miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...
miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...
miolo anais final 25cm:miolo anais final 25cm - Fundação Biblioteca ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 1<br />
A NAIS<br />
da<br />
B IBLIOTECA<br />
N ACIONAL<br />
Vol. 119 1999
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 2<br />
REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL<br />
Presidente da República<br />
Luís Inácio Lula da Silva<br />
Ministro da Cultura<br />
Gilberto Gil<br />
FUNDA²AO BIBLIOTECA NACIONAL<br />
Presidente<br />
Pedro Corrêa do Lago<br />
Diretoria Executiva<br />
Luiz Eduardo Conde<br />
Gerência de Gabinete<br />
Maria Izabel Augusta F. Mota de Almeida<br />
Coordenação-Geral de Planejamento e<br />
Administração<br />
Maria da Glória Lopes Pereira<br />
Coordenação-Geral do Livro e da Leitura<br />
Luciano Trigo<br />
Coordenação-Geral de Pesquisa e Editoração<br />
João Luiz Bocayuva<br />
Centro de Processamentos Técnicos<br />
Célia Ribeiro Zaher<br />
Centro de Referência e Difusão<br />
Esther Caldas Bertoletti<br />
Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas<br />
Maria Regina Simões Salles<br />
Coordenação Editorial<br />
Lúcia Garcia<br />
Verônica Lessa<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
2<br />
Assistentes Editoriais<br />
Ana Cecília Martins<br />
Catarina d’Amaral<br />
Monique Sochaczewski<br />
Marcela Miller<br />
Estagiárias<br />
Maria Mostafa<br />
Raquel Rego<br />
ANAIS DA BIBLIOTECA NACIONAL, V. 119, 1999<br />
Editor<br />
Marcus Venicio Toledo Ribeiro<br />
Conselho Editorial<br />
Carla Rossana C. Ramos, Eliane Perez e Marcus<br />
Venicio T. Ribeiro<br />
Assistência Editorial<br />
Elizabeth Menezes e Luíza Helena Coimbra Cunha<br />
Revisão<br />
Denise Teixeira Viana, José Bernardino Cotta<br />
e Leo nardo Fróes<br />
Design Gráfico<br />
Glenda Rubinstein<br />
Impressão<br />
Graftipo Gráfica e Editora ltda.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 3<br />
S UMARIO<br />
APRESENTA²AO ................................................................................................5<br />
SEMINARIO DIARIOS DO CAMPO.<br />
ARTHUR RAMOS, OS ANTROPOLOGOS E AS ANTROPOLOGIAS ............................9<br />
Arthur Ramos, antropologia e psicanálise no Brasil ......................................11<br />
Luiz Fernando Duarte<br />
Arthur Ramos e a militância na Unesco........................................................29<br />
Marcos Chor Maio<br />
Cartas marcadas: Arthur Ramos e o campo das relações raciais no <strong>final</strong><br />
dos anos 1930 ..............................................................................................35<br />
Mariza Corrêa<br />
Minha adorável lavadeira: uma etnografia mínima em torno<br />
do Edifício Tupi............................................................................................59<br />
Olívia Maria Gomes da Cunha<br />
Brasil: uma nação vista através da vidraça da raça........................................109<br />
Verena Stolke<br />
Mesa-redonda. ............................................................................................125<br />
Luitgarde O. Cavalcanti Barros, Orlando Valverde, Waldir da Cunha<br />
O CORPUS JURIS CIVILIS, DE 1478: DA HISTORICIDADE DO INCUNABULO<br />
A SALVAGUARDA DA MEMORIA IMPRESSA – OS PAPEIS DA RESTAURA²AO ..........157<br />
Carmem Lucia da Costa Albuquerque<br />
INVENTARIO ANALITICO DO ARQUIVO DARCI DAMASCENO ..........................169<br />
Ana Regina de Castro, Cíntia Cecília Barreto e Clara Maria Ferreira Santos<br />
Um brilhante barnabé ................................................................................171<br />
Carmen Tereza Moreno<br />
PRECIOSIDADES DO ACERVO<br />
As xilogravuras do artista alemão Albert Dürer ..........................................309<br />
Sandra Daige Antunes Corrêa Hitner<br />
RELATORIO DA PRESIDENCIA........................................................................321<br />
An. Bibl. Nac. Rio de Janeiro v. 119 p 1 - 367 1999<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 4<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil)<br />
Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional – Vol. 119 (1999) – Rio de Janeiro: A <strong>Biblioteca</strong>, 2004.<br />
375 p.: v.: 19 il.; 17,5 x 26cm<br />
Continuação de: Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de Janeiro.<br />
ISSN 0100-1922<br />
1. <strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil). 2. <strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Catálogos. 3. Manuscritos<br />
– Brasil. 4. Brasil – História. 5. Brasil – Bibliografia, I. Título.<br />
Copyright©<strong>Fundação</strong> BIBLIOTECA NACIONAL<br />
CDD 027.581
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 5<br />
A PRESENTA²AO<br />
Abrem este volume dos Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional as palestras do semi -<br />
nário Diários do Campo. Arthur Ramos, os Antropólogos e as Antro -<br />
pologias, realizado em outubro de 1999 com tríplice objetivo: celebrar<br />
os 50 anos da morte de um notável explicador do Brasil, os 60 anos da Faculdade<br />
Nacional de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (casa de Arthur<br />
Ramos e co-promotora do seminário, por iniciativa do Departamento de Antro -<br />
pologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) e apresentar aos pesquisadores<br />
o inventário do arquivo de Arthur Ramos, que então acabava de ser concluído<br />
pela Divisão de Manuscritos.<br />
Além de atualizarem o significado da obra e da atuação de Arthur Ramos,<br />
matéria que os participantes mostraram ser imprescindível à história do pensamento<br />
social brasileiro, essas palestras remetem ao momento de afirmação no<br />
país da pesquisa em ciências sociais e por isso muito fecundo e polêmico. Em<br />
“Antropologia e psicanálise no Brasil”, Luiz Fernando Duarte destaca o papel<br />
pio neiro de Arthur Ramos, um dos primeiros estudiosos no país das teorias freu -<br />
dia nas, na “psicologização” do campo intelectual brasileiro. Seus estudos avançados<br />
sobre infância, educação e “culturas” – investigando o carnaval, a loucura, a sexua -<br />
lidade desviante, o consumo de drogas e a cultura afro-brasileira – teriam sido<br />
decisivos para que viesse a assumir funções importantes, como a de diretor do<br />
Departamento de Ciências Sociais da Unesco. Marcos Chor, em “Arthur Ramos<br />
e a militância na Unesco”, observa que foi, em parte, sob a influência de Arthur<br />
Ramos, que em 1950, cinco anos depois do término da Segunda Grande Guerra<br />
e um ano depois de sua morte, a Unesco divulgou a Primeira Declaração sobre<br />
Raça, uma dura crítica ao determinismo biológico. Contemporâneo de Gilberto<br />
Freyre, Arthur Ramos acreditava que o Brasil oferecia um modelo de sociedade<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 6<br />
6<br />
baseado na miscigenação e no intenso intercâmbio de culturas, o que acentua ria<br />
a necessidade de estudá-las e compreendê-las.<br />
Em “Cartas marcadas: Arthur Ramos e o campo das relações raciais no <strong>final</strong><br />
dos anos 30”, Marisa Corrêa debate os principais conflitos teóricos (e pessoais)<br />
entre a norte-americana Ruth Landes – para quem, por exemplo, as religiões afrobrasileiras<br />
na Bahia estavam dominadas pelo princípio feminino, inclusive na<br />
figura dos homossexuais – e os de Arthur Ramos, “o padrinho dos estudos sobre<br />
o negro no Brasil”, segundo o qual “é o homem que domina a cena”, enquanto<br />
os casos de homossexualismo deviam ser vistos como “desvios sexuais indivi -<br />
duais”. A autora afirma que Ruth Landes foi a primeira pesquisadora a feminizar<br />
os cultos afro-brasileiros, tendo influído bastante para transformar a figura da<br />
baiana de “realidade intratável” em símbolo cultural.<br />
Verena Stolke, em “Brasil: uma nação vista através da vidraça da raça”, também<br />
trata das relações interétnicas, discorrendo sobre a participação de Arthur Ramos<br />
no desenvolvimento das investigações a respeito do tema. Crítico da herança<br />
colonial, que cristalizara a idéia de que o negro seria biologicamente atrasado, ele<br />
acreditava, no entanto, que o Brasil iria oferecer ao mundo um modelo de tole -<br />
rância e de cordialidade entre as etnias. A miscigenação biológica e cultural era<br />
para ele, segundo Stolke, uma das bases do nacionalismo cultural, então em plena<br />
formulação e que o faria aproximar-se de Mário de Andrade. Já Olívia Gomes<br />
da Cunha, em “Minha adorável lavadeira: uma etnografia mínima em torno do<br />
Edifício Tupi”, analisa os métodos de investigação adotados pelo médico que se<br />
converteu em antropólogo. Respaldada em ampla bibliografia teórica e no exa -<br />
me detido do arquivo de Ramos, ela trata particularmente dos procedimentos<br />
adotados por ele nas pesquisas de campo, como sua rede heterodoxa de informan -<br />
tes, constituída por lavadeiras, porteiros, faxineiros e membros de terreiros espíritas,<br />
ou ainda o hábito de transformar suas viagens em situações de observação<br />
especializada.<br />
Ao <strong>final</strong>, a mesa-redonda organizada por Luitgarde Cavalcanti Barros, com a<br />
participação de dois ex-alunos de Arthur Ramos, o geógrafo Orlando Valverde e<br />
o ex-chefe da Divisão de Manuscritos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Waldir da Cunha,<br />
apresenta aspectos da trajetória profissional de Ramos, como a publicação do seu<br />
primeiro livro, um estudo sobre tradições afro-brasileiras, escrito aos 19 anos,<br />
quando ainda era estudante de medicina; a convivência com Nise da Silveira,<br />
Josué de Castro, Théo de Barros, Anísio Teixeira, Tales de Azevedo, Édson<br />
Carneiro; o fato de ter sido um autodidata em ciências sociais que trabalhou por<br />
sua institucionalização no Brasil e divulgação no exterior; a criação da Sociedade<br />
Brasileira de Antropologia e Etnografia, ou ainda as perseguições policiais do<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 7<br />
7<br />
famigerado Dops, que em relatórios confidenciais o tratava, pasmem, como<br />
“o marginal”.<br />
Este volume publica também o meticuloso estudo de Carmem Lúcia da Costa<br />
Albuquerque, da Divisão de Conservação da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, em que ela<br />
apre senta o conceito e as etapas do trabalho de restauração do incunábulo Corpus<br />
Juris Civilis, o código civil do Império Bizantino promulgado em 529 por Jus ti -<br />
niano e que contém a compilação da legislação imperial. Impresso pela primeira<br />
vez em 1478 na Suíça, o livro integra o acervo de Obras Raras da Instituição<br />
Nacional. Segue-se o Inventário do Arquivo de Darci Damasceno, tradutor, poe ta,<br />
ensaísta e chefe da Divisão de Manuscritos (1952 a 1982), cuja publicação dá<br />
continuidade à ampla divulgação dos inventários que vem sendo preparados pelo<br />
Programa de Organização e Descrição de Acervo da Divisão de Manuscritos.<br />
Arquivo técnico, como observa Carmen Moreno, nele se destacam documentos<br />
sobre Cecília Meireles, sobre o Conservatório Dramático Brasileiro – entidade<br />
privada que exercia a censura teatral a serviço do Ministério do Império, no século<br />
XIX no Brasil –, e os referentes às obras de Gregório de Matos e à Flora Fluminense<br />
do frei José Mariano da Conceição Velloso, assuntos de interesse maior do titular.<br />
Na seção Preciosidades do Acervo, os resultados da pesquisa altamente especializada<br />
de Sandra Hitner, doutora em Artes, sobre a autenticidade e procedência<br />
das mais de 100 gravuras de Albrecht Dürer (1471-1528) existentes no acervo<br />
da Divisão de Iconografia.<br />
Por fim, como de praxe, publica-se também neste volume o Relatório Geral<br />
da Presidência da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
Marcus Venicio T. Ribeiro<br />
Editor<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 8<br />
xgfhgghgh
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 9<br />
Seminário Diários do Campo.<br />
Arthur Ramos, os antropólogos e as antropologias
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 10
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 11<br />
ARTHUR RAMOS, ANTROPOLOGIA<br />
E PSICANALISE NO BRASIL<br />
Luiz Fernando Dias Duarte<br />
Antropólogo, Museu Nacional, UFRJ<br />
Entre as muitas facetas da atividade de Arthur Ramos na vida pública<br />
brasileira do entreguerras, avulta o modo muito peculiar como combinou<br />
os saberes da antropologia e da psicanálise no desenvolvimento de<br />
sua obra. Esses saberes, então ainda completamente incipientes no meio nacional,<br />
aparecem aí – como não poderia deixar de ser – fortemente condicionados por<br />
um ambiente intelectual marcado pelos debates a propósito da “civilização” do<br />
Brasil e dos desafios representados pela “raça” e pela “educação”.<br />
O interesse precoce de Arthur Ramos pela obra de Freud o colocou desde<br />
cedo em interlocução com os psiquiatras precursores da divulgação e interesse<br />
pela psicanálise no Brasil (cf. Perestrello, 1988, e Russo, 2000). Ao mesmo tempo,<br />
a vinda para o Rio permitiu que seu já grande interesse pelas questões da “infância”<br />
se transformasse em investimentos concretos na “educação”, ao assumir<br />
– por indicação de Anísio Teixeira – a Seção Técnica de Ortofrenia e Higiene<br />
Mental do Departamento de Educação da Secretaria Geral de Educação e Cultura<br />
do então Distrito Federal (1934), onde desenvolveu uma intensa atividade. Logo<br />
depois, acompanharia Anísio Teixeira na organização da Universidade do Distrito<br />
Federal, como encarregado da cadeira de Psicologia Social (enquanto Gilberto<br />
Freyre ocupava a de Antropologia Social e Cultural). Na Faculdade Nacional de<br />
Filosofia – em seguida –, viria a ocupar a cadeira de Antropologia Física e Cultural<br />
(1939), até sua indicação para a recém-criada Diretoria de Ciências Sociais da<br />
Unesco (1949).<br />
A antropologia de Arthur Ramos desenvolveu-se com forte inspiração das<br />
teses de Lévy-Bruhl sobre o “pensamento pré-lógico”, supostamente característico<br />
da psicologia dos “primitivos”. Arthur Ramos acrescentou à combinação de<br />
Freud e Lévy-Bruhl muitos outros autores – todos caracteristicamente compro-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 12<br />
12<br />
metidos com o estudo do “desenvolvimento” da vida psíquica – de que se pode<br />
citar Jung, Pfister, Adler, Stekel, Ferenczi, Piaget 1 (além de Anna Freud e Melanie<br />
Klein). Embora a marca lévy-bruhliana tenha empalidecido ao longo de sua carrei -<br />
ra, Ramos permaneceu comprometido com o grande horizonte das inquietações<br />
sobre o estatuto da “civilização”, tão característico do pensamento ocidental desde<br />
o início do século XVIII. Acrescentou a essa inquietação geral a preocupação<br />
específica com o estatuto das populações negras no continente americano – onde<br />
serviram tão vivamente para encarnar a Diferença resistente à expansão da racio -<br />
nali dade oficial do Ocidente. 2 Arthur Ramos contribuiu, porém, decisivamente<br />
para uma inflexão crítica dessa problemática, ao despojá-la do organicismo “raciali -<br />
zante” dos teóricos do <strong>final</strong> do século XIX e metamorfoseá-la paulatinamente na<br />
questão “educacional” em que a subsumiu ao longo de sua obra.<br />
Uma vez que no Brasil o ideal da igualdade civil só encontrou plena sustentação<br />
legal no <strong>final</strong> do século XIX, às portas da República, o desafio da Diferença<br />
como que se precipitou muito mais acelerada e dramaticamente em torno da<br />
“questão negra” na passagem do século. 3 Os intelectuais inventores da “questão”,<br />
como Sílvio Romero, Raimundo Nina Rodrigues e João Batista de Lacerda, tive -<br />
ram que se haver diretamente com o estado dos saberes sobre o humano hegemô -<br />
nicos à época no mundo metropolitano. Esses saberes, quer partissem da antro -<br />
po logia física, da psiquiatria, da medicina legal, quer do direito penal, estavam<br />
fundamente marcados pela questão da “degenerescência”. Essa teoria representava<br />
o apogeu das inúmeras tentativas de restauração ideológica da Diferença, que<br />
tinham vindo à luz na Europa desde que os ideais da Liberdade e da Igualdade<br />
se tinham institucionalizado em estruturas e procedimentos políticos regulares.<br />
Era como se – de certo modo – os determinismos sociais expulsos da representação<br />
democrática do mundo político viessem então se refugiar em múltiplas formas<br />
de determinismos físicos (mais precisamente “físico-morais”), escudados pelo<br />
crescente prestígio das “ciências” e do “cientificismo”. 4<br />
No Brasil, a tese do “embranquecimento progressivo” da população brasileira<br />
– apesar de sua aparente refutação do determinismo eugenista –, apenas adequava<br />
o modelo internacional às peculiaridades da situação e – digamos assim – ao ethos<br />
nacional (cf. Seyferth, 1989). Montava-se assim, com os aportes sucessivos de<br />
Arthur Ramos, Gilberto Freyre, Edgar Roquette-Pinto e Roger Bastide, a hipótese<br />
do caráter não discriminante das relações interétnicas no Brasil, que viria a ser<br />
contestado apenas durante a década de 1950, sob o influxo reavivado das idéias<br />
igualitárias decorrente da derrota do nazifascismo na II Guerra.<br />
Na verdade, a trama da invenção da “afro-brasilidade” foi constituída na confluência<br />
do reconhecimento da inevitabilidade da presença vultosa dos negros na<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 13<br />
13<br />
população brasileira 5 e da consciência aguçada da Diferença que se tinha de enfrentar<br />
para produzir a “civilização” na nação. É assim que a palavra-chave dos<br />
movimentos da intelectualidade nacional nas quatro primeiras décadas do século<br />
veio a ser a da “educação”, ou seja, os recursos gerais de transformação do diferen -<br />
te em “civilizado” que se haviam formalizado no Ocidente como uma área especí -<br />
fica de especulação e experimentação, pelo menos desde Rousseau. 6<br />
Quer se tratasse da educação “escolar”, “técnica” ou “cívica”, quer se tratasse<br />
da educação “sanitária” brandida pela onipresente higiene (física e mental) e pelo<br />
movimento sanitarista, quase todas as preocupações convergiam para os mecanis -<br />
mos de transformação dos sujeitos e das populações que pudessem fazer confluir<br />
os esforços civilizatórios na construção da nação “moderna” – que a todos tão<br />
distante se afigurava. 7 Na história das instituições nacionais, não só avultam as<br />
iniciativas dedicadas explicitamente à infância e à educação nos anos 1920 e 1930,<br />
como é difícil discernir as fronteiras entre a educação, a higiene, a psiquiatria e<br />
a psicanálise. A Associação Brasileira de Educação, fundada em 1924, mantinha<br />
estreitas relações com a influente Liga Brasileira de Higiene Mental, fundada no<br />
ano anterior pelo psiquiatra Gustavo Riedel (cf. Freire-Costa, 1981). Porto Carrero<br />
criou nesta última uma clínica psicanalítica, em 1926, e ministrou, na primeira,<br />
cur sos de psicanálise aplicada à educação em 1928. Em 1926 foi fundado o Ins -<br />
tituto de Higiene de São Paulo e, no ano seguinte, também em São Paulo, a pri -<br />
meira e malograda Sociedade Brasileira de Psicanálise (a Seção do Rio seria fundada<br />
em 1928). Em 1927 foi criado o Serviço de Assistência aos Doentes Mentais<br />
do Distrito Federal, que viria a se transformar em serviço nacional ao ser incorpo -<br />
rado ao Ministério da Educação e Saúde, instituído em 1930. Em 1928 deu-se<br />
a famosa primeira reforma do ensino público do Distrito Federal, com Fernando<br />
de Azevedo. Em 1929, ainda no Rio de Janeiro, organizava-se o primeiro Gabinete<br />
de Psicanálise no Hospício Nacional de Psicopatas. Finalmente, em 1932, era divul -<br />
gado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, conciliando as tendências<br />
lideradas por Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira, que se haviam enfren tado<br />
na IV Conferência Nacional de Educação, realizada em Niterói no ano anterior<br />
(cf. Cunha, 1980). 8<br />
Esse processo não era desconectado evidentemente dos movimentos internacionais<br />
ligados à “civilização” – e particularmente do tom “dirigista” ou “auto ri -<br />
tário”, que caracterizou crescentemente a ação do Estado e o pensamento social<br />
do entreguerras. A adoção no Brasil do Dia da Criança, em 1924, seguia uma<br />
proposta da Liga das Nações, embora ecoassem também os efeitos do I Congresso<br />
Brasileiro de Proteção à Infância, realizado em 1922. A promulgação do Código<br />
de Menores em 1927 foi contemporânea das primeiras legislações de proibição<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 14<br />
14<br />
Cartão de Sigmund Freud a Arthur Ramos, agradecendo o envio da tese Primitivo e Loucura<br />
e pedindo desculpas por não dominar a língua portuguesa. Viena, 20 de maio de 1927.<br />
do consumo de drogas (como a maconha e a cocaína), por uma pressão conjuga -<br />
da sobre o Estado brasileiro da diplomacia norte-americana e da Academia<br />
Nacional de Medicina, preocupada com os supostos efeitos antieugênicos do con -<br />
su mo dessas substâncias (cf. Brito, 1996). Em 1929, aliás, ocorre o I Congresso<br />
Brasileiro de Eugenia, seguido em 1931 pela criação, por Renato Kehl, da Co -<br />
mis são Central Brasileira de Eugenia. Sérgio Carrara estudou minuciosamente<br />
esse período (desde o fim do século XIX até a II Guerra) do ponto de vista das<br />
regulamentações morais referidas à sexualidade, à prostituição e a sífilis, demons -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 15<br />
15<br />
trando justamente a sua articulação com a dinâmica internacional e as caracte -<br />
rís ticas próprias das formas assumidas no Brasil (cf. Carrara, 1996).<br />
A psicanálise lida por Arthur Ramos (e por todos os psiquiatras seus contemporâneos)<br />
9 era fundamentalmente uma teoria da “civilização” ou “educação”<br />
individual. 10 Como já apontaram outros dos comentadores de Ramos (cf. Corrêa,<br />
1982; Mokrejs, 1993; e Carvalho, 1995), a teoria freudiana era consumida sobre -<br />
tudo pela via da oposição entre um “inconsciente” mais “primitivo” (com todas<br />
as ambigüidades dessa palavra) e uma “consciência” capaz de se “educar”, de se<br />
controlar (e eventualmente se autocontrolar) pela própria via dos novos recursos<br />
psicoterapêuticos colocados à disposição do processo civilizatório. 11 Daí a impor -<br />
tância que tiveram para Arthur Ramos, por exemplo, tanto a obra de Pfister<br />
(referida à psicanálise freudiana, mas nitidamente mais “moralizante” ou “didática”)<br />
quanto a de Piaget (cujo mentalismo é de caráter diferente do da psicanálise,<br />
mas fundamentalmente comprometido com a “educação” individual).<br />
Esse modelo funciona assim como um regime subordinado ao trinômio Civili -<br />
zação/Nação/Educação, expressivo das condições gerais em que se podia constituir<br />
o campo intelectual brasileiro do entreguerras. A relação com a nação se impunha<br />
não apenas no plano dos ideais, 12 mas também no plano mais pragmático das relações<br />
com o aparelho de Estado. Na ausência de uma estrutura de mediações ins -<br />
titucionais razoavelmente autônoma para sustentar os projetos intelectuais (vejamse<br />
as vicissitudes da Universidade do Distrito Federal, por exemplo, nos anos 1930)<br />
e na dificuldade de manutenção de instituições civis alternativas, 13 era inevitável ocupar<br />
posições dentro do aparelho de Estado. É assim que todas as análises da história<br />
dos intelectuais nesse país sublinham a sua enorme dependência da condição de<br />
“funcionários públicos”, no sentido literal do termo (cf. Corrêa, 1982, pp. 3-4). A<br />
rede médico-sanitária implantada desde o começo do século foi um dos principais<br />
veículos dessa “incorporação”. 14 Foi nela que Arthur Ra mos iniciou sua carreira<br />
pública na Bahia, seguindo as pegadas de Nina Ro drigues, como médico do Hospital<br />
São João de Deus e como médico-legista do Serviço Médico-Legal do Estado da<br />
Bahia. Como também ressalta Mariza Corrêa, porém, não se tratava apenas de ocupação<br />
passiva de funções no interior de um Estado pré-desenhado. Tratava-se também,<br />
e sobretudo, de criação ou transformação de instituições estatais, servindo à<br />
complexificação da rede de relações com a sociedade civil. Foi o papel desempenha -<br />
do por Ramos ao apresentar, em 1928, um plano de construção do Manicômio<br />
Judiciário da Bahia e ao assumir, em 1934, a convite de Anísio Teixeira, o recémcriado<br />
Serviço de Higiene Mental e Ortofrenia da Secretaria de Educação e Saúde<br />
do Distrito Federal. A história das intensas atividades aí desenvolvidas por nosso autor<br />
até 1939 mal começou a ser realizada. 15<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 16<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
16<br />
Carta de Roger Bastide a Arthur Ramos, elogiando-o pela segunda edição de O negro brasileiro<br />
e informando ter escrito um artigo sobre rituais afro-brasileiros em São Paulo. São Paulo, 5<br />
de setembro de 1940.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 17<br />
17<br />
Meu interesse por Arthur Ramos cresceu no contexto de uma pesquisa sobre<br />
a “psicologização” no Brasil, ou seja, a difusão de uma visão de mundo baseada<br />
no pressuposto da existência (e relevância) de uma instância específica dos sujei -<br />
tos humanos, interna a cada um deles (o “psiquismo” ou “vida psicológica”), e<br />
do tada de propriedades e dinamismo próprios, passíveis de intervenções propicia -<br />
tórias (cf. Duarte, 2001). O desenvolvimento e difusão da psicanálise na primeira<br />
metade do século XX é uma das manifestações mais sistemáticas, explícitas e influentes<br />
desse processo. A. Ramos é um dos personagens eminentes da “psicologi -<br />
zação” do campo intelectual brasileiro, pioneiro na transposição desse processo<br />
para o plano das interpretações da vida coletiva nacional.<br />
Para compreender melhor a posição específica de nosso autor nesse campo,<br />
pode ser útil apresentar uma chave mais abrangente de interpretação do período<br />
e de suas forças características. As relações acadêmicas intensas e sistemáticas da<br />
antropologia com a psicanálise se deram em dois diferentes momentos da história<br />
das ciências humanas no Brasil: o período “heróico” que vai – grosso modo –<br />
dos anos 1920 ao <strong>final</strong> dos 40 (o “entreguerras”) e o período “crítico”, aberto nos<br />
anos 1970 deste século (cf. Duarte, 2000). O primeiro período é caracterizado<br />
basicamente pela produção de dois autores – Arthur Ramos e Roger Bastide –,<br />
ambos considerados “antropólogos” 16 e igualmente influenciados pela freqüentação<br />
da literatura psicanalítica – cujas problemáticas invocam explicitamente em<br />
suas obras. Os próprios contrastes entre os dois autores – muito grandes sob diversos<br />
aspectos – permitem precisar o foco de análise sobre o “regime” em que<br />
se processa sua articulação entre os dois saberes.<br />
O segundo período é, por sua vez, caracterizado basicamente pela produção<br />
de dois outros autores – Gilberto Velho e Sérvulo Figueira –, ao longo dos anos<br />
1970 e 1980 no Rio de Janeiro. Nesse caso, chegou a haver interação produtiva<br />
imediata entre os dois autores, ensejando a articulação de uma rede mais especia -<br />
lizada do que a do período “heróico”, em função de uma série de características<br />
diferenciais do campo acadêmico nos dois momentos. O primeiro autor é conhe -<br />
cido como antropólogo e o segundo como psicanalista, embora tenha produzido<br />
nesse período uma obra que era considerada (e que ele próprio considerava)<br />
de cunho antropológico. A psicanálise aparece como tema avantajado das duas<br />
obras, mas de uma forma muito diferente da do outro “regime”.<br />
No primeiro regime, 17 que se caracteriza – no nível da análise “interna” – pela<br />
disposição de incorporação dos recursos de interpretação psicanalítica à análise<br />
dos fenômenos “culturais”, prevalece a continuada referência à “cultura negra”<br />
ou “cultura dos negros” no Brasil e, particularmente, aos fenômenos religiosos<br />
ligados à “raça” ou à “herança africana”. A questão do “transe” nos cultos atra -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 18<br />
18<br />
vessa crucialmente toda a produção desse “regime”, que nisso revela seu foco<br />
abrangente: trata-se de compreender como se organiza culturalmente o “pensa men -<br />
to” das camadas subalternas da sociedade brasileira a partir de uma característica<br />
vista como tipicamente “arcaica” ou “primitiva” (mesmo que se relativize até<br />
um certo ponto as implicações “evolucionistas” lineares dessa caracterização).<br />
Essa preocupação se constrói no interior da problemática relativa à “civilização”<br />
da “nação” brasileira, cuja fraqueza ou atraso se atribui de algum modo ao<br />
peso daquela “raça” ou “herança”. Contra as interpretações “pessimistas” oriundas<br />
dos saberes metropolitanos, produzem-se interpretações que enfatizam a capacidade<br />
de “redenção” cultural através de um processo de “educação” generalizada,<br />
o que não pode deixar de envolver nesse período altas expectativas de regulamen -<br />
tação e intervenção do Estado. Essa foi a principal condição ou modo de entrada<br />
das idéias psicanalíticas no campo intelectual brasileiro (e na sua apropriação<br />
pela antropologia). 18<br />
A interpretação que fez Mariza Corrêa da antropologia brasileira do entre guer -<br />
ras, à luz da teoria foucaultiana das disciplinas, é aqui extremamente pertinente.<br />
Esse horizonte “educativo” compartilhado pela antropologia e pela psicanálise<br />
corresponde diretamente ao que ela chama de “fiscalização” ou “repressão branda”,<br />
lembrando expressões de Arthur Ramos e Gilberto Freyre (cf. Corrêa, 1982,<br />
pp. 219 e 260) – por oposição aos defensores contemporâneos de uma repressão<br />
de tipo “policial” (ibidem, p. 242).<br />
No segundo regime, a imagem da psicanálise passa de instrumento de “civilização”<br />
e “educação” para sintoma de uma “civilização” de algum modo já ocorrida<br />
(sob a etiqueta da “modernização”). O tema antropológico privilegiado será<br />
não mais o da “raça” ou das “heranças culturais” em geral, mas o da “vida urba na”,<br />
com os seus fenômenos considerados próprios de “desvio” ou “desmapea men to”<br />
cultural. O interesse em questões etnográficas como a “loucura”, as “drogas” ou<br />
a “sexualidade desviante” aproxima os antropólogos examinados do mundo<br />
dos saberes psicológicos (já agora organizado em um campo institucio nalmente<br />
complexo) e os torna interlocutores freqüentes, inclusive em torno de questões<br />
de regulação moral (a compreensão do consumo social das terapias psicanalíticas,<br />
por exemplo) ou mesmo de regulamentação pública importante (como a “reforma<br />
psiquiátrica” ou a “descriminalização” de drogas ilícitas) – em nome dos<br />
valores da “liberdade” e da “tolerância”. A chave de compreensão da problemática<br />
do regime será nesse caso – em vez da “educação” – a da “coerência” e “reflexi vi -<br />
dade” desses sujeitos (e “cidadãos”).<br />
As expectativas em relação ao Estado nesse último período são, sobretudo, ne -<br />
gativas ou críticas (em relação a diversos tipos de regulamentação pública em cur-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 19<br />
19<br />
so, por exemplo), mas também freqüentemente indiferentes – devido em boa<br />
parte à forte autonomização atingida pelo campo acadêmico-universitário (onde<br />
se encontram os antropólogos e alguns psicanalistas) e profissional-psicotera -<br />
pêutico (onde se encontram os psicanalistas). Não poderei desenvolver – mas não<br />
posso, tampouco, deixar de evocar – a relação entre os dois “regimes” em análise<br />
e os “regimes políticos” sob os quais se desenvolveram. O primeiro é marcado<br />
pela Revolução de 1930, que é vista por boa parte dos intelectuais brasileiros<br />
como uma oportunidade de levar adiante as expectativas de “civilização” dirigida<br />
que se acumulavam desde o fim do Império, frustradas pela consolidação<br />
conser vadora da República Velha. 19 A vinda de Arthur Ramos para a capital logo<br />
após a revolução e sua rápida incorporação ao aparelho de Estado como agente<br />
da educação pública são expressivas das condições dessa primeira fase. O advento<br />
do Estado Novo corresponde certamente ao desencanto de uma boa fração<br />
dos portadores daquelas esperanças e corresponde – talvez não linearmente – ao<br />
momento de entrada dos nossos dois atores privilegiados no sistema universitário<br />
que acabava de se autonomizar. O período seguinte é marcado pelas inquietações<br />
da II Guerra, num contexto nacional politicamente ambíguo, que se encerra com<br />
a deposição, retorno e morte de Getúlio Vargas às voltas de 1950. Arthur Ramos<br />
se destacou no período da guerra como o autor de mais de um manifesto público<br />
e coletivo contra o racismo, o que lhe valeu provavelmente um lugar de destaque<br />
no contexto do pós-guerra (inclusive a oferta do cargo na Unesco, em cujo desempenho<br />
faleceu em Paris).<br />
O segundo regime emerge em plena vigência da ditadura militar instalada em<br />
1964 (após o interregno democrático e “desenvolvimentista” dos anos 1950). Sua<br />
ênfase em valores associáveis aos ideais da liberdade e sua indisposição em participar<br />
diretamente do aparelho de Estado podem ser correlacionadas assim<br />
