matos ramáveis - Mecatrônica Atual
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<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> é uma publicação da<br />
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das Editoras de Publicações Técnicas,<br />
Dirigidas e Especializadas<br />
Mudanças necessárias<br />
Aos poucos os números de diversas entidades, revelam as pesquisas de comportamento<br />
do mercado industrial, mostram uma recuperação gradual dos diversos<br />
segmentos. Se bem que a crise mundial tenha sido de menor impacto aqui no Brasil,<br />
ela não deixou de ser significativa.<br />
As mazelas do “custo Brasil” ficaram à mostra em maior escala em alguns setores<br />
do que em outros e aqueles que tiveram poder de articulação junto ao mundo<br />
político conseguiram algumas ações paliativas para o seu sofrimento, mas... por<br />
quanto tempo!? Até as próximas eleições!? Não se sabe.<br />
O fato é que um favorzinho aqui, uma alíquota de imposto menor ali, são ações<br />
que fazem mais mal, como um todo, do que bem. Tiram o foco do mercado que<br />
ao invés de lutar para que seja regulamentada a Constituição de 1988 (22 anos de<br />
procrastinação dos “nossos funcionários”, os políticos), fica se atendo a detalhes<br />
menores e com a mente embotada devido à luta entre os tais políticos tanto no âmbito<br />
municipal, quanto no estadual e federal, que defendem seus próprios interesses.<br />
O custo Brasil se avoluma e a cada dia fica mais difícil se produzir aqui, devido<br />
aos custos e à burocracia brasileira. Muitos industriais que estão se conscientizando<br />
disso e na impossibilidade de uma mudança rápida, preferem encerrar suas atividades<br />
fabris no Brasil e transferir-se para o exterior. Quantos empregos de qualidade<br />
e melhor remuneração estamos perdendo!? Quantos engenheiros e técnicos estão<br />
mudando de profissão e nós ficando sem o conhecimento importante para uma<br />
retomada futura!? Se perdermos este bonde agora, a volta será muito difícil ou<br />
quase impossível.<br />
Algumas associações até não pedem, no momento, que os governos municipal,estadual<br />
e federal façam muito. Como exemplo, a Abimaq quer no mínimo, uma isonomia<br />
de impostos para os produtos fabricados aqui com os que vêm do exterior, proclama<br />
seu presidente Luiz Aubert Neto. É uma injustiça com o empresariado brasileiro<br />
e com os trabalhadores, que estão perdendo seus postos de trabalho e indo para o<br />
subemprego.<br />
Os números da “desindustrialização” brasileira são visíveis, ao analisarmos<br />
as pesquisas nos últimos anos e vermos as quedas de participação dos produtos<br />
fabricados aqui contra os importados. Oportunamente voltaremos a este tema em<br />
artigo detalhando tudo isso.<br />
Hélio Fittipaldi<br />
Atendimento ao Leitor: atendimento@mecatronicaatual.com.br<br />
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dos textos e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou idéias<br />
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índice<br />
18<br />
40<br />
12<br />
08<br />
12<br />
18<br />
27<br />
32<br />
36<br />
40<br />
44<br />
Editorial<br />
Notícias<br />
Chão de fábrica<br />
Nova abordagem<br />
“Track and Trace”<br />
Monitoramento Remoto<br />
com o smsCLP<br />
Programação de um CLP:<br />
Modos de programação<br />
Gerenciamento de<br />
Ferramentas de Corte<br />
Libertando o poder do<br />
HART e proporcionando<br />
benefícios aos usuários<br />
PROFINET e PROFIsafe:<br />
Aplicações na indústria<br />
automobilística no Brasil<br />
PROFIBUS<br />
Medição Contínua de<br />
Densidade e Concentração<br />
em Processos Industriais<br />
03<br />
05<br />
50
NI/Divulgação<br />
Com o recurso de visão possibilita aos<br />
engenheiros usarem estas ferramentas<br />
em uma variedade de aplicações de<br />
medição e controle.<br />
Projeto Carbono Zero é lançado<br />
pela DRSA, da ABIMAQ<br />
Alinhada à mobilização mundial de conscientização sobre<br />
o clima e em prol da construção de uma economia de baixo<br />
carbono, a ABIMAQ, através da sua diretoria de Responsabilidade<br />
Socioambiental (RSA), lança o Projeto Carbono Zero,<br />
com o objetivo de provocar uma reflexão sobre o modelo<br />
de gestão adotado pelas empresas associadas e favorecer a<br />
diminuição de emissão de carbono (CO2).<br />
Alessandra Bernuzzi, diretora de RSA, explica que<br />
existem várias ferramentas que viabilizam a diminuição<br />
de emissão de CO2 e a escolhida para a primeira fase do<br />
Projeto foi o Inventário Corporativo de Emissões de Gases<br />
de Efeito Estufa (GEEs), desenvolvido pela Brazilian Carbon<br />
Bureau (BCB) – consultoria que atua no mercado nacional<br />
de créditos de carbono.<br />
“Nós temos responsabilidade com o meio ambiente,<br />
que deve ser alvo contínuo de intervenções e ações em<br />
prol de sua conservação. O nosso Projeto Carbono Zero<br />
visa não só nivelar o conhecimento sobre responsabilidade<br />
socioambiental, mas inclusive promover uma reflexão sobre<br />
este conhecimento”, diz Bernuzzi.<br />
Outro objetivo a ser atingido é a viabilização de negócios<br />
via sustentabilidade, pois, de acordo com a diretora, o inventário<br />
pode e deve auxiliar as empresas a enxergar com<br />
mais clareza a questão e desenhar uma estratégia de redução<br />
e/ou compensação de emissão de CO2 na atmosfera. “O<br />
inventário, continua a diretora, pode incentivar uma reflexão<br />
que promova o desenvolvimento de novos modelos de<br />
gestão, com adoção de medidas como redução de consumo<br />
e de desperdícios de matérias-primas, sistemas energéticos<br />
mais eficientes, alteração de combustíveis pelos chamados<br />
‘mais limpos’ e até plantio de árvores, por exemplo. Cabe<br />
às empresas identificar maneiras de emitir menos carbono,<br />
com projetos de engenharia reversa”.<br />
//notícias<br />
National Instruments disponibiliza<br />
controle avançado, medição e<br />
visão em um único sistema<br />
A companhia anunciou em fevereiro a implementação dos<br />
recursos de visão de máquina ao NI CompactRIO e ao NI Single-Board<br />
RIO, que propiciam aos engenheiros a integração de<br />
medição e controle para sistemas industriais embarcados. Com<br />
esta solução integrada, o CompactRIO torna-se um dos únicos<br />
controladores prog<strong>ramáveis</strong> para automação (PACs) no mercado<br />
a realizar tarefas de visão, proporcionando mais eficiência, com um<br />
menor impacto físico e menos complexidade do sistema.<br />
O recurso de visão de máquina possibilita aos engenheiros usarem<br />
o CompactRIO e o Single-Board RIO em uma variedade de<br />
aplicações de medição e controle, é a solução ideal para aplicações<br />
de robótica, como evitar obstáculos, e para o reconhecimento<br />
de padrões, além de mapeamento e localização simultâneos<br />
(SLAM), onde a funcionalidade de controle de visão avançada<br />
é necessária. Aplicações de vigilância industrial incluem tanto o<br />
acompanhamento do estado da máquina quanto à monitoração<br />
de reservatórios críticos, onde a conectividade com câmeras<br />
infravermelho é vital. Finalmente, o sistema operacional real time<br />
e a pastilha FPGA (Field Programmable Gate Array) integrada usados<br />
no CompactRIO e no NI Single-Board RIO facilitam o processo<br />
de validação FDA para dispositivos médicos embarcados.<br />
Os sistemas de visão de máquina são compostos por duas<br />
partes: a aquisição de imagens e processamento de imagem.<br />
Para possuir as imagens, a gama de software para aquisição<br />
de imagens da NI se expandiu para o protocolo Internet (IP)<br />
de câmeras, incluindo a Basler Vision Technologies. Além do<br />
suporte nativo de câmera IP, a National Instruments Alliance<br />
Partner moviMED lançou a placa de captura analógica AF-1501<br />
para produtos NI Série C, que pode adquirir imagens monocromáticas.<br />
Para processar imagens, os engenheiros agora podem<br />
programar e implantar bibliotecas de processamento de imagem<br />
para o CompactRIO e o Single-Board RIO com o ambiente<br />
gráfico de desenvolvimento NI LabVIEW 2009, utilizando o<br />
Módulo NI Vision Development 2009, que contém funções de<br />
processamento de imagem e visão de máquina.<br />
“No nosso departamento Global de Desenvolvimento e<br />
Tecnologia, estamos sempre procurando otimizar o tamanho,<br />
velocidade e confiabilidade das máquinas de nossa produção”,<br />
explica Ben Engelen, engenheiro sênior de projetos de visão<br />
e medição da Philips GTD Mechanization. “A plataforma<br />
CompactRIO fornece em alta velocidade o determinismo que<br />
necessitamos para um eficiente e preciso posicionamento de<br />
componentes. O novo módulo Movimed AF-1501 de captura<br />
de vídeo nos ajuda a integrar o feedback de vídeo com a mesma<br />
plataforma que automatiza todo o processo.”<br />
Os engenheiros podem adicionar recursos de visão para o<br />
CompactRIO e para os controladores NI Single-Board RIO:<br />
NI cRIO-901x, NI cRIO-902x e 907x cRIO-NI e NI-96xx para<br />
sistemas embarcados. Para saber mais sobre os recursos de visão<br />
do CompactRIO e das plataformas NI Single-Board RIO, visite<br />
http://zone.ni.com/devzone/cda/tut/p/id/10867.<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>
notícias<br />
Indústria automobilística encerra<br />
2009 com crescimento de vendas<br />
O ano passado foi considerado o melhor da história da<br />
indústria automobilística nacional, que fechou com o total de<br />
3.141.226 veículos emplacados, incluindo caminhões, automóveis<br />
e comerciais livres e ônibus. A quantidade surpreendeu<br />
os executivos mais otimistas que diante da crise que ameaçava<br />
abalar o setor no início de 2009.<br />
O aumento constou de 11,35% nas vendas em relação a<br />
2008, que até então era o ano recorde do setor, com 2.820.957<br />
unidades vendidas. Os dados foram divulgados no dia 05 de<br />
janeiro pela Fenabrave - Federação Nacional da Distribuição<br />
de Veículos Automotores.<br />
“Temos um novo piso de volume de vendas, que superou a<br />
média mensal de 250 mil unidades”, disse o presidente da Fenabrave,<br />
Sérgio Reze. De acordo com Reze, se não houvesse crise,<br />
que chegou a afetar o primeiro trimestre do ano, o crescimento<br />
das vendas seria de 3,5%. “O primeiro semestre de 2009 foi de<br />
recuperação e o segundo de crescimento”, concluiu.<br />
O resultado do mês de dezembro representa aumento de<br />
16,4% dos emplacamentos, com 293.030 unidades emplacadas<br />
contra 238.504 unidades no mês anterior. Este resultado representa<br />
o melhor dezembro da história da indústria no Brasil.<br />
Comparando-se com dezembro de 2008, que foi o momento<br />
mais crítico da crise, e quando o governo anunciou o desconto<br />
do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o crescimento<br />
de dezembro de 2009 foi de 50,6%, de 194.550 unidades saltou<br />
para 293.030 unidades.<br />
De acordo com o ranking das montadoras a Volkswagen<br />
ficou em primeiro lugar nas vendas de automóveis em 2009,<br />
com 25,26% de participação do mercado. Em segundo lugar, a<br />
Fiat com 24,99%, seguida da GM (20,26%), Ford (9,48%), Honda<br />
(4,62%), Renault (4,58%), Peugeot (3,20%), Citroën (2,75%),<br />
Toyota (2,23%) e Hyundai (0,85%).<br />
Nos comerciais leves, a Fiat liderou com 22,13% do mercado<br />
brasileiro. Na soma dos dois segmentos a Fiat terminou 2009 como<br />
líder de mercado 24,49% de market share, seguindo está a VW, com<br />
22,74%, GM (19,79%), Ford (10,10%) e Honda (4,18%).<br />
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de<br />
Veículos Automotores (Anfavea), 2010 será o melhor ano da<br />
história do setor no país, com crescimento de 9,3% nas vendas,<br />
o que corresponde ao volume de 3,4 milhões de unidades. Segundo<br />
a Fenabrave o mercado de automóveis e comerciais leves<br />
crescerá 9% neste ano. “Se as projeções do governo é de que<br />
o Brasil crescerá 5%, o setor tem plenas condições de superar<br />
esse nível”, observa Sérgio Reze.<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
A Fiat terminou 2009 como líder de mercado (24,49%), seguida pela<br />
VW (22,74%), GM (19,79%), Ford (10,10%) e Honda (4,18%)<br />
Financiamento de R$ 1,2 bilhão<br />
do BNDES para Mercedes-Benz<br />
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social<br />
(BNDES) aprovou o financiamento de R$ 1,2 bilhão para a empresa<br />
Mercedes-Benz do Brasil. Este financiamento foi liberado<br />
para expandir a capacidade de produção de sua unidade em<br />
São Bernardo do Campo, desenvolver motores adequados<br />
à nova legislação ambiental e novos modelos de caminhões<br />
leves e médios. O novo motor a diesel atenderá às exigências<br />
estipuladas pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por<br />
Veículos Automotores, que em 2012 entrará em vigor.<br />
Segundo o BNDES, os recursos incluem a modernização<br />
do centro de distribuição de peças em Campinas (SP) e<br />
investimentos sociais e ambientais.<br />
De acordo com o programa global da companhia, o<br />
investimento na ampliação da capacidade vai gerar 1,9 mil<br />
empregos diretos até a conclusão do projeto, em 2011,<br />
todos em São Bernardo do Campo. Com os investimentos<br />
em aumento de capacidade, a empresa pode produzir 67 mil<br />
veículos por ano, volume já atingida em junho de 2009 com<br />
ajustes na produção. A capacidade anterior da unidade em<br />
São Bernardo era de 55 mil veículos.<br />
Embora os investimentos na ampliação da produção<br />
tenham sido efetuados com a compra de máquinas e equipamentos,<br />
os recursos para modernização da fábrica incluem<br />
ainda a construção de três novos prédios, para abrigar atividades<br />
de manutenção de máquinas, fabricação de protótipos,<br />
revisão final de caminhões e fabricação de embalagens.<br />
Os investimentos ambientais abrangem o processamento<br />
de materiais e resíduos, a ampliação da estação de tratamento<br />
de efluentes e a troca de telhas de amianto por telhas em aço<br />
galvanizado revestidas com isolante térmico e acústico.
Prorrogada a isenção de ICMS<br />
para compra de máquinas em SP<br />
Fiat/Divulgação<br />
Foi anunciado pelo governo de São Paulo a prorrogação<br />
até 30 de junho da isenção do Imposto sobre Circulação<br />
de Mercadorias Serviços o ICMS na compra de máquinas e<br />
equipamentos importados, sem similar nacional. Esta decisão<br />
beneficia 119 setores industriais. O governo também editou<br />
um decreto que estendeu até 30 de junho a devolução do<br />
crédito do ICMS na aquisição de máquinas e equipamentos<br />
fabricados por empresas paulistas, de forma imediata e em<br />
única parcela. Antes da medida o crédito era devolvido em<br />
até 48 vezes.<br />
O objetivo, segundo o governo, é estimular os investimentos,<br />
ampliar e modernizar o parque fabril do Estado e criar<br />
empregos. “Os setores industriais escolhidos para receber<br />
estes benefícios foram os que geram maior quantidade de<br />
empregos por renúncia fiscal”, diz em nota, o secretário da<br />
Fazenda, Mauro Ricardo Costa.<br />
Por meio de decreto, que vigora desde fevereiro, o governador<br />
José Serra estendeu os benefícios na compra de<br />
máquinas e equipamentos importados a 24 novos segmentos<br />
industriais, totalizando 143 setores beneficiados com a<br />
desoneração de investimentos. Entre os setores incluídos,<br />
estão os fabricantes de adesivos, pólvora, fósforos, catalisadores,<br />
pneus, equipamentos hidráulicos, motores, válvulas,<br />
compressores, rolamentos, carrocerias, reboques e cabines<br />
para ônibus e caminhões.<br />
O critério utilizado pelo governo foi o potêncial de abertura<br />
de postos de trabalho. Segundo a Secretaria Estadual de<br />
Fazenda, cerca de 90 mil empresas estão em condições de<br />
se beneficiar da medida. Os setores respondem por cerca<br />
de 1,2 milhão de empregos na indústria paulista.<br />
//notícias<br />
Unipar, Braskem e Petrobrás<br />
fecham acordo sobre Quattor<br />
Anunciado pela União de Indústrias Petroquímicas, Unipar,<br />
o acordo para vender sua participação de 60% na Quattor<br />
para a Braskem. A operação de R$ 870 milhões coroa meses<br />
de negociações e disputas judiciais para a formação da maior<br />
petroquímica da América Latina e a oitava maior petroquímica<br />
do mundo. A companhia será controladora de um virtual monopólio<br />
sobre resinas plásticas produzidas no País, com capacidade<br />
para produção anual de 5,51 milhões de toneladas.<br />
Este acordo foi fechado pela Unipar juntamente com o grupo<br />
Odebrecht e Petrobras. O negócio envolve ainda a venda das<br />
participações da empresa na Unipar Comercial e Distribuidora<br />
e na Polibutenos Indústrias Químicas. Do total da operação,<br />
R$ 647,3 milhões correspondem a valor que será pago pela<br />
participação acionária da Unipar na Quattor.<br />
A aquisição deverá ser paga com R$ 100 milhões desembolsados<br />
entre 18 de fevereiro e 4 de março e com os R$ 547,3<br />
milhões restantes em até cinco dias úteis após a obtenção pela<br />
Braskem de autorizações de credores da Quattor.<br />
Com o acordo, a Braskem também vai levar a dívida da Quattor,<br />
Unipar Comercial e Polibutenos, que até novembro de 2009<br />
somava R$ 6,685 bilhões, afirma a Unipar em comunicado.<br />
Pool para importar aço é iniciativa<br />
inédita no setor produtivo brasileiro<br />
A Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas<br />
(CSMIA) da ABIMAQ com o objetivo de tornar seus produtos<br />
mais competitivos, organiza iniciativa inédita dentro do setor<br />
produtivo brasileiro, um pool (grupo de empresas) para importar<br />
aço é um dos focos de atuação nesse início de ano.<br />
Devido à valorização excessiva do real frente ao dólar e ao<br />
alto preço do aço no mercado interno, a indústria brasileira de<br />
máquinas agrícolas está perdendo competividade. No ano de<br />
2009, o setor sofreu queda de 28,2% em seu faturamento e as<br />
exportações sofreram retração de 52,6%.<br />
Acredita-se que este ano haverá um crescimento da demanda<br />
que já pode ser observado devido o aumento de preços pelas<br />
indústrias de aço para recuperar margens.<br />
Com base nos estudos de mercado, a CMSIA optou por criar<br />
um pool de empresas associadas para importar em conjunto o<br />
aço. Até o momento cerca de 30 empresas se cadastraram.<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong>
case<br />
Nova abordagem<br />
“Track-and-Trace”<br />
para aplicação farmacêutica<br />
utiliza marcação exclusiva<br />
na base do recipiente<br />
Confira o case aplicado em uma indústria farmacêutica<br />
para combater a falsificação de medicamentos<br />
distribuídos nos Estados Unidos<br />
saiba mais<br />
Controle de patrimônio via RFID<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 39<br />
Visão Artificial: Sistemas que<br />
enxergam<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 30<br />
Site do fabricante:<br />
www.cognex.com<br />
Autor Anônimo contratado pela<br />
Cognex Corporation<br />
R<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
ecentemente, os Estados Unidos detectaram<br />
dois casos de falsificação de medicamentos<br />
no sistema de distribuição do país,<br />
amplamente divulgados: comprimidos de<br />
Lípitor, para baixar o colesterol, e a droga<br />
injetável Procrit, para estimular o aumento<br />
de células vermelhas no sangue. Os programas<br />
Track-and-Trace, concebidos para<br />
viabilizar e suportar requisitos de retenção<br />
de registros e-Pedigree Eletrônico, atribuem<br />
a cada recipiente uma etiqueta serializada<br />
exclusiva que pode ser lida em cada nível<br />
da cadeia de suprimentos para acompanhar<br />
as mudanças na posse do produto desde a<br />
fabricação até o consumo.<br />
A Omega Design, fabricante de máquinas<br />
de embalagem em Exton, Pensilvânia, EUA,<br />
propôs um novo método de serialização<br />
que utiliza uma etiqueta lateral serializada<br />
e uma marcação sincronizada exclusiva na<br />
base de cada recipiente. Esta abordagem<br />
oferece a vantagem de empregar etiquetas<br />
impressas de baixo custo e, ao mesmo<br />
tempo, pode identificar os recipientes reais<br />
em etiquetas que foram empacotadas. “As<br />
leitoras de ID Cognex In-Sight ® satisfazem<br />
os requisitos desafiadores da aplicação, tais<br />
como a capacidade de ler os 12 códigos<br />
exclusivos da base, de uma vez só, enquanto<br />
o pacote é segurado por um robô”, disse<br />
John Scholes, gerente de projetos especiais<br />
da Omega Design.<br />
Garantindo a segurança<br />
da cadeia de suprimentos<br />
farmacêutica<br />
Os Estados Unidos enfrentam o problema<br />
crescente do fornecimento de medicamentos<br />
falsificados misturados a legítimos. A World<br />
Health Organization estima que 30% dos<br />
medicamentos controlados nos países em<br />
desenvolvimento são falsificados. Nos<br />
países desenvolvidos, os remédios falsos<br />
correspondem a 1% do mercado.
