04.08.2013 Views

matos ramáveis - Mecatrônica Atual

matos ramáveis - Mecatrônica Atual

matos ramáveis - Mecatrônica Atual

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Associada da:<br />

Editora Saber Ltda<br />

Diretor<br />

Hélio Fittipaldi<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

Editor e Diretor Responsável<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Jornalista Responsável<br />

Thayna Santos<br />

Redação<br />

Daniele Aioki,<br />

Natália F. Cheapetta<br />

Revisão Técnica<br />

Eutíquio Lopez<br />

Produção<br />

Diego Moreno Gomes,<br />

Designer<br />

Diego Moreno Gomes<br />

Colaboradores<br />

César Cassiolato<br />

Evaristo Orellana Alves<br />

Filipe Pereira<br />

Gustavo Trombini Lazari<br />

Henrique Oliva de Andrade<br />

José Carlito de Oliveira Filho<br />

Rafael Batalhote Verçosa<br />

Rebecca Lee<br />

PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339<br />

publicidade@editorasaber.com.br<br />

Capa<br />

Stock.XCHNG/www.sxc.hu<br />

Impressão<br />

São Francisco Gráfica e Editora<br />

Distribuição<br />

Brasil: DINAP<br />

Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800<br />

ASSINATURAS<br />

www.mecatronicaatual.com.br<br />

fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366<br />

atendimento das 8:30 às 17:30h<br />

Edições anteriores (mediante disponibilidade de<br />

estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330,<br />

ao preço da última edição em banca.<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> é uma publicação da<br />

Editora Saber Ltda, ISSN 1676-0972. Redação,<br />

administração, publicidade e correspondência:<br />

Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP<br />

03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095-5333<br />

Associação Nacional<br />

das Editoras de Publicações Técnicas,<br />

Dirigidas e Especializadas<br />

Mudanças necessárias<br />

Aos poucos os números de diversas entidades, revelam as pesquisas de comportamento<br />

do mercado industrial, mostram uma recuperação gradual dos diversos<br />

segmentos. Se bem que a crise mundial tenha sido de menor impacto aqui no Brasil,<br />

ela não deixou de ser significativa.<br />

As mazelas do “custo Brasil” ficaram à mostra em maior escala em alguns setores<br />

do que em outros e aqueles que tiveram poder de articulação junto ao mundo<br />

político conseguiram algumas ações paliativas para o seu sofrimento, mas... por<br />

quanto tempo!? Até as próximas eleições!? Não se sabe.<br />

O fato é que um favorzinho aqui, uma alíquota de imposto menor ali, são ações<br />

que fazem mais mal, como um todo, do que bem. Tiram o foco do mercado que<br />

ao invés de lutar para que seja regulamentada a Constituição de 1988 (22 anos de<br />

procrastinação dos “nossos funcionários”, os políticos), fica se atendo a detalhes<br />

menores e com a mente embotada devido à luta entre os tais políticos tanto no âmbito<br />

municipal, quanto no estadual e federal, que defendem seus próprios interesses.<br />

O custo Brasil se avoluma e a cada dia fica mais difícil se produzir aqui, devido<br />

aos custos e à burocracia brasileira. Muitos industriais que estão se conscientizando<br />

disso e na impossibilidade de uma mudança rápida, preferem encerrar suas atividades<br />

fabris no Brasil e transferir-se para o exterior. Quantos empregos de qualidade<br />

e melhor remuneração estamos perdendo!? Quantos engenheiros e técnicos estão<br />

mudando de profissão e nós ficando sem o conhecimento importante para uma<br />

retomada futura!? Se perdermos este bonde agora, a volta será muito difícil ou<br />

quase impossível.<br />

Algumas associações até não pedem, no momento, que os governos municipal,estadual<br />

e federal façam muito. Como exemplo, a Abimaq quer no mínimo, uma isonomia<br />

de impostos para os produtos fabricados aqui com os que vêm do exterior, proclama<br />

seu presidente Luiz Aubert Neto. É uma injustiça com o empresariado brasileiro<br />

e com os trabalhadores, que estão perdendo seus postos de trabalho e indo para o<br />

subemprego.<br />

Os números da “desindustrialização” brasileira são visíveis, ao analisarmos<br />

as pesquisas nos últimos anos e vermos as quedas de participação dos produtos<br />

fabricados aqui contra os importados. Oportunamente voltaremos a este tema em<br />

artigo detalhando tudo isso.<br />

Hélio Fittipaldi<br />

Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br<br />

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. É vedada a reprodução total ou parcial<br />

dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou idéias<br />

oriundas dos textos mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas referentes aos artigos da<br />

Revista deverão ser feitas exclusivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados<br />

todos os cuidados razoáveis na preparação do conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade<br />

legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois tratam-se de projetos experimentais. Tampouco<br />

assumimos a responsabilidade por danos resultantes de imperícia do montador. Caso haja enganos em texto<br />

ou desenho, será publicada errata na primeira oportunidade. Preços e dados publicados em anúncios são por<br />

nós aceitos de boa fé, como corretos na data do fechamento da edição. Não assumimos a responsabilidade por<br />

alterações nos preços e na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.


índice<br />

18<br />

40<br />

12<br />

08<br />

12<br />

18<br />

27<br />

32<br />

36<br />

40<br />

44<br />

Editorial<br />

Notícias<br />

Chão de fábrica<br />

Nova abordagem<br />

“Track and Trace”<br />

Monitoramento Remoto<br />

com o smsCLP<br />

Programação de um CLP:<br />

Modos de programação<br />

Gerenciamento de<br />

Ferramentas de Corte<br />

Libertando o poder do<br />

HART e proporcionando<br />

benefícios aos usuários<br />

PROFINET e PROFIsafe:<br />

Aplicações na indústria<br />

automobilística no Brasil<br />

PROFIBUS<br />

Medição Contínua de<br />

Densidade e Concentração<br />

em Processos Industriais<br />

03<br />

05<br />

50


NI/Divulgação<br />

Com o recurso de visão possibilita aos<br />

engenheiros usarem estas ferramentas<br />

em uma variedade de aplicações de<br />

medição e controle.<br />

Projeto Carbono Zero é lançado<br />

pela DRSA, da ABIMAQ<br />

Alinhada à mobilização mundial de conscientização sobre<br />

o clima e em prol da construção de uma economia de baixo<br />

carbono, a ABIMAQ, através da sua diretoria de Responsabilidade<br />

Socioambiental (RSA), lança o Projeto Carbono Zero,<br />

com o objetivo de provocar uma reflexão sobre o modelo<br />

de gestão adotado pelas empresas associadas e favorecer a<br />

diminuição de emissão de carbono (CO2).<br />

Alessandra Bernuzzi, diretora de RSA, explica que<br />

existem várias ferramentas que viabilizam a diminuição<br />

de emissão de CO2 e a escolhida para a primeira fase do<br />

Projeto foi o Inventário Corporativo de Emissões de Gases<br />

de Efeito Estufa (GEEs), desenvolvido pela Brazilian Carbon<br />

Bureau (BCB) – consultoria que atua no mercado nacional<br />

de créditos de carbono.<br />

“Nós temos responsabilidade com o meio ambiente,<br />

que deve ser alvo contínuo de intervenções e ações em<br />

prol de sua conservação. O nosso Projeto Carbono Zero<br />

visa não só nivelar o conhecimento sobre responsabilidade<br />

socioambiental, mas inclusive promover uma reflexão sobre<br />

este conhecimento”, diz Bernuzzi.<br />

Outro objetivo a ser atingido é a viabilização de negócios<br />

via sustentabilidade, pois, de acordo com a diretora, o inventário<br />

pode e deve auxiliar as empresas a enxergar com<br />

mais clareza a questão e desenhar uma estratégia de redução<br />

e/ou compensação de emissão de CO2 na atmosfera. “O<br />

inventário, continua a diretora, pode incentivar uma reflexão<br />

que promova o desenvolvimento de novos modelos de<br />

gestão, com adoção de medidas como redução de consumo<br />

e de desperdícios de matérias-primas, sistemas energéticos<br />

mais eficientes, alteração de combustíveis pelos chamados<br />

‘mais limpos’ e até plantio de árvores, por exemplo. Cabe<br />

às empresas identificar maneiras de emitir menos carbono,<br />

com projetos de engenharia reversa”.<br />

//notícias<br />

National Instruments disponibiliza<br />

controle avançado, medição e<br />

visão em um único sistema<br />

A companhia anunciou em fevereiro a implementação dos<br />

recursos de visão de máquina ao NI CompactRIO e ao NI Single-Board<br />

RIO, que propiciam aos engenheiros a integração de<br />

medição e controle para sistemas industriais embarcados. Com<br />

esta solução integrada, o CompactRIO torna-se um dos únicos<br />

controladores prog<strong>ramáveis</strong> para automação (PACs) no mercado<br />

a realizar tarefas de visão, proporcionando mais eficiência, com um<br />

menor impacto físico e menos complexidade do sistema.<br />

O recurso de visão de máquina possibilita aos engenheiros usarem<br />

o CompactRIO e o Single-Board RIO em uma variedade de<br />

aplicações de medição e controle, é a solução ideal para aplicações<br />

de robótica, como evitar obstáculos, e para o reconhecimento<br />

de padrões, além de mapeamento e localização simultâneos<br />

(SLAM), onde a funcionalidade de controle de visão avançada<br />

é necessária. Aplicações de vigilância industrial incluem tanto o<br />

acompanhamento do estado da máquina quanto à monitoração<br />

de reservatórios críticos, onde a conectividade com câmeras<br />

infravermelho é vital. Finalmente, o sistema operacional real time<br />

e a pastilha FPGA (Field Programmable Gate Array) integrada usados<br />

no CompactRIO e no NI Single-Board RIO facilitam o processo<br />

de validação FDA para dispositivos médicos embarcados.<br />

Os sistemas de visão de máquina são compostos por duas<br />

partes: a aquisição de imagens e processamento de imagem.<br />

Para possuir as imagens, a gama de software para aquisição<br />

de imagens da NI se expandiu para o protocolo Internet (IP)<br />

de câmeras, incluindo a Basler Vision Technologies. Além do<br />

suporte nativo de câmera IP, a National Instruments Alliance<br />

Partner moviMED lançou a placa de captura analógica AF-1501<br />

para produtos NI Série C, que pode adquirir imagens monocromáticas.<br />

Para processar imagens, os engenheiros agora podem<br />

programar e implantar bibliotecas de processamento de imagem<br />

para o CompactRIO e o Single-Board RIO com o ambiente<br />

gráfico de desenvolvimento NI LabVIEW 2009, utilizando o<br />

Módulo NI Vision Development 2009, que contém funções de<br />

processamento de imagem e visão de máquina.<br />

“No nosso departamento Global de Desenvolvimento e<br />

Tecnologia, estamos sempre procurando otimizar o tamanho,<br />

velocidade e confiabilidade das máquinas de nossa produção”,<br />

explica Ben Engelen, engenheiro sênior de projetos de visão<br />

e medição da Philips GTD Mechanization. “A plataforma<br />

CompactRIO fornece em alta velocidade o determinismo que<br />

necessitamos para um eficiente e preciso posicionamento de<br />

componentes. O novo módulo Movimed AF-1501 de captura<br />

de vídeo nos ajuda a integrar o feedback de vídeo com a mesma<br />

plataforma que automatiza todo o processo.”<br />

Os engenheiros podem adicionar recursos de visão para o<br />

CompactRIO e para os controladores NI Single-Board RIO:<br />

NI cRIO-901x, NI cRIO-902x e 907x cRIO-NI e NI-96xx para<br />

sistemas embarcados. Para saber mais sobre os recursos de visão<br />

do CompactRIO e das plataformas NI Single-Board RIO, visite<br />

http://zone.ni.com/devzone/cda/tut/p/id/10867.<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>


notícias<br />

Indústria automobilística encerra<br />

2009 com crescimento de vendas<br />

O ano passado foi considerado o melhor da história da<br />

indústria automobilística nacional, que fechou com o total de<br />

3.141.226 veículos emplacados, incluindo caminhões, automóveis<br />

e comerciais livres e ônibus. A quantidade surpreendeu<br />

os executivos mais otimistas que diante da crise que ameaçava<br />

abalar o setor no início de 2009.<br />

O aumento constou de 11,35% nas vendas em relação a<br />

2008, que até então era o ano recorde do setor, com 2.820.957<br />

unidades vendidas. Os dados foram divulgados no dia 05 de<br />

janeiro pela Fenabrave - Federação Nacional da Distribuição<br />

de Veículos Automotores.<br />

“Temos um novo piso de volume de vendas, que superou a<br />

média mensal de 250 mil unidades”, disse o presidente da Fenabrave,<br />

Sérgio Reze. De acordo com Reze, se não houvesse crise,<br />

que chegou a afetar o primeiro trimestre do ano, o crescimento<br />

das vendas seria de 3,5%. “O primeiro semestre de 2009 foi de<br />

recuperação e o segundo de crescimento”, concluiu.<br />

O resultado do mês de dezembro representa aumento de<br />

16,4% dos emplacamentos, com 293.030 unidades emplacadas<br />

contra 238.504 unidades no mês anterior. Este resultado representa<br />

o melhor dezembro da história da indústria no Brasil.<br />

Comparando-se com dezembro de 2008, que foi o momento<br />

mais crítico da crise, e quando o governo anunciou o desconto<br />

do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o crescimento<br />

de dezembro de 2009 foi de 50,6%, de 194.550 unidades saltou<br />

para 293.030 unidades.<br />

De acordo com o ranking das montadoras a Volkswagen<br />

ficou em primeiro lugar nas vendas de automóveis em 2009,<br />

com 25,26% de participação do mercado. Em segundo lugar, a<br />

Fiat com 24,99%, seguida da GM (20,26%), Ford (9,48%), Honda<br />

(4,62%), Renault (4,58%), Peugeot (3,20%), Citroën (2,75%),<br />

Toyota (2,23%) e Hyundai (0,85%).<br />

Nos comerciais leves, a Fiat liderou com 22,13% do mercado<br />

brasileiro. Na soma dos dois segmentos a Fiat terminou 2009 como<br />

líder de mercado 24,49% de market share, seguindo está a VW, com<br />

22,74%, GM (19,79%), Ford (10,10%) e Honda (4,18%).<br />

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de<br />

Veículos Automotores (Anfavea), 2010 será o melhor ano da<br />

história do setor no país, com crescimento de 9,3% nas vendas,<br />

o que corresponde ao volume de 3,4 milhões de unidades. Segundo<br />

a Fenabrave o mercado de automóveis e comerciais leves<br />

crescerá 9% neste ano. “Se as projeções do governo é de que<br />

o Brasil crescerá 5%, o setor tem plenas condições de superar<br />

esse nível”, observa Sérgio Reze.<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

A Fiat terminou 2009 como líder de mercado (24,49%), seguida pela<br />

VW (22,74%), GM (19,79%), Ford (10,10%) e Honda (4,18%)<br />

Financiamento de R$ 1,2 bilhão<br />

do BNDES para Mercedes-Benz<br />

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social<br />

(BNDES) aprovou o financiamento de R$ 1,2 bilhão para a empresa<br />

Mercedes-Benz do Brasil. Este financiamento foi liberado<br />

para expandir a capacidade de produção de sua unidade em<br />

São Bernardo do Campo, desenvolver motores adequados<br />

à nova legislação ambiental e novos modelos de caminhões<br />

leves e médios. O novo motor a diesel atenderá às exigências<br />

estipuladas pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por<br />

Veículos Automotores, que em 2012 entrará em vigor.<br />

Segundo o BNDES, os recursos incluem a modernização<br />

do centro de distribuição de peças em Campinas (SP) e<br />

investimentos sociais e ambientais.<br />

De acordo com o programa global da companhia, o<br />

investimento na ampliação da capacidade vai gerar 1,9 mil<br />

empregos diretos até a conclusão do projeto, em 2011,<br />

todos em São Bernardo do Campo. Com os investimentos<br />

em aumento de capacidade, a empresa pode produzir 67 mil<br />

veículos por ano, volume já atingida em junho de 2009 com<br />

ajustes na produção. A capacidade anterior da unidade em<br />

São Bernardo era de 55 mil veículos.<br />

Embora os investimentos na ampliação da produção<br />

tenham sido efetuados com a compra de máquinas e equipamentos,<br />

os recursos para modernização da fábrica incluem<br />

ainda a construção de três novos prédios, para abrigar atividades<br />

de manutenção de máquinas, fabricação de protótipos,<br />

revisão final de caminhões e fabricação de embalagens.<br />

Os investimentos ambientais abrangem o processamento<br />

de materiais e resíduos, a ampliação da estação de tratamento<br />

de efluentes e a troca de telhas de amianto por telhas em aço<br />

galvanizado revestidas com isolante térmico e acústico.


Prorrogada a isenção de ICMS<br />

para compra de máquinas em SP<br />

Fiat/Divulgação<br />

Foi anunciado pelo governo de São Paulo a prorrogação<br />

até 30 de junho da isenção do Imposto sobre Circulação<br />

de Mercadorias Serviços o ICMS na compra de máquinas e<br />

equipamentos importados, sem similar nacional. Esta decisão<br />

beneficia 119 setores industriais. O governo também editou<br />

um decreto que estendeu até 30 de junho a devolução do<br />

crédito do ICMS na aquisição de máquinas e equipamentos<br />

fabricados por empresas paulistas, de forma imediata e em<br />

única parcela. Antes da medida o crédito era devolvido em<br />

até 48 vezes.<br />

O objetivo, segundo o governo, é estimular os investimentos,<br />

ampliar e modernizar o parque fabril do Estado e criar<br />

empregos. “Os setores industriais escolhidos para receber<br />

estes benefícios foram os que geram maior quantidade de<br />

empregos por renúncia fiscal”, diz em nota, o secretário da<br />

Fazenda, Mauro Ricardo Costa.<br />

Por meio de decreto, que vigora desde fevereiro, o governador<br />

José Serra estendeu os benefícios na compra de<br />

máquinas e equipamentos importados a 24 novos segmentos<br />

industriais, totalizando 143 setores beneficiados com a<br />

desoneração de investimentos. Entre os setores incluídos,<br />

estão os fabricantes de adesivos, pólvora, fósforos, catalisadores,<br />

pneus, equipamentos hidráulicos, motores, válvulas,<br />

compressores, rolamentos, carrocerias, reboques e cabines<br />

para ônibus e caminhões.<br />

O critério utilizado pelo governo foi o potêncial de abertura<br />

de postos de trabalho. Segundo a Secretaria Estadual de<br />

Fazenda, cerca de 90 mil empresas estão em condições de<br />

se beneficiar da medida. Os setores respondem por cerca<br />

de 1,2 milhão de empregos na indústria paulista.<br />

//notícias<br />

Unipar, Braskem e Petrobrás<br />

fecham acordo sobre Quattor<br />

Anunciado pela União de Indústrias Petroquímicas, Unipar,<br />

o acordo para vender sua participação de 60% na Quattor<br />

para a Braskem. A operação de R$ 870 milhões coroa meses<br />

de negociações e disputas judiciais para a formação da maior<br />

petroquímica da América Latina e a oitava maior petroquímica<br />

do mundo. A companhia será controladora de um virtual monopólio<br />

sobre resinas plásticas produzidas no País, com capacidade<br />

para produção anual de 5,51 milhões de toneladas.<br />

Este acordo foi fechado pela Unipar juntamente com o grupo<br />

Odebrecht e Petrobras. O negócio envolve ainda a venda das<br />

participações da empresa na Unipar Comercial e Distribuidora<br />

e na Polibutenos Indústrias Químicas. Do total da operação,<br />

R$ 647,3 milhões correspondem a valor que será pago pela<br />

participação acionária da Unipar na Quattor.<br />

A aquisição deverá ser paga com R$ 100 milhões desembolsados<br />

entre 18 de fevereiro e 4 de março e com os R$ 547,3<br />

milhões restantes em até cinco dias úteis após a obtenção pela<br />

Braskem de autorizações de credores da Quattor.<br />

Com o acordo, a Braskem também vai levar a dívida da Quattor,<br />

Unipar Comercial e Polibutenos, que até novembro de 2009<br />

somava R$ 6,685 bilhões, afirma a Unipar em comunicado.<br />

Pool para importar aço é iniciativa<br />

inédita no setor produtivo brasileiro<br />

A Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas<br />

(CSMIA) da ABIMAQ com o objetivo de tornar seus produtos<br />

mais competitivos, organiza iniciativa inédita dentro do setor<br />

produtivo brasileiro, um pool (grupo de empresas) para importar<br />

aço é um dos focos de atuação nesse início de ano.<br />

Devido à valorização excessiva do real frente ao dólar e ao<br />

alto preço do aço no mercado interno, a indústria brasileira de<br />

máquinas agrícolas está perdendo competividade. No ano de<br />

2009, o setor sofreu queda de 28,2% em seu faturamento e as<br />

exportações sofreram retração de 52,6%.<br />

Acredita-se que este ano haverá um crescimento da demanda<br />

que já pode ser observado devido o aumento de preços pelas<br />

indústrias de aço para recuperar margens.<br />

Com base nos estudos de mercado, a CMSIA optou por criar<br />

um pool de empresas associadas para importar em conjunto o<br />

aço. Até o momento cerca de 30 empresas se cadastraram.<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>


case<br />

Nova abordagem<br />

“Track-and-Trace”<br />

para aplicação farmacêutica<br />

utiliza marcação exclusiva<br />

na base do recipiente<br />

Confira o case aplicado em uma indústria farmacêutica<br />

para combater a falsificação de medicamentos<br />

distribuídos nos Estados Unidos<br />

saiba mais<br />

Controle de patrimônio via RFID<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 39<br />

