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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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CONASS<br />

dos pelo Instituto Nacional de Seguri<strong>da</strong>de Social passaram a cobrir as<br />

despesas previdenciárias e o setor teve que disputar, com distintas<br />

áreas, outras fontes de receitas.<br />

Nesse cenário surgiram algumas soluções para <strong>da</strong>r maior estabili<strong>da</strong>de<br />

ao financiamento <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>, como a Contribuição Provisória sobre<br />

Movimentação Financeira (CPMF), em 1996, e a Emen<strong>da</strong> Constitucional<br />

n. 29, em 2000, que vinculou o mínimo a ser aplicado em<br />

ações e serviços de saúde pelos governos municipais e estaduais e<br />

pela União. Para os Estados, o mínimo é de 12% <strong>da</strong>s receitas próprias<br />

e para os municípios, 15% <strong>da</strong>s receitas próprias. No caso <strong>da</strong> União, o<br />

limite mínimo de gasto foi estabelecido como o valor empenhado em<br />

1999, acrescido de 5% e, nos anos subseqüentes, <strong>da</strong> variação nominal<br />

do Produto Interno Bruto (CONASS, 2006).<br />

Não obstante a legislação construí<strong>da</strong> ao longo dos anos, os recursos<br />

financeiros para o <strong>SUS</strong> têm sido insuficientes para <strong>da</strong>r suporte a um<br />

sistema público universal de quali<strong>da</strong>de.<br />

Na Tabela 3, página 61, pode-se observar que o Brasil tem uma composição<br />

de gasto em <strong>Saúde</strong> incompatível com o financiamento de um<br />

sistema público universal. Os gastos públicos representam 45,3% dos<br />

gastos totais em <strong>Saúde</strong>; esse valor é muito inferior aos dos países que<br />

têm sistemas públicos universais, um pouco superior ao valor dos Estados<br />

Unidos e inferior aos valores de Argentina, Chile e México.<br />

Na Tabela 4 pode-se verificar que, em termos internacionais, o Brasil<br />

gasta pouco em <strong>Saúde</strong>. Em termos percentuais do PIB o Brasil supera<br />

Chile, Costa Rica e México, mas situa-se abaixo <strong>da</strong> Argentina e dos países<br />

desenvolvidos <strong>da</strong> OECD, que, em média, despendem 8,5% do PIB com<br />

saúde. Contudo, em relação aos gastos per capita em dólares médios, o<br />

Brasil gasta, apenas, 212 dólares anuais per capita, valor inferior aos de<br />

Argentina (426 dólares), Chile (282 dólares), Costa Rica (305 dólares) e<br />

México (372 dólares). A comparação com a Argentina é interessante porque,<br />

mesmo depois de uma enorme crise, aquele país ain<strong>da</strong> gasta mais<br />

em <strong>Saúde</strong> que o Brasil; anteriormente à crise, a Argentina gastava três<br />

vezes mais que o Brasil. Por certo, os gastos per capita do Brasil são<br />

muito inferiores aos dos países desenvolvidos. Entretanto, o que chama<br />

mais atenção é o gasto público per capita. O gasto público per capita do<br />

Brasil é de apenas 96 dólares anuais, frente a 300 dólares <strong>da</strong> Argentina,<br />

137 dólares do Chile, 240 dólares <strong>da</strong> Costa Rica e 172 dólares do México<br />

(World Health Organization, 2006).<br />

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