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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />

mento (Piass). Paralelamente, começavam a se desenvolver as primeiras<br />

experiências de municipalização <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>.<br />

Nesses espaços de construção <strong>da</strong> medicina comunitária é que se<br />

gestou e difundiu-se o movimento sanitário. Coordenado por grupos<br />

de intelectuais localizados em espaços acadêmicos e institucionais,<br />

articulados com partidos políticos de esquer<strong>da</strong>, o movimento sanitário<br />

constituiu-se na base político-ideológica <strong>da</strong> reforma sanitária<br />

brasileira. Surgiram, na segun<strong>da</strong> metade dos anos 1970, o Centro Brasileiro<br />

de Estudos em <strong>Saúde</strong> (Cebes) e a Associação Brasileira de Pós-<br />

Graduação em <strong>Saúde</strong> Coletiva (Abrasco).<br />

A crise agu<strong>da</strong> <strong>da</strong> Previdência Social no início dos anos 1980 fez<br />

surgir, no plano político-institucional, o Conselho Consultivo <strong>da</strong> Administração<br />

de <strong>Saúde</strong> Previdenciária (Conasp) que teve nas Ações Integra<strong>da</strong>s<br />

de <strong>Saúde</strong> (AIS) um de seus pilares. As Ações Integra<strong>da</strong>s de<br />

<strong>Saúde</strong> foram implanta<strong>da</strong>s em 1983 como um programa de atenção médica<br />

para áreas urbanas, numa co-gestão entre o Instituto Nacional de<br />

Assistência Médica <strong>da</strong> Previdência Social (Inamps) e as Secretarias<br />

Estaduais de <strong>Saúde</strong>.<br />

Os Secretários Estaduais de <strong>Saúde</strong> criaram em fevereiro de 1982 o<br />

Conselho Nacional de Secretários de <strong>Saúde</strong> (CONASS). No final <strong>da</strong>quele<br />

ano, elegeram-se, em pleitos diretos, vários governadores de<br />

oposição ao regime militar e, com eles, passaram a ocupar espaços<br />

políticos e técnicos importantes nas Secretarias Estaduais de <strong>Saúde</strong>,<br />

participantes do movimento sanitário. Da mesma forma, em 1983, foram<br />

eleitos vários prefeitos municipais que deram alento ao movimento<br />

de municipalização <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> e aos encontros nacionais de secretários<br />

municipais de saúde. Em 1988, criou-se o Conselho Nacional de<br />

Secretários Municipais de <strong>Saúde</strong> (Conasems).<br />

Em março de 1986 ocorreu o evento político-sanitário mais importante<br />

<strong>da</strong> segun<strong>da</strong> metade do século passado, a VIII Conferência Nacional<br />

de <strong>Saúde</strong>, onde foram lança<strong>da</strong>s as bases doutrinárias de um<br />

novo sistema público de saúde. Essa conferência teve desdobramentos<br />

imediatos num conjunto de trabalhos técnicos desenvolvidos pela<br />

Comissão Nacional de Reforma Sanitária que serviriam de base à elaboração<br />

<strong>da</strong> Seção <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> <strong>da</strong> Constituição Federal de 1988. O relatório<br />

final <strong>da</strong> conferência colocou três grandes referenciais para a reforma<br />

sanitária brasileira: um conceito amplo de saúde; a saúde como<br />

direito <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e dever do Estado; e a instituição de um sistema<br />

único de saúde, organizado pelos princípios <strong>da</strong> universali<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> in-

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