SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde
SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde
SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
122<br />
<strong>SUS</strong>: AVANÇOS E DESAFIOS<br />
mento de agudização, as pessoas retornam às suas casas e a condição<br />
continua sua evolução silenciosa. Esse modo de atenção levará, inexoravelmente,<br />
esse portador de diabetes a evoluir para uma retinopatia,<br />
uma cardiopatia, uma nefropatia etc. Ou seja, o enfrentamento de uma<br />
situação epidemiológica de predomínio relativo de condições crônicas<br />
através de um modelo de atenção à saúde voltado para os eventos<br />
agudos é responsável pelos desastres sanitários e econômicos dos sistemas<br />
de saúde. O pior é que as pessoas comuns desejam e defendem<br />
esse sistema do qual são as maiores vítimas.<br />
Por força, em grande parte, <strong>da</strong> inadequação do modelo de atenção<br />
à saúde praticado, o <strong>SUS</strong>, se vem tendo, como se viu anteriormente,<br />
grandes <strong>avanços</strong>, no campo <strong>da</strong>s doenças crônicas não tem conseguido<br />
obter resultados importantes. É o que se constata no Gráfico 28, em<br />
que o Brasil apresenta uma mortali<strong>da</strong>de por doenças crônicas duas<br />
vezes superior à do Canadá e 1,5 maior que o Reino Unido (World Health<br />
Organization, 2005). A partir desses <strong>da</strong>dos não é exagerado afirmar<br />
que o país vive uma epidemia oculta de doenças crônicas.<br />
GRÁFICO 28: TAXAS DE MORTALIDADE AJUSTADAS POR IDADE POR CEM MIL<br />
HABITANTES POR DOENÇAS CRÔNICAS, EM PESSOAS DE 30 ANOS OU MAIS,<br />
EM PAÍSES SELECIONADOS, 2005<br />
1200<br />
1000<br />
800<br />
600<br />
400<br />
200<br />
0<br />
BRASIL CANADÁ CHINA ÍNDIA NIGÉRIA PAQUISTÃO RÚSSIA REINO<br />
UNIDO<br />
Fonte: World Health Organization (2005).<br />
TANZÂNIA<br />
Tomando-se as doenças cardiovasculares, conforme se indica no<br />
Gráfico 29, as taxas de mortali<strong>da</strong>de padroniza<strong>da</strong>s por i<strong>da</strong>de por 100<br />
mil habitantes por doenças cardiovasculares, em pessoas com mais<br />
de 30 anos de i<strong>da</strong>de, caem sustenta<strong>da</strong>mente nos países desenvolvidos,<br />
enquanto permanecem estáveis, em patamares altos, no Brasil, e