F1. Contêiner com Data Matrix. As informações<br />
2D (Data Matrix) gravadas na base são<br />
as mesmas legíveis por humanos, isto é, uma<br />
ID de contêiner exclusiva com 4 dígitos.<br />
F2. Imagem da câmera visualizando e reconhecendo<br />
o código de uma embalagem.<br />
Em 1987, o Congresso aprovou o decreto<br />
de comercialização de drogas controladas<br />
(Prescription Drug Marketing Act - PDMA),<br />
criando a exigência de rastreamento da<br />
cadeia de custódia para distribuidores de<br />
medicamentos controlados e produtos relacionados,<br />
sob a vigilância da agência de<br />
controle de alimentos e medicamentos dos<br />
Estados Unidos (Food and Drug Administration<br />
- FDA). Este requisito ficou conhecido<br />
como Pedigree eletrônico ou e-Pedigree, uma<br />
declaração de origem que identifica cada etapa<br />
de venda, compra ou transação anterior de<br />
um medicamento. A FDA deverá seguir as<br />
especificações e-Pedigree estabelecidas pela<br />
GS1, organização mundial líder dedicada<br />
à criação e à implementação de padrões e<br />
soluções globais para aprimorar a eficiência e<br />
a visibilidade das cadeias de oferta e demanda<br />
tanto globalmente quanto em setores.<br />
F3. Imagem da câmera visualizando e reconhecendo os 12 códigos de 12 embalagem.<br />
O padrão de identificação automática<br />
GS1 Healthcare inclui um Número Global<br />
de Item Comercial (Global Trade Item<br />
Number - GTIN), um Número Global de<br />
Localização (Global Location Number - GLN)<br />
e um Número Global de Sincronização de<br />
Dados (Global Data Synchronization Number<br />
- GDSN). O GS1 recomenda “investir em<br />
scanners de código baseados em câmera para<br />
suprir necessidades específicas de identificação<br />
automática em serviços de saúde”.<br />
A indústria farmacêutica está cogitando<br />
diversos métodos para se adequar a estas<br />
novas exigências. Todos os programas Trackand-Trace<br />
atribuem a cada recipiente uma<br />
etiqueta serializada exclusiva que permanece<br />
com ela durante todo o seu uso. Logo depois<br />
de preenchido, o recipiente se torna parte de<br />
uma série de embalagens maiores - em geral,<br />
pacotes, caixas e paletes - e cada um tem que<br />
estar vinculado em uma relação pai-filho. A<br />
maioria das empresas farmacêuticas utiliza<br />
etiquetas de identificação por radiofrequência<br />
(RFID na sigla em inglês) para níveis mais<br />
altos de empacotamento, como paletes e<br />
caixas. Entretanto, o uso de tags RFID no<br />
recipiente ou no pacote aumenta substancialmente<br />
os custos de embalagem. Outra<br />
preocupação é o alto custo dos interrogadores<br />
RFID que os farmacêuticos precisam utilizar<br />
para verificar o e-Pedigree do recipiente para<br />
cada receita. Em comparação, imprimir um<br />
código digital em uma etiqueta de papel tem<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
case<br />
vantagens: custo muito inferior da etiqueta<br />
e da leitora, alta velocidade de impressão e<br />
de aplicação, taxas de falha insignificantes<br />
e fácil implementação.<br />
Saiba quais recipientes<br />
há em um pacote<br />
<strong>Atual</strong>mente, em uma linha de produção<br />
farmacêutica típica, vários processos de embalagem,<br />
tais como selecionadora, inserção<br />
de dessecante, enchimento, colocação de<br />
algodão, selagem e colocação de tampa,<br />
podem ocorrer antes que um recipiente<br />
finalmente receba sua etiqueta serializada<br />
ou tag RFID. Portanto, as empacotadoras<br />
têm que confirmar, e não presumir, que<br />
um recipiente pertence realmente à linha<br />
de empacotamento antes que uma etiqueta<br />
serializada seja afixada do lado de um<br />
recipiente. Mesmo depois de receber sua<br />
etiqueta, o modo como os recipientes fluem<br />
por outros processos pode comprometer todo<br />
o esforço de vincular códigos agregados de<br />
nível mais alto a unidades individuais. Para<br />
formar um pacote, os recipientes precisam<br />
passar por um sistema de empacotamento<br />
termoencolhível (shrink bundling) que<br />
confere, embala e separa os recipientes em<br />
unidades. Um único recipiente mal posicionado<br />
ou rejeitado, extraído depois que seu<br />
lugar na sequência foi estabelecido, pode<br />
corromper a integridade de cada pacote<br />
subsequente.
case<br />
F4. Módulo de rastreamento em embaladora com filme retrátil: estação de agregação de pacotes com etiquetagem de pacotes/componente pai-filho.<br />
A única maneira de garantir o conteúdo<br />
de um pacote é estabelecer previamente a<br />
integridade do pacote e, depois, identificar<br />
os recipientes contidos. Mas as etiquetas laterais<br />
são um desafio para as empacotadoras<br />
que tentam identificar as embalagens após<br />
a criação do pacote. Por exemplo, como é<br />
possível escanear os códigos nos recipientes<br />
que se encontram no meio de um pacote<br />
3x4 tendo em vista que as etiquetas estão<br />
bloqueadas de todos os lados? A solução<br />
da Omega Design é imprimir uma ID<br />
exclusiva na base de cada recipiente vazio<br />
para complementar — e não substituir<br />
— a etiqueta serializada afixada do lado do<br />
recipiente. A etiqueta lateral é consultada<br />
ao longo de toda a vida útil do recipiente,<br />
provendo a ID exclusiva do recipiente e,<br />
também, todas as informações relevantes<br />
para o consumidor, tais como identidade do<br />
produto, fabricante, dosagem, quantidade<br />
etc. O código na base exclusivo permite que<br />
a empacotadora identifique os recipientes<br />
facilmente depois que eles foram agregados<br />
em um pacote. Após a criação do pacote,<br />
as etiquetas laterais serializadas seriam<br />
difíceis de ler, mas a ID exclusiva na base<br />
do recipiente é visível através do filme<br />
termoencolhível transparente.<br />
10 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
A Omega Design oferece uma solução<br />
para a implementação desta abordagem<br />
Track-and-Trace com uma única máquina<br />
selecionadora e decodificadora capaz de<br />
manter controle total sobre cada recipiente<br />
- velocidade, altura e orientação - enquanto<br />
passa sob o cabeçote de impressão e sobre<br />
as estações de verificação e rejeição. O unscrambler<br />
aceita frascos volumosos e os orienta<br />
sequencialmente na linha de produção.<br />
Os unscramblers Omega imprimem e<br />
verificam uma ID exclusiva na base de cada<br />
recipiente vazio. Esta ID exclusiva contém<br />
informações suficientes para o rastreamento<br />
temporário do recipiente na linha de empacotamento.<br />
Depois que uma etiqueta maior,<br />
definitiva e totalmente serializada é aplicada<br />
ao recipiente, uma câmera e um sistema de<br />
gestão de software serializado sincronizam<br />
o código da etiqueta e o código da base. Na<br />
hora do empacotamento final, a embaladora<br />
termoencolhível agrupa e empacota o<br />
número especificado de recipientes em um<br />
pacote. Um robô ergue cada pacote e o passa<br />
sobre outra leitora de ID, que identifica os<br />
recipientes contidos no pacote. Este pacote<br />
recebe uma nova etiqueta, que é ligada a<br />
cada embalagem nele contida. Uma relação<br />
pai-filho é estabelecida.<br />
Aplicação de sistema<br />
de visão exigente<br />
As duas leitoras de ID utilizadas nesta<br />
aplicação têm que satisfazer requisitos<br />
rigorosos. A leitora de ID usada no unscrambler<br />
precisa ler códigos Data Matrix<br />
com precisão, acompanhando o ritmo de<br />
uma linha que opera à velocidade de 50 a<br />
300 frascos por minuto. A embaladora é<br />
um desafio ainda maior porque a leitora de<br />
ID precisa ler todos os frascos no pacote<br />
com apenas uma imagem. “Escolhemos os<br />
sistemas de visão da série Cognex In-Sight<br />
5000 para esta aplicação porque nossa<br />
experiência mostra que eles fornecem a<br />
precisão exigida para a leitura de códigos<br />
2D Data Matrix”, disse Scholes.<br />
Os sistemas de visão In-Sight vêm com<br />
o software de leitura de código Cognex ID-<br />
Max ® Data Matrix, baseado em tecnologia<br />
PatMax ® , para lidar com uma vasta gama<br />
de degradações na aparência do código e<br />
prover decodificação robusta e confiável em<br />
todas as situações. A Omega Design utiliza a<br />
leitora de ID In-Sight 5410 no unscrambler<br />
e o In-Sight 5603 de performance mais alta<br />
na embaladora. A Cognex também disponibiliza<br />
uma linha completa de leitoras de<br />
ID fixas e de mão que verificam a origem
do frasco em qualquer ponto da cadeia de<br />
suprimentos.<br />
Shaun Keperling, da Omega Design,<br />
utilizou a interface de programação baseada<br />
em planilha da Cognex para sobrepor<br />
imagens dos 12 códigos inspecionados e<br />
fornecer indicações de aprovação/reprovação<br />
tanto para cada código quanto para<br />
todo o pacote, na interface com o usuário.<br />
“A interface da planilha é muito flexível”,<br />
disse Keperling.<br />
O programa tem início quando o sistema<br />
de visão recebe um sinal digital do controlador<br />
lógico programável (programmable<br />
logic controller -- PLC) indicando que um<br />
pacote está posicionado para inspeção.<br />
Primeiramente, o programa captura a<br />
imagem na base do pacote contendo 12<br />
códigos 2D. Em seguida, 12 ferramentas<br />
de inspeção diferentes são acionadas<br />
para ler os códigos. Se todos os códigos<br />
são lidos, uma saída digital é enviada de<br />
volta ao PLC, que instrui o robô a colocar<br />
o pacote na esteira. O sistema de visão<br />
transfere as IDs do recipiente para um<br />
computador, onde são gerenciadas pelo<br />
software Track and Trace. Se a inspeção<br />
falha, o PLC instrui o robô a reposicionar<br />
o pacote mais duas vezes e ativa novamente<br />
a inspeção. Se estas inspeções também<br />
falham, o pacote é encaminhado a um<br />
escoadouro de descarte.<br />
“A meta principal dos padrões da FDA<br />
e das leis de e-Pedigree é proteger os consumidores<br />
contra remédios contaminados e<br />
falsificados”, concluiu Scholes. “Para tanto,<br />
os fabricantes têm que acompanhar seus<br />
produtos ao longo da cadeia de suprimentos,<br />
até o nível da unidade ou do recipiente. Embora<br />
as datas de conformidade e os padrões<br />
finais mudem constantemente e variem de<br />
acordo com o Estado, está amplamente aceito<br />
na indústria farmacêutica que o requisito<br />
definitivo envolverá a serialização. A nova<br />
abordagem descrita aqui representa um<br />
método eficaz, econômico e fácil de implementar<br />
para incorporar a serialização 2D<br />
Data Matrix a linhas de embalagem novas<br />
e existentes sem comprometer a velocidade<br />
ou a precisão da máquina.” MA<br />
Fundada em 1969, Omega Design<br />
Corporation é uma empresa inovadora,<br />
líder mundial na indústria de embalagens,<br />
empenhados em servir os clientes com as<br />
máquinas da mais alta qualidade, serviços<br />
e soluções de embalagem.<br />
F5. Posicionador de garrafas plásticas inclui impressão a jato de tinta contínuo<br />
(Continuous Ink Jet - CIJ), inspeção e rejeição em um único sistema.<br />
F6. Um close da estação de impressão, inspeção e rejeição do posicionador de garrafas<br />
plásticas da Omega Design Corporation<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
case<br />
11
automação<br />
Monitoramento<br />
Remoto<br />
com o smsCLP<br />
Este artigo mostra a utilidade do smsCLP para<br />
monitoramento de equipamentos em localidades<br />
remotas e sua fácil configuração de relatórios<br />
via mensagens de SMS e e-mails.<br />
saiba mais<br />
Monitoramento online do<br />
desempenho da planta industrial<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 39<br />
Monitoramento de condições através<br />
da vibração<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 31<br />
Sistema de monitoramento e<br />
estimativa dos tempos de operação<br />
dos disjuntores<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 31<br />
José Carlito de Oliveira Filho<br />
12 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
Monitoramento de<br />
equipamentos em localidades<br />
remotas garantindo a<br />
manutenção eficiente<br />
Imagine a possibilidade de estações<br />
remotas como elevatórias de água, de<br />
bombeamento de gases ou geradoras<br />
de energia enviarem relatórios de maufuncionamento,<br />
apontando exatamente<br />
a causa do problema e possibilitando a<br />
mobilização de técnicos e de peças forma<br />
eficiente antes mesmo de uma paralisação<br />
em seu funcionamento.<br />
A detecção de uma falha, seu diagnóstico<br />
e uma posterior manutenção são<br />
dificultados quando os equipamentos ficam<br />
em localidades remotas, onde geralmente<br />
a causa da falha é conhecida somente após<br />
gerar uma consequência.<br />
Por exemplo, em uma elevatória de água a<br />
falha no bombeamento é detectada somente<br />
quando falta água nos consumidores, por<br />
meio de reclamações ao SAC. Já a manutenção<br />
demanda vários deslocamentos até o local:<br />
um para o diagnóstico do problema, outro<br />
para levar as peças de reposição e outro para<br />
levar o pessoal especializado.<br />
Imagine por exemplo um gerador diesel<br />
operando como suporte a uma eventual falta<br />
de energia na rede em um processo crítico.<br />
Por ser um equipamento que não pode falhar<br />
deve haver um monitoramento constante<br />
de anormalidades tanto da pré-operação,<br />
monitorando o nível e temperatura do combustível,<br />
quanto da partida e da operação,<br />
monitorando a transição da carga, a tensão e<br />
corrente de saída entre outras variáveis.<br />
O smsCLP integrado a estes equipamentos<br />
permitirá que os técnicos responsáveis<br />
recebam mensagens de texto SMS e/ou<br />
e-mails relatando a anormalidade instantaneamente,<br />
permitindo uma manutenção<br />
constante e um deslocamento mais eficiente<br />
uma vez que o técnico receberá a informação<br />
exata de qual é a peça ou a providência<br />
a ser tomada.
