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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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5. O DESAFIO DA GESTÃO DO TRABALHO NO <strong>SUS</strong><br />

CONASS<br />

5.1 O campo do trabalho em <strong>Saúde</strong><br />

Durante um longo período que se inicia nos anos 1950 e se estende<br />

até meados dos anos 1980, a preocupação dos gestores públicos na<br />

área <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> estava restrita ao financiamento, estrutura <strong>da</strong> rede e<br />

organização dos serviços.<br />

A questão de recursos humanos, na forma em que se organizava a<br />

produção, era abor<strong>da</strong><strong>da</strong> como um dos insumos necessários: recursos<br />

humanos, recursos materiais e recursos financeiros.<br />

A discussão sobre um novo paradigma do trabalho nas socie<strong>da</strong>des<br />

pós-industriais, que se origina nas déca<strong>da</strong>s de 1980 e 1990 a partir <strong>da</strong><br />

reestruturação produtiva, 2 recoloca a centrali<strong>da</strong>de do trabalhador no<br />

processo produtivo, ampliando a discussão sobre a gestão do trabalho,<br />

o que inclui repensar os processos de planejamento e qualificação<br />

do trabalho e do trabalhador, colocando assim uma nova agen<strong>da</strong> para<br />

os gestores.<br />

A reali<strong>da</strong>de do trabalho evidencia uma transformação significativa, caracteriza<strong>da</strong><br />

por uma transição entre o modelo taylorista/fordista — que<br />

vigorou entre os anos 1950 e 1970, no qual a organização do trabalho se<br />

caracterizava pela dominância do trabalho prescrito, com poucas possibili<strong>da</strong>des<br />

de intervenção nos processos produtivos e com pouca autonomia<br />

por parte dos trabalhadores — e um modelo tecnológico baseado na<br />

intelectualização do trabalho cujas principais referências passam a ser o<br />

conhecimento técnico e a qualificação profissional.<br />

Para alguns trata-se de uma estratégia “moderna” para responder<br />

às novas formas de organização do trabalho, decorrentes do processo<br />

de reestruturação produtiva e <strong>da</strong> incorporação tecnológica, enquanto<br />

para outros é uma estratégia “antiga”, capaz de submeter o processo<br />

de qualificação às exigências do mercado.<br />

2 Reestruturação produtiva é o termo que engloba o grande processo de mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s nas empresas<br />

e principalmente na organização do trabalho industrial nos últimos tempos, via introdução de<br />

inovações tanto tecnológicas como organizacionais e de gestão, buscando-se alcançar uma organização<br />

do trabalho integra<strong>da</strong> e flexível. Dentre as mu<strong>da</strong>nças organizacionais destacam-se a redução substancial<br />

dos níveis hierárquicos, a polivalência e multifuncionali<strong>da</strong>de do trabalhador, o trabalho em grupos,<br />

mão-de-obra com maior capacitação e disposta a participar, a aprendizagem, a autonomia, a cooperação,<br />

diferenciando-se <strong>da</strong> lógica <strong>da</strong> especialização intensiva do trabalho (Garay, 2006).<br />

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