SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde
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<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />
O Programa de Controle do HIV/Aids é referência internacional,<br />
tanto no tratamento quanto na prevenção. Esse programa surgiu em<br />
1986, como uma reação aos primeiros casos relatados no país. O primeiro<br />
caso de Aids foi notificado no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980. No início<br />
a epidemia atingia particularmente grupos vulneráveis de homens<br />
que fazem sexo com homens, usuários de drogas injetáveis e profissionais<br />
do sexo.<br />
O Brasil adotou uma estratégia de controle de HIV/Aids que mantém<br />
em equilíbrio as ações de prevenção e assistência, com vantagem<br />
comparativa em todos os sentidos. Isso foi possível graças à combinação<br />
de vários fatores:<br />
• intervenção precoce que contou com ampla participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />
civil;<br />
• institucionalização de um programa nacional que opera de forma<br />
descentraliza<strong>da</strong>;<br />
• financiamento com recursos próprios <strong>da</strong>s ações de prevenção e<br />
assistência, sendo a participação de recursos externos <strong>da</strong> ordem<br />
de apenas 10% do total do financiamento do programa;<br />
• política de direitos humanos inseri<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as frentes de trabalho;<br />
• acesso universal ao tratamento.<br />
Com isso se evitou, em 2004, pelo sucesso <strong>da</strong>s intervenções terapêuticas,<br />
150 mil internações hospitalares; o tratamento dos 180 mil<br />
pacientes com antiretrovirais custou, em 2005, aproxima<strong>da</strong>mente 850<br />
milhões de reais.<br />
O uso regular de preservativos nas relações sexuais pela população<br />
de 16 a 65 anos cresceu de 23,9% em 1998 para 35,4% em 2005. A proporção<br />
de jovens de 16 a 19 anos que usaram preservativos na primeira<br />
relação sexual subiu, no período de 1998 a 2005, de 45% a 68% entre<br />
os homens e de 51% a 62% entre as mulheres.<br />
Estima-se que haja 193 mil usuários de drogas injetáveis no país,<br />
sendo que 76% deles relataram não compartilhar as seringas. Sessenta<br />
e oito por cento <strong>da</strong>s escolas desenvolvem ações preventivas em<br />
relação às doenças sexualmente transmissíveis e HIV/Aids, 45% em<br />
relação à sexuali<strong>da</strong>de e afetivi<strong>da</strong>de e 52% em relação à gravidez na<br />
adolescência (Okie, 2006).<br />
O <strong>SUS</strong>, além de mostrar <strong>avanços</strong> em termos de estrutura e processos<br />
e de estar desenvolvendo programas de excelência, tem contribuído<br />
para a melhoria dos níveis de saúde <strong>da</strong> população brasileira.