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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />

A análise dessa situação permite identificar uma característica básica<br />

do atual regime regulatório brasileiro: a existência de uma legislação<br />

que preserva “monopólios” de regulação do trabalho, os quais, muitas<br />

vezes, extrapolam os seus próprios limites de atuação, disseminando<br />

conflitos que alimentam a competição entre corporações regulamenta<strong>da</strong>s,<br />

ou suas especiali<strong>da</strong>des, ou, ain<strong>da</strong>, entre estas e as em vias de<br />

regulamentação.<br />

Embora a Constituição Federal estabeleça competência privativa à<br />

União para legislar sobre a organização do sistema nacional de emprego<br />

e condições para o exercício <strong>da</strong>s profissões, essa atribuição que lhe<br />

é conferi<strong>da</strong> não está sendo exerci<strong>da</strong> plenamente. Ao mesmo tempo, os<br />

conflitos entre os diversos conselhos profissionais – ou mesmo entre<br />

as especiali<strong>da</strong>des subordina<strong>da</strong>s a um mesmo conselho –, em torno<br />

dos limites e <strong>da</strong>s competências de ca<strong>da</strong> especiali<strong>da</strong>de, são cotidianos,<br />

acarretando graves prejuízos para o interesse público. 6<br />

É visão corrente que os profissionais de saúde não têm sido formados<br />

com os conhecimentos, habili<strong>da</strong>des, atitudes e valores suficientes<br />

para o adequado desempenho nos serviços públicos. Inúmeros<br />

estudos e trabalhos assinalam a crise na formação e no desenvolvimento<br />

dos recursos humanos em <strong>Saúde</strong>, decorrente tanto de determinantes<br />

externos quanto internos. Relacionam-se entre os primeiros<br />

as mu<strong>da</strong>nças do processo produtivo e aspectos relativos ao mercado<br />

de trabalho e à organização dos serviços. Quanto aos internos ao<br />

processo educacional, são enfatizados a especialização exagera<strong>da</strong>, a<br />

desarticulação ensino-serviço, e a desintegração de aspectos biológico-social,<br />

básico-profissional, individual-coletivo.<br />

Também é patente a desigual<strong>da</strong>de <strong>da</strong> oferta do mercado educacional<br />

para a formação dos profissionais de saúde no Brasil, tanto geográfica<br />

(regional) quanto qualitativa, revela<strong>da</strong> a partir do processo de<br />

avaliação em curso no país desde a déca<strong>da</strong> passa<strong>da</strong>.<br />

No cenário acima descrito, dentre os problemas mais comuns que<br />

vêm impactando e dificultando a gestão do trabalho no Sistema Único<br />

de <strong>Saúde</strong> destacam-se velhos e novos problemas:<br />

• a pouca flexibili<strong>da</strong>de do Regime Jurídico Único para a gestão<br />

do trabalho;<br />

• a indefinição quanto à regulamentação do Regime Celetista para<br />

o setor público;<br />

6 <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>, 2005.

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