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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />

cluir que houve, entre 2001 e 2005, um crescimento forte <strong>da</strong> receita<br />

do Sistema de <strong>Saúde</strong> Suplementar que suplanta a inflação do período<br />

e o aumento do número de beneficiários. Além disso, ain<strong>da</strong> que não<br />

se conheçam os custos administrativos do <strong>SUS</strong>, esses <strong>da</strong>dos apontam<br />

para o que se sabe <strong>da</strong>s evidências internacionais que mostram que os<br />

sistemas privados apresentam custos administrativos bem mais altos<br />

que os sistemas públicos.<br />

O Sistema de <strong>Saúde</strong> Suplementar opera por meio de 16.348 planos<br />

de saúde com beneficiários. Desses, 7.395 planos têm menos de cem<br />

beneficiários, 45,2% do total; 12.841 têm menos de mil beneficiários,<br />

78,5% do total; e apenas 16 planos têm mais de cem mil beneficiários,<br />

0,1% do total (Agência Nacional de <strong>Saúde</strong> Suplementar, 2006). Tudo<br />

isso evidencia que esse sistema opera com grandes “deseconomias”<br />

de escala que, na <strong>Saúde</strong>, além de determinarem ineficiências econômicas,<br />

repercutem sobre a quali<strong>da</strong>de dos serviços (Ferguson, Sheldon,<br />

Posnett, 1997). Evidências internacionais apontam uma escala mínima<br />

de 120 mil beneficiários para que os planos privados de saúde sejam<br />

ofertados de maneira econômica (Kronick, 1993).<br />

Por fim, o Sistema de <strong>Saúde</strong> Suplementar varia sua cobertura por<br />

classes de rendimentos familiares: na classe de menos de 1 salário<br />

mínimo sua cobertura é de 2,9%; na classe de 1 a 2 salários mínimos,<br />

6,7%; na classe de 2 a 3 salários mínimos, 14,1%; na classe de 3 a 5 salários<br />

mínimos, 24,9%; na classe de 5 a 10 salários mínimos, 43,5%; na<br />

classe de 10 a 20 salários mínimos, 65,8%; e na classe de mais de 20<br />

salários mínimos, de 83,9% (IBGE, 2003b).<br />

1.2.2. Sistema de Desembolso Direto<br />

A segmentação do sistema de saúde brasileiro admite um segundo<br />

sistema privado, o Sistema de Desembolso Direto, representado por<br />

serviços de saúde adquiridos em prestadores privados mediante gastos<br />

diretos dos bolsos <strong>da</strong>s pessoas ou <strong>da</strong>s famílias. Esse é um sistema<br />

pouco considerado nas análises <strong>da</strong>s políticas de saúde no país, mas<br />

é o mais relevante no âmbito privado, relativamente, do ponto de vista<br />

dos gastos sanitários no Brasil. Funciona quase como um sistema<br />

oculto que opera com baixa regulação do Estado.<br />

O Sistema de Desembolso Direto atinge a maior parte <strong>da</strong> população<br />

brasileira, especialmente os 61,5% dos usuários não exclusivos do<br />

<strong>SUS</strong> (CONASS, 2003) que representam, hoje, cerca de 115 milhões de<br />

habitantes.

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