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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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CONASS<br />

percussões econômicas são enormes, especialmente nos países mais<br />

pobres. Estima-se que a per<strong>da</strong> de ren<strong>da</strong> nacional devi<strong>da</strong> às doenças<br />

cardiovasculares e diabetes atingirão, nos próximos dez anos, 558 bilhões<br />

de dólares na China e 49,2 bilhões de dólares no Brasil (World<br />

Health Organization, 2005).<br />

As per<strong>da</strong>s sanitárias e econômicas devi<strong>da</strong>s às doenças crônicas são<br />

e serão, mais ain<strong>da</strong>, enormes. Isso se deve, em grande parte, à crise<br />

dos modelos de atenção à saúde que se voltam, em geral, para o<br />

atendimento às condições agu<strong>da</strong>s. No mundo e no Brasil.<br />

4.4. A crise do modelo de atenção à saúde do <strong>SUS</strong><br />

A crise do modelo de atenção à saúde do <strong>SUS</strong> se explicita na incoerência<br />

entre uma situação epidemiológica de dupla carga <strong>da</strong>s doenças,<br />

em que 75% <strong>da</strong>s causas dessa carga é composta por condições<br />

crônicas, e um modelo de atenção à saúde voltado para a atenção às<br />

condições agu<strong>da</strong>s. A Organização Mundial <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> (2003) explica<br />

essa crise dos sistemas de saúde numa frase-síntese: “Quando os<br />

problemas de saúde são crônicos, o modelo de atenção às condições<br />

agu<strong>da</strong>s não funciona. Devem ser desenvolvidos os cui<strong>da</strong>dos inovadores<br />

para as condições crônicas”.<br />

Da<strong>da</strong>s as características singulares <strong>da</strong>s condições agu<strong>da</strong>s e crônicas,<br />

seus manejos, pelos sistemas de serviços de saúde, são inteiramente<br />

diversos. Por isso, um dos problemas centrais <strong>da</strong> crise dos<br />

sistemas de serviços de saúde contemporâneos, inclusive o <strong>SUS</strong>,<br />

consiste no enfrentamento <strong>da</strong>s condições crônicas na mesma lógica<br />

<strong>da</strong>s condições agu<strong>da</strong>s, ou seja, por meio de tecnologias destina<strong>da</strong>s a<br />

responder aos momentos agudos dos agravos – normalmente autopercebidos<br />

pelas pessoas – pela atenção à deman<strong>da</strong> espontânea, principalmente<br />

em uni<strong>da</strong>des ambulatoriais de pronto atendimento ou de internações<br />

hospitalares. E desconhecendo a necessi<strong>da</strong>de imperiosa de<br />

uma atenção contínua nos momentos silenciosos dos agravos, quando<br />

as condições crônicas insidiosamente evoluem, e com intervenções<br />

que se façam, equilibra<strong>da</strong>mente, sobre os determinantes distais e proximais,<br />

sobre os fatores de risco e sobre as doenças e agravos.<br />

A razão é simples. Um portador de diabetes, atendido na lógica<br />

dos sistemas voltados para as condições agu<strong>da</strong>s, receberá uma atenção<br />

fixa<strong>da</strong> somente na doença já instala<strong>da</strong> e em momentos discretos,<br />

quase sempre em fase de agudização <strong>da</strong> doença e mediante atenção<br />

circunstancial à deman<strong>da</strong> espontânea. Feita a intervenção sobre o mo-<br />

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