Visão Artificial: Sistemas que<br />

enxergam<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 30<br />

Site do fabricante:<br />

www.cognex.com<br />

Autor Anônimo contratado pela<br />

Cognex Corporation<br />

R<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

ecentemente, os Estados Unidos detectaram<br />

dois casos de falsificação de medicamentos<br />

no sistema de distribuição do país,<br />

amplamente divulgados: comprimidos de<br />

Lípitor, para baixar o colesterol, e a droga<br />

injetável Procrit, para estimular o aumento<br />

de células vermelhas no sangue. Os programas<br />

Track-and-Trace, concebidos para<br />

viabilizar e suportar requisitos de retenção<br />

de registros e-Pedigree Eletrônico, atribuem<br />

a cada recipiente uma etiqueta serializada<br />

exclusiva que pode ser lida em cada nível<br />

da cadeia de suprimentos para acompanhar<br />

as mudanças na posse do produto desde a<br />

fabricação até o consumo.<br />

A Omega Design, fabricante de máquinas<br />

de embalagem em Exton, Pensilvânia, EUA,<br />

propôs um novo método de serialização<br />

que utiliza uma etiqueta lateral serializada<br />

e uma marcação sincronizada exclusiva na<br />

base de cada recipiente. Esta abordagem<br />

oferece a vantagem de empregar etiquetas<br />

impressas de baixo custo e, ao mesmo<br />

tempo, pode identificar os recipientes reais<br />

em etiquetas que foram empacotadas. “As<br />

leitoras de ID Cognex In-Sight ® satisfazem<br />

os requisitos desafiadores da aplicação, tais<br />

como a capacidade de ler os 12 códigos<br />

exclusivos da base, de uma vez só, enquanto<br />

o pacote é segurado por um robô”, disse<br />

John Scholes, gerente de projetos especiais<br />

da Omega Design.<br />

Garantindo a segurança<br />

da cadeia de suprimentos<br />

farmacêutica<br />

Os Estados Unidos enfrentam o problema<br />

crescente do fornecimento de medicamentos<br />

falsificados misturados a legítimos. A World<br />

Health Organization estima que 30% dos<br />

medicamentos controlados nos países em<br />

desenvolvimento são falsificados. Nos<br />

países desenvolvidos, os remédios falsos<br />

correspondem a 1% do mercado.


F1. Contêiner com Data Matrix. As informações<br />

2D (Data Matrix) gravadas na base são<br />

as mesmas legíveis por humanos, isto é, uma<br />

ID de contêiner exclusiva com 4 dígitos.<br />

F2. Imagem da câmera visualizando e reconhecendo<br />

o código de uma embalagem.<br />

Em 1987, o Congresso aprovou o decreto<br />

de comercialização de drogas controladas<br />

(Prescription Drug Marketing Act - PDMA),<br />

criando a exigência de rastreamento da<br />

cadeia de custódia para distribuidores de<br />

medicamentos controlados e produtos relacionados,<br />

sob a vigilância da agência de<br />

controle de alimentos e medicamentos dos<br />

Estados Unidos (Food and Drug Administration<br />

- FDA). Este requisito ficou conhecido<br />

como Pedigree eletrônico ou e-Pedigree, uma<br />

declaração de origem que identifica cada etapa<br />

de venda, compra ou transação anterior de<br />

um medicamento. A FDA deverá seguir as<br />

especificações e-Pedigree estabelecidas pela<br />

GS1, organização mundial líder dedicada<br />

à criação e à implementação de padrões e<br />

soluções globais para aprimorar a eficiência e<br />

a visibilidade das cadeias de oferta e demanda<br />

tanto globalmente quanto em setores.<br />

F3. Imagem da câmera visualizando e reconhecendo os 12 códigos de 12 embalagem.<br />

O padrão de identificação automática<br />

GS1 Healthcare inclui um Número Global<br />

de Item Comercial (Global Trade Item<br />

Number - GTIN), um Número Global de<br />

Localização (Global Location Number - GLN)<br />

e um Número Global de Sincronização de<br />

Dados (Global Data Synchronization Number<br />

- GDSN). O GS1 recomenda “investir em<br />

scanners de código baseados em câmera para<br />

suprir necessidades específicas de identificação<br />

automática em serviços de saúde”.<br />

A indústria farmacêutica está cogitando<br />

diversos métodos para se adequar a estas<br />

novas exigências. Todos os programas Trackand-Trace<br />

atribuem a cada recipiente uma<br />

etiqueta serializada exclusiva que permanece<br />

com ela durante todo o seu uso. Logo depois<br />

de preenchido, o recipiente se torna parte de<br />

uma série de embalagens maiores - em geral,<br />

pacotes, caixas e paletes - e cada um tem que<br />

estar vinculado em uma relação pai-filho. A<br />

maioria das empresas farmacêuticas utiliza<br />

etiquetas de identificação por radiofrequência<br />

(RFID na sigla em inglês) para níveis mais<br />

altos de empacotamento, como paletes e<br />

caixas. Entretanto, o uso de tags RFID no<br />

recipiente ou no pacote aumenta substancialmente<br />

os custos de embalagem. Outra<br />

preocupação é o alto custo dos interrogadores<br />

RFID que os farmacêuticos precisam utilizar<br />

para verificar o e-Pedigree do recipiente para<br />

cada receita. Em comparação, imprimir um<br />

código digital em uma etiqueta de papel tem<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

case<br />

vantagens: custo muito inferior da etiqueta<br />

e da leitora, alta velocidade de impressão e<br />

de aplicação, taxas de falha insignificantes<br />

e fácil implementação.<br />

Saiba quais recipientes<br />

há em um pacote<br />

<strong>Atual</strong>mente, em uma linha de produção<br />

farmacêutica típica, vários processos de embalagem,<br />

tais como selecionadora, inserção<br />

de dessecante, enchimento, colocação de<br />

algodão, selagem e colocação de tampa,<br />

podem ocorrer antes que um recipiente<br />

finalmente receba sua etiqueta serializada<br />

ou tag RFID. Portanto, as empacotadoras<br />

têm que confirmar, e não presumir, que<br />

um recipiente pertence realmente à linha<br />

de empacotamento antes que uma etiqueta<br />

serializada seja afixada do lado de um<br />

recipiente. Mesmo depois de receber sua<br />

etiqueta, o modo como os recipientes fluem<br />

por outros processos pode comprometer todo<br />

o esforço de vincular códigos agregados de<br />

nível mais alto a unidades individuais. Para<br />

formar um pacote, os recipientes precisam<br />

passar por um sistema de empacotamento<br />

termoencolhível (shrink bundling) que<br />

confere, embala e separa os recipientes em<br />

unidades. Um único recipiente mal posicionado<br />

ou rejeitado, extraído depois que seu<br />

lugar na sequência foi estabelecido, pode<br />

corromper a integridade de cada pacote<br />

subsequente.


case<br />

F4. Módulo de rastreamento em embaladora com filme retrátil: estação de agregação de pacotes com etiquetagem de pacotes/componente pai-filho.<br />

A única maneira de garantir o conteúdo<br />

de um pacote é estabelecer previamente a<br />

integridade do pacote e, depois, identificar<br />

os recipientes contidos. Mas as etiquetas laterais<br />

são um desafio para as empacotadoras<br />

que tentam identificar as embalagens após<br />

a criação do pacote. Por exemplo, como é<br />

possível escanear os códigos nos recipientes<br />

que se encontram no meio de um pacote<br />

3x4 tendo em vista que as etiquetas estão<br />

bloqueadas de todos os lados? A solução<br />

da Omega Design é imprimir uma ID<br />

exclusiva na base de cada recipiente vazio<br />

para complementar — e não substituir<br />

— a etiqueta serializada afixada do lado do<br />

recipiente. A etiqueta lateral é consultada<br />

ao longo de toda a vida útil do recipiente,<br />

provendo a ID exclusiva do recipiente e,<br />

também, todas as informações relevantes<br />

para o consumidor, tais como identidade do<br />

produto, fabricante, dosagem, quantidade<br />

etc. O código na base exclusivo permite que<br />

a empacotadora identifique os recipientes<br />

facilmente depois que eles foram agregados<br />

em um pacote. Após a criação do pacote,<br />

as etiquetas laterais serializadas seriam<br />

difíceis de ler, mas a ID exclusiva na base<br />

do recipiente é visível através do filme<br />

termoencolhível transparente.<br />

10 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

A Omega Design oferece uma solução<br />

para a implementação desta abordagem<br />

Track-and-Trace com uma única máquina<br />

selecionadora e decodificadora capaz de<br />

manter controle total sobre cada recipiente<br />

- velocidade, altura e orientação - enquanto<br />

passa sob o cabeçote de impressão e sobre<br />

as estações de verificação e rejeição. O unscrambler<br />

aceita frascos volumosos e os orienta<br />

sequencialmente na linha de produção.<br />

Os unscramblers Omega imprimem e<br />

verificam uma ID exclusiva na base de cada<br />

recipiente vazio. Esta ID exclusiva contém<br />

informações suficientes para o rastreamento<br />

temporário do recipiente na linha de empacotamento.<br />

Depois que uma etiqueta maior,<br />

definitiva e totalmente serializada é aplicada<br />

ao recipiente, uma câmera e um sistema de<br />

gestão de software serializado sincronizam<br />

o código da etiqueta e o código da base. Na<br />

hora do empacotamento final, a embaladora<br />

termoencolhível agrupa e empacota o<br />

número especificado de recipientes em um<br />

pacote. Um robô ergue cada pacote e o passa<br />

sobre outra leitora de ID, que identifica os<br />

recipientes contidos no pacote. Este pacote<br />

recebe uma nova etiqueta, que é ligada a<br />

cada embalagem nele contida. Uma relação<br />

pai-filho é estabelecida.<br />

Aplicação de sistema<br />

de visão exigente<br />

As duas leitoras de ID utilizadas nesta<br />

aplicação têm que satisfazer requisitos<br />

rigorosos. A leitora de ID usada no unscrambler<br />

precisa ler códigos Data Matrix<br />

com precisão, acompanhando o ritmo de<br />

uma linha que opera à velocidade de 50 a<br />

300 frascos por minuto. A embaladora é<br />

um desafio ainda maior porque a leitora de<br />

ID precisa ler todos os frascos no pacote<br />

com apenas uma imagem. “Escolhemos os<br />

sistemas de visão da série Cognex In-Sight<br />

5000 para esta aplicação porque nossa<br />

experiência mostra que eles fornecem a<br />

precisão exigida para a leitura de códigos<br />

2D Data Matrix”, disse Scholes.<br />

Os sistemas de visão In-Sight vêm com<br />

o software de leitura de código Cognex ID-<br />

Max ® Data Matrix, baseado em tecnologia<br />

PatMax ® , para lidar com uma vasta gama<br />

de degradações na aparência do código e<br />

prover decodificação robusta e confiável em<br />

todas as situações. A Omega Design utiliza a<br />

leitora de ID In-Sight 5410 no unscrambler<br />

e o In-Sight 5603 de performance mais alta<br />

na embaladora. A Cognex também disponibiliza<br />

uma linha completa de leitoras de<br />

ID fixas e de mão que verificam a origem


do frasco em qualquer ponto da cadeia de<br />

suprimentos.<br />

Shaun Keperling, da Omega Design,<br />

utilizou a interface de programação baseada<br />

em planilha da Cognex para sobrepor<br />

imagens dos 12 códigos inspecionados e<br />

fornecer indicações de aprovação/reprovação<br />

tanto para cada código quanto para<br />

todo o pacote, na interface com o usuário.<br />

“A interface da planilha é muito flexível”,<br />

disse Keperling.<br />

O programa tem início quando o sistema<br />

de visão recebe um sinal digital do controlador<br />

lógico programável (programmable<br />

logic controller -- PLC) indicando que um<br />

pacote está posicionado para inspeção.<br />

Primeiramente, o programa captura a<br />

imagem na base do pacote contendo 12<br />

códigos 2D. Em seguida, 12 ferramentas<br />

de inspeção diferentes são acionadas<br />

para ler os códigos. Se todos os códigos<br />

são lidos, uma saída digital é enviada de<br />

volta ao PLC, que instrui o robô a colocar<br />

o pacote na esteira. O sistema de visão<br />

transfere as IDs do recipiente para um<br />

computador, onde são gerenciadas pelo<br />

software Track and Trace. Se a inspeção<br />

falha, o PLC instrui o robô a reposicionar<br />

o pacote mais duas vezes e ativa novamente<br />

a inspeção. Se estas inspeções também<br />

falham, o pacote é encaminhado a um<br />

escoadouro de descarte.<br />

“A meta principal dos padrões da FDA<br />

e das leis de e-Pedigree é proteger os consumidores<br />

contra remédios contaminados e<br />

falsificados”, concluiu Scholes. “Para tanto,<br />

os fabricantes têm que acompanhar seus<br />

produtos ao longo da cadeia de suprimentos,<br />

até o nível da unidade ou do recipiente. Embora<br />

as datas de conformidade e os padrões<br />

finais mudem constantemente e variem de<br />

acordo com o Estado, está amplamente aceito<br />

na indústria farmacêutica que o requisito<br />

definitivo envolverá a serialização. A nova<br />

abordagem descrita aqui representa um<br />

método eficaz, econômico e fácil de implementar<br />

para incorporar a serialização 2D<br />

Data Matrix a linhas de embalagem novas<br />

e existentes sem comprometer a velocidade<br />

ou a precisão da máquina.” MA<br />

Fundada em 1969, Omega Design<br />

Corporation é uma empresa inovadora,<br />

líder mundial na indústria de embalagens,<br />

empenhados em servir os clientes com as<br />

máquinas da mais alta qualidade, serviços<br />

e soluções de embalagem.<br />

F5. Posicionador de garrafas plásticas inclui impressão a jato de tinta contínuo<br />

(Continuous Ink Jet - CIJ), inspeção e rejeição em um único sistema.<br />

F6. Um close da estação de impressão, inspeção e rejeição do posicionador de garrafas<br />

plásticas da Omega Design Corporation<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

case<br />

11


automação<br />

Monitoramento<br />

Remoto<br />

com o smsCLP<br />

Este artigo mostra a utilidade do smsCLP para<br />

monitoramento de equipamentos em localidades<br />

remotas e sua fácil configuração de relatórios<br />

via mensagens de SMS e e-mails.<br />

saiba mais<br />

Monitoramento online do<br />

desempenho da planta industrial<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 39<br />

Monitoramento de condições através<br />

da vibração<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 31<br />

Sistema de monitoramento e<br />

estimativa dos tempos de operação<br />

dos disjuntores<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 31<br />

José Carlito de Oliveira Filho<br />

12 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

Monitoramento de<br />

equipamentos em localidades<br />

remotas garantindo a<br />

manutenção eficiente<br />

Imagine a possibilidade de estações<br />

remotas como elevatórias de água, de<br />

bombeamento de gases ou geradoras<br />

de energia enviarem relatórios de maufuncionamento,<br />

apontando exatamente<br />

a causa do problema e possibilitando a<br />

mobilização de técnicos e de peças forma<br />

eficiente antes mesmo de uma paralisação<br />

em seu funcionamento.<br />

A detecção de uma falha, seu diagnóstico<br />

e uma posterior manutenção são<br />

dificultados quando os equipamentos ficam<br />

em localidades remotas, onde geralmente<br />

a causa da falha é conhecida somente após<br />

gerar uma consequência.<br />

Por exemplo, em uma elevatória de água a<br />

falha no bombeamento é detectada somente<br />

quando falta água nos consumidores, por<br />

meio de reclamações ao SAC. Já a manutenção<br />

demanda vários deslocamentos até o local:<br />

um para o diagnóstico do problema, outro<br />

para levar as peças de reposição e outro para<br />

levar o pessoal especializado.<br />

Imagine por exemplo um gerador diesel<br />

operando como suporte a uma eventual falta<br />

de energia na rede em um processo crítico.<br />

Por ser um equipamento que não pode falhar<br />

deve haver um monitoramento constante<br />

de anormalidades tanto da pré-operação,<br />

monitorando o nível e temperatura do combustível,<br />

quanto da partida e da operação,<br />

monitorando a transição da carga, a tensão e<br />

corrente de saída entre outras variáveis.<br />

O smsCLP integrado a estes equipamentos<br />

permitirá que os técnicos responsáveis<br />

recebam mensagens de texto SMS e/ou<br />

e-mails relatando a anormalidade instantaneamente,<br />

permitindo uma manutenção<br />

constante e um deslocamento mais eficiente<br />

uma vez que o técnico receberá a informação<br />

exata de qual é a peça ou a providência<br />

a ser tomada.