também – mesmo que não linearmente – ao amplo movimento intelectual de<br />
resistência ao governo autoritário (que só se encerra na primeira metade dos<br />
anos 1980).<br />
É contra esse pano de fundo que se recortam o interesse e a novidade da contribuição<br />
de Arthur Ramos. Como disse, ela se localiza sobretudo no plano da<br />
ext ensão de uma leitura psicologizada da experiência humana ao universo das<br />
manifestações culturais coletivas, sobretudo as “religiosas” e as “populares”. Sua<br />
primeira experiência nesse sentido foi uma interpretação psicológica do carnaval,<br />
publicada quando ainda estava no Nordeste, antes mesmo de ter ido para Salvador.<br />
Foi o primeiro testemunho de uma possibilidade de interpretação da cultura<br />
brasileira com instrumentos da psicanálise a que Arthur Ramos se continuou<br />
dedicando por toda sua vida e que serviu como ponte principal de suas relações<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 20<br />
20<br />
com Roger Bastide, quando este chegou, em 1938, a São Paulo, para compor a<br />
leva dos primeiros professores estrangeiros da recém-criada Universidade de São<br />
Paulo. Bastide já conhecia a obra de Freud, mas foi apenas no Brasil que começou<br />
a aplicar conceitos psicanalíticos à interpretação cultural (cf. Duarte, no prelo).<br />
O mais notável, no caso desse processo de abertura de Arthur Ramos para a psicanálise,<br />
é o fato de que ele provinha, como boa parte dos produtores inte lec tuais<br />
brasileiros nos anos 1920, de uma formação quase exclusivamente médica. É claro<br />
que não eram apenas os médicos que estavam expostos às representações reducionistas<br />
fisicalistas, na medida em que o sistema de interpretação de mundo ligado à teoria<br />
da degenerescência atravessava fortemente todos os espaços intelectuais internacionais,<br />
inclusive brasileiros, nesse período. Mas, certamente, com muito mais razão,<br />
esse era um horizonte inescapável para quem vinha de uma formação médica típica,<br />
como a que teve, com excelente desempenho, na Faculdade da Bahia.<br />
A psicanálise podia ser atraente para os intelectuais do começo do século XX por<br />
diferentes motivos. No caso do Brasil (mas não apenas nele), prevaleceu inicialmente<br />
uma leitura feita por médicos e psiquiatras sequiosos de encontrar uma saída para<br />
os determinismos fisicalistas que apontavam para a danação de um país “racialmente”<br />
miscigenado. Foi também esse, sem dúvida, o gancho inicial do interesse de Arthur<br />
Ramos. Mas ele avançou mais do que muitos de seus contemporâneos na direção<br />
da citada interpretação “pedagógica” da teoria freudiana. Era, para tanto, fundamental<br />
a guinada psicologizante que caracterizou o me lhor de sua obra. O interesse<br />
pelo pensamento afro-brasileiro (como, mais tarde, o de Bastide) decorria desse pressuposto<br />
de uma ordem de causalidade própria do psiquismo:<br />
“É uma conseqüência do pensamento mágico e pré-lógico, independentes da<br />
questão antropológico-racial, porque podem surgir em outras condições e em<br />
qualquer grupo étnico, nas aglomerações atrasadas em cultura, classes pobres das<br />
sociedades, crianças, adultos nevrosados, no sonho, na arte, em determinadas<br />
condições de regressão psíquica... Esses conceitos de primitivo, de arcaico, são puramente<br />
psicológicos e nada têm que ver com a questão da inferioridade racial”<br />
(Ramos, 1988: 23; citado por Schreiner, no prelo: 8 – meu grifo).<br />
A influência de Nina Rodrigues foi reiteradamente enfatizada por ele como<br />
sendo a origem, a fonte, de sua preocupação com as dimensões culturais da experiência<br />
da diferença dentro do Brasil. Mas é claro também que ele transmutou<br />
essa herança – afirmada por ele –, em patamares muito diferentes, muito mais<br />
amplos e complexos de interpretação dos fenômenos culturais brasileiros. Seu<br />
diálogo com Bastide é exemplar dos modos pelos quais Arthur Ramos tentou re-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 21<br />
21<br />
criar a herança que ele, no entanto – retoricamente –, tanto exaltava da Escola<br />
de Nina Rodrigues. A diferença fundamental, nesse contexto, é a da progressiva<br />
afirmação de uma autonomia dos processos culturais. E, para sustentar essa autonomia,<br />
foi fundamental o recurso, da parte de ambos os autores, à psicanálise.<br />
Esse saber oferecia um sistema interpretativo da experiência humana em radical<br />
ruptura com os modelos fisicalistas de representação da pessoa e das perturbações<br />
da psiquiatria tradicional característicos do século XIX e, ao mesmo tempo, em<br />
aparente continuidade com as expectativas de uma redenção da experiência humana<br />
pelo esclarecimento das sombras de sua vida interior.<br />
Desenvolvi, em um outro trabalho, uma interpretação da obra de Roger Bastide<br />
que enfatiza sua dimensão “romântica”, notável em muitos sentidos (cf. Duarte, no<br />
prelo). Seria impossível dizer o mesmo de Arthur Ramos. Não há nele ne nhum sinal<br />
de um interesse entranhado, abrangente, pela totalidade, pelo fluxo, pela sombra –<br />
sinais da cosmologia comum a Freud e a Bastide, por exemplo. O interesse de Arthur<br />
Ramos pela psicanálise sublinha justamente a dimensão univer salista do pensamento<br />
freudiano, sua suposta capacidade de desvendar os mistérios do “inconsciente” e<br />
propiciar essa redenção propiciatória. Essa é a chave para a compreensão da dimensão<br />
da “educação” em sua obra e em sua vida pública (inclusive o cargo derradeiro junto<br />
à Unesco). Não se pode menosprezar, sem dúvida, o peso da herança da Bildung<br />
romântica em todos os investimentos na educação ocidental a partir de meados do<br />
século XIX, inclusive através dessa versão tão peculiar embutida na prática psica -<br />
nalítica (cf. Lo Bianco, 1998). Ela foi, porém, subordinada em Arthur Ramos ao<br />
projeto iluminista, transformando-se num recurso de promoção da individualidade<br />
“quantitativa”, mais que da “quali tativa” (para usar das úteis categorias de Simmel).<br />
Isso não deixa de fazer sistema com outros aspectos importantes da vida de Arthur<br />
Ramos, como sua militância política pró-democrática, sua permanente disposição<br />
construtiva institucional ou sua agenda de pesquisa comparativa abrangente (que<br />
iria deixar impressa, como é notório, em sua rápida passagem pela Unesco).<br />
É tão importante para a compreensão da vida intelectual brasileira entender<br />
a contribuição pioneira e audaciosa de Arthur Ramos quanto entender os moti -<br />
vos e formas pelas quais sua obra se viu envolvida por um pesado silêncio já a<br />
partir dos anos 1950. Pode-se mesmo falar, a meu ver, de um enterro intelec tual.<br />
Um personagem importante desse processo foi Florestan Fernandes, um dos re -<br />
presentantes mais marcantes da geração de sociólogos que então se afirmava, parceiro<br />
de Bastide no monumental trabalho de revisão da relação entre a sociedade<br />
brasileira e a tradição afro-brasileira. Evoco particularmente dois artigos que<br />
Florestan Fernandes publicou nos primeiros anos da década de 1950, na Revista<br />
de Antropologia. Um sobre a psicanálise e outro sobre Lévy-Bruhl (cf. Fernandes,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 22<br />
22<br />
1954 e 1956). Fernandes, ao retomar dois temas que eram absolutamente cruciais<br />
para o pensamento de Ramos – e sem mencionar Arthur Ramos –, engendra<br />
uma desautorização quase completa da sua obra, chamando atenção para o fato<br />
de que a importância possível, tanto da psicanálise quanto de Lévy-Bruhl, era<br />
exclusivamente metodológica. Ou seja, eles poderiam ser úteis para ensinar a pensar,<br />
mas certamente não seriam úteis – isso está razoavelmente claro na mensa -<br />
gem de Florestan Fernandes – para explorar diretamente, como instrumentos<br />
ime diatos, os fenômenos sociais e culturais. Na verdade, o que estava em jogo<br />
era um julgamento mais abrangente contra o culturalismo, contra os matizes<br />
românticos das interpretações prevalecentes no entreguerras. O mesmo anátema<br />
da sociologia paulista incidiu sobre a obra de Gilberto Freyre, companheiro de Arthur<br />
Ramos no culturalismo (embora com matrizes diversas) e no processo de entro -<br />
nização da cultura de origem africana no panteão da identidade nacional. 20<br />
Não se pode atribuir o silenciamento das relações entre a psicanálise e as ciências<br />
sociais totalmente a essa intervenção de Florestan Fernandes no começo dos<br />
anos 1950, mas é certo que ela era emblemática de uma transformação muito mais<br />
ampla do horizonte intelectual brasileiro: a entrada em cena da sociologia e da economia<br />
– como saberes universalizantes, objetivistas – que se tornam muito mais empáticas<br />
com o modo pelo qual se passa a representar a nação. Inaugu ra-se a era<br />
do desenvolvimentismo, da análise baseada nas classes, com o desprezo sistemáti -<br />
co do culturalismo como possibilidade de interpretação do Brasil. E nisso, também,<br />
o des prezo da psicanálise como recurso para a compreensão da cultura brasileira.<br />
A própria presença pública da psicanálise e da antropologia se retraiu consi -<br />
deravelmente. Sem as grandes ambições de interpretação da nação e de propicia -<br />
mento da civilização que tinham marcado o primeiro regime, as duas disciplinas<br />
se voltaram para sua organização e fortalecimento institucional. As sociedades cria -<br />
das nos anos 1950, tanto de psicanálise quanto de antropologia, são as que vão perdurar<br />
e prevalecer no âmbito nacional – diferentemente de suas predeces soras dos<br />
anos 1930 (inclusive aquela criada por Arthur Ramos). E é só nos anos 1970 que,<br />
dando as costas a essa longa latência das relações entre a psicanálise e a antropologia,<br />
se vai configurar o mencionado segundo regime de suas relações, juntamente<br />
com uma renovada influência acadêmica e ressonância pública dessas disciplinas.<br />
É preciso sublinhar, porém, que, nesse processo posterior – que é o de recons -<br />
tituição da possibilidade de interlocução entre os saberes psicológicos e os saberes<br />
sociais (particularmente a antropologia) –, não se fez referência praticamente ne -<br />
nhuma a Arthur Ramos. Fez-se alguma a Roger Bastide pela via dos estudos de<br />
religião, especificamente, como até hoje se faz, com justiça. Mas não se fez quase<br />
nenhuma ao modo pelo qual o próprio Bastide tinha feito uso da psicanálise como<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 23<br />
23<br />
recurso interpretativo, como estratégia instrumental de conhecimento dos fenômenos<br />
afro-brasileiros.<br />
A psicologização que se desencadeia a partir dos anos 1970 é muito mais gene -<br />
ralizada e abrangente do que aquela de que participara Arthur Ramos no entre -<br />
guerras. Não é mais um fenômeno erudito que afeta a sociedade apenas indiretamente,<br />
é uma característica da cultura de massa que se dissemina no último<br />
quartel do século XX por todo o Ocidente. É, em parte, sustentada pelo movimento<br />
da contracultura, ponta-de-lança do neo-romantismo triunfante do <strong>final</strong><br />
do século. É um fenômeno de vasto alcance, mas dotado de grande ambigüidade,<br />
em função do caráter basicamente paradoxal do individualismo qualitativo e do<br />
romantismo no interior da cultura ocidental moderna (que continua tendo como<br />
viga mestra o universalismo). As ambigüidades de Arthur Ramos entre determinismo<br />
e consciência livre, entre reconhecimento da Diferença e expectativa de<br />
Civilização, são expressivas desse processo maior a que continuamos jungidos.<br />
Sua proposta de uma atenção sistemática aos processos “psicológicos” em que se afirmavam<br />
as diferentes lógicas culturais em ação no Brasil produziu efeitos ideológicos<br />
marcantes, encontráveis tanto do lado da organização do campo intelectual dos<br />
estudos afro-brasileiros quanto do lado das experiências sociais mais amplas posteriores,<br />
como a própria “psicologização” generalizada a que serviu de pioneiro.<br />
Momento de contemplação: o antropólogo posa, de chapéu, às margens de um lago. [S.l.],<br />
década de 1940<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 24<br />
Por tudo isso, deve-se considerar fundamental propiciar todas as formas de<br />
revisitação do pensamento de Arthur Ramos, de compreensão do modo pelo qual<br />
tão fortemente contribuiu para a interpretação e para a problematização da cultura<br />
e da sociedade brasileira, e de explorar não só o modo como fez parte dessa<br />
plêiade de ideólogos do Brasil do entreguerras, mas também o modo pelo qual<br />
essa geração, esse regime e, particularmente, o autor Arthur Ramos foram me -<br />
nos prezados durante os anos 1950 e 1960. E permaneceram praticamente esque -<br />
cidos (à exceção de Gilberto Freyre) até há pouco tempo quando, <strong>final</strong>mente,<br />
trabalhos diversos – que nesse sentido vêm a ser de novo pioneiros – procuraram<br />
revisitar essa tradição e se aproveitar de suas lições, para permitir a calibragem de<br />
novos instrumentos de compreensão daquelas candentes questões de que se ti -<br />
nham ocupado e que certamente perduram entre nós.<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
24<br />
BRITO, Guilherme. Drogas: Negócios de Estado, Avisos à Praça e Defesa da Raça: Uma<br />
História da Constituição do Controle e Vigilância Oficiais sobre Substâncias Psico -<br />
ativas no Brasil: 1900 a 1938. Dissertação de mestrado, ENSP/Fiocruz,1996.<br />
CARRARA, Sérgio. O tributo a Vênus: a luta contra a sífilis no Brasil da passagem do<br />
século aos anos 40. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996.<br />
CARVALHO, Cintia A. de. Os Psiconautas do Atlântico Sul. Uma Etnografia da Psica -<br />
ná lise. Tese de doutorado, Departamento de Ciências Sociais da Unicamp,1995.<br />
CORRÊA, Mariza. As Ilusões da Liberdade – A Escola de Nina Rodrigues e a Antropologia<br />
no Brasil. Tese de doutorado, USP, 1982.<br />
CUNHA, Luiz A. A universidade temporã. O ensino superior da colônia à era Vargas. Rio<br />
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.<br />
DUARTE, Luiz F. D. Dois Regimes Históricos das Relações da Antropologia com a Psicanálise<br />
no Brasil: Um Estudo de Regulação Moral da Pessoa. In Ensaios: subjeti vidade, saúde<br />
mental, sociedade (AMARANTE, Paulo – org.). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000.<br />
______. História e Etnografia dos Saberes Psicológicos. In Clio-psyché: fazeres e dizeres<br />
na história do Brasil (orgs. JACÓ-VILELA, A.; CEREZZO, A. C.; RODRIGUES,<br />
H. B.). Rio de Janeiro: Relume Dumará (33-44), 2001.<br />
______. No prelo. Em Busca do Castelo Interior: Roger Bastide e a Psicologização no<br />
Bra sil. In A psicologização no Brasil. Atores e autores. (orgs. DUARTE, L. F. e RUSSO,<br />
J.). Rio de Janeiro: Contracapa.<br />
FERNANDES, Florestan. 1954, Lévy-Bruhl e o Espírito Científico. Revista de Antro -<br />
pologia, 2 (2).<br />
FERNANDES, Florestan. Psicanálise e Sociologia. Revista de Antropologia, 4 (2), 1956.<br />
FREIRE-COSTA, Jurandir. 1981, História da psiquiatria no Brasil (um corte ideológico).<br />
Rio de Janeiro: Campus, 1981.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 25<br />
25<br />
LO BIANCO, Ana C. A Bildung Alemã e a Cultura em Freud. In Cultura da Ilusão.<br />
Textos apresentados no IV Fórum Brasileiro de Psicanálise, setembro de 1997 (eds.<br />
KISHIDA C. A.; E. S. LANNES, E. L. d. M. G. BRITO; J. D. C. d. ALBUQUER -<br />
QUE e N. SAMPAIO). Rio de Janeiro, 1998.<br />
MOKREJS, Elisabeth. A psicanálise no Brasil. As origens do pensamento psicanalítico.<br />
Petrópolis: Vozes, 1993.<br />
MOREIRA-LEITE, Dante. O caráter nacional brasileiro. História de uma ideologia. São<br />
Paulo: Pioneira, 3ª ed. rev., refundida e ampliada (tese de doutorado da FAFICH/USP<br />
em 1954), 1976.<br />
PEIRANO, Mariza. The Anthropology of Anthropology: The Brazilian Case. Tese de<br />
doutoramento. Cambridge, Harvard University, 1981.<br />
PEREIRA NETO, André de F. Palavras, Intenções e Gestos. Os Interesses Profissionais<br />
da Elite Médica. Congresso Nacional dos Práticos, 1922. Tese de doutorado no<br />
IMS/UERJ, Rio de Janeiro, 1997.<br />
PERESTRELLO, Marialzira. Primeiros Encontros com a Psicanálise: Os Precursores no<br />
Brasil (1899-1937). In Efeito PSI. A influência da psicanálise. FIGUEIRA, S. (org.).<br />
Rio de Janeiro: Campus, 1988.<br />
RAMOS, Arthur. Educação e psicanálise. São Paulo: Nacional (<strong>Biblioteca</strong> Pedagógica<br />
Brasileira), 1934.<br />
______. O negro brasileiro. Recife: Massangana, 1988.<br />
ROHDEN, Fabíola. O Imaginário sobre a Mulher Através do Olhar da Medicina no<br />
Século XIX. In Cadernos do IPUB (Noção de Pessoa e Institucionalização dos Saberes<br />
Psicológicos no Brasil), nº 8, 1997.<br />
ROPA, Daniela. Análise dos Discursos Psiquiátricos: O Discurso Psicológico. Dissertação<br />
de mestrado no IMS/UERJ, Rio de Janeiro, 1983.<br />
RUSSO, Jane. Existe um Sujeito da Psiquiatria? In Cadernos do IPUB (Noção de Pessoa<br />
e Institucionalização dos Saberes Psicológicos no Brasil), nº 8, 1997.<br />
______. A Psicanálise enquanto Processo Civilizador: Um Projeto para a Nação Brasileira.<br />
In Cadernos do IPUB, vol. VI, nº 18, 2000.<br />
SCHREINER, Alexandre. (Ramos da Silva). A “Creança Brazileira”, Futuro da Nação:<br />
Infância, Educação e Higiene Mental na Primeira República. In Cadernos do IPUB<br />
(Noção de Pessoa e Institucionalização dos Saberes Psicológicos no Brasil), nº 8, 1997.<br />
______. No prelo. Uma Aventura para o Dia de Amanhã... Arthur Ramos e a Neurohigiene<br />
Infantil na Década de 30. In A psicologização no Brasil. Atores e autores (org.<br />
DUARTE, L. F. e RUSSO, J.). Rio de Janeiro: Contracapa.<br />
SEYFERTH, Giralda. As Ciências Sociais no Brasil e a Questão Racial. In SILVA, Jaime<br />
et alii, eds. Cativeiros e liberdade. Rio de Janeiro: UERJ, pp. 11-31, 1989.<br />
SOUZA LIMA, Antônio Carlos de. 1995, Um grande cerco de paz. Poder tutelar, indianidade<br />
e formação do Estado no Brasil. Petrópolis: Vozes.<br />
TEIXEIRA, Manoel O. L. 1997, Nascimento da Psiquiatria no Brasil. In Cadernos do IPUB<br />
(Noção de Pessoa e Institucionalização dos Saberes Psicológicos no Brasil), nº 8.<br />
VENÂNCIO, Ana T. 1997, Loucura, Sanidade e Terapêuticas: O Caso da Esquizofrenia.<br />
In Cadernos do IPUB (Noção de Pessoa e Institucionalização dos Saberes Psicológicos<br />
no Brasil), nº 8.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 26<br />
NOTAS:<br />
26<br />
1 – Arthur Ramos evoca Afrânio Peixoto se referindo a Piaget como “o Lévy-Bruhl dos<br />
meninos” (Ramos, 1934, p. 11).<br />
Ver bibliografia, pp. 22 - 3.<br />
2 – Mariza Corrêa é particularmente esclarecedora sobre a articulação entre o problema<br />
da “civilização” e a “questão racial” nesse período (1982, pp. 26 e 34).<br />
3 – Dante Moreira Leite já fazia, em 1954, essa associação histórica – depois muito retomada<br />
(cf. Moreira-Leite, 1976).<br />
4 – Veja-se, além das já citadas obras de Carrara e Serpa Jr. Russo, 1997, e Venâncio,<br />
1997 (para aspectos mais gerais dessa questão), como também Rohden, 1997, e Teixeira,<br />
1997 (para aspectos mais pontuais).<br />
5 – Mariza. Corrêa evoca a significativa expressão de Afrânio Peixoto para se referir à<br />
questão: “o eclipse negro” (1982, p. 349).<br />
6 – Girolda. Seyferth nos lembra que “(...) mesmo autores como Bomfim, que viam na<br />
mistura de raças um caráter renovador, não escaparam do ideário do progresso, com seu<br />
significado evolucionista. Mesmo sem usar argumentos raciais, a inferioridade do negro<br />
e do índio, e até certo ponto também dos mestiços, está implícita na noção de civilização.<br />
Daí a ênfase tão grande na necessidade da educação – como aparece, por exemplo,<br />
em Roquette-Pinto. Educar significa tirar do atraso –- civilizar” (1989, p. 20). Sobre esse<br />
ponto, ver ainda Schreiner, 1997.<br />
7 – Alexandre Schreiner lembra a esse respeito a expressão tão citada de Miguel Couto,<br />
de 1927: “Vitalizar pela educação e pela higiene” (Schreiner, 1996, p. 103).<br />
8- Arthur Ramos, que passou a cooperar com seu conterrâneo baiano Anísio Teixeira em<br />
1934, usou regularmente em sua obra posterior de uma retórica “escola-novista”. Ver<br />
particularmente o capítulo intitulado A Escola Nova e a Psicanálise, em Ramos, 1934.<br />
9 – Ver Ropa, 1983; particularmente sobre Porto Carrero e Antônio Austregésilo – considerados<br />
como os mais importantes pioneiros da psicanálise no Rio de Janeiro. Encon -<br />
tra mos aí a seguinte transcrição de Austregésilo, em seu Viagem interior, de 1934:<br />
“Penetremos cada dia dentro de nós mesmos e reconheçamos as nossas faltas e exaltemos<br />
os nossos deveres, façamos viagens diárias ao íntimo de nossa personalidade (...)<br />
saibamos vencer-nos, saibamos educar-nos, elevar-nos dentro de nós mesmos, porque só<br />
assim com a nossa melhoria individual o mundo melhora automaticamente” (Ropa,<br />
1983, p. 28).<br />
10 – É o próprio autor quem nos diz: “No Brasil, não têm passado despercebidos os as -<br />
pec tos pedagógicos da psicanálise. Desde 1926, por iniciativa deste incansável trabalha -<br />
dor que é o professor Ernâni Lopes, foi instalado na Liga Brasileira de Higiene Mental,<br />
por ele tão sabiamente dirigida, um serviço de psicanálise. Porto Carrero, o nosso grande<br />
estudioso desses assuntos, iniciou a propaganda daquele serviço em entrevistas de impren -<br />
sa e irradiou uma conferência sobre psicanálise e educação, seguida depois de outros ensaios<br />
sobre o mesmo tema, e hoje reunidos em seus livros sobre psicanálise (...)” (Ramos,<br />
1934, p. 24).<br />
11 – “Mas a sublimação mais perfeita deve ser para um trabalho de rendimento à comunidade.<br />
A tarefa do educador é de adivinhar logo cedo as sublimações para que ten-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 27<br />
27<br />
dem as forças instintivas de cada criança, qual será esse trabalho social que deve ser escolhido<br />
não como uma tarefa pesada e desagradável, mas com alegria, com participação<br />
de toda a personalidade, pois que ele tem raízes instintivas, tendências elementares que<br />
se transformaram por via da sublimação. É todo um capítulo novo de orientação profissional”<br />
(Ramos, 1934, p. 157).<br />
12 – Veja-se Peirano, 1981, sobre o mandamento de “explicar o Brasil” entre os cientistas<br />
sociais brasileiros.<br />
13 – Veja-se que as primeiras sociedades psicanalíticas fundadas em São Paulo e no Rio<br />
de Janeiro no <strong>final</strong> dos anos 1920, assim como as primeiras associações de antropologia<br />
(a Sociedade de Etnografia e Folclore, criada em São Paulo em 1937, e a Sociedade<br />
Brasileira de Antropologia e Etnologia fundada por Ramos no início da década de 1940),<br />
não só tiveram vida curta como não foram simbolicamente recuperadas por suas congêneres<br />
bem-sucedidas dos anos 1950.<br />
14 – A medicina foi uma das primeiras disciplinas (junto com o direito) a se institucionalizar<br />
no Brasil. As duas faculdades iniciais (da Bahia e do Rio de Janeiro) foram criadas em 1830,<br />
substituindo os antigos colégios médico-cirúrgicos. A Academia Nacional de Medicina (inicialmente<br />
Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro) foi fundada em 1829. A Gazeta Médica<br />
da Bahia surgiu em 1866 e o Brazil-Médico em 1887 (cf. Brito, 1996). A psiquiatria participou<br />
dessa implantação desde a criação do Hospício Pedro II, em 1841, que só começou,<br />
no entanto, a funcionar em 1852 e a ter uma administração plenamente médica com Teixeira<br />
Brandão em 1886 (cf. Teixeira, 1997). A primeira cátedra de psiquiatria foi instituída em<br />
1881 e os Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Ciências Afins começaram a circu -<br />
lar em 1905. A Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal foi cria da<br />
em 1907. Para uma revisão dos compromissos de regulação moral da medicina no Brasil no<br />
século XIX, ver Freire-Costa, 1979 e 1981, e Machado et al., 1978. No período em que se<br />
centra minha análise, assiste-se a uma intensa reconversão dos horizontes profissionais da<br />
medicina, com o notável crescimento das funções reguladoras do Estado. O Congresso Na -<br />
cio nal dos Práticos, realizado em 1922, parece ter-se voltado sobretudo para a reflexão sobre<br />
essas novas condições da carreira (cf. Pereira Neto, 1997).<br />
15 – Mariza. Corrêa dá importantes pistas sobre isso (Corrêa, 1982, p. 354 e segs.) e o<br />
trabalho de Nunes (1994) apresenta alguma informação interessante. Seria necessário<br />
verificar particularmente o papel do Instituto de Pesquisas Educacionais aí sediado –<br />
como precursor da institucionalização específica da psicologia e de um atendimento psicanalítico<br />
oferecido nos órgãos de Estado – durante os anos 1950.<br />
16 – Roger. Bastide, na verdade, era um “sociólogo”, dentro do sistema classificatório<br />
francês de que provinha. No Brasil, porém, seus interesses na “cultura” tornavam-no classificável<br />
como “antropólogo”.<br />
17 – Chamo de “regime” ao estilo de produção acadêmica de um “período”, com articu -<br />
lações temáticas e horizontes analíticos comuns, sem constituir, porém, necessariamente<br />
um “grupo” ou uma “escola” – ou seja, sem um projeto sistemático (mesmo que incons -<br />
ciente) de reprodução institucional.<br />
18 – Mariza Peirano explora bem essa ênfase sobre a “educação” como chave de compreensão<br />
e transformação da nação, considerando-a como uma característica do pensamento<br />
social da década de 1930 (Peirano, 1981, p. 28 ou 39).<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 28<br />
28<br />
19 – Seria interessante discutir esse “dirigismo civilizatório” à luz da noção de “poder<br />
tutelar”, utilizada sistematicamente por A. C. de Souza Lima para analisar as políticas<br />
públicas relativas às populações indígenas na República Velha (Souza Lima, 1995). Tanto<br />
M. Corrêa quanto M. Peirano utilizam a categoria “tutelar” para se referir a disposições<br />
políticas contidas no pensamento social brasileiro do entreguerras.<br />
20 – É interessante, porém, que Gilberto Freyre tenha merecido um retorno quase triun -<br />
fal no <strong>final</strong> do século XX, em parte como reconhecimento da preeminente dimensão<br />
romântica do seu boasianismo. A ausência dessa dimensão em Arthur Ramos torna-o<br />
certamente impalatável ao gosto pós-moderno ou, como prefiro, neo-romântico.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 29<br />
ARTHUR RAMOS E A<br />
MILITANCIA NA UNESCO<br />
Marcos Chor Maio<br />
Pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz<br />
Em meados de outubro de 1949, dois meses depois de assumir a direção<br />
do Departamento de Ciências Sociais da Organização das Nações Unidas<br />
para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Arthur Ramos (1903-1949)<br />
concluiu o delineamento de um plano de trabalho no qual estavam previstos estudos<br />
sociológicos e antropológicos no Brasil. 1 Em sintonia com as crescentes<br />
preocupações da agência internacional devido à persistência do racismo no pós-<br />
II Guerra Mundial e aos problemas socioeconômicos vividos pelos países subdesenvolvidos,<br />
Ramos considerava premente a incorporação de determinados estratos<br />
sociais marginalizados – representados no plano étnico-racial por negros e<br />
índios – à modernidade. 2<br />
No curto espaço de tempo que trabalhou na Unesco, Arthur Ramos organizou<br />
um fórum para debater o estatuto científico do conceito de raça. Dentro<br />
da pro gramação de combate à discriminação racial aprovada pela quarta sessão da<br />
Conferência Geral da Unesco, em setembro de 1949, o antropólogo informava<br />
aos futuros participantes do encontro que seu objetivo era “reunir um comitê de<br />
especialistas em antropologia física, em sociologia, em psicologia social e em etno -<br />
logia para formular uma definição preliminar das raças do ponto de vista interdisciplinar.<br />
Este será o ponto de partida indispensável para uma futura ação da<br />
Unesco em 1950 (…)”. 3<br />
Em junho de 1950, a Unesco divulgou a Primeira Declaração sobre Raça, a<br />
qual continha a seguinte afirmação: “Raça é menos um fato biológico do que um<br />
mito social e, como mito, causou severas perdas de vidas humanas e muito sofrimento<br />
em anos recentes.” 4 Na mesma ocasião, a quinta sessão da Conferência<br />
Geral da Unesco, acontecida em Florença, aprovou a realização de uma pesquisa<br />
sobre as relações raciais no Brasil. 5<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 30<br />
30<br />
No <strong>final</strong> dos anos 1940, a Unesco procurou, em face da persistência da into -<br />
lerância racial nos EUA e na África do Sul, do processo de descolonização asiático<br />
e africano e do surgimento da Guerra Fria, tornar inteligível os fatores que,<br />
em nome da raça, levaram aos resultados catastróficos da II Guerra Mundial. Foi<br />
nesse contexto que houve, simultaneamente, a emergência de uma crítica radical<br />
ao determinismo biológico e à busca de evidências científicas – a partir de<br />
uma experiência social julgada bem-sucedida em matéria racial –, que servissem<br />
de contraponto à ideologia das hierarquias raciais, em suma, ao racismo.<br />
A militância anti-racista de Arthur Ramos – antes, ao longo e depois da II<br />
Guerra Mundial – pode ser vista como um dos aspectos importantes no processo<br />
de conversão do médico-legista, sob influência racialista, em antropólogo cultural.<br />
Em manifestos anti-racistas, artigos e livros, Arthur Ramos insistia na crença<br />
de que o melhor antídoto ao nazismo seria a experiência brasileira em matéria<br />
étnico-racial. O “laboratório de civilização”, expressão cunhada pelo historiador<br />
Rudiger Bilden no <strong>final</strong> dos anos 1920 e utilizada com freqüência por Arthur<br />
Ramos, não destoava da recorrente visão de que a cultura ibérica, em solo brasileiro,<br />
criara um país que o perfil miscigenado da população, a mobilidade de mulatos<br />
e negros e a reduzida taxa de tensões raciais transformavam num modelo de sociedade<br />
a oferecer lições à humanidade.<br />
Ao participar de uma comissão convocada pelo Ministério das Relações<br />
Exteriores (Itamaraty), no <strong>final</strong> do ano de 1944, com o objetivo de apresentar<br />
propostas para a criação de uma futura instituição internacional no campo da<br />
educação, embrião da futura Unesco, Arthur Ramos deixa um registro claro de<br />
sua ascendência nas resoluções finais, nas quais se destacam a importância atribuída<br />
ao Manifesto dos Intelectuais Brasileiros contra o Preconceito Racial, publicado<br />
em 1935, e outras manifestações contra o racismo durante a II Guerra<br />
Mundial, capitaneadas pela Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia, da<br />
qual era presidente. Do relatório do comitê especial para oferecer subsídios à futura<br />
Organização das Nações Unidas para a Reconstrução Cultural e Educacional,<br />
constava a seguinte declaração:<br />
“Na verdade, está o comitê convencido de que ‘as desigualdades raciais e inferio -<br />
ridade biológica da mestiçagem, quando existam, são contingências ligadas a cau sas<br />
deficitárias do meio social e cultural’, como, aliás, estudos de antropólogos e sociólo -<br />
gos brasileiros sobejamente o têm demonstrado à base de dados obje tivos; e de<br />
que, por isso mesmo, em um programa de reconstrução cultural e edu cacional,<br />
no pós-guerra, tal conclusão deverá inspirar as normas e processos de ação geral,<br />
no movimento que a projetada organização tem em vista empreender.” 6<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 31<br />
31<br />
Não obstante a crença no argumento da “cooperação entre povos e etnias no<br />
Brasil”, suposta marca de distinção da sociedade brasileira (RAMOS, 1943: 179),<br />
Arthur Ramos, em seus trabalhos, colocou em evidência a violência da escravidão,<br />
sem, no entanto, coisificar o escravo. Destacou também, no período pós-abolição,<br />
as acentuadas desigualdades sociais entre brancos e negros, bem como a existência<br />
do “preconceito de cor” no Brasil. O problema da inserção dos negros na socie -<br />
dade brasileira estava presente em sua obra, ora visto como uma questão social,<br />
ora percebido como dificuldade afeita à condição de minoria nos estados do Sul.<br />
O emblemático “laboratório de civilização” parecia situar-se no ambíguo terreno<br />
dos valores, distante dos fatos sociais. 7<br />
O fim da II Guerra Mundial leva Arthur Ramos a um exercício de reflexão sobre<br />
as marcas do etnocentrismo e do racismo, ressaltando a importância da antropologia.<br />
Em 1945, Arthur Ramos escreveu o prefácio de As raças da humanidade, pequeno<br />
livro de divulgação da luta contra o racismo, elaborado pelas antropólogas<br />
Ruth Benedict e Gene Weltfish, da Universidade de Colúmbia. Os “boasianos” encontravam-se<br />
na linha de frente da luta contra o racismo desde os anos 1920.<br />
Ramos constatava que o saber antropológico viveu uma perversa combinação<br />
entre ciência e política, tendo servido a causas nada edificantes em nome “da falsa<br />
idéia da civilização-igual-a-domínio-europeu-do-mundo”. O racismo, em sua<br />
vertente nazista, parecia-lhe a última fronteira ideológico-política da racionaliza -<br />
ção do determinismo biológico.<br />
Entretanto, em face da ideologia racialista que grassava no senso comum, envolto<br />
por sistemas supostamente objetivos e fidedignos de classificação das raças,<br />
