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SUS: avanços e desafios, 2006. - BVS Ministério da Saúde

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CONASS<br />

2000). Assim, as condições crônicas vão além <strong>da</strong>s doenças crônicas,<br />

como diabetes, hipertensão e câncer, para abarcar, ademais, condições<br />

transmissíveis persistentes como tuberculose, HIV/Aids, hanseníase<br />

e outras, distúrbios mentais de longa duração, deficiências físicas<br />

ou estruturais contínuas e as condições maternas e perinatais. Em<br />

síntese, as condições crônicas poderiam ser defini<strong>da</strong>s como aquelas<br />

que apresentam um período de tempo superior a três meses e que, em<br />

geral, não se autolimitam.<br />

Os modelos de atenção à saúde se diferenciam, marca<strong>da</strong>mente,<br />

conforme seja dirigi<strong>da</strong> a atenção às condições agu<strong>da</strong>s ou às condições<br />

crônicas. Nos últimos 50 anos prevaleceu, na experiência internacional,<br />

o modelo de atenção às condições agu<strong>da</strong>s; neste início de<br />

século deverá impor-se o modelo de atenção às condições crônicas.<br />

A razão é que as condições crônicas se hegemonizaram na situação<br />

epidemiológica dos países.<br />

4.2. A situação de saúde no Brasil<br />

Os principais fatores determinantes do aumento relativo <strong>da</strong>s condições<br />

crônicas são as mu<strong>da</strong>nças demográficas, as mu<strong>da</strong>nças nos padrões<br />

de consumo e nos estilos de vi<strong>da</strong> e a urbanização acelera<strong>da</strong>.<br />

Esses fatores estão presentes no Brasil e determinam uma situação<br />

epidemiológica de dupla carga <strong>da</strong>s doenças, com predomínio relativo<br />

<strong>da</strong>s condições crônicas.<br />

A transição demográfica no país é muito acelera<strong>da</strong>. O efeito combinado<br />

de redução dos níveis de fecundi<strong>da</strong>de e de mortali<strong>da</strong>de resulta<br />

numa transformação <strong>da</strong> pirâmide etária <strong>da</strong> população. O formato triangular,<br />

com base alarga<strong>da</strong>, do início dos anos 2000, irá ceder lugar a uma<br />

pirâmide com parte superior mais larga, típica de socie<strong>da</strong>des envelheci<strong>da</strong>s.<br />

O país que tinha em 2005, aproxima<strong>da</strong>mente 5% de habitantes<br />

com mais de 65 anos, passará a 18% de população idosa em 2030. A<br />

transição demográfica brasileira pode ser observa<strong>da</strong> no Gráfico 24.<br />

A transição demográfica traz duas implicações principais para o<br />

modelo de atenção à saúde. A primeira é o aumento relativo <strong>da</strong>s doenças<br />

crônicas, tal como se viu no Gráfico 6, em que a auto-referência<br />

de doenças crônicas aumenta com a i<strong>da</strong>de. A segun<strong>da</strong> é o incremento<br />

dos custos do sistema de saúde. Os custos com serviços de saúde<br />

obedecem a uma curva em U, com um gasto alto na população de 0 a<br />

4 anos, depois uma que<strong>da</strong> significativa e um crescimento acelerado a<br />

partir dos 45 anos, mais especialmente após os 65 anos. Estudo internacional<br />

acerca de custos em <strong>Saúde</strong> mostra que a população de 65 a<br />

74 anos custa mais de três vezes mais que a população de 18 a 64 anos<br />

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