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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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CONASS<br />

Há evidência empírica robusta de que os gastos em <strong>Saúde</strong> são prócíclicos<br />

e que os gastos públicos em <strong>Saúde</strong> são fortemente pró-cíclicos.<br />

Isso significa que o incremento do PIB determina aumentos significativos<br />

nos gastos em <strong>Saúde</strong> (Musgrove, 1996). Infelizmente, o Brasil<br />

não tem conseguido, nas últimas déca<strong>da</strong>s, construir um processo de<br />

crescimento econômico sustentado. Entretanto, esse é o grande desafio<br />

que se coloca para o país e que, se alcançado, terá repercussões<br />

muito favoráveis no gasto em <strong>Saúde</strong>.<br />

A outra forma de aumentar os gastos públicos em <strong>Saúde</strong> é pelo<br />

incremento <strong>da</strong> participação relativa dos gastos em <strong>Saúde</strong> no total<br />

dos gastos governamentais. Para isso ocorrer, na prática, seria necessário<br />

deslocar gastos internos do orçamento público para a <strong>Saúde</strong>,<br />

seja em decorrência do aumento <strong>da</strong> eficiência do gasto público em<br />

geral, seja pela competição com outras categorias de gastos.<br />

A idéia de que não se podem aumentar os gastos públicos em <strong>Saúde</strong><br />

porque não é possível ampliar a carga fiscal merece ser melhor<br />

analisa<strong>da</strong>. Essa premissa implica aceitar que a composição do gasto<br />

público brasileiro é adequa<strong>da</strong> e não deve ser modifica<strong>da</strong>. Uma carga<br />

tributária em percentual do PIB inferior ou muito inferior à brasileira<br />

não significa, necessariamente, um gasto público em <strong>Saúde</strong> em percentual<br />

do PIB inferior ao brasileiro. É o que se constata na Tabela 7. O<br />

caso chileno chama a atenção: é um país de muito baixa carga fiscal,<br />

apenas 18,7% do PIB; ain<strong>da</strong> assim, seu gasto público em <strong>Saúde</strong> está<br />

muito próximo do brasileiro. Todos os outros países mostram uma carga<br />

fiscal menor que a brasileira e gastos públicos maiores.<br />

TABELA 7: CARGA TRIBUTÁRIA E GASTO PÚBLICO EM SAÚDE EM PAÍSES<br />

SELECIONADOS, 2003.<br />

PAÍS<br />

CARGA TRIBUTÁRIA<br />

% DO PIB<br />

GASTO PÚBLICO<br />

% DO PIB<br />

ARGENTINA 25,9 4,3<br />

BRASIL 38,9 3,4<br />

CANADÁ 34,4 6,9<br />

CHILE 18,7 3,0<br />

ESTADOS UNIDOS 25,7 6,8<br />

ESPANHA 34,2 5,5<br />

Fontes: Afonso, Meirelles, Castro (2006). World Health Organization (2006).<br />

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