SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde
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CONASS<br />
plantação, menor abrangência em termos de macrofunções e por<br />
ser conduzi<strong>da</strong> por demora<strong>da</strong>s negociações entre os distintos atores<br />
sociais em situação na arena sanitária;<br />
• a reforma de baixo para cima, com grande ênfase na descentralização<br />
e implanta<strong>da</strong> por meio de projetos-piloto; e<br />
• a reforma sem reforma, que se marca pela extrema dificul<strong>da</strong>de de<br />
obtenção de consensos em razão <strong>da</strong> existência de pontos inegociáveis<br />
entre os diferentes atores sociais, o que remete as mu<strong>da</strong>nças<br />
a um plano adjetivo.<br />
A reforma sanitária brasileira de 1988 aproxima-se de uma reforma<br />
de tipo big-bang por sua coincidência com uma janela histórica representa<strong>da</strong><br />
pelo fim do regime militar e pela profundi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças<br />
propostas. Contudo, distancia-se desse tipo de reforma por ter sido<br />
politicamente construí<strong>da</strong> e por ter sido negocia<strong>da</strong> por longo tempo<br />
com vários atores sociais relevantes na arena sanitária.<br />
Além disso, numa perspectiva institucionalista, a reforma sanitária<br />
brasileira teve a constrangê-la no seu escopo as trajetórias passa<strong>da</strong>s<br />
do sistema de saúde brasileiro, especialmente algumas presentes no<br />
modelo médico assistencial privatista e na <strong>Saúde</strong> Suplementar. Contudo,<br />
a partir de sua constituição jurídica, foi se recriando por meio<br />
de reformas incrementais leves, representa<strong>da</strong>s pelas normas operacionais,<br />
obti<strong>da</strong>s por consenso <strong>da</strong>s três esferas de governo após longas<br />
negociações e finalmente materializa<strong>da</strong>s em Portarias Ministeriais.<br />
A primeira norma operacional, a NOB n. 01/1991, edita<strong>da</strong> pela Presidência<br />
do Inamps foi escrita segundo a cultura prevalecente naquela<br />
instituição de assistência médica e, portanto, tinha forte conotação<br />
centralizadora.<br />
Seguiu-se a NOB n. 01/1992, que manteve a estrutura <strong>da</strong> anterior e<br />
criou o Pró-<strong>Saúde</strong>, o Programa para a Reorganização dos Serviços de<br />
<strong>Saúde</strong>.<br />
A NOB n. 01/1993 institucionalizou as Comissões Intergestores Tripartite<br />
e Bipartite criando, dessa forma, um sistema decisório compartilhado<br />
pelas diferentes instâncias federativas, além de impulsionar a<br />
municipalização mediante as habilitações em gestão incipiente, parcial<br />
e semiplena.<br />
Posteriormente, a NOB n. 01/1996 consolidou a política de municipalização<br />
estabelecendo o pleno exercício do poder municipal na fun-<br />
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