Características do smsCLP<br />

O smsCLP consiste de dois equipamentos,<br />

veja a figura 1:<br />

• O CLP Prosec T1-16S TOSHIBA<br />

de oito entradas e oito saídas digitais<br />

expansíveis até 144 I/O mais entrada<br />

para cartões de conversores A/D<br />

e/ou D/A e alimentação 100-240<br />

Vac, possibilitando que o integrador<br />

utilize o smsCLP não só para o<br />

monitoramento mas também para o<br />

controle e automação de suas aplicações<br />

programando em linguagem<br />

Ladder ou STL.<br />

• O terminal smsCLP Duodigit Quad<br />

Band com entrada para 2 SIM cards<br />

de qualquer operadora, sendo o plano<br />

pré-pago ou pós pago com o serviço<br />

de dados habilitado.<br />

O envio dos relatórios é configurado<br />

para ser efetuado tanto eventualmente<br />

quanto temporariamente.<br />

Os 8 registradores de entrada digital<br />

do smsCLP X e os 24 registrado-<br />

res digitais auxiliares R são<br />

monitorados a cada 2 segundos e podem<br />

ser configurados como gatilho de envio<br />

de um relatório, assim como os relatórios<br />

gerados podem conter o valor de qualquer<br />

registrador do smsCLP.<br />

Também podem ser configurados relatórios<br />

temporários, por exemplo: configurar<br />

o smsCLP para todos os dias às 7 horas da<br />

manhã enviar a contagem de peças ou a<br />

temperatura de uma bomba.<br />

As mensagens podem ser enviadas por<br />

ordem de prioridade, por exemplo: o técnico<br />

de assistência imediata (prioridade 1) é o<br />

primeiro a receber a mensagem, caso este<br />

não responda para o número do smsCLP<br />

com um SMS, em 5 min. o técnico supervisor<br />

(prioridade 2) receberá a mensagem,<br />

e assim por diante.<br />

Os últimos eventos do smsCLP são<br />

registrados e podem ser recebidos via e-mail<br />

enviando um SMS com a mensagem Status,<br />

possibilitando uma análise estatística do<br />

processo e das mensagens enviadas.<br />

F1. Conjunto do smsCLP.<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

13


automação<br />

Estudo de Caso<br />

– Estação Elevatória<br />

O sinótico da figura 2 representa uma<br />

estação elevatória com um tanque de<br />

armazenamento que utilizaremos neste<br />

artigo para demonstrarmos um exemplo<br />

de configuração do smsCLP.<br />

Como entrada do smsCLP teremos<br />

três sensores de nível (L0-L2) e um sensor<br />

de temperatura da motobomba(T0) e<br />

como saída controlaremos a motobomba<br />

elétrica(M0). Desta forma demonstraremos<br />

F2. Sinótico de uma estação elevatória de água.<br />

F4. Interface para criação de um novo<br />

F5. Interface para cadastrar um registrador<br />

F6. Interface para cadastrar um novo<br />

14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

que o smsCLP pode ser utilizado tanto para<br />

o monitoramento quanto para o controle<br />

do sistema. Veja na figura 3 o esquema de<br />

conexão do CLP.<br />

Veja no esquema de conexão do sms-<br />

CLP que o nível mínimo L0 representa<br />

o registrador booleano de entrada X0 e o<br />

cartão de conversor A/D que mede a temperatura<br />

T0 representa o registrador de 16<br />

bits XW04, utilizaremos estes registradores<br />

para configurar os relatórios no software<br />

do smsCLP a seguir.<br />

F7. Interface do software smsCLP<br />

O primeiro passo é executar o software<br />

smsCLP e criar um novo smsCLP entrando<br />

com seu nome que precederá todas as mensagens,<br />

com a empresa integradora e com seu<br />

numero de celular, como na figura 4.<br />

O segundo passo é cadastrar os registradores<br />

a serem monitorados pelo smsCLP<br />

entrando um nome de identificação e seu<br />

respectivo endereço de memória no CLP,<br />

veja na figura 5.<br />

O terceiro passo é cadastrar os técnicos<br />

que receberão as mensagens de SMS e e-mail<br />

F3. Esquema de conexão do smsCLP


digitando o nome do técnico, seu e-mail e<br />

telefone, veja na figura 6.<br />

Agora o smsCLP está pronto para<br />

receber as configurações dos relatórios,<br />

veja na figura 7 a interface do software<br />

smsCLP já com os técnicos e registradores<br />

cadastrados.<br />

Cadastramos os registradores de entrada<br />

do smsCLP e criamos três técnicos: um<br />

técnico imediato, um técnico nível 2 e um<br />

técnico superior nível 3. Mais a frente demonstraremos<br />

o tratamento de prioridades<br />

do smsCLP utilizando estes três níveis de<br />

técnicos.<br />

Configuração dos<br />

Relatórios Eventuais<br />

Neste exemplo comunicaremos aos técnicos<br />

responsáveis dois relatórios eventuais<br />

de falhas, um quando o nível do tanque<br />

ficar abaixo do nível mínimo L0 e outro<br />

quando a temperatura T0 for maior que<br />

90 graus Celsius.<br />

Admitindo que o sensor de nível utilizado<br />

neste exemplo fica em nível lógico 0 quando<br />

o nível da água está abaixo do nível medido,<br />

configuraremos o disparo de um relatório<br />

quando houver uma borda de descida no<br />

registrador X0, referente ao nível L0 como<br />

vimos anteriormente.<br />

Para criar um novo relatório basta digitar<br />

uma descrição para o relatório, neste caso<br />

“Tanque no nível mínimo”, definir uma<br />

condição de disparo, neste caso o registrador<br />

X0 na borda de descida e então criar as<br />

mensagens de e-mail e/ou SMS.<br />

Clicando no botão Novo Relatório<br />

Eventual configuraremos um novo relatório<br />

e suas mensagens, como pode ser visto na<br />

figura 8.<br />

Para adicionar as mensagens que serão<br />

enviadas no momento em que a condição de<br />

disparo deste relatório for satisfeita, clique<br />

no botão Nova mensagem, escolha o tipo<br />

de mensagem, os técnicos que receberão as<br />

mensagens e finalmente digite a mensagem<br />

que desejar, lembrando que ela pode conter<br />

o valor de qualquer registrador do smsCLP<br />

(figura 9).<br />

Criamos três novas mensagens de SMS<br />

com destino aos três técnicos cadastrados,<br />

isto é, quando o relatório “Tanque no nível<br />

mínimo” tiver sua condição de disparo<br />

satisfeita (X0 - borda de descida) os três<br />

técnicos receberão um SMS com a mensagem<br />

da figura 9.<br />

F8. Interface para criar um novo relatório eventual<br />

F9. Interface para criar uma nova mensagem SMS ou e-mail.<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

15


automação<br />

Note que o valor do registrador XW04<br />

foi inserido na mensagem clicando no botão<br />

Inserir valor do registrador. Os caracteres<br />

$XW04$ serão substituídos pelo valor<br />

atual do registrador quando o relatório<br />

for ativado.<br />

Agora vamos configurar o relatório de<br />

superaquecimento da bomba utilizando o<br />

valor provindo do conversor A/D armazenado<br />

no registrador XW04. Para isto<br />

precisaremos de dois blocos em Linguagem<br />

Ladder no smsCLP para ativar e desativar<br />

o registrador especial R2001 quando a<br />

temperatura passar do valor desejado, veja<br />

na figura 10.<br />

O registrado R2001 faz parte dos 24<br />

registradores especiais que podem ser utilizados<br />

como gatilho dos relatórios, por isso<br />

foi utilizado no código acima para representar<br />

a condição de superaquecimento na<br />

motobomba. Note que quando R2001 está<br />

em nível lógico 1 a temperatura da bomba<br />

é maior que 90.<br />

No software smsCLP vamos configurar<br />

o relatório de superaquecimento da<br />

motobomba com o registrador R2001 na<br />

borda de subida como gatilho e para isso<br />

enviaremos SMS e e-mails em ordem de<br />

prioridade para os técnicos cadastrados<br />

(figura 11).<br />

Da forma que foram configuradas as<br />

mensagens do relatório de superaquecimento<br />

na motobomba, o técnico imediato será o<br />

primeiro a receber um e-mail e um SMS,<br />

caso ele não responda via SMS com uma<br />

mensagem sem conteúdo para o número<br />

do smsCLP em cinco minutos o sistema<br />

enviará a mensagem para o técnico nível<br />

2 e assim por diante até o ultimo técnico.<br />

Caso nenhum técnico responda o relatório<br />

é resetado.<br />

Considerações Finais<br />

Apresentamos uma aplicação do sms-<br />

CLP e sua configuração de forma a exibir<br />

a gama de possibilidades de aplicação deste<br />

sistema versátil, fácil de operar e com um<br />

preço muito competitivo diante as soluções<br />

semelhantes de mercado.<br />

Informação precisa em tempo real faz<br />

a diferença quando a ordem é a confiabilidade.<br />

Para esta tarefa a ferramenta certa é<br />

o smsCLP, mostrando uma nova maneira<br />

de garantir suas máquinas funcionando<br />

através de mensagens diretas aos técnicos<br />

responsáveis por sua manutenção. MA<br />

16 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

6<br />

7<br />

TO<br />

[ XW004 00090 ]<br />

F10. Ladder de configuração do relatório de superaquecimento na bomba.<br />

SUPER AQUEC.<br />

[ RST R2001 ]<br />

SUPER AQUEC.<br />

[ SET R2001 ]<br />

F11. Relatório de superaquecimento na motobomba com as mensagens por ordem de prioridade.


automação<br />

Programação de um CLP:<br />

Modos de<br />

programação<br />

No seguimento do curso de Automação, neste artigo<br />

apresento como perceber os conceitos básicos de<br />

programação de um CLP. No decorrer das próximas<br />

edições apresentaremos a forma de programar um<br />

controlador lógico programável<br />

saiba mais<br />

Manutenção preditiva e pró ativa<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 9<br />

Automação industrial - 3ª edição<br />

- J. Norberto Pires - Editora Lidel<br />

Autómatas programables - Josep<br />

Balcells, José Luis Romeral - Editora<br />

Marcombo<br />

Técnicas de automação - João<br />

R.Caldas Pinto - Edições Técnicas e<br />

Profissionais<br />

Curso de Automação Industrial<br />

- Paulo Oliveira - Editora Edições<br />

Técnicas e Profissionais<br />

Manual de Formação OMRON<br />

- Engº Filipe Alexandre de Sousa<br />

Pereira<br />

Catálogos OMRON<br />

www.omron.pt<br />

18 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

Filipe Pereira<br />

filipe.as.pereira@gmail.com<br />

Eng. Elétrotécnico / Automação<br />

Klean Energie 4 Life, Ltda<br />

Energias Renováveis - Portugal<br />

As linguagens de programação são empregadas<br />

nos CLPs desde que estes surgiram<br />

em 1960. Estas permitem ao usuário inserir<br />

programas de controle utilizando sintaxes<br />

pré-estabelecidas.<br />

Previamente ao estudo dos três tipos de<br />

linguagem mais utilizados na programação<br />

de CLPs, convém rever alguns conceitos<br />

essenciais.<br />

O programa que vai definir o automatismo<br />

é constituído por uma série de instruções<br />

e funções onde são operados os bits de<br />

memória. Estas instruções e funções, serão<br />

introduzidas na memória do CLP, através<br />

de um periférico destinado a esse fim e que<br />

poderá ser uma console de programação ou<br />

software específico para PC.<br />

Veja na figura 1 um exemplar de CLP<br />

programado por console.<br />

Os CLPs têm, basicamente, dois modos<br />

de operação: o modo RUN e o modo PRO-<br />

GRAM ou STOP. Estes são selecionados<br />

através de um comutador que se pode


F1. CLP programado por console.<br />

encontrar no frontal do CLP, na console<br />

de programação ou através do software de<br />

programação.<br />

Antes de se introduzir o programa através<br />

da console, deve converter-se o esquema de<br />

contatos numa lista de instruções entendidas<br />

pelo CLP, ou fazer a programação direta em<br />

esquema de contatos utilizando o computador<br />

com software que o permita.<br />

O programa é introduzido nos endereços<br />

de memória do CLP, contendo cada um<br />

uma instrução, os parâmetros de definição<br />

e todos os parâmetros requeridos por essa<br />

instrução.<br />

Os endereços de memória do programa<br />

(linhas do programa) começam em zero<br />

(0) e estão limitados pela capacidade da<br />

memória do CLP.<br />

Cada fabricante possui modos diferentes<br />

de proceder à programação de um CLP.<br />

As áreas de memória têm designações<br />

diversas, as instruções e funções têm mnemônicas<br />

e códigos diferentes e a sequência de<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

teclas na console destinadas à programação Com a importante resolução do pro-<br />

difere de marca para marca.<br />

grama de controle (da primeira para a<br />

No entanto, conhecendo um modelo, última rung), a continuidade lógica de cada<br />

facilmente nos integramos no modo de rung vai sendo averiguada e as saídas serão<br />

funcionamento de um outro, pela simples atualizadas no final do SCAN. Observe o<br />

consulta do respectivo manual, uma vez exemplo da figura 2.<br />

que a lógica de programação dos sistemas Analisemos o diagrama de estados<br />

existentes no mercado não difere no seu anterior:<br />

essencial.<br />

• O contato normalmente aberto<br />

Vejamos o que faz o CLP em cada modo 000.00 ativa a primeira saída se<br />

de funcionamento:<br />

estiver no estado On, fazendo com<br />

• O modo RUN é o modo normal de que a saída 001.00 também seja On,<br />

funcionamento do CLP, porque neste na rung a seguir, o contato associado<br />

modo, a CPU executa o programa à bobina de saída 001.00 ao passar<br />

contido na memória;<br />

a On ativa a saída 001.01, e assim<br />

• Para se proceder à introdução do pro- sucessivamente;<br />

grama, é necessário que o CLP esteja •<br />

Apesar das saídas estarem em dife-<br />

no modo PROGRAM;<br />

rentes rungs e assumirem o estado<br />

• O processador inicia a resolução do durante o SCAN, todas elas passarão<br />

programa de controle após ter lido ao seu estado On em simultâneo no<br />

o estado de todas as entradas e ter módulo de saída, porque o CLP só<br />

guardado toda a informação em atualiza o estado das saídas no final<br />

memória.<br />

de execução do programa;<br />

19


automação<br />

• Se os contatos estivessem conforme<br />

indicado na figura 3, as saídas já<br />

não seriam acionadas todas simultaneamente,<br />

ou seja, se a condição<br />

de saída de uma rung afetar a rung<br />

que a antecede, a CPU não volta<br />

atrás para resolvê-la.<br />

É importante assimilar deste exemplo<br />

que, para o mesmo ciclo de SCAN, uma<br />

saída só terá efeito noutra rung se esta for<br />

colocada antes dessa rung.<br />

F2.Análise ao Scan do CLP de acordo com um respectivo programa de controle em Ladder.<br />

F3. Estado das saídas do CLP após um SCAN.<br />

20 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

Outro conceito importante é o de entradas<br />

normalmente fechadas que, apesar de<br />

ser um conceito bastante simples, costuma<br />

suscitar algumas dúvidas.<br />

Suponha que se desejasse implementar<br />

em programação o seguinte circuito<br />

(figura 4).<br />

O normal seria copiar o esquema de<br />

contatos para Ladder, obtendo-se o resultado<br />

do circuito seguinte, mostrado na figura<br />

5. Tal situação não é correta, uma vez<br />

que, quando o CLP lê o estado da entrada<br />

BP1, é guardado no endereço de memória,<br />

associado a esta entrada, o valor lógico da<br />

entrada, ou seja, um (1).<br />

Quando o CLP executa o ciclo de SCAN,<br />

é examinada a continuidade lógica da rung<br />

mas, como o contato associado ao endereço<br />

de memória está negado, a continuidade<br />

lógica não vai existir, porque o um (1) que<br />

reflete o estado da entrada BP1 negado é<br />

zero (0).<br />

A solução para o circuito é a colocação<br />

no programa de um contato normalmente<br />

aberto, para não negar o endereço de memória<br />

associado ao estado da entrada.<br />

Senão vejamos, na figura 6.<br />

Resumindo: Independentemente da<br />

forma como os circuitos estão ligados, na<br />

programação pode alterar-se o seu estado,<br />

uma vez que o estado de uma entrada depende<br />

não só da forma como está ligada,<br />

mas também de como é programada.<br />

Os três tipos de linguagens mais utilizados<br />

nos dias de hoje são:<br />

• Ladder;<br />

• Lista de instruções;<br />

• GRAFCET.<br />

As linguagens de programação em Ladder<br />

e em lista de instruções implementam as<br />

operações de forma quase similar, diferindo<br />

apenas na forma como são representadas e<br />

no modo como são inseridas no CLP.<br />

O GRAFCET implementa as instruções<br />

de controle baseando-se em passos e ações<br />

representados de forma gráfica.<br />

Ladder lógico<br />

A linguagem de programação Ladder é<br />

composta por uma série de instruções simbólicas<br />

usadas para desenvolver programas<br />

de controle das máquinas e processos. Veja<br />

a figura 7.<br />

F4. Ligação de uma entrada normalmente<br />

fechada à entrada de um CLP.


F5. Análise do estado da saída de um CLP com uma entrada normalmente fechada.<br />

F6. Solução para o caso de o CLP possuir uma entrada normalmente fechada.<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

21


automação<br />

F7. Comparação entre linguagem Ladder<br />

e um circuito elétrico.<br />

A evolução do Ladder original tornou<br />

esta linguagem mais capaz, pois novas<br />

funções foram adicionadas às tradicionais<br />

operações básicas de relés de temporização<br />

e de contagem.<br />

Novas funções, denominadas de blocos<br />

de função, aumentaram o poder da linguagem<br />

Ladder básica.<br />

O principal objetivo dos diagramas Ladder<br />

é controlar saídas e executar operações<br />

funcionais baseando-se em condições de<br />

entrada. Os diagramas em Ladder usam<br />

rungs onde se representam as funções de<br />

controle. Uma rung consiste numa série<br />

de condições de entrada, representadas<br />

por contatos, e uma instrução de saída no<br />

final, representada por uma bobina.<br />

Uma rung é “verdadeira” quando existe<br />

continuidade lógica, ou seja, quando a<br />

energia flui, através da rung, da esquerda<br />

para a direita (figura 8 e 9).<br />

A matriz da rung representa as possíveis<br />

localizações para colocação dos contatos de<br />

entrada ou instruções.<br />

Quando a continuidade lógica existe,<br />

a condição da rung é verdadeira, havendo<br />

um controle da saída. Por outro lado, se<br />

a continuidade lógica não se estabelece, a<br />

condição da rung é falsa.<br />

Quando um diagrama Ladder contém<br />

um bloco de função, uma ou mais instruções<br />

podem ser utilizadas para representar<br />

as condições de entrada que o habilitam.<br />

A matriz da rung em Ladder determina o<br />

22 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

F8. Exemplo de continuidade lógica.<br />

F9. Outro exemplo de continuidade lógica.<br />

número máximo de contatos que podem<br />

ser empregados para ativar uma saída, divergindo<br />

o tamanho da matriz de CLP para<br />

CLP. Na figura 10, a matriz citada.<br />

Para blocos de função a matriz utiliza,<br />

em regra, menos contatos, figura 11.<br />

Existem algumas normas para a colocação<br />

dos contatos de entrada. Uma delas, que se<br />

verifica em quase todos os CLPs, evita que a<br />

continuidade lógica que tem de haver numa<br />

rung flua ao contrário (sneak paths).<br />

Estes sneak paths ocorrem quando a<br />

continuidade lógica flui numa rung atra-<br />

vés de um contato que provoca, só ele, a<br />

continuidade de uma rung.<br />

Veja-se o exemplo dado na figura 12.<br />

A saída Z deverá estar ativa quando os<br />

contatos A, B e C ou A, D e E ou F e E<br />

estiverem ativos. No entanto, se os contatos<br />

F, D, B e C estiverem ativos existe continuidade<br />

lógica e Z está ligado.<br />

Esta situação deverá ser evitada, uma<br />

vez que a saída fica activa com uma combinação<br />

de contactos que a não deveriam<br />

activar (figura 13).<br />

Em resumo:


F10. Matriz de uma Rung em Ladder.<br />

F11. Matriz de um Bloco de uma função.<br />

• As instruções em Ladder representam<br />

o estado On/Off de entradas e saídas<br />

de campo;<br />

• O Ladder usa dois tipos de símbolos:<br />

contatos e bobinas, em inglês coil;<br />

• Os contatos representam as condições<br />

de entrada e as bobinas representam<br />

a saída de uma rung;<br />

• Em um programa, cada contato ou<br />

bobina tem um endereço que permite<br />

identificar o que está a ser avaliado e<br />

o que está a ser controlado;<br />

• O endereço está referenciado à tabela<br />

de entradas, de saídas ou a um registro<br />

interno do CLP.<br />

F14. Tarefa do processador aquando do fecho do contacto NO.<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

F12. Exemplo de um “Sneak Paths”.<br />

F13. Exemplo de uma combinação de contatos<br />

que ativam indevidamente a saída.<br />

23


automação<br />

Contato normalmente aberto (NA)<br />

Este contato procura uma condição de<br />

ON em um determinado endereço. Durante<br />

a execução do contato normalmente aberto<br />

(NO), o processador examina o endereço<br />

referenciado no contato por uma condição<br />

de ON (figura 14).<br />

Contato normalmente fechado (NF)<br />

Este contato procura uma condição de<br />

OFF em um determinado endereço. Durante<br />

a execução do contato normalmente fechado<br />

(NC), o processador examina o endereço<br />

referenciado no contato por uma condição<br />

de OFF (figura 15).<br />

Importante: Os contatos podem<br />

ser colocados em série, em paralelo<br />

ou numa configuração série- paralelo<br />

para controlar cada uma das saídas.<br />

Uma saída nunca pode ser ligada<br />

diretamente à entrada.<br />

F16. Controle de uma bobina NO de saída por parte do CLP.<br />

F17. Controle de uma bobina NC de saída por parte do CLP.<br />

24 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

Bobina normalmente aberta<br />

Uma bobina de saída controla uma<br />

saída real ou um bit interno do CLP. Durante<br />

a sua execução, o processador avalia<br />

todas as condições de entrada numa rung<br />

(figura 16).<br />

F15. Tarefa do processador aquando do fecho do contacto NC.<br />

Bobina normalmente fechada<br />

Esta função funciona de forma oposta<br />

à anterior, ou seja, quando não existe continuidade<br />

lógica nos contatos, a posição<br />

de memória afecta à saída vai ser zero (0)<br />

(figura 17).