Características do smsCLP<br />
O smsCLP consiste de dois equipamentos,<br />
veja a figura 1:<br />
• O CLP Prosec T1-16S TOSHIBA<br />
de oito entradas e oito saídas digitais<br />
expansíveis até 144 I/O mais entrada<br />
para cartões de conversores A/D<br />
e/ou D/A e alimentação 100-240<br />
Vac, possibilitando que o integrador<br />
utilize o smsCLP não só para o<br />
monitoramento mas também para o<br />
controle e automação de suas aplicações<br />
programando em linguagem<br />
Ladder ou STL.<br />
• O terminal smsCLP Duodigit Quad<br />
Band com entrada para 2 SIM cards<br />
de qualquer operadora, sendo o plano<br />
pré-pago ou pós pago com o serviço<br />
de dados habilitado.<br />
O envio dos relatórios é configurado<br />
para ser efetuado tanto eventualmente<br />
quanto temporariamente.<br />
Os 8 registradores de entrada digital<br />
do smsCLP X e os 24 registrado-<br />
res digitais auxiliares R são<br />
monitorados a cada 2 segundos e podem<br />
ser configurados como gatilho de envio<br />
de um relatório, assim como os relatórios<br />
gerados podem conter o valor de qualquer<br />
registrador do smsCLP.<br />
Também podem ser configurados relatórios<br />
temporários, por exemplo: configurar<br />
o smsCLP para todos os dias às 7 horas da<br />
manhã enviar a contagem de peças ou a<br />
temperatura de uma bomba.<br />
As mensagens podem ser enviadas por<br />
ordem de prioridade, por exemplo: o técnico<br />
de assistência imediata (prioridade 1) é o<br />
primeiro a receber a mensagem, caso este<br />
não responda para o número do smsCLP<br />
com um SMS, em 5 min. o técnico supervisor<br />
(prioridade 2) receberá a mensagem,<br />
e assim por diante.<br />
Os últimos eventos do smsCLP são<br />
registrados e podem ser recebidos via e-mail<br />
enviando um SMS com a mensagem Status,<br />
possibilitando uma análise estatística do<br />
processo e das mensagens enviadas.<br />
F1. Conjunto do smsCLP.<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
13
automação<br />
Estudo de Caso<br />
– Estação Elevatória<br />
O sinótico da figura 2 representa uma<br />
estação elevatória com um tanque de<br />
armazenamento que utilizaremos neste<br />
artigo para demonstrarmos um exemplo<br />
de configuração do smsCLP.<br />
Como entrada do smsCLP teremos<br />
três sensores de nível (L0-L2) e um sensor<br />
de temperatura da motobomba(T0) e<br />
como saída controlaremos a motobomba<br />
elétrica(M0). Desta forma demonstraremos<br />
F2. Sinótico de uma estação elevatória de água.<br />
F4. Interface para criação de um novo<br />
F5. Interface para cadastrar um registrador<br />
F6. Interface para cadastrar um novo<br />
14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
que o smsCLP pode ser utilizado tanto para<br />
o monitoramento quanto para o controle<br />
do sistema. Veja na figura 3 o esquema de<br />
conexão do CLP.<br />
Veja no esquema de conexão do sms-<br />
CLP que o nível mínimo L0 representa<br />
o registrador booleano de entrada X0 e o<br />
cartão de conversor A/D que mede a temperatura<br />
T0 representa o registrador de 16<br />
bits XW04, utilizaremos estes registradores<br />
para configurar os relatórios no software<br />
do smsCLP a seguir.<br />
F7. Interface do software smsCLP<br />
O primeiro passo é executar o software<br />
smsCLP e criar um novo smsCLP entrando<br />
com seu nome que precederá todas as mensagens,<br />
com a empresa integradora e com seu<br />
numero de celular, como na figura 4.<br />
O segundo passo é cadastrar os registradores<br />
a serem monitorados pelo smsCLP<br />
entrando um nome de identificação e seu<br />
respectivo endereço de memória no CLP,<br />
veja na figura 5.<br />
O terceiro passo é cadastrar os técnicos<br />
que receberão as mensagens de SMS e e-mail<br />
F3. Esquema de conexão do smsCLP
digitando o nome do técnico, seu e-mail e<br />
telefone, veja na figura 6.<br />
Agora o smsCLP está pronto para<br />
receber as configurações dos relatórios,<br />
veja na figura 7 a interface do software<br />
smsCLP já com os técnicos e registradores<br />
cadastrados.<br />
Cadastramos os registradores de entrada<br />
do smsCLP e criamos três técnicos: um<br />
técnico imediato, um técnico nível 2 e um<br />
técnico superior nível 3. Mais a frente demonstraremos<br />
o tratamento de prioridades<br />
do smsCLP utilizando estes três níveis de<br />
técnicos.<br />
Configuração dos<br />
Relatórios Eventuais<br />
Neste exemplo comunicaremos aos técnicos<br />
responsáveis dois relatórios eventuais<br />
de falhas, um quando o nível do tanque<br />
ficar abaixo do nível mínimo L0 e outro<br />
quando a temperatura T0 for maior que<br />
90 graus Celsius.<br />
Admitindo que o sensor de nível utilizado<br />
neste exemplo fica em nível lógico 0 quando<br />
o nível da água está abaixo do nível medido,<br />
configuraremos o disparo de um relatório<br />
quando houver uma borda de descida no<br />
registrador X0, referente ao nível L0 como<br />
vimos anteriormente.<br />
Para criar um novo relatório basta digitar<br />
uma descrição para o relatório, neste caso<br />
“Tanque no nível mínimo”, definir uma<br />
condição de disparo, neste caso o registrador<br />
X0 na borda de descida e então criar as<br />
mensagens de e-mail e/ou SMS.<br />
Clicando no botão Novo Relatório<br />
Eventual configuraremos um novo relatório<br />
e suas mensagens, como pode ser visto na<br />
figura 8.<br />
Para adicionar as mensagens que serão<br />
enviadas no momento em que a condição de<br />
disparo deste relatório for satisfeita, clique<br />
no botão Nova mensagem, escolha o tipo<br />
de mensagem, os técnicos que receberão as<br />
mensagens e finalmente digite a mensagem<br />
que desejar, lembrando que ela pode conter<br />
o valor de qualquer registrador do smsCLP<br />
(figura 9).<br />
Criamos três novas mensagens de SMS<br />
com destino aos três técnicos cadastrados,<br />
isto é, quando o relatório “Tanque no nível<br />
mínimo” tiver sua condição de disparo<br />
satisfeita (X0 - borda de descida) os três<br />
técnicos receberão um SMS com a mensagem<br />
da figura 9.<br />
F8. Interface para criar um novo relatório eventual<br />
F9. Interface para criar uma nova mensagem SMS ou e-mail.<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
15
automação<br />
Note que o valor do registrador XW04<br />
foi inserido na mensagem clicando no botão<br />
Inserir valor do registrador. Os caracteres<br />
$XW04$ serão substituídos pelo valor<br />
atual do registrador quando o relatório<br />
for ativado.<br />
Agora vamos configurar o relatório de<br />
superaquecimento da bomba utilizando o<br />
valor provindo do conversor A/D armazenado<br />
no registrador XW04. Para isto<br />
precisaremos de dois blocos em Linguagem<br />
Ladder no smsCLP para ativar e desativar<br />
o registrador especial R2001 quando a<br />
temperatura passar do valor desejado, veja<br />
na figura 10.<br />
O registrado R2001 faz parte dos 24<br />
registradores especiais que podem ser utilizados<br />
como gatilho dos relatórios, por isso<br />
foi utilizado no código acima para representar<br />
a condição de superaquecimento na<br />
motobomba. Note que quando R2001 está<br />
em nível lógico 1 a temperatura da bomba<br />
é maior que 90.<br />
No software smsCLP vamos configurar<br />
o relatório de superaquecimento da<br />
motobomba com o registrador R2001 na<br />
borda de subida como gatilho e para isso<br />
enviaremos SMS e e-mails em ordem de<br />
prioridade para os técnicos cadastrados<br />
(figura 11).<br />
Da forma que foram configuradas as<br />
mensagens do relatório de superaquecimento<br />
na motobomba, o técnico imediato será o<br />
primeiro a receber um e-mail e um SMS,<br />
caso ele não responda via SMS com uma<br />
mensagem sem conteúdo para o número<br />
do smsCLP em cinco minutos o sistema<br />
enviará a mensagem para o técnico nível<br />
2 e assim por diante até o ultimo técnico.<br />
Caso nenhum técnico responda o relatório<br />
é resetado.<br />
Considerações Finais<br />
Apresentamos uma aplicação do sms-<br />
CLP e sua configuração de forma a exibir<br />
a gama de possibilidades de aplicação deste<br />
sistema versátil, fácil de operar e com um<br />
preço muito competitivo diante as soluções<br />
semelhantes de mercado.<br />
Informação precisa em tempo real faz<br />
a diferença quando a ordem é a confiabilidade.<br />
Para esta tarefa a ferramenta certa é<br />
o smsCLP, mostrando uma nova maneira<br />
de garantir suas máquinas funcionando<br />
através de mensagens diretas aos técnicos<br />
responsáveis por sua manutenção. MA<br />
16 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
6<br />
7<br />
TO<br />
[ XW004 00090 ]<br />
F10. Ladder de configuração do relatório de superaquecimento na bomba.<br />
SUPER AQUEC.<br />
[ RST R2001 ]<br />
SUPER AQUEC.<br />
[ SET R2001 ]<br />
F11. Relatório de superaquecimento na motobomba com as mensagens por ordem de prioridade.
automação<br />
Programação de um CLP:<br />
Modos de<br />
programação<br />
No seguimento do curso de Automação, neste artigo<br />
apresento como perceber os conceitos básicos de<br />
programação de um CLP. No decorrer das próximas<br />
edições apresentaremos a forma de programar um<br />
controlador lógico programável<br />
saiba mais<br />
Manutenção preditiva e pró ativa<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 9<br />
Automação industrial - 3ª edição<br />
- J. Norberto Pires - Editora Lidel<br />
Autómatas programables - Josep<br />
Balcells, José Luis Romeral - Editora<br />
Marcombo<br />
Técnicas de automação - João<br />
R.Caldas Pinto - Edições Técnicas e<br />
Profissionais<br />
Curso de Automação Industrial<br />
- Paulo Oliveira - Editora Edições<br />
Técnicas e Profissionais<br />
Manual de Formação OMRON<br />
- Engº Filipe Alexandre de Sousa<br />
Pereira<br />
Catálogos OMRON<br />
www.omron.pt<br />
18 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
Filipe Pereira<br />
filipe.as.pereira@gmail.com<br />
Eng. Elétrotécnico / Automação<br />
Klean Energie 4 Life, Ltda<br />
Energias Renováveis - Portugal<br />
As linguagens de programação são empregadas<br />
nos CLPs desde que estes surgiram<br />
em 1960. Estas permitem ao usuário inserir<br />
programas de controle utilizando sintaxes<br />
pré-estabelecidas.<br />
Previamente ao estudo dos três tipos de<br />
linguagem mais utilizados na programação<br />
de CLPs, convém rever alguns conceitos<br />
essenciais.<br />
O programa que vai definir o automatismo<br />
é constituído por uma série de instruções<br />
e funções onde são operados os bits de<br />
memória. Estas instruções e funções, serão<br />
introduzidas na memória do CLP, através<br />
de um periférico destinado a esse fim e que<br />
poderá ser uma console de programação ou<br />
software específico para PC.<br />
Veja na figura 1 um exemplar de CLP<br />
programado por console.<br />
Os CLPs têm, basicamente, dois modos<br />
de operação: o modo RUN e o modo PRO-<br />
GRAM ou STOP. Estes são selecionados<br />
através de um comutador que se pode
F1. CLP programado por console.<br />
encontrar no frontal do CLP, na console<br />
de programação ou através do software de<br />
programação.<br />
Antes de se introduzir o programa através<br />
da console, deve converter-se o esquema de<br />
contatos numa lista de instruções entendidas<br />
pelo CLP, ou fazer a programação direta em<br />
esquema de contatos utilizando o computador<br />
com software que o permita.<br />
O programa é introduzido nos endereços<br />
de memória do CLP, contendo cada um<br />
uma instrução, os parâmetros de definição<br />
e todos os parâmetros requeridos por essa<br />
instrução.<br />
Os endereços de memória do programa<br />
(linhas do programa) começam em zero<br />
(0) e estão limitados pela capacidade da<br />
memória do CLP.<br />
Cada fabricante possui modos diferentes<br />
de proceder à programação de um CLP.<br />
As áreas de memória têm designações<br />
diversas, as instruções e funções têm mnemônicas<br />
e códigos diferentes e a sequência de<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
teclas na console destinadas à programação Com a importante resolução do pro-<br />
difere de marca para marca.<br />
grama de controle (da primeira para a<br />
No entanto, conhecendo um modelo, última rung), a continuidade lógica de cada<br />
facilmente nos integramos no modo de rung vai sendo averiguada e as saídas serão<br />
funcionamento de um outro, pela simples atualizadas no final do SCAN. Observe o<br />
consulta do respectivo manual, uma vez exemplo da figura 2.<br />
que a lógica de programação dos sistemas Analisemos o diagrama de estados<br />
existentes no mercado não difere no seu anterior:<br />
essencial.<br />
• O contato normalmente aberto<br />
Vejamos o que faz o CLP em cada modo 000.00 ativa a primeira saída se<br />
de funcionamento:<br />
estiver no estado On, fazendo com<br />
• O modo RUN é o modo normal de que a saída 001.00 também seja On,<br />
funcionamento do CLP, porque neste na rung a seguir, o contato associado<br />
modo, a CPU executa o programa à bobina de saída 001.00 ao passar<br />
contido na memória;<br />
a On ativa a saída 001.01, e assim<br />
• Para se proceder à introdução do pro- sucessivamente;<br />
grama, é necessário que o CLP esteja •<br />
Apesar das saídas estarem em dife-<br />
no modo PROGRAM;<br />
rentes rungs e assumirem o estado<br />
• O processador inicia a resolução do durante o SCAN, todas elas passarão<br />
programa de controle após ter lido ao seu estado On em simultâneo no<br />
o estado de todas as entradas e ter módulo de saída, porque o CLP só<br />
guardado toda a informação em atualiza o estado das saídas no final<br />
memória.<br />
de execução do programa;<br />
19
automação<br />
• Se os contatos estivessem conforme<br />
indicado na figura 3, as saídas já<br />
não seriam acionadas todas simultaneamente,<br />
ou seja, se a condição<br />
de saída de uma rung afetar a rung<br />
que a antecede, a CPU não volta<br />
atrás para resolvê-la.<br />
É importante assimilar deste exemplo<br />
que, para o mesmo ciclo de SCAN, uma<br />
saída só terá efeito noutra rung se esta for<br />
colocada antes dessa rung.<br />
F2.Análise ao Scan do CLP de acordo com um respectivo programa de controle em Ladder.<br />
F3. Estado das saídas do CLP após um SCAN.<br />
20 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
Outro conceito importante é o de entradas<br />
normalmente fechadas que, apesar de<br />
ser um conceito bastante simples, costuma<br />
suscitar algumas dúvidas.<br />
Suponha que se desejasse implementar<br />
em programação o seguinte circuito<br />
(figura 4).<br />
O normal seria copiar o esquema de<br />
contatos para Ladder, obtendo-se o resultado<br />
do circuito seguinte, mostrado na figura<br />
5. Tal situação não é correta, uma vez<br />
que, quando o CLP lê o estado da entrada<br />
BP1, é guardado no endereço de memória,<br />
associado a esta entrada, o valor lógico da<br />
entrada, ou seja, um (1).<br />
Quando o CLP executa o ciclo de SCAN,<br />
é examinada a continuidade lógica da rung<br />
mas, como o contato associado ao endereço<br />
de memória está negado, a continuidade<br />
lógica não vai existir, porque o um (1) que<br />
reflete o estado da entrada BP1 negado é<br />
zero (0).<br />
A solução para o circuito é a colocação<br />
no programa de um contato normalmente<br />
aberto, para não negar o endereço de memória<br />
associado ao estado da entrada.<br />
Senão vejamos, na figura 6.<br />
Resumindo: Independentemente da<br />
forma como os circuitos estão ligados, na<br />
programação pode alterar-se o seu estado,<br />
uma vez que o estado de uma entrada depende<br />
não só da forma como está ligada,<br />
mas também de como é programada.<br />
Os três tipos de linguagens mais utilizados<br />
nos dias de hoje são:<br />
• Ladder;<br />
• Lista de instruções;<br />
• GRAFCET.<br />
As linguagens de programação em Ladder<br />
e em lista de instruções implementam as<br />
operações de forma quase similar, diferindo<br />
apenas na forma como são representadas e<br />
no modo como são inseridas no CLP.<br />
O GRAFCET implementa as instruções<br />
de controle baseando-se em passos e ações<br />
representados de forma gráfica.<br />
Ladder lógico<br />
A linguagem de programação Ladder é<br />
composta por uma série de instruções simbólicas<br />
usadas para desenvolver programas<br />
de controle das máquinas e processos. Veja<br />
a figura 7.<br />
F4. Ligação de uma entrada normalmente<br />
fechada à entrada de um CLP.
F5. Análise do estado da saída de um CLP com uma entrada normalmente fechada.<br />
F6. Solução para o caso de o CLP possuir uma entrada normalmente fechada.<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
21
automação<br />
F7. Comparação entre linguagem Ladder<br />
e um circuito elétrico.<br />
A evolução do Ladder original tornou<br />
esta linguagem mais capaz, pois novas<br />
funções foram adicionadas às tradicionais<br />
operações básicas de relés de temporização<br />
e de contagem.<br />
Novas funções, denominadas de blocos<br />
de função, aumentaram o poder da linguagem<br />
Ladder básica.<br />
O principal objetivo dos diagramas Ladder<br />
é controlar saídas e executar operações<br />
funcionais baseando-se em condições de<br />
entrada. Os diagramas em Ladder usam<br />
rungs onde se representam as funções de<br />
controle. Uma rung consiste numa série<br />
de condições de entrada, representadas<br />
por contatos, e uma instrução de saída no<br />
final, representada por uma bobina.<br />
Uma rung é “verdadeira” quando existe<br />
continuidade lógica, ou seja, quando a<br />
energia flui, através da rung, da esquerda<br />
para a direita (figura 8 e 9).<br />
A matriz da rung representa as possíveis<br />
localizações para colocação dos contatos de<br />
entrada ou instruções.<br />
Quando a continuidade lógica existe,<br />
a condição da rung é verdadeira, havendo<br />
um controle da saída. Por outro lado, se<br />
a continuidade lógica não se estabelece, a<br />
condição da rung é falsa.<br />
Quando um diagrama Ladder contém<br />
um bloco de função, uma ou mais instruções<br />
podem ser utilizadas para representar<br />
as condições de entrada que o habilitam.<br />
A matriz da rung em Ladder determina o<br />
22 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
F8. Exemplo de continuidade lógica.<br />
F9. Outro exemplo de continuidade lógica.<br />
número máximo de contatos que podem<br />
ser empregados para ativar uma saída, divergindo<br />
o tamanho da matriz de CLP para<br />
CLP. Na figura 10, a matriz citada.<br />
Para blocos de função a matriz utiliza,<br />
em regra, menos contatos, figura 11.<br />
Existem algumas normas para a colocação<br />
dos contatos de entrada. Uma delas, que se<br />
verifica em quase todos os CLPs, evita que a<br />
continuidade lógica que tem de haver numa<br />
rung flua ao contrário (sneak paths).<br />
Estes sneak paths ocorrem quando a<br />
continuidade lógica flui numa rung atra-<br />
vés de um contato que provoca, só ele, a<br />
continuidade de uma rung.<br />
Veja-se o exemplo dado na figura 12.<br />
A saída Z deverá estar ativa quando os<br />
contatos A, B e C ou A, D e E ou F e E<br />
estiverem ativos. No entanto, se os contatos<br />
F, D, B e C estiverem ativos existe continuidade<br />
lógica e Z está ligado.<br />
Esta situação deverá ser evitada, uma<br />
vez que a saída fica activa com uma combinação<br />
de contactos que a não deveriam<br />
activar (figura 13).<br />
Em resumo:
F10. Matriz de uma Rung em Ladder.<br />
F11. Matriz de um Bloco de uma função.<br />
• As instruções em Ladder representam<br />
o estado On/Off de entradas e saídas<br />
de campo;<br />
• O Ladder usa dois tipos de símbolos:<br />
contatos e bobinas, em inglês coil;<br />
• Os contatos representam as condições<br />
de entrada e as bobinas representam<br />
a saída de uma rung;<br />
• Em um programa, cada contato ou<br />
bobina tem um endereço que permite<br />
identificar o que está a ser avaliado e<br />
o que está a ser controlado;<br />
• O endereço está referenciado à tabela<br />
de entradas, de saídas ou a um registro<br />
interno do CLP.<br />
F14. Tarefa do processador aquando do fecho do contacto NO.<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
F12. Exemplo de um “Sneak Paths”.<br />
F13. Exemplo de uma combinação de contatos<br />
que ativam indevidamente a saída.<br />
23
automação<br />
Contato normalmente aberto (NA)<br />
Este contato procura uma condição de<br />
ON em um determinado endereço. Durante<br />
a execução do contato normalmente aberto<br />
(NO), o processador examina o endereço<br />
referenciado no contato por uma condição<br />
de ON (figura 14).<br />
Contato normalmente fechado (NF)<br />
Este contato procura uma condição de<br />
OFF em um determinado endereço. Durante<br />
a execução do contato normalmente fechado<br />
(NC), o processador examina o endereço<br />
referenciado no contato por uma condição<br />
de OFF (figura 15).<br />
Importante: Os contatos podem<br />
ser colocados em série, em paralelo<br />
ou numa configuração série- paralelo<br />
para controlar cada uma das saídas.<br />
Uma saída nunca pode ser ligada<br />
diretamente à entrada.<br />
F16. Controle de uma bobina NO de saída por parte do CLP.<br />
F17. Controle de uma bobina NC de saída por parte do CLP.<br />
24 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
Bobina normalmente aberta<br />
Uma bobina de saída controla uma<br />
saída real ou um bit interno do CLP. Durante<br />
a sua execução, o processador avalia<br />
todas as condições de entrada numa rung<br />
(figura 16).<br />
F15. Tarefa do processador aquando do fecho do contacto NC.<br />
Bobina normalmente fechada<br />
Esta função funciona de forma oposta<br />
à anterior, ou seja, quando não existe continuidade<br />
lógica nos contatos, a posição<br />
de memória afecta à saída vai ser zero (0)<br />
(figura 17).
Circuitos lógicos<br />
Para implementar circuitos lógicos, dispõem-se<br />
ainda das seguintes instruções:<br />
• AND - realiza um E lógico com o<br />
bit especificado;<br />
• OR - realiza um OU lógico com o<br />
bit especificado;<br />
• NOT - nega o estado do bit ao qual<br />
está associado.<br />
Analisemos cada uma das funções, no<br />
caso do nosso CLP em estudo neste curso,<br />
que é o CJ1 da OMRON.<br />
Antes de iniciarmos a programação propriamente<br />
dita, convém deixar algumas dicas<br />
de utilização do software Cx-Programmer<br />
da OMRON que permite a programação<br />
em LADDER neste CLP.<br />
Síntese sobre a utilização<br />
do software de programação<br />
(CX-Programmer)<br />
Como em qualquer outra aplicação do<br />
Windows, para executar o CX-Programmer<br />
é utilizado o menu Iniciar.<br />
Para acessar a área de trabalho é necessário<br />
criar um novo projeto ou abrir um já<br />
criado. Analisemos então cada uma das<br />
funções lógicas:<br />
F18. Função lógica AND.<br />
F19. Função lógica NOT.<br />
Função AND<br />
A função AND, em Ladder lógico, é<br />
implementada com dois ou mais contatos<br />
de entrada em série. Veja-se o exemplo:<br />
pretende-se implementar um circuito lógico<br />
que apenas ativa a saída 01.00 do CLP, se<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
automação<br />
as entradas 0.00 e 0.01 e 0.02 estiverem<br />
ativas (On). Observe a figura 18.<br />
Função NOT<br />
A função NOT em Ladder lógico representa-se<br />
com um contato normalmente<br />
25
automação<br />
Importante: Caso haja simultaneidade<br />
das duas condições a ON, a condição<br />
de RESET é a predominante. Sempre<br />
que existam vários blocos lógicos a<br />
controlar uma instrução, estes são programados<br />
em primeiro lugar e só depois<br />
é programada a instrução em causa.<br />
fechado (figura 19). Voltando ao exemplo<br />
anterior: pretende-se que a saída 01.00 fique<br />
ativa, se as entradas 0.00 e 0.02 estiverem a<br />
Off e a entrada 0.01 estiver a On (considerase<br />
que uma entrada está a On quando o led,<br />
que a sinaliza, se encontra ligado).<br />
Função OR<br />
A função OR, em Ladder lógico, é implementada<br />
com dois ou mais contatos de<br />
entrada em paralelo (figura 20). Observe-se<br />
o seguinte exemplo: Pretende-se implementar<br />
um circuito lógico que active a saída 01.03,<br />
quando a entrada 0.01 estiver a Off ou quando<br />
as entradas 0.02 ou 0.03 estiverem a On.<br />
Instrução SET<br />
A instrução SET permite que, quando<br />
a condição lógica, que antecede a instrução<br />
SET, vá a On, o bit associado à função comute<br />
para o seu estado lógico On, e assim<br />
permaneça mesmo que a condição lógica,<br />
que antecede a instrução de SET, comute<br />
para Off (figura 21).<br />
Instrução RSET<br />
Situação semelhante acontece com a<br />
instrução RSET, pois, quando a condição<br />
lógica que antecede esta instrução vai a<br />
On, o bit manipulado é, em simultâneo,<br />
levado a Off permanecendo nesse estado<br />
(figura 22).<br />
Nota: Caso haja simultaneidade da<br />
função de SET e RSET, é a condição de<br />
RESET a predominante.<br />
Função KEEP<br />
A instrução KEEP permite definir um<br />
bit de memória como biestável, ou seja, o<br />
estado do relé é definido por duas condições<br />
lógicas: SET ou RESET (figura 23).<br />
Os conceitos básicos da programação<br />
e suas funções já estão concluídas. Para as<br />
próximas edições trataremos a forma de<br />
programar um controlador lógico programável.<br />
Até a próxima!<br />
MA<br />
26 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
F20. Função lógica OR.<br />
F21. Instrução SET.<br />
F22. Instrução RSET.<br />
F23. Função KEEP.
A usinagem é um processo muito usado nas indústrias do ramo<br />
metal-mecânico, com a necessidade da utilização de ferramentas<br />
de corte, que são responsáveis por cortar o material das peças,<br />
conferindo-as ao formato desejado. Tais empresas enfrentam<br />
grandes dificuldades para o controle desse ferramental, que<br />
vão desde problemas com a rastreabilidade da ferramenta<br />
dentro da própria empresa até suas requisições.<br />
A questão dos custos do ferramental também é de extrema<br />
importância para as empresas, visando a redução dos custos<br />
de produção para permanecerem competitivas no mercado.<br />
O objetivo do presente trabalho é apresentar as vantagens do<br />
gerenciamento das ferramentas de corte, visando a redução<br />
dos custos produtivos<br />
O<br />
saiba mais<br />
CASTRO, P. Gerenciamento de<br />
Ferramentas. São Paulo: 2004<br />
(Congresso Usinagem).<br />
FERRARESI, D. Fundamentos da<br />
Usinagem dos Metais. São Paulo:<br />
Edgard Blücher, 1977. 751 p.<br />
Veja mais referências no fim do artigo.<br />
manutenção<br />
Gerenciamento de<br />
Ferramentas<br />
de Corte<br />
intuito deste artigo é demonstrar, através<br />
de um estudo de caso feito em uma empresa<br />
fabricante de motores de grande porte, como<br />
o gerenciamento de ferramentas está sendo<br />
aplicado e o quanto pode ser vantajoso no<br />
mercado competitivo, no sentido de reduzir<br />
os custos de produção e aumentar o ganho<br />
da empresa.<br />
Segundo estudos de ZONTA (2007),<br />
as ferramentas de corte representam de 3 a<br />
5% dos custos de produção. Entretanto, se<br />
não houver um gerenciamento no processo,<br />
esses custos chegam até 30% no produto<br />
do fabricante.<br />
Gustavo Trombini Lazari<br />
Henrique Oliva de Andrade<br />
Rafael Batalhote Verçosa<br />
Alguns dos fatores que frequentemente<br />
contribuem para que se atinja este percentual<br />
são:<br />
• Produção programada não pode ser<br />
efetivada por falta de ferramentas;<br />
• Grande parte do tempo dos funcionários<br />
envolvidos (operador, supervisor<br />
e líder) é gasto na procura e na<br />
expedição de ferramentas;<br />
• Super ou subdimensionamento do<br />
estoque (quantidade e variedade);<br />
•<br />
Obsolescência do estoque.<br />
Atuar na redução de custos com ferramentas<br />
é uma visão que as empresas precisam<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
27
manutenção<br />
F1. Curva ABC.<br />
adquirir e implementar para se tornarem<br />
mais competitivas no mercado, e as empresas<br />
retardatárias que não adotarem essa nova<br />
aplicação irão ter maiores dificuldades para<br />
se manterem no mercado.<br />
Desenvolvemos um estudo de caso em<br />
uma empresa fabricante de motores que<br />
apresenta a necessidade de melhoria contínua<br />
em seus processos para continuar competitiva<br />
no mercado. A questão é como atuar<br />
de uma maneira mais eficiente na redução<br />
dos custos de produção em empresas que<br />
utilizam processos de usinagem?<br />
Gerenciamento de<br />
ferramentas de corte<br />
Os objetivos específicos do gerenciamento<br />
de ferramentas são resumidos da<br />
seguinte forma:<br />
• Reduzir estoques e obsolescência;<br />
• Padronizar as ferramentas utilizadas;<br />
• Eliminar a falta de ferramentas;<br />
• Aumentar a produtividade;<br />
• Reduzir o custo com ferramentas;<br />
• Controlar a localização e fluxo de<br />
ferramentas no chão-de-fábrica;<br />
• Reduzir os tempos de preparação<br />
de máquinas;<br />
• Reduzir quebras de ferramentas;<br />
• Garantir a disponibilidade de informação<br />
precisa e atualizada;<br />
• Fortalecer o relacionamento com<br />
fornecedores;<br />
• Garantir a qualidade dos serviços de<br />
recondicionamento e preparação de<br />
ferramentas;<br />
• Garantir a qualidade da peça produzida;<br />
28 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
• Garantir atualização tecnológica;<br />
• Garantir o uso ecologicamente correto<br />
de ferramentas de corte.<br />
Análise da empresa<br />
A empresa escolhida para realização do<br />
estudo de caso é uma empresa de pequeno<br />
a grande porte de fabricação de motores<br />
movidos à diesel.<br />
Gerenciamento de<br />
ferramentas de corte<br />
O gerenciamento de ferramentas de<br />
corte implica em redução de custos na<br />
produção de forma padronizada, ou seja, o<br />
gerenciamento visa qual é a melhor forma de<br />
reduzir ao máximo os custos de produção<br />
na melhor estratégia do processo.<br />
As etapas a seguir irão demonstrar como<br />
a empresa em estudo está atuando para se<br />
obter a máxima redução dos custos com<br />
ferramentas de corte.<br />
1. Custo por peça,<br />
comprometimento com<br />
fornecedores<br />
O primeiro ponto para um gerenciamento<br />
eficaz é o comprometimento dos<br />
fornecedores com a empresa.<br />
A empresa estudada está em fase de<br />
desenvolvimento e de implementação de<br />
um novo conceito chamado custo por peça,<br />
que visa a redução dos gastos sob o ponto<br />
de vista das ferramentas de corte.<br />
O custo por peça tem sido uma forma de<br />
trabalho desenvolvida por algumas grandes<br />
empresas consumidoras de ferramentas, que<br />
observam nessa estratégia uma boa alternativa<br />
para reduzir seus custos produtivos.<br />
Ao invés da empresa pagar as ferramentas<br />
por unidade adquirida, a ideia do<br />
custo por peça é pagar aos fornecedores das<br />
ferramentas um valor fixo pré-estabelecido<br />
por peça produzida.<br />
Dessa forma, os fornecedores das ferramentas<br />
deverão acompanhar mais de perto<br />
o processo no dia-a-dia, porém, caso uma<br />
ferramenta não apresente o desempenho<br />
esperado (que foi acordada na hora da<br />
venda) quem terá que arcar com esse custo<br />
acima do esperado é o próprio fornecedor<br />
da ferramenta e não mais o cliente, como<br />
ocorre na maioria das vezes.<br />
Vale salientar que, para esse tipo de<br />
produto (ferramentas de corte), o acompanhamento<br />
e serviço pós-venda são de<br />
suma importância, pois devido às inúmeras<br />
variações características dos processos de<br />
usinagem, é sempre recomendável que se<br />
tenha um acompanhamento técnico próximo<br />
por parte do fornecedor das ferramentas.<br />
2. Controle de saídas de ferramentas<br />
O controle de saída das ferramentas é<br />
um importante indicador para se mensurar<br />
os gastos com ferramentas e manter sua<br />
rastreabilidade dentro e fora da fábrica. A<br />
utilização de software para o auxílio desse<br />
controle é extremamente importante para o<br />
gerenciamento de ferramentas, onde através<br />
dele é possível mensurar os gastos totais com<br />
ferramentas e/ou os gastos por máquina,<br />
uma vez que a ferramenta é enviada para<br />
uma máquina específica.<br />
Com isso é possível também detectar<br />
com facilidade as máquinas e/ou processos<br />
que estão consumindo ferramentas em<br />
demasia, podendo a empresa tomar uma<br />
atitude mais rápida e eficaz no sentido de<br />
amenizar as perdas ocasionadas por estas<br />
situações. O software ainda auxilia na<br />
emissão de relatórios de custo e emissão<br />
de pedidos de compra.<br />
Para atuar na redução dos custos de<br />
produção inerentes às ferramentas de corte<br />
de maneira mais eficiente, em julho de 2009<br />
foram mapeados os gastos com ferramentas<br />
em todas as linhas da fábrica (tabela 1).<br />
FONTE - Empresa estudada.<br />
3. Mapeamento e composição<br />
dos custos<br />
Com os dados da tabela 1, foi traçada<br />
uma curva ABC (figura 1) para identificar<br />
quais são os itens mais impactantes em
elação ao custo. Foi observado que, para<br />
todas as linhas de produção da fábrica,<br />
a distribuição dos custos segue a mesma<br />
proporção, em média, 80% dos custos é<br />
representado por apenas 20% dos itens.<br />
FONTE - Empresa estudada.<br />
Esses 20% dos itens passaram a ser<br />
considerados críticos e, para cada linha<br />
de produção, foi traçada essa curva para<br />
mapear a distribuição dos custos. Dessa<br />
forma, as ações e os testes de novas ferramentas<br />
passaram a ser direcionados a esses<br />
itens críticos a fim de se obter uma redução<br />
mais significativa nos custos produtivos<br />
da fábrica.<br />
4. Análise crítica do consumo<br />
elevado<br />
Após a identificação do item que será<br />
analisado, foi utilizado o diagrama de causa<br />
e efeito (figura 2) para levantamento de<br />
todas as prováveis causas que possivelmente<br />
T1. Gastos totais com Ferramentas.<br />
F2. Matriz causa-efeito.<br />
estão cooperando para um consumo elevado<br />
de ferramentas de corte.<br />
Para cada caso específico, é feito um<br />
brainstorming envolvendo todas as pessoas<br />
manutenção<br />
que têm envolvimento com o processo, que<br />
podem ser os operadores, os engenheiros de<br />
processo, de manufatura e os fornecedores<br />
da ferramenta. FONTE - Empresa estudada<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
29
manutenção<br />
F3. Fresa horária. F4. Fresa Anti-horária.<br />
F5. Inserto fresa horária. F6. Inserto fresa Anti-horária.<br />
T2. Gastos sem reaproveitamento de inserto.<br />
T3. Gastos com reaproveitamento de inserto.<br />
30 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
A matriz causa-efeito, demonstrada pela<br />
figura 2 possibilita cercar todas as causas<br />
que geram o consumo elevado de ferramentas,<br />
por diferentes pontos de vista dos<br />
envolvidos, tornando as ações e os testes de<br />
novas ferramentas mais eficazes no sentido<br />
de reduzir o consumo e consequentemente,<br />
diminuir os custos.<br />
5. Melhorias organizacionais<br />
Após fazer a análise de Pareto (referências<br />
bibliográficas) e do diagrama causa e efeito,<br />
observa-se um grande consumo de insertos<br />
nas operações das figuras 3 e 4.<br />
O controle da vida e da utilização de<br />
todas as arestas, bem como a redução dos<br />
estoques de ferramentas, são exemplos de<br />
ações que têm grande importância no que<br />
tange às ferramentas de corte.<br />
Nas operações de usinagem da biela,<br />
as fresas utilizam um inserto triangular,<br />
que apresentam 3 arestas de corte em cada<br />
face, totalizando 6 arestas de corte. No<br />
entanto, no caso da biela, uma das fresas<br />
trabalha com a rotação no sentido horário<br />
- figura 3 - e a outra no sentido anti-horário<br />
– figura 4.<br />
Em um caso como esse, quando empregado<br />
na fresa direita (sentido horário),<br />
apenas os lados em destaque da aresta de<br />
corte do inserto será desgastado – figura 5.<br />
Já quando usado na fresa esquerda (sentido<br />
anti-horário), o mesmo ocorrerá para o lado<br />
oposto da aresta – figura 6.<br />
Dessa forma, se os insertos da fresa<br />
direita forem reutilizados na esquerda,<br />
ou vice-versa, pode-se empregar 2 vezes<br />
cada aresta, o que representa um total de<br />
12 arestas por inserto. Segue exemplo de<br />
quanto pode ser significativo o ganho com<br />
o reaproveitamento dos insertos.<br />
Na tabela 2, pode ser observado que<br />
para a produção de 1.000 peças com uma<br />
vida de inserto de 250 peças/aresta, são<br />
necessários 67 insertos para fazer a produção<br />
anual (12.0000 peças). Como nesse caso a<br />
empresa não tem a cultura de reaproveitar<br />
os insertos, são exigidos 67 insertos em<br />
cada operação, contabilizando um total<br />
de 134 insertos ao ano, que representa R$<br />
52.517,28.<br />
Na tabela 3, observa-se que reaproveitando<br />
todos os insertos, a operação 170<br />
não necessita requisitar nenhum inserto<br />
novo, gerando assim uma economia de 67<br />
insertos e R$ 26.258,64 no ano.
6. Considerações e demonstração<br />
dos resultados<br />
O gerenciamento de ferramentas de<br />
corte se mostrou muito importante na<br />
busca da redução dos custos produtivos e<br />
do aumento da produtividade. Contudo,<br />
é bom ressaltar que todas as pessoas do<br />
grupo (preparadores, afiadores, técnicos,<br />
operadores e principalmente a liderança)<br />
devem estar alinhadas e comprometidas a<br />
manter todas as informações precisamente<br />
atualizadas.<br />
Foi demonstrado nesse estudo um<br />
ganho de R$ 26.258,64 por ano, porém<br />
deve-se destacar que o intuito foi mostrar<br />
a possibilidade de redução de custos através<br />
do gerenciamento. De acordo com análise<br />
dos relatórios de “savings” apontado pelos<br />
gerenciadores, a empresa teve redução de<br />
18% dos custos com ferramentas resultantes<br />
do gerenciamento, o que representa mais de<br />
um milhão de reais de economia ao ano.<br />
Conclusão<br />
Através do desenvolvimento do estudo<br />
de caso, foi possível demonstrar os ganhos<br />
que a empresa vem obtendo com a aplicação<br />
do gerenciamento de ferramentas de corte<br />
no sentido de aumentar a competitividade<br />
da empresa. O controle de saída das ferramentas<br />
no chão de fábrica com auxílio do<br />
software se mostrou uma importante etapa<br />
no processo, visto que através desses dados<br />
são criadas curvas ABC (Pareto) que auxiliam<br />
na identificação das ferramentas que mais<br />
impactam na composição total do custo.<br />
A utilização do diagrama de causa e efeito<br />
(Ishikawa) ajuda a identificar de maneira eficaz<br />
as causas do consumo elevado das ferramentas<br />
que mais impactam na composição do custo<br />
por peça, permitindo assim uma atuação<br />
mais rápida e precisa por parte da empresa<br />
e do fornecedor da ferramenta no sentido<br />
de reduzir o consumo desse item.<br />
Como propostas para futuros trabalhos,<br />
levantamos a necessidade de um estudo da<br />
aplicação do gerenciamento de ferramentas<br />
de corte em empresas que utilizam processos<br />
de fabricação de peças não seriadas. MA<br />
Os Autores são formados em Engenharia de<br />
Produção Mecânica pela Escola de Engenharia<br />
Mauá no curso. Realizaram estágio na Sandvik<br />
do Brasil e hoje atuam como engenheiros de<br />
vendas técnicas nas distribuições da Sandvik.<br />
Gustavo - g_lazari@hotmail.com<br />
Henrique - h.andrade@uol.com.br<br />
Rafael - rafaelbatalhote@yahoo.com.br<br />
Referências Bibliográficas<br />
BESANT, C.B. CAD/CAM – Projeto e<br />
Fabricação com o Auxílio de Computador.<br />
Rio de Janeiro: Camus, 1988. 249 p.<br />
CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A.; DA SILVA, R.<br />
Metodologia científica. São Paulo: Person<br />
Education do Brasil, 2006. 162 p.<br />
CHWIF, L; MEDINA, A. C;. Modelagem e<br />
Simulação de Eventos Discretos: Teoria e<br />
Aplicações. 2 ed. São Paulo, SP: Bravarte,<br />
2006. 255 p.<br />
FAVARETTO, A. S. Estudo do Gerenciamento<br />
de Ferramentas de Corte na<br />
Indústria Automotiva de Curitiba e<br />
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2005. 201 p.(Mestrado em Engenharia<br />
de Produção).<br />
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. Acesso em 11<br />
mar. 2009.<br />
ISHIKAWA, K. Guia de Control de Calidad.<br />
Nueva York: Unipub, 1976. 216 p.<br />
LUSTOSA, L. et al. Planejamento e Controle<br />
da Produção. Rio de Janeiro: Elsevier,<br />
2008. 355 p.<br />
MOURA, R.A. Kanban – A Simplicidade<br />
do Controle da Produção. 2 ed. São Paulo:<br />
IMAN, 1992. 355 p.<br />
SILVA, J.M. O ambiente da qualidade na<br />
prática. Belo Horizonte: Fundação Christiano<br />
Ottoni, 1996. 260 p.<br />
SLACK, N.; CHAMBERS S.; JOHNSTON,<br />
R. Administração da Produção. São Paulo:<br />
Atlas, 2007. 747 p.<br />
manutenção<br />
STOCKTON, R.S. Sistemas básicos de<br />
controle de estoques: conceitos e análises.<br />
São Paulo: Atlas, 1976. 139 p.<br />
TRENT, E.M.; WRIGHT, P.K. Metal Cutting.<br />
Woburn: Elsevier, 2000. 446 p.<br />
TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução<br />
metodológica São Paulo: Universidade de<br />
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www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n3.<br />
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Acesso em 20 jun. 2009.<br />
WOMACK, J.P.; JONES D.T.; ROOS D.<br />
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Janeiro. Campus, 1992. 347 p.<br />
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Métodos. 2.ed. Porto Alegre, RS: Bookman,<br />
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ZONTA, A.J. Gerenciamento de ferramentas:<br />
Estudos de caso de empresas do<br />
setor metal-mecânico brasileiro. Florianópolis:<br />
2007.<br />
Disponível em: <br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
31
conectividade<br />
Libertando o<br />
poder do HART<br />
e proporcionando<br />
benefícios aos usuários<br />
O protocolo HART tem sido testado com sucesso em milhares de<br />
aplicações em vários segmentos, mesmo em ambientes perigosos.<br />
Porém, o dia-a-dia tem nos mostrado que os usuários pouco se<br />
utilizam dos recursos que esta tecnologia disponibiliza e que<br />
poderiam tirar vantagens de características e funcionalidades<br />
deste protocolo, libertando o “poder” que o HART tem.<br />
Neste sentido, este artigo mostrará detalhes da utilização da<br />
comunicação HART em medições multivariáveis, descrevendo<br />
aplicações de um conversor de HART para 4-20 mA capaz de<br />
acrescentar mais flexibilidade de uso aos equipamentos HART<br />
saiba mais<br />
Protocolo Digital Hart<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 43<br />
A Tecnologia Hart na indústria<br />
– Estrutura do Protocolo<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 19<br />
Manuais de equipamentos<br />
HART Smar<br />
Site de fabricante:<br />
www.smar.com.br<br />
32 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
HCC301: conversor de<br />
HART para 4-20 mA<br />
O HCC301 é um conversor Smar a<br />
dois fios capaz de gerar um sinal de corrente<br />
4-20 mA através de uma variável via<br />
comunicação HART. Com isto podemos<br />
transferir informações de equipamentos<br />
HART aos controladores e facilitar os<br />
controles e processos com uma solução de<br />
baixo custo.<br />
Este conversor tem a capacidade de<br />
trabalhar como mestre primário do barramento<br />
HART e continuamente fazer<br />
o “polling” de uma variável em um outro<br />
equipamento HART, convertendo a mesma<br />
dinamicamente a um valor em corrente de<br />
4-20 mA proporcional a uma escala pré-configurada.Mesmo<br />
sendo um mestre primário,<br />
o HCC301 permite livremente que se tenha<br />
um mestre secundário no barramento, como<br />
por exemplo, um hand-held.<br />
Eng. César Cassiolato<br />
Smar Equipamentos Industriais Ltda.<br />
Esta variável atualizada em corrente<br />
pode ser a variável primária em unidade<br />
de engenharia, a variável primária em<br />
percentagem ou também uma das variáveis<br />
dinâmicas do equipamento HART: a variável<br />
secundária, terciária ou a quarta variável.O<br />
equipamento HART pode ser de qualquer<br />
fabricante, o que dá mais flexibilidade e<br />
recursividade ao usuário.<br />
Pode-se configurar no conversor a condição<br />
de falha segura segundo a NAMUR-<br />
NE43, onde em uma falha, este gerará um<br />
sinal de corrente de acordo com a seleção do<br />
usuário(3,6 ou 21 mA), de tal forma que o<br />
controlador possa tomar uma ação segura.<br />
O usuário ainda configura o número de<br />
“retries” de comunicação até que o conversor<br />
gere a corrente em falha segura.<br />
Em nível de segurança, pode-se ainda<br />
habilitar a proteção de escrita evitando<br />
alterações não autorizadas.
Veja mais detalhes no diagrama de<br />
blocos funcional na figura 1.<br />
Durante a configuração do HCC301,<br />
este deve ser configurado para escravo, o<br />
que é feito localmente no equipamento.<br />
A figura 2 mostra a tela de configuração<br />
do conversor utilizando-se um hand-held<br />
(PALM, HPC301 Smar), onde podemos<br />
ver a simplicidade para o usuário.<br />
Algumas aplicações<br />
1) Aumentando a segurança e<br />
confiabilidade em elementos finais<br />
de controle<br />
A grande maioria dos posicionadores de<br />
válvulas HART do mercado não possuem<br />
um sinal de retorno indicando a posição real<br />
da válvula e quando têm, exigem ligações<br />
a 4 fios, dificultando e aumentando custos<br />
de instalação.A solução normalmente<br />
adotada, é a utilização de um transmissor<br />
de posição, mas que envolve custos e exige<br />
instalação adequada. Com isto, é muito<br />
frequente se ver no campo o posicionador<br />
recebendo um setpoint de posição desejada<br />
via controlador, mas o controle não tem<br />
um sinal de feedback, dizendo se a válvula<br />
realmente foi para a posição desejada, se<br />
está emperrada, se está lenta, como está o<br />
controle seu controle, etc...<br />
Observe a figura 3, onde temos um<br />
posicionador de válvulas. Poderíamos a<br />
um baixo custo extrair via comunicação<br />
HART a posição real da válvula e fornecêla<br />
proporcionalmente a 4-20 mA para o<br />
sistema de controle, melhorando condições<br />
de performance, reduzindo custos com a<br />
minimização da variabilidade do processo,<br />
além de aumentar significativamente a confiabilidade<br />
do sistema. Note que em termos de<br />
instalação, nada é feito no posicionador.<br />
2) Minimizando custos nos<br />
processos de medição de densidade<br />
e concentração<br />
Analisemos a situação da figura 4,<br />
onde temos um transmissor HART de<br />
densidade/concentração e que, além da<br />
medida primária (densidade ou concentração),<br />
queremos fornecer ao controle um<br />
sinal de corrente do processo de temperatura.<br />
Geralmente, colocaria-se mais um<br />
transmissor de temperatura no processo e<br />
assim teríamos a medição da temperatura.<br />
Porém, usando o HCC301, poderíamos a<br />
F1. Diagrama funcional do HCC301- Smar.<br />
F2. Tela de Configuração do HCC301.<br />
F3. Aumentando a segurança e confiabilidade<br />
em elementos finais de controle.<br />
conectividade<br />
F4. Minimizando custos nos processos de<br />
medição de densidade e concentração.<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
33
conectividade<br />
F5. Medição da temperatura ambiente<br />
ou em escala diferente nos processos de<br />
temperatura.<br />
um baixo custo extrair via comunicação<br />
HART a temperatura do processo, que é<br />
medida pelo transmissor e fornecê-la proporcionalmente<br />
a 4-20 mA para o sistema<br />
de controle, melhorando condições de<br />
performance, reduzindo custos. Observe<br />
que em termos de instalação, nada é feito<br />
no transmissor.<br />
3) Medição da temperatura<br />
ambiente ou em escala diferente<br />
nos processos de temperatura<br />
Analisemos a situação de aplicação de<br />
acordo com a figura 5, onde tem-se um<br />
forno operando de 50 a 200 °C, e o valor<br />
da temperatura é fornecida ao sistema de<br />
controle proporcionalmente através de um<br />
sinal de 4-20 mA. Poderia-se medir esta<br />
temperatura em uma escala diferente, com<br />
propósitos somente de monitoração por<br />
exemplo, ou ainda estarmos informando a<br />
temperatura ambiente. Usando o HCC301,<br />
poderíamos a um baixo custo extrar via<br />
comunicação HART estas informações e<br />
fornecê-las proporcionalmente a 4-20 mA<br />
para o sistema de controle, melhorando<br />
condições de performance, reduzindo<br />
custos. Veja que em termos de instalação,<br />
nada é feito no transmissor.<br />
34 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
F6. Medição multivariável.<br />
4) Medição multivariável: vazão<br />
Analisemos agora a situação da figura<br />
6, onde temos um transmissor de pressão<br />
utilizando-se de um elemento primário para<br />
medição de vazão. Poderia-se, por exemplo,<br />
via conversor HCC301, disponibilizar a<br />
pressão diferencial ao sistema de controle,<br />
uma vez que a variável primária do transmissor<br />
foi configurada como vazão.Note<br />
que em termos de instalação, nada é feito<br />
no transmissor.<br />
5) Gerenciamento de Ativos<br />
A necessidade de automação na indústria<br />
e nos mais diversos segmentos está associada,<br />
entre diversos aspectos, às possibilidades de<br />
aumentar a velocidade de processamento<br />
das informações, uma vez que as operações<br />
estão cada vez mais complexas e variáveis,<br />
exigindo um grande número de controles<br />
e mecanismos de regulação para permitir<br />
decisões mais ágeis e, portanto, aumentar<br />
os níveis de produtividade e eficiência do<br />
processo produtivo dentro das premissas<br />
da excelência operacional.<br />
A automação permite economias de<br />
energia, força de trabalho e matérias-primas,<br />
um melhor controle de qualidade do produto,<br />
maior utilização da planta, aumenta<br />
a produtividade e a segurança operacional.<br />
Em essência, a automação nas indústrias<br />
permite elevar os níveis de continuidade<br />
e de controle global do processo com<br />
maior eficiência, aproximar ao máximo<br />
a produção real à capacidade nominal da<br />
planta, ao reduzir ao mínimo possível as<br />
horas paradas, de manutenção corretiva e<br />
a falta de matéria-prima.<br />
Além disso, com o advento dos sistemas<br />
de automação baseado em redes de campo e<br />
tecnologia digital, pode-se ter vários benefícios<br />
em termos de manutenção e aumentar a<br />
disponibilidade e segurança operacional. E,<br />
ainda, a automação extrapola os limites de<br />
chão de fábrica, ela continua após o produto<br />
acabado, atingindo fronteiras mais abrangentes;<br />
a automação do negócio. Quanto mais<br />
informação, melhor uma planta pode ser<br />
operada e sendo assim, mais produtos pode<br />
gerar e mais lucrativa pode ser. A informação<br />
digital e os sistemas verdadeiramente abertos<br />
permitem que se colete informações dos mais<br />
diversos tipos e finalidades de uma planta,<br />
de uma forma interoperável e como ninguém<br />
jamais imaginou e neste sentido, com a tecnologia<br />
HART pode-se transformar preciosos<br />
bits e bytes em um relacionamento lucrativo<br />
e obter também um ganho qualitativo do<br />
sistema como um todo. É o gerenciamento<br />
dos dispositivos.<br />
Esse tipo de gerenciamento tem como<br />
objetivo o uso intensivo da comunicação<br />
HART para aumentar a eficiência<br />
e disponibilidade dos equipamentos, ao<br />
mesmo tempo minimizando os custos de<br />
manutenção. O Gerenciamento de Ativos<br />
é então o conjunto de todas as técnicas e<br />
ferramentas empregadas para otimizar a<br />
manutenção dos equipamentos reduzindo ao<br />
máximo os custos com paradas e aumentar<br />
a disponibilidade operacional.<br />
O autodiagnóstico, confiável e seguro,<br />
proporcionado pelos dispositivos HART,<br />
possibilita a integração de programas de<br />
manutenção preditiva e proativa. Estatísticas<br />
operacionais, como o deslocamento acumulado<br />
da haste de uma válvula, proporcionam<br />
informações úteis para a previsão de falhas e<br />
uso da manutenção preditiva. Diagnósticos<br />
rápidos e estatísticas operacionais permitem<br />
a antecipação de falhas antes que elas<br />
possam causar danos.<br />
Mecanismos on-line de notificação de<br />
falhas informam imediatamente ao responsável<br />
se um determinado dispositivo
poderá falhar. Isto permite a tomada de<br />
providências antes que a produção seja<br />
afetada, contribuindo para a diminuição<br />
das paradas inesperadas e de situações de<br />
risco. Informações mais precisas, como<br />
por exemplo, qual dispositivo, que tipo de<br />
falha, entre outras, podem ajudar na escolha<br />
adequada de sobressalentes e de ferramentas,<br />
antes do envio da equipe de manutenção<br />
ao campo. A utilização de programadores<br />
portáteis pode ser eliminada.<br />
É possível acessar os dispositivos da<br />
rede HART via ferramentas poderosas<br />
em um microcomputador. O AssetView<br />
da Smar, por exemplo, é uma ferramenta<br />
de gerenciamento de ativos e manutenção<br />
preditiva e proativa, parte integrante do<br />
SYSTEM302-7 e que contribui para uma<br />
grande diminuição dos custos operacionais<br />
da planta.E isto é garantido somente se o<br />
processo estiver rodando com excelência, uma<br />
consequência direta do gerenciamento de<br />
ativos e de práticas que reduzem o downtime,<br />
aumentando a disponibilidade da planta e<br />
cortando custos de manutenção.<br />
O SYSTEM302-7, sistema de automação<br />
baseado em redes, é um sistema com um<br />
número menor de componentes e consequentemente,<br />
possui uma maior confiabilidade.<br />
A tecnologia baseada em padrões abertos<br />
prevê uma menor dependência dos caros<br />
contratos de manutenção.<br />
Uma grande parte do Total Cost of<br />
Ownership (TCO - Custo Total de Propriedade)<br />
do sistema pode ser reduzida<br />
devido à facilidade da manutenção. A<br />
manutenção de registros exigida pela ISO<br />
14000 e ISO 9000 torna-se muito mais<br />
fácil, uma vez que os dados dos instrumentos<br />
estão disponíveis em qualquer estação<br />
de trabalho.<br />
Um sistema de gerenciamento e manutenção<br />
deve ter recursos que permitam ao<br />
usuário identificar ou prognosticar fácil e<br />
rapidamente qualquer mau funcionamento<br />
de sua planta. Neste sentido, deve ter<br />
facilidades técnicas em gerações de dados<br />
estatísticos, levantamento de históricos,<br />
gerações de relatórios, permitir fácil acesso<br />
de qualquer lugar, mesmo fora da planta e<br />
evitar paradas não programadas e otimizar<br />
as paradas programadas das empresas,<br />
utilizando as manutenções preditivas e<br />
proativas (o chamado conceito TPM Total<br />
Productive Maintenance). Além disso, deve<br />
tirar vantagens dos modernos recursos<br />
de rede e arquitetura de software, como<br />
interface OPC, multiprotocolos e acesso<br />
via WEB, onde estas ferramentas oferecem<br />
ao usuário ampla visibilidade da planta, a<br />
qualquer hora, em qualquer lugar.<br />
Em termos gerais, as empresas hoje<br />
querem informações que podem gerar benefícios,<br />
facilitando as tomadas de decisões.<br />
Vejamos algumas facilidades e benefícios<br />
do gerenciamento de ativos:<br />
• Facilidade de acesso às informações<br />
em toda a planta (desde chão-defábrica<br />
até níveis gerenciais);<br />
• Garante uniformização das informações<br />
nos diversos níveis hierárquicos,<br />
com confiabilidade. Rico em informação,<br />
facilita a tomada de decisões;<br />
• Permite infraestrutura e tecnologia<br />
para que se monitore on-line, configure,<br />
calibre e gerencie equipamentos<br />
de campo com o objetivo de se ter<br />
os melhores resultados em termos de<br />
desempenho e redução de custos;<br />
• Permite as melhores práticas de manutenção<br />
(principalmente a proativa),<br />
através do gerenciamento de diagnósticos,<br />
programação de manutenções;<br />
• Audit Trial;<br />
• Minimização de spare parts;<br />
• Aumento da disponibilidade e segurança<br />
operacional da planta e redução<br />
do downtime;<br />
• Diminuição do tempo perdido em<br />
manutenção em equipamentos que<br />
realmente não a necessita (Manutenção<br />
Preventiva);<br />
• Ganhos e redução de custos operacionais<br />
contribuindo para a redução<br />
de custos gerais.<br />
O AssetView, ferramenta de gerenciamento<br />
de ativos e parte integrante do<br />
SYSTEM302, foi desenvolvido dentro desta<br />
filosofia e utiliza o próprio WEB Browser<br />
como plataforma para as interfaces gráficas<br />
com o usuário e é baseado em 2 padrões<br />
internacionais de descrição de dispositivos:<br />
EDDL (Electronic Device Description Language)<br />
e FDT (Field Device Tool). Através do<br />
AssetView, pode-se executar manutenções,<br />
programar agendamentos, gerar notificações<br />
via e-mail, e tudo sem a necessidade de um<br />
software específico.<br />
Esta ferramenta possibilita o gerenciamento<br />
de toda documentação dos ativos,<br />
como manuais, procedimentos, folha de<br />
dados, relatórios, links aos fabricantes dos<br />
conectividade<br />
equipamentos, etc. de forma a concentrar<br />
toda documentação e facilitar o dia-a-dia<br />
do usuário.<br />
Com sua poderosa interface, o AssetView<br />
permite a operação com vários equipamentos<br />
de campo (transmissores e válvulas) e dispositivos<br />
mecânicos e elétricos de qualquer<br />
fabricante, facilitando a parametrização,<br />
operação, calibração e diagnósticos. Permite<br />
que se registre toda e qualquer alterações<br />
efetuadas pelo usuário e que se tenha a reconciliação<br />
de configurações e monitoração<br />
on-line de centenas de produtos.<br />
Além disso, o AssetView possui um<br />
Wizard que possibilita um aprimoramento<br />
da interface gráfica definida pela EDDL de<br />
novos equipamentos. Permite também a<br />
definição de diagnósticos avançados, com<br />
a inclusão de gráficos.<br />
Entre vários benefícios destacam-se: a<br />
simplificação nas atividades envolvendo<br />
parametrização, diagnose e manutenção;<br />
redução de custos de manutenção; rápida<br />
identificação de problemas; prevenção de<br />
paradas não programadas, causadas por<br />
falhas de equipamentos ou de instrumentos<br />
e consequente aumento do MTBF (Mean<br />
Time Between Failures) da planta; diminuição<br />
no tempo de parada, programada ou não<br />
programada da planta, com diminuição do<br />
MTTR (Mean Time To Repair); solução<br />
aberta e com fácil acesso a informação.<br />
O AssetView possui duas patentes internacionais<br />
garantindo suas características<br />
inovadoras e o seu pioneirismo: 6,631,298 e<br />
6,725,182 . Mais informações sobre o Asset<br />
View, acesse: www.smar.com/brasil2/products/asset_view.asp.<br />
Conclusão<br />
Pudemos ver alguns detalhes do protocolo<br />
HART, com uma visão mais de aplicação,<br />
mostrando recursos do protocolo que possam<br />
não estar sendo utilizados pelos usuários na<br />
prática, mas que fazem parte do “poder do<br />
HART”. E ainda a viabilidade de adicionar<br />
valores/funcionalidades a equipamentos<br />
HART com o HCC301, dando mais<br />
possibilidades de aplicações, facilitando<br />
instalações e minimizando custos em geral.<br />
Pode-se observar que mesmo sendo uma<br />
tecnologia com mais de 20 anos, ainda tem<br />
muito espaço para crescer, especialmente nas<br />
aplicações de gerenciamento de informações<br />
vindas do campo, gerenciamento de ativos,<br />
diagnóstico e manutenção. MA<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
35
conectividade<br />
PROFINET e<br />
PROFIsafe:<br />
Aplicações na indústria<br />
automobilística no Brasil<br />
Para as funções de segurança conheça Profinet<br />
e o Profisafe, tecnologias que foram utilizadas<br />
na empresa Ford<br />
A<br />
saiba mais<br />
Rede Profinet<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 19<br />
PROFIBUS-DP/PA - ProfiSafe, Profile<br />
for Failsafe Technology<br />
IEC 61508 – Functional safety of<br />
electrical/electronic/programmable<br />
electronic safety-related systems<br />
Material de treinamento SMAR<br />
Profibus, 2003, César Cassiolato.<br />
36 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
s exigências de aumento da produtividade,<br />
disponibilidade e redução no tempo de<br />
parada em intervenções nas linhas em funcionamento<br />
são palavras-chave em tempos<br />
de competição global.<br />
Ao mesmo tempo em que se desejam<br />
benefícios imediatos, não há como deixar<br />
de estar atento ao futuro de todo tipo de<br />
intervenção tecnológica realizada. <strong>Atual</strong>mente,<br />
dentro do escopo de automação<br />
industrial, estas duas visões podem ser<br />
totalmente atendidas pela tecnologia da<br />
PROFINET e o uso do PROFIsafe para<br />
as funções de segurança<br />
Flexibilidade<br />
Considerando a veloz obsolescência<br />
dos produtos em decorrência dos grandes<br />
avanços tecnológicos, torna-se fundamental<br />
optar por soluções modulares, que possam<br />
garantir a otimização dos processos. A<br />
PROFINET possui toda a flexibilidade<br />
da arquitetura de rede ETHERNET,<br />
proporcionando mais liberdade para interconexão<br />
dos componentes no campo<br />
e maior possibilidade de escolhas. Entre<br />
as opções que flexibilizam a topologia de<br />
rede, pode-se destacar a viabilidade do uso<br />
da tecnologia Wireless que permite a troca<br />
de sinais (inclusive sinais de segurança) sem<br />
a existência de cabos. Em especial é uma<br />
aplicação interessante em aplicações com<br />
movimentação, onde existe a necessidade<br />
de pontos de entrada e saída remoto em<br />
dispositivos móveis.<br />
Padrão aberto e universal<br />
A PROFINET é um padrão de comunicação<br />
aberto que permite a integração<br />
simples em sistemas e redes já existentes.<br />
Isso significa que existe segurança tanto<br />
para os investimentos existentes e futuros<br />
quanto para uma transição gradual para a<br />
nova tecnologia.