fazia-se necessário ampliar a divulgação de uma antropologia de corte boasiano,<br />
que pudesse contribuir para a superação das mazelas do racismo. Caberia aos an -<br />
tropólogos ressaltar “a universalidade das misturas (apontando para) a conclu são<br />
lógica (de) que a civilização nada tem a ver com a cor da epiderme, a forma dos<br />
cabelos ou a cor dos olhos”. 8<br />
O fim do Estado Novo e a democratização de 1945 acentuaram a convicção<br />
de Arthur Ramos no projeto de uma antropologia socialmente engajada. Sua<br />
aproximação da esquerda (especialmente do Partido Comunista do Brasil – PCB),<br />
suas aulas na Universidade do Povo, sua colaboração com o movimento negro,<br />
especialmente com o Teatro Experimental do Negro, importaram numa reelabo -<br />
ração dos afazeres antropológicos e da sua própria visão do Brasil.<br />
Nesse sentido, a conferência de Arthur Ramos por ocasião da tradicional<br />
Semana Euclidiana de São José do Rio Pardo, em agosto de 1948, um ano<br />
antes de assumir a direção do Departamento de Ciências Sociais da Unesco,<br />
intitulada Os Grandes Problemas da Antropologia Brasileira, de caráter niti-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 32<br />
32<br />
damente programático, é um momento de inflexão no pensamento de Arthur<br />
Ramos.<br />
Nesse artigo, Arthur Ramos reiterava que o Brasil era um “laboratório de civi -<br />
lização”. Entretanto, registra que só a partir da década de 1940 as ciências so ciais<br />
brasileiras haviam iniciado o seu processo de qualificação profissional para tornar<br />
realmente inteligível esse “laboratório”. 9<br />
Ramos acreditava que a institucionalização das ciências sociais em curso ofere -<br />
cia uma oportunidade singular para a superação da fase “livresca, literatóide dos<br />
estudos antropológicos sobre o índio e o negro”. A seu ver, destoando da expe -<br />
riência anterior de investigação dos cultos afro-brasileiros, conviria o estudo do<br />
passado escravocrata e suas implicações para o entendimento da situação racial<br />
brasileira, especialmente “a influência psicossociológica dos grupos dominantes,<br />
não negros, as relações de ‘raça’, os estereótipos de opiniões e atitudes, os fatores<br />
sociológicos da casta e da classe (...)”. 10<br />
Em seu Programa da an tro po logia brasileira, Arthur Ramos ressalta a impor -<br />
tância da elaboração de análises sistemáticas sobre os diversos grupos raciais e<br />
étni cos, tendo em vista o enten di mento dos processos de mu dan ça social inseridos<br />
nos diversos contextos his tóricos. Com um viés soci o lógico, ele assinala a<br />
relevância do estudo da inser ção dos indivíduos em grupos, estratos e classes sociais,<br />
pro curando a partir daí entender as desigualdades étnico-raciais . 11<br />
O público lota o auditório na palestra de Arthur Ramos durante a Semana Euclidiana. S.<br />
José do Rio Pardo, SP, agosto/1948.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 33<br />
33<br />
Em sua perspectiva, “só depois de realizadas séries inteiras de pes quisas desta ordem,<br />
poderemos nos aventurar a propor ‘interpretações’ do Brasil, ensaios de conjun -<br />
to ou planos normativos de ação, até agora reservados aos estudos impressionistas<br />
que podem ser muito interessantes, mas conduzem a generalizações apressadas e<br />
perigosas. (...) Do ponto de vista antropológico, não há uma ‘cultura’ brasileira, mas<br />
‘culturas’ que só agora começam a ser estudadas e compreendidas. Ainda é cedo,<br />
portanto, para indagarmos do ‘caráter nacional’ do seu ethos, em visões generaliza -<br />
doras que lancem mão do critério histórico ou social”. 12<br />
No <strong>final</strong> dos anos 1940, Arthur Ramos já colocava em questão a ensaística<br />
das consagradas chaves explicativas sobre o Brasil elaboradas nos anos 1920 e<br />
1930. Assim, Arthur Ramos indagava-se a respeito da existência de uma visão<br />
uníssona sobre o Brasil e, por conseguinte, questionava sua própria interpretação<br />
anterior sobre o “laboratório de civilização”, isto é, “a solução mais científica e<br />
mais humana para o problema, tão agudo entre outros povos, da mistura de raças<br />
e culturas”. 13<br />
Sem dúvida, uma das razões que motivou Arthur Ramos a aceitar o convite<br />
para assumir a direção do Departamento de Ciências Sociais da Unesco foi a possibilidade<br />
de fortalecer institucionalmente o Departamento de Ciências Sociais<br />
da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), especialmente no campo da pesquisa.<br />
Na fase de elaboração do programa de 1951 do Departamento de Ciências Sociais<br />
da Unesco, a ser aprovado na Conferência de Florença, em 1950, afirmava em<br />
carta ao então reitor da Universidade do Brasil (atual UFRJ), Pedro Calmon, que<br />
“a nossa maior oportunidade virá com a apresentação dos nossos programas à<br />
Conferência de Florença, em maio do ano próximo. Tenho grandes planos que<br />
já fiz ver ao nosso eminente amigo, ministro (Clemente) Mariani, para o estudo<br />
dos grupos não mecanizados e os problemas conseguintes da assimilação e aculturação<br />
que eles apresentam para a sua integração ao mundo moderno. Se este<br />
plano for aprovado, teremos uma possibilidade enorme de estudar nossos grupos<br />
negro e indígena em seus contatos com as culturas dominantes, dentro dos<br />
pontos de vista que tantas vezes tenho defendido em meus cursos e meus trabalhos<br />
escritos”. 14<br />
Em tempos de frágil institucionalização das ciências sociais no Rio de Janeiro,<br />
Arthur Ramos, indo além, como intelectual convencido da importância do com -<br />
pro misso social das ciências sociais, concebia sua inserção na Unesco como a possibilidade<br />
de aproximação de uma coletividade de cientistas sociais das demandas<br />
das classes subalternas na sociedade brasileira. A Unesco seria um agente catalisa -<br />
dor. A “antropologia de intervenção”, preconizada por Ramos, utilizou conceitos<br />
atualmente discutíveis, como “assimilação”, “aculturação” e “integração”. Parece<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 34<br />
que esse era o preço a ser pago por um membro da intelligentsia ao procurar exer -<br />
cer um papel missionário, condição característica do intelectual, pelo menos até<br />
os anos 1960, em países de capitalismo retardatário, como o Brasil, sob o signo<br />
das grandes desigualdades sociais.<br />
NOTAS:<br />
34<br />
1 – RAMOS, Arthur. Sciences Sociales, Programme pour 1951: Plan de Travail (Paris,<br />
1949), Coleção Arthur Ramos, I: 36, 29, 13, Seção de Manuscritos, <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />
Rio de Janeiro.<br />
2 – Carta de Arthur Ramos a Clemente Mariani (14 out. 1949). Coleção Arthur Ramos,<br />
I: 35, 17, 24 8 a , Seção de Manuscritos, <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Rio de Janeiro.<br />
3 – Carta convite de Arthur Ramos a Costa Pinto, 14 out. 1949, p. 1. In Reg. File 323.12<br />
A 102. Part I (Box Reg. 146), Arquivos da Unesco.<br />
4 – Unesco Launches Major World Campaign against Racial Discrimination. Paris: Unesco,<br />
19 jul. 1950, p. 1. In Reg. File 323.12 A 102. Part I (Box Reg. 146), Arquivos da Unesco.<br />
5 – As pesquisas foram realizadas no Norte, Nordeste e Sudeste e contaram com a participação<br />
de cientistas sociais brasileiros, franceses e norte-americanos. Sobre o Projeto<br />
Unesco, ver Os resultados das pesquisas do projeto Unesco, publicado em WAGLEY et alii<br />
(1952); AZEVEDO (1953); PINTO, L. E. C. (1953); BASTIDE, Roger, e FERNAN -<br />
DES, Florestan (1955); NOGUEIRA (1955); RIBEIRO (1956). Sobre a história do<br />
Pro jeto Unesco de relações raciais, ver MAIO, Marcos Chor, A História do Projeto Unes -<br />
co – Estudos Raciais e Ciências Sociais no Brasil, tese de doutorado, Iuperj, 1997.<br />
6 – Correio do IBECC, 1997 (1944), p. 107.<br />
7 – RAMOS, Arthur. (1938), O Espírito Associativo do Negro Brasileiro, Revista do<br />
Arquivo Municipal, XLVII: 105-126.<br />
__________. (1939), The Negro in Brazil. Washington: The Associated Publishers, Inc.<br />
__________. (1942), A aculturação negra no Brasil. São Paulo: Companhia Editora<br />
Nacional.<br />
__________. (1947), Social Pioneering. In HILL, L. (org.), Brazil. California: University<br />
of California Press.<br />
RAMOS, Arthur. (1951), The Negro. In Brazil. In SMITH, T. L. e MARCHANT, A.<br />
(orgs.), Brazil: Portrait of Half a Continent. Nova York: The Dryden Press.<br />
8 – __________. (1945), prefácio. In BENEDICT R. & WELTFISH, G., As raças da<br />
humanidade. Tradução de Édison Carneiro. Rio de Janeiro: Horizontes, pp. 5-6.<br />
9 – RAMOS, Arthur. (1948), Os Grandes Problemas da Antropologia Brasileira. Socio -<br />
l ogia, X, 4: 213.<br />
10 – Idem, pp. 214-19.<br />
11 – Idem, p. 223.<br />
12 – Idem, p. 224.<br />
13 – RAMOS, Arthur. (1943), Guerra e relações de raça. Rio de Janeiro: Departamento<br />
Editorial da União Nacional dos Estudantes, p. 179.<br />
14 – Carta de Arthur Ramos a Pedro Calmon, 13 out. 1949. In Coleção Arthur Ramos,<br />
Seção de Manuscritos, <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 35<br />
CARTAS MARCADAS: ARTHUR RAMOS<br />
E O CAMPO DAS RELA²OES RACIAIS<br />
NO FINAL DOS ANOS 1930<br />
PROLOGO<br />
Mariza Corrêa<br />
Professora do Departamento de Antropologia, IFCH/Unicamp<br />
e pesquisadora do Pagu/Núcleo de Estudos de Gênero<br />
Na década de 30 um número significativo de intelectuais baianos migrou<br />
para a capital do país, então a cidade do Rio de Janeiro, e lá insta -<br />
lou seu quartel-general para a divulgação do grupo que Arthur Ramos<br />
batizaria de “escola Nina Rodrigues”. 1 Resumidamente, a estratégia que pode ser<br />
lida ex post facto, mas que era também uma atuação refletida à época dos eventos<br />
(ver RAMOS, A. 1937), se expressou na edição ou reedição dos trabalhos<br />
de Nina Rodrigues; na divulgação dos trabalhos de intelectuais do grupo, através da<br />
<strong>Biblioteca</strong> de Divulgação Científica, da Editora Civilização Brasileira, dirigida<br />
por Ramos – o mesmo nome tivera, aliás, a coleção coordenada por Afrânio Pei -<br />
xo to, na antiga Editora Guanabara – e na ocupação de postos importantes no<br />
aparelho de estado.<br />
Alguns desses intelectuais não eram nascidos na Bahia, como o próprio Nina<br />
Rodrigues (1862-1906) e seu autoproclamado discípulo, Arthur Ramos, mas todos<br />
tinham feito carreira, ou parte dela, lá. Podemos identificar três gerações de<br />
baianos no cenário carioca: Afrânio Peixoto (1876-47), o mais antigo e mais<br />
famoso integrante do grupo, foi professor das faculdades de Medicina e de Direito,<br />
membro da Academia Brasileira de Letras, reitor da Universidade do Distrito<br />
Federal e criador e organizador do Instituto Médico-Legal que depois levaria seu<br />
nome. O educador Anísio Teixeira (1900-1971), não reclamado como parte do<br />
grupo, era, no entanto, amigo de todos os outros e ocupou o cargo equivalente<br />
ao de secretário da Educação no município, ocupado antes por Afrânio, além de<br />
ter sido conselheiro da Unesco e criador e secretário-geral da Capes.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 36<br />
Arthur Ramos (1903), durante algum tempo, foi funcionário da Secretaria<br />
de Educação, depois professor da Universidade do Distrito Federal e, em seguida,<br />
professor da Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1949 transferiu-se para Paris,<br />
para ocupar o cargo de chefe do Departamento de Ciências Sociais da Unesco, lá<br />
vindo a falecer cerca de dois meses após sua chegada. Édison Carneiro (1912-1972),<br />
também agregado à “escola” por A. Ramos, dela se desvinculou ex pli citamente<br />
em várias ocasiões. Jornalista e escritor, foi –<br />
também funcionário do SESI (Serviço Social<br />
da Indústria) e da Capes, mas sua principal<br />
atuação foi junto à Comissão Nacional do<br />
Folclore, ligada à Unesco, criada em 1947, e<br />
com a Campanha Nacional de Defesa do<br />
Folclore, de 1961 a 1964 – quando foi afasta -<br />
do pelo governo militar.<br />
A atuação conjunta desses baianos na capi -<br />
tal do país multiplicou em muito o alcance<br />
que esses intelectuais de província teriam tido<br />
se restritos ao seu estado natal, ou de adoção.<br />
Vista de hoje, ela se assemelha a uma opera -<br />
ção de guerrilha cujo objetivo parecia ser des -<br />
Édison Carneiro: o antropólogo fazia<br />
parte na Bahia, juntamente com Jorge<br />
Amado e Aydano do Couto Ferraz, de<br />
um grupo que se correspondia com Ar -<br />
thur Ramos. Esta fotografia, sem indicação<br />
do local e data, figurou ori gi nal -<br />
mente no livro A cidade das mulher es,<br />
da americana Ruth Landes, publicado<br />
em 1967 pela Editora Civilização<br />
36<br />
tronar a posição, que começava a ganhar foros<br />
de hegemonia, de Gilberto Freyre no campo<br />
de estudos que, graças a ele, ganhou este nome:<br />
tratava-se, justamente, de reivindicar a ênfase<br />
em ‘estudos sobre o negro’, por oposição a estudos<br />
sobre relações raciais. Mais do que os<br />
livros publicados nessa década, 2 a organização<br />
de dois congressos afro-brasileiros, o primeiro<br />
em Recife, em 1934, por Gilberto Freyre, e o<br />
segundo na Bahia, em 1937, por Édison<br />
Carneiro e Áydano do Couto Ferraz, serviria de vitrine para as discordâncias entre<br />
pernambucanos e baianos.<br />
Em 1933 Gilberto Freyre publicara Casa-grande senzala, recebido com muitas<br />
críticas pela intelectualidade brasileira, antes de se tornar, poucos anos depois, a<br />
“síntese da cultura brasileira”. É importante lembrar a visita de Gilberto Freyre<br />
ao Rio de Janeiro em 1926, registrada por H. Vianna (1995), e seu encontro<br />
com músicos, negros ou mulatos, representantes do samba carioca, para contextualizar<br />
a sua proposta de um Brasil mestiço. 3<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 37<br />
Carta de Edison Carneiro comunicando estar<br />
empenhado na luta pela liberdade religio -<br />
sa dos negros, através do Conselho Africano<br />
da Bahia. O remetente pede o apoio de Ra -<br />
mos à causa e informa sobre a criação de um<br />
instituto afro-brasileiro. Bahia, 19 de julho<br />
de 1937.<br />
37<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 38<br />
38<br />
Numa entrevista concedida a um jornal local, e republicada em O Estado da<br />
Bahia, Gilberto Freyre fazia críticas à organização do Congresso da Bahia:<br />
“Receio muito que vá ter todos os defeitos das coisas improvisadas. Deveria ser muito<br />
maior o prazo para os estudos, para as contribuições dos verdadeiros estudiosos. Os<br />
verdadeiros estudiosos trabalham devagar. A não ser que os organizadores do atual<br />
congresso só estejam preocupados com o lado mais pitoresco e mais artístico do assunto:<br />
as ‘rodas’ de capoeira e de samba, os toques de ‘candomblé’, etc. (..) Creio<br />
que o fato de o Congresso Afro-Brasileiro do Recife ter encarado o negro e o mestiço<br />
do negro, não como um problema de patologia bio lógica, a exemplo do que fez o<br />
próprio Nina Rodrigues – que era um convencido da absoluta inferioridade do negro<br />
e do mulato – mas como um problema prin cipalmente de desajustamento<br />
social, representa uma conquista notável para os estudos sociais brasileiros e de profunda<br />
repercussão política. Mas não me parece que os congressos afro-brasileiros<br />
devam resvalar para a apologia política ou demagógica da gente de cor.” 4<br />
A resposta de Édison Carneiro a esta crítica ficaria inédita por mais de vinte<br />
anos, ainda que estivesse implícita na apresentação do volume que reuniu os trabalhos<br />
apresentados ao II Congresso Afro-Brasileiro:<br />
“Esta ligação imediata com o povo negro, que foi a glória maior do Congresso<br />
da Bahia, deu ao certame ‘um colorido único’, como já previra Gilberto Freyre.<br />
Arthur Ramos, em carta que me escreveu sobre a entrevista ao Diário de Pernam -<br />
bu co, dizia: ‘O material daí, que [Gilberto Freyre] julga apenas pitoresco, constitui -<br />
rá justamente a parte de maior interesse científico.’ O Congresso do Recife, levando<br />
os babalorixás, com a sua música, para o palco do [teatro] Santa Isabel, pôs em<br />
cheque a pureza dos ritos africanos. O Congresso da Bahia não caiu nesse erro.<br />
Todas as ocasiões em que os congressistas tomaram contato com as coisas do negro<br />
foi no seu próprio meio de origem, nos candomblés, nas ‘rodas’ de samba e<br />
de capoeira. (..) O Congresso prestou a homenagem que devia a Nina Rodrigues –<br />
inexplicavelmente negligenciado pelo Congresso do Recife – proclamando-o o pionei -<br />
ro incontestável dos estudos sobre o negro no Brasil.” (CARNEIRO, 1964:101) 5<br />
Três elementos pareciam constituir-se, assim, nos signos de diferenciação entre<br />
baianos e pernambucanos: a primazia nesse campo de estudos, atribuída pelos<br />
primeiros ao médico Nina Rodrigues, a evidente ênfase dos baianos na atuação<br />
política e, o que foi a marca do seu trabalho nessa época, a “africanização” da<br />
Bahia, com tudo o que isso implicava – a começar pela eleição de certos centros<br />
de culto como “puros”, por oposição aos cultos “híbridos”. 6<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 39<br />
Foi nesse cenário de constituição de um campo de estudos que a relação entre<br />
gênero e raça fez seu aparecimento na história de nossa disciplina. Nesses anos,<br />
as décadas de 30 e 40, o Brasil recebeu inúmeros pesquisadores de outros países<br />
– a maioria interessada em pesquisar os nativos do país. 7 Ruth Landes foi quase<br />
uma exceção ao eleger o tema raça para sua pesquisa e foi uma exceção por se<br />
tratar de uma pesquisadora por conta própria já que, até então, as pesquisadoras<br />
que aqui chegaram eram doublés de esposas dos pesquisadores – como Dina Lévi-<br />
Strauss, Frances Herskovits, Yolanda Murphy, para lembrar algumas das poucas<br />
esposas cujos nomes a história registra. Aqui chegando, Ruth Landes seguiu o<br />
caminho habitual dos pesquisadores da época: apresentou-se a Heloísa Alberto<br />
Torres, ou d.Heloísa, como era mais comumente chamada, uma espécie de equiva -<br />
lente, para a antropologia de então, às mães-de-santo baianas sobre as quais Ruth<br />
Landes chamaria a atenção em sua pesquisa em Salvador. 8<br />
D. Heloísa era a madrinha dos estudos etnológicos no país – atuação garantida<br />
por sua posição como diretora do Museu Nacional e sua participação em<br />
vá rias agências que controlavam o acesso aos grupos indígenas do país – assim<br />
como Arthur Ramos era o padrinho dos estudos sobre o negro, tanto graças aos<br />
vínculos que mantinha com sua cidade de adoção, quanto graças aos que estabe -<br />
leceu com os baianos na capital do país.<br />
Sem o saber, Landes estava transpondo o limiar de um campo já minado por<br />
dissensões teóricas, metodológicas e políticas cujo alcance ultrapassava as fronteiras<br />
do país.<br />
A cidade das mulheres<br />
39<br />
Ruth Landes (1908-1991) ficou cerca de um ano no Brasil, de 1938 a 1939,<br />
mas os ecos de sua estada aqui continuaram a ser ouvidos durante os anos seguintes<br />
e ressoam até hoje. Seu livro, publicado em inglês em 1949 e traduzido para o<br />
português em 1967, só era conhecido dos pesquisadores interessados no estudo<br />
dos candomblés da Bahia e, assim mesmo, visto com certa complacência, dado<br />
que era apresentado como uma memória de sua estada aqui, muito mais do que<br />
como resultado de pesquisa. 9 No cenário internacional, o livro recebeu uma resenha<br />
negativa, publicada na American Anthropologist, de um dos pesquisadores<br />
mais importantes da área de relações raciais naquela época nos Estados Unidos,<br />
Melville Herskovits; no cenário brasileiro, seus resultados de pesquisa já tinham<br />
sido criticados por Arthur Ramos, mesmo antes de aparecerem em livro. Tendo<br />
trabalhado durante algum tempo na equipe coordenada por Gunnar Myrdal, na<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 40<br />
40<br />
preparação de An American Dilemma, Landes publicou vários artigos sobre a<br />
questão racial nos anos seguintes, mas foi só na década de 90, quando as antropólogas<br />
norte-americanas começaram a rever a história oficial de sua disciplina, que<br />
o livro sobre a Bahia voltou a despertar interesse, agora a partir da ótica das rela -<br />
ções entre raça e gênero. 10<br />
As análises até agora feitas a respeito da perseguição que Ruth Landes sofreu por<br />
parte de Arthur Ramos e Melville Herskovits parecem assentar-se sobre três pontos:<br />
primeiro, em sua atuação como pesquisadora, isto é, tanto pelo fato de ser uma mu -<br />
lher entrando num campo dominado por homens, quanto pela sua relação amorosa<br />
com Édison Carneiro, seu guia no mundo dos candomblés; segundo, por sua ênfase<br />
na raça, num momento em que a antropologia passava a dar ênfase à cultura,<br />
e, por último, por sua descrição, destoante das descrições canônicas, a respeito da<br />
importância que as mulheres tinham nos terreiros de candomblé. 11 Certamente todos<br />
esses pontos estiveram presentes na hostilidade que aqueles dois professores<br />
demonstraram em relação à pesquisadora, mas há ainda duas questões em geral<br />
subestimadas nessas análises que parecem merecer atenção: uma delas diz respeito à<br />
constituição do campo de estudos<br />
sobre relações raciais, a outra à<br />
cons tatação, feita por Landes, sobre<br />
a importância da presença de ho -<br />
mosse xuais no campo das religiões<br />
afro-bra sileiras. 12<br />
Ruth Landes: a antropóloga norte-americana veio<br />
ao Brasil em 1939 para estudar as religiões afrobrasileiras.<br />
A fotografia, sem indicação de local e<br />
data, foi publicada originalmente no livro de Ruth<br />
Landes, A cidade das mulheres.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
Comecemos pela segunda ques -<br />
tão, mas, de fato, como veremos,<br />
ambas estão intimamente ligadas:<br />
parece ser nos dois artigos sobre a<br />
homossexualidade nos cultos afrobaianos,<br />
que no Brasil aparecem<br />
como apêndice ao seu livro, mas<br />
que foram publicados sete anos<br />
antes, em 1940 13 – e não apenas na<br />
análise do papel representado pelas<br />
mulheres baianas nos candomblés<br />
– que a relação tex tual entre raça e<br />
gênero se explicita no trabalho de<br />
Landes. Um desses é o artigo que<br />
Ramos critica em 1942 – certa -<br />
men te tendo em mira um diálogo
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 41<br />
41<br />
internacional, isto é, com os pesquisadores estrangeiros, a maioria vindo dos<br />
Estados Uni dos, que estavam interessados no estudo da população afro-baiana e<br />
de cuja análise ele se apresentava como o guardião oficial, herdeiro e continuador<br />
de uma tradição local. 14<br />
De fato, o artigo de Arthur Ra mos se originara de um comentário seu sobre<br />
o relatório de Landes (intitulado The Ethos of the Negro in the New World) feito<br />
para a Carnegie Corporation, recebido em janeiro de 1940, através de Guy B.<br />
Johnson que pedia sua opinião sobre ele. Diz Ramos:<br />
“O resultado desses comentários críticos que enviei ao dr. Guy foi a rejeição, pela<br />
Comissão da Carnegie, do trabalho encomendado à dra.Landes. ‘Suas observações<br />
– escreveu-me poucos meses depois o dr. Johnson – vieram confirmar as minhas<br />
desconfianças relativamente à exatidão das observações feitas pela dra. Landes.<br />
No que concerne a parte do nosso estudo sobre o negro na América, estamos<br />
grandemente desapontados com o manuscrito da dra. Landes, e não temos a inten -<br />
ção de aproveitá-lo.’ Na mesma carta, previne-me o dr. Johnson sobre a possibili -<br />
dade da A. publicar um ou mais artigos baseados em suas pesquisas no Brasil.<br />
‘Quando ela o fizer – recomendou-me em conclusão –, espero que o sr. ou ou -<br />
tros estudiosos brasileiros surjam com críticas num esforço para corrigir as inexa -<br />
tidões e negligências das suas observações’.” 15<br />
Barros (1999: 107) transcreve três cartas de Landes a Ramos, encontradas em<br />
seu arquivo na <strong>Biblioteca</strong> Nacional – duas de Salvador, de setembro e outubro<br />
de 1938, e uma de New York, de dezembro de 1939 – observando que sua exis -<br />
tência desmente a observação de Ramos de que perdera o contato com Ruth<br />
Landes. A terceira carta é a que mais interessa ao contexto que venho analisando<br />
por mostrar que a reação negativa de Ramos e Herskovits a Landes foi posterior<br />
à produção desse relatório, mas anterior à publicação de seus artigos e de<br />
A cidade das mulheres. Na carta, de 27 de dezembro, Landes informa a Ramos<br />
que ele, Édison Carneiro, M. Herskovits, R. Benedict, M. Mead, O. Klineberg<br />
e R. Linton receberiam seu relatório para comentar. A carta é cordial, Landes<br />
anuncia seu próximo artigo sobre homossexualidade masculina, expressa saudades<br />
do Brasil e pergunta pelos conhecidos, inclusive pela esposa de Ramos, nada<br />
levando a supor que já tivesse visto a carta endereçada por Ramos e Herskovits<br />
a Myrdal, mencionada em seu artigo como sendo de 1939. 16 Não se conhece o<br />
teor do parecer de Herskovits ao Memorandum de Landes, nem se houve um<br />
parecer, mas uma carta dele a Ramos, de 1940, dá uma idéia de suas opiniões:<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 42<br />
42<br />
“Prezado senhor Ramos,<br />
Muito obrigado por ter me enviado seus comentários ao texto da senhorita Landes.<br />
Tive a mesma impressão quando li seu relatório que tive ao ler suas cartas, isto é,<br />
que seu material certamente deveria ser, para dizer o mínimo, objeto de um reestudo<br />
muito cuidadoso. Fico encantado com o fato de você ter escrito o que escreveu,<br />
já que tenho a impressão de que as pessoas encarregadas da Carnegie Inquiry precisam<br />
do julgamento de especialistas independentes, tais como você, para avaliar<br />
materiais deste tipo. Eles são receptivos às nossas avaliações, e precisam delas, já<br />
que o dr. Myrdal, encarregado da pesquisa, e a maioria de seus associados, são<br />
eco nomistas, estatísticos e sociólogos (no sentido em que usamos a palavra em nosso<br />
país), e têm pouca sensibilidade para os aspectos etnológicos da vida do negro.<br />
Sinceramente seu, Melville J. Herskovits” 17<br />
Tanto em seu Memorandum, como nos dois primeiros artigos publicados, ao<br />
tratar de explicar a preponderância de homossexuais nos rituais menos canônicos<br />
da Bahia – isto é, nos cultos caboclos, por oposição aos cultos nagôs – não é apenas<br />
do sexo feminino que Landes está falando, mas de um princípio de femi nilidade,<br />
requisito necessário para incorporar os deuses. De fato, a predominância de pais<br />
num subgrupo do universo religioso, no qual as mães predominavam, colocava um<br />
impasse para os dados de sua pesquisa e não é de admirar assim que, antes de escre -<br />
ver A cidade das mulheres, ela tenha tido que dar conta da cidadela dos homens.<br />
Segundo dados de Édison Carneiro, citados por ela, no subgrupo nagô havia vinte<br />
mães e apenas três pais; no subgrupo caboclo, a proporção se invertia: dez mães para<br />
34 pais-de-santo. 18 Landes não estava, é claro, tratando da questão de gênero, ainda<br />
que possamos ler essa questão na sua abordagem: no contexto da época, era das<br />
relações entre os sexos que se tratava. Assim, em seu texto os homossexuais – “dese -<br />
jam ser mulheres”, seu “estilo feminino” é estereo tipado, “dengoso” – são, enfim,<br />
uma “anomalia sexual”. A tipologia assim cons truí da está em perfeita consonância<br />
com a definição dos rituais nagô como os mais puros, e dos rituais de caboclo como<br />
produtos ‘híbridos’, sobre o que parecia haver a concordância da maioria dos pes -<br />
qui sadores das religiões africanas na época, à exceção do fato de que, ao colocar as<br />
mulheres no topo e os homens na base, Landes invertia a classificação simbólica da<br />
relação masculino/feminino da sociedade na qual esses cultos se inscreviam. Assim,<br />
o princípio feminino – não importa se parte dele corporificado em homens – é que<br />
dominaria o conjunto do campo das religiões afro-brasileiras na Bahia, com a marginalização<br />
do princípio masculino. 19<br />
Foi contra essa inversão que Arthur Ramos se manifestou no capítulo de seu<br />
livro dedicado ao trabalho de Landes: deixando de lado a retórica inicial do texto,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 43<br />
43<br />
com a qual tentava desqualificar de antemão a pesquisa que ia discutir, o ponto<br />
principal dele é repor a classificação no seu lugar. 20 Baseando-se em Herskovits,<br />
para a África, e no seu próprio trabalho, para a Bahia, exclama: “É o homem que<br />
domina a cena.” Citando Édison Carneiro como um de seus “colaboradores”,<br />
refere o livro dele sobre os negros bantos, mas insiste em que os casos de homos -<br />
sexualismo lá citados são “desvios sexuais individuais”. 21 Ramos não mencio na a<br />
distinção nagô/caboclo, que estava na base da análise de Landes, e o que é inte -<br />
ressante é que em sua crítica chama a<br />
atenção para o fato de que tudo se passava<br />
“como se os homens quisessem imitar<br />
as sacerdotisas negras, para gozarem das<br />
suas prerrogativas”, parecendo concordar<br />
com ela em que era a mimetização das<br />
mães, feita pelos pais, o principal ponto<br />
de sua recusa à análise de Landes. 22<br />
A inversão da relação entre o princípio<br />
masculino e o princípio feminino ope rada<br />
no livro de Landes recobre, de fato, uma<br />
série de outras inversões mais sutis, parte<br />
dessa história – como a ameaça que poderia<br />
representar o aparecimento de uma pes -<br />
quisadora cujo trabalho parecia mais em<br />
consonância com o do “pai” dos estudos de<br />
relações raciais do que o do seu auto proclamado<br />
discípulo dileto. Isto é, que ao reler<br />
a obra de Nina Rodrigues de uma pers -<br />
pectiva freudiana, Ramos aban donou a homologia<br />
implícita entre o ‘primitivo’ e o ‘<br />
matriarcado’, enfatizan do a passagem de seu<br />
objeto de estudo para um ‘estágio’ mais<br />
avançado na evo lução humana. Para ele,<br />
“nos mitos negros de origem nagô já surgem<br />
os conflitos derivados da situação edipiana,<br />
e o feiticeiro “é a imago do Pai primi tivo”.<br />
(RAMOS,1934: 214/296)<br />
E expressa, também, outra inversão<br />
im portante, tanto nas relações sociais mais<br />
amplas da sociedade brasileira, como nas<br />
Arthur Ramos registrava comportamentos<br />
considerados anormais ou discrepantes: em<br />
debate com Ruth Landes, sustentou que os<br />
homossexuais não dominavam os candom -<br />
blés baianos. As fotos, feitas na Bahia e de<br />
autor desconhecido, são de 1929-31.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 44<br />
44<br />
relações internas ao campo de estudos que se estava constituindo na época. Arthur<br />
Ramos tinha iniciado suas pesquisas a res peito da situação do negro no país como<br />
médico psicanalista e depois derivara para as ciências sociais. Como conseqüência,<br />
seus primeiros estudos empíricos são estudos psicológicos e seus estudos subse -<br />
qüen tes são estudos históricos, nos quais compila estudos anteriores ou realizados<br />
por outros. O trabalho de campo era um componente pequeno em sua baga gem<br />
de pesquisa. 23 Por sua situação privile giada no Rio de Janeiro, no interior de uma<br />
rede de relações que atava o traba lho intelectual ao trabalho político, obteve uma<br />
posição também privilegiada como interlocutor com os estrangeiros que para<br />
aqui vinham fazer pesquisas, seus livros foram traduzidos para o inglês, e ele terminou<br />
sua carreira como alto funcionário da Unesco.<br />
Édison Carneiro tinha iniciado sua carreira como jornalista e escritor freelancer,<br />
devendo a Arthur Ramos a publicação de suas primeiras obras a respeito<br />
da situação do negro na Bahia. Nunca obteve qualquer posição na universidade,<br />
seu trabalho mais importante tendo-se desenrolado no âmbito dos grupos de<br />
estu dos folclóricos no país. A correspondência trocada entre ambos, pouco antes<br />
de E. Carneiro se transferir para o Rio de Janeiro, mostra uma assimetria na relação:<br />
o jovem mulato baiano procurando o apoio do professor de medicina,<br />
branco, já consagrado. Sua produção, no entanto, parecia ser importante para o<br />
professor, na medida em que trazia dados etnográficos dos quais a obra daquele<br />
não dispunha, mantendo também acesa a atuação política regional e, nela, a im -<br />
por tância do nome de Ramos para essa atuação. Em duas ocasiões essa assimetria<br />
tornou-se patente: quando Ramos criticou, numa resenha, um livro publicado<br />
pelo pai de Édison Carneiro e quando Carneiro pretendeu ocupar o lugar que<br />
Arthur Ramos deixara vago na Faculdade Nacional de Filosofia. 24<br />
Tal assimetria parecia ameaçada pela parceria intelectual e amorosa estabelecida<br />
entre Édison Carneiro e Ruth Landes. A despeito de ser mulher, Landes era<br />
uma pesquisadora norte-americana que contava com o apoio da Universidade de<br />
Colúmbia e que, retornando a New York, estaria fora do círculo de relações nos<br />
quais a palavra de Arthur Ramos tinha peso. No Brasil, sua primeira fonte de<br />
apoio tinha sido d. Heloísa, diretora do Museu Nacional, interlocutora da Univer -<br />
sidade Colúmbia na promoção da vinda de pesquisadores americanos ao país e<br />
que se constituía no primeiro pólo do desenvolvimento da antropologia no Brasil;<br />
o segundo, sendo a cadeira de antropologia e etnologia da Faculdade Nacional<br />
de Filosofia, criada em 1939, sob a responsabilidade de Ramos. Vale a pena obser -<br />