Circuitos lógicos<br />

Para implementar circuitos lógicos, dispõem-se<br />

ainda das seguintes instruções:<br />

• AND - realiza um E lógico com o<br />

bit especificado;<br />

• OR - realiza um OU lógico com o<br />

bit especificado;<br />

• NOT - nega o estado do bit ao qual<br />

está associado.<br />

Analisemos cada uma das funções, no<br />

caso do nosso CLP em estudo neste curso,<br />

que é o CJ1 da OMRON.<br />

Antes de iniciarmos a programação propriamente<br />

dita, convém deixar algumas dicas<br />

de utilização do software Cx-Programmer<br />

da OMRON que permite a programação<br />

em LADDER neste CLP.<br />

Síntese sobre a utilização<br />

do software de programação<br />

(CX-Programmer)<br />

Como em qualquer outra aplicação do<br />

Windows, para executar o CX-Programmer<br />

é utilizado o menu Iniciar.<br />

Para acessar a área de trabalho é necessário<br />

criar um novo projeto ou abrir um já<br />

criado. Analisemos então cada uma das<br />

funções lógicas:<br />

F18. Função lógica AND.<br />

F19. Função lógica NOT.<br />

Função AND<br />

A função AND, em Ladder lógico, é<br />

implementada com dois ou mais contatos<br />

de entrada em série. Veja-se o exemplo:<br />

pretende-se implementar um circuito lógico<br />

que apenas ativa a saída 01.00 do CLP, se<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

automação<br />

as entradas 0.00 e 0.01 e 0.02 estiverem<br />

ativas (On). Observe a figura 18.<br />

Função NOT<br />

A função NOT em Ladder lógico representa-se<br />

com um contato normalmente<br />

25


automação<br />

Importante: Caso haja simultaneidade<br />

das duas condições a ON, a condição<br />

de RESET é a predominante. Sempre<br />

que existam vários blocos lógicos a<br />

controlar uma instrução, estes são programados<br />

em primeiro lugar e só depois<br />

é programada a instrução em causa.<br />

fechado (figura 19). Voltando ao exemplo<br />

anterior: pretende-se que a saída 01.00 fique<br />

ativa, se as entradas 0.00 e 0.02 estiverem a<br />

Off e a entrada 0.01 estiver a On (considerase<br />

que uma entrada está a On quando o led,<br />

que a sinaliza, se encontra ligado).<br />

Função OR<br />

A função OR, em Ladder lógico, é implementada<br />

com dois ou mais contatos de<br />

entrada em paralelo (figura 20). Observe-se<br />

o seguinte exemplo: Pretende-se implementar<br />

um circuito lógico que active a saída 01.03,<br />

quando a entrada 0.01 estiver a Off ou quando<br />

as entradas 0.02 ou 0.03 estiverem a On.<br />

Instrução SET<br />

A instrução SET permite que, quando<br />

a condição lógica, que antecede a instrução<br />

SET, vá a On, o bit associado à função comute<br />

para o seu estado lógico On, e assim<br />

permaneça mesmo que a condição lógica,<br />

que antecede a instrução de SET, comute<br />

para Off (figura 21).<br />

Instrução RSET<br />

Situação semelhante acontece com a<br />

instrução RSET, pois, quando a condição<br />

lógica que antecede esta instrução vai a<br />

On, o bit manipulado é, em simultâneo,<br />

levado a Off permanecendo nesse estado<br />

(figura 22).<br />

Nota: Caso haja simultaneidade da<br />

função de SET e RSET, é a condição de<br />

RESET a predominante.<br />

Função KEEP<br />

A instrução KEEP permite definir um<br />

bit de memória como biestável, ou seja, o<br />

estado do relé é definido por duas condições<br />

lógicas: SET ou RESET (figura 23).<br />

Os conceitos básicos da programação<br />

e suas funções já estão concluídas. Para as<br />

próximas edições trataremos a forma de<br />

programar um controlador lógico programável.<br />

Até a próxima!<br />

MA<br />

26 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

F20. Função lógica OR.<br />

F21. Instrução SET.<br />

F22. Instrução RSET.<br />

F23. Função KEEP.


A usinagem é um processo muito usado nas indústrias do ramo<br />

metal-mecânico, com a necessidade da utilização de ferramentas<br />

de corte, que são responsáveis por cortar o material das peças,<br />

conferindo-as ao formato desejado. Tais empresas enfrentam<br />

grandes dificuldades para o controle desse ferramental, que<br />

vão desde problemas com a rastreabilidade da ferramenta<br />

dentro da própria empresa até suas requisições.<br />

A questão dos custos do ferramental também é de extrema<br />

importância para as empresas, visando a redução dos custos<br />

de produção para permanecerem competitivas no mercado.<br />

O objetivo do presente trabalho é apresentar as vantagens do<br />

gerenciamento das ferramentas de corte, visando a redução<br />

dos custos produtivos<br />

O<br />

saiba mais<br />

CASTRO, P. Gerenciamento de<br />

Ferramentas. São Paulo: 2004<br />

(Congresso Usinagem).<br />

FERRARESI, D. Fundamentos da<br />

Usinagem dos Metais. São Paulo:<br />

Edgard Blücher, 1977. 751 p.<br />

Veja mais referências no fim do artigo.<br />

manutenção<br />

Gerenciamento de<br />

Ferramentas<br />

de Corte<br />

intuito deste artigo é demonstrar, através<br />

de um estudo de caso feito em uma empresa<br />

fabricante de motores de grande porte, como<br />

o gerenciamento de ferramentas está sendo<br />

aplicado e o quanto pode ser vantajoso no<br />

mercado competitivo, no sentido de reduzir<br />

os custos de produção e aumentar o ganho<br />

da empresa.<br />

Segundo estudos de ZONTA (2007),<br />

as ferramentas de corte representam de 3 a<br />

5% dos custos de produção. Entretanto, se<br />

não houver um gerenciamento no processo,<br />

esses custos chegam até 30% no produto<br />

do fabricante.<br />

Gustavo Trombini Lazari<br />

Henrique Oliva de Andrade<br />

Rafael Batalhote Verçosa<br />

Alguns dos fatores que frequentemente<br />

contribuem para que se atinja este percentual<br />

são:<br />

• Produção programada não pode ser<br />

efetivada por falta de ferramentas;<br />

• Grande parte do tempo dos funcionários<br />

envolvidos (operador, supervisor<br />

e líder) é gasto na procura e na<br />

expedição de ferramentas;<br />

• Super ou subdimensionamento do<br />

estoque (quantidade e variedade);<br />

•<br />

Obsolescência do estoque.<br />

Atuar na redução de custos com ferramentas<br />

é uma visão que as empresas precisam<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

27


manutenção<br />

F1. Curva ABC.<br />

adquirir e implementar para se tornarem<br />

mais competitivas no mercado, e as empresas<br />

retardatárias que não adotarem essa nova<br />

aplicação irão ter maiores dificuldades para<br />

se manterem no mercado.<br />

Desenvolvemos um estudo de caso em<br />

uma empresa fabricante de motores que<br />

apresenta a necessidade de melhoria contínua<br />

em seus processos para continuar competitiva<br />

no mercado. A questão é como atuar<br />

de uma maneira mais eficiente na redução<br />

dos custos de produção em empresas que<br />

utilizam processos de usinagem?<br />

Gerenciamento de<br />

ferramentas de corte<br />

Os objetivos específicos do gerenciamento<br />

de ferramentas são resumidos da<br />

seguinte forma:<br />

• Reduzir estoques e obsolescência;<br />

• Padronizar as ferramentas utilizadas;<br />

• Eliminar a falta de ferramentas;<br />

• Aumentar a produtividade;<br />

• Reduzir o custo com ferramentas;<br />

• Controlar a localização e fluxo de<br />

ferramentas no chão-de-fábrica;<br />

• Reduzir os tempos de preparação<br />

de máquinas;<br />

• Reduzir quebras de ferramentas;<br />

• Garantir a disponibilidade de informação<br />

precisa e atualizada;<br />

• Fortalecer o relacionamento com<br />

fornecedores;<br />

• Garantir a qualidade dos serviços de<br />

recondicionamento e preparação de<br />

ferramentas;<br />

• Garantir a qualidade da peça produzida;<br />

28 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

• Garantir atualização tecnológica;<br />

• Garantir o uso ecologicamente correto<br />

de ferramentas de corte.<br />

Análise da empresa<br />

A empresa escolhida para realização do<br />

estudo de caso é uma empresa de pequeno<br />

a grande porte de fabricação de motores<br />

movidos à diesel.<br />

Gerenciamento de<br />

ferramentas de corte<br />

O gerenciamento de ferramentas de<br />

corte implica em redução de custos na<br />

produção de forma padronizada, ou seja, o<br />

gerenciamento visa qual é a melhor forma de<br />

reduzir ao máximo os custos de produção<br />

na melhor estratégia do processo.<br />

As etapas a seguir irão demonstrar como<br />

a empresa em estudo está atuando para se<br />

obter a máxima redução dos custos com<br />

ferramentas de corte.<br />

1. Custo por peça,<br />

comprometimento com<br />

fornecedores<br />

O primeiro ponto para um gerenciamento<br />

eficaz é o comprometimento dos<br />

fornecedores com a empresa.<br />

A empresa estudada está em fase de<br />

desenvolvimento e de implementação de<br />

um novo conceito chamado custo por peça,<br />

que visa a redução dos gastos sob o ponto<br />

de vista das ferramentas de corte.<br />

O custo por peça tem sido uma forma de<br />

trabalho desenvolvida por algumas grandes<br />

empresas consumidoras de ferramentas, que<br />

observam nessa estratégia uma boa alternativa<br />

para reduzir seus custos produtivos.<br />

Ao invés da empresa pagar as ferramentas<br />

por unidade adquirida, a ideia do<br />

custo por peça é pagar aos fornecedores das<br />

ferramentas um valor fixo pré-estabelecido<br />

por peça produzida.<br />

Dessa forma, os fornecedores das ferramentas<br />

deverão acompanhar mais de perto<br />

o processo no dia-a-dia, porém, caso uma<br />

ferramenta não apresente o desempenho<br />

esperado (que foi acordada na hora da<br />

venda) quem terá que arcar com esse custo<br />

acima do esperado é o próprio fornecedor<br />

da ferramenta e não mais o cliente, como<br />

ocorre na maioria das vezes.<br />

Vale salientar que, para esse tipo de<br />

produto (ferramentas de corte), o acompanhamento<br />

e serviço pós-venda são de<br />

suma importância, pois devido às inúmeras<br />

variações características dos processos de<br />

usinagem, é sempre recomendável que se<br />

tenha um acompanhamento técnico próximo<br />

por parte do fornecedor das ferramentas.<br />

2. Controle de saídas de ferramentas<br />

O controle de saída das ferramentas é<br />

um importante indicador para se mensurar<br />

os gastos com ferramentas e manter sua<br />

rastreabilidade dentro e fora da fábrica. A<br />

utilização de software para o auxílio desse<br />

controle é extremamente importante para o<br />

gerenciamento de ferramentas, onde através<br />

dele é possível mensurar os gastos totais com<br />

ferramentas e/ou os gastos por máquina,<br />

uma vez que a ferramenta é enviada para<br />

uma máquina específica.<br />

Com isso é possível também detectar<br />

com facilidade as máquinas e/ou processos<br />

que estão consumindo ferramentas em<br />

demasia, podendo a empresa tomar uma<br />

atitude mais rápida e eficaz no sentido de<br />

amenizar as perdas ocasionadas por estas<br />

situações. O software ainda auxilia na<br />

emissão de relatórios de custo e emissão<br />

de pedidos de compra.<br />

Para atuar na redução dos custos de<br />

produção inerentes às ferramentas de corte<br />

de maneira mais eficiente, em julho de 2009<br />

foram mapeados os gastos com ferramentas<br />

em todas as linhas da fábrica (tabela 1).<br />

FONTE - Empresa estudada.<br />

3. Mapeamento e composição<br />

dos custos<br />

Com os dados da tabela 1, foi traçada<br />

uma curva ABC (figura 1) para identificar<br />

quais são os itens mais impactantes em


elação ao custo. Foi observado que, para<br />

todas as linhas de produção da fábrica,<br />

a distribuição dos custos segue a mesma<br />

proporção, em média, 80% dos custos é<br />

representado por apenas 20% dos itens.<br />

FONTE - Empresa estudada.<br />

Esses 20% dos itens passaram a ser<br />

considerados críticos e, para cada linha<br />

de produção, foi traçada essa curva para<br />

mapear a distribuição dos custos. Dessa<br />

forma, as ações e os testes de novas ferramentas<br />

passaram a ser direcionados a esses<br />

itens críticos a fim de se obter uma redução<br />

mais significativa nos custos produtivos<br />

da fábrica.<br />

4. Análise crítica do consumo<br />

elevado<br />

Após a identificação do item que será<br />

analisado, foi utilizado o diagrama de causa<br />

e efeito (figura 2) para levantamento de<br />

todas as prováveis causas que possivelmente<br />

T1. Gastos totais com Ferramentas.<br />

F2. Matriz causa-efeito.<br />

estão cooperando para um consumo elevado<br />

de ferramentas de corte.<br />

Para cada caso específico, é feito um<br />

brainstorming envolvendo todas as pessoas<br />

manutenção<br />

que têm envolvimento com o processo, que<br />

podem ser os operadores, os engenheiros de<br />

processo, de manufatura e os fornecedores<br />

da ferramenta. FONTE - Empresa estudada<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

29


manutenção<br />

F3. Fresa horária. F4. Fresa Anti-horária.<br />

F5. Inserto fresa horária. F6. Inserto fresa Anti-horária.<br />

T2. Gastos sem reaproveitamento de inserto.<br />

T3. Gastos com reaproveitamento de inserto.<br />

30 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

A matriz causa-efeito, demonstrada pela<br />

figura 2 possibilita cercar todas as causas<br />

que geram o consumo elevado de ferramentas,<br />

por diferentes pontos de vista dos<br />

envolvidos, tornando as ações e os testes de<br />

novas ferramentas mais eficazes no sentido<br />

de reduzir o consumo e consequentemente,<br />

diminuir os custos.<br />

5. Melhorias organizacionais<br />

Após fazer a análise de Pareto (referências<br />

bibliográficas) e do diagrama causa e efeito,<br />

observa-se um grande consumo de insertos<br />

nas operações das figuras 3 e 4.<br />

O controle da vida e da utilização de<br />

todas as arestas, bem como a redução dos<br />

estoques de ferramentas, são exemplos de<br />

ações que têm grande importância no que<br />

tange às ferramentas de corte.<br />

Nas operações de usinagem da biela,<br />

as fresas utilizam um inserto triangular,<br />

que apresentam 3 arestas de corte em cada<br />

face, totalizando 6 arestas de corte. No<br />

entanto, no caso da biela, uma das fresas<br />

trabalha com a rotação no sentido horário<br />

- figura 3 - e a outra no sentido anti-horário<br />

– figura 4.<br />

Em um caso como esse, quando empregado<br />

na fresa direita (sentido horário),<br />

apenas os lados em destaque da aresta de<br />

corte do inserto será desgastado – figura 5.<br />

Já quando usado na fresa esquerda (sentido<br />

anti-horário), o mesmo ocorrerá para o lado<br />

oposto da aresta – figura 6.<br />

Dessa forma, se os insertos da fresa<br />

direita forem reutilizados na esquerda,<br />

ou vice-versa, pode-se empregar 2 vezes<br />

cada aresta, o que representa um total de<br />

12 arestas por inserto. Segue exemplo de<br />

quanto pode ser significativo o ganho com<br />

o reaproveitamento dos insertos.<br />

Na tabela 2, pode ser observado que<br />

para a produção de 1.000 peças com uma<br />

vida de inserto de 250 peças/aresta, são<br />

necessários 67 insertos para fazer a produção<br />

anual (12.0000 peças). Como nesse caso a<br />

empresa não tem a cultura de reaproveitar<br />

os insertos, são exigidos 67 insertos em<br />

cada operação, contabilizando um total<br />

de 134 insertos ao ano, que representa R$<br />

52.517,28.<br />

Na tabela 3, observa-se que reaproveitando<br />

todos os insertos, a operação 170<br />

não necessita requisitar nenhum inserto<br />

novo, gerando assim uma economia de 67<br />

insertos e R$ 26.258,64 no ano.


6. Considerações e demonstração<br />

dos resultados<br />

O gerenciamento de ferramentas de<br />

corte se mostrou muito importante na<br />

busca da redução dos custos produtivos e<br />

do aumento da produtividade. Contudo,<br />

é bom ressaltar que todas as pessoas do<br />

grupo (preparadores, afiadores, técnicos,<br />

operadores e principalmente a liderança)<br />

devem estar alinhadas e comprometidas a<br />

manter todas as informações precisamente<br />

atualizadas.<br />

Foi demonstrado nesse estudo um<br />

ganho de R$ 26.258,64 por ano, porém<br />

deve-se destacar que o intuito foi mostrar<br />

a possibilidade de redução de custos através<br />

do gerenciamento. De acordo com análise<br />

dos relatórios de “savings” apontado pelos<br />

gerenciadores, a empresa teve redução de<br />

18% dos custos com ferramentas resultantes<br />

do gerenciamento, o que representa mais de<br />

um milhão de reais de economia ao ano.<br />

Conclusão<br />

Através do desenvolvimento do estudo<br />

de caso, foi possível demonstrar os ganhos<br />

que a empresa vem obtendo com a aplicação<br />

do gerenciamento de ferramentas de corte<br />

no sentido de aumentar a competitividade<br />

da empresa. O controle de saída das ferramentas<br />

no chão de fábrica com auxílio do<br />

software se mostrou uma importante etapa<br />

no processo, visto que através desses dados<br />

são criadas curvas ABC (Pareto) que auxiliam<br />

na identificação das ferramentas que mais<br />

impactam na composição total do custo.<br />

A utilização do diagrama de causa e efeito<br />

(Ishikawa) ajuda a identificar de maneira eficaz<br />

as causas do consumo elevado das ferramentas<br />

que mais impactam na composição do custo<br />

por peça, permitindo assim uma atuação<br />

mais rápida e precisa por parte da empresa<br />

e do fornecedor da ferramenta no sentido<br />

de reduzir o consumo desse item.<br />

Como propostas para futuros trabalhos,<br />

levantamos a necessidade de um estudo da<br />

aplicação do gerenciamento de ferramentas<br />

de corte em empresas que utilizam processos<br />

de fabricação de peças não seriadas. MA<br />

Os Autores são formados em Engenharia de<br />

Produção Mecânica pela Escola de Engenharia<br />

Mauá no curso. Realizaram estágio na Sandvik<br />

do Brasil e hoje atuam como engenheiros de<br />

vendas técnicas nas distribuições da Sandvik.<br />

Gustavo - g_lazari@hotmail.com<br />

Henrique - h.andrade@uol.com.br<br />

Rafael - rafaelbatalhote@yahoo.com.br<br />

Referências Bibliográficas<br />

BESANT, C.B. CAD/CAM – Projeto e<br />

Fabricação com o Auxílio de Computador.<br />

Rio de Janeiro: Camus, 1988. 249 p.<br />

CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A.; DA SILVA, R.<br />

Metodologia científica. São Paulo: Person<br />

Education do Brasil, 2006. 162 p.<br />

CHWIF, L; MEDINA, A. C;. Modelagem e<br />

Simulação de Eventos Discretos: Teoria e<br />

Aplicações. 2 ed. São Paulo, SP: Bravarte,<br />

2006. 255 p.<br />

FAVARETTO, A. S. Estudo do Gerenciamento<br />

de Ferramentas de Corte na<br />

Indústria Automotiva de Curitiba e<br />

Região Metropolitana. Curitiba, PUC-PR:<br />

2005. 201 p.(Mestrado em Engenharia<br />

de Produção).<br />

HOHMANN, C. Principle of 5 S. Disponível<br />

em<br />

. Acesso em 11<br />

mar. 2009.<br />

ISHIKAWA, K. Guia de Control de Calidad.<br />

Nueva York: Unipub, 1976. 216 p.<br />

LUSTOSA, L. et al. Planejamento e Controle<br />

da Produção. Rio de Janeiro: Elsevier,<br />

2008. 355 p.<br />

MOURA, R.A. Kanban – A Simplicidade<br />

do Controle da Produção. 2 ed. São Paulo:<br />

IMAN, 1992. 355 p.<br />

SILVA, J.M. O ambiente da qualidade na<br />

prática. Belo Horizonte: Fundação Christiano<br />

Ottoni, 1996. 260 p.<br />

SLACK, N.; CHAMBERS S.; JOHNSTON,<br />

R. Administração da Produção. São Paulo:<br />

Atlas, 2007. 747 p.<br />

manutenção<br />

STOCKTON, R.S. Sistemas básicos de<br />

controle de estoques: conceitos e análises.<br />

São Paulo: Atlas, 1976. 139 p.<br />

TRENT, E.M.; WRIGHT, P.K. Metal Cutting.<br />

Woburn: Elsevier, 2000. 446 p.<br />

TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução<br />

metodológica São Paulo: Universidade de<br />

Murdoch, 2005.. Disponível em < http://<br />

www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n3.<br />

pdf><br />

Acesso em 16 set. 2009.<br />

WCM. KAIZEN DEFINITION: The zen<br />

of doing it better, and making it better.<br />

World Class Manufacturing. Disponível<br />

em: .<br />

Acesso em 20 jun. 2009.<br />

WOMACK, J.P.; JONES D.T.; ROOS D.<br />

A máquina que mudou o mundo. Rio de<br />

Janeiro. Campus, 1992. 347 p.<br />

YIN, R.K. Estudo de Caso: Planejamento e<br />

Métodos. 2.ed. Porto Alegre, RS: Bookman,<br />

2001. 205 p.<br />

ZONTA, A.J. Gerenciamento de ferramentas:<br />

Estudos de caso de empresas do<br />

setor metal-mecânico brasileiro. Florianópolis:<br />

2007.<br />

Disponível em: <br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

31


conectividade<br />

Libertando o<br />

poder do HART<br />

e proporcionando<br />

benefícios aos usuários<br />

O protocolo HART tem sido testado com sucesso em milhares de<br />

aplicações em vários segmentos, mesmo em ambientes perigosos.<br />

Porém, o dia-a-dia tem nos mostrado que os usuários pouco se<br />

utilizam dos recursos que esta tecnologia disponibiliza e que<br />

poderiam tirar vantagens de características e funcionalidades<br />

deste protocolo, libertando o “poder” que o HART tem.<br />

Neste sentido, este artigo mostrará detalhes da utilização da<br />

comunicação HART em medições multivariáveis, descrevendo<br />

aplicações de um conversor de HART para 4-20 mA capaz de<br />

acrescentar mais flexibilidade de uso aos equipamentos HART<br />

saiba mais<br />

Protocolo Digital Hart<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 43<br />