F1. Detalhe de módulo de entradas e saídas em IP67.<br />
conectividade<br />
Associação Profibus: Mais suporte para PROFINET/PROFIsafe<br />
A Associação Profibus International<br />
(PI) foi fundada em 1989 e está<br />
organizada em mais de 30 países.<br />
Em todo o mundo, a entidade possui<br />
mais de 500 profissionais das diversas<br />
empresas associadas, colaborando em<br />
mais de 50 grupos de trabalho. Este<br />
poder de inovação assegura o futuro<br />
da tecnologia PROFINET.<br />
No Brasil, o PI também está preparado<br />
para atuar no desenvolvimento<br />
do mercado. Seu papel é promover<br />
o conhecimento e a disseminação de<br />
informação sobre a tecnologia dos<br />
padrões de rede PROFINET, PROFI-<br />
BUS e AS-Interface. A ideia é tornar a<br />
tecnologia favorita para os mercados<br />
considerados chaves: manufatura, processo<br />
e controle de movimento.<br />
Para dar maior ênfase e suporte a<br />
este trabalho de desenvolvimento de<br />
soluções em PROFINET e PROFIsafe,<br />
a Associação nomeou uma Diretoria<br />
específica de PROFINET e PROFIsafe<br />
a partir do segundo semestre de 2009,<br />
que está a cargo do engenheiro Daniel<br />
Coppini. “Acumulei uma experiência<br />
de 10 anos na área de automação dentro<br />
da minha atividade na Siemens com foco<br />
em soluções para a indústria automobilística,<br />
que apresenta uma forte demanda<br />
por conceitos inovadores de automação<br />
e comunicação”, afirma Coppini. Segundo<br />
ele, a atividade na Associação vem de<br />
encontro ao seu interesse profissional,<br />
uma vez que pode ser facilmente conciliada<br />
no seu dia-a-dia. “Fiquei muito grato<br />
com o convite”, finaliza.<br />
PROFINET é o padrão de rede industrial<br />
baseada em rede Ethernet desenvolvido<br />
como complemento ao já estabelecido<br />
padrão PROFIBUS. Trata-se de um padrão<br />
robusto de comunicação industrial, capaz<br />
de oferecer confiabilidade máxima nos<br />
processos, e ao mesmo tempo propiciar<br />
as vantagens e facilidades da Ethernet já<br />
difundidas no mundo do “escritório”.<br />
A tecnologia PROFINET tem se consagrado<br />
nos últimos anos, tornandose<br />
rapidamente a principal tendência<br />
tecnológica da automação distribuída.<br />
Em 2008 já haviam sido contabilizados<br />
mundialmente mais de 1,6 milhões de<br />
nós. Com um crescimento médio de<br />
37% ao ano, espera-se atingir a marca<br />
de três milhões de nós em 2010. Os<br />
mercados-chave para a tecnologia<br />
PROFINET são: Manufatura (indústria<br />
automobilística, têxtil, máquinas-ferramenta,<br />
etc.); Processo (indústria<br />
farmacêutica, química, óleo e gás,<br />
alimentos e bebidas, etc.) e Controle<br />
de Movimento (indústrias de madeira,<br />
cerâmica, vidro, plástico, gráficas, etc.).<br />
No Brasil, já existem vários casos de<br />
sucesso (leia sobre o case Ford no<br />
box 2).<br />
PROFIsafe é uma tecnologia que<br />
integra, na mesma rede de comunicação,<br />
sinais de processo e segurança<br />
garantindo a mesma confiabilidade das<br />
aplicações tradicionais (hard wired)<br />
exigidas pela indústria e atingindo as<br />
categorias normatizadas das normas<br />
de segurança (Categorias de segurança<br />
segundo NBR14153 / EN 954 e<br />
Safety Integrity Level (SIL) segundo a<br />
IEC 61508).<br />
Daniel Coppini<br />
Diretor Profibus<br />
PROFINET / PROFIsafe<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
37
conectividade<br />
FORD moderniza planta com PROFINET e PROFIsafe<br />
Um dos cases de sucesso da aplicação<br />
PROFINET/PROFIsafe está na planta da<br />
Ford em São Bernardo do Campo, mais<br />
especificamente em células de solda da<br />
Courier. Conversamos com o time de<br />
engenharia de fábrica e manutenção de<br />
carroceria, Eduardo Fajardo, Fernando<br />
Casagrande e Luiz Cláudio Batista, além<br />
de Glauco Santos (da Siemens) que<br />
acompanhou a instalação do sistema. A<br />
planta adquiriu a tecnologia PROFINET/<br />
PROFIsafe na atualização do sistema de<br />
automação em projeto implantado pela<br />
Siemens no início de 2007.<br />
Para a Ford, a facilidade de instalação foi<br />
o maior diferencial. “Quanto menor o<br />
número de componentes, melhor. Isso<br />
nos ajudou bastante. Ter um sistema<br />
simplificado resultou em ganho de tempo.<br />
Além disso, o número reduzido de cabos<br />
gerou uma instalação mais enxuta e<br />
eficiente”, afirmou Fajardo. Casagrande<br />
destacou as vantagens do padrão Ethernet.<br />
“O endereçamento e o manuseio são<br />
mais amigáveis. Há ainda a disponibilidade<br />
Figura A. Arquitetura original da planta. O “ANTES”<br />
com duas colunas do painél, uma para o Processo e<br />
outra para a Segurança<br />
38 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
de usufruir tanto dos recursos de informática<br />
como dos de automação”, avaliou.<br />
Segundo ele, em se tratando de IHM, a<br />
tecnologia proporciona versatilidade, e<br />
com o uso de IHM baseadas em PC até<br />
a literatura de todo circuito encontra-se<br />
hoje em um único painel de operação.<br />
O monitoramento de todo o processo<br />
destas linhas é realizado via PLCs.<br />
“Diferente dos relés, a segurança via PLC<br />
oferece mais recursos. Além disso, essa<br />
segurança integrada diminui a possibilidade<br />
de falhas e reduz também o tempo<br />
das intervenções”, opinou Luiz Cláudio.<br />
A importância das novas tecnologias está<br />
no fato de elas proporcionarem o menor<br />
número possível de interferências no<br />
processo produtivo. “Depois que uma<br />
instalação foi concluída, o ideal para a<br />
equipe de manutenção e operação é que<br />
não exista mais necessidade de intervenção.<br />
É isso o que vem acontecendo com<br />
essa aplicação na nossa planta há mais de<br />
dois anos”, revela Casagrande. Por esse<br />
motivo, o diagnóstico mais poderoso é<br />
um dos atrativos da PROFINET/PROFIsafe.<br />
“Ter a detecção exata do problema<br />
é um grande diferencial desta tecnologia”<br />
complementou Glauco.<br />
De acordo com a opinião de Casagrande,<br />
para que a tecnologia possa ser ainda<br />
mais difundida e amplamente utilizada no<br />
mercado nacional, o PROFINET/PRO-<br />
FIsafe ainda precisa ser homologado e<br />
entendido como padrão para a indústria.<br />
Fica, assim, um recado para a Associação<br />
Profibus, que pode trabalhar no sentido<br />
de facilitar o acesso desta tecnologia do<br />
futuro nos dias atuais.<br />
Na figura A a seguir, pode-se ver a<br />
arquitetura original da aplicação antes do<br />
retrofit, que utilizava um PLC de segurança<br />
e alguns RELÉS de segurança (na<br />
coluna à direita) e um PLC de processo.<br />
Na figura B está o resultado da modernização.<br />
Note a quantidade de espaço<br />
que ficou disponível no painel, uma vez<br />
que neste caso o painel foi mantido por<br />
motivo de praticidade de instalação.<br />
Figura B. Arquitetura utilizada na modernização.<br />
O “DEPOIS” com um só PLC integrando<br />
Segurança e Processo na mesma rede.
A Ethernet Industrial é utilizada como<br />
base para a ligação dos mais variados componentes,<br />
desde o nível de campo ao de<br />
gerenciamento. Assim, ao aliar desempenho<br />
industrial à universalidade, obtém-se continuidade<br />
e transparência de comunicação<br />
por toda a empresa.<br />
Diagnósticos<br />
Apenas um diagnóstico eficiente é capaz<br />
de proporcionar máxima disponibilidade<br />
de uma planta. A PROFINET oferece um<br />
diagnóstico altamente preciso, flexível e<br />
integrado, evitando paralisações e reduzindo<br />
os custos de operação e manutenção. A<br />
partir daí, as correções de falhas eventuais<br />
acontecem da forma mais ágil possível e tudo<br />
isso se reverte em produtividade.<br />
Segurança<br />
O efeito do uso do PROFIsafe no campo<br />
é imediato, tendo em vista que a transmissão<br />
de dados de processo e de segurança estão<br />
agrupados dentro de uma única topologia de<br />
rede. Isso significa facilidade de instalação<br />
e de manutenção do sistema: um cabo, um<br />
processador, uma única linguagem de programação<br />
e o mesmo módulo de entradas e<br />
saídas. Interessante ressaltar que, ao juntar<br />
duas arquiteturas, não há perda de confiabilidade<br />
no sistema. A PROFIsafe utiliza a<br />
rede de comunicação de campo, incluindo<br />
mecanismos de handshake e redundâncias,<br />
garantindo toda a informação que vinda de<br />
dispositivos de segurança seja tratado apropriadamente.<br />
Mais: cada ponto remoto de<br />
comunicação possui autonomia, entrando<br />
no chamado “modo seguro” em casos de<br />
risco ou perda de comunicação.<br />
Vale destacar ainda que todos os recursos<br />
adicionais de processamento existentes para<br />
garantir a segurança são compensados por<br />
uma tecnologia mais rápida e bastante acessível,<br />
evitando qualquer tipo de sobrecarga<br />
ou comprometimento do processo. Dados<br />
de segurança são tipicamente uma porção<br />
significativamente pequena em comparação<br />
a tudo o que é processado em todo o sistema<br />
de automação, sendo que os requisitos<br />
extras de verificação de sinal de segurança<br />
exigidos pelo protocolo de PROFIsafe não<br />
afetam a performance do sistema de redes<br />
do PROFINET (que funciona com padrão<br />
típico de 100 Mbtis/s).<br />
MA<br />
???<br />
conectividade<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
39
conectividade<br />
PROFIBUS<br />
Vamos apresentar em uma série de artigos a tecnologia<br />
PROFIBUS, e terminar com a tecnologia<br />
PROFINET<br />
saiba mais<br />
Redes de Organização Profibus<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 16<br />
A Rede Profibus DP<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 17<br />
Rede Profibus PA<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 18<br />
Site de fabricante:<br />
www.smar.com.br<br />
Material de treinamento SMAR<br />
Profibus, 2003, César Cassiolato.<br />
40 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
César Cassiolato<br />
Smar Equipamentos Ind. Ltda.<br />
Descrição Técnica PROFIBUS.<br />
PROFIBUS GuideLine<br />
PROFIBUS-DP/PA - ProfiSafe, Profile<br />
for Failsafe Technology<br />
IEC 61508 – Functional safety of<br />
electrical/electronic/programmable<br />
electronic safety-related systems<br />
Manuais PROFIBUS PA - SMAR<br />
Um pouco de história<br />
e cenário atual<br />
A história do PROFIBUS começa na<br />
aventura de um projeto da associação<br />
apoiado por autoridades públicas, que se<br />
iniciou em 1987 na Alemanha. Dentro do<br />
contexto desta aventura, 21 companhias<br />
e institutos uniram forças e criaram um<br />
projeto estratégico em fieldbus. O objetivo<br />
era a realização e estabilização de um<br />
barramento de campo bitserial, sendo o<br />
requisito básico a padronização da interface<br />
de dispositivo de campo. Por esta razão, os<br />
membros relevantes das companhias do<br />
ZVEI (Associação Central da Indústria<br />
Elétrica) concordaram em apoiar um<br />
conceito técnico mútuo para manufatura<br />
e automação de processos.<br />
Um primeiro passo foi a especificação<br />
do protocolo de comunicações complexas<br />
PROFIBUS FMS (Especificação de Mensagens<br />
Fieldbus), que foi preparado para<br />
exigência de tarefas de comunicação.<br />
Um passo mais adiante, em 1993, foi<br />
a conclusão da especificação para uma<br />
variante mais simples e com comunicação<br />
mais rápida, o PROFIBUS-DP (Periferia<br />
Descentralizada). Este protocolo está disponível<br />
agora em três versões funcionais,<br />
o DP-V0, DP-V1 e DP-V2.<br />
Baseado nestes dois protocolos de comunicação,<br />
acoplado com o desenvolvimento de<br />
numerosos perfis de aplicações orientadas e<br />
um número de dispositivos de crescimento
ápido, o PROFIBUS começou seu avanço<br />
inicialmente na automação (manufatura) e<br />
desde 1995 na automação de processos com<br />
a introdução do PROFIBUS-PA. Hoje, o<br />
PROFIBUS é o barramento de campo líder<br />
no mercado mundial.<br />
O PROFIBUS é um padrão de rede de<br />
campo aberto e independente de fornecedores,<br />
onde a interface entre eles permite uma<br />
ampla aplicação em processos, manufatura e<br />
automação predial. Esse padrão é garantido<br />
segundo as normas EN 50170 e EN 50254.<br />
Desde janeiro de 2000, o PROFIBUS foi<br />
firmemente estabelecido com a IEC 61158,<br />
ao lado de mais sete outros fieldbuses. A<br />
IEC 61158 está dividida em sete partes,<br />
nomeadas 61158-1 a 61158-6, nas quais estão<br />
as especificações segundo o modelo OSI.<br />
Nessa versão houve a expansão que incluiu o<br />
DPV-2. Mundialmente, os usuários podem<br />
agora se referenciar a um padrão internacional<br />
de protocolo aberto, cujo desenvolvimento<br />
procurou e procura a redução de custos,<br />
flexibilidade, confiabilidade, segurança,<br />
orientação ao futuro, atendimento às mais<br />
diversas aplicações, interoperabilidade e<br />
múltiplos fornecedores.<br />
Hoje, estima-se em cerca de 30 milhões<br />
de nós instalados com tecnologia<br />
PROFIBUS e mais de 1000 plantas com<br />
tecnologia PROFIBUS-PA. São 24 organizações<br />
regionais (RPAs) e 35 Centros<br />
de Competência em PROFIBUS (PCCs),<br />
localizados estrategicamente em diversos<br />
países, de modo a oferecer suporte aos seus<br />
usuários, inclusive no Brasil, em parceria<br />
com a FIPAI na Escola de Engenharia de<br />
São Carlos-USP, onde existe o único PCC<br />
da América Latina.<br />
• Mais de 2.800 produtos disponíveis;<br />
• Mais de 1000 produtos nos últimos<br />
3 anos;<br />
• Mais de 1.000.000 instalações – PRO-<br />
FIBUS;<br />
• Mais de 1000 plantas com PRO-<br />
FIBUS PA;<br />
• Mais de 30 milhões de nós instalados;<br />
• 6 milhões de nós vendidos nos últimos<br />
3 anos;<br />
• Mais de 6 milhões de nós PROFINET<br />
instalados;<br />
• Mais de 880 mil nós Profibus PA;<br />
• Mais de 630 mil nós ProfiSafe;<br />
• Mais de 2000 Fornecedores.<br />
Em termos de desenvolvimento, vale<br />
a pena lembrar que a tecnologia é estável,<br />
porém não é estática. As empresas-membros<br />
do PROFIBUS International estão sempre<br />
reunidas nos chamados Work Groups,<br />
atentas às novas demandas de mercado e<br />
garantindo novos benefícios com o advento<br />
de novas características.<br />
A tecnologia da informação tornou-se<br />
determinante no desenvolvimento da tecnologia<br />
da automação, alterando hierarquias<br />
e estruturas no ambiente dos escritórios e<br />
chega agora ao ambiente industrial nos seus<br />
mais diversos setores, desde as indústrias de<br />
processo e manufatura até prédios e sistemas<br />
logísticos. A capacidade de comunicação<br />
entre dispositivos e o uso de mecanismos<br />
padronizados, abertos e transparentes são<br />
componentes indispensáveis no conceito de<br />
automação de hoje. A comunicação expandese<br />
rapidamente no sentido horizontal, nos<br />
níveis inferiores (field level), assim como no<br />
sentido vertical integrando todos os níveis<br />
hierárquicos de um sistema. De acordo com<br />
as características da aplicação e do custo<br />
máximo a ser atingido, uma combinação<br />
gradual de diferentes sistemas de comunicação,<br />
tais como: Ethernet, PROFIBUS e<br />
AS-Interface, oferece as condições ideais<br />
de redes abertas em processos industriais.<br />
(Figura 1)<br />
No nível de atuadores/sensores o AS-<br />
Interface é o sistema de comunicação de<br />
dados ideal, pois os sinais binários de<br />
F1. Comunicação Industrial Profibus.<br />
conectividade<br />
dados são transmitidos via um barramento<br />
extremamente simples e de baixo custo,<br />
juntamente com a alimentação 24 Vdc<br />
necessária para alimentar estes mesmos<br />
sensores e atuadores. Outra característica<br />
importante é a de que os dados são transmitidos<br />
ciclicamente, de uma maneira<br />
extremamente eficiente e rápida.<br />
No nível de campo, a periferia distribuída<br />
como: módulos de E/S, transdutores,<br />
acionamentos (drives), válvulas e painéis<br />
de operação, trabalham em sistemas de<br />
automação, via um eficiente sistema de<br />
comunicação em tempo real, o PROFIBUS<br />
DP ou PA. A transmissão de dados do<br />
processo é efetuada ciclicamente, enquanto<br />
alarmes, parâmetros e diagnósticos são<br />
transmitidos somente quando necessário,<br />
de maneira acíclica.<br />
No nível de célula, os controladores<br />
prog<strong>ramáveis</strong>, como os CLPs e os PCs,<br />
comunicam-se entre si, requerendo, dessa<br />
maneira, que grandes pacotes de dados<br />
sejam transferidas em inúmeras e poderosas<br />
funções de comunicação. Além disso, a<br />
integração eficiente aos sistemas de comunicação<br />
corporativos existentes, tais como:<br />
Intranet, Internet e Ethernet, são requisito<br />
absolutamente obrigatório. Essa necessidade<br />
é suprida pelos protocolos PROFIBUS FMS<br />
e PROFINet.<br />
A revolução da comunicação industrial<br />
na tecnologia da automação revela um<br />
enorme potencial na otimização de sistemas<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
41
conectividade<br />
de processo e tem feito uma importante<br />
contribuição na direção da melhoria no<br />
uso de recursos. As informações a seguir<br />
fornecerão uma explicação resumida do<br />
PROFIBUS como um elo de ligação central<br />
no fluxo de informações na automação.<br />
O PROFIBUS, em sua arquitetura, está<br />
dividido em três variantes principais:<br />
PROFIBUS DP<br />
O PROFIBUS DP é a solução de alta<br />
velocidade (high-speed) do PROFIBUS.<br />
Seu desenvolvimento foi otimizado especialmente<br />
para comunicações entres os<br />
sistemas de automações e equipamentos<br />
descentralizados. Voltada para sistemas<br />
de controle, onde se destaca o acesso aos<br />
dispositivos de I/O distribuídos. É utilizada<br />
em substituição aos sistemas convencionais<br />
4 a 20 mA, HART ou em transmissão com<br />
24 volts. Utiliza-se do meio físico RS-485<br />
ou fibra ótica. Requer menos de 2 ms para<br />
a transmissão de 1 kbyte de entrada e saída<br />
e é amplamente utilizada em controles com<br />
tempo crítico.<br />
<strong>Atual</strong>mente, 90% das aplicações envolvendo<br />
escravos Profibus utilizam-se do<br />
PROFIBUS DP. Essa variante está disponível<br />
em três versões: DP-V0, DP-V1 e DP-V2. A<br />
origem de cada versão aconteceu de acordo<br />
com o avanço tecnológico e a demanda das<br />
aplicações exigidas ao longo do tempo.<br />
(Figura 2)<br />
PROFIBUS-FMS<br />
O PROFIBUS-FMS provê ao usuário<br />
uma ampla seleção de funções quando<br />
comparado com as outras variantes. É a<br />
solução de padrão de comunicação universal<br />
que pode ser usada para resolver tarefas<br />
complexas de comunicação entre CLPs e<br />
DCSs. Essa variante suporta a comunicação<br />
entre sistemas de automação, assim como<br />
a troca de dados entre equipamentos inteligentes,<br />
e é geralmente utilizada em nível<br />
de controle. Recentemente, pelo fato de<br />
ter como função primária a comunicação<br />
mestre-mestre (peer-to-peer), vem sendo<br />
substituída por aplicações em Ethernet<br />
com o PROFINET.<br />
PROFIBUS-PA<br />
O PROFIBUS PA é a solução PROFIBUS<br />
que atende aos requisitos da automação de<br />
processos, onde se tem a conexão de sistemas<br />
de automação e sistemas de controle<br />
42 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