var que, sob a orientação de d. Heloísa, tanto as pesquisas feitas por pesquisadores<br />
nacionais, quanto aquelas levadas a efeito pelos pesquisadores que vinham de<br />
Colúmbia, eram pesquisas que diziam respeito às sociedades indígenas – a pesquisa<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 45<br />
45<br />
de Ruth Landes tendo sido uma exceção. Por outro lado, a maioria das pesquisas<br />
ligadas à cadeira de Arthur Ramos eram pesquisas a respeito da situação do negro<br />
no país. 25 O fato de que cada um deles tenha tentado a sorte no terreno do<br />
outro parece mostrar que ambos concordavam em que esses eram os dois aspectos<br />
mais importantes da antropologia no país, na época – os estudos indígenas e<br />
os estudos sobre o negro. 26<br />
Grupo de “noviches” ao lado da “nochê” Andreza Maria. Festa de pagamento (culto minagêge).<br />
São Luís (MA), s.d.<br />
O campo estava, assim, disposto para o conflito entre Ruth Landes e Arthur<br />
Ramos: o que Édison Carneiro chamou de “orgulho e vaidade” de Ramos era,<br />
de fato, uma ferrenha defesa dos limites de fronteiras sociais, disciplinares e, nela,<br />
de um campo de estudos específico. 27<br />
Quanto a Melville Herskovits (1895-1963), ele representava, no campo norteamericano,<br />
o que Arthur Ramos representava no campo brasileiro dos estudos<br />
raciais e, como vimos, estava pessoalmente interessado na orientação da pesquisa<br />
coordenada por Gunnar Myrdal. 28 A oposição de Landes à posição de Herskovits<br />
é paradigmática – ao passo que ele lutava para impor sua visão da influência de<br />
sobrevivências africanas nas comunidades de negros americanos, Landes mostrava<br />
em seu livro que as relações sociais baianas eram uma adaptação local de tais<br />
tradições, ponto defendido também por Donald Pierson, primeiro pesquisador<br />
dessa leva de estudiosos norte-americanos sobre a questão racial. 29 Seu debate<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 46<br />
46<br />
com Frazier, aliás o único pesquisador norte-americano negro a ter feito parte do<br />
grupo que veio ao Brasil na época (e, não por acaso, o único dos pesquisadores<br />
sobre a situação do negro brasileiro que não se tornou ogã de nenhum terreiro<br />
na Bahia), já sugeria essa separação de perspectivas. Sugeria também que a disputa<br />
em andamento no cenário norte-americano estendia-se ao Brasil: ao escre -<br />
ver The Negro Family in Bahia, Brazil, Frazier citava os estudiosos brasileiros<br />
“canônicos” (Nina Rodrigues, Arthur Ramos, Gilberto Freyre, Édison Carneiro),<br />
mas dizia que apenas dois norte-americanos haviam contribuído para esses estudos:<br />
Donald Pierson e Ruth Landes. Recolocando o ponto principal da pesquisa<br />
de Landes [“A vasta maioria das sacerdotisas nagô são mulheres porque, conforme<br />
a tradição, apenas elas são elegíveis para aprestar serviço às divindades africanas.”],<br />
ele reforça também outro ponto da pesquisa dela: “O candomblé, no entanto, não<br />
é apenas um centro de culto e de festas religiosas; é também o centro da vida social<br />
da vizinhança na qual está localizado.” 30 Infelizmente, esta linha de análise não foi<br />
desenvolvida por nenhum dos pesquisadores posteriores, que preferiram deter-se na<br />
influência ou não de “traços” africanos na cultura familiar dos negros brasileiros. 31<br />
Em seu comentário, publicado no número seguinte da revista, Herskovits não<br />
apenas discorda da posição geral de Frazier – num tom, aliás, em tudo semelhan -<br />
te ao da resenha do livro de Landes, também aí enfatizando as falhas “meto doló -<br />
gicas”, isto é, a ausência de conhecimento sobre as origens africanas da pesquisa<br />
– como explicita que estivera na Bahia no ano anterior e pôde assim identificar<br />
uma das personagens mencionada por Frazier, uma moça órfã que vivia com primos.<br />
O exemplo escolhido torna-se, então, o “caso” do debate. Diz Herskovits:<br />
“Numa cidade do tamanho da Bahia, não é difícil reconhecer descrições de indivíduos,<br />
ainda que eles sejam tratados anonimamente. (...) Se existe outra família<br />
na Ba hia que, superficialmente, seja mais aculturada à maneira européia de vida<br />
e, ao mes mo tempo, mais devotada às práticas africanas de culto, seria difícil encontrá-la.”<br />
32<br />
E prossegue, acrescentando dados às informações de Frazier que mostrariam a<br />
importância das sobrevivências africanas no caso da moça. Em sua resposta, começando<br />
por dizer que estava pouco preocupado com a existência de sobrevivências africanas,<br />
nos Estados Unidos ou no Brasil, Frazier retoma o exemplo da moça:<br />
“O professor Herskovits acredita ter identificado a moça cuja genealogia apresentei<br />
em meu artigo e contradiz minha afirmação de que ela conhecia apenas<br />
algu mas palavras africanas, que havia aprendido no candomblé. Depois de voltar<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 47<br />
47<br />
às minhas notas, descobri que ele não identificara a moça, embora eu tenha re -<br />
gis tro da moça que ele menciona.”<br />
E continua, depois de citar o parágrafo acima sobre a aculturação superficial<br />
da família, contradizendo a descrição de Herskovits:<br />
“Visitei essa família quase todos os dias e vim a conhecer seus integrantes muito<br />
bem. Sabia a respeito dos altares que ‘eram cuidadosamente escondidos dos visi -<br />
tantes’. Sabia também que a ‘esposa’, que tem sangue misto, foi originalmente<br />
possuída por um deus indígena e que as pessoas diziam que ela era louca; mas<br />
que seu ‘marido’, quando a convidou a viver ‘maritalmente’ com ele, a convenceu<br />
de que havia sido um deus africano [que a possuíra]. Além disso, seu marido, que<br />
é negro e nada sabe sobre seus pais, não recebeu seu conhecimento sobre a tradição<br />
e as habilidades africanas dos pais. Esses e outros fatos que citei foram conferidos<br />
com os dados da dra. Ruth Landes, que passou mais de um ano no Brasil e que<br />
tinha um íntimo conhecimento dessa família.”<br />
Citei longamente esse exemplo porque creio que, além de evidenciar a dispu -<br />
ta em torno de objetos de pesquisa – a julgar pela historieta, eram poucos e bem<br />
conhecidos –, ele mostra não só como o “caso” brasileiro começava a ser crucial<br />
para a disputa de orientações teóricas que se travava no campo norte-americano,<br />
mas também quais eram as afinidades de Landes nesse campo. Creio que essas<br />
afinidades, explicitadas também por seus casos de amor com negros, primeiro na<br />
Universidade de Fisk, depois na Bahia, merecem mais atenção como parte da ex -<br />
pli cação de seu longo período de desemprego do que o ataque por parte de Ramos<br />
e de Herskovists. Isto é, que Landes foi “racializada”, como dizia Fanon (1974),<br />
no contexto da antropologia americana da época, e que sua trajetória se aproxima,<br />
assim, muito mais da de Zora Neale Hurston do que da de suas outras colegas,<br />
brancas, herdeiras da tradição boasiana. 33 Que os ataques, velados ou não,<br />
de Ramos e Herskovits contribuíram para isso, não resta dúvida – e Landes era<br />
agudamente consciente disso, mas o contexto norte-americano dessa história não<br />
pode ser minimizado. 34<br />
A posição de Herskovits no campo de estudos afro-americanos, apesar de in -<br />
fluen te, não era dominante: a Carnegie Corporation chegou a considerar seu<br />
nome para fazer a pesquisa que redundaria em The American Dilemma, mas, com<br />
a escolha de Myrdal para chefiar a equipe, a ele foi destinada a tarefa de escre ver<br />
um relatório a respeito da influência africana sobre os negros americanos – o que<br />
redundou no The Myth of the Negro Past (1941). Ao fazer a resenha deste livro,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 48<br />
48<br />
Frazier se perguntava se, ao dizer que “o problema do negro é psicológico – que<br />
pa drões africanos de pensar impedem a aculturação completa do negro – tanto<br />
quanto econômico e sociológico, não está ele dizendo que existem barreiras ainda<br />
mais fundamentais entre os brancos e os negros do que as que são geralmente<br />
reconhecidas?” Crítica que poderia ter sido feita a Arthur Ramos em 1934. A recepção<br />
ao livro, por boa parte dos estudiosos da questão, parece ter deixado<br />
Herskovits numa posição isolada e, quando Arthur Ramos começou a planejar<br />
o que seria a influente pesquisa da Unesco sobre relações raciais no Brasil, foi<br />
Frazier, e não Herskovits, o convidado para a primeira reunião preparatória, em<br />
1949, o que talvez sinalize uma mudança de rumo na orientação de Ramos. 35<br />
Fosse como fosse, a reviravolta tinha começado: ainda que seu livro tenha sido<br />
posterior ao fenômeno Carmen Miranda, do qual, aliás, ela foi testemunha nos<br />
Estados Unidos, Ruth Landes foi a primeira pesquisadora a, explicitamente, fe -<br />
mi nizar os cultos afro-brasileiros. A baiana, é claro, não foi criação sua, mas a<br />
revolta que essa explicitação causou em alguns círculos brasileiros sugere que,<br />
antes de se transformar em símbolo, ela era uma realidade intratável. Quando o<br />
livro de Landes foi <strong>final</strong>mente publicado no Brasil, mais de vinte anos depois da<br />
pesquisa, a figura da capa era uma baiana já estilizada e inteiramente incorporada<br />
à iconografia nacional: a escolha do capista parecia óbvia, obviedade da qual<br />
só escapamos recorrendo à história de sua constituição em símbolo.<br />
Arthur Ramos morreu no mesmo ano daquela reunião, em Paris. No ano se -<br />
guinte, no I Congresso do Negro Brasileiro, os “cientistas”, como os chamou<br />
Abdias do Nascimento, se desvinculariam explicitamente dos rumos que o movi -<br />
men to negro no Brasil estava tomando – rumos que eles mesmos haviam ajudado<br />
a definir, na década anterior – e dois deles, ambos estreitamente vinculados<br />
a Ramos, Édison Carneiro e Luiz Aguiar da Costa Pinto, poderiam ser tomados<br />
como signos de uma mudança de direção no campo de estudos das relações ra -<br />
ciais no Brasil. Costa Pinto, aluno dileto de Arthur Ramos, produziria, no contex -<br />
to da pesquisa da Unesco, o que talvez tenha sido o último livro com um título<br />
essencialista – O negro no Rio de Janeiro –, mas cujo conteúdo, no entanto, sinali -<br />
zava um novo ciclo de pesquisas sobre as relações raciais no país. Pela mesma<br />
época, Édison Carneiro, como observou Vilhena, transplantou a estratégia de<br />
“oficialização dos grupos populares como recurso para sua proteção” do traba lho<br />
com os grupos afro-brasileiros na Bahia para o trabalho com os folguedos popu -<br />
lares e as escolas de samba cariocas. (Vilhena, 1997:281)<br />
As carreiras de Arthur Ramos e de Édison Carneiro, comparadas, mostram<br />
uma singular semelhança. Ambos percorreram, em poucos anos, um longo cami -<br />
nho desde sua saída da Bahia na década de trinta; ambos, com o respaldo do<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 49<br />
49<br />
mesmo organismo internacional, a Unesco, se empenharam numa luta semelhan -<br />
te para transformar relações, primeiro percebidas em nível local, num questiona -<br />
mento, num caso, internacional, no outro nacional, com alcance mais amplo.<br />
E, embora tenham estado em campos opostos numa disputa específica, um<br />
na defesa, outro no ataque ao trabalho de Landes, é como se esse mesmo traba -<br />
lho, e o debate sobre ele, tivessem começado a sinalizar uma crítica ao essencialis -<br />
mo de raça (ainda que não de gênero, não obstante as retomadas de seu trabalho<br />
dessa ótica mais tarde), primeiro enfatizado em seus trabalhos e do qual ambos<br />
tiveram enorme dificuldade em se desvencilhar nos anos seguintes, não o conseguindo<br />
senão de forma retórica.<br />
Mas certamente não foi por acaso que ao seu aliado (Herskovits) na questão<br />
Landes, Ramos tenha preferido seu crítico (Frazier) para iniciar uma discussão cujo<br />
desfecho, infelizmente, não pôde acompanhar. Como não terá sido por acaso que<br />
Carneiro denunciava, em 1950, os congressos que promovera em sua ju ven tude,<br />
como “estação dos espetáculos do negro”, declarando essa fase definitivamente<br />
encerrada no ano do I Congresso do Negro Brasileiro. Parecia, assim, encerrada<br />
uma fase desses estudos no país, com ênfase nos africanismos como exotismos ou<br />
sobrevivências, e parecia abrir-se uma fase de atuação política, agora com ênfase<br />
na negritude como política, de origem africana, e que ainda está por ser analisada.<br />
36 Observando a racialização a que, ironicamente, esta proposta conduzia o<br />
movimento negro no <strong>final</strong> dos anos cinqüenta, Fanon dirá:<br />
“Os intelectuais africanos que lutam ainda em nome da cultura negro-africana,<br />
que multiplicaram seus congressos em nome da unidade dessa cultura, devem-se<br />
dar conta de que sua atividade se reduz hoje a confrontar fragmentos ou a comparar<br />
sarcófagos.” (1974:163)<br />
A partir daí, o campo de estudos constituído naquela época porá sua ênfase<br />
sobre relações raciais, como queria Gilberto Freyre, e se (re)constituirá de maneira<br />
independente, ainda que referido a ele, o campo de lutas pelos direitos dos negros,<br />
e ambos os campos manterão, desde então, uma relação tensa e ambígua.<br />
Tal relação parece ter-se expressado, exemplarmente, na disputa em que Arthur<br />
Ramos e Ruth Landes se envolveram, em 1940, e no amplo espectro de atores<br />
presentes na constituição desse campo que ela permite evocar, mas, ironicamente,<br />
visto de hoje, o trabalho de ambos parece mais próximo do que deixaria supor<br />
aquela disputa.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 50<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
50<br />
AZEREDO, Paulo Roberto. Antropólogos e pioneiros: a história da Sociedade Brasileira de<br />
Antropologia e Etnologia, São Paulo: FFLCH/USP, 1986.<br />
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil, São Paulo: Livraria Pioneira<br />
Editora/EDUSP,1971.<br />
BARROS, Luitgarde O. Cavalcante. Arthur Ramos e as dinâmicas sociais de seu tempo,<br />
pós-doutorado, Campinas: Unicamp,1999.<br />
CARNEIRO, Édison. Religiões negras, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,<br />
1936.<br />
_______ Negros bantos, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1937.<br />
_______ Candomblés da Bahia, publicações do Museu do Estado, nº 8: Secretaria de<br />
Educação e Saúde da Bahia, 1948.<br />
_______ Ladinos e crioulos – estudos sobre o negro no Brasil, Rio de Janeiro: Editora Civi -<br />
lização Brasileira, 1964.<br />
COLE, Sally. Introduction – Ruth Landes in Brazil: Writing, Race and Gender in 1930s<br />
American Anthropology, em Landes, Ruth, The City of Women, Albuquerque: University<br />
of New Mexico Press, 1995.<br />
_______ Ruth Landes and the Early Ethnography of Race and Gender em Behar, Ruth e<br />
Deborah A. Gordon (eds.), Women Writing Culture, Berkeley and Los Angeles:<br />
University of California Press, 1995.<br />
CORRÊA, Mariza. Traficantes do Excêntrico. Os Antropólogos no Brasil dos Anos 30<br />
aos Anos 60, Revista Brasileira de Ciências Sociais 6 (3), 79-98, 1988.<br />
_______ D. Heloísa e a Pesquisa de Campo, Revista de Antropologia 40 (1), 11-54, 1997.<br />
CORRÊA,Mariza. As ilusões da liberdade: a escola Nina Rodrigues e a antropologia no<br />
Brasil, Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 1998.<br />
DANTAS, Beatriz Góis. Vovó nagô e papai branco: usos e abusos da África no Brasil, Rio<br />
de Janeiro: Graal, 1988.<br />
FANON, Frantz, 1974 [1961], Les damnés de la terre, Paris: François Maspero, 1974<br />
[1961].<br />
FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da<br />
economia patriarcal, Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora S.A., 1933.<br />
FRY, Peter. Para inglês ver: identidade e política na cultura brasileira, Rio de Janeiro: Zahar<br />
Editores, 1982.<br />
GOMES, Tiago de Melo. Lenço no Pescoço, dissertação de mestrado em História,<br />
Campinas: Unicamp, 1998.<br />
GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. Coleções e expedições vigiadas: os etnólogos no Conselho<br />
de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas no Brasil, São Paulo: Editora<br />
Hucitec/ANPOCS, 1998.<br />
HEALEY, Mark. Os desencontros da tradição em Cidade das Mulheres: raça e gênero na<br />
etnografia de Ruth Landes, Cadernos Pagu (6/7), 153-200, 1966.<br />
HERNÁNDEZ, Graciela. Multiple Subjectivities and Strategic Positionality: Zora Nearle<br />
Hurston’s Experimental Ethnographies, em Behar, Ruth e Deborah A.Gordon (eds.), Women<br />
Writing Culture, Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1995.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 51<br />
51<br />
JACKSON, Walter. Melville Herskovits and the Search for Afro-American Culture;<br />
Malinowski, Rivers, Benedict and Others – Essays on Culture and Personality, George<br />
Stocking Jr., Madison: The University of Wisconsin Press, 1986.<br />
LANDES, Ruth. A cidade das mulheres, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,<br />
1967 [1947].<br />
_______ A Women Anthropologist in Brazil, em Cole, Peggy; Women in the Field: Anthropological<br />
Experiences: Berkeley: University of California Press, 1986 [1970].<br />
MAIO, Marcos Chor. A História do Projeto Unesco: Estudos Raciais e Ciências Sociais<br />
no Brasil, tese de doutorado, Rio de Janeiro: IUPERJ, 1997.<br />
_______ Tempo controverso: Gilberto Freyre e o Projeto Unesco: Tempo Social/Revista<br />
de Sociologia da USP 11 (1), 1999.<br />
MASSI, Fernanda. Franceses e norte-americanos nas ciências sociais brasileira (1930-1960),<br />
História das ciências sociais no Brasil, vol. 1, org. de Sergio Miceli, São Paulo:<br />
Vértice/IDESP, 1989.<br />
MÉTRAUX, Alfred. Itinéraires 1 - carnets de notes et journaux de voyage, Paris: Payot, 1978.<br />
NASCIMENTO, Abdias do. O negro revoltado, Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,<br />
1982 [1968].<br />
OLIVEIRA, Waldir Freitas e Vivaldo da Costa Lima (orgs.), Cartas de Édson Carneiro a<br />
Artur Ramos, São Paulo: Editora Corrupio, 1987.<br />
PONTES, Heloísa. Retratos do Brasil: editores, editoras e “coleções brasiliana” nas décadas<br />
de 30, 40 e 50, História das ciências sociais no Brasil,vol.1, org, Sergio Miceli, São<br />
Paulo: Vértice/IDESP, 1989.<br />
QUERINO, Manoel. Costumes africanos no Brasil (organizado por A. Ramos), Rio de<br />
Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1938.<br />
RAMOS, Artur. O negro brasileiro: etnografia religiosa e psicanálise, Rio de Janeiro: Editora<br />
Civilização Brasileira, 1934.<br />
_______ O folclore negro do Brasil, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1935.<br />
_______ As culturas negras no Novo Mundo, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,<br />
1937.<br />
_______ Loucura e crime, Porto Alegre: Livraria do Globo, 1937.<br />
RODRIGUES, Raimundo Nina. Os africanos no Brasil, São Paulo: Companhia Editora<br />
Nacional, 1932.<br />
_______ O alienado no direito civil brasileiro, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,<br />
1933.<br />
RODRIGUES, Raimundo Nina. O animismo fetichista dos negros baianos, Rio de Janeiro:<br />
Editora Civilização Brasileira, 1935.<br />
RODRIGUES, Raimundo Nina. Coletividades anormais (organizado por A. Ramos),<br />
Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira ,1939.<br />
SLENES, Robert. Na senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família<br />
escrava. Brasil Sudeste, século XIX, Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.<br />
STOLCKE, Verena. UNESCO’s Statement on Race: an Ethic of Universal Brotherhood?,<br />
Barcelona: Mimeo, 1995.<br />
TAUSSIG, Michael. Mimesis and Alterity: a Particular History of the Senses, New York:<br />
Routledge, 1993.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 52<br />
UNESCO. Le racisme devant la science, Paris: Unesco, 1973 [1960].<br />
VILHENA, Luís Rodolfo. Projeto e missão: o movimento folclórico brasileiro (1947-1964),<br />
Rio de Janeiro: Funarte/<strong>Fundação</strong> Getúlio Vargas, 1997.<br />
WAGLEY, Charles. Lágrimas de boas-vindas: os índios tapirapé do Brasil Central, Belo<br />
Horizonte, Itatiaia/São Paulo: Edusp, 1988 [1977].<br />
NOTAS:<br />
52<br />
1 – Outros intelectuais baianos, não ligados à ‘escola’, mas vinculados ao grupo por laços<br />
de amizade, também para lá se transferiram nessa década: Péricles Madureira de Pinho,<br />
Álvaro Dória e Armando de Campos, médicos e jornalistas que também ocuparam postos<br />
importantes nas instituições da capital.<br />
Sobre o grupo, pode-se ler mais em CORRÊA, M., 1998.<br />
2 – Lembro, sem pretensão de esgotar a lista: Os africanos no Brasil, de Nina Rodrigues<br />
(1932); Casa-grande senzala, de Gilberto Freyre (1933); O alienado no direito civil brasileiro,<br />
de Nina Rodrigues (1933); O negro brasileiro, de Arthur Ramos (1934); O animismo<br />
fe ti c hista dos negros baianos, de Nina Rodrigues (1935); O folclore negro do Brasil, de Ar -<br />
thur Ramos (1935); Religiões negras , de Édison Carneiro (1936); As culturas negras no<br />
novo mundo, de Arthur Ramos (1937); Negros bantos, de Édison Carneiro (1937); Costumes<br />
africanos no Brasil, de Manuel Querino, organizado por A.Ramos (1938); The Negro in<br />
Brazil, de A. Ramos (1939); Coletividades anormais, de Nina Rodrigues, organizado por<br />
A. Ramos (1939); além dos três volumes sobre os primeiros Congressos afro-brasileiros,<br />
dois volumes sobre o Congresso de Pernambuco, em 1935 e 1937 e, em 1940, um volu -<br />
me sobre o Congresso na Bahia. Todos esses livros – e a lista tem muitas lacunas – foram<br />
publicados pelas coleções dirigidas por Afrânio Peixoto ou por Arthur Ramos, com exce -<br />
ção de Casa-grande senzala. Vale lembrar que, na mesma década, Gilberto Freyre dirigia<br />
a Coleção Documentos Brasileiros (1936-1939), da Editora José Olympio, lá tendo pu -<br />
bli cado três de seus livros até o <strong>final</strong> da década – e mais dez até 1960.<br />
3 – Ver a análise de GOMES, Tiago de Melo, 1998 – especialmente o capítulo 2 – sobre a<br />
forte presença de mulatos e portugueses na cena brasileira, no teatro de revista carioca<br />
no início do século, em encenações que prefiguravam as análises de Freyre.<br />
4 – Entrevista transcrita em OLIVEIRA, Waldir Freitas e LIMA, Vivaldo da C. (orgs).,<br />
1987.<br />
5 – Essa coletânea reúne artigos publicados em jornais, ou apresentados em conferências,<br />
e inéditos: este texto traz a data de 1940 e a anotação “inédito”. Chama a atenção que a<br />
data é a mesma da publicação da coletânea com os trabalhos apresentados ao II Congresso.<br />
Em 1953, na I Reunião Brasileira de Antropologia, Édison Carneiro dizia que os Congressos<br />
inauguraram “a estação de espetáculos do negro” ao apresentá-lo, ele que já era “um velho<br />
cidadão brasileiro”, como “um estrangeiro” e, considerando esta fase como definitivamente<br />
encerrada, insistia numa linha de pesquisa que levasse em conta os processos atuais (ênfase<br />
do autor) das relações raciais .(Cit., p. 115; texto também inédito.)<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 53<br />
53<br />
6 – Sobre a ênfase na política, observe-se que uma das conseqüências do II Congresso<br />
foi a criação, no mesmo ano de 1937, da União das Seitas Afro-Brasileiras, em grande<br />
medida graças à atuação de Édison Carneiro. Numa carta daquele ano, ele dizia a Arthur<br />
Ramos: “Estou vendo se consigo a liberdade religiosa dos negros.” (Em OLIVEIRA, W.F<br />
e LIMA, V. da C., 1987:152), liberdade que, no entanto, só foi juridicamente estabelecida<br />
por um decreto do governador do estado no ano de 1976. Além de ser perseguido<br />
como ‘comunista’, perseguição que persistiu até a época do golpe militar de 1964 (ver<br />
VILHENA, 1997), Édison Carneiro era irmão do jornalista e advogado, depois senador,<br />
Nelson Carneiro, inimigo declarado do então governador da Bahia, Juracy Magalhães.<br />
Ao longo de sua vida Édison Carneiro abrandaria sua posição política ao ponto de ter<br />
tido um desentendimento com um dos organizadores (além dele, Guerreiro Ramos e<br />
Abdias do Nascimento) do I Congresso do Negro Brasileiro, no Rio, em 1950. No que<br />
Abdias do Nascimento chamou de “Declaração dos ‘cientistas’ ”, Carneiro, Guerreiro<br />
Ra mos, Costa Pinto e Darci Ribeiro, entre outros, repudiavam “o acirramento de ódios<br />
e rivalidades injustificáveis entre os homens, com o ressurgimento do racismo” e afirmavam<br />
que embora o negro brasileiro “ainda conserve reminiscências africanas em certas<br />
atitudes sociais, já constitui um ser fundamentalmente brasileiro, parte da cultura nacional<br />
do Brasil”. ( NASCIMENTO, 1982:399) Sobre a ênfase na ‘africanização’ dos<br />
cultos afro-brasileiros, ver o excelente trabalho de DANTAS, 1988.<br />
7 – Dois pesquisadores que se tornariam bem conhecidos na disciplina, Claude Lévi-<br />
Strauss e Charles Wagley, estavam aqui, na mesma época em que Landes esteve, para estudar<br />
os índios do país.<br />
Sobre os pesquisadores estrangeiros, ver MASSI, F. 1989. Entre os franceses, a exceção<br />
era Roger Bastide; entre os norte-americanos, os poucos que se interessaram pela análise<br />
das relações raciais no período analisado foram para a Bahia ( F. Frazier, D. Pierson, M.<br />
Herskovits). Só mais tarde, na década de 50, com o convênio entre o Estado da Bahia<br />
e a Universidade de Columbia, sob a direção de Thales de Azevedo e Charles Wagley, é<br />
que os estudos sobre relações raciais na Bahia envolverão um número grande de<br />
pesquisadores – e, ainda assim, creio que menor do que os pesquisadores que para cá<br />
vieram estudar os grupos indígenas, como, por exemplo, os envolvidos no projeto Harvard-<br />
Brasil Central, coordenado por Roberto Cardoso de Oliveira e David Maybury-Lewis,<br />
a partir do Museu Nacional.<br />
8 – Ver a descrição de WAGLEY, Charles (1977), contemporâneo de Landes no Brasil,<br />
sobre o papel de guia exercido por D. Heloísa para ajudar os pesquisadores estrangeiros<br />
no país. Eduardo Galvão, um dos pesquisadores brasileiros que ela encaminhou para ser<br />
treinado por Wagley, referia-se a ela como mãe.<br />
9 – Em sua análise do Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas<br />
no Brasil, Grupioni cita uma notícia de jornal em que se anunciava que Landes ia “pesqui -<br />
sar os índios nas tabas” e estranha o modo como o conselho lhe concedeu a licença de<br />
pesquisa: no “documento impresso estão riscados os campos ‘para exploração da região’<br />
e ‘fazer pesquisas’, que foram substituídos, respectivamente, por ‘visitar’ e ‘fazer exclusivamente<br />
estudos sociológicos’.” (GRUPIONI, 1998:79) O livro de Landes teve uma segunda<br />
edição, em 2002, pela Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.<br />
10 – Seria um longo desvio acompanhar a ‘fortuna crítica’ do livro na sua íntegra:para<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 54<br />
54<br />
a história completa ver HEALEY, M., 1996. É interessante observar, no entanto, que<br />
embora a primeira análise de sua pesquisa sob esta ótica tenha partido da própria Ruth<br />
Landes (em GOLDE, P., 1970), esta passou quase despercebida até sua ‘recuperação’,<br />
no <strong>final</strong> dos anos 80 pelas antropólogas feministas. Aqui, estou menos interessada na<br />
possibilidade de recuperar a relação entre raça e gênero na Bahia dos anos trinta e mais<br />
interessada em entender como essa relação foi importante na história da antropologia<br />
brasileira.<br />
11 – No mundo mais sofisticado de New York, essa primeira razão podia parecer ridícula:<br />
Landes relembra que G. Myrdal mostrou-lhe, no <strong>final</strong> de 1939, uma ‘volumosa’ carta<br />
que A.Ramos e M. Herskovits lhe haviam escrito sobre ela, “ridicularizando sua obsessão<br />
a respeito de meu alegado erotismo e incompetência profissional”. Mas ela mesma resu -<br />
miria a sua situação, quase 30 anos depois, na frase que seu marido latino-americano<br />
ouvira anos antes de conhecê-la: “uma mulher se metendo em assuntos de homens” (Lan -<br />
des em GOLDE: 129;124). No Brasil, no entanto, tais comentários pareciam ter outro<br />
peso: Édison Carneiro registrou num artigo que, ao avisar Arthur Ramos de que ia criticar<br />
suas observações negativas a respeito do trabalho de Landes, na resenha que preparava<br />
sobre A aculturação negra no Brasil (1942), este respondeu: “Não o faça, senão eu publi -<br />
co coisa muito pior.” Carneiro só viria a publicar suas críticas a Ramos 15 anos após a<br />
morte dele (CARNEIRO, 1964:227). O silêncio de Carneiro durante todos esses anos<br />
corrobora a avaliação de Cole de que vários níveis de assimetria estavam em jogo nesta<br />
história: aqui é a deferência do jornalista, mulato e mais jovem, pelo especialista branco<br />
e mais velho que parece ter preponderado.<br />
12 – É curioso que o próprio Arthur. Ramos chamara a atenção para o fenômeno da homossexualidade<br />
nos candomblés de caboclo, num livro que Landes pode ter lido. Em<br />
1934, ele citava várias reportagens dos jornais da Bahia para mostrar que desde o <strong>final</strong><br />
dos anos 20 aí se estava dando um sincretismo entre o fetichismo e o ‘baixo-espiritismo’.<br />
Numa dessas matérias, por ele transcrita, diz o repórter: “O tenente Vergne foi ao seu<br />
encontro. E com espanto notou que era um homem vestido de mulher! O ‘pai’ Quinquim<br />
havia se transformado...” (p. 110) No mesmo livro há inúmeras citações sobre a impor -<br />
tância das mães-de-santo na Bahia.<br />
Para uma revisão da literatura que trata dessa presença, e uma análise de caso, ver<br />
Homossexualidade masculina e cultos afro-brasileiros em FRY, Peter, 1982.<br />
13 – São A Cult Matriarchate and Male Homosexuality, The Journal of Abnormal and<br />
Social Psychology 35 (3), julho de 1940 e Fetish Worship in Brazil, The Journal of American<br />
Folklore 53 (210), outubro/dezembro de 1940. Neste mesmo número, foi também publi -<br />
cado um artigo de Édison Carneiro The Structure of African Cults in Brazil, traduzido<br />
por R.Landes.<br />
14 – Já tinha escrito esta frase genérica quando recebi o trabalho de BARROS, Luitgarde<br />
Oliveira Cavalcanti (1999) sobre Arthur Ramos no qual são citados os documentos que<br />
comento a seguir. Ela merece um agradecimento especial por ter tornado disponíveis es -<br />
ses dados de sua pesquisa de pós-doutoramento. Merece agradecimento também o professor<br />
Kevin Yelvington que me enviou cópia da correspondência entre Ramos e Herskovits,<br />
depositada na Northwestern University, em Evanston, Illinois, na Melville J. Herskovits<br />
Library of African Studies: são 50 cartas trocadas entre 1935 e 1941 nas quais fica clara<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 55<br />
55<br />
a atenção que Herskovits dispensou a Ramos quando de sua viagem aos Estados Unidos.<br />
Cópia da avaliação de Ramos sobre o trabalho de Landes está em anexo à carta de 14 de<br />
março de 1940, mas a questão não merece quase discussão de nenhum dos dois.<br />
15 – Ver a íntegra de seu comentário que, com exceção dos trechos específicos sobre o<br />
relatório, é o mesmo publicado em 1942, em BARROS, 1999: 139-150. O texto tem a<br />
data de 30 de junho de 1941, encimado pela referência à Sociedade Brasileira de An tro -<br />
pologia e Etnologia. A sociedade foi fundada em 7 de junho de 1941 e na cuidado sa recuperação<br />
feita por Azeredo dos trabalhos lá apresentados não há nenhum que se asseme -<br />
lhe a este. A carta resposta que Ramos cita é de maio de 1940.<br />
16 – COLE, Sally (1995:184) observa que não encontrou a tal carta, o que me leva a<br />
supor que Ruth Landes se referia, de fato, aos pareceres de Ramos e Herskovits sobre<br />
seu relatório. Mark Healey consultou o relatório de Landes e o cita, pelo título, como<br />
um Research Memorandum, Columbia University, 1940.<br />
17 – Transcrita em BARROS, 1999:108-109. Em setembro de 1941, Herskovits fez uma<br />
conferência na Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia, intitulada O Negro no<br />
Novo Mundo como um Tema para Pesquisa Científica, transcrita, segundo AZE RE DO<br />
(1986:131) na Revista do Brasil (41), novembro de 1941. No mesmo dia, Ramos discorreu<br />
sobre O Problema da Raça no Mundo Moderno, também publicada na Revista<br />
do Brasil 40, outubro de 1941. Tanto quanto sei, o conteúdo dessas e de outras conferên -<br />
cias feitas na SBAE, e publicadas em jornais e revistas cariocas, ainda não foi analisado.<br />
18 – Oito anos depois, o artigo de Carneiro traduzido por Landes aparece, em inglês,<br />
como apêndice da primeira edição de Candomblés da Bahia (1948), com a observação<br />
de que fora “ligeiramente alterado e com supressão de alguns trechos, na maior parte para<br />
atualizá-lo”. Nesta edição, o número total dos candomblés permanece o mesmo (67), mas<br />
a sua distribuição muda. Apesar de enfatizar a “importância superior das mulheres no<br />
candomblé”, Carneiro observa que havia 37 pais e 30 mães no universo estudado, concluindo<br />
que “hoje o número de pais e mães é igual.” O artigo deixou de ser incluído nas<br />
edições subseqüentes do livro.<br />
19 – Não vem ao caso aqui discutir a fundamentação empírica de Ruth Landes, trilha<br />
que outros analistas já percorreram (ver, por exemplo, COLE, 1995). Mas parece interes -<br />
sante observar que desde a época de Nina Rodrigues as mães-de-santo tinham preponderância<br />
nos textos sobre os cultos. Numa passagem de sua descrição deles, Nina Rodrigues<br />
começa por referir-se “aos negros” e continua, até o fim do parágrafo, falando “nelas”,<br />