A Tecnologia Hart na indústria<br />

– Estrutura do Protocolo<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 19<br />

Manuais de equipamentos<br />

HART Smar<br />

Site de fabricante:<br />

www.smar.com.br<br />

32 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

HCC301: conversor de<br />

HART para 4-20 mA<br />

O HCC301 é um conversor Smar a<br />

dois fios capaz de gerar um sinal de corrente<br />

4-20 mA através de uma variável via<br />

comunicação HART. Com isto podemos<br />

transferir informações de equipamentos<br />

HART aos controladores e facilitar os<br />

controles e processos com uma solução de<br />

baixo custo.<br />

Este conversor tem a capacidade de<br />

trabalhar como mestre primário do barramento<br />

HART e continuamente fazer<br />

o “polling” de uma variável em um outro<br />

equipamento HART, convertendo a mesma<br />

dinamicamente a um valor em corrente de<br />

4-20 mA proporcional a uma escala pré-configurada.Mesmo<br />

sendo um mestre primário,<br />

o HCC301 permite livremente que se tenha<br />

um mestre secundário no barramento, como<br />

por exemplo, um hand-held.<br />

Eng. César Cassiolato<br />

Smar Equipamentos Industriais Ltda.<br />

Esta variável atualizada em corrente<br />

pode ser a variável primária em unidade<br />

de engenharia, a variável primária em<br />

percentagem ou também uma das variáveis<br />

dinâmicas do equipamento HART: a variável<br />

secundária, terciária ou a quarta variável.O<br />

equipamento HART pode ser de qualquer<br />

fabricante, o que dá mais flexibilidade e<br />

recursividade ao usuário.<br />

Pode-se configurar no conversor a condição<br />

de falha segura segundo a NAMUR-<br />

NE43, onde em uma falha, este gerará um<br />

sinal de corrente de acordo com a seleção do<br />

usuário(3,6 ou 21 mA), de tal forma que o<br />

controlador possa tomar uma ação segura.<br />

O usuário ainda configura o número de<br />

“retries” de comunicação até que o conversor<br />

gere a corrente em falha segura.<br />

Em nível de segurança, pode-se ainda<br />

habilitar a proteção de escrita evitando<br />

alterações não autorizadas.


Veja mais detalhes no diagrama de<br />

blocos funcional na figura 1.<br />

Durante a configuração do HCC301,<br />

este deve ser configurado para escravo, o<br />

que é feito localmente no equipamento.<br />

A figura 2 mostra a tela de configuração<br />

do conversor utilizando-se um hand-held<br />

(PALM, HPC301 Smar), onde podemos<br />

ver a simplicidade para o usuário.<br />

Algumas aplicações<br />

1) Aumentando a segurança e<br />

confiabilidade em elementos finais<br />

de controle<br />

A grande maioria dos posicionadores de<br />

válvulas HART do mercado não possuem<br />

um sinal de retorno indicando a posição real<br />

da válvula e quando têm, exigem ligações<br />

a 4 fios, dificultando e aumentando custos<br />

de instalação.A solução normalmente<br />

adotada, é a utilização de um transmissor<br />

de posição, mas que envolve custos e exige<br />

instalação adequada. Com isto, é muito<br />

frequente se ver no campo o posicionador<br />

recebendo um setpoint de posição desejada<br />

via controlador, mas o controle não tem<br />

um sinal de feedback, dizendo se a válvula<br />

realmente foi para a posição desejada, se<br />

está emperrada, se está lenta, como está o<br />

controle seu controle, etc...<br />

Observe a figura 3, onde temos um<br />

posicionador de válvulas. Poderíamos a<br />

um baixo custo extrair via comunicação<br />

HART a posição real da válvula e fornecêla<br />

proporcionalmente a 4-20 mA para o<br />

sistema de controle, melhorando condições<br />

de performance, reduzindo custos com a<br />

minimização da variabilidade do processo,<br />

além de aumentar significativamente a confiabilidade<br />

do sistema. Note que em termos de<br />

instalação, nada é feito no posicionador.<br />

2) Minimizando custos nos<br />

processos de medição de densidade<br />

e concentração<br />

Analisemos a situação da figura 4,<br />

onde temos um transmissor HART de<br />

densidade/concentração e que, além da<br />

medida primária (densidade ou concentração),<br />

queremos fornecer ao controle um<br />

sinal de corrente do processo de temperatura.<br />

Geralmente, colocaria-se mais um<br />

transmissor de temperatura no processo e<br />

assim teríamos a medição da temperatura.<br />

Porém, usando o HCC301, poderíamos a<br />

F1. Diagrama funcional do HCC301- Smar.<br />

F2. Tela de Configuração do HCC301.<br />

F3. Aumentando a segurança e confiabilidade<br />

em elementos finais de controle.<br />

conectividade<br />

F4. Minimizando custos nos processos de<br />

medição de densidade e concentração.<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

33


conectividade<br />

F5. Medição da temperatura ambiente<br />

ou em escala diferente nos processos de<br />

temperatura.<br />

um baixo custo extrair via comunicação<br />

HART a temperatura do processo, que é<br />

medida pelo transmissor e fornecê-la proporcionalmente<br />

a 4-20 mA para o sistema<br />

de controle, melhorando condições de<br />

performance, reduzindo custos. Observe<br />

que em termos de instalação, nada é feito<br />

no transmissor.<br />

3) Medição da temperatura<br />

ambiente ou em escala diferente<br />

nos processos de temperatura<br />

Analisemos a situação de aplicação de<br />

acordo com a figura 5, onde tem-se um<br />

forno operando de 50 a 200 °C, e o valor<br />

da temperatura é fornecida ao sistema de<br />

controle proporcionalmente através de um<br />

sinal de 4-20 mA. Poderia-se medir esta<br />

temperatura em uma escala diferente, com<br />

propósitos somente de monitoração por<br />

exemplo, ou ainda estarmos informando a<br />

temperatura ambiente. Usando o HCC301,<br />

poderíamos a um baixo custo extrar via<br />

comunicação HART estas informações e<br />

fornecê-las proporcionalmente a 4-20 mA<br />

para o sistema de controle, melhorando<br />

condições de performance, reduzindo<br />

custos. Veja que em termos de instalação,<br />

nada é feito no transmissor.<br />

34 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

F6. Medição multivariável.<br />

4) Medição multivariável: vazão<br />

Analisemos agora a situação da figura<br />

6, onde temos um transmissor de pressão<br />

utilizando-se de um elemento primário para<br />

medição de vazão. Poderia-se, por exemplo,<br />

via conversor HCC301, disponibilizar a<br />

pressão diferencial ao sistema de controle,<br />

uma vez que a variável primária do transmissor<br />

foi configurada como vazão.Note<br />

que em termos de instalação, nada é feito<br />

no transmissor.<br />

5) Gerenciamento de Ativos<br />

A necessidade de automação na indústria<br />

e nos mais diversos segmentos está associada,<br />

entre diversos aspectos, às possibilidades de<br />

aumentar a velocidade de processamento<br />

das informações, uma vez que as operações<br />

estão cada vez mais complexas e variáveis,<br />

exigindo um grande número de controles<br />

e mecanismos de regulação para permitir<br />

decisões mais ágeis e, portanto, aumentar<br />

os níveis de produtividade e eficiência do<br />

processo produtivo dentro das premissas<br />

da excelência operacional.<br />

A automação permite economias de<br />

energia, força de trabalho e matérias-primas,<br />

um melhor controle de qualidade do produto,<br />

maior utilização da planta, aumenta<br />

a produtividade e a segurança operacional.<br />

Em essência, a automação nas indústrias<br />

permite elevar os níveis de continuidade<br />

e de controle global do processo com<br />

maior eficiência, aproximar ao máximo<br />

a produção real à capacidade nominal da<br />

planta, ao reduzir ao mínimo possível as<br />

horas paradas, de manutenção corretiva e<br />

a falta de matéria-prima.<br />

Além disso, com o advento dos sistemas<br />

de automação baseado em redes de campo e<br />

tecnologia digital, pode-se ter vários benefícios<br />

em termos de manutenção e aumentar a<br />

disponibilidade e segurança operacional. E,<br />

ainda, a automação extrapola os limites de<br />

chão de fábrica, ela continua após o produto<br />

acabado, atingindo fronteiras mais abrangentes;<br />

a automação do negócio. Quanto mais<br />

informação, melhor uma planta pode ser<br />

operada e sendo assim, mais produtos pode<br />

gerar e mais lucrativa pode ser. A informação<br />

digital e os sistemas verdadeiramente abertos<br />

permitem que se colete informações dos mais<br />

diversos tipos e finalidades de uma planta,<br />

de uma forma interoperável e como ninguém<br />

jamais imaginou e neste sentido, com a tecnologia<br />

HART pode-se transformar preciosos<br />

bits e bytes em um relacionamento lucrativo<br />

e obter também um ganho qualitativo do<br />

sistema como um todo. É o gerenciamento<br />

dos dispositivos.<br />

Esse tipo de gerenciamento tem como<br />

objetivo o uso intensivo da comunicação<br />

HART para aumentar a eficiência<br />

e disponibilidade dos equipamentos, ao<br />

mesmo tempo minimizando os custos de<br />

manutenção. O Gerenciamento de Ativos<br />

é então o conjunto de todas as técnicas e<br />

ferramentas empregadas para otimizar a<br />

manutenção dos equipamentos reduzindo ao<br />

máximo os custos com paradas e aumentar<br />

a disponibilidade operacional.<br />

O autodiagnóstico, confiável e seguro,<br />

proporcionado pelos dispositivos HART,<br />

possibilita a integração de programas de<br />

manutenção preditiva e proativa. Estatísticas<br />

operacionais, como o deslocamento acumulado<br />

da haste de uma válvula, proporcionam<br />

informações úteis para a previsão de falhas e<br />

uso da manutenção preditiva. Diagnósticos<br />

rápidos e estatísticas operacionais permitem<br />

a antecipação de falhas antes que elas<br />

possam causar danos.<br />

Mecanismos on-line de notificação de<br />

falhas informam imediatamente ao responsável<br />

se um determinado dispositivo


poderá falhar. Isto permite a tomada de<br />

providências antes que a produção seja<br />

afetada, contribuindo para a diminuição<br />

das paradas inesperadas e de situações de<br />

risco. Informações mais precisas, como<br />

por exemplo, qual dispositivo, que tipo de<br />

falha, entre outras, podem ajudar na escolha<br />

adequada de sobressalentes e de ferramentas,<br />

antes do envio da equipe de manutenção<br />

ao campo. A utilização de programadores<br />

portáteis pode ser eliminada.<br />

É possível acessar os dispositivos da<br />

rede HART via ferramentas poderosas<br />

em um microcomputador. O AssetView<br />

da Smar, por exemplo, é uma ferramenta<br />

de gerenciamento de ativos e manutenção<br />

preditiva e proativa, parte integrante do<br />

SYSTEM302-7 e que contribui para uma<br />

grande diminuição dos custos operacionais<br />

da planta.E isto é garantido somente se o<br />

processo estiver rodando com excelência, uma<br />

consequência direta do gerenciamento de<br />

ativos e de práticas que reduzem o downtime,<br />

aumentando a disponibilidade da planta e<br />

cortando custos de manutenção.<br />

O SYSTEM302-7, sistema de automação<br />

baseado em redes, é um sistema com um<br />

número menor de componentes e consequentemente,<br />

possui uma maior confiabilidade.<br />

A tecnologia baseada em padrões abertos<br />

prevê uma menor dependência dos caros<br />

contratos de manutenção.<br />

Uma grande parte do Total Cost of<br />

Ownership (TCO - Custo Total de Propriedade)<br />

do sistema pode ser reduzida<br />

devido à facilidade da manutenção. A<br />

manutenção de registros exigida pela ISO<br />

14000 e ISO 9000 torna-se muito mais<br />

fácil, uma vez que os dados dos instrumentos<br />

estão disponíveis em qualquer estação<br />

de trabalho.<br />

Um sistema de gerenciamento e manutenção<br />

deve ter recursos que permitam ao<br />

usuário identificar ou prognosticar fácil e<br />

rapidamente qualquer mau funcionamento<br />

de sua planta. Neste sentido, deve ter<br />

facilidades técnicas em gerações de dados<br />

estatísticos, levantamento de históricos,<br />

gerações de relatórios, permitir fácil acesso<br />

de qualquer lugar, mesmo fora da planta e<br />

evitar paradas não programadas e otimizar<br />

as paradas programadas das empresas,<br />

utilizando as manutenções preditivas e<br />

proativas (o chamado conceito TPM Total<br />

Productive Maintenance). Além disso, deve<br />

tirar vantagens dos modernos recursos<br />

de rede e arquitetura de software, como<br />

interface OPC, multiprotocolos e acesso<br />

via WEB, onde estas ferramentas oferecem<br />

ao usuário ampla visibilidade da planta, a<br />

qualquer hora, em qualquer lugar.<br />

Em termos gerais, as empresas hoje<br />

querem informações que podem gerar benefícios,<br />

facilitando as tomadas de decisões.<br />

Vejamos algumas facilidades e benefícios<br />

do gerenciamento de ativos:<br />

• Facilidade de acesso às informações<br />

em toda a planta (desde chão-defábrica<br />

até níveis gerenciais);<br />

• Garante uniformização das informações<br />

nos diversos níveis hierárquicos,<br />

com confiabilidade. Rico em informação,<br />

facilita a tomada de decisões;<br />

• Permite infraestrutura e tecnologia<br />

para que se monitore on-line, configure,<br />

calibre e gerencie equipamentos<br />

de campo com o objetivo de se ter<br />

os melhores resultados em termos de<br />

desempenho e redução de custos;<br />

• Permite as melhores práticas de manutenção<br />

(principalmente a proativa),<br />

através do gerenciamento de diagnósticos,<br />

programação de manutenções;<br />

• Audit Trial;<br />

• Minimização de spare parts;<br />

• Aumento da disponibilidade e segurança<br />

operacional da planta e redução<br />

do downtime;<br />

• Diminuição do tempo perdido em<br />

manutenção em equipamentos que<br />

realmente não a necessita (Manutenção<br />

Preventiva);<br />

• Ganhos e redução de custos operacionais<br />

contribuindo para a redução<br />

de custos gerais.<br />

O AssetView, ferramenta de gerenciamento<br />

de ativos e parte integrante do<br />

SYSTEM302, foi desenvolvido dentro desta<br />

filosofia e utiliza o próprio WEB Browser<br />

como plataforma para as interfaces gráficas<br />

com o usuário e é baseado em 2 padrões<br />

internacionais de descrição de dispositivos:<br />

EDDL (Electronic Device Description Language)<br />

e FDT (Field Device Tool). Através do<br />

AssetView, pode-se executar manutenções,<br />

programar agendamentos, gerar notificações<br />

via e-mail, e tudo sem a necessidade de um<br />

software específico.<br />

Esta ferramenta possibilita o gerenciamento<br />

de toda documentação dos ativos,<br />

como manuais, procedimentos, folha de<br />

dados, relatórios, links aos fabricantes dos<br />

conectividade<br />

equipamentos, etc. de forma a concentrar<br />

toda documentação e facilitar o dia-a-dia<br />

do usuário.<br />

Com sua poderosa interface, o AssetView<br />

permite a operação com vários equipamentos<br />

de campo (transmissores e válvulas) e dispositivos<br />

mecânicos e elétricos de qualquer<br />

fabricante, facilitando a parametrização,<br />

operação, calibração e diagnósticos. Permite<br />

que se registre toda e qualquer alterações<br />

efetuadas pelo usuário e que se tenha a reconciliação<br />

de configurações e monitoração<br />

on-line de centenas de produtos.<br />

Além disso, o AssetView possui um<br />

Wizard que possibilita um aprimoramento<br />

da interface gráfica definida pela EDDL de<br />

novos equipamentos. Permite também a<br />

definição de diagnósticos avançados, com<br />

a inclusão de gráficos.<br />

Entre vários benefícios destacam-se: a<br />

simplificação nas atividades envolvendo<br />

parametrização, diagnose e manutenção;<br />

redução de custos de manutenção; rápida<br />

identificação de problemas; prevenção de<br />

paradas não programadas, causadas por<br />

falhas de equipamentos ou de instrumentos<br />

e consequente aumento do MTBF (Mean<br />

Time Between Failures) da planta; diminuição<br />

no tempo de parada, programada ou não<br />

programada da planta, com diminuição do<br />

MTTR (Mean Time To Repair); solução<br />

aberta e com fácil acesso a informação.<br />

O AssetView possui duas patentes internacionais<br />

garantindo suas características<br />

inovadoras e o seu pioneirismo: 6,631,298 e<br />

6,725,182 . Mais informações sobre o Asset<br />

View, acesse: www.smar.com/brasil2/products/asset_view.asp.<br />

Conclusão<br />

Pudemos ver alguns detalhes do protocolo<br />

HART, com uma visão mais de aplicação,<br />

mostrando recursos do protocolo que possam<br />

não estar sendo utilizados pelos usuários na<br />

prática, mas que fazem parte do “poder do<br />

HART”. E ainda a viabilidade de adicionar<br />

valores/funcionalidades a equipamentos<br />

HART com o HCC301, dando mais<br />

possibilidades de aplicações, facilitando<br />

instalações e minimizando custos em geral.<br />

Pode-se observar que mesmo sendo uma<br />

tecnologia com mais de 20 anos, ainda tem<br />

muito espaço para crescer, especialmente nas<br />

aplicações de gerenciamento de informações<br />

vindas do campo, gerenciamento de ativos,<br />

diagnóstico e manutenção. MA<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

35


conectividade<br />

PROFINET e<br />

PROFIsafe:<br />

Aplicações na indústria<br />

automobilística no Brasil<br />

Para as funções de segurança conheça Profinet<br />

e o Profisafe, tecnologias que foram utilizadas<br />

na empresa Ford<br />

A<br />

saiba mais<br />

Rede Profinet<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 19<br />

PROFIBUS-DP/PA - ProfiSafe, Profile<br />

for Failsafe Technology<br />

IEC 61508 – Functional safety of<br />

electrical/electronic/programmable<br />

electronic safety-related systems<br />

Material de treinamento SMAR<br />

Profibus, 2003, César Cassiolato.<br />

36 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

s exigências de aumento da produtividade,<br />

disponibilidade e redução no tempo de<br />

parada em intervenções nas linhas em funcionamento<br />

são palavras-chave em tempos<br />

de competição global.<br />

Ao mesmo tempo em que se desejam<br />

benefícios imediatos, não há como deixar<br />

de estar atento ao futuro de todo tipo de<br />

intervenção tecnológica realizada. <strong>Atual</strong>mente,<br />

dentro do escopo de automação<br />

industrial, estas duas visões podem ser<br />

totalmente atendidas pela tecnologia da<br />

PROFINET e o uso do PROFIsafe para<br />

as funções de segurança<br />

Flexibilidade<br />

Considerando a veloz obsolescência<br />

dos produtos em decorrência dos grandes<br />

avanços tecnológicos, torna-se fundamental<br />

optar por soluções modulares, que possam<br />

garantir a otimização dos processos. A<br />

PROFINET possui toda a flexibilidade<br />

da arquitetura de rede ETHERNET,<br />

proporcionando mais liberdade para interconexão<br />

dos componentes no campo<br />

e maior possibilidade de escolhas. Entre<br />

as opções que flexibilizam a topologia de<br />

rede, pode-se destacar a viabilidade do uso<br />

da tecnologia Wireless que permite a troca<br />

de sinais (inclusive sinais de segurança) sem<br />

a existência de cabos. Em especial é uma<br />

aplicação interessante em aplicações com<br />

movimentação, onde existe a necessidade<br />

de pontos de entrada e saída remoto em<br />

dispositivos móveis.<br />

Padrão aberto e universal<br />

A PROFINET é um padrão de comunicação<br />

aberto que permite a integração<br />

simples em sistemas e redes já existentes.<br />

Isso significa que existe segurança tanto<br />

para os investimentos existentes e futuros<br />

quanto para uma transição gradual para a<br />

nova tecnologia.