de processo com equipamentos de campo,<br />
tais como: transmissores de pressão, temperatura,<br />
conversores, posicionadores, etc.<br />
Pode ser usada em substituição ao padrão<br />
4 a 20 mA.<br />
Existem vantagens potenciais da utilização<br />
dessa tecnologia, onde resumidamente<br />
destacam-se as vantagens funcionais<br />
F2. Versões do Profibus.<br />
F3. Arquitetura de comunicação do Protocolo PROFIBUS.<br />
(transmissão de informações confiáveis,<br />
tratamento de status das variáveis, sistema<br />
de segurança em caso de falha, equipamentos<br />
com capacidades de autodiagnose,<br />
rangeabilidade dos equipamentos, alta<br />
resolução nas medições, integração com<br />
controle discreto em alta velocidade, aplicações<br />
em qualquer segmento, etc.). Além
dos benefícios econômicos pertinentes às<br />
instalações (redução de até 40% em alguns<br />
casos em relação aos sistemas convencionais),<br />
custos de manutenção (redução de<br />
até 25% em alguns casos em relação aos<br />
sistemas convencionais), menor tempo de<br />
startup, oferece um aumento significativo<br />
em funcionalidade e segurança.<br />
O PROFIBUS PA permite a medição<br />
e controle por uma linha com dois fios<br />
simples. Também permite alimentar os<br />
equipamentos de campo em áreas intrinsecamente<br />
seguras. O PROFIBUS PA permite<br />
a manutenção e a conexão/desconexão de<br />
equipamentos até mesmo durante a operação<br />
sem interferir em outras estações em áreas<br />
potencialmente explosivas. O PROFIBUS<br />
PA foi desenvolvido em cooperação com os<br />
usuários da Indústria de Controle e Processo<br />
(NAMUR), satisfazendo as exigências<br />
especiais dessa área de aplicação:<br />
• O perfil original da aplicação para a<br />
automação do processo e interoperabilidade<br />
dos equipamentos de campo<br />
dos diferentes fabricantes;<br />
• Adição e remoção de estações de<br />
barramentos mesmo em áreas intrinsecamente<br />
seguras sem influência<br />
para outras estações;<br />
• Uma comunicação transparente<br />
através dos acopladores do segmento<br />
entre o barramento de automação<br />
do processo PROFIBUS PA e do<br />
barramento de automação industrial<br />
PROFIBUS-DP;<br />
• Alimentação e transmissão de dados<br />
sobre o mesmo par de fios baseado<br />
na tecnologia IEC 61158-2;<br />
• Uso em áreas potencialmente explosivas<br />
com blindagem explosiva tipo<br />
“intrinsecamente segura” ou “sem<br />
segurança intrínseca”.<br />
A conexão dos transmissores, conversores<br />
e posicionadores em uma rede PROFIBUS<br />
DP é feita por um coupler DP/PA. O par<br />
trançado a dois fios é utilizado na alimentação<br />
e na comunicação de dados para cada<br />
equipamento, facilitando a instalação e<br />
resultando em baixo custo de hardware,<br />
menor tempo para iniciação, manutenção<br />
livre de problemas, baixo custo do software<br />
de engenharia e alta confiança na operação.<br />
Nas próximas edições abordaremos sobre<br />
o PROFINET.<br />
Todas as variantes do PROFIBUS são<br />
baseadas no modelo de comunicação de<br />
redes OSI (Open System Interconnection) em<br />
concordância com o padrão internacional<br />
ISO 7498. Devido aos requisitos de campo,<br />
somente os níveis 1 e 2, e ainda o nível 7<br />
no FMS, são implementados por razões de<br />
eficiência. (Figura 3)<br />
Nas três variantes os dois níveis inferiores<br />
são muito parecidos, sendo que a<br />
grande diferença está na interface com os<br />
programas de aplicação. O nível 1 define o<br />
meio físico. O nível 2 (nível de transporte<br />
de dados) define o protocolo de acesso ao<br />
barramento. O nível 7 (nível de aplicação)<br />
define as funções de aplicação.<br />
Essa arquitetura assegura transmissão<br />
de dados rápida e eficiente. As aplicações<br />
disponíveis ao usuário, assim como o comportamento<br />
dos vários tipos de dispositivos<br />
PROFIBUS-DP, estão especificados na<br />
interface do usuário.<br />
O PROFIBUS-FMS tem os níveis 1,<br />
2 e 7 definidos, onde o nível de aplicação<br />
é composto de mensagens FMS (Fieldbus<br />
Message Specification) e da camada inferior<br />
(LLI -Lower Layer Interface). O FMS define<br />
um amplo número de serviços poderosos de<br />
comunicação entre mestres e entre mestres<br />
e escravos. O LLI define a representação<br />
de serviços do FMS no protocolo de transmissão<br />
do nível 2.<br />
O protocolo de comunicação PROFIBUS<br />
PA usa o mesmo protocolo de comunicação<br />
PROFIBUS DP. Isto porque os serviços de<br />
comunicação e mensagens são idênticos.<br />
De fato, o PROFIBUS PA = PROFIBUS<br />
DP - protocolo de comunicação + Serviços<br />
Acíclico Estendido + IEC61158 que é a<br />
Camada Física, também conhecida como<br />
H1. Permite uma integração uniforme e<br />
completa entre todos os níveis da automação<br />
e as plantas das áreas de controle de<br />
processo. Isto significa que a integração de<br />
todas as áreas da planta pode ser realizada<br />
com um protocolo de comunicação que usa<br />
variações diferentes.<br />
Conclusão<br />
Nesta primeira parte apresentei o conceito<br />
do protocolo PROFIbus, na próxima<br />
edição estarei abordando o meio físico<br />
em que opera o protocolo, e finalmente o<br />
protocolo PROFInet com suas topologias.<br />
BIBLIOGRAFIA MA<br />
conectividade<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
43
supervisão<br />
Medição Contínua<br />
de Densidade e<br />
Concentração<br />
em Processos<br />
Industriais<br />
Para a medição da densidade em processos industriais muitos<br />
métodos são disponíveis, baseados em diferentes tecnologias,<br />
tais como: medidores nucleares, refratômetros, medidores<br />
mássicos de efeito Coriolis, medição com diapasão vibrante,<br />
areômetros, análise de laboratório, etc. Utilizando o princípio<br />
do diferencial de pressão hidrostático, com uma sonda<br />
de imersão e dois sensores de pressão integrados em uma<br />
única unidade, o transmissor de densidade e concentração<br />
capacitivo mede de forma contínua e precisa a densidade e<br />
a concentração de líquidos<br />
D<br />
saiba mais<br />
Arquitetura para sistema de medição<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 37<br />
Medidores de densidade em linha<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 17<br />
Princípios e metodologias para<br />
medição de oxigênio em meios líquidos<br />
<strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> 13<br />
44 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
iversos processos industriais requerem medição<br />
contínua da densidade para operarem<br />
eficientemente e garantir qualidade e uniformidade<br />
ao produto final. Isto inclui usinas<br />
de açúcar e etanol, cervejarias, laticínios,<br />
indústrias químicas e petroquímicas, de<br />
papel e celulose de mineração, entre outras.<br />
A densidade é um dos melhores indicadores<br />
da composição de um produto, foi usada,<br />
por exemplo, por Archimedes (250 anos<br />
A.C.) para determinar que a coroa de ouro<br />
do rei Hiero não era pura.<br />
Nos itens a seguir são apresentadas as<br />
características do transmissor de densidade<br />
capacitivo para a medição contínua<br />
Evaristo Orellana Alves,<br />
Gerente de Produto - Smar<br />
de densidade e concentração de líquidos<br />
diretamente nos processos industriais.<br />
No 1º tema é apresentado o transmissor<br />
digital de densidade e concentração capacitivo,<br />
no item 1 o seu princípio de funcionamento<br />
no item 2 as formas de instalação e montagem,<br />
no item 3 os detalhes de calibração e partida,<br />
no item 4 são apresentados os detalhes de<br />
operação e manutenção. No 2º tema é feita<br />
a comparação do transmissor de densidade<br />
capacitivo com as outras tecnologias disponíveis<br />
para a medição de densidade. No<br />
3º tema lista as aplicações mais frequentes<br />
deste transmissor. O último assunto mostra<br />
a conclusão deste artigo.
Transmissor Digital de<br />
Densidade e Concentração<br />
Capacitivo<br />
O transmissor de densidade capacitivo<br />
utiliza o princípio de medição de pressão<br />
diferencial hidrostática entre dois pontos<br />
separados por uma distância fixa e conhecida<br />
para calcular com precisão a densidade e<br />
concentração de líquidos.<br />
1. Princípio de funcionamento<br />
O equipamento utiliza um sensor de<br />
pressão diferencial tipo capacitivo que se<br />
comunica mediante capilares com os diafragmas<br />
submersos no fluido do processo,<br />
separados por uma distancia fixa.<br />
A pressão diferencial sobre o sensor<br />
capacitivo será diretamente proporcional à<br />
densidade do líquido medido (ver figura e<br />
fórmulas). Este valor de pressão diferencial<br />
não é afetado pela variação do nível do líquido<br />
nem pela pressão interna do vaso.<br />
O transmissor de densidade capacitivo<br />
possui ainda um sensor de temperatura<br />
localizado entre os sensores de pressão para<br />
efetuar a correção e normalização dos cálculos<br />
levando em conta a temperatura do processo.<br />
Com a temperatura do processo corrige-se<br />
a distância entre os diafragmas e a variação<br />
volumétrica do fluido de enchimento dos<br />
capilares que transmitem a pressão dos<br />
sensores à célula capacitiva.<br />
Sendo o sensor de pressão diferencial<br />
utilizado do tipo capacitivo ele gera um sinal<br />
digital. Como o processamento posterior<br />
do sinal se realiza também digitalmente,<br />
obtém-se um alto nível de estabilidade e<br />
exatidão na medição.<br />
Com a informação gerada pelo sensor<br />
de pressão diferencial capacitivo e a temperatura<br />
do processo, o software da unidade<br />
eletrônica efetua o cálculo da densidade ou da<br />
concentração, enviando um sinal de corrente<br />
ou digital proporcional à escala de densidade<br />
ou concentração selecionada pelo usuário<br />
(ºBrix, ºPlato, ºBaumé, g/cm3, etc.).<br />
A mesma informação poderá ser acessada<br />
no indicador digital local ou de forma remota<br />
através de comunicação digital.<br />
O transmissor inteligente de densidade<br />
capacitivo, oferece uma exatidão de ± 0,0004<br />
g/cm 3 (± 0,1 ºBrix), e pode ser utilizado<br />
em medição de densidade desde 0,5 g/cm 3<br />
até 5 g/cm 3 .<br />
Este método de medição é imune a variações<br />
de nível do vaso e pode ser empregado<br />
F1. Cálculo da Densidade do Fluido através do Diferencial de Pressão Hidrostática.<br />
tanto em tanques abertos quanto em tanques<br />
pressurizados. A única obrigatoriedade é que<br />
ambos os sensores de pressão devem estar<br />
em contato permanente com o fluido que<br />
se está medindo.<br />
Outra importante vantagem deste<br />
transmissor é sua robustez, pois não possui<br />
partes móveis e não é afetado por vibrações<br />
da planta, diferentemente dos medidores<br />
de densidade baseados na oscilação de um<br />
elemento sensor.<br />
1a. Medição de densidade<br />
O transmissor de densidade capacitivo<br />
mede a densidade de líquidos da seguinte<br />
forma, observe a figura 1.<br />
Pressão hidrostática aplicada no transmissor<br />
de densidade capacitivo:<br />
P 1 = r . g . h1<br />
P 2 = r . g . h2<br />
P 1 - P2 = r . g . (h1 - h2)<br />
Δp = r . g . h<br />
r = Δp / g . h<br />
No cálculo da densidade temos a<br />
fórmula dada na figura 1, onde:<br />
r : Densidade<br />
t : Temperatura do processo<br />
Δp : Diferencial de pressão<br />
a : Coef. compensação de temperatura<br />
do fluido de enchimento<br />
t zero : Temperatura de calibração<br />
do Transmissor<br />
g : Aceleração da gravidade local<br />
h : Distância entre os diafragmas<br />
a : Coeficiente de dilatação do metal<br />
t med : Temperatura de medição de h<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
supervisão<br />
1b. Medição de concentração<br />
Concentração é a quantidade de um<br />
elemento em uma solução e, portanto, esta<br />
medida não é dependente da temperatura,<br />
diferentemente da densidade.<br />
Se tivermos uma solução com 25% de<br />
açúcar a 20°C, esta solução terá uma densidade<br />
r, quando aquecemos esta solução a 60°C<br />
continuaremos tendo a mesma concentração<br />
de 25% de açúcar na solução, mas a densidade<br />
da solução será r’, tal que r’ < r, pois<br />
sempre que aumentamos a temperatura de<br />
um líquido diminuímos sua densidade.<br />
Desta forma alguns processos industriais<br />
utilizam a concentração como unidade de<br />
medição e para controle do processo. As unidades<br />
de concentração mais usadas são:<br />
• Grau Brix e Grau Plato: é a porcentagem<br />
em massa de sacarose presente<br />
em uma solução. Por exemplo: em<br />
uma solução a 30°Brix teremos 30g<br />
de sacarose em 100g de solução. Utilização:<br />
indústrias de açúcar e álcool,<br />
indústrias de sucos, refrigerantes,<br />
cervejaria, etc.<br />
• Grau Baumé: há duas fórmulas<br />
distintas para o cálculo do Grau<br />
Baumé, uma para líquidos mais<br />
leves que a água e outra para líquidos<br />
mais pesados: °Bé (leve) = 140<br />
/ DR @ 60°F – 130; °Bé (pesado) =<br />
145 – 145 / DR @ 60°F. Utilização:<br />
indústrias químicas, petroquímicas,<br />
papel e celulose, etc.<br />
• Grau INPM: é a porcentagem em<br />
peso de álcool em uma solução<br />
hidroalcoólica. Por exemplo: uma<br />
45
supervisão<br />
solução hidroalcoólica a 97°INPM<br />
contém 97g de álcool em 100g de<br />
solução. Utilização: destilarias de<br />
álcool, etc.<br />
• Grau GL (Gay Lussac): é a porcentagem<br />
em volume de álcool em uma<br />
solução hidroalcoólica. Por exemplo:<br />
uma solução hidroalcoólica a 97°GL<br />
contém 97 ml de álcool em 100 ml<br />
de solução. Utilização: indústrias de<br />
bebidas, etc.<br />
• Grau API: é calculado pela expressão:<br />
°API = 141,5 / DR @ 60°F – 131,5.<br />
Utilização: indústria do petróleo.<br />
• % de Sólidos: pode-se calcular a<br />
porcentagem de sólidos de um fluido<br />
utilizando-se a seguinte equação: %<br />
Sol.=a0 + a1.Bé + a2.Bé2 + a3.Bé3 +<br />
a4.Bé4 + a5.Bé5. Faz-se uma tabela<br />
relacionando a concentração em Grau<br />
Baumé do fluido de processo com a<br />
% de sólidos obtida no laboratório<br />
e encontra-se a melhor equação<br />
que relacione estas variáveis. Após<br />
configurarem-se os coeficientes a0,<br />
a1,...,a5, o transmissor de densidade<br />
capacitivo estará apto a informar a %<br />
de sólidos do fluido de processo.<br />
Caso tenha-se um processo no qual<br />
mais do que um elemento dissolvido varie<br />
sua quantidade, a densidade da solução<br />
poderá não ser proporcional à variação da<br />
concentração de um destes elementos, desta<br />
forma o transmissor de densidade não será<br />
adequado para se obter sua concentração.<br />
2. Instalação e montagem<br />
Sendo o transmissor de densidade capacitivo<br />
uma unidade única e integrada,<br />
sua instalação torna-se muito simples,<br />
necessitando de apenas uma penetração no<br />
recipiente, esta característica o diferencia<br />
de outros sistemas de medição.<br />
Esta linha de transmissores de densidade<br />
inclui um modelo industrial com montagem<br />
flangeada (figura 2a) e um modelo sanitário<br />
com conexão ao processo usando braçadeira<br />
tipo tri-clamp (figura 2b).<br />
No modelo sanitário, a sonda que fica<br />
imersa no fluido de processo têm acabamento<br />
superficial polido, de acordo com a<br />
norma 3 A para evitar depósito de produto<br />
e crescimento de bactérias.<br />
Ambos os modelos, podem ser montados<br />
de forma lateral (em tanques) ou de<br />
topo (em vasos amostradores). Como o<br />
46 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
indicador digital pode ser rotacionado a<br />
leitura será cômoda em qualquer posição<br />
de montagem.<br />
O transmissor de densidade capacitivo<br />
pode ser montado sem a interrupção do<br />
processo, quando instalado em um by-pass<br />
através de um vaso amostrador e devido ao<br />
seu princípio de funcionamento não requer<br />
nenhum tipo de calibração especial em<br />
laboratório para começar a funcionar, basta<br />
energizá-lo para que ele comece a medir<br />
imediatamente, pois ele deixa a fábrica já<br />
calibrado na unidade e no range de medição<br />
selecionados pelo usuário.<br />
2a. Montagem em tanques<br />
Em geral, o modelo mais adequado para<br />
montagem em tanques é o tipo curvo. Este<br />
modelo é montado na parede do tanque, com<br />
uma conexão flangeada ou tri-clamp.<br />
Quando não é possível instalar-se o<br />
transmissor diretamente no tanque, pode-se<br />
utilizar um vaso amostrador externo tipo<br />
stand-pipe (ver figura 3).<br />
2b. Montagem em linha<br />
Nos processos em que não se disponha<br />
de recipientes ou tanques de armazenamento<br />
para fazer a medição é possível instalar-se<br />
o transmissor de densidade capacitivo em<br />
linha. Para tanto é só intercalar na linha um<br />
vaso amostrador por onde circule o fluido<br />
de processo, tal como se vê nos exemplos<br />
(figuras 4a e 4b).<br />
Como a entrada do produto no vaso<br />
amostrador se dá simultaneamente pela<br />
parte superior e inferior, a medição não<br />
é afetada pela velocidade de circulação<br />
do fluido.<br />
Outra alternativa de montagem é o<br />
uso de vaso amostrador com descarga por<br />
transbordamento, nesta configuração o<br />
produto entra pela parte inferior e transborda<br />
na parte superior (figuras 4c).<br />
Desta forma, se dimensiona o recipiente<br />
para que a altura da coluna de líquido constante,<br />
que transborda, cubra completamente<br />
os sensores de pressão do transmissor.<br />
3. Calibração e partida<br />
O transmissor de densidade capacitivo<br />
é calibrado em fábrica na unidade de engenharia<br />
e no range de medição designados<br />
pelo usuário, desta maneira basta instalar<br />
o equipamento e energizá-lo que ele já começa<br />
a medir. Em caso de recalibração ou<br />
a) b)<br />
F2. Transmissores de Densidade Capacitivos.<br />
reprogramação do range de trabalho é só<br />
conectar ao transmissor um programador de<br />
campo (hand-held) e fazer a operação, sem<br />
precisar interromper o processo. Como os<br />
cálculos de densidade e normalização por<br />
temperatura se realizam na mesma unidade,<br />
não são necessários outros dados além do<br />
range de densidade ou concentração que<br />
se vai trabalhar.<br />
Uma característica fundamental deste<br />
transmissor é que dispensa calibração em<br />
laboratório.<br />
A alimentação se realiza pelo mesmo par<br />
de fios de comunicação de 4-20mA e para<br />
a verificação do laço durante a partida, o<br />
transmissor pode gerar uma saída de corrente<br />
constante definida pelo usuário.<br />
Caso o usuário necessite que o valor de<br />
densidade ou concentração seja expresso em<br />
uma unidade diferente das normalmente<br />
usadas, por exemplo, % de sólidos, duas<br />
opções são disponíveis:<br />
• Um polinômio do 5º grau com os<br />
coeficientes configuráveis para realizar<br />
a correlação entre a função da unidade<br />
do usuário e a densidade;<br />
• Uma tabela de 16 pontos com duas<br />
entradas para realizar uma linearização<br />
da função que relaciona a unidade<br />
do usuário com a densidade.<br />
Habilitando uma destas duas opções,<br />
o transmissor de densidade e concentração<br />
medirá primariamente a densidade,<br />
enquanto que a indicação local e a saída<br />
digital seguirão a função carregada no<br />
polinômio ou na tabela.
4. Operação e manutenção<br />
O transmissor de densidade capacitivo<br />
oferece uma indicação direta e em unidades<br />
de engenharia do valor da densidade do<br />
líquido, assim como de sua temperatura,<br />
tanto no indicador local como através da<br />
comunicação digital.<br />
Este transmissor foi projetado para<br />
poder trabalhar com fluidos sujos e sólidos<br />
em suspensão, sem precisar de filtragem.<br />
O desenho dos sensores de pressão faz<br />
com que seja muito pouco frequente o<br />
depósito de produto sobre eles, desta forma<br />
não é necessária limpeza periódica do<br />
equipamento.<br />
O modelo sanitário foi projetado especialmente<br />
para trabalhar com sistemas<br />
de limpeza CIP, assegurando que todas as<br />
partes do transmissor que tenham contato<br />
com o processo sejam alcançadas pelo fluido<br />
de lavagem do sistema CIP.<br />
O Transmissor Digital de<br />
Densidade e Concentração<br />
Capacitivo comparado a<br />
Outras Tecnologias<br />
1. Transmissor de Densidade<br />
Capacitivo<br />
O Transmissor Digital de Densidade<br />
e Concentração Capacitivo oferece uma<br />
exatidão de ± 0.0004 g/cm³, permitindo<br />
que o usuário produza um produto com<br />
qualidade mais uniforme, além de em muitos<br />
casos proporcionar economia de aditivos<br />
e energia. O transmissor de densidade capacitivo<br />
é uma unidade única e integrada,<br />
portanto requer uma única perfuração no<br />
tanque, e não tem partes móveis, além disto,<br />
os cálculos de densidade e compensação de<br />
temperatura são feitos na própria unidade<br />
eletrônica não necessitando de hardware<br />
adicional e as indicações estão disponíveis<br />
em campo.<br />
Pode ser instalado em tanques ou em<br />
linha com a utilização de um vaso amostrador.<br />
Como este transmissor tem uma<br />
sonda em contato permanente com o fluido<br />
de processo, devem ser tomados cuidados<br />
especiais quando instalado em fluidos<br />
incrustantes. Neste caso deve-se prever<br />
um sistema de limpeza para ser acionado<br />
especialmente quando haja uma parada no<br />
processo. Para fluidos corrosivos deve-se<br />
selecionar um material adequado para a<br />
sonda do equipamento.<br />
F3. Transmissores de Densidade Capacitivos.<br />
a) b) c)<br />
F4. Transmissores de Densidade Capacitivos.<br />
2. Transmissor Radioativo<br />
O transmissor de densidade nuclear utiliza<br />
uma fonte radioativa, normalmente o Césio<br />
137, para inferir a densidade do fluido. Este<br />
equipamento é composto de duas partes, que<br />
são instaladas a 180° na tubulação de processo,<br />
uma fonte e um receptor. A fonte nuclear<br />
emite feixes de raios gama que atravessam a<br />
parede do tubo e o fluido de processo. Estes<br />
raios gama são absorvidos pelo receptor do<br />
transmissor. A densidade do fluido é inversamente<br />
proporcional à radiação recebida pelo<br />
receptor. A radiação detectada é convertida<br />
em pulsos proporcionais de luz, os quais são<br />
convertidos em sinais elétricos (4 – 20 mA),<br />
ou outros sinais usuais de processo.<br />
Este método requer, desde o momento<br />
da instalação, licença especial governamental<br />
devido ao uso de fontes radioativas. Além do<br />
mais deve-se verificar periodicamente se não<br />
existe vazamento de radiação na instalação.<br />
A instalação compreende a fonte, o detector,<br />
a unidade eletrônica e o cabeamento entre os<br />
mesmos. Como a fonte de radiação requer<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
supervisão<br />
uma alimentação de potência, não pode ser<br />
alimentado por um par de cabos.<br />
Este sistema só pode ser utilizado em<br />
líquidos em movimento, portanto não pode<br />
ser instalado em tanques.<br />
O transmissor de densidade nuclear não<br />
tem contato com o fluido de processo sendo<br />
desta forma imune a corrosão, abrasão ou<br />
incrustação.<br />
3. Transmissor de Diapasão<br />
Vibrante<br />
Este método de medição de densidade<br />
utiliza um diapasão ou garfo vibrante. A<br />
frequência de ressonância deste diapasão<br />
depende da densidade do fluido no qual ele<br />
está submerso. O diapasão é excitado por<br />
um excitador piezelétrico e sua ressonância<br />
é detectada por um coletor piezelétrico.<br />
Devido ao consumo elevado, os transmissores<br />
de diapasão vibrante requerem<br />
alimentação separada do laço de 4-20 mA.<br />
Este tipo de transmissor é indicado para ser<br />
empregado em fluidos limpos, não corro-<br />
47
supervisão<br />
sivos e não incrustantes, pois o diapasão<br />
vibrante está em contato permanente com<br />
o fluido de processo.<br />
4. Transmissor Mássico de Efeito<br />
Coriolis<br />
Os medidores de vazão mássica baseados<br />
no efeito Coriolis medem a densidade do<br />
fluido como um dos parâmetros para o<br />
cálculo da vazão mássica.<br />
Estes medidores utilizam pares de tubos,<br />
normalmente em formato de “U”, por onde<br />
circula o fluido de processo. Estes tubos<br />
são excitados magneticamente para uma<br />
frequência de vibração. Quando vazios, estes<br />
tubos têm uma determinada frequência de<br />
vibração que é alterada quando há a circulação<br />
de fluido por eles. A relação entre a<br />
frequência de vibração dos tubos com e sem<br />
fluido é proporcional à densidade.<br />
Os transmissores de vazão mássica<br />
tipo Coriolis são instalados em linha na<br />
tubulação e consequentemente inadequados<br />
para medidas em tanques. São adequados<br />
somente para fluidos limpos e sem sólidos<br />
em suspensão, pois os tubos têm pequenos<br />
diâmetros e podem entupir. Outra dificuldade<br />
é a intercambiabilidade, porque não<br />
há nenhuma norma para regulamentar as<br />
dimensões entre flanges.<br />
Para processos que se necessite da vazão<br />
mássica pode-se obter também a densidade<br />
utilizando-se um medidor mássico de efeito<br />
Coriolis.<br />
5. Densidade Inferida<br />
Este método utiliza um transmissor de<br />
pressão diferencial com dois selos remotos, ou<br />
então dois transmissores de pressão. Desta<br />
forma mede-se a pressão em dois pontos,<br />
com o que se pode inferir a densidade.<br />
Normalmente se faz necessário uma medição<br />
adicional de temperatura para se efetuar<br />
os cálculos de compensação. A instalação<br />
requer a montagem dos três transmissores<br />
e em alguns casos de computadores de<br />
campo, onde se realizam os cálculos. Em<br />
geral, o cálculo de densidade se obtém em<br />
um sistema central e, portanto, não está<br />
disponível em campo.<br />
6. Refratômetro<br />
Este método de medição de densidade<br />
baseia-se na refração da luz. O transmissor<br />
é composto por prisma óptico, fonte de<br />
luz e sensor. A fonte de luz, normalmente<br />
48 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
infravermelho, envia um feixe de luz contra<br />
a interface entre um prisma e o fluido de<br />
processo, com diferentes ângulos. Alguns<br />
raios são totalmente refletidos, outros<br />
parcialmente refletidos e outros sofrem<br />
refração na solução dependendo do ângulo.<br />
O ângulo crítico medido é uma função da<br />
densidade do fluido. Fotocélulas convertem<br />
a imagem óptica em sinal elétrico.<br />
Os refratômetros não são sistemas a<br />
2 fios e portanto requerem alimentação<br />
externa, a unidade eletrônica é separada<br />
e interconectada ao sensor através de um<br />
cabo.<br />
O refratômetro requer que o prisma que<br />
faz a refração da luz esteja sempre limpo,<br />
portanto cuidados especiais devem ser<br />
tomados na instalação para não ocorrer o<br />
acúmulo de resíduos. Este tipo de medidor<br />
só pode ser aplicado em fluidos em movimento,<br />
portanto são inadequados para<br />
instalação direta em tanques.<br />
7. Areômetros<br />
Os areômetros não fornecem medição<br />
contínua, são utilizados para medições<br />
periódicas, tomando-se amostras do fluido<br />
de processo Algumas aplicações requerem<br />
precauções especiais, pois podem expor os<br />
operários a substâncias tóxicas ou corrosivas<br />
no momento de se coletar amostra ou em<br />
seu manejo posterior.<br />
A exatidão da medição que se pode<br />
obter com estes medidores é em geral<br />
muito baixa.<br />
8. Análise de laboratório<br />
Da mesma forma que na medição com<br />
areômetros, na medição por análise em<br />
laboratório deve-se coletar uma amostra<br />
do fluido de processo e analisá-lo no laboratório.<br />
Apesar da exatidão conseguida na<br />
medição da densidade ou concentração<br />
em laboratório ser em geral muito boa,<br />
em muitos casos os valores obtidos não<br />
corresponde à realidade, pois as condições<br />
ambientais do processo não podem ser<br />
reproduzidas em laboratório, o que pode<br />
ocasionar erros na análise.<br />
Em processos que variam rapidamente<br />
(por exemplo, em alguns processos de fermentação),<br />
o tempo de demora na análise<br />
pode levar a tomar decisões errôneas porque<br />
o valor conseguido na análise carece de<br />
validade.<br />
Aplicações<br />
A versatilidade do transmissor de densidade<br />
capacitivo permite ao usuário utilizar<br />
a unidade de medição mais indicada<br />
de acordo com o processo. A indicação<br />
deste transmissor pode ser expressa em<br />
unidades de densidade tais como: g/cm3 ,<br />
kg/m3, lb/ft3, densidade relativa (@20ºC,<br />
@4ºC) ou concentração (ºBrix, ºBaumé,<br />
ºPlato, ºINPM, ºGL, % de sólidos, % de<br />
concentração).<br />
A troca de uma unidade de medição<br />
por outra não implica na necessidade de<br />
re-calibração do transmissor.<br />
Algumas aplicações frequentes são:<br />
Usinas de açúcar e álcool:<br />
• Grau Brix no mosto e no mel,<br />
• Grau Brix no xarope<br />
dos evaporadores,<br />
• Grau INPM na saída das<br />
colunas de destilação,<br />
• Grau Baumé do leite de cal,<br />
• Densidade do lodo no decantador,<br />
• Nível de interface álcool/ciclohexano.<br />
Indústrias alimentícias:<br />
• Concentrados de frutas,<br />
• Cremes e leite condensado,<br />
• Concentração de miscela<br />
em óleos vegetais.<br />
• Diluição de amido,<br />
• Méis, geléias, etc.<br />
Indústrias de bebidas:<br />
• Grau Plato em fermentadores<br />
de cerveja,<br />
• Grau Plato em cozedores<br />
de cerveja,<br />
• Grau alcoólico (INPM ou GL),<br />
• Grau Brix em diluições de<br />
xaropes,<br />
• Concentração de sucos,<br />
• Densidade de derivados<br />
de leite,<br />
• Grau Brix do café solúvel.<br />
Indústrias químicas e petroquímicas:<br />
• Densidade e concentração<br />
de ácidos,<br />
• Densidade de soda cáustica,<br />
• Densidade de cloreto de sódio,<br />
• Densidade de leite de cal,<br />
• Densidade de gasolina, querosene,<br />
óleo diesel, GLP,<br />
•<br />
Nível de interface água/óleo.
Indústrias de celulose e papel:<br />
• Concentração de hidróxido de<br />
potássio,<br />
• Concentração de licores<br />
(licor negro, licor verde, etc.),<br />
• Densidade de lama de cal,<br />
• Concentração de soda cáustica,<br />
• Diluição de amido,<br />
• Diluição de celulose.<br />
Mineração:<br />
• Densidade da polpa de minério,<br />
• Densidade da polpa na<br />
saída do espessador,<br />
• Densidade na entrada e<br />
saída da célula de flotação,<br />
• Densidade na saída das<br />
espirais de concentração,<br />
• Densidade da extração de lama,<br />
• Diluição de ácidos,<br />
• Densidade da lama de cal.<br />
Conclusão<br />
Utilizando-se um transmissor de densidade<br />
para medir-se de forma contínua a<br />
densidade ou a concentração de processos<br />
industriais podem-se obter muitos benefícios,<br />
tais como: automatizar o processo<br />
diminuindo sua variabilidade, aumentar a<br />
produtividade, otimizar o processo reduzindo<br />
em alguns casos o uso de reagentes e de<br />
energia, eliminar ou diminuir drasticamente<br />
o custo de mão-de-obra relacionada a tomadas<br />
de amostras e análises de laboratório,<br />
eliminar perdas e leituras erradas relacionadas<br />
a tomadas de amostras, prover dados em<br />
tempo real para o sistema de gerenciamento<br />
e controle de processo, disponibilização<br />
máxima de dados para o controle estatístico<br />
do processo (melhora do controle de<br />
qualidade), aumento da confiabilidade do<br />
processo garantindo maior uniformidade<br />
e qualidade do produto final. MA<br />
Evaristo Orellana Alves é Graduado<br />
em Engenharia Mecânica pela FEI<br />
(Faculdade de Engenharia Industrial)<br />
em 1985. Trabalha na Smar Equipamentos<br />
Industriais desde 1986, tendo<br />
atuado na Engenharia de Produto, na<br />
Engenharia de Desenvolvimento e<br />
atualmente é Gerente de Produto dos<br />
Transmissores de Pressão e Densidade<br />
na Divisão de Marketing da<br />
empresa. Seu e-mail para contato é<br />
evaristo@smar.com.br<br />
Janeiro/Fevereiro 2010 :: <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong><br />
supervisão<br />
49
chão de fábrica<br />
O Brasil<br />
aos olhos<br />
do mundo<br />
O mundo irá<br />
penetrar no Brasil<br />
durante dois anos<br />
seguidos com os<br />
eventos da Copa<br />
do Mundo e das<br />
Olimpíadas.<br />
50 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Janeiro/Fevereiro 2010<br />
OBrasil, assim como todos os países da<br />
América Latina, possui em seu histórico<br />
- revoluções políticas, desacordos<br />
entre sociedade e governo e inexistência<br />
de democracia e direitos humanos. A<br />
economia sazonal e irregular sempre<br />
causou risco e desconfiança para os<br />
investidores externos.<br />
No entanto, hoje apresenta um<br />
cenário diferente do histórico da América<br />
Latina. O país construiu a sua marca<br />
própria, firmou as cores da sua bandeira<br />
e apresentou ao mundo seu estilo de viver<br />
e progredir. Alguns meses após assumir<br />
a Gerência de Vendas na Advantech, fui<br />
investigar sobre o que havia escrito na<br />
Bandeira brasileira.<br />
Além das suas cores fortes e vibrantes,<br />
demorei a entender por que as palavras<br />
“Ordem e Progresso” apareciam em<br />
destaque no símbolo nacional. Após<br />
tantos conflitos econômicos e políticos<br />
na América Latina, percebo que o<br />
Brasil busca uma constante evolução de<br />
“Ordens”, um país que está buscando<br />
sempre trabalhar em cima de acordos,<br />
sejam eles internacionais ou mesmo<br />
nacionais, acordos mútuos entre pessoas<br />
e empresas.<br />
Rebecca Lee<br />
Senior Sales Manger<br />
Advantech Taiwan<br />
O constante “Progresso” brasileiro<br />
é reconhecido por todo o mundo, nenhum<br />
país hoje atrai mais olhares do<br />
que o Brasil. O Brasil é hoje o 3º maior<br />
mercado da Unilever e o 2º maior da<br />
Nestlé. <strong>Atual</strong>mente, há uma energia<br />
positiva no povo Brasileiro.<br />
Todos os países cresceram com as<br />
Olimpíadas, assim como Pequim e China.<br />
Acredito que muitas oportunidades de<br />
negócios irão surgir neste período, empresa<br />
do setores de tecnologia, indústrias de<br />
bebidas, indústria alimentícia, setor têxtil,<br />
telefonia e energia irão crescer bastante neste<br />
período. O mundo irá penetrar no Brasil<br />
durante dois anos seguidos com os eventos<br />
da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O<br />
Brasil é hoje um mercado cobiçado pelas<br />
maiores empresas do Mundo.<br />
Independentemente das Olimpíadas<br />
e da Copa do Mundo, no Brasil, muitos<br />
negócios giram em torno das riquezas<br />
naturais. Negócios como água potável,<br />
reservas minerais, petróleo, etanol e<br />
tecnologia de desenvolvimento agrícola<br />
são os que fazem do Brasil um país<br />
naturalmente rico e progressista.<br />
Há muito para acontecer no Brasil,<br />
estamos só no começo.<br />
MA
instrumentação<br />
14 <strong>Mecatrônica</strong> <strong>Atual</strong> :: Novembro/Dezembro 2008