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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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CONASS<br />

setores de serviços, dentre eles, a <strong>Saúde</strong>. Entretanto, uma <strong>da</strong>s contradições<br />

evidentes no setor <strong>Saúde</strong> é o fato de que a flexibilização e<br />

a precarie<strong>da</strong>de do trabalho parecem manifestar-se devido a fatores<br />

que não o maciço desemprego, na medi<strong>da</strong> em que em alguns países<br />

detecta-se que este setor, tanto no segmento público quanto no privado,<br />

comporta-se como um forte indutor de emprego, como é o caso do<br />

Sistema Único de <strong>Saúde</strong> no Brasil.” (Nogueira, 2004).<br />

O conceito de trabalho precário não tem obtido consenso entre os<br />

diferentes atores mais diretamente envolvidos na implementação do<br />

sistema público de saúde, seja entre trabalhadores e gestores, seja<br />

entre os gestores <strong>da</strong>s diferentes esferas de governo.<br />

Três principais conceituações de precarie<strong>da</strong>de e informali<strong>da</strong>de do<br />

trabalho são encontra<strong>da</strong>s entre os autores:<br />

1) caracteriza uma situação de déficit ou ausência de direitos de<br />

proteção social;<br />

2) decorre de uma instabili<strong>da</strong>de do vínculo, do ponto de vista dos<br />

interesses dos trabalhadores;<br />

3) está associa<strong>da</strong> a condições de trabalho de determinados setores<br />

<strong>da</strong> economia que criam vulnerabili<strong>da</strong>de social para os trabalhadores<br />

aí inseridos4 .<br />

A heterogenei<strong>da</strong>de de vínculos, portanto, é outro <strong>da</strong>do importante<br />

que compõe esse conjunto de transformações. As novas formas de contrato<br />

mu<strong>da</strong>m radicalmente os mecanismos de ingresso e manutenção<br />

do trabalhador, estabelecendo novas relações de trabalho, definindo<br />

também a necessi<strong>da</strong>de de adquirir competências que habilitem trabalhadores<br />

e gestores como negociadores <strong>da</strong>s condições de trabalho.<br />

Nessa conjuntura, as instituições deveriam estar prepara<strong>da</strong>s para<br />

realizar negociações e preservar a harmonização dos diferentes vínculos,<br />

função antes media<strong>da</strong> pelos sindicatos e por outras enti<strong>da</strong>des <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de civil na direção do trabalho decente que é o conceito criado<br />

pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para um trabalho<br />

adequa<strong>da</strong>mente remunerado, exercido em condições de liber<strong>da</strong>de,<br />

eqüi<strong>da</strong>de e segurança, capaz de garantir uma vi<strong>da</strong> digna,segundo os<br />

padrões de ca<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />

4 Esse último é o conceito de informali<strong>da</strong>de do trabalho adotado pela Organização Internacional do Trabalho<br />

(OIT). Nesse caso, a vulnerabili<strong>da</strong>de do trabalhador não é defini<strong>da</strong> em termos <strong>da</strong> inexistência de<br />

proteção social ou <strong>da</strong> limita<strong>da</strong> duração do contrato de trabalho, mas pelo fato de que esses empregos são<br />

facilmente destruídos pela falta de vigor e competitivi<strong>da</strong>de do setor econômico que os gera (Nogueira,<br />

Almei<strong>da</strong>, 2004).<br />

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