F1. Detalhe de módulo de entradas e saídas em IP67.<br />

conectividade<br />

Associação Profibus: Mais suporte para PROFINET/PROFIsafe<br />

A Associação Profibus International<br />

(PI) foi fundada em 1989 e está<br />

organizada em mais de 30 países.<br />

Em todo o mundo, a entidade possui<br />

mais de 500 profissionais das diversas<br />

empresas associadas, colaborando em<br />

mais de 50 grupos de trabalho. Este<br />

poder de inovação assegura o futuro<br />

da tecnologia PROFINET.<br />

No Brasil, o PI também está preparado<br />

para atuar no desenvolvimento<br />

do mercado. Seu papel é promover<br />

o conhecimento e a disseminação de<br />

informação sobre a tecnologia dos<br />

padrões de rede PROFINET, PROFI-<br />

BUS e AS-Interface. A ideia é tornar a<br />

tecnologia favorita para os mercados<br />

considerados chaves: manufatura, processo<br />

e controle de movimento.<br />

Para dar maior ênfase e suporte a<br />

este trabalho de desenvolvimento de<br />

soluções em PROFINET e PROFIsafe,<br />

a Associação nomeou uma Diretoria<br />

específica de PROFINET e PROFIsafe<br />

a partir do segundo semestre de 2009,<br />

que está a cargo do engenheiro Daniel<br />

Coppini. “Acumulei uma experiência<br />

de 10 anos na área de automação dentro<br />

da minha atividade na Siemens com foco<br />

em soluções para a indústria automobilística,<br />

que apresenta uma forte demanda<br />

por conceitos inovadores de automação<br />

e comunicação”, afirma Coppini. Segundo<br />

ele, a atividade na Associação vem de<br />

encontro ao seu interesse profissional,<br />

uma vez que pode ser facilmente conciliada<br />

no seu dia-a-dia. “Fiquei muito grato<br />

com o convite”, finaliza.<br />

PROFINET é o padrão de rede industrial<br />

baseada em rede Ethernet desenvolvido<br />

como complemento ao já estabelecido<br />

padrão PROFIBUS. Trata-se de um padrão<br />

robusto de comunicação industrial, capaz<br />

de oferecer confiabilidade máxima nos<br />

processos, e ao mesmo tempo propiciar<br />

as vantagens e facilidades da Ethernet já<br />

difundidas no mundo do “escritório”.<br />

A tecnologia PROFINET tem se consagrado<br />

nos últimos anos, tornandose<br />

rapidamente a principal tendência<br />

tecnológica da automação distribuída.<br />

Em 2008 já haviam sido contabilizados<br />

mundialmente mais de 1,6 milhões de<br />

nós. Com um crescimento médio de<br />

37% ao ano, espera-se atingir a marca<br />

de três milhões de nós em 2010. Os<br />

mercados-chave para a tecnologia<br />

PROFINET são: Manufatura (indústria<br />

automobilística, têxtil, máquinas-ferramenta,<br />

etc.); Processo (indústria<br />

farmacêutica, química, óleo e gás,<br />

alimentos e bebidas, etc.) e Controle<br />

de Movimento (indústrias de madeira,<br />

cerâmica, vidro, plástico, gráficas, etc.).<br />

No Brasil, já existem vários casos de<br />

sucesso (leia sobre o case Ford no<br />

box 2).<br />

PROFIsafe é uma tecnologia que<br />

integra, na mesma rede de comunicação,<br />

sinais de processo e segurança<br />

garantindo a mesma confiabilidade das<br />

aplicações tradicionais (hard wired)<br />

exigidas pela indústria e atingindo as<br />

categorias normatizadas das normas<br />

de segurança (Categorias de segurança<br />

segundo NBR14153 / EN 954 e<br />

Safety Integrity Level (SIL) segundo a<br />

IEC 61508).<br />

Daniel Coppini<br />

Diretor Profibus<br />

PROFINET / PROFIsafe<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

37


conectividade<br />

FORD moderniza planta com PROFINET e PROFIsafe<br />

Um dos cases de sucesso da aplicação<br />

PROFINET/PROFIsafe está na planta da<br />

Ford em São Bernardo do Campo, mais<br />

especificamente em células de solda da<br />

Courier. Conversamos com o time de<br />

engenharia de fábrica e manutenção de<br />

carroceria, Eduardo Fajardo, Fernando<br />

Casagrande e Luiz Cláudio Batista, além<br />

de Glauco Santos (da Siemens) que<br />

acompanhou a instalação do sistema. A<br />

planta adquiriu a tecnologia PROFINET/<br />

PROFIsafe na atualização do sistema de<br />

automação em projeto implantado pela<br />

Siemens no início de 2007.<br />

Para a Ford, a facilidade de instalação foi<br />

o maior diferencial. “Quanto menor o<br />

número de componentes, melhor. Isso<br />

nos ajudou bastante. Ter um sistema<br />

simplificado resultou em ganho de tempo.<br />

Além disso, o número reduzido de cabos<br />

gerou uma instalação mais enxuta e<br />

eficiente”, afirmou Fajardo. Casagrande<br />

destacou as vantagens do padrão Ethernet.<br />

“O endereçamento e o manuseio são<br />

mais amigáveis. Há ainda a disponibilidade<br />

Figura A. Arquitetura original da planta. O “ANTES”<br />

com duas colunas do painél, uma para o Processo e<br />

outra para a Segurança<br />

38 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

de usufruir tanto dos recursos de informática<br />

como dos de automação”, avaliou.<br />

Segundo ele, em se tratando de IHM, a<br />

tecnologia proporciona versatilidade, e<br />

com o uso de IHM baseadas em PC até<br />

a literatura de todo circuito encontra-se<br />

hoje em um único painel de operação.<br />

O monitoramento de todo o processo<br />

destas linhas é realizado via PLCs.<br />

“Diferente dos relés, a segurança via PLC<br />

oferece mais recursos. Além disso, essa<br />

segurança integrada diminui a possibilidade<br />

de falhas e reduz também o tempo<br />

das intervenções”, opinou Luiz Cláudio.<br />

A importância das novas tecnologias está<br />

no fato de elas proporcionarem o menor<br />

número possível de interferências no<br />

processo produtivo. “Depois que uma<br />

instalação foi concluída, o ideal para a<br />

equipe de manutenção e operação é que<br />

não exista mais necessidade de intervenção.<br />

É isso o que vem acontecendo com<br />

essa aplicação na nossa planta há mais de<br />

dois anos”, revela Casagrande. Por esse<br />

motivo, o diagnóstico mais poderoso é<br />

um dos atrativos da PROFINET/PROFIsafe.<br />

“Ter a detecção exata do problema<br />

é um grande diferencial desta tecnologia”<br />

complementou Glauco.<br />

De acordo com a opinião de Casagrande,<br />

para que a tecnologia possa ser ainda<br />

mais difundida e amplamente utilizada no<br />

mercado nacional, o PROFINET/PRO-<br />

FIsafe ainda precisa ser homologado e<br />

entendido como padrão para a indústria.<br />

Fica, assim, um recado para a Associação<br />

Profibus, que pode trabalhar no sentido<br />

de facilitar o acesso desta tecnologia do<br />

futuro nos dias atuais.<br />

Na figura A a seguir, pode-se ver a<br />

arquitetura original da aplicação antes do<br />

retrofit, que utilizava um PLC de segurança<br />

e alguns RELÉS de segurança (na<br />

coluna à direita) e um PLC de processo.<br />

Na figura B está o resultado da modernização.<br />

Note a quantidade de espaço<br />

que ficou disponível no painel, uma vez<br />

que neste caso o painel foi mantido por<br />

motivo de praticidade de instalação.<br />

Figura B. Arquitetura utilizada na modernização.<br />

O “DEPOIS” com um só PLC integrando<br />

Segurança e Processo na mesma rede.


A Ethernet Industrial é utilizada como<br />

base para a ligação dos mais variados componentes,<br />

desde o nível de campo ao de<br />

gerenciamento. Assim, ao aliar desempenho<br />

industrial à universalidade, obtém-se continuidade<br />

e transparência de comunicação<br />

por toda a empresa.<br />

Diagnósticos<br />

Apenas um diagnóstico eficiente é capaz<br />

de proporcionar máxima disponibilidade<br />

de uma planta. A PROFINET oferece um<br />

diagnóstico altamente preciso, flexível e<br />

integrado, evitando paralisações e reduzindo<br />

os custos de operação e manutenção. A<br />

partir daí, as correções de falhas eventuais<br />

acontecem da forma mais ágil possível e tudo<br />

isso se reverte em produtividade.<br />

Segurança<br />

O efeito do uso do PROFIsafe no campo<br />

é imediato, tendo em vista que a transmissão<br />

de dados de processo e de segurança estão<br />

agrupados dentro de uma única topologia de<br />

rede. Isso significa facilidade de instalação<br />

e de manutenção do sistema: um cabo, um<br />

processador, uma única linguagem de programação<br />

e o mesmo módulo de entradas e<br />

saídas. Interessante ressaltar que, ao juntar<br />

duas arquiteturas, não há perda de confiabilidade<br />

no sistema. A PROFIsafe utiliza a<br />

rede de comunicação de campo, incluindo<br />

mecanismos de handshake e redundâncias,<br />

garantindo toda a informação que vinda de<br />

dispositivos de segurança seja tratado apropriadamente.<br />

Mais: cada ponto remoto de<br />

comunicação possui autonomia, entrando<br />

no chamado “modo seguro” em casos de<br />

risco ou perda de comunicação.<br />

Vale destacar ainda que todos os recursos<br />

adicionais de processamento existentes para<br />

garantir a segurança são compensados por<br />

uma tecnologia mais rápida e bastante acessível,<br />

evitando qualquer tipo de sobrecarga<br />

ou comprometimento do processo. Dados<br />

de segurança são tipicamente uma porção<br />

significativamente pequena em comparação<br />

a tudo o que é processado em todo o sistema<br />

de automação, sendo que os requisitos<br />

extras de verificação de sinal de segurança<br />

exigidos pelo protocolo de PROFIsafe não<br />

afetam a performance do sistema de redes<br />

do PROFINET (que funciona com padrão<br />

típico de 100 Mbtis/s).<br />

MA<br />

???<br />

conectividade<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

39


conectividade<br />

PROFIBUS<br />

Vamos apresentar em uma série de artigos a tecnologia<br />

PROFIBUS, e terminar com a tecnologia<br />

PROFINET<br />

saiba mais<br />

Redes de Organização Profibus<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 16<br />

A Rede Profibus DP<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 17<br />

Rede Profibus PA<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 18<br />

Site de fabricante:<br />

www.smar.com.br<br />

Material de treinamento SMAR<br />

Profibus, 2003, César Cassiolato.<br />

40 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

César Cassiolato<br />

Smar Equipamentos Ind. Ltda.<br />

Descrição Técnica PROFIBUS.<br />

PROFIBUS GuideLine<br />

PROFIBUS-DP/PA - ProfiSafe, Profile<br />

for Failsafe Technology<br />

IEC 61508 – Functional safety of<br />

electrical/electronic/programmable<br />

electronic safety-related systems<br />

Manuais PROFIBUS PA - SMAR<br />

Um pouco de história<br />

e cenário atual<br />

A história do PROFIBUS começa na<br />

aventura de um projeto da associação<br />

apoiado por autoridades públicas, que se<br />

iniciou em 1987 na Alemanha. Dentro do<br />

contexto desta aventura, 21 companhias<br />

e institutos uniram forças e criaram um<br />

projeto estratégico em fieldbus. O objetivo<br />

era a realização e estabilização de um<br />

barramento de campo bitserial, sendo o<br />

requisito básico a padronização da interface<br />

de dispositivo de campo. Por esta razão, os<br />

membros relevantes das companhias do<br />

ZVEI (Associação Central da Indústria<br />

Elétrica) concordaram em apoiar um<br />

conceito técnico mútuo para manufatura<br />

e automação de processos.<br />

Um primeiro passo foi a especificação<br />

do protocolo de comunicações complexas<br />

PROFIBUS FMS (Especificação de Mensagens<br />

Fieldbus), que foi preparado para<br />

exigência de tarefas de comunicação.<br />

Um passo mais adiante, em 1993, foi<br />

a conclusão da especificação para uma<br />

variante mais simples e com comunicação<br />

mais rápida, o PROFIBUS-DP (Periferia<br />

Descentralizada). Este protocolo está disponível<br />

agora em três versões funcionais,<br />

o DP-V0, DP-V1 e DP-V2.<br />

Baseado nestes dois protocolos de comunicação,<br />

acoplado com o desenvolvimento de<br />

numerosos perfis de aplicações orientadas e<br />

um número de dispositivos de crescimento


ápido, o PROFIBUS começou seu avanço<br />

inicialmente na automação (manufatura) e<br />

desde 1995 na automação de processos com<br />

a introdução do PROFIBUS-PA. Hoje, o<br />

PROFIBUS é o barramento de campo líder<br />

no mercado mundial.<br />

O PROFIBUS é um padrão de rede de<br />

campo aberto e independente de fornecedores,<br />

onde a interface entre eles permite uma<br />

ampla aplicação em processos, manufatura e<br />

automação predial. Esse padrão é garantido<br />

segundo as normas EN 50170 e EN 50254.<br />

Desde janeiro de 2000, o PROFIBUS foi<br />

firmemente estabelecido com a IEC 61158,<br />

ao lado de mais sete outros fieldbuses. A<br />

IEC 61158 está dividida em sete partes,<br />

nomeadas 61158-1 a 61158-6, nas quais estão<br />

as especificações segundo o modelo OSI.<br />

Nessa versão houve a expansão que incluiu o<br />

DPV-2. Mundialmente, os usuários podem<br />

agora se referenciar a um padrão internacional<br />

de protocolo aberto, cujo desenvolvimento<br />

procurou e procura a redução de custos,<br />

flexibilidade, confiabilidade, segurança,<br />

orientação ao futuro, atendimento às mais<br />

diversas aplicações, interoperabilidade e<br />

múltiplos fornecedores.<br />

Hoje, estima-se em cerca de 30 milhões<br />

de nós instalados com tecnologia<br />

PROFIBUS e mais de 1000 plantas com<br />

tecnologia PROFIBUS-PA. São 24 organizações<br />

regionais (RPAs) e 35 Centros<br />

de Competência em PROFIBUS (PCCs),<br />

localizados estrategicamente em diversos<br />

países, de modo a oferecer suporte aos seus<br />

usuários, inclusive no Brasil, em parceria<br />

com a FIPAI na Escola de Engenharia de<br />

São Carlos-USP, onde existe o único PCC<br />

da América Latina.<br />

• Mais de 2.800 produtos disponíveis;<br />

• Mais de 1000 produtos nos últimos<br />

3 anos;<br />

• Mais de 1.000.000 instalações – PRO-<br />

FIBUS;<br />

• Mais de 1000 plantas com PRO-<br />

FIBUS PA;<br />

• Mais de 30 milhões de nós instalados;<br />

• 6 milhões de nós vendidos nos últimos<br />

3 anos;<br />

• Mais de 6 milhões de nós PROFINET<br />

instalados;<br />

• Mais de 880 mil nós Profibus PA;<br />

• Mais de 630 mil nós ProfiSafe;<br />

• Mais de 2000 Fornecedores.<br />

Em termos de desenvolvimento, vale<br />

a pena lembrar que a tecnologia é estável,<br />

porém não é estática. As empresas-membros<br />

do PROFIBUS International estão sempre<br />

reunidas nos chamados Work Groups,<br />

atentas às novas demandas de mercado e<br />

garantindo novos benefícios com o advento<br />

de novas características.<br />

A tecnologia da informação tornou-se<br />

determinante no desenvolvimento da tecnologia<br />

da automação, alterando hierarquias<br />

e estruturas no ambiente dos escritórios e<br />

chega agora ao ambiente industrial nos seus<br />

mais diversos setores, desde as indústrias de<br />

processo e manufatura até prédios e sistemas<br />

logísticos. A capacidade de comunicação<br />

entre dispositivos e o uso de mecanismos<br />

padronizados, abertos e transparentes são<br />

componentes indispensáveis no conceito de<br />

automação de hoje. A comunicação expandese<br />

rapidamente no sentido horizontal, nos<br />

níveis inferiores (field level), assim como no<br />

sentido vertical integrando todos os níveis<br />

hierárquicos de um sistema. De acordo com<br />

as características da aplicação e do custo<br />

máximo a ser atingido, uma combinação<br />

gradual de diferentes sistemas de comunicação,<br />

tais como: Ethernet, PROFIBUS e<br />

AS-Interface, oferece as condições ideais<br />

de redes abertas em processos industriais.<br />

(Figura 1)<br />

No nível de atuadores/sensores o AS-<br />

Interface é o sistema de comunicação de<br />

dados ideal, pois os sinais binários de<br />

F1. Comunicação Industrial Profibus.<br />

conectividade<br />

dados são transmitidos via um barramento<br />

extremamente simples e de baixo custo,<br />

juntamente com a alimentação 24 Vdc<br />

necessária para alimentar estes mesmos<br />

sensores e atuadores. Outra característica<br />

importante é a de que os dados são transmitidos<br />

ciclicamente, de uma maneira<br />

extremamente eficiente e rápida.<br />

No nível de campo, a periferia distribuída<br />

como: módulos de E/S, transdutores,<br />

acionamentos (drives), válvulas e painéis<br />

de operação, trabalham em sistemas de<br />

automação, via um eficiente sistema de<br />

comunicação em tempo real, o PROFIBUS<br />

DP ou PA. A transmissão de dados do<br />

processo é efetuada ciclicamente, enquanto<br />

alarmes, parâmetros e diagnósticos são<br />

transmitidos somente quando necessário,<br />

de maneira acíclica.<br />

No nível de célula, os controladores<br />

prog<strong>ramáveis</strong>, como os CLPs e os PCs,<br />

comunicam-se entre si, requerendo, dessa<br />

maneira, que grandes pacotes de dados<br />

sejam transferidas em inúmeras e poderosas<br />

funções de comunicação. Além disso, a<br />

integração eficiente aos sistemas de comunicação<br />

corporativos existentes, tais como:<br />

Intranet, Internet e Ethernet, são requisito<br />

absolutamente obrigatório. Essa necessidade<br />

é suprida pelos protocolos PROFIBUS FMS<br />

e PROFINet.<br />

A revolução da comunicação industrial<br />

na tecnologia da automação revela um<br />

enorme potencial na otimização de sistemas<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

41


conectividade<br />

de processo e tem feito uma importante<br />

contribuição na direção da melhoria no<br />

uso de recursos. As informações a seguir<br />

fornecerão uma explicação resumida do<br />

PROFIBUS como um elo de ligação central<br />

no fluxo de informações na automação.<br />

O PROFIBUS, em sua arquitetura, está<br />

dividido em três variantes principais:<br />

PROFIBUS DP<br />

O PROFIBUS DP é a solução de alta<br />

velocidade (high-speed) do PROFIBUS.<br />

Seu desenvolvimento foi otimizado especialmente<br />

para comunicações entres os<br />

sistemas de automações e equipamentos<br />

descentralizados. Voltada para sistemas<br />

de controle, onde se destaca o acesso aos<br />

dispositivos de I/O distribuídos. É utilizada<br />

em substituição aos sistemas convencionais<br />

4 a 20 mA, HART ou em transmissão com<br />

24 volts. Utiliza-se do meio físico RS-485<br />

ou fibra ótica. Requer menos de 2 ms para<br />

a transmissão de 1 kbyte de entrada e saída<br />

e é amplamente utilizada em controles com<br />

tempo crítico.<br />

<strong>Atual</strong>mente, 90% das aplicações envolvendo<br />

escravos Profibus utilizam-se do<br />

PROFIBUS DP. Essa variante está disponível<br />

em três versões: DP-V0, DP-V1 e DP-V2. A<br />

origem de cada versão aconteceu de acordo<br />

com o avanço tecnológico e a demanda das<br />

aplicações exigidas ao longo do tempo.<br />

(Figura 2)<br />

PROFIBUS-FMS<br />

O PROFIBUS-FMS provê ao usuário<br />

uma ampla seleção de funções quando<br />

comparado com as outras variantes. É a<br />

solução de padrão de comunicação universal<br />

que pode ser usada para resolver tarefas<br />

complexas de comunicação entre CLPs e<br />

DCSs. Essa variante suporta a comunicação<br />

entre sistemas de automação, assim como<br />

a troca de dados entre equipamentos inteligentes,<br />

e é geralmente utilizada em nível<br />

de controle. Recentemente, pelo fato de<br />

ter como função primária a comunicação<br />

mestre-mestre (peer-to-peer), vem sendo<br />

substituída por aplicações em Ethernet<br />

com o PROFINET.<br />

PROFIBUS-PA<br />

O PROFIBUS PA é a solução PROFIBUS<br />

que atende aos requisitos da automação de<br />

processos, onde se tem a conexão de sistemas<br />

de automação e sistemas de controle<br />

42 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

de processo com equipamentos de campo,<br />

tais como: transmissores de pressão, temperatura,<br />

conversores, posicionadores, etc.<br />

Pode ser usada em substituição ao padrão<br />

4 a 20 mA.<br />

Existem vantagens potenciais da utilização<br />

dessa tecnologia, onde resumidamente<br />

destacam-se as vantagens funcionais<br />

F2. Versões do Profibus.<br />

F3. Arquitetura de comunicação do Protocolo PROFIBUS.<br />

(transmissão de informações confiáveis,<br />

tratamento de status das variáveis, sistema<br />

de segurança em caso de falha, equipamentos<br />

com capacidades de autodiagnose,<br />

rangeabilidade dos equipamentos, alta<br />

resolução nas medições, integração com<br />

controle discreto em alta velocidade, aplicações<br />

em qualquer segmento, etc.). Além


dos benefícios econômicos pertinentes às<br />

instalações (redução de até 40% em alguns<br />

casos em relação aos sistemas convencionais),<br />

custos de manutenção (redução de<br />

até 25% em alguns casos em relação aos<br />

sistemas convencionais), menor tempo de<br />

startup, oferece um aumento significativo<br />

em funcionalidade e segurança.<br />

O PROFIBUS PA permite a medição<br />

e controle por uma linha com dois fios<br />

simples. Também permite alimentar os<br />

equipamentos de campo em áreas intrinsecamente<br />

seguras. O PROFIBUS PA permite<br />

a manutenção e a conexão/desconexão de<br />

equipamentos até mesmo durante a operação<br />

sem interferir em outras estações em áreas<br />

potencialmente explosivas. O PROFIBUS<br />

PA foi desenvolvido em cooperação com os<br />

usuários da Indústria de Controle e Processo<br />

(NAMUR), satisfazendo as exigências<br />

especiais dessa área de aplicação:<br />

• O perfil original da aplicação para a<br />

automação do processo e interoperabilidade<br />

dos equipamentos de campo<br />

dos diferentes fabricantes;<br />

• Adição e remoção de estações de<br />

barramentos mesmo em áreas intrinsecamente<br />

seguras sem influência<br />

para outras estações;<br />

• Uma comunicação transparente<br />

através dos acopladores do segmento<br />

entre o barramento de automação<br />

do processo PROFIBUS PA e do<br />

barramento de automação industrial<br />

PROFIBUS-DP;<br />

• Alimentação e transmissão de dados<br />

sobre o mesmo par de fios baseado<br />

na tecnologia IEC 61158-2;<br />

• Uso em áreas potencialmente explosivas<br />

com blindagem explosiva tipo<br />

“intrinsecamente segura” ou “sem<br />

segurança intrínseca”.<br />

A conexão dos transmissores, conversores<br />

e posicionadores em uma rede PROFIBUS<br />

DP é feita por um coupler DP/PA. O par<br />

trançado a dois fios é utilizado na alimentação<br />

e na comunicação de dados para cada<br />

equipamento, facilitando a instalação e<br />

resultando em baixo custo de hardware,<br />

menor tempo para iniciação, manutenção<br />

livre de problemas, baixo custo do software<br />

de engenharia e alta confiança na operação.<br />

Nas próximas edições abordaremos sobre<br />

o PROFINET.<br />

Todas as variantes do PROFIBUS são<br />

baseadas no modelo de comunicação de<br />

redes OSI (Open System Interconnection) em<br />

concordância com o padrão internacional<br />

ISO 7498. Devido aos requisitos de campo,<br />

somente os níveis 1 e 2, e ainda o nível 7<br />

no FMS, são implementados por razões de<br />

eficiência. (Figura 3)<br />

Nas três variantes os dois níveis inferiores<br />

são muito parecidos, sendo que a<br />

grande diferença está na interface com os<br />

programas de aplicação. O nível 1 define o<br />

meio físico. O nível 2 (nível de transporte<br />

de dados) define o protocolo de acesso ao<br />

barramento. O nível 7 (nível de aplicação)<br />

define as funções de aplicação.<br />

Essa arquitetura assegura transmissão<br />

de dados rápida e eficiente. As aplicações<br />

disponíveis ao usuário, assim como o comportamento<br />

dos vários tipos de dispositivos<br />

PROFIBUS-DP, estão especificados na<br />

interface do usuário.<br />

O PROFIBUS-FMS tem os níveis 1,<br />

2 e 7 definidos, onde o nível de aplicação<br />

é composto de mensagens FMS (Fieldbus<br />

Message Specification) e da camada inferior<br />

(LLI -Lower Layer Interface). O FMS define<br />

um amplo número de serviços poderosos de<br />

comunicação entre mestres e entre mestres<br />

e escravos. O LLI define a representação<br />

de serviços do FMS no protocolo de transmissão<br />

do nível 2.<br />

O protocolo de comunicação PROFIBUS<br />

PA usa o mesmo protocolo de comunicação<br />

PROFIBUS DP. Isto porque os serviços de<br />

comunicação e mensagens são idênticos.<br />

De fato, o PROFIBUS PA = PROFIBUS<br />

DP - protocolo de comunicação + Serviços<br />

Acíclico Estendido + IEC61158 que é a<br />

Camada Física, também conhecida como<br />

H1. Permite uma integração uniforme e<br />

completa entre todos os níveis da automação<br />

e as plantas das áreas de controle de<br />

processo. Isto significa que a integração de<br />

todas as áreas da planta pode ser realizada<br />

com um protocolo de comunicação que usa<br />

variações diferentes.<br />

Conclusão<br />

Nesta primeira parte apresentei o conceito<br />

do protocolo PROFIbus, na próxima<br />

edição estarei abordando o meio físico<br />

em que opera o protocolo, e finalmente o<br />

protocolo PROFInet com suas topologias.<br />

BIBLIOGRAFIA MA<br />

conectividade<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

43


supervisão<br />

Medição Contínua<br />

de Densidade e<br />

Concentração<br />

em Processos<br />

Industriais<br />

Para a medição da densidade em processos industriais muitos<br />

métodos são disponíveis, baseados em diferentes tecnologias,<br />

tais como: medidores nucleares, refratômetros, medidores<br />

mássicos de efeito Coriolis, medição com diapasão vibrante,<br />

areômetros, análise de laboratório, etc. Utilizando o princípio<br />

do diferencial de pressão hidrostático, com uma sonda<br />

de imersão e dois sensores de pressão integrados em uma<br />

única unidade, o transmissor de densidade e concentração<br />

capacitivo mede de forma contínua e precisa a densidade e<br />

a concentração de líquidos<br />

D<br />

saiba mais<br />

Arquitetura para sistema de medição<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 37<br />

Medidores de densidade em linha<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 17<br />

Princípios e metodologias para<br />

medição de oxigênio em meios líquidos<br />

<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 13<br />

44 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

iversos processos industriais requerem medição<br />

contínua da densidade para operarem<br />

eficientemente e garantir qualidade e uniformidade<br />

ao produto final. Isto inclui usinas<br />

de açúcar e etanol, cervejarias, laticínios,<br />

indústrias químicas e petroquímicas, de<br />

papel e celulose de mineração, entre outras.<br />

A densidade é um dos melhores indicadores<br />

da composição de um produto, foi usada,<br />

por exemplo, por Archimedes (250 anos<br />

A.C.) para determinar que a coroa de ouro<br />

do rei Hiero não era pura.<br />

Nos itens a seguir são apresentadas as<br />

características do transmissor de densidade<br />

capacitivo para a medição contínua<br />

Evaristo Orellana Alves,<br />

Gerente de Produto - Smar<br />

de densidade e concentração de líquidos<br />

diretamente nos processos industriais.<br />

No 1º tema é apresentado o transmissor<br />

digital de densidade e concentração capacitivo,<br />

no item 1 o seu princípio de funcionamento<br />

no item 2 as formas de instalação e montagem,<br />

no item 3 os detalhes de calibração e partida,<br />

no item 4 são apresentados os detalhes de<br />

operação e manutenção. No 2º tema é feita<br />

a comparação do transmissor de densidade<br />

capacitivo com as outras tecnologias disponíveis<br />

para a medição de densidade. No<br />

3º tema lista as aplicações mais frequentes<br />

deste transmissor. O último assunto mostra<br />

a conclusão deste artigo.


Transmissor Digital de<br />

Densidade e Concentração<br />

Capacitivo<br />

O transmissor de densidade capacitivo<br />

utiliza o princípio de medição de pressão<br />

diferencial hidrostática entre dois pontos<br />

separados por uma distância fixa e conhecida<br />

para calcular com precisão a densidade e<br />

concentração de líquidos.<br />

1. Princípio de funcionamento<br />

O equipamento utiliza um sensor de<br />

pressão diferencial tipo capacitivo que se<br />

comunica mediante capilares com os diafragmas<br />

submersos no fluido do processo,<br />

separados por uma distancia fixa.<br />

A pressão diferencial sobre o sensor<br />

capacitivo será diretamente proporcional à<br />

densidade do líquido medido (ver figura e<br />

fórmulas). Este valor de pressão diferencial<br />

não é afetado pela variação do nível do líquido<br />

nem pela pressão interna do vaso.<br />

O transmissor de densidade capacitivo<br />

possui ainda um sensor de temperatura<br />

localizado entre os sensores de pressão para<br />

efetuar a correção e normalização dos cálculos<br />

levando em conta a temperatura do processo.<br />

Com a temperatura do processo corrige-se<br />

a distância entre os diafragmas e a variação<br />

volumétrica do fluido de enchimento dos<br />

capilares que transmitem a pressão dos<br />

sensores à célula capacitiva.<br />

Sendo o sensor de pressão diferencial<br />

utilizado do tipo capacitivo ele gera um sinal<br />

digital. Como o processamento posterior<br />

do sinal se realiza também digitalmente,<br />

obtém-se um alto nível de estabilidade e<br />

exatidão na medição.<br />

Com a informação gerada pelo sensor<br />

de pressão diferencial capacitivo e a temperatura<br />

do processo, o software da unidade<br />

eletrônica efetua o cálculo da densidade ou da<br />

concentração, enviando um sinal de corrente<br />

ou digital proporcional à escala de densidade<br />

ou concentração selecionada pelo usuário<br />

(ºBrix, ºPlato, ºBaumé, g/cm3, etc.).<br />

A mesma informação poderá ser acessada<br />

no indicador digital local ou de forma remota<br />

através de comunicação digital.<br />

O transmissor inteligente de densidade<br />

capacitivo, oferece uma exatidão de ± 0,0004<br />

g/cm 3 (± 0,1 ºBrix), e pode ser utilizado<br />

em medição de densidade desde 0,5 g/cm 3<br />

até 5 g/cm 3 .<br />

Este método de medição é imune a variações<br />

de nível do vaso e pode ser empregado<br />

F1. Cálculo da Densidade do Fluido através do Diferencial de Pressão Hidrostática.<br />

tanto em tanques abertos quanto em tanques<br />

pressurizados. A única obrigatoriedade é que<br />

ambos os sensores de pressão devem estar<br />

em contato permanente com o fluido que<br />

se está medindo.<br />

Outra importante vantagem deste<br />

transmissor é sua robustez, pois não possui<br />

partes móveis e não é afetado por vibrações<br />

da planta, diferentemente dos medidores<br />

de densidade baseados na oscilação de um<br />

elemento sensor.<br />

1a. Medição de densidade<br />

O transmissor de densidade capacitivo<br />

mede a densidade de líquidos da seguinte<br />

forma, observe a figura 1.<br />

Pressão hidrostática aplicada no transmissor<br />

de densidade capacitivo:<br />

P 1 = r . g . h1<br />

P 2 = r . g . h2<br />

P 1 - P2 = r . g . (h1 - h2)<br />

Δp = r . g . h<br />

r = Δp / g . h<br />

No cálculo da densidade temos a<br />

fórmula dada na figura 1, onde:<br />

r : Densidade<br />

t : Temperatura do processo<br />

Δp : Diferencial de pressão<br />

a : Coef. compensação de temperatura<br />

do fluido de enchimento<br />

t zero : Temperatura de calibração<br />

do Transmissor<br />

g : Aceleração da gravidade local<br />

h : Distância entre os diafragmas<br />

a : Coeficiente de dilatação do metal<br />

t med : Temperatura de medição de h<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

supervisão<br />

1b. Medição de concentração<br />

Concentração é a quantidade de um<br />

elemento em uma solução e, portanto, esta<br />

medida não é dependente da temperatura,<br />

diferentemente da densidade.<br />

Se tivermos uma solução com 25% de<br />

açúcar a 20°C, esta solução terá uma densidade<br />

r, quando aquecemos esta solução a 60°C<br />

continuaremos tendo a mesma concentração<br />

de 25% de açúcar na solução, mas a densidade<br />

da solução será r’, tal que r’ < r, pois<br />

sempre que aumentamos a temperatura de<br />

um líquido diminuímos sua densidade.<br />

Desta forma alguns processos industriais<br />

utilizam a concentração como unidade de<br />

medição e para controle do processo. As unidades<br />

de concentração mais usadas são:<br />

• Grau Brix e Grau Plato: é a porcentagem<br />

em massa de sacarose presente<br />

em uma solução. Por exemplo: em<br />

uma solução a 30°Brix teremos 30g<br />

de sacarose em 100g de solução. Utilização:<br />

indústrias de açúcar e álcool,<br />

indústrias de sucos, refrigerantes,<br />

cervejaria, etc.<br />

• Grau Baumé: há duas fórmulas<br />

distintas para o cálculo do Grau<br />

Baumé, uma para líquidos mais<br />

leves que a água e outra para líquidos<br />

mais pesados: °Bé (leve) = 140<br />

/ DR @ 60°F – 130; °Bé (pesado) =<br />

145 – 145 / DR @ 60°F. Utilização:<br />

indústrias químicas, petroquímicas,<br />

papel e celulose, etc.<br />

• Grau INPM: é a porcentagem em<br />

peso de álcool em uma solução<br />

hidroalcoólica. Por exemplo: uma<br />

45


supervisão<br />

solução hidroalcoólica a 97°INPM<br />

contém 97g de álcool em 100g de<br />

solução. Utilização: destilarias de<br />

álcool, etc.<br />

• Grau GL (Gay Lussac): é a porcentagem<br />

em volume de álcool em uma<br />

solução hidroalcoólica. Por exemplo:<br />

uma solução hidroalcoólica a 97°GL<br />

contém 97 ml de álcool em 100 ml<br />

de solução. Utilização: indústrias de<br />

bebidas, etc.<br />

• Grau API: é calculado pela expressão:<br />

°API = 141,5 / DR @ 60°F – 131,5.<br />

Utilização: indústria do petróleo.<br />

• % de Sólidos: pode-se calcular a<br />

porcentagem de sólidos de um fluido<br />

utilizando-se a seguinte equação: %<br />

Sol.=a0 + a1.Bé + a2.Bé2 + a3.Bé3 +<br />

a4.Bé4 + a5.Bé5. Faz-se uma tabela<br />

relacionando a concentração em Grau<br />

Baumé do fluido de processo com a<br />

% de sólidos obtida no laboratório<br />

e encontra-se a melhor equação<br />

que relacione estas variáveis. Após<br />

configurarem-se os coeficientes a0,<br />

a1,...,a5, o transmissor de densidade<br />

capacitivo estará apto a informar a %<br />

de sólidos do fluido de processo.<br />

Caso tenha-se um processo no qual<br />

mais do que um elemento dissolvido varie<br />

sua quantidade, a densidade da solução<br />

poderá não ser proporcional à variação da<br />

concentração de um destes elementos, desta<br />

forma o transmissor de densidade não será<br />

adequado para se obter sua concentração.<br />

2. Instalação e montagem<br />

Sendo o transmissor de densidade capacitivo<br />

uma unidade única e integrada,<br />

sua instalação torna-se muito simples,<br />

necessitando de apenas uma penetração no<br />

recipiente, esta característica o diferencia<br />

de outros sistemas de medição.<br />

Esta linha de transmissores de densidade<br />

inclui um modelo industrial com montagem<br />

flangeada (figura 2a) e um modelo sanitário<br />

com conexão ao processo usando braçadeira<br />

tipo tri-clamp (figura 2b).<br />

No modelo sanitário, a sonda que fica<br />

imersa no fluido de processo têm acabamento<br />

superficial polido, de acordo com a<br />

norma 3 A para evitar depósito de produto<br />

e crescimento de bactérias.<br />

Ambos os modelos, podem ser montados<br />

de forma lateral (em tanques) ou de<br />

topo (em vasos amostradores). Como o<br />

46 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

indicador digital pode ser rotacionado a<br />

leitura será cômoda em qualquer posição<br />

de montagem.<br />

O transmissor de densidade capacitivo<br />

pode ser montado sem a interrupção do<br />

processo, quando instalado em um by-pass<br />

através de um vaso amostrador e devido ao<br />

seu princípio de funcionamento não requer<br />

nenhum tipo de calibração especial em<br />

laboratório para começar a funcionar, basta<br />

energizá-lo para que ele comece a medir<br />

imediatamente, pois ele deixa a fábrica já<br />

calibrado na unidade e no range de medição<br />

selecionados pelo usuário.<br />

2a. Montagem em tanques<br />

Em geral, o modelo mais adequado para<br />

montagem em tanques é o tipo curvo. Este<br />

modelo é montado na parede do tanque, com<br />

uma conexão flangeada ou tri-clamp.<br />

Quando não é possível instalar-se o<br />

transmissor diretamente no tanque, pode-se<br />

utilizar um vaso amostrador externo tipo<br />

stand-pipe (ver figura 3).<br />

2b. Montagem em linha<br />

Nos processos em que não se disponha<br />

de recipientes ou tanques de armazenamento<br />

para fazer a medição é possível instalar-se<br />

o transmissor de densidade capacitivo em<br />

linha. Para tanto é só intercalar na linha um<br />

vaso amostrador por onde circule o fluido<br />

de processo, tal como se vê nos exemplos<br />

(figuras 4a e 4b).<br />

Como a entrada do produto no vaso<br />

amostrador se dá simultaneamente pela<br />

parte superior e inferior, a medição não<br />

é afetada pela velocidade de circulação<br />

do fluido.<br />

Outra alternativa de montagem é o<br />

uso de vaso amostrador com descarga por<br />

transbordamento, nesta configuração o<br />

produto entra pela parte inferior e transborda<br />

na parte superior (figuras 4c).<br />

Desta forma, se dimensiona o recipiente<br />

para que a altura da coluna de líquido constante,<br />

que transborda, cubra completamente<br />

os sensores de pressão do transmissor.<br />

3. Calibração e partida<br />

O transmissor de densidade capacitivo<br />

é calibrado em fábrica na unidade de engenharia<br />

e no range de medição designados<br />

pelo usuário, desta maneira basta instalar<br />

o equipamento e energizá-lo que ele já começa<br />

a medir. Em caso de recalibração ou<br />

a) b)<br />

F2. Transmissores de Densidade Capacitivos.<br />

reprogramação do range de trabalho é só<br />

conectar ao transmissor um programador de<br />

campo (hand-held) e fazer a operação, sem<br />

precisar interromper o processo. Como os<br />

cálculos de densidade e normalização por<br />

temperatura se realizam na mesma unidade,<br />

não são necessários outros dados além do<br />

range de densidade ou concentração que<br />

se vai trabalhar.<br />

Uma característica fundamental deste<br />

transmissor é que dispensa calibração em<br />

laboratório.<br />

A alimentação se realiza pelo mesmo par<br />

de fios de comunicação de 4-20mA e para<br />

a verificação do laço durante a partida, o<br />

transmissor pode gerar uma saída de corrente<br />

constante definida pelo usuário.<br />

Caso o usuário necessite que o valor de<br />

densidade ou concentração seja expresso em<br />

uma unidade diferente das normalmente<br />

usadas, por exemplo, % de sólidos, duas<br />

opções são disponíveis:<br />

• Um polinômio do 5º grau com os<br />

coeficientes configuráveis para realizar<br />

a correlação entre a função da unidade<br />

do usuário e a densidade;<br />

• Uma tabela de 16 pontos com duas<br />

entradas para realizar uma linearização<br />

da função que relaciona a unidade<br />

do usuário com a densidade.<br />

Habilitando uma destas duas opções,<br />

o transmissor de densidade e concentração<br />

medirá primariamente a densidade,<br />

enquanto que a indicação local e a saída<br />

digital seguirão a função carregada no<br />

polinômio ou na tabela.


4. Operação e manutenção<br />

O transmissor de densidade capacitivo<br />

oferece uma indicação direta e em unidades<br />

de engenharia do valor da densidade do<br />

líquido, assim como de sua temperatura,<br />

tanto no indicador local como através da<br />

comunicação digital.<br />

Este transmissor foi projetado para<br />

poder trabalhar com fluidos sujos e sólidos<br />

em suspensão, sem precisar de filtragem.<br />

O desenho dos sensores de pressão faz<br />

com que seja muito pouco frequente o<br />

depósito de produto sobre eles, desta forma<br />

não é necessária limpeza periódica do<br />

equipamento.<br />

O modelo sanitário foi projetado especialmente<br />

para trabalhar com sistemas<br />

de limpeza CIP, assegurando que todas as<br />

partes do transmissor que tenham contato<br />

com o processo sejam alcançadas pelo fluido<br />

de lavagem do sistema CIP.<br />

O Transmissor Digital de<br />

Densidade e Concentração<br />

Capacitivo comparado a<br />

Outras Tecnologias<br />

1. Transmissor de Densidade<br />

Capacitivo<br />

O Transmissor Digital de Densidade<br />

e Concentração Capacitivo oferece uma<br />

exatidão de ± 0.0004 g/cm³, permitindo<br />

que o usuário produza um produto com<br />

qualidade mais uniforme, além de em muitos<br />

casos proporcionar economia de aditivos<br />

e energia. O transmissor de densidade capacitivo<br />

é uma unidade única e integrada,<br />

portanto requer uma única perfuração no<br />

tanque, e não tem partes móveis, além disto,<br />

os cálculos de densidade e compensação de<br />

temperatura são feitos na própria unidade<br />

eletrônica não necessitando de hardware<br />

adicional e as indicações estão disponíveis<br />

em campo.<br />

Pode ser instalado em tanques ou em<br />

linha com a utilização de um vaso amostrador.<br />

Como este transmissor tem uma<br />

sonda em contato permanente com o fluido<br />

de processo, devem ser tomados cuidados<br />

especiais quando instalado em fluidos<br />

incrustantes. Neste caso deve-se prever<br />

um sistema de limpeza para ser acionado<br />

especialmente quando haja uma parada no<br />

processo. Para fluidos corrosivos deve-se<br />

selecionar um material adequado para a<br />

sonda do equipamento.<br />

F3. Transmissores de Densidade Capacitivos.<br />

a) b) c)<br />

F4. Transmissores de Densidade Capacitivos.<br />

2. Transmissor Radioativo<br />

O transmissor de densidade nuclear utiliza<br />

uma fonte radioativa, normalmente o Césio<br />

137, para inferir a densidade do fluido. Este<br />

equipamento é composto de duas partes, que<br />

são instaladas a 180° na tubulação de processo,<br />

uma fonte e um receptor. A fonte nuclear<br />

emite feixes de raios gama que atravessam a<br />

parede do tubo e o fluido de processo. Estes<br />

raios gama são absorvidos pelo receptor do<br />

transmissor. A densidade do fluido é inversamente<br />

proporcional à radiação recebida pelo<br />

receptor. A radiação detectada é convertida<br />

em pulsos proporcionais de luz, os quais são<br />

convertidos em sinais elétricos (4 – 20 mA),<br />

ou outros sinais usuais de processo.<br />

Este método requer, desde o momento<br />

da instalação, licença especial governamental<br />

devido ao uso de fontes radioativas. Além do<br />

mais deve-se verificar periodicamente se não<br />

existe vazamento de radiação na instalação.<br />

A instalação compreende a fonte, o detector,<br />

a unidade eletrônica e o cabeamento entre os<br />

mesmos. Como a fonte de radiação requer<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

supervisão<br />

uma alimentação de potência, não pode ser<br />

alimentado por um par de cabos.<br />

Este sistema só pode ser utilizado em<br />

líquidos em movimento, portanto não pode<br />

ser instalado em tanques.<br />

O transmissor de densidade nuclear não<br />

tem contato com o fluido de processo sendo<br />

desta forma imune a corrosão, abrasão ou<br />

incrustação.<br />

3. Transmissor de Diapasão<br />

Vibrante<br />

Este método de medição de densidade<br />

utiliza um diapasão ou garfo vibrante. A<br />

frequência de ressonância deste diapasão<br />

depende da densidade do fluido no qual ele<br />

está submerso. O diapasão é excitado por<br />

um excitador piezelétrico e sua ressonância<br />

é detectada por um coletor piezelétrico.<br />

Devido ao consumo elevado, os transmissores<br />

de diapasão vibrante requerem<br />

alimentação separada do laço de 4-20 mA.<br />

Este tipo de transmissor é indicado para ser<br />

empregado em fluidos limpos, não corro-<br />

47


supervisão<br />

sivos e não incrustantes, pois o diapasão<br />

vibrante está em contato permanente com<br />

o fluido de processo.<br />

4. Transmissor Mássico de Efeito<br />

Coriolis<br />

Os medidores de vazão mássica baseados<br />

no efeito Coriolis medem a densidade do<br />

fluido como um dos parâmetros para o<br />

cálculo da vazão mássica.<br />

Estes medidores utilizam pares de tubos,<br />

normalmente em formato de “U”, por onde<br />

circula o fluido de processo. Estes tubos<br />

são excitados magneticamente para uma<br />

frequência de vibração. Quando vazios, estes<br />

tubos têm uma determinada frequência de<br />

vibração que é alterada quando há a circulação<br />

de fluido por eles. A relação entre a<br />

frequência de vibração dos tubos com e sem<br />

fluido é proporcional à densidade.<br />

Os transmissores de vazão mássica<br />

tipo Coriolis são instalados em linha na<br />

tubulação e consequentemente inadequados<br />

para medidas em tanques. São adequados<br />

somente para fluidos limpos e sem sólidos<br />

em suspensão, pois os tubos têm pequenos<br />

diâmetros e podem entupir. Outra dificuldade<br />

é a intercambiabilidade, porque não<br />

há nenhuma norma para regulamentar as<br />

dimensões entre flanges.<br />

Para processos que se necessite da vazão<br />

mássica pode-se obter também a densidade<br />

utilizando-se um medidor mássico de efeito<br />

Coriolis.<br />

5. Densidade Inferida<br />

Este método utiliza um transmissor de<br />

pressão diferencial com dois selos remotos, ou<br />

então dois transmissores de pressão. Desta<br />

forma mede-se a pressão em dois pontos,<br />

com o que se pode inferir a densidade.<br />

Normalmente se faz necessário uma medição<br />

adicional de temperatura para se efetuar<br />

os cálculos de compensação. A instalação<br />

requer a montagem dos três transmissores<br />

e em alguns casos de computadores de<br />

campo, onde se realizam os cálculos. Em<br />

geral, o cálculo de densidade se obtém em<br />

um sistema central e, portanto, não está<br />

disponível em campo.<br />

6. Refratômetro<br />

Este método de medição de densidade<br />

baseia-se na refração da luz. O transmissor<br />

é composto por prisma óptico, fonte de<br />

luz e sensor. A fonte de luz, normalmente<br />

48 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

infravermelho, envia um feixe de luz contra<br />

a interface entre um prisma e o fluido de<br />

processo, com diferentes ângulos. Alguns<br />

raios são totalmente refletidos, outros<br />

parcialmente refletidos e outros sofrem<br />

refração na solução dependendo do ângulo.<br />

O ângulo crítico medido é uma função da<br />

densidade do fluido. Fotocélulas convertem<br />

a imagem óptica em sinal elétrico.<br />

Os refratômetros não são sistemas a<br />

2 fios e portanto requerem alimentação<br />

externa, a unidade eletrônica é separada<br />

e interconectada ao sensor através de um<br />

cabo.<br />

O refratômetro requer que o prisma que<br />

faz a refração da luz esteja sempre limpo,<br />

portanto cuidados especiais devem ser<br />

tomados na instalação para não ocorrer o<br />

acúmulo de resíduos. Este tipo de medidor<br />

só pode ser aplicado em fluidos em movimento,<br />

portanto são inadequados para<br />

instalação direta em tanques.<br />

7. Areômetros<br />

Os areômetros não fornecem medição<br />

contínua, são utilizados para medições<br />

periódicas, tomando-se amostras do fluido<br />

de processo Algumas aplicações requerem<br />

precauções especiais, pois podem expor os<br />

operários a substâncias tóxicas ou corrosivas<br />

no momento de se coletar amostra ou em<br />

seu manejo posterior.<br />

A exatidão da medição que se pode<br />

obter com estes medidores é em geral<br />

muito baixa.<br />

8. Análise de laboratório<br />

Da mesma forma que na medição com<br />

areômetros, na medição por análise em<br />

laboratório deve-se coletar uma amostra<br />

do fluido de processo e analisá-lo no laboratório.<br />

Apesar da exatidão conseguida na<br />

medição da densidade ou concentração<br />

em laboratório ser em geral muito boa,<br />

em muitos casos os valores obtidos não<br />

corresponde à realidade, pois as condições<br />

ambientais do processo não podem ser<br />

reproduzidas em laboratório, o que pode<br />

ocasionar erros na análise.<br />

Em processos que variam rapidamente<br />

(por exemplo, em alguns processos de fermentação),<br />

o tempo de demora na análise<br />

pode levar a tomar decisões errôneas porque<br />

o valor conseguido na análise carece de<br />

validade.<br />

Aplicações<br />

A versatilidade do transmissor de densidade<br />

capacitivo permite ao usuário utilizar<br />

a unidade de medição mais indicada<br />

de acordo com o processo. A indicação<br />

deste transmissor pode ser expressa em<br />

unidades de densidade tais como: g/cm3 ,<br />

kg/m3, lb/ft3, densidade relativa (@20ºC,<br />

@4ºC) ou concentração (ºBrix, ºBaumé,<br />

ºPlato, ºINPM, ºGL, % de sólidos, % de<br />

concentração).<br />

A troca de uma unidade de medição<br />

por outra não implica na necessidade de<br />

re-calibração do transmissor.<br />

Algumas aplicações frequentes são:<br />

Usinas de açúcar e álcool:<br />

• Grau Brix no mosto e no mel,<br />

• Grau Brix no xarope<br />

dos evaporadores,<br />

• Grau INPM na saída das<br />

colunas de destilação,<br />

• Grau Baumé do leite de cal,<br />

• Densidade do lodo no decantador,<br />

• Nível de interface álcool/ciclohexano.<br />

Indústrias alimentícias:<br />

• Concentrados de frutas,<br />

• Cremes e leite condensado,<br />

• Concentração de miscela<br />

em óleos vegetais.<br />

• Diluição de amido,<br />

• Méis, geléias, etc.<br />

Indústrias de bebidas:<br />

• Grau Plato em fermentadores<br />

de cerveja,<br />

• Grau Plato em cozedores<br />

de cerveja,<br />

• Grau alcoólico (INPM ou GL),<br />

• Grau Brix em diluições de<br />

xaropes,<br />

• Concentração de sucos,<br />

• Densidade de derivados<br />

de leite,<br />

• Grau Brix do café solúvel.<br />

Indústrias químicas e petroquímicas:<br />

• Densidade e concentração<br />

de ácidos,<br />

• Densidade de soda cáustica,<br />

• Densidade de cloreto de sódio,<br />

• Densidade de leite de cal,<br />

• Densidade de gasolina, querosene,<br />

óleo diesel, GLP,<br />

•<br />

Nível de interface água/óleo.


Indústrias de celulose e papel:<br />

• Concentração de hidróxido de<br />

potássio,<br />

• Concentração de licores<br />

(licor negro, licor verde, etc.),<br />

• Densidade de lama de cal,<br />

• Concentração de soda cáustica,<br />

• Diluição de amido,<br />

• Diluição de celulose.<br />

Mineração:<br />

• Densidade da polpa de minério,<br />

• Densidade da polpa na<br />

saída do espessador,<br />

• Densidade na entrada e<br />

saída da célula de flotação,<br />

• Densidade na saída das<br />

espirais de concentração,<br />

• Densidade da extração de lama,<br />

• Diluição de ácidos,<br />

• Densidade da lama de cal.<br />

Conclusão<br />

Utilizando-se um transmissor de densidade<br />

para medir-se de forma contínua a<br />

densidade ou a concentração de processos<br />

industriais podem-se obter muitos benefícios,<br />

tais como: automatizar o processo<br />

diminuindo sua variabilidade, aumentar a<br />

produtividade, otimizar o processo reduzindo<br />

em alguns casos o uso de reagentes e de<br />

energia, eliminar ou diminuir drasticamente<br />

o custo de mão-de-obra relacionada a tomadas<br />

de amostras e análises de laboratório,<br />

eliminar perdas e leituras erradas relacionadas<br />

a tomadas de amostras, prover dados em<br />

tempo real para o sistema de gerenciamento<br />

e controle de processo, disponibilização<br />

máxima de dados para o controle estatístico<br />

do processo (melhora do controle de<br />

qualidade), aumento da confiabilidade do<br />

processo garantindo maior uniformidade<br />

e qualidade do produto final. MA<br />

Evaristo Orellana Alves é Graduado<br />

em Engenharia Mecânica pela FEI<br />

(Faculdade de Engenharia Industrial)<br />

em 1985. Trabalha na Smar Equipamentos<br />

Industriais desde 1986, tendo<br />

atuado na Engenharia de Produto, na<br />

Engenharia de Desenvolvimento e<br />

atualmente é Gerente de Produto dos<br />

Transmissores de Pressão e Densidade<br />

na Divisão de Marketing da<br />

empresa. Seu e-mail para contato é<br />

evaristo@smar.com.br<br />

Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />

supervisão<br />

49


chão de fábrica<br />

O Brasil<br />

aos olhos<br />

do mundo<br />

O mundo irá<br />

penetrar no Brasil<br />

durante dois anos<br />

seguidos com os<br />

eventos da Copa<br />

do Mundo e das<br />

Olimpíadas.<br />

50 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />

OBrasil, assim como todos os países da<br />

América Latina, possui em seu histórico<br />

- revoluções políticas, desacordos<br />

entre sociedade e governo e inexistência<br />

de democracia e direitos humanos. A<br />

economia sazonal e irregular sempre<br />

causou risco e desconfiança para os<br />

investidores externos.<br />

No entanto, hoje apresenta um<br />

cenário diferente do histórico da América<br />

Latina. O país construiu a sua marca<br />

própria, firmou as cores da sua bandeira<br />

e apresentou ao mundo seu estilo de viver<br />

e progredir. Alguns meses após assumir<br />

a Gerência de Vendas na Advantech, fui<br />

investigar sobre o que havia escrito na<br />

Bandeira brasileira.<br />

Além das suas cores fortes e vibrantes,<br />

demorei a entender por que as palavras<br />

“Ordem e Progresso” apareciam em<br />

destaque no símbolo nacional. Após<br />

tantos conflitos econômicos e políticos<br />

na América Latina, percebo que o<br />

Brasil busca uma constante evolução de<br />

“Ordens”, um país que está buscando<br />

sempre trabalhar em cima de acordos,<br />

sejam eles internacionais ou mesmo<br />

nacionais, acordos mútuos entre pessoas<br />

e empresas.<br />

Rebecca Lee<br />

Senior Sales Manger<br />

Advantech Taiwan<br />

O constante “Progresso” brasileiro<br />

é reconhecido por todo o mundo, nenhum<br />

país hoje atrai mais olhares do<br />

que o Brasil. O Brasil é hoje o 3º maior<br />

mercado da Unilever e o 2º maior da<br />

Nestlé. <strong>Atual</strong>mente, há uma energia<br />

positiva no povo Brasileiro.<br />

Todos os países cresceram com as<br />

Olimpíadas, assim como Pequim e China.<br />

Acredito que muitas oportunidades de<br />

negócios irão surgir neste período, empresa<br />

do setores de tecnologia, indústrias de<br />

bebidas, indústria alimentícia, setor têxtil,<br />

telefonia e energia irão crescer bastante neste<br />

período. O mundo irá penetrar no Brasil<br />

durante dois anos seguidos com os eventos<br />

da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O<br />

Brasil é hoje um mercado cobiçado pelas<br />

maiores empresas do Mundo.<br />

Independentemente das Olimpíadas<br />

e da Copa do Mundo, no Brasil, muitos<br />

negócios giram em torno das riquezas<br />

naturais. Negócios como água potável,<br />

reservas minerais, petróleo, etanol e<br />

tecnologia de desenvolvimento agrícola<br />

são os que fazem do Brasil um país<br />

naturalmente rico e progressista.<br />

Há muito para acontecer no Brasil,<br />

estamos só no começo.<br />

MA


instrumentação<br />

14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!