strong>da</strong>de social. Assim, o <strong>SUS</strong> deve ofertar, a todos os brasileiros,<br />

um conjunto de serviços sanitária e socialmente necessários.<br />

2.7.3. A experiência internacional<br />

A experiência internacional é varia<strong>da</strong> na definição <strong>da</strong>s carteiras de

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