sem transição (1935: 110, citado na íntegra em CORRÊA, 1998:149). O mesmo parece<br />
poder aplicar-se a vários trechos da análise de Roger Bastide (1971) que, não obstante<br />
seu elogio ambíguo ao trabalho de Ruth Landes, prefere manter distância do debate sobre<br />
a predominância de homens ou mulheres nos cultos baianos. No início de seu traba -<br />
lho, no entanto, ao explorar as origens africanas desses cultos, ele diz claramente que:<br />
“Nessas condições [número menor de escravas do que de escravos; ignorância da paterni -<br />
dade devido à falta de uniões estáveis], mesmo depois da obrigatoriedade do casamento, a<br />
ligação orixá-linhagem masculina estava definitivamente rompida.”(1971:89)<br />
20 – A desqualificação baseava-se tanto na afirmação de que Landes viera ao Brasil à<br />
pro cura de “tribos negras”, conforme noticiado por um jornal carioca quando de sua<br />
che gada, quanto em insinuações sobre seu comportamento no campo: “E eram as mais<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 56<br />
56<br />
estapafúrdias as suas idéias sobre o ‘método’ de estudo da vida sexual dos negros. Esse<br />
‘método’ era tão pouco científico que não me será possível dizer aqui em que consistia.”(1942:184)<br />
21 – RAMOS, A. 1942:189;192.<br />
22 – M. Taussig define a faculdade mimética como “a natureza que a cultura usa para<br />
criar uma segunda natureza, a faculdade de copiar, imitar, fazer modelos, explorar a dife -<br />
ren ça, ceder ao e tornar-se Outro”.(1993: XIII) Analisando o contato colonial e várias<br />
situações pós-coloniais, ele mostra como o dominado, definido como Outro – negros,<br />
mes tiços, mulheres – mimetiza o dominante, que antes o mimetizava, pondo assim em<br />
xeque tanto a dominação como a noção de alteridade. Em todos os exemplos, o negro<br />
“é o grau zero da alteridade”. Falando sobre os cuna, com suas figurinhas mágicas que<br />
representavam brancos, mas cuja substância interior era nativa, Taussig pergunta porque<br />
“era necessário esculpir formas exteriormente européias, ou não-índias?” Uma dessas fi -<br />
guras era assimilada ao general MacArthur. Comparar com a assimilação feita entre Xangô<br />
e Roosevelt ou Mussolini (LANDES, 1967:226). Ver também a menção à boneca branca<br />
feita por Luzia e às de mãe Flaviana (pp. 76;217). Se a mimetização dos dominados<br />
pelos dominantes tinha sido o escândalo da obra de Nina Rodrigues (“Na Bahia, todas<br />
as classes estão aptas a se tornarem negras.”), sua inversão, na análise de Ruth Landes,<br />
passará quase despercebida.<br />
23 – Diz Landes numa carta de abril de 1986: “ A ‘razão’ genérica dele ( Ramos), que<br />
d. Heloísa e Édison Carneiro me repetiram, era que ele, Ramos, nunca ia ao campo para<br />
observar ou conversar, mas chamava os informantes em seu consultório. Como Édison<br />
escreveu, e todo mundo – inclusive a polícia! – sabia, eu estava sempre em campo, uma<br />
jovem mulher de menos de 30 anos e conspicuamente loura.”<br />
Ramos observava, em 1934, que ele e Hosanah de Oliveira, professor da faculdade de<br />
Medicina, se “submeteram”, “para fins de pesquisa científica”, às “cerimônias de inicia -<br />
ção dos ogans no terreiro do Gantois”, cerimônia conduzida pela mãe-de-santo (p. 51).<br />
24 – Ver OLIVEIRA, W.F e LIMA, V. da C., 1987., p.31; AZEREDO, p.219. A rese -<br />
nha está transcrita, na íntegra, em BARROS (1999: 132-135) e nela Ramos afirma ter<br />
a autorização de amigos e parentes de Souza Carneiro para “denunciar aos intelectuais,<br />
e especialmente aos estudiosos dos problemas folclóricos, ameríndios e negro-brasileiros,<br />
o verdadeiro valor de um livro, que é uma criação mitológica individual”. Ao citar os<br />
que “honesta e pacientemente” vinham estudando o “problema negro”, Ramos inclui o<br />
nome de Édison Carneiro. Apesar disso, talvez a classificação do pai como um “mitoma -<br />
níaco”, numa resenha publicada, fosse mais uma razão para Carneiro mencionar o “orgu -<br />
lho e vaidade” de Ramos mais tarde – sua viúva contou a Oliveira e a Lima que a rese -<br />
nha quase levou ao rompimento das relações entre ambos, na época.<br />
25 – Ver a lista de pesquisas orientadas por Ramos em BARROS (1999: 61) e seguintes,<br />
onde são citadas pelo menos duas pesquisas sobre “populações primitivas” – que, no contexto,<br />
tanto poderiam referir-se a grupos indígenas quanto a grupos negros.<br />
26 – A tese que Heloísa Alberto Torres preparou – e que, a<strong>final</strong>, não foi apresentada –<br />
para o concurso da cadeira que tinha sido de Arthur Ramos, em 1950, versava sobre:<br />
Alguns Aspectos da Indumentária da Crioula Baiana. A tese de Arthur Ramos, escrita para<br />
a obtenção do título de doutor e habilitação para a cátedra de antropologia e etnologia,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 57<br />
57<br />
em 1946, tinha por título: A Organização Dual entre os Índios Brasileiros. D. Heloísa<br />
fazia parte da banca que considerou “modesta” a sua contribuição (AZEREDO:82;219).<br />
27 – Essa disputa fica nítida na correspondência trocada entre Heloísa e Ramos, antes<br />
da viagem deste a Paris, numa carta na qual ele deixa claro que a sua definição de an -<br />
tropologia era diferente da definição que atribuía a Heloísa. (Ver AZEREDO, 1989).<br />
28 – As disputas das quais Herskovits participou no cenário americano mostram sua inten -<br />
ção de alijar do campo os adversários de suas teorias: W.E.B. Du Bois, Franklin Frazier, Robert<br />
Park e Lloyd Warner. Ver JACKSON, Walter, 1986, que, no entanto, não menciona Ruth<br />
Landes. No contexto da crítica de Herskovits ao livro de Landes, é interessante observar que<br />
o casal Herskovits tinha feito um popular account sobre sua experiência no Suriname – Rebel<br />
Destiny (1934) – muito semelhante ao relato de A cidade das mulheres, aspecto que ele louva<br />
em sua resenha<br />
29 – Na sua correspondência com Arthur Ramos, Donald Pierson é freqüentemente<br />
crítico do ponto de vista de Herskovits e favorável ao de Frazier. Numa carta de 24 de<br />
novembro de 1937, por exemplo, comentando o livro de Ramos As culturas negras no<br />
Novo Mundo, observa a diferença entre a Bahia, “onde o ritual de candomblé segue uma<br />
forma definida, fixa, cuja origem é sem dúvida africana” e o sul dos Estados Unidos,<br />
onde “o escravo negro das plantations tinha previamente perdido todas as formas cultu -<br />
rais que tivera na África”, acrescenta: “ Não desconheço o fato de que um antropólogo<br />
muito capaz, o dr. Herskovits, tem outra posição. Mas minha posição é baseada na pesqui -<br />
sa de primeira mão e detalhada, do sul, feita por observadores tão sagazes desse problema<br />
como o dr. Robert E. Park.” Em outra carta, de 10 de agosto de 1940, inclui trechos<br />
do livro de Frazier (The Negro Family in the United States), que mandara copiar para<br />
Ramos “com a confiante expectativa de que esses dados, especialmente as notas, seriam<br />
de muito interesse”. Há todo um parágrafo dedicado a elogiar o livro e sua metodologia.<br />
Nesta carta, Pierson também anuncia a vinda de Frazier ao Brasil, no mesmo período<br />
em que Ramos estaria nos Estados Unidos. Pierson lembrará, em outras cartas, no -<br />
mes de pessoas e instituições que Ramos deveria visitar e certamente não terá gostado<br />
da carta em que Ramos anuncia que estava indo para a Northwestern University, a convite<br />
de Herskovits – a quem alude mais uma vez nessa correspondência, lamentando que<br />
Ramos não estivesse no Brasil quando da visita de Frazier, já que o interesse dele, e de<br />
outros pesquisadores que recomenda, “não está limitado, como no caso de outros de nossos<br />
conterrâneos, a uma mera catalogação de sobrevivências culturais africanas e à procura<br />
de sua origem e difusão” (carta de 11 de setembro de 1940). Na correspondência,<br />
mantida entre 1935 e1949, nenhum dos dos missivistas comenta a opinião do outro sobre<br />
Herskovits ou Frazier.<br />
30 – FRAZIER, Franklin, The Negro Family in Bahia, Brazil, American Sociological Review<br />
VII, 1942, p. 472.<br />
31 – Não posso acompanhar aqui todo o debate sobre a “família negra”, suscitado por<br />
essa discussão entre Frazier e Herskovits: para uma visão mais completa, ver SLENES,<br />
Robert, 1999.<br />
32 – HERSKOVITS, Melville The Negro in Bahia, Brazil: a Problem in Method, American<br />
Sociological Review VIII, 1943, p. 401. O rejoinder de Frazier saiu neste mesmo número<br />
e nele ele volta a citar os artigos de Landes e Carneiro, que haviam saído em 1940.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 58<br />
58<br />
33 – Sobre Hurston, ver HERNÁNDEZ, Graciela, 1995. Nesse contexto é interessante lembrar<br />
que Hurston, uma aluna negra de Boas, que depois se tornou novelista, foi assis tente de<br />
pesquisa de Herskovits, que dizia sobre ela numa carta de 1927, depois de vê-la cantando<br />
spirituals: “(sua) maneira de falar, suas expressões – em suma, seu comporta mento motor –<br />
(eram) o que se poderia chamar tipicamente negros. (Esses movimentos tinham se) mantido<br />
como um padrão de comportamento aprendido através da imitação e do exemplo com<br />
os escravos africanos originalmente trazidos para cá.”(citado em JACKSON, p.107)<br />
34 – Numa carta que me escreveu, quase cinqüenta anos depois de sua pesquisa no Brasil,<br />
Landes assume com clareza o papel simbólico da negra dizendo sobre esse ataque: “Their<br />
calumnies were symbolic rape on me”(carta de 6 de abril de 1986). Sobre o contexto<br />
hostil em torno da discussão da questão racial pela Unesco, logo após a Segunda Guerra,<br />
ver STOLCKE, 1995. Vale lembrar que Alva Myrdal, esposa de Gunnar Myrdal e depois<br />
chefe da Divisão de Ciências Sociais da Unesco, teve seu visto de entrada nos Estado<br />
Unidos negado em 1953, no auge daquela discussão (MÉTRAUX, 1978:497).<br />
35 – Sobre as pesquisas financiadas pela Unesco no Brasil, ver STOLCKE, Verena (1995)<br />
e MAIO, Marcos Chor (1997): a análise de ambos mostra que, mais do que estabelecer<br />
o roteiro dessas pesquisas, o legado de Arthur Ramos foi pôr em marcha a célebre dis -<br />
cussão que redundou nas disputadas declarações da Unesco sobre raça (Unesco, 1973).<br />
Verena Stolcke segue passo a passo os interesses em disputa no grupo de cientistas<br />
encarregados da missão de definir “o racismo frente à ciência”, título da declaração<br />
<strong>final</strong>, e os diários de A.Métraux (1978) mostram as atribulações do encarregado de<br />
levá-la a cabo.<br />
36 – O livro de NASCIMENTO, Abdias do (1982) parece ser o melhor indicador disso:<br />
ver suas críticas a Carneiro e Costa Pinto que se teriam insurgido contra o conceito<br />
de negritude (p.99) e sua acusação de que Édison Carneiro estava perdendo a cor... Sobre<br />
a importância da Sociedade Africana de Cultura, cujo primeiro congresso internacional<br />
ocorreu em Paris em 1956, e sua proposta de tornar-se uma “sociedade cultural do mundo<br />
negro”, ver FANON, 1974.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 59<br />
MINHA ADORAVEL LAVADEIRA:<br />
UMA ETNOGRAFIA MINIMA EM<br />
TORNO DO EDIFICIO TUPI<br />
Olívia Maria Gomes da Cunha<br />
Departamento de Antropologia Cultural<br />
Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />
“(...) fiquei alimentando a idéia de ter um encontro com o sargento Padre Nosso,<br />
um que foi preso há pouco tempo. Falando aqui em casa, Sinhá Maria disse que<br />
o conhecia e se prontificou a ir chamá-lo (...) em pouco já o tinha junto de mim.<br />
É um preto alto, não muito preto. Entrei de ‘rijo’ no assunto. Mostrei seus retra -<br />
tos, os jornaes que deram as suas entrevistas, falei no Valdevino, na ‘louvação’ que<br />
fez na Perseverança, mostrei um trabalho seu publicado na Revista Contemporânea<br />
(...) e a proporção que eu ia lendo o preto ia se enthusiasmando, chegando as ve -<br />
zes a se levantar e a me dar a mão. Dahi para frente foi aquella garapa.” 1<br />
Manhã de sol, porta dos fundos de um apartamento amplo e claro na<br />
Zona Sul carioca. Uma moça escura cruza assustada a cozinha em direção<br />
ao quarto de empregada. Troca-se. Na cozinha, parece mais<br />
clara, quase da cor do seu avental. Branca. Bebe um copo d’água enquanto ajeita<br />
o coque envolvido numa rede. Seu nome é Eulina. Enquanto se dirige ao tanque,<br />
a cozinheira Guilhermina percebe sua afobação. Dr. Arthur é chamado e ao chegar<br />
pede que Eulina lhe conte o que ocorreu. Dr. Arthur ouve atento o que Eulina tem<br />
a dizer. Guilhermina se benze e balança a cabeça. Meia hora depois, dr. Arthur vai<br />
à biblioteca e anota numa folha de papel o que ouvira de Eulina. A partir daqui,<br />
minha imaginação cede a vez para as notas do dr. Arthur Ramos.<br />
“Terça-feira, 21 de outubro de 1948, Eulina (nossa lavadeira, mulata, católica)<br />
informou que no bonde do Leme, às 10h da manhã, uma moça tinha tido ‘umas<br />
coisas’ ao lado dela, no mesmo banco. E que o condutor dissera: ‘Ora veja, receber<br />
o caboclo num lugar destes!’ Ao descer do bonde, na frente da esquina de<br />
Gustavo Sampaio com Anchieta, ao mesmo tempo que Eulina (o apelido de Eulina<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 60<br />
60<br />
é Mulatinha), (a pessoa) estava completamente boa. Tudo isso impressionou muito<br />
Eulina que lavou os braços, os rostos e as mãos, logo que entrou em nossa casa,<br />
no tanque, e ia dizendo afobada: ‘Não gosto disso, não gosto de ver essas coisas,<br />
cruz!’ Guilhermina ficou também quieta e impressionada. E (diante de) uma su -<br />
ges tão minha que talvez não fosse uma legítima ‘queda no santo’, informou que<br />
seu Bertoldo (o antigo pai-de-santo conhecido dela), quando queria saber no<br />
Terreiro que ele dirigia se uma pessoa estava realmente com o santo, batia-lhe<br />
com uma vara de pinhão roxo. Se a pessoa gritava, a queda no santo era falsa.” 2<br />
É possível que Arthur Ramos tenha lançado mão de suas técnicas psicanalíticas<br />
para testar a veracidade do temor que sua lavadeira Eulina dizia sentir, ao ver cenas<br />
como aquelas num bonde carioca. Na interpretação de alguns dos autores que<br />
o haviam influenciado em sua formação em psiquiatria e medicina legal durante<br />
os anos 20 e 30, a queda do santo ou a possessão era um fenômeno expli cável<br />
através das noções de sugestão e imitação. Talvez por isso, um estilo anamné sico<br />
perpassa grande parte dessas notas. Não há qualquer mediação – sob a forma de<br />
dú vida, hesitação ou perplexidade – entre o antropólogo e sua informantelavadeira<br />
Eulina: é o primeiro que observa, indaga e transcreve o que lhe foi rela -<br />
tado, lembrado e sugerido. Em outras notas, seu tom reticente sugere poucas<br />
certezas. Suas anotações sobre a cozinheira Guilhermina, por exemplo, estão<br />
povoadas de dúvidas. Nelas, as interpretações oferecidas para o que o próprio<br />
Ramos denominara sincretismo afro-brasileiro, parecem desestabilizar quadros<br />
anteriores, alimentados com informações semelhantes às que aparecem na epígrafe.<br />
A amedrontada Guilhermina também andava freqüentando a casa de uma<br />
vidente nada ortodoxa: d. Zilá. Nas notas de Ramos, percebe-se seu interesse em<br />
perscrutar um campo de significados situado além das fronteiras dos cultos afrobrasileiros.<br />
3<br />
“Jorgina Guilhermina. Minha empregada, preta, católica, nascida e criada numa<br />
fazenda de Belford Roxo informa que não conhece outro nome para N. S. da<br />
Penha. A família dela, tios, primas, mora(m) em Belford Roxo e todos os anos há<br />
muito tempo vão à festa da Penha. Gostava(m) de ver as mulheres sambar mas<br />
já não o fazem mais, por ordem da polícia. Informa que o domingo de novembro<br />
é dos barraqueiros, família não vai; e é só para homens – os barraqueiros, e<br />
mulher, só as que não se importam com certas coisas. Informa que S. Jorge é<br />
Ogum, S. Sebastião é Oxóssi e N. S. da Conceição é Oxum etc. Para curar a úlce -<br />
ra de que se operou, correu tudo que foi sessão espírita e viu que o pessoal espí -<br />
rita fala mal dos da macumba. Às vezes misturam tudo, as linhas etc.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 61<br />
61<br />
Tem um tio muito velho que mora em casa própria e que se casou com a mu lher<br />
quando já tinham netos. As moças da família são todas casadas e com funcionários<br />
do governo: Lloyd, Central etc. Que na casa da viúva de um que foi taifeiro do<br />
Lloyd há um armário cheio de jarros e bandejas de alumínio que ele carregava<br />
para casa. Era muito bom para os filhos e a mulher.” 4<br />
Essas notas sugerem que, por volta de 1948, cerca de um ano antes de sua<br />
morte precoce, Ramos fazia uso de outras idéias para explicar o universo religioso<br />
no qual transitavam Eulina e Guilhermina. Todavia, as mudanças de enfoque<br />
não anulam o que chamei estilo anamnésico. Certamente não foi essa a primeira<br />
vez que Ramos registrou informações dessa natureza em pedaços de papel, pequenas<br />
notas e diários. E em grande parte desses escritos podemos perceber a<br />
combinação de procedimentos caros à relação médico-paciente se misturando a uma<br />
forma singular de lembrar, fustigar a memória e construir, verbalmente ou através<br />
da escrita, algum tipo de reminiscência. Uma forma de instaurar/produzir uma<br />
memória e um tipo particular de “relato” comumente feito pelo “paciente” graças<br />
à “cordialidade inquiridora do médico”. 5 Nos escritos de Ramos, a intimi dade entre<br />
as imagens do paciente/informante e do médico/antropólogo não cons titui uma<br />
metáfora. A continuidade estilística ganha relevância se observarmos essas transformações<br />
de enfoque que vão caracterizar essas notas, a partir de um olhar pros -<br />
pectivo. Em seus relatórios sobre os internos no Hospital São João de Deus, em<br />
Salvador, no <strong>final</strong> da década de 1920, em visitas a parentes em sua ci da de natal,<br />
Pilar, e em sua clínica no centro do Rio de Janeiro, o dr. Ramos já experimentara<br />
situações semelhantes.<br />
Com essa observação, não quero dizer que as experiências de Ramos que envolveram<br />
a coleta e aquisição de conhecimentos dessa natureza tenham estado<br />
unicamente marcadas por relações de distância, autoridade e hierarquia – seme -<br />
lhantes às que opõem médicos e pacientes. Os atores que Ramos transformou<br />
em objetos de um olhar científico e distanciado – trabalhadores rurais, porteiros,<br />
faxineiras e pacientes de instituições médico-judiciárias – não foram personagens<br />
passivos e silenciosos. As relações estabelecidas nesses contatos – mesmo aqueles<br />
mediados por assistentes como Otinha – certamente foram muito mais comple -<br />
xas e, portanto, estão sujeitas, unicamente, às conjecturas. Domesticidade, inti -<br />
midade e cumplicidade perpassam as formas de contato e comunicação entre o<br />
antropólogo e as personagens que povoaram os diferentes cenários nos quais<br />
Ramos atuou. Essas relações se desenvolveram ao longo de um processo de transfor -<br />
mação na própria carreira profissional de Ramos. Ao mesmo tempo em que Ra -<br />
mos se convertia de médico em antropólogo, seus pacientes passaram à condição<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 62<br />
62<br />
de informantes e nativos. Nesse caminho, o universo da alteridade – radicalmente<br />
oposta na experiência anterior – foi refeito (di Leonardo, 1998; Peirano, 1998).<br />
A construção de um “outro”, sob uma perspectiva antropológica e em contexto<br />
de intenso nacionalismo que condicionava o olhar autorizado em torno do “negro”<br />
no chamado Novo Mundo, implicou rearticular outras formas de relacio -<br />
na mento. A<strong>final</strong>, observadores e observados vivenciavam, ainda que de maneira<br />
diversa, a condição de nacionais. Logo, é através de um discurso entrecortado<br />
por essa condição de nacionalidade pactuada que as relações de alteridade serão<br />
estabelecidas num campo antropológico em formação.<br />
Todavia, os anos 1930, momento em que de fato inicia suas pesquisas de campo,<br />
aliando-as a atividades profissionais distintas, marcam uma maneira de apreender<br />
o diferente, diverso e exótico através de uma singular divisão social e simbólica<br />
do trabalho intelectual. Embora os critérios de especialização num difuso<br />
campo antropológico, em vias de institucionalização no país, tenham sido imprecisos,<br />
as carreiras profissionais bem-sucedidas evidenciam a confluência de<br />
marcadores de classe, cor e gênero na definição de quem foram os antropólogos<br />
e seus “outros” (Peirano, 1981; 1998). A especialização de um campo de conheci -<br />
men tos e práticas adjetivadas como antropológicas, combinada a um amplo pro -<br />
cesso de reforma das instituições nacionais, não foi fenômeno que caracterizasse<br />
exclusivamente o processo de profissionalização da disciplina no Brasil. Como<br />
apontou Clifford, o trabalho de profissionalização da disciplina resultou na com -<br />
ple xa distinção de territórios de interesse e desenvolvimento de políticas etnográ -<br />
ficas que opunham “profissionais”, “amadores” e “folcloristas” (1983). 6 Ramos foi,<br />
sem dúvida, um dos personagens paradigmáticos desse período (Corrêa, 1998).<br />
Contudo, os dilemas que perpassam a configuração de um território de produção<br />
de conhecimentos sobre as apreensões sociais da igualdade e da dife ren ça, caracterizado<br />
por posicionalidades naturalizadamente definidas, consti tuem o ponto ne -<br />
vrál gico de discussões recentes sobre o que, inspirando-me em Bourdieu, apontei<br />
caracterizar uma singular divisão social e simbólica do trabalho intelectual (Bourdieu,<br />
1973; Abu-Lughod; Narayan, 1993).<br />
Essa questão nos oferece a possibilidade de compreender a convivência de estratégias<br />
distintas de estabelecer relacionamentos pessoais, seja na clínica, seja no<br />
contexto etnográfico – mesmo que nem sempre Ramos estivesse presente. Notas,<br />
cartas e trechos de diários sugerem que alguns “informantes” negociaram com<br />
Ramos – direta ou indiretamente – a extensão e natureza de suas informações.<br />
Tais negociações envolveram, por vezes, prestígio, dinheiro e outras concessões.<br />
Otinha parecia estar consciente da troca de bens simbólicos que fazia parte de<br />
sua atividade de pesquisa e contatos com o povo da seita. Esses eventuais es-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 63<br />
63<br />
cambos requereram dela uma imensa habilidade ao falar em nome de Ramos e<br />
ao mesmo tempo sobre Ramos. “Tenho notado”, confessava ao antropólogo, “que<br />
eles querem se aproveitar de mim, querem que eu consiga licença para a seita<br />
funcionar sem interrupção (...)”. Sem entrar em detalhes de como negociaria o<br />
prestígio e o nome de Ramos entre as autoridades locais, Otinha se dirigia a<br />
Ramos num tom mais pragmático, o que sugeria total desenvoltura com os percalços<br />
encontrados na sua constante inquirição. “(…) Perguntei a Padre Nosso<br />
se tinham algum livro que ensinasse todas as palavras de nossa língua para o<br />
africano. Disse que não e que o velho, o Babalorixá, é que ensina muita coisa.<br />
Que ro ver se consigo agradar o velho e apanhar um bocado de coisas. Se você<br />
tem alguma coisa que deseja saber, será bom dizer, porque assim será mais fácil<br />
para mim. Ou melhor, escreva, dizendo o que deseja que eu consiga do<br />
velho babalorixá.” 7<br />
Pelo menos num período inicial de sua carreira de antropólogo, outros “assistentes”,<br />
“colaboradores”, “alunos”, amigos e familiares de Ramos foram figuras<br />
chave na mediação do seu contato com as personagens que povoavam o campo<br />
no qual se transformara, pouco a pouco, em especialista. Seu tenso, embora amistoso,<br />
relacionamento com Édison Carneiro, a quem, por vezes, se referia como<br />
um “aluno”, revela parte importante do método de pesquisa adotado por Ramos<br />
durante os anos 1930 – momento no qual sua autoridade nos assuntos afrobrasileiros<br />
é definitivamente estabelecida. Exilado – em grande parte por motivos<br />
políticos, mas, também, na condição de escritor devotado à preparação de seus<br />
livros sobre religiosidade afro-brasileira –, Édison produz, compartilha e interpreta<br />
vários textos, informações e imagens enviadas a Ramos. Mesmo que as bases<br />
dessa colaboração não reflitam uma insuspeita relação de amizade, seus limites<br />
pareciam claros. Na correspondência entre os dois, Édison parece encarnar volun -<br />
tariamente a figura de um cordial e aplicado coletor de informações e Ramos,<br />
um nada inocente e provável editor de seus escritos. Curiosamente, essa imagem<br />
se dissipa se atentarmos que, para além das diferenças quanto às formas de tratamento<br />
e interlocução, não havia grandes distâncias nos métodos utilizados por<br />
ambos na obstinada coleta de informações sobre as populações negras. De Mar<br />
Grande, em Itaparica, Carneiro relatava seus progressos ao seu provável editor e<br />
prometia mais material: “Também pensei em lhe mandar um vocabulário maluco,<br />
nagô-português, que eu e Guilherme Dias Gomes (que a<strong>final</strong> está no Rio)<br />
tentamos, em 1933, arrancar do pai-de-santo e babalaô do Engenho Velho, Mar -<br />
ti niano do Bonfim. Mas mudei de idéia. Vou mandá-lo ao Renato de Men don -<br />
ça, que é especialista no assunto – e suponho que com sua aquiescência.” 8 Essa<br />
reciprocidade nem sempre foi publicamente explicitada. Só depois da morte de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 64<br />
64<br />
Ramos e a propósito da celeuma deflagrada pela reação do antropólogo à publicação<br />
do livro de Ruth Landes, Édison Carneiro expõe suas impressões sobre a<br />
pouca afinidade de Ramos com a pesquisa (Carneiro, 1964). 9<br />
As mesmas observações podem ser feitas com relação a seus investimentos na<br />
utilização, interpretação e publicação da obra de Manuel Querino. O espólio intelectual<br />
do historiador e cronista Manuel Querino foi alvo de disputas entre sua<br />
família e aqueles que então ganhavam notoriedade pública como especialistas nos<br />
estudos sobre os negros na Bahia (Corrêa, 1998). Em 1938, em meio às comemo -<br />
rações oficiais do cinqüentenário da Abolição, a bibliografia de temas afro-bra -<br />
si leiros era enriquecida por um volume de rara importância. Manuel Querino,<br />
um autodidata preto e pobre e que “escreveu sobre sua gente”, <strong>final</strong>mente, seria<br />
publicado. Essa condição dava ao seu livro não só um valor histórico distinto,<br />
mas, àqueles que o promoveram, uma cumplicidade poderosa. A disputa em<br />
torno de seus escritos, porém, revelava que não só os seus descobridores e patro -<br />
cinadores tinham consciência do valor da obra de Querino no mercado intelectual<br />
e editorial. Na verdade, a organização dos manuscritos de Querino deu a<br />
Ramos o poder de costurar, sob o rótulo dos temas “africanos”, escritos de natu -<br />
reza diversa sobre culinária, história e geografia. Amigo pessoal, figura influente<br />
na cidade e um dos “informantes” mais citados nas etnografias realizadas na Bahia<br />
nos anos 1930 e 40, o médico Hosanah de Oliveira escrevia a Arthur Ramos em<br />
1936: “(…) pois a filha de Querino estava muito doente, vindo a falecer, <strong>final</strong>mente.<br />
O representante da família, marido da falecida, é um negro muito desca -<br />
rado. Várias vezes fui a sua casa e ele fica sempre de me procurar e até hoje<br />
não o fez. A carta contrato está em seu poder, só faltando assinar. Quando lhe<br />
dei a carta e lhe expliquei o negócio, ficou ele de consultar alguns amigos para<br />
me res ponder (…).” 10<br />
Dois meses depois, sem qualquer novidade a respeito do “negócio Querino”,<br />
Hosanah dava conta de que o “tal negro seu genro” se havia metido com uns<br />
“negócios atrapalhados”, tendo que sair da cidade. A negociação avançou para o<br />
ano seguinte e, mesmo depois de ter cedido os manuscritos de Os costumes africanos<br />
no Brasil (1938) para a coleção organizada por Ramos, o médico baiano reclama -<br />
va das “apoquentações” do genro de Querino. 11<br />
Por fim, tanto os contatos de Otinha quanto a tensa relação de Ramos com<br />
Édison Carneiro e as negociações de Hosanah de Oliveira com o genro de Manuel<br />
Querino constituem-se exemplos do que me referi como sendo a constituição de<br />
um campo de práticas de pesquisa entrecortado por relações de autoridade e domesticidade.<br />
A identificação dos pontos de tensão que marcam essas relações e<br />
os modos através dos quais foram vertidas em “material etnográfico” não é exa -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 65<br />
65<br />
ta mente uma novidade. Todavia, as notas, correspondências e relatos que des -<br />
crevem essas relações não deixam de colocar em relevo distintas intervenções e<br />
experiências em torno da pesquisa, utilizadas pelo autor ao longo de sua trajetória<br />
intelectual. Embora, em toda a sua extensa bibliografia, Ramos não tenha produ -<br />
zido textos cujo caráter seja, estrito senso, etnográfico, notas produzidas por ele<br />
e a ele enviadas por seus diferentes colaboradores revelam como o próprio Ramos<br />
concebia as práticas que consagraram sua conversão de médico em antropólogo. 12<br />
A leitura das notas de Ramos nos permite perscrutar um território pouco explora -<br />
do da prática antropológica. Como ressalta Rena Lederman, enquanto o trabalho<br />
de campo e a etnografia têm sido objeto de acuradas leituras e críticas, devido ao<br />
seu caráter pessoal, supostamente inconcluso e provisório, as “notas de campo” têm<br />
sido ignoradas como objetos de análise (1990: 73). A propósito das diferenças<br />
entre “notas de campo” e etnografia, James Clifford argumenta que “a identidade<br />
das notas de campo como um corpus discreto depende de uma especialização<br />
difícil de ser mantida, um conjunto específico de distâncias, fronteiras e modali -<br />
dades de viagem (...)” (Clifford, 1990: 64). As notas produzidas por Ramos em<br />
situações pessoais/profissionais diversas nos possibilitam, ao menos, revolver um<br />
campo intrincado de discursos sobre os primórdios da antropologia dedicada aos<br />
temas afro-americanos produzida no Brasil. A suposição, comumente sugerida<br />
em tom acusatório (Carneiro, 1964), de que Ramos não foi exatamente um fieldworker,<br />
acaba por qualificar não somente certos “pais fundadores” em detrimento<br />
de figuras periféricas, bem como práticas e procedimentos de pesquisas.<br />
Ao focalizar, não exclusivamente, mas com maior detalhe, o material etnográfico<br />
utilizado por Ramos, proponho um outro caminho de análise. 13 Não só as anotações<br />
de uma inacabada etnografia sobre a vida e religiosidade das classes pobres<br />
no Rio de Janeiro produzidas no <strong>final</strong> dos anos 1940, como notas de diários<br />
e textos contendo informações colhidas ao longo de sua viagem e pesquisa no sul<br />
dos Estados Unidos, nos sugerem que Ramos tinha seus próprios modelos do<br />
que chamava pesquisa de campo e etnografia, modelos que, em certa medida, não<br />
eram tão distintos daqueles que marcaram experiências vivenciadas por antropólo -<br />
gos de sua geração e com os quais partilhou interesses temáticos e afinidades<br />
teóricas. Há, certamente, hiatos e silêncios interessantes nas marcas dessa passa -<br />
gem pelos EUA, que serão a seguir explorados. Assim, não só as notas de um es -<br />
tra nho campo construído por Ramos ao redor do Edifício Tupi, mas as descrições<br />
de viagens e pesquisas que concebeu como sendo de caráter etnográfico, podem<br />
nos ajudar a revolver diferentes níveis de compreensão sobre qual tem sido o seu<br />
lugar em tentativas de produção de uma narrativa histórica sobre a antropologia<br />
no Brasil. Todavia, é preciso advertir o leitor de que não partilho da fantasia de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 66<br />
66<br />
que os documentos exumados do arquivo de Ramos sejam capazes de revelar o<br />
desconhecido ou comprovar versões prescritas da sua biografia. Minha leitura da<br />
coleção/arquivo de Ramos é tão seletiva quanto a lógica que, pretendo demons -<br />
trar, marcam seu projeto autobiográfico. Como observa Rousso, “existe um abismo<br />
entre aquilo que o autor de um documento pôde ou quis dizer, a realidade<br />
que esse documento exprime e a interpretação que os historiadores (mas também<br />
os antropólogos) que se sucederão em sua leitura farão mais tarde: é um<br />
abismo irremediável, que deve estar sempre presente na consciência, pois assinala<br />
a distância irredutível que nos separa do passado, essa ‘terra estrangeira’”<br />
(1996: 90).<br />
Ao trazer notas periféricas e inconclusas de Ramos para o centro da minha<br />
análise, estou ciente dos perigos de tornar demasiado presentistas minhas reflexões<br />
sobre as semelhanças que imagino guardarem com a fase inicial de sua<br />
carreira – ao longo da qual informantes distantes foram incorporados às suas análi -<br />
ses sobre religiosidade afro-brasileira. A heterogeneidade e a forma pela qual estas<br />
notas foram incluídas no arquivo do antropólogo me fazem hesitar diante de<br />
uma simples tarefa descritiva. Observando criticamente a lógica de seu arquivo<br />
e a forma pela qual essas experiências foram convertidas em documento e artefato,<br />
me parece mais oportuno refletir sobre a tarefa do Ramos-arquivista-cole -<br />
cio nador – ou daqueles que se ocuparam de sua organização após a morte do<br />
antropó logo. Certamente, há diferenças tanto nas formas de inscrição, descrição<br />
e trans crição desses textos, como nas lógicas que permitiram sua inclusão na<br />
coleção/arquivo do autor. Enquanto as várias estratégias de produção de texto<br />
empregadas irão determinar de que forma falas, gestos e silêncios foram traduzidos<br />
e interpretados em “notas de campo” e etnografia, as lógicas de inclusão no<br />
arquivo irão orientar e condicionar futuras leituras em torno de corpos discretos<br />
de conhecimento. 14 Observando o material depositado no arquivo de Ramos à<br />
luz de um repertório de discussões mais amplas e que dizem respeito não só ao<br />
uso de cartas, fragmentos de textos e papéis mantidos em arquivos pertencentes<br />
a antropólogos, mas à reflexão sobre seus contextos de produção e arranjo, meu<br />
propósito é focalizar pontos específicos de alguns deslocamentos na trajetória de<br />
Ramos (Lederman, 1990; Trouillot, 1995; Des Chenes, 1997). Meu objetivo é<br />
compreender o lugar da viagem e da pesquisa de campo nas experiências de<br />
Ramos, bem como a relação estabelecida entre ambas – seja como modalidades<br />
singulares de produção de um certo conhecimento antropológico, seja como marcas<br />
de um processo de conversão intelectual capaz de reconfigurar a trajetória<br />
profissional do autor. 15 Não só a experiência etnográfica que iniciou já no <strong>final</strong><br />
de sua vida –, inventando um campo de observação através de redes de infor-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 67<br />
mantes-porteiros, faxineiros, lavadeiras e seus conhecidos no Leme, e suas pe -<br />
rambulações em terreiros e sessões espíritas em Belford Roxo, Acari e Abolição –,<br />
mas também a sua tentativa de transformar certas viagens em situações de obser -<br />
vação especializada serão focos da minha atenção.<br />
CARTOGRAFIAS E VIAJANTES MODERNOS<br />
67<br />
Como salientou Mary Louise Pratt, parte substancial das narrativas de viagem<br />
descreve encontros e, inevitavelmente, põe em evidência zonas de contato, nas<br />
quais os viajantes que observam – culturas, povos e histórias – têm sua subjeti -<br />
vidade em relevo cada vez que definem, traduzem e classificam o outro (1992:<br />
7). É recente a literatura que tematiza diferentes modalidades de narrativas de<br />
viagem experimentadas por exploradores, aventureiros, administradores, jorna -<br />
listas e escritores ao longo do século XX, quando a figura do antropólogo representando<br />
uma categoria especial de viajante ganhou um lugar de proeminência.<br />
Ainda assim, como muitos autores têm chamado atenção, as etnografias conti -<br />
nuam a manter uma forte afinidade e semelhança estilística com as narrativas de<br />
viagem (Fabian, 1983; Scott, 1989; Clifford, 1989; 1992; Pratt, 1992). Muitas<br />
experiências etnográficas produzidas nas primeiras décadas do século XX estiveram<br />
marcadas pela presunção de que tais viajantes – os antropólogos – eram<br />
dotados de dons especiais que os tornavam capazes de transpor fronteiras temporais<br />
e espaciais, bem como conhecer, descrever e interpretar aquilo que o olhar<br />
não iniciado enxergaria apenas como exótico e diverso (Rosaldo, 1986; Clifford<br />
& Marcus, 1986). As atividades desempenhadas pelos antropólogos, todavia, têm<br />
implicações que ultrapassam formas de deslocamento simplesmente espaciais. A<br />
etnografia – gênero particular de relato e escrita destinado a documentar formas<br />
de conhecimento resultantes de distintas experiências envolvendo encontros, contatos<br />
e formas de observação – não consistiu em virtude de um viajante oniscien -<br />
te, ou mesmo, nas palavras de Sérgio Cardoso, não se resumiu a uma suposta<br />
“ingenuidade do vidente” (1988: 349). Ao tratar a viagem – e sobretudo aquelas<br />
de caráter etnográfico – como sendo uma forma singular de “deslocamento”,<br />
Lévi-Strauss imaginou um percurso entrecortado por diferentes tipos de relações,<br />
vínculos e formas de comprometimento. “Em geral”, argumenta, “conhecemos<br />
as viagens como um deslocamento no espaço. É pouco. Uma viagem inscreve-se<br />
simultaneamente no espaço, no tempo e na hierarquia social. Cada impressão só<br />
é definível se a relacionarmos de modo solidário com esses três eixos, e, como o<br />
espaço possui sozinho três dimensões, precisaríamos de pelo menos cinco para<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 68<br />
68<br />
fazermos da viagem uma representação adequada” (1996 (1955): 81). A compreensão<br />
acerca dessas formas de deslocamento deve ser ampliada. Refletir acerca<br />
da experiência de viagem a partir da análise das três dimensões apontadas por<br />
Lévi-Strauss nos oferece a possibilidade de compreender as distintas operações<br />
que transformaram a prática etnográfica num tipo qualitativamente diferencial<br />
de observação, envolvimento e descrição. Por outro lado, também nos possibilita<br />
concebê-la como uma atividade de reflexão pós-fato.<br />
A própria caracterização das escolhas e projetos em torno da definição do campo<br />
antropológico, problematizado por Mariza Peirano ao focalizar a maneira pela<br />
qual a alusão ao acaso aparece em narrativas que revisitam trajetórias profissio -<br />
nais, nos sugere um trabalho de classificação e qualificação da viagem realizado<br />
a posteriori (1992). 16 Nesse sentido, podemos suspeitar que viagens não previamen -<br />
te imaginadas como pesquisa de campo foram de grande importância na configuração<br />
de quadros comparativos e na reflexão teórica dentro de certos corpos<br />
de conhecimento. Resultam de projetos anteriores e envolvem conflito, conquista<br />
e relações desiguais de poder. “Ir e retornar”, ressalta David Scott, são movimen -<br />
tos que “organiza(m) as disposições geográficas e epistemológicas do olhar antro -<br />
po lógico” (1989: 78). Seguindo criticamente os passos de Edward Said, James<br />
Clifford mostra que a análise de algumas viagens realizadas por intelectuais já no<br />
século XX permite repensar certas definições conferidas a experiências tradicio -<br />
nal mente vistas como sendo o seu oposto: a reflexão e a produção teórica. Nesse<br />
caso, dificilmente poderíamos caracterizar aparentes oposições tais como desloca -<br />
mento/reflexão e viagem/teoria como noções antitéticas, pois não se reduzem a<br />
atividades que exigiram ora a localização, ora a dispersão e o exílio. Ao contrário,<br />
tais dimensões comumente descritas sob a forma de oposição deveriam ser compreendidas<br />
como uma “série de localizações e encontros, viagens no interior de<br />
diversos, ainda que limitados, espaços” (Clifford, 1989: 182). Ao mesmo tempo,<br />
ao ocorrerem mais em certas direções e se mostrarem histórica e disciplinarmente<br />
localizados em certos centros de gravidade, tais movimentos não podem<br />
ser vistos como algo aleatório ou inocente (Scott, 1989: 78). Essa perspectiva<br />
mul tifocalizada tão pouco poderia ser reduzida a sua dimensão textual, na qual<br />
a reificação do deslocamento se explicita através de uma estratégia discursiva e<br />
estilística. Mais do que isso, tanto as impressões de viagem vertidas em um certo<br />
tipo de relato quanto sua transformação em texto etnográfico são frutos de expe -<br />
riên cias concretas, que incorporam descrições da realidade social através de ope -<br />
rações de dominação e subordinação (Said, 1989; Rosaldo, 1989: 116). Ainda<br />
assim, James Clifford chama atenção para as diferenças que entrecortam as expe -<br />
riências dos viajantes e, uma vez transformadas em algum tipo de narrativa, suas<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 69<br />
69<br />
formas de veiculação e circulação. “O viajante moderno”, adverte, “diferente do<br />
etnógrafo, não tem campo, só uma rota, nenhum corpus de dados classificados,<br />
só a narração. As ‘descrições’ de viagens primárias são registradas em jornais e<br />
não em notas de campo. Como essas diferenças genéricas e profissionais têm sido<br />
constituídas e mantidas” (1990: 65)? Ou mesmo, caberia indagarmos até que<br />
ponto o destino dessas experiências é responsável pela alteração e requalificação<br />
daquilo que foi experimentado, descrito e narrado? Nas palavras de Lévi-Strauss,<br />
o “viajante moderno” dissimula seu conhecimento sobre o objeto. A estranheza<br />
não mais se impõe como experiência mediadora dos encontros. “O viajante moder -<br />
no é menos surpreendido do que admite (...) a busca do exotismo resume-se à<br />
coleção de estados antecipados ou retardados de um tema que nos é familiar”<br />
(1996 (1955): 82).<br />
A ambigüidade que denota essa semelhança de gêneros de escrita pode ser<br />
transposta para a complexa relação entre notas de campo e etnografia. Nem todas<br />
as notas transformam-se em objeto da reflexão etnográfica, da mesma forma<br />
em que nem sempre essa última se reduz à interpretação direta e exclusivamente<br />
vinculada às experiências vivenciadas no trabalho de campo. A etnografia pode<br />
ser, e por vezes tem sido, resultado de investimentos diversos que comportam des -<br />
crições e reflexões sobre viagens vividas e imaginadas. Resta-nos compreender de<br />
que maneira e por meio de que operações, experiência sociológica e imaginação<br />
convergem no texto etnográfico, e também em que arenas discursivas se transfor -<br />
mam relatos autorizados sobre identidade e diferença (Massi, 1992: 193; Leder man,<br />
1990). Essas considerações nos ajudam a problematizar, sob uma perspectiva<br />
histórica, uma associação já não mais banalizada, mas que à época em que Arthur<br />
Ramos produziu era muito comum: a idéia de que toda e qualquer viagem reali -<br />
zada por esses profissionais da observação especializada poderia ser traduzida em<br />
um estilo particular de descrição. Essas experiências trouxeram implicações particularmente<br />
importantes na configuração de um campo de estudos interdisciplinares<br />
no qual Ramos se viu um autorizado precursor e especialista. As lógicas<br />
responsáveis pela construção e direcionamento dos focos de atenção, escolha,<br />
comparação, bem como os limites que caracterizaram a objetificação do afroamericano<br />
nos anos 1930 e 40 do século passado, resultaram de experiências<br />
de des locamento e transposição de fronteiras – bem como projetos de viagens –<br />
de natureza diversa. Como Ramos, outros intelectuais latino-americanos contemporâneos<br />
produziram narrativas semelhantes sobre o afro-americano, nas<br />
quais temas como “raça” e nação foram confrontados e focalizados como leituras<br />
fragmentadas, frutos de deslocamentos não só de ordem teórica mas, sobretudo,<br />
política.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 70<br />
70<br />
Vários estudos recentes têm focalizado seja o caráter transnacional, seja a comple -<br />
xidade política das intenções e projetos que orientaram um grupo de inte lectuais<br />
em direção à formulação de um objeto de atenção cujas fronteiras, simul ta nea -<br />
men te, ultrapassam e se misturam àquelas comumente erigidas na representação<br />
da nação (Trouillot, 1992; Yelvington, 1999, 2001; Palmié, 1998, 2002; Cunha,<br />
2002). Na formulação de uma antropologia do “Negro no Novo Mundo” (New<br />
World Negro), projetos disciplinares e políticos estiveram em diálogo. Embora as<br />
instigantes análises de Walter Jackson (1986) e David Scott (1991) tenham limi -<br />
tado o estudo dessa imbricação ao contexto norte-americano nos anos 1920 e<br />
30, há muito que se investigar acerca de processos anteriores já em curso em alguns<br />
países latino-americanos, nos quais a influência da escola boasiana é mínima<br />
(como são o caso de Cuba e o Haiti), ou relevante somente a partir da segunda<br />
metade da década de 30 (Brasil). São diversos os embates políticos e os dilemas<br />
disciplinares transformam o “negro” em objeto de atenção no Brasil, em Cuba e no<br />
Haiti. Devemos nos perguntar sobre as operações e discursos que subordina ram<br />
essa pluralidade de abordagens em torno de um objeto que envolvia proble mas<br />
de ordem política e social de um lado, e teórica de outro, a um único e inexorá -<br />
vel processo de expansão da antropologia norte-americana no Caribe e na América<br />
Latina. Nesse sentido, a combinação de um certo humanismo nas práticas e nas<br />
idéias com um engajamento político dos alunos de Franz Boas em torno das no -<br />
ções de “raça” e “cultura” deve ser confrontado com outras trajetórias intelectuais<br />
similares em contextos pós-coloniais, enfocadas, quase sempre, por seus vínculos<br />
com projetos de reforma social e nacionalismo. Por esse caminho é possível refle -<br />
tirmos sobre os significados de viagens que visaram ampliar os horizontes do debate<br />
sobre o afro-americano a partir de uma perspectiva transnacional.<br />
As viagens de Fernando Ortiz à Europa, entre 1899 e 1903, e aos Estados Uni -<br />
dos em 1931-1933, por exemplo, fornecem balizadores fundamentais para compreendermos<br />
sua trajetória intelectual e sua leitura racializada de Cuba, re pre -<br />
sentada através da metáfora do ajiaco. Da mesma forma, a compreensão acer ca<br />
das primeiras pesquisas de Melville Herskovits no Suriname, em 1928, é funda -<br />
men tal na observação de como suas leituras de noções como cultura e história<br />
permitiram a confecção de uma inusitada cartografia afro-americana (Ortiz, 1944;<br />
Coronil, 1995; Palmié, 1998). 17 Os exemplos de Ortiz e Herskovits, todavia,<br />
visam representar movimentos paradigmáticos e quase simétricos. De um lado,<br />
o intelectual cubano que se nutre de idéias, teorias, métodos e perspectivas cientí -<br />
ficas na Europa e nos Estados Unidos e, a partir dessas viagens, é capaz de repensar<br />
sua própria forma de conceber um objeto diante do qual se posiciona dema sia -<br />
damente próximo: a nação. Nesse caso, a viagem parece ter produzido uma expe -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 71<br />
71<br />
riência salutar, a de buscar objetividade e distanciamento. São ferramentas supos -<br />
tamente necessárias e que matizam o estigma de interpretações (des)qualificadas<br />
como provincianas, locais e nativas. De outro, teríamos um movimento inverso.<br />
Um intelectual norte-americano amplia as fronteiras de um debate político crucial<br />
para o desenvolvimento da disciplina nos Estados Unidos. Por meio de pesquisa<br />
de campo e escrita etnográfica – experiências qualitativamente distintas da via -<br />
gem-exílio ou viagem de estudos, modalidades de deslocamento que caracterizam,<br />
a partir de então, as viagens de intelectuais latino-americanos e caribenhos<br />
à Europa e aos Estados Unidos – confere aos seus nada próximos objetos um olhar<br />
científico com o qual é possível creditar-lhes uma história e cultura (Jackson,<br />
1987; Baker, 1998; Yelvington, 1999). A caracterização um tanto redutora dessas<br />
duas modalidades de deslocamento visa apenas sinalizar o seu pertencimento a<br />
uma arena complexa de discussões sobre poder e autoridade intelectual que vem<br />
percorrendo várias áreas da disciplina nas últimas décadas. E, embora esse texto<br />
não seja o lugar para analisarmos as experiências e envolvimentos de Ortiz e<br />
Herskovits em distintos trajetos e diálogos transnacionais, há muito que se inves -<br />
tigar acerca do que aparenta movimentos de aquisição de conhecimento unilate -<br />
r ais. Tanto essas posições não são fixas quanto as rotas e lugares onde tais transfor -<br />
mações foram produzidas podem ser reconfiguradas (Mintz, 1998; Gupta &<br />
Ferguson, 1997; Rosberry, 1998; Clifford, 1997).<br />
Num movimento singular, a leitura que Eric Williams fez sobre uma agenda<br />
de estudos afro-americanos no início dos anos 1940, momento em que se insi -<br />
nuava fortemente inspirada nas proposições de Herskovits, pode ser citada como<br />
uma possibilidade distinta e alternativa. Num encontro patrocinado por agências<br />
governamentais e privadas norte-americanas em Washington em 1941, no<br />
qual o destino dos recursos de pesquisa e objetivos dos então chamados negro<br />
studies deveriam ser definidos, Williams explicitava sua visão tomando a história<br />
das populações afro-caribenhas como exemplo. Sugeria existirem outras implica -<br />
ções, nitidamente políticas, na definição de seu foco, prioridade e cartografia. No<br />
seu entender, as pesquisas sobre os afro-americanos em regiões como o Caribe não<br />
deveriam limitar-se à coleta de artefatos e contos de exóticas e isoladas popula -<br />
ções de ex-escravos. Ao contrário, deveriam debruçar-se sobre as experiências<br />
vivenciadas no período da pós-emancipação, justamente quando se mostravam<br />
imersas em processos de dominação e discriminação raciais. Para Williams, as relações<br />
entre raça e colonialismo no Caribe só poderiam ser apreendidas se vistas<br />
como parte de um processo contínuo de deslocamento histórico e geográfico capaz<br />
de reconfigurar o lugar da Europa num campo de discussões e perspectivas<br />
intelectuais hegemonicamente norte-americanas (Williams, 1941; Trouillot,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 72<br />
1998). 18 O olhar crítico de Williams nos é útil na compreensão dos contatos e<br />
da aproximação de Ramos com os antropólogos e a antropologia norte-america -<br />
na. É possível que sua viagem, ainda como um projeto, tenha sido vislumbrada<br />
como desdobramento das experiências que outros intelectuais brasileiros contem -<br />
porâneos tiveram nos Estados Unidos. Porém, o que Ramos imaginou sacralizar,<br />
como motivo que deflagrou os contatos profissionais e pessoais que mobilizou<br />
para esse fim, foi a autoridade que julgava galgar em torno dos então chamados<br />
estudos afro-brasileiros e a singular posição política do Brasil nesse contexto inte -<br />
lectual. É justamente na confluência dessas duas dimensões que seus trajetos de<br />
viagem podem ser entendidos.<br />
MEMORABILIA: A VIAGEM LEMBRADA<br />
72<br />
As primeiras manifestações de suas intenções da viagem datam de 1936 quando<br />
o então pouco conhecido dr. Ramos gozava das críticas favoráveis que seu livro<br />
O negro brasileiro, publicado em 1934, havia suscitado na imprensa e nos meios<br />
intelectuais locais. Pelo Brasil passava, então, em missão especial mas também<br />
para estreitar os laços de amizade com alguns intelectuais brasileiros, Lewis Hanke<br />
– historiador e responsável pela criação do Committee of Latin American Studies<br />
na Universidade de Harvard. Hanke dava continuidade a um pioneiro e ambicio -<br />
so projeto: coletar bibliografia e convidar intelectuais latino-americanos para contribuírem<br />
para a edição do Handbook of Latin American Studies de 1937. Aqui<br />
estava também como divulgador da nova política cultural que os Estados Unidos<br />
selaram através de um acordo com alguns representantes de países latino-ameri -<br />
canos em 1936 num encontro em Buenos Aires. Graças ao financiamento do<br />
Departamento de Estado, da American Council of Learned Societies, de funda -<br />
ções como a Rockefeller, Guggenheim, Ford e ao apoio de algumas universidades<br />
americanas, uma forma particular de viagem – o intercâmbio cultural – fora inven -<br />
tada de maneira a reimaginar velhas fronteiras. 19<br />
No entreguerra, a América Latina, vista como um território suscetível ao avan -<br />
ço do nazifascismo, seria reconfigurada dentro das fronteiras geopolíticas norteamericanas.<br />
Os discursos e textos publicados nos documentos do Departamento<br />
de Estado norte-americano são muito claros no desejo de reconstruir uma história<br />
de (boa) vizinhança pan-americana dentro dos seus jardins (Gilbert, 1998; Sal -<br />
va tore, 1998). Esses artefatos – boletins, ofícios, projetos, relatórios, cartas de re -<br />
co mendação, expedição de passagens, concessão de vistos e passaportes – são pe -<br />
ças arqueológicas que comprovam a existência de novos viajantes modernos e,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 73<br />
73<br />
cada vez mais, especializados. Ao mesmo tempo constituem os primeiros sinais<br />
da descoberta oficial de que a América era objeto de desejo não só de imigrantes<br />
europeus, mas de populações então chamadas hispânicas. Esse contexto consiste<br />
numa rede de envolvimentos e projetos de caráter pessoal e institucional muito<br />
extensa – e que ganham uma conotação específica com a deflagração da guerra<br />
na Europa – e não há espaço para abordá-lo em toda sua complexidade nesse texto<br />
(Micelli, 1990; Gilbert, 1998; Salvatore, 1998). Todavia, é preciso ressaltar alguns<br />
pontos que demonstram sua relevância para a compreensão do quadro político<br />
no qual a viagem de Ramos deve ser enfocada. Através desses programas, no iní -<br />
cio dos anos 1940, Louis Price-Mars (Haiti), Fernando Romero (Peru), Aguirre<br />
Beltran (México), e os brasileiros Érico Veríssimo, Sérgio Buarque de Holanda,<br />
Dante de Laytano, Ruy Coelho, Octávio da Costa Eduardo, René Ribeiro e Gi l -<br />
berto Freyre, entre outros, viajaram aos Estados Unidos com recursos de instituições<br />
educacionais e governamentais norte-americanas.<br />
Pelo seu caráter oficial, a institucionalização das viagens de “intercâmbio cultural”<br />
como parte da política norte-americana para a América Latina e o Caribe<br />
produz uma intensa e crescente circulação de intelectuais norte-americanos em<br />
instituições de ensino superior nos Estados Unidos durante toda a década de<br />
1940. É dessa forma que sua referência aparece num comentário que Elsie Clews<br />
Parsons faz a Herskovits quando da passagem de Ramos e do folclorista peruano<br />
Fernando Romero pelos Estados Unidos em março de 1941 – homens “enviados<br />
pelo Departamento de Estado”. 20 “Intercâmbio”, “troca” e cultural exchange.<br />
Termos pouco definidos, mas categorias poderosas, no sentido de realçar inten -<br />
ções aparentemente movidas por interesses exclusivamente intelectuais, que leva -<br />
ram tais viajantes a cruzarem fronteiras com outras lentes. É nesse contexto que<br />
o dr. Ramos, por volta de 1937, envia seu projeto para a <strong>Fundação</strong> Rockefeller<br />
e, logo depois, para a John Simon Guggenheim Memorial Foundation. Na sua<br />
primeira tentativa, Ramos não teve sucesso. A posição vacilante do Brasil com<br />
relação ao Eixo deixou seus intelectuais de fora dos primeiros grupos de professores<br />
e estudantes latino-americanos que foram enviados aos Estados Unidos. Na<br />
segunda tentativa, porém, uma rede de contatos que fizera ainda no Brasil se<br />
transformou num auxílio poderoso a seu favor. Em 1938, depois de explicitar<br />
seu interesse numa bolsa que o levasse a Northwestern University, onde estava<br />
Melville J. Herskovits, ou para a University of Chicago, onde estavam Robert E.<br />
Park e Robert Redfield, Ramos conclui de forma entusiasmada a justificativa de<br />
seu intento: “O meu desejo mais ardente é aproximar cada vez mais o Brasil da<br />
América do Norte, o que podemos fazer no setor universitário.” Essa afirmação<br />
aparece em carta enviada por Ramos a Melville Herskovits. 21<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 74<br />
74<br />
Relações de reciprocidade redirecionaram parte substancial dessas rotas e<br />
co n du ziram os projetos dos viajantes. A viagem de Park ao Brasil em 1937, por<br />
exem plo, reafirmou o interesse do sociólogo da Universidade de Chicago em incluir<br />
o Brasil como foco de atenção dos seus seminários sobre cultura e contato<br />
racial. Para isso, tinha ao lado seu aluno Donald Pierson, responsável em cice -<br />
roneá-lo e apresentá-lo a intelectuais brasileiros. O contato entre Robert E. Park<br />
e Ramos foi viabilizado por Donald Pierson. Em carta a Ramos, Pierson incluía<br />
a viagem de Park ao Brasil dentro da política de “intercâmbio cultural”: “Concordo<br />
plena mente consigo em dizer que o Brasil e a América do Norte deve ser aumen -<br />
tado. Tenho desejo sincero de contribuir como posso a este fim. Em mez (sic) de<br />
ju lho meu grande mestre, dr. Robert E. Park, estudioso profundo em matérias<br />
de sociologia, especialmente a respeito de questões de raça. Eu lhe dei o seu<br />
endere ço, pedindo que o visitasse quando ele chegar ao Rio.” 22 Anterior a esses<br />
en contros, todavia, o envolvimento e a sintonia que havia estabelecido com os<br />
temas investigados por Melville Herskovits reconduziram as viagens e os trajetos<br />
de Ramos nos Estados Unidos. Embora manifestasse o desejo de “freqüentar os<br />
semi nários” de Park, em Chicago, e de Herskovits, em Northwestern, sua esco -<br />
lha foi determinada por outras injunções que o levariam primeiramente a Baton<br />
Rouge – para a Louisiana State University (LSU). 23 Paralelo a toda negociação<br />
em torno do pedido de bolsa de Ramos a várias fundações norte-americanas, T.<br />
Lynn Smith, responsável pelo Departamento de Sociologia Rural da LSU e envol -<br />
vido em projetos devotados à sociologia rural no Brasil, apoiado por subsídios<br />
do Departa men to de Estado norte-americano, o convidara para ministrar cursos<br />
sobre race and race relations em Baton Rouge. 24<br />
Mas não só contatos estritamente oficiais levaram Ramos aos Estados Unidos.<br />
Considerar esse aspecto, apesar da pouca ênfase que Ramos deu a essas relações,<br />
é de extrema importância para entendermos a economia política dos percursos<br />
que fez nos Estados Unidos. Ainda assim, a natureza dos contatos de caráter pessoal<br />
deve ser matizada e não necessariamente oposta aos primeiros. Desde 1936,<br />
Ramos vinha mantendo um estreito contato por meio de cartas com um profes -<br />
sor de literatura e história latino-americana da Universidade de Puerto Rico,<br />
chamado Richard Pattee. As viagens e os interesses que levaram esse obscuro personagem<br />
a realizar uma verdadeira peregrinação por alguns países americanos,<br />
ainda antes de assumir um posto no Bureau of Latin American Republics dentro<br />
do próprio Departamento de Estado, demonstram como projetos políticos e<br />
intelectuais se realimentaram nesse contexto. Pattee foi exemplo de um viajante<br />
especializado que, a partir de 1935, se lança – num primeiro momento sem apoio<br />
institucional – em um percurso transnacional em busca do que chamava estudos<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 75<br />
75<br />
sobre as coisas africanas na América. O fato é que os pontos de inscrição dessas<br />
via gens passam, pouco a pouco, a caracterizar um trajeto e, por conseguinte, um<br />
mapa muito específico. É via a intervenção de Pattee que o nome de Ramos se<br />
firma como uma autoridade brasileira em estudos afro-brasileiros fora do Brasil.<br />
Foi Pattee quem promoveu o contato de Ramos com algumas instituições afro-ame -<br />
ri canas nos EUA: como a National Association for the Advancement of Colored<br />
People (NAACP), o Journal of Negro History, e o Journal of Negro Education. 25<br />
Ao mesmo tempo em que Ramos era sondado por Lewis Hanke para integrar<br />
o Handbook of Latin American Studies em 1936, W. E. B. Du Bois – nessa<br />
época já em Atlanta University – escrevia a Ramos convidando-o para participar<br />
da Encyclopedia of Negro. 26 Dois anos depois, por intervenção de Pattee, Ramos<br />
entra em negociação com o historiador Carter G. Woodson – editor do Journal<br />
of Negro History –, interessado em publicar O negro brasileiro em inglês. Seria este<br />
o primeiro livro sobre o tema escrito por autor latino-americano publicado nos<br />
Estados Unidos. Entretanto, seus leitores deveriam ser apresentados a uma reali -<br />
dade totalmente desconhecida e o projeto envolveria a alteração de algumas partes<br />
da edição brasileira. Em 1938, o tradutor, Pattee, escreveria a Ramos, suge rindo<br />
a adição de um capítulo sobre culinária baiana: “Não é coisa indispensá vel, mas<br />
penso que daria uma idéia ainda mais completa de um aspecto curioso da vida<br />
negra no Brasil.” Ramos não só escreveu um capítulo sobre culinária como subtraiu<br />
partes indecifráveis da sua edição original. Na sua definição, o livro “não tem interesse<br />
antropológico, sendo apenas um modesto aperçu para conhecimen to do<br />
leitor médio norte-americano, tal como pediram os editores”. 27 Mas, ao cruzar<br />
fronteiras, mesmo seguindo direções previamente orientadas, as idéias já não mais<br />
pertencem aos seus “donos”: circulam, tornam-se objeto de comparação, deslocam-se<br />
do contexto em que foram produzidas (Clifford, 1983; Gordon, 1990).<br />
Esses antecedentes nos ajudam a perceber que não só pessoas cruzam fronteiras,<br />
mas suas idéias, emolduradas em suportes variados – como o livro, o artigo pu -<br />
blicado, o nome citado, a resenha referida – são poderosos instrumentos de projeção<br />
e transposição dos autores para fora dos limites nos quais sua criação foi<br />
concebida.<br />
Cartas de recomendação, apresentação, contato, oferecimento, livros, artigos,<br />
resenhas, bilhetes e cartões transpuseram os oceanos e produziram interessante<br />
diálogo. Ramos tinha uma estratégia muito especial em promovê-los e talvez, na<br />
análise do elenco de seus interlocutores e preferências, possamos esboçar os ante -<br />
cedentes dos seus planos de viagem. Tinha o hábito de enviar seus livros a destaca -<br />
dos intelectuais no campo da psicologia e das ciências sociais. Lévy-Bruhl res -<br />
pondeu-lhe cordialmente, Boas e Freud, entretanto, lamentaram-se da falta de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 76<br />
76<br />
habilidade com o português. Essas cartas, todavia, transformadas em poderosos<br />
artefatos de validação da carreira de Ramos, seriam objeto da referência de uma<br />
de suas poucas biografias, na qual Ramos seria não só referenciado como um in te -<br />
lec tual conhecido, mas, sobretudo, reconhecido por personagens ilustres. Tam -<br />
bém não é à toa que durante uma determinada gestão do setor da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional, que hoje abriga a Coleção de Ramos, sua correspondência tenha sido objeto<br />
de uma reorganização envolvendo a tradução de cartas em língua estran geira<br />
ou ilegíveis, na qual a relevância atribuída a determinados interlocutores deixou de<br />
fora conversas, contatos e diálogos importantes para compreendermos um complexo<br />
sistema de atribuição de prestígio, autoridade e valor no campo intelectual.<br />
As viagens nem sempre começam quando e onde os viajantes afirmam ter sido<br />
o seu início. Falar sobre a viagem, ou narrá-la sob a forma de um texto, é uma<br />
for ma de inventá-la como um trajeto que deve ter começo e fim. Lévi-Strauss<br />
tratou de forma poética e inocente suas hesitações em torno do que seria o início<br />
da experiência de deslocamento e, ao mesmo tempo, o “fim das viagens”: o<br />
momento de transformá-la em narrativa etnográfica. Justamente quando gozava<br />
uma situação de transição – a bordo do navio que rumava em direção aos trópicos<br />
–, refletia sobre a oportunidade de certos encontros fortuitos, ainda não<br />
emoldurados no clima e contexto da pesquisa de campo.<br />
“(...) o espírito etnográfico ainda me era tão alheio que eu não pensava em aproveitar<br />
essas ocasiões. Desde então, aprendi o quanto esses breves relances de uma cidade,<br />
de uma região ou de uma cultura exercitam utilmente a atenção e, por vezes, permitem<br />
inclusive – devido à intensa concentração que se faz necessária pelo ins -<br />
tante tão curto de que dispomos – apreender certas propriedades do objeto que<br />
poderiam, em outras circunstâncias, manter-se escondidas por muito tempo.<br />
Outros espetáculos me atraíam mais e, com a ingenuidade de um novato, eu observava<br />
apaixonado, no convés deserto, esses cataclismos sobrenaturais (...) se encontrasse<br />
uma linguagem para fixar essas aparências a um só tempo instáveis e rebeldes<br />
a qualquer esforço de descrição, se me fosse dado comunicar a outro as<br />
fases e as articulações de um acontecimento no entanto único e que jamais se reproduziria<br />
nos mesmos termos, então, parecia-me, eu teria de uma só vez atingido<br />
os arcanos da minha profissão: não haveria experiência estranha ou peculiar a<br />
que a pesquisa etnográfica me expusesse e cujo sentido e alcance eu não pudesse<br />
um dia fazer com que todos captassem” (1996 (155): 60).<br />
Ramos e sua esposa, Luísa, deixaram pistas de uma certa presunção quanto a<br />
um poder ilimitado de descrição. As marcas da viagem – delicadamente docu-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 77<br />
77<br />
mentada na constante atenção às suas marcas mais indeléveis – estão por toda<br />
parte. É que a viagem à América – sob a forma de um projeto em constante ela -<br />
bo ração – começara antes. Nas cartas enviadas, nas referências comparativas de<br />
seus artigos a temas como “escravidão” e “raça” nos Estados Unidos e no Brasil,<br />
e na sua atitude favorável a uma política de “intercâmbio cultural” que projetava<br />
o império para as bordas de seus velhos, mas reconsiderados, súditos, desde<br />
meados dos anos 1930. A viagem, chegada, recepção, e passagem de Ramos por<br />
várias cidades norte-americanas foram singularmente descritas. Do porto do Rio<br />
de Janeiro, o navio que levara Ramos e d. Luísa aos Estados Unidos chegaria a<br />
New Orleans no <strong>final</strong> do ano de 1940. A partir de então, Ramos parece ter vestido<br />
a “ jaqueta de antropólogo” (McClintock, 1995), passando a observar e a escre -<br />
ver sobre o que via. Ramos inicia as primeiras observações e descrições sobre sua<br />
viagem. Mas, ao contrário de Lévi-Strauss, que em Tristes trópicos (1955; 1996),<br />
retomara suas notas de bordo para explicar e dar sentido ao seu sentimento de<br />
exílio, decepção e fadiga da civilização, Ramos deixou marcas, sinais triunfais<br />
dessa transposição de fronteiras políticas e culturais tão importantes para a atividade<br />
que desempenhava num mundo ameaçado pela guerra. Ao contrário do<br />
antropólogo francês, para o qual a alusão ao “Velho Mundo” pode ser vista como<br />
um recurso estilístico de forma a produzir uma mediação e preparação do leitor<br />
para um cenário cultural radicalmente diverso, as menções que Ramos faria ao<br />
que ficou para trás – o Brasil e os brasileiros – acompanhariam todas as referências<br />
e observações que fez, sob a forma de notas e cartas, de sua viagem.<br />
A partir de agosto de 1940, a coluna Movimento Cultural, escrita por Ramos<br />
para o jornal Diretrizes –, editado pelo jornalista Samuel Wainer –, passa a ser o<br />
espaço de divulgação de sua “correspondência” – nas palavras dos editores, “uma<br />
correspondência especial sobre assuntos culturais e sobre aspectos sociais da vida<br />
norte-americana”. 28 Mas as primeiras impressões sobre a viagem, Ramos as escre -<br />
ve do Delmondo, que compara a uma “universidade em trânsito”: cheio de white<br />
middle class, estudantes dos colleges americanos e professoras de high schools que<br />
o enchem de perguntas sobre o Brasil. Ramos parece exultar de sua condição ímpar:<br />
um professor brasileiro rumo à civilização. O último dia no Brasil, a convi -<br />
te de Diégues Júnior, é na pacata Vitória de 1940. De forma nostálgica avista<br />
“gente metida em roupa branca de linho engomado”, namoro de portão, conver -<br />
sa na farmácia, procissão, bilhares cheios e matinês de cinema. De volta ao navio,<br />
apelidado de “antecâmara da América”, personagens mais cosmopolitas invertem<br />
a cena. A figura de um missionário que conhece toda a literatura cristã que vai<br />
de “Maritain a Tristão de Ataíde” o instiga a iniciar de pronto suas observações<br />
sobre a gente de uma terra na qual ainda não aportara. Longe do Brasil e perto<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 78<br />
78<br />
de um território desconhecido, o antropólogo se vê observando um precursor<br />
mítico da curiosidade e imaginação antropológica. O missionário-observador já<br />
estivera nos Mares do Sul, Java, Nova Zelândia, e entre os maoris. Aos domingos,<br />
entretanto, incorporava o severo pregador que reunia toda gente a bordo em<br />
torno das suas preleções matinais. “É a única alusão à guerra”, que Ramos diz<br />
ouvir de seu “amigo”. De fato, o também professor de teologia parece ser o seu<br />
mais freqüente interlocutor, e é a vocação missionária, e não uma arguta capacidade<br />
de observação, o que parecia irmaná-los. 29<br />
Na mesma série de impressões sobre a “experiência americana”, Ramos deta -<br />
lhava seus objetivos e os compromissos, suscitados já nas suas referências à espan -<br />
tosa ignorância dos turistas que partilhavam com ele as manhãs ensolaradas no<br />
navio. Seus planos para a Louisiana State University eram ministrar dois cursos.<br />
Um sobre raças e culturas do Brasil, incluindo aspectos “da cultura, raça e antro -<br />
pologia física e cultural do índio, do europeu e do negro”; e outro, um seminário<br />
sobre as relações de raça. Para os leitores brasileiros prometia ainda mais: “De -<br />
ba teremos nesse setor as nossas experiências – a norte-americana e a brasileira –,<br />
especialmente no tratamento concedido às massas negras e índias das respectivas<br />
populações.” 30 Como missionário e tradutor, seu papel era dirimir incompreensões<br />
e explicar um desconhecido Brasil “entre círculos intelectuais”. Ramos tingia<br />
seus projetos com outras intenções de caráter fortemente nacionalista. 31 Estava<br />
em seus planos comparar a “situação do negro” nos dois contextos. Já em Baton<br />
Rouge, todas as primeiras impressões sobre a viagem, o encontro com o Mississípi<br />
e o porto de Nova Orleans parecem dar lugar a uma certa hesitação. E nesse ponto<br />
não é meu propósito recuperar, mas tão-somente imaginar os percalços e<br />
as experiências que teriam levado Ramos a privilegiar (ou a reduzir) suas impres -<br />
sões sobre o sul dos Estados Unidos a uma insistente referência comparativa<br />
ao Brasil. Esses comentários pontuam, de forma insistente, tanto os relatos de<br />
viagem quanto as notas que pretendeu etnográficas, dispersas por várias partes<br />
de sua coleção. Aos leitores de sua coluna, assegurava: não se des cuidaria daquela<br />
que talvez fosse sua missão principal – divulgar a “filosofia” das raças existentes<br />
no Brasil:<br />
“(...) temos que ensinar também. Ensinar uma técnica de vida que é caracteristicamente<br />
nossa. A técnica das relações humanas. A técnica da conduta social. A<br />
técnica da real democracia que transcende as injunções deste ou daquele período<br />
histórico (…) O estudo direto do negro no Deep South me proporcionará elementos<br />
de cotejo com idênticos problemas no Brasil – em seus aspectos antropológico,<br />
sociológico, psicológico etc. Direi lá o resultado da nossa experiência – que<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 79<br />
79<br />
eu creio a mais humana, a mais científica de todas as experiências já tentadas neste<br />
vasto problema das relações e contatos de raça”. 32<br />
Esse propósito é detalhado no paper intitulado Acculturation among the<br />
Brazilian Negroes (1941), escrito por Ramos no fim de 1940 para ser apresentado<br />
na reunião anual da American Anthropological Association (AAA), em painel<br />
organizado por Herskovits. Contudo, diante da impossibilidade de conseguir recursos<br />
para a viagem até Filadélfia, Ramos não compareceu à reunião onde foi<br />
representado por Herskovits, a quem escreveria explicando seus propósitos:<br />
“Escrevi o pequeno artigo às pressas, apenas para dar uma idéia do processo de<br />
aculturação entre os negros do Brasil. Contudo, se o senhor quiser, pode publi -<br />
cá-lo em qualquer revista que julgar conveniente.” 33 Possibilidades de pesquisas<br />
comparativas no sul foram repetidamente sugeridas pelos seus missivistas, entre<br />
eles, aqueles responsáveis pelos apoios que garantiram a concessão da bolsa que<br />
o levou à Louisiana State University. Destacaria Melville Herskovits e Richard<br />
Pattee. Em carta a Ramos em setembro de 1940, Herskovits afirmava:<br />
“Você vai gostar da Louisiana, onde encontrará muitas coisas que lhe irão interes -<br />
sar tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Espero que tenha oportuni -<br />
dade de fazer algum trabalho sobre os negros da região; com a preparação que<br />
você tem, estes estudos certamente alcançarão excelente resultado.” 34<br />
Certamente Ramos não via tudo o que observava. Ou talvez não quisesse<br />
transformar em observação tudo que os outros queriam que ele não só visse,<br />
mas comparasse. De todo modo, em uma de suas primeiras “cartas” publicadas<br />
em Diretrizes, Ramos tornou público seu desejo de transformar a região<br />
em objeto de pesquisa comparativa: “Meu campo de atuação é o Vale do<br />
Mississípi (…) me proporcionará elementos de cotejo com idênticos problemas<br />
no Brasil.”<br />
Em carta a Herskovits, escrita um mês após sua chegada a Baton Rouge, declarava<br />
estar gostando “imenso da LSU”: “Não só os estudantes como (os) professores<br />
estão muito interessados por tudo quanto tenho dito sobre os problemas<br />
de raças e de culturas no Brasil. Tenho aproveitado as horas vagas para estudar e<br />
observar a vida do negro nas plantações da Louisiana e em outros atos da sua<br />
vida social, do ponto de vista antropológico e sociológico, e será excelente trocarmos<br />
depois nossas impressões.” 35 Mas, apesar de ter escrito alguns artigos sobre<br />
a sua presença no sul, era o Brasil e os brasileiros que pareciam ser objeto da<br />
visão, e não da observação, de Ramos. Mas será que os antropólogos – na posição<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 80<br />
80<br />
de viajantes especializados – teriam necessariamente que descrever tudo o que<br />
viam, ou, mesmo, será que teriam tal poder de arguta observação?<br />
Mencionei rapidamente que Ramos viajara aos EUA num contexto de guerra.<br />
Essa referência não é um mero detalhe. A mobilização e o engajamento de<br />
intelectuais em esforços de guerra de diversos matizes redefine os parâmetros do<br />
debate sobre o papel da antropologia. Mais do que isso, como nos mostrou Amy<br />
Kaplan (1993) para o caso norte-americano, tanto os debates quanto as interpre -<br />
tações e narrativas produzidas sobre a guerra – desde a Guerra Civil – estão eivados<br />
de construções e projetos de nação. Não só nos textos que, dos Estados<br />
Unidos, Ramos envia para serem publicados em sua coluna no jornal Diretrizes,<br />
mas, sobretudo, nos convites que recebe de universidades americanas, percebese<br />
a interligação de dois temas: “democracia” e “raça”. Seu entendimento, porém,<br />
deve estar conectado a todo um contexto no qual discursos semelhantes se sobre -<br />
põem, embora dirigidos a questões e preocupações diversas. O ambiente inte -<br />
lectual americano, suas associações de classe, publicações e investimentos – como<br />
nos mostrou George W. Stocking Jr. –, vive alguns dos “medos” da guerra inten -<br />
samente e, é claro, por motivos diferentes. Algo, porém, parece tornar grande<br />
parte desses movimentos reativos em um uníssono: a idéia de que os ideais de -<br />
mocráticos da América deveriam ser expandidos como uma espécie de antído to<br />
contra o avanço do nazifacismo. Esse ideal levou antropólogos a integrarem-se<br />
em esforços de guerra, outra modalidade de viagem onde a guerra e os “povos”<br />
se misturavam em cadernos de campo e dossiês enviados ao Departamento de<br />
Estado norte-americano. A preocupação em produzir uma antropologia aplicada<br />
ao contexto de guerra não foi, obviamente, uma preocupação exclusiva de<br />
Ramos. Melville Herskovits, na sua importante e extensa rede de contatos com<br />
intelectuais caribenhos e latino-americanos, explicitou claramente sua preocupação<br />
não só com a posição do governo mas, também, com a dos intelectuais<br />
brasileiros:<br />
“Acredito que a ativa participação do Brasil na guerra, algo que foi cordialmente<br />
bem recebido neste país, não faça muita diferença no seu planejamento para o<br />
Departamento. De qualquer forma, é confortante saber que os nossos governos<br />
estão utilizando toda a capacidade profissional dos antropólogos nesse momento<br />
(…).” 36<br />
A América Latina, nesse contexto, é vista como um frágil território. O Brasil,<br />
um exemplo pouco conhecido de como raças poderiam viver em harmonia. Mas<br />
aqui e ali o fantasma racialista pairava sobre os céus abaixo da linha do equador.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 81<br />
Esse medo produziu estranhas alianças, ao menos no plano do discurso. Liberais<br />
e representantes do governo norte-americano e partidos e intelectuais de esquerda<br />
no Brasil espantavam-se diante da propaganda danosa que a organização<br />
de milícias nacionalistas ou organizadas “sob o ponto de vista da raça” produziam<br />
no país. Em 1943, em artigo chamado Hitler contra Zumbi, Jorge Amado,<br />
referindo-se a um suposto plano de Hitler contra negros na África do Sul e na<br />
América do Sul, citava as preocupações de Arthur Ramos no sentido de chamar<br />
atenção para o florescimento de idéias “fora de lugar”: “Foi necessário que medrasse<br />
aqui a semente no capim-verde do integralismo, para que os preconceitos raciais<br />
viessem à tona num país como o nosso de forte miscigenação.”<br />
É interessante notar que, para Ramos, as experiências de militância antifascista<br />
no Brasil não pareciam credenciais para que análises sobre a guerra e a expansão<br />
do racismo fossem, em outros contextos, explicitadas da mesma forma. Embora<br />
acreditasse que a antropologia devesse ser utilizada como instrumento da prega -<br />
ção de “valores democráticos”, o analista que dela fazia uso deveria confrontar-se<br />
com os fantasmas do etnocentrismo. Refletindo sobre suas experiências em movimentos<br />
similares patrocinados nos EUA por intelectuais, políticos e industriais<br />
liberais, Ramos parecia enxergar limites numa ação integrada:<br />
“Agora que me encontro no tempo e no espaço das discussões em que tomei parte,<br />
verifico como é possível extirpar aquele defeito de atitude que os antropólogos<br />
chamam de ‘etnocentrismo’, como é difícil deixar de querer impor aos ou -<br />
tros os conceitos que nos acostumamos a julgar como sendo os melhores. Não<br />
podemos discutir os problemas da futura paz, sem antes destruir o que estava erra -<br />
do neste velho mundo, sem destruir as coisas más que levam os homens à guerra,<br />
sem entrar na guerra para destruir a guerra” (Ramos apud Gusmão 1974: 55).<br />
TERRA ESTRANGEIRA: VIAGEM E NOSTALGIA<br />
81<br />
As notas de viagens de Ramos por terras norte-americanas não estão isentas de<br />
decepção e, de certa maneira, do que Renato Rosaldo ironicamente chamou<br />
de “nostalgia imperialista” (1989). Isso porque algumas imagens povoam seus<br />
escritos com notável insistência. Ramos se vê decepcionado em não encontrar<br />
os steamboats dos livros de Mark Twain às margens do Mississípi. O advento<br />
do trem estava sepultando a tradição. A bordo de um teatro flutuante estili -<br />
zado, a decepção aumentaria e imagens coloniais vinham colorir, sem cessar,<br />
suas impressões:<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:26 PM Page 82<br />
82<br />
“Não é a poesia do rio que nos espera: é a bárbara e monumental sinfonia do óleo<br />
que nos penetra os sentidos, quando entramos pelo backyard da América (…) a<br />
mecanização agrícola está destruindo aos poucos a tradição do rio. O trem de ferro<br />
matou o steamboat (…) entrei numa dessas excursões e nada vi, além de um<br />
conjunto de swing, uísque com Coca-Cola e Seven Up (…) não ouvi as risadas<br />
de Huckberry Finn nem o barulho da banda de Giddeon. Old Man River! Onde<br />
estão os teus negros cantando nas plantações de Louisiana? (…) O velho negro<br />
Carey das plantações de St. Francisville e outros negros das old plantations ao<br />
norte de Baton Rouge – de Oakley a Live Oak me contam no seu quase ininteligível<br />
gumbo, a história das migrações que despovoaram o Mississípi. Perseguidos<br />
e maltratados, os negros vivem a vagar de um ponto a outro, à busca de melhores<br />
pousos. Eu vi as suas casinhas de madeira, desde a foz do rio, desde os pequenos<br />
aglomerados de pescadores até as little towns dos bayous da Louisiana. Nunca<br />
uma família está completa. Há sempre o rapaz que foi embora, a procura de<br />
melho res dias, longe, muito longe do velho mar.” 37<br />
Mas essas imagens literárias e cinematográficas estão longe de restringirem-se<br />
à América. Por meio de referências que aludem simultaneamente ao cenário da<br />
plantation no Sul americano e dos engenhos no Nordeste brasileiro, Ramos produz<br />
uma singular cartografia cujos pontos de inscrição aludem ao passado. Na<br />
apresentação de Introdução à antropologia brasileira – as culturas negras (1943),<br />
Renato de Mendonça observa que Ramos “procurou seguir os ensinamentos do<br />
método histórico-cultural, corrigindo assim os equívocos do método evolucionista<br />
puro e fugindo a todo ‘sociologismo romântico’ do negro” (1943:10). 38 Mais do<br />
que orientar um método, a história nos escritos de Ramos comporta um modo<br />
de se referir e um estilo de narrar diferenças sociais. As opções metodológicas de<br />
Ramos põem em relevo essa leitura, e seu arquivo as reorganiza, por meio de um<br />
enfoque personalizante: a história-cronologia da vida pessoal-profissional do autor<br />
dota de sentido e, tal como legendas, explica a presença de outros objetos ali<br />
contidos. Mas não é qualquer consciência histórica que povoa seus escritos e arquivo.<br />
É sobretudo uma história cujo desenho está irremediavelmente cerrado<br />
num passado distante, cuja memória é impossível. Cabe ao antropólogo explo -<br />
rá-lo. Ramos parece seduzido com uma incontrolável profusão de informações<br />
sobre “origens”, “transplantações”, “retenções” e resquícios da viagem-escravização.<br />
Em seu arquivo encontramos inúmeros documentos relacionados à escra -<br />
vidão, em grande parte, enviados ao autor por amigos influentes que trabalhavam<br />
em cartórios de diferentes cidades brasileiras. Cartas de alforria, cessão/doação<br />
de escravos e relatos de fuga juntam-se a “entrevistas” com ex-escravos e fotografias<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 83<br />
83<br />
de instrumentos de tortura. Como outros autores com os quais esteve afinado,<br />
Ramos buscou encerrar os sinais da história (tendo a escravidão como metonímia)<br />
nas amarras da “tradição”. Sem dúvida um arranjo civilizatório, e sobretudo moder -<br />
no, fundado numa perspectiva humanista, científica e nacionalista (Palmié, 2002).<br />
A inclusão de certo elemento no conjunto classificatório que define os limi -<br />
tes da “tradição” e da “modernidade” é uma operação necessária antes que sua<br />
adequada historicidade seja então atribuída. Embora as marcas da “tradição” esti -<br />
ves sem por toda parte, a operação de identificação carece de destreza e habilida de.<br />
O conhecimento da “história” – na sua vertente “pátria” esboçada nos ma nuais<br />
e nos clássicos do século XIX – não é suficiente. Como observou Renato de Men -<br />
donça, o “sentimentalismo” não seduz Ramos. O que o antropólogo parece buscar<br />
são marcas de uma história contida nos hábitos, na cultura e nos corpos. Sua<br />
perspectiva historicista constrói-se na própria prática de observação e pesquisa.<br />
Mas há momentos em que um olhar seduzido pelo que se acredita configurar os<br />
limites da “tradição” pode ser observado. Assim, não é por acaso que ele nos reme -<br />
te de volta ao tema da viagem. Duas fotografias guardadas num álbum de Ramos<br />
registram a fase em que ele e familiares estiveram envolvidos na busca de informações<br />
sobre os xangôs alagoanos. Entre outras imagens não identificadas, duas<br />
fotos chamam atenção. Na volta à sua terra natal no início dos anos 1930, Ramos<br />
visitou diversas localidades da região litorânea do estado, entre elas, Mocambo.<br />
Esposa e irmãs de Arthur Ramos no litoral de Alagoas: em 1930, o antropólogo visitou a localidade<br />
de Mocambo em busca de informações sobre xangôs alagoanos.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 84<br />
84<br />
As fotos desse retorno nostálgico às origens foram também concebidas como<br />
uma espécie singular de pesquisa de campo. A visita a Mocambo é partilhada<br />
por sua mulher e irmãs que se colocam frente às imagens de palhoças rústicas.<br />
A familiaridade com os cenários nativos, por um momento, parece suspensa.<br />
O obser vador coloca-se estrategicamente à distância, o suficiente para ensaiar<br />
uma posição de estranhamento. Dali pode redescobrir o familiar. Ao mesmo<br />
tempo, essas fotografias poderiam estar compondo álbuns familiares. Talvez,<br />
sob a forma de có pias, registrassem as lembranças dos reencontros de d. Luísa<br />
e os familiares de Ramos na sua volta a Alagoas. Contudo, na Coleção de Ramos<br />
repousam junto a outras imagens indefectivelmente marcadas pelas três dimen -<br />
sões que Lévi-Strauss apontou como definidoras das viagens/deslocamentos:<br />
traduzem um olhar nostál gico e retrospectivo a um passado não vivido mas<br />
ima ginado, a um espaço social diverso, exótico e não familiar ao observador,<br />
e, por fim, retratam personagens transformados em objetos de uma apreciação<br />
especializada. Não são cenas furtivas de um cenário que envolve um evento que<br />
se quis perpetuar. As personagens fotografadas desnudam seus fotógrafos:<br />
antropólogos distantes, patrões e parentes próximos. É nesse conjunto que re -<br />
pou sam as fotos das distintas senhoras da família Ramos em seu passeio pela<br />
localidade de Mocambo.<br />
Outra fotografia documentando a visita de Arthur Ramos e familiares a Alagoas em 1930.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 85<br />
85<br />
Otinha, a dedicada coletora de música, línguas, lendas e estórias de vida de<br />
pretos freqüentadores dos xangôs de Pilar e autora da carta transformada em epígrafe<br />
com a qual iniciei esse texto, misturava seus informes etnográficos a notícias<br />
familiares que enviava a Ramos. Entre 1937 e 1939, várias foram as cartas<br />
endereçadas a Ramos contendo referências aos percalços enfrentados pela não<br />
treinada pesquisadora, às voltas com pais-de-santo e velhos pretos, relutantes em<br />
ceder aos seus artifícios de sedução. Como sugere a epígrafe, àquela época Otinha<br />
devotara toda sua atenção ao sargento Padre Nosso e a outras personagens locais,<br />
“descobertos” graças à fama então alcançada pelo ilustre filho da terra, Arthur<br />
Ramos. O médico tornara-se referência assídua dos jornais alagoanos e seu prestígio<br />
local seria reforçado pela reconhecida autoridade do antropólogo especialista<br />
nas “coisas africanas”.<br />
“Na sexta-feira P. N. (sargento Padre Nosso) esteve aqui e me disse que quando<br />
fosse lá não deixasse de levar O negro brasileiro porque este livro serviria de bilhe -<br />
te de entrada. Disse mais, que, quando veio aqui pela primeira vez, se eu não<br />
tivesse lido aqueles trabalhos seus, não teria arranjado coisa alguma. Falando sobre<br />
o preto de que lhe mandei o retrato, disse que ele entende da presente coisa,<br />
mas não está com as faculdades mentais perfeitas (...) tenho notado que eles<br />
querem se aproveitar de mim, querem que eu consiga licença para a seita funcionar<br />
sem interrupção (...) perguntei a Padre Nosso se tinham algum livro que ensinasse<br />
todas as palavras de nossa língua para o africano. Disse que não e que o<br />
velho babalorixá é que ensina muita coisa. Quero ver se consigo agradar o ve lho<br />
e apanhar um bocado de coisas. Se você tem alguma coisa que deseja saber, será<br />
bom dizer, porque assim será mais fácil para mim. Ou melhor, escreva, dizendo<br />
o que deseja que eu consiga do velho babalorixá.” 39<br />
Mas o caso é que a obstinada Otinha se via açodada por outras forças muito<br />
mais poderosas, com as quais aprendera a lidar. Num tom de denúncia, relatava<br />
atos criminosos de policiais locais e tráfico de influência. Em vez de mantidos<br />
no Instituto Médico-Legal do Estado, os objetos de culto apreendidos nos terreiros<br />
alagoanos eram vendidos e enviados para “instituições e pessoas de outros<br />
estados”. Mesmo assim, Otinha não se descuidava de suas obrigações, ao contar<br />
a Ramos como atendera aos assédios dos praticantes da seita e como convencera<br />
o delegado local a relaxar suas incursões policiais aos terreiros nos dias em que<br />
lá estava a observar e colher informações para Ramos. 40 As informações concedidas<br />
por Padre Nosso, um ou outro objeto salvo do desterro e as cartas de Otinha<br />
– evidentemente destituídas de referências à economia doméstica que orientou<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 86<br />
86<br />
e possibilitou as trocas, a coleta e a descrição das “coisas africanas” no Brasil –<br />
re pousam dispersos em várias instituições que abrigam o espólio intelectual de<br />
Arthur Ramos.<br />
Ramos incorporou pedaços de coleções familiares à sua, de maneira a formar<br />
um único acervo de objetos pessoais e etnográficos, posteriormente abrigados em<br />
arquivos e coleções bioprofissionais. Sua biblioteca foi dispersada entre as divisões<br />
de Obras Gerais e de Periódicos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional e a <strong>Biblioteca</strong> Marina de<br />
Vasconcellos, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (antiga Faculdade<br />
Nacional de Filosofia), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em sua Coleção<br />
de Documentos mantida pela Divisão de Manuscritos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />
desenhos de crianças, cartas de suicidas, santinhos, poesias e cantigas já não cons -<br />
tituem souvenirs de um devotado colecionador. A inserção desses artefatos na<br />
coleção obedece a outras lógicas – cronológicas e qualitativas –, distinguindo-se<br />
do critério que parece ter orientado prática semelhante por parte do pai e irmão<br />
do antropólogo. Houve uma transmutação de valores, expectativas, projetos de<br />
ordenamento, reordenação e classificação de diferentes conjuntos de documentos<br />
agora subsumidos num único e autobiográfico conjunto. Inspirando-se nas<br />
análises de Michel Foucault e Michel de Certeau, Philippe Artières utiliza a expres -<br />
são “arquivos do eu” para qualificar práticas de coleta, arquivamento e classifica -<br />
ção marcadas por uma espécie de “intenção autobiográfica” (Artières, 1998: 11).<br />
“Um indivíduo bem ajustado deve classificar os seus papéis: deve, a qualquer momento,<br />
estar apto para apresentar um inventário deles: seu curriculum vitae. O<br />
que é um curriculum vitae senão um inventário dos nossos arquivos domésticos?<br />
(...) Num curriculum a lacuna é banida, é sinônimo de um vazio, de um período<br />
sem escrita. Devemos, portanto, manter os nossos arquivos com cuidado; não<br />
apenas não perder os nossos papéis, mas também provar que eles estão bem classificados.<br />
Eles devem revelar uma coerência condizente com a norma” (Artières,<br />
1998: 13). No caso de Ramos, é revelador percebermos como o esforço de produção<br />
de seu curriculum vitae, por volta de 1944 e 1945, imprime uma lógica<br />
classificatória singular à forma pela qual seus papéis estão dispostos na sua coleção.<br />
Mais importante do que a dimensão autobiográfica é a operação de contamina -<br />
ção simbólica que faz com que biografia e etnografia mantenham uma intensa,<br />
ainda que perturbadora, sintonia. Os objetos que Ramos amealhou ao longo de<br />
sua trajetória profissional expõem marcas – da experiência, do contato e das práticas<br />
de pesquisa/observação de campo. Tal como as práticas do kula, descritas por<br />
Malinowski, são a circulação e a utilização que têm conferido a esses objetos/do -<br />
cumentos significados e ordens de valor distintos. Ainda assim, sua preservação<br />
para um uso futuro sugere um projeto de consagração, sendo lentamente cons -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 87<br />
87<br />
truído por Ramos, na tarefa diária de organização de sua coleção. Ao mencionar<br />
a noção de contaminação, coloquei em relevo o caráter relacional do processo de<br />
produção de valor do arquivo pessoal de um intelectual como Ramos. Essa dimen -<br />
são, todavia, não lhe é exclusiva. A relação entre o autor/colecionador e o objeto se<br />
insere no que Ulpiano T. Bezerra de Meneses chama de “presença multiforme”,<br />
uma vez que as “idiossincrasias ficam materialmente assinaladas” (Meneses, 1991:<br />
83). Arthur Ramos transformou parte relevante de suas experiências profissio -<br />
nais em espaço privilegiado de observação; assim, seu arquivo pode ser um lugar<br />
interessante para observar as práticas que ele próprio entendeu ser de natureza<br />
etnográfica (Gupta & Ferguson, 1997). 41<br />
Das salas de consulta, necropsia e atendimento dos hospitais, institutos médico-legais,<br />
escolas e clínicas por onde passou, Ramos colheu fragmentos como materiais<br />
de pesquisa e foi a partir deles que produziu seus primeiros trabalhos sob<br />
o carimbo da antropologia. Apresentando-se ao recém-chegado Roger Bastide, o<br />
próprio Ramos reconhecia esse contato como sendo aquele que o credenciara em<br />
suas pesquisas etnológicas:<br />
“(…) foi em virtude de minha profissão de clínico e médico-legista que me pus<br />
em contacto com os negros da Bahia e outros grupos populares (…) em cultura.<br />
Interessei-me inicialmente pelo estudo das manifestações psicofisiológicas de certos<br />
fenômenos religiosos de negros, principalmente o chamado ‘estado de santo’,<br />
estudo que se constituiu em um dos capítulos de O negro brasileiro. Posteriormente<br />
alarguei o campo das minhas pesquisas estendendo-me aos estudos das sobrevivências<br />
culturais em (…) do negro no Brasil: folclore, sociologia, antropologia<br />
cultural, história social (…)”. 42<br />
Dessa primeira fase de sua carreira para o conjunto de notas de campo sobre<br />
as “macumbas cariocas” – material que Ramos não teve tempo de analisar e publi -<br />
car –, algo mudou. Essa alteração, por sua vez, não se limita à percepção que o<br />
próprio Ramos obstinadamente intentou imprimir de sua própria trajetória inte -<br />
lectual. 43 Desde o início dos anos 40, Ramos parecia vestir o uniforme da discipli -<br />
na e produzir deslocamentos teóricos relevantes em suas análises sobre o que<br />
chamava “culturas afro-brasileiras”. Do seu Notas de ethnologia (1932) à Introdução<br />
à antropologia brasileira (1943) e Poblaciones del Brasil (1945), reflexões inspira -<br />
das em Freud e Lévy-Bruhl deram lugar a proposições em torno das relações entre<br />
“raça” e “cultura”, baseadas em Franz Boas e Melville Herskovits. Em obituários<br />
e notas biográficas, vários são os autores contemporâneos de Ramos que reconhe -<br />
cem e identificam os sinais de alguma forma de transformação – seja no foco de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 88<br />
88<br />
atenção ou na abordagem metodológica empregada nesses estudos (Costa Pinto,<br />
1951; Shaden, 1951; Baldus et al., 1950; Bastide, 1951).<br />
Se a conversão do médico em antropólogo foi de fato relevante para os desdo -<br />
bramentos que as pesquisas sobre essa temática tiveram no interior da disciplina,<br />
é difícil dimensionar. Essa dificuldade está diretamente ligada ao lugar conferido<br />
a Ramos nas análises históricas sobre a disciplina. Apesar de ter investido na<br />
institucionalização da antropologia no Brasil e a despeito de ter-se manifestado<br />
publicamente contra a perspectiva racialista de uma primeira geração de antropólo -<br />
gos, sua imagem, trajetória e carreira ficariam para sempre marcadas pela sua fi -<br />
lia ção e reverência às idéias do médico Raimundo Nina Rodrigues (Baldus et al.,<br />
1950; Corrêa, 1998; Duarte, 1997; Stolcke, 1998). Arthur Ramos foi banido do<br />
panteão de autores que marcam a recente história da disciplina no país como um<br />
dos principais representantes da sua part maudite. Seus livros, artigos e idéias vira -<br />
ram um exemplo não do que devemos ler para conhecer e perceber criticamente<br />
o surgimento da antropologia no país, mas do que devemos esquecer para inven -<br />
tarmos uma particular narrativa histórica acerca dos seus precursores, instituições<br />
e envolvimentos. A lenta mas perceptível conversão de Ramos a um ingênuo,<br />
mas historicamente relevante, culturalismo mostrou-se incapaz de redimi-lo da<br />
pecha de um médico travestido de antropólogo. 44 Nas muitas histórias da nossa<br />
curta tradição disciplinar, outros médicos transformados em antropólogos foram<br />
protegidos de tal banimento. Certamente, respostas para essas indagações devem<br />
ser fruto de outras reflexões e, entre elas, análises que se dediquem a pensar sobre<br />
os desdobramentos que a disciplina teve no país, no <strong>final</strong> dos anos 1940 e<br />
início dos 50.<br />
Como mostraram George W. Stocking (1982; 1983a; 1983b), James Clifford<br />
(1986; 1994) e Verena Stolcke (1992) – em textos devotados a discussões distin -<br />
tas –, a escolha de “pais fundadores”, “iniciadores”, “precursores”, em projetos de<br />
his tória da antropologia em vários contextos, tem sido objeto de embates que<br />
não se restringem à discussão interna relativa aos limites da disciplina, mas incluem<br />
a imagem que os antropólogos querem projetar de si próprios dentro de<br />
uma narrativa histórica. Em vez de redimi-lo dessa posição subalterna e inexpres -<br />
siva, análises sobre essas questões nos permitiriam ter um quadro muito mais<br />
complexo e interessante sobre as políticas de sacralização no campo intelectual,<br />
onde a historicidade de narrativas em torno de idéias de poder e influência apareceriam<br />
conectadas aos seus contextos de enunciação e circulação.<br />
As preocupações de Arthur Ramos em torno da institucionalização de uma<br />
antropologia brasileira já no início dos anos 1940 foi, em grande parte, resultado<br />
de uma perspectiva “aplicada” da disciplina, esboçada nos seus escritos de via -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 89<br />
89<br />
gem em terras norte-americanas. Em Guerra e relações de raça (1946), por exem -<br />
plo, a antropologia é chamada ao debate de maneira explícita. E ao fazê-lo Ramos<br />
não se furta em reconhecer seus abusos. Entretanto, ao mencionar a difu são das<br />
teorias racialistas entre os intelectuais brasileiros no início do século, e sua posterior<br />
refutação, refere-se apenas a processos de “ampliação” conceitual e não a<br />
alterações de caráter qualitativo, na medida em que a sociedade ainda era incapaz<br />
de resolver grande parte das questões propostas pela ciência: “A noção estrei -<br />
ta de raça foi ampliada com as de etnias e culturas” (1943: 19). A verdadeira<br />
transformação, segundo Ramos, seria de outra ordem. Isto é, menos os conceitos<br />
mas a própria disciplina deveria debruçar-se sobre outros temas cujas “soluções”<br />
seriam mais prementes.<br />
A “antropologia aplicada”, para Ramos, não mais se encarregaria de ser o braço<br />
científico do colonialismo entre os povos “ditos primitivos”, mas equalizaria o<br />
caráter autoritário que caracterizou a disciplina nos seus primórdios. Tal tarefa<br />
consistiria em responder às questões prementes das nações, como os revivalismos<br />
racistas e os enquistamentos étnicos. Estavam ali os dilemas que se antepunham<br />
à formação das nações. No que diz respeito ao Brasil, ao mencionar as fronteiras<br />
e espaços que careceriam de técnicos, especialização e “gente qualificada”, enumeraria<br />
os serviços de migração de trabalhadores para a Amazônia, o Serviço de<br />
Proteção aos Índios e o Serviço de Colonização. Seriam essas tarefas impostas<br />
pelo necessário processo de assimilação. O racismo – decorrência inexorável da<br />
disseminação das teorias racialistas – passaria a ser, ele próprio, objeto de atenção<br />
da antropologia. Como diria Ramos, resultado de um processo de “europeização<br />
do mundo”, o racismo consistia num reflexo das imposições e do caráter autoritário<br />
dessas formulações. O projeto de Brasil, que sua geração vislumbrara,<br />
vestira definitivamente os brasileiros com o manto da “cultura” – o outro nome<br />
da diferença.<br />
No terreno dos debates sobre democracia, os EUA dos anos 1940 não eram<br />
propriamente o paraíso. Como mostrei na seção anterior, sobre isso Ramos preferiu<br />
manter o silêncio, ainda que seus interlocutores lhe pedissem comentários e até<br />
pesquisas sobre a “situação dos negros no Sul”. Ramos, ao contrário, referiu-se<br />
vagamente a aspectos ligados ao “folclore negro na Louisiana” para abordar o<br />
“pro blema das raças” no Brasil. Ramos passou alguns meses de sua estada nos<br />
EUA numa típica cidade do Sul sob o Jim Crow, entretanto não mencionou a<br />
existência de linchamentos, high schools e colleges segregados (Cade, 1947; Kunkel,<br />
1959). Nem assinalou a permanente tensão racial em Chicago, a timidez dos<br />
campi liberais e supostamente dessegregados nas cidades do Norte. Curiosamente,<br />
essas referências, ainda que cifradas, vêm de seus interlocutores mais inusitados,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 90<br />
90<br />
como, por exemplo, nas confidências de um funcionário do Departamento de<br />
Estado norte-americano e de uma ex-aluna da LSU.<br />
Depois de ter ido a Baton Rouge em 1940 sondar um convite para lecionar<br />
na LSU e lá ter conhecido pessoalmente Arthur Ramos, Richard Pattee explicara<br />
por que declinara a oferta: “Tenho decidido por razões que expus a sua conside -<br />
ração, não aceitar o generoso convite da Louisiana State University. Creio sincera -<br />
mente que podere(i) fazer mais nas minhas investigações e estudos aqui e prova -<br />
velmente o ambiente lá não favoreceria tanto o desenvolvimento de um programa<br />
amplo de estudos ibero-americanos. Tenho muito medo do Sul, especialmente<br />
(d)a insistência sobre a divisão de cor. Pode ser que seja um erro, mas, depois da<br />
minha última visita, parece-me que não é possível aspirar fazer um trabalho sério<br />
acadêmico.” Essa constatação apareceria ao lado de um pedido. Pattee desejava<br />
saber do próprio Ramos suas impressões sobre a LSU e Baton Rouge. A julgar pe -<br />
las cartas reunidas a sua coleção, Ramos parece ter preferido o silêncio quanto às<br />
suas impressões sobre o ambiente intelectual e o contexto racial em Baton Rouge. 45<br />
Suas descrições são memórias mediadas por imagens de experiências que não<br />
viveu. Inserem-se num discurso nostálgico, propositadamente encerrado em fronteiras<br />
muito claras de um outro tempo, reconstruído na sua memória de viajante.<br />
Em 1942, na mesma coluna no jornal Diretrizes, publicava notas quase geográfi -<br />
cas das paisagens por onde andara, como que se eximindo de conclusões e apreciações<br />
definitivas sobre o que se esperava que tivesse observado:<br />
“É quase impossível transmitir uma visão de conjunto sobre os Estados Unidos, principalmente<br />
para quem viveu, como eu, em zonas muito diversas. Há o Sul agrário,<br />
cheio de tradições e preconceitos; e este, por sua vez, se subdivide em vá rias zonas...” 46<br />
Por fim, o leitor pode observar que estes textos não são estritamente etnográficos<br />
e pretenderam, tão-somente, reportar a viagem, as descobertas e os percalços<br />
de um professor brasileiro na América. Entretanto, se compararmos seus<br />
propósitos com os de outros textos nos quais uma espécie de antropologia aplica -<br />
da ao combate anti-racista é entremeada às discussões teóricas, material etnográfico<br />
e discurso nacionalista, vamos perceber que os c<strong>anais</strong> de veiculação pouco<br />
interferem no estilo e teor daqueles publicados em jornais. Esse trânsito ou, como<br />
diz Micaela di Leonardo, essa “simbiose” entre um público especializado e ou -<br />
tro, não iniciado, também caracterizou a produção, circulação e popularização<br />
da antropologia norte-americana no mesmo período (1993: 148). Como para<br />
ou tros autores de sua geração, a antropologia para Ramos era um artifício retórico<br />
e um instrumento científico de reforma social.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 91<br />
91<br />
MEMENTO: A ANTROPOLOGIA MINIMA DO DR. RAMOS (E<br />
MISS SUE)<br />
“Somente agora soube que uma preta que esteve aqui empregada uma porção de<br />
tempo é da religião africana – sendo ‘filha do velho’, como diz o Preto Pinheiro,<br />
filha de Oxalufan” 47<br />
Entre os vários pedaços de papéis – sob a forma de cartões, folhetos, fotografias,<br />
lembretes e recortes de jornais – que povoam a Coleção de Ramos, um, em espe -<br />
cial, foi alvo da minha atenção. Em 1948, numa famosa revista de entretenimen -<br />
to, Lasinha de C. Brito publicava uma série de fotos emolduradas por um longo<br />
texto sobre o que chamava “o problema da criadagem”. 48 Sem exceção, fotos<br />
recheadas de mulheres mestiças e negras pretendiam revelar a incautas patroas o<br />
que poderia se esconder sob a face de devotadas empregadas domésticas. Em vez<br />
do interior das cozinhas, as imagens retratavam um universo aparentemente des -<br />
conhecido dos leitores da Fon-Fon. À noite, depois de penoso dia de trabalho,<br />
essas personagens cruzavam recônditos arredores da cidade rumo às gafieiras,<br />
quadras de samba e terreiros de macumba, em busca de prazeres exóticos.<br />
A matéria parecia desvendar segredos de uma cidade desconhecida cuja compre -<br />
ensão não mais se limitava a especialistas dos campos médico, jurídico e policial.<br />
As imagens erotizadas de criadas em roupas justas, cabelo em desalinho e faces<br />
de puro êxtase, expunham uma população cujos hábitos e cultura deveriam agora<br />
posicionar-se frente à lente de observadores mais especializados (Abu-Lughod,<br />
1991). Ramos, de volta da sua missão e viagem aos Estados Unidos, havia-se en -<br />
car regado de tarefas como as de conhecer, traduzir e explicar os sinais dessa estra -<br />
nheza, revelada tanto nos corpos quanto na cultura. Seus interlocutores, a partir<br />
de então, estavam mais próximos. A partir de meados da década de 1940, passou<br />
a encarregar-se dessas tarefas de forma mais direta: tomou os empregados do<br />
edifício em que morava no Rio de Janeiro – no então elitizado bairro do Leme<br />
– como porta de acesso a esse universo, transformando-os em informantes e nativos<br />
de uma curiosa etnografia. Nesse caso, as notas de Ramos sobre macumba,<br />
nas quais se encontram as referências a Guilhermina e Eulina, embora não de<br />
forma explícita, revelam de que maneira Ramos tomara a visão privilegiada do<br />
Edifício Tupi como ponto de partida para a desnaturalização do que não mais<br />
era concebido como patológico ou exótico, mas brasileiro. Sua compreensão ca -<br />
recia de um olhar diferenciado. Ainda assim, Ramos parece insinuar que as<br />
fronteiras dessa identidade deveriam ser reveladas por meio de processos psica -<br />
nalíticos semelhantes aos que parecia ter abandonado ao retornar ao país, em<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 92<br />
92<br />
1941, para dedicar-se quase que exclusivamente às suas aulas na Universidade do<br />
Brasil e à organização da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia. 49 O<br />
lugar ocupado por essa reportagem nos papéis de Ramos suscita dúvidas quanto<br />
à lógica que permitiu sua inclusão junto a outros conjuntos de registros. Uma<br />
reflexão sobre a natureza desses materiais se mostra uma alternativa interessante<br />
para concluirmos nossa interpretação sobre o lugar da viagem e da pesquisa de<br />
campo na sua trajetória intelectual.<br />
Os artefatos transformados em troféus, quase souvenirs de um professor bra -<br />
sileiro em Baton Rouge, expõem um intrigante silêncio. Trabalhos de curso, retra -<br />
tos, cartões-postais e cartas de alunos revelam uma curiosa intimidade. Impassível<br />
diante de alguns tímidos comentários sobre a segregação no Sul, Ramos constrói<br />
um Brasil harmonioso, sem história ou passado. A plantation é cenário hollywoodiano,<br />
suas personagens, Uncle Toms mumificados, não têm voz. Ramos silen -<br />
cia a todos. Seus alunos são familiarizados não só com o brazilian way of life, mas<br />
com outras utilidades da antropologia. 50 Para Sue Elkin, aluna de Ramos, a presen -<br />
ça do professor brasileiro em Louisiana mudara suas impressões sobre a discipli -<br />
na. Depois da passagem de Ramos, dr. Fravot, membro do General Education<br />
Board, o substituíra ministrando aulas sobre race relations. Sue não parecia muito<br />
otimista: “Não estou querendo com isto subestimar o sr. Fravot. Eu realmente o<br />
acho muito agradável, muito sincero. Mas tive que agüentar certo tipo de coisa…<br />
às vezes, ainda piores que as do tipo: ‘os negros têm alma’? Coisas desse tipo. E<br />
é claro que essas tépidas discussões prejudicavam o estudo sério.”<br />
Curiosamente, essas cartas sugerem que as pesquisas da jovem sulina inspiraram<br />
Ramos na construção de alguns quadros comparativos, utilizados em seus<br />
escritos posteriores sobre religiosidade dos negros no Novo Mundo. Sue trocou<br />
com Ramos expectativas em torno da profissionalização em antropologia e de -<br />
mons trou interesse em, por meio de Ramos, aproximar-se de Herskovits. Esses<br />
comentários emolduravam as histórias que contava sobre suas primeiras experiên -<br />
cias de campo inspiradas, dizia ela, nas suas aulas com Ramos na LSU. Suas pri -<br />
meiras viagens ao Deep South, o temor de seu marido de que as leituras dos livros<br />
de Zora Neale Hurston e seus interesses a transformassem numa “negra” e, princi -<br />
palmente, os medos que atormentavam sua cozinheira Cissie, a qual, tal como<br />
Eulina – a lavadeira de Ramos –, acreditava que fantasmas acompanhavam os<br />
vivos. Esse misto de hesitação e interesse foram objetos do diálogo entre Sue e<br />
Ramos. Foi exatamente nesse período que Ramos iniciou sua etnografia mais<br />
doméstica. Talvez Eulina e Cissie tivessem algo em comum: tinham antropólogos<br />
como patrões. 51 É possível que tanto Eulina quanto Cissie incorporassem<br />
uma primitividade em vias de desaparecimento no coração da nação. E, nesse<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 93<br />
93<br />
ponto, Arthur Ramos compartilha com outros autores que trabalharam com os<br />
temas afro-americanos, nos anos 1930 e 1940, um mesmo olhar sensivelmente<br />
direcionado à detecção da diferença cultural, cujos contornos são fortemente marcados<br />
por representações de “raça”e gênero. Essa sinalização é, por exemplo,<br />
ressaltada na pesquisa de Donald Pierson, na Bahia, entre 1934 e 1937 (1942).<br />
Ruth Landes, embora operando com pressupostos distintos, realça as fronteiras<br />
desses dois domínios e os lugares que ocupam na vida cotidiana dos terreiros de<br />
candomblé (1947 (2002); Cole, 1994, 1995; Corrêa, 2000). Edward Franklin<br />
Fra zier, por sua vez, entrevista mulheres jovens, moradoras dos arredores do<br />
Gantois entre 1940 e 1941. Nas suas notas de campo, é o contato com as mulhe -<br />
res e as suas interpretações sobre experiências conjugais e familiares que lhe for -<br />
necem subsídios para o seu tenso diálogo com Melville Herskovits (1943).<br />
No caminho de volta ao Brasil, Ramos ensaiou um diário de bordo. Tentava<br />
lembrar-se do que chamava misunderstandings on Brazil: sua localização impreci -<br />
sa, o fato da sua capital situar-se em Buenos Aires e dos brasileiros falarem espa -<br />
nhol. Também rascunhou pequenas notas sobre personagens e lugares sulinos:<br />
Mr. Ducan, Sue, Baton Rouge e suas visões sobre um rio parecido com o São Fran -<br />
cisco – o Mississípi. Estranho mapa, dr. Ramos. No mesmo ano publicaria um texto<br />
gestado e maturado em terra estrangeira: The Scientific Basis of Pan Americanism<br />
(1941). Ramos acreditava ser necessário investir em explicações e fundamentos<br />
científicos, no que então imaginava explícito unicamente através de um “sentimento”<br />
ou de “laços políticos”: o pan-americanismo. Por vezes aludido como<br />
sinônimo de “culturas americanas”, o pan-americanismo seria mais do que uma<br />
ideologia e teria, a seu ver, uma interpretação histórica e cultural a ser investigada.<br />
“Existe uma cultura do Novo Mundo, existe um ‘americanismo’ que vai além do<br />
significado político.” Similares, “configuração física”, “pré-história”, “história” e<br />
“sombra negra” (shadow of negro, p. 31) perpassariam as três Américas, caracterizan -<br />
do-as como uma única área cultural. Por essa via seria possível entender as proximi -<br />
dades que ele encontrara entre o Mississípi e (o São Francisco) o rio Paraíba:<br />
“O negro foi trazido para as Américas para suprir a força de trabalho escravo nos<br />
campos e minas. A presença dele constitui um daqueles denominadores comuns<br />
que dá uniformidade às culturas americanas. O escravo negro no vale do Mississípi<br />
é o mesmo negro escravo do vale do rio Paraíba. A mesma voz, as mesmas canções,<br />
a mesma fisionomia e a mesma história” (1941b: 31).<br />
Sua cartografia generosa teria implicações futuras. A possibilidade dos arredores<br />
do Edifício Tupi serem compreendidos como uma microrregião de um território<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 94<br />
94<br />
histórico e, principalmente, cultural muito mais abrangente. A caminho de casa,<br />
a bordo do Degerando, Ramos testava sua memória e capacidade de viajante es -<br />
pe cializado. “Vamos ver se me lembro de mais alguma coisa.” De fato, Ramos<br />
lembrara. Num outro pequeno pedaço de papel que encontrei junto a essas pequenas<br />
“anotações de bordo”, provocações. O tom é de sarcasmo, mas também<br />
de triunfo. Embora não tenha feito as observações que prometera, a viagem transformara<br />
a sua carreira. Como viajante, tinha também alterado as rotas das pesquisas<br />
e, por conseguinte, os conhecimentos por elas produzidos. Talvez o seu papel fosse<br />
mais próximo ao dos missionários. Ramos ensinou, explicou e interpretou o<br />
Brasil para um estranho grupo de nativos do Norte.<br />
“Aqui, na universidade, a rapaziada está certa de que a ‘señorita’ Miranda é Argentina<br />
(…) no velho sul cheio de preconceitos, tive a liberdade de discutir livremente a<br />
situação racial do Brasil, as nossas tradições de tolerância racial e religiosa. Eles<br />
viram que muita coisa sua democracia tem a aprender com a nossa.” 52<br />
Intentou conversão, conquistou interesse. Mas como todo manual de línguas<br />
exige muita criatividade, Ramos o elaborou inspirado num sentimento quase religioso<br />
– o seu profundo nacionalismo.<br />
“Onde está aquele grupo de abnegados que queria iniciar no Brasil, os ‘trabalhos de<br />
campo’, promover viagens culturais de pesquisa e outras coisas sem importância?<br />
Mestre Afrânio Peixoto, do alto da sua serenidade, não se conteve e lançou há dias<br />
um brado angustioso, por todos nós que temos frio, que estamos no escuro, que<br />
queremos fazer alguma coisa pela cultura do Brasil, e apenas tateamos nas trevas.”<br />
Talvez não seja relevante discutirmos se de fato a “viagem de Ramos” possa<br />
ser entendida stricto sensu como tendo sido uma “experiência etnográfica”. Porém,<br />
o fato de que na sua interpretação e na maneira pela qual as marcas desse percur -<br />
so foram sacralizadas em seu arquivo nos permite indagar até que ponto as li -<br />
nhas tênues que separam as “viagens” da “pesquisa de campo” não são objeto de<br />
uma negociação intensa, principalmente no que diz respeito à produção de memória<br />
sobre uma carreira profissional. Ao concebermos a viagem de Ramos como um<br />
tipo singular de deslocamento, podemos vislumbrar outros significados conferidos<br />
a noções como distância e diferença cultural em sua obra e, sobretudo, perscrutar<br />
nos papéis e na montagem de sua coleção, quando e como a viagem inscre -<br />
ve-se “simultaneamente no espaço, no tempo e na hierarquia social” (Lévi-Strauss<br />
1996 (1955) 60).<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 95<br />
95<br />
De volta ao Rio de Janeiro, Ramos pôs em ação o olhar de viajante e sua suposta<br />
capacidade ilimitada de observação. Mas as distâncias já não eram as mesmas.<br />
A guerra e seus impactos no Brasil e no mundo arrefeceram-lhe o desejo de<br />
regular moral e culturalmente a nação. Ainda assim, das primeiras experiências,<br />
restaram vestígios. Os sujeitos e os objetos que povoaram as cartas de Otinha entre<br />
1937 e 1939, os dossiês médicos e criminais, os laudos clínicos reapareceriam<br />
travestidos e transformados. Os focos de sua atenção encontravam-se inusitadamente<br />
próximos. As viagens agora indicavam movimentos locais. Não implica -<br />
vam a descoberta de sinais de alteridade radicalmente diversos e sua etnografia<br />
prescindia de um deslocamento espacial significativo. Eram os brasileiros, e não<br />
somente os negros, que protagonizavam, sedutores, a cena nacional. Era esse o<br />
cenário que clamava pela observação especializada. Brasileiros diversos cultural -<br />
men te. Ainda assim, o tropo viagem-distância parece persistir. Esses gestos míni -<br />
mos, naturalizados e produtores de fronteiras culturais reificadas, não fariam da<br />
antropologia à brasileira algo menor. Sérgio Cardoso nos chama atenção para as<br />
implicações da valorização da noção de distância como um perigoso pressuposto.<br />
“Ao indicar a distância com sua marca distintiva, nos confina em um terreno<br />
em que os litígios parecem insolúveis, e qualquer acordo, impossível (...) ora,<br />
próximo, diríamos, é o que está perto, nas cercanias; sua acepção coerente indica<br />
vizinhança e imediação. Assim, podemos observar que a palavra (proximidade)<br />
sugere um certo horizonte de inclusão e envolvimeno, que confina cada elemento<br />
assinalado e os que lhe estão próximos, no interior de um mesmo campo, nos<br />
limites de um certo espaço que contorna entre eles alguma comunicação e passa -<br />
gem, e demarca os “arredores” de cada um. Ou seja: esse atributo remete à confi -<br />
guração de um todo – ou, ao menos, ao contorno de um certo horizonte – que<br />
compreende os pontos envolvidos e possibilita sua apreensão simultânea, sem a<br />
qual parece impossível tal predicação” (1988: 352-3).<br />
Mariza Peirano explorou as implicações dessa insistente domesticidade que<br />
marca o processo de institucionalização da antropologia no Brasil (1981, 1998).<br />
Podemos imaginar como, na trajetória de Ramos, a viagem fora concebida como<br />
um rito de iniciação. Além de dotar de prestígio a sua carreira, o transformara<br />
de fato num antropólogo. No mesmo período em que Edward Franklin Frazier,<br />
Lorenzo D. Turner e Melville Herskovits seguiam para a Bahia em busca dos<br />
vestígios da África no Brasil, Ramos iniciava uma espécie de antropologia mínima<br />
em torno do edifício onde morava. Buscava os vestígios do que um dia chamou<br />
“sincretismo”, na festa da Penha, na Alvorada de São Jorge, no centro espírita<br />
kardecista e nas sessões ecléticas na casa da d. Zilá. Notas sucintas, informações<br />
biográficas e dados etnográficos misturam-se a recortes de jornais sobre espiritismo<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 96<br />
96<br />
e umbanda nos subúrbios do Rio. A assustada Eulina era de Penafiel, Sta. Clara<br />
do Torrão.<br />
“Não conhece por lá N. S. da Penha e nunca foi à Penha. Seu Albino, porteiro<br />
do Edifício Tupi, é de Espozenda, no Minho. A mulher do seu Albino é do Porto.<br />
Seu Francisco, pai de Irene, era de Minas (...) D. Conceição, dona da casa onde<br />
mora Eulina, nossa lavadeira, é de Barcelos, Portugal. Não muito longe de Vila<br />
do Conde. Barcelos, vila de Braga, província do Minho (…).” 53<br />
De suas notas, ficamos sabendo por que a cozinheira Guilhermina, balançando<br />
a cabeça, reprovava a reação de Eulina, no dia que esta chegou afobada na casa<br />
do dr. Arthur. Ela também esteve metida com “essas coisas”, fato que o dr. Ramos<br />
sabia. Guilhermina andava mal. “Deixou de ir à macumba de Acari”, anotara<br />
Ramos. Mas Eulina explicara ao patrão os verdadeiros motivos do abandono:<br />
“Sua família (de Belford Roxo) é católica, ‘não gosta dessas coisas’ e ia ‘ficar pensando<br />
mal dela’. Conceição, sua prima por afinidade, costuma ir a essa macumba<br />
e já trouxe recado de lá perguntando por que Guilhermina não voltou mais.”<br />
A cozinheira tinha medo de olhar para trás.<br />
Acredito que os antropólogos não possam transformar tudo o que está a sua<br />
volta em objeto de valiosa observação. Vimos como Ramos não transformou tudo<br />
que via em foco de observação e por que suas observações não resultavam neces -<br />
sariamente daquilo que via. O fato é que, como Ramos, outros antropólogos<br />
brasileiros inventaram uma tradição doméstica de transformar em exótico parte<br />
do cenário em que estão envoltos. Cenário que descrevem de forma a ressaltar o<br />
contato e não o confronto. Isso, porém, não é um truque de prestidigitação. Não<br />
é qualquer olhar que se sujeita a esse tipo de transformação. Não é à toa que<br />
Ramos passa a observar, agora mais cauteloso, as personagens que povoam a cozinha<br />
de seu apartamento e, a partir delas, todo um universo religioso e cultu -<br />
ral, que imagina sinalizar-lhe uma diferença irredutível e passível de observação,<br />
torna-se acessível. A transposição dos limites sociais que regulam as fronteiras do<br />
universo do observador e do seu – a partir de então, objetos privilegiados –, foi<br />
possível graças a outros silêncios, distâncias e hierarquias constitutivas da relação<br />
entre observadores e observados.<br />
Não quero dizer com isso que Ramos esteve sozinho nessa atividade contínua<br />
de estranhar o que lhe era hierárquica e socialmente diverso. Essa forma de acesso<br />
perpassa outros textos etnográficos sobre temáticas relativas à cor e “raça”, seja<br />
nos Estados Unidos, seja no Brasil. Sua permanência e recorrência me instigam<br />
a concluir minha reflexão sobre as experiências de Ramos, de forma a relativizar<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 97<br />
97<br />
as vicissitudes de sua prática e trajetória. As etnografias pioneiras de Hortense<br />
Powdermaker (1932-1934) e Ruth Landes (1938-1939), respectivamente no Sul<br />
dos Estados Unidos e em Salvador, fornecem indicações interessantes de como<br />
as estratégias de acesso, inclusão e integração de ambas nos ambientes da pesquisa<br />
não só foram precedidas, como beneficiadas, por relações de subordinação e subjetividade.<br />
Powdermaker e Landes situam seus primeiros contatos com negros<br />
nas cozinhas de suas casas. Referências como “nossa família tinha tido uma sucessão<br />
de ‘garotas’ negras, como as diaristas eram chamadas” – informação que avaliza<br />
a anterioridade dos contatos que Powdermaker travaria com os negros no sul –,<br />
e conversas entre Landes e “sua lavadeira”, em Salvador, são alusões cujos sentidos<br />
ultrapassam as fronteiras do texto (Powdermaker, 1966: 131; Landes, 1947).<br />
Sob o risco de um presentismo demasiado, chamaria atenção para o fato de que<br />
sua leitura nos permite aceder, ainda que de forma imaginativa, às esferas políticas<br />
da prática antropológica sob uma perspectiva histórica. Ainda assim, é preci -<br />
so dizer, as práticas etnográficas nem sempre residem em relações de subordina -<br />
ção. As experiências das personagens-informante Graça e d. Maria, que figuram<br />
respectivamente nos textos de Donna Goldstein (1999) e John Burdick (1998),<br />
pretenderam colocar em relevo tais relações de subordinação, das quais nem sempre<br />
os antropólogos são meros e passivos observadores. Nos dois casos, as histórias<br />
envolvendo os “dois beijinhos” e o “copo d’água” – nas quais o narrador-etnógra -<br />
fo não assiste ou interpreta, mas induz/produz relações de diferença e hierarquia<br />
– propiciam que a posição de observador seja invertida de forma a transformar<br />
a interpretação nativa em tecido e não retórica da análise. Essa é uma entre ou -<br />
tras altenativas possíveis na compreensão da complexa arena de relações que se<br />
ocultam sob a observação e as atividades de descrição e interpretação.<br />
Olhando para a antropologia mínima que Arthur Ramos iniciou nos anos<br />
1940, podemos imaginar a forma pela qual faxineiras, cozinheiras, porteiros e<br />
lavadeiras foram transformados em informantes. “Portas de acesso” para um terri -<br />
tório inexpugnável aos olhos de nossas elites intelectuais. Por intermédio desses<br />
informantes, Ramos saiu do Edifício Tupi. Em termos simbólicos, essa viagem<br />
implicou maior distância. Acari, Belford Roxo, Vila Isabel e Andaraí. Insólita<br />
geo grafia marcada por um exotismo que Ramos não encontrou em Baton Rouge.<br />
Diante dessas questões, é possível imaginar – por meio de uma narrativa coeren -<br />
te com os pontos de inscrição dessa experiência que o próprio Ramos abrigou<br />
em seu arquivo – o projeto acadêmico e a viagem, e de que modo suas impressões<br />
sobre a relação entre ambos foram transformadas numa particular etnografia. Em<br />
oposição ao volume de documentos referentes a sua experiência como professor<br />
na Louisiana State University, em Baton Rouge, contidos em sua coleção, pouco<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 98<br />
sabemos sobre as condições de suas incursões aos subúrbios cariocas e fazendas<br />
do interior fluminense. O mesmo não pode ser dito com relação a alguns dos informantes<br />
que propiciaram sua inserção nesses territórios situados para além das<br />
margens do Edifício Tupi. Algumas referências sobre sua cozinheira, lavadeira,<br />
familiares e amigos nos ajudam a misturar a nossa imaginação com aquelas que<br />
Ramos qualificou e adjetivou como sendo de natureza antropológica.<br />
Nesse ponto, ao contrário de imitar Ramos, que talvez tenha duvidado de que<br />
Eulina não estivesse de fato reconhecendo uma “queda de santo”, e o pai-de-santo,<br />
que se utilizava de uma vara de pinhão roxo para aferir a possibilidade de si -<br />
mu lação, prefiro pensar na idéia de viagem concebida como uma experiência de<br />
observação, e interpretar sua relação com o que uma tradição disciplinar mais<br />
ortodoxa tem denominado “pesquisa de campo”, a partir dos sentidos que lhe<br />
foram atribuídos por Ramos quando da sua passagem pelos Estados Unidos entre<br />
1940-1941. Dessa maneira podemos entender os seus deslocamentos pelos<br />
subúrbios cariocas nos anos subseqüentes.<br />
DOCUMENTOS MANUSCRITOS<br />
Melville Herskovits Papers, Northwestern University Archives (NU/MHP).<br />
Coleção Arthur Ramos, Divisão de Manuscritos, <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />
(CAR/BN).<br />
Coleção Robert Ezra Park, Fisk University (REP/FU).<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
98<br />
ABU-LUGHOD, L. Writing against Culture. In Fox, R. G. (org.) Recapturing<br />
Anthropology. Santa Fé: School of American Research Press, pp. 137-62, 1991.<br />
AETIÈRE, P. Arquivar a Própria Vida. Estudos históricos, 21: 9-34, 1998.<br />
BALDUS, Herbert; EDUARDO, Octávio da Costa e FERNANDES, Florestan.<br />
1950. Arthur Ramos 1903-1949. Revista do Museu Paulista, IV: 439-59, 1950.<br />
BOURDIEU, P. Campo Intelectual e Projeto Criador. In Problemas do estrutura -<br />
lis mo. Edited by P. Bourdieu. São Paulo: Perspectiva, 1973.<br />
BURDICK, J. Blessed Anastacia: Women, Race, and Popular Christianity in Brazil.<br />
New York: Routledge, 1998.<br />
CADE, J. B. The Education of Negros in Louisiana. Journal of Negro Education, 16<br />
(3): 361-69, 1947.<br />
CARNEIRO, Édison. Uma Falseta de Arthur Ramos. In Édison Carneiro (org.),<br />
Ladinos e crioulos: estudos sobre o negro no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,<br />
pp. 223-27, 1964.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 99<br />
99<br />
CLIFFORD, James. On Ethnographic Authority. Representations: 118-46, 1983.<br />
CLIFFORD, James e M., George E. Editor. Writing Culture – The Poetics and Politics<br />
of Ethnography. Berkeley: University of California Press, 1986.<br />
CLIFFORD, James. Notes on Theory and Travel. Inscription 5: 177-87, 1989.<br />
__________. Notes on Field (notes). In Fieldnotes: the Making of Anthropology (ed.),<br />
R. Sanjek. Ithaca: Cornell University Press, 1990.<br />
__________. James. Colecionando Arte e Cultura. Revista do Patrimônio: 69-89,<br />
1994.<br />
__________. Spatial Practices: Fieldwork, Travel, and the Disciplining of Anthropology.<br />
In Gupta, Akhil & Ferguson, James (eds.). Anthropological Locations: Boundaries and Grounds<br />
of a Field Science. Berkeley: University of California Press, pp. 185-222, 1997.<br />
COLE, S. Ruth Landes in Brazil: Writing, Race, and Gender in 1930s American<br />
Anthropology. In The City of Women. Edited by R. Landes, pp. vii-xxxiv: University of<br />
New Mexico Press, 1994.<br />
__________. Ruth Landes and the Early Ethnography of Race and Gender. In Women<br />
Writing Culture. Edited by R. Behar and D. Gordon, pp. 166-85. Berkeley: University<br />
of California Press, 1995.<br />
CORONIL, Fernando. Transculturation and Politics of Theory: Countering the Center,<br />
Cuban Counterpoint – Introduction to Fernando Ortiz’s Cuban Counterpoint Tobacco and<br />
Sugar in Conterpoint of Tobacco and Sugar. Durham: Duke University Press, pp. ix-lvi,<br />
1995.<br />
COSTA-PINTO, L. A. Editor. O Pensamento Antropológico de Arthur Ra mos. Rio de<br />
Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1953.<br />
CORRÊA, Mariza. As ilusões da liberdade: Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil.<br />
Bragança Paulista: USF, 1998.<br />
__________. O Mistério dos Orixás e das Bonecas: Raça e Gênero na Antropo logia<br />
Brasileira. Etnográfica, IV: 233-65, 2000.<br />
CUNHA, Olívia Maria Gomes da. Sua Alma em sua Palma: Identificando a “Raça”<br />
e Inventando a Nação. In Repensando o Estado Novo. Edited by D. Pandolfi, pp. 257-<br />
88. Rio de Janeiro: Editora <strong>Fundação</strong> Getúlio Vargas, 1999.<br />
__________. Apprentices Anthropologists and Specialized Travelers: Anthropology, ‘Race’<br />
and Nation in Brazil and Cuba during the 40s. Yelvington, K. (org.). Contours: Afro-Latin<br />
American Anthropology, Critical Histories (special issue). Durham, Duke University Press.<br />
Prelo, 2002.<br />
DES CHENES, M. Locating the Past. In Anthropological Locations: Boundaries and<br />
Grounds of a Field Science. Edited by A. Gupta and J. Ferguson, pp. 66-85. Berkeley:<br />
University of California Press, 1997.<br />
FRAZIER, F. The Negro Family in Bahia, Brazil. In American Sociological Review, 7:<br />
465-78, 1942.<br />
__________. Some Aspects of Race Relations in Brazil. Phylon – the Atlanta University<br />
Review of Race & Culture, 3: 287-91, 1942.<br />
HEALEY, M. Os Desencontros da Tradição em Cidade das Mulheres: Raça e Gênero<br />
na Etnografia de Ruth Landes. Cadernos Pagu: 153-200, 1996.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 100<br />
100<br />
HERSKOVITS, M. The Ahistorical Approach to Afroamerican Studies: a Critique.<br />
In American Anthropologist, 62: 559-68, 1960.<br />
GOLDMAN, Marcio e NEIBURG, Federico. Anthropology and Politics in Studies<br />
of National Character. Cultural Anthropology, 1: 56-81, 1998.<br />
GOLDSTEIN, D. Interracial Sex and Racial Democracy in Brazil: Twin Concepts?<br />
In American Anthropologist, 101: 563-78, 1999.<br />
GORDON, D. A. The Politics of Ethnographic Authority: Race and Writing in the<br />
Ethnography of Margaret Mead and Zora Neale Hurston. In MANGANARO, M. (org.).<br />
Modernist Anthropology. Princeton: Princeton University Press, pp. 145-62, 1990.<br />
GUPTA, A., and FERGUSON, J. Discipline and Practice: “the field” as Site, Method,<br />
and Location in Anthropology. In Anthropological Locations: Boundaries and Grounds of<br />
a Field Science. Edited by A. Gupta and Ferguson, pp. 1-46. Berkeley: University of<br />
California Press, 1997.<br />
JACKSON, Walter. Melville Herskovits and the Search for Afro-American culture.<br />
In STOCKING JR., George W. (org.). Malinowski, Rivers, Benedict and Others; Essays<br />
on Culture and Personality. Madison: University of Wisconsin Press, pp. 95-126, 1986.<br />
KUNKEL, Paul A. Modifications in Louisiana Negro Legal Status Under Louisiana<br />
Constitutions, 1812-1957. Journal of Negro Education, 44 (1): 1-25, 1959.<br />
LANDES, Ruth. The City of Women. New York: MacMillan Press, 1947.<br />
LEDERMAN, Rena. Pretexts for Ethnography: on Reading Fieldnotes. In Roger<br />
Sanjek (org.), Fieldnotes: the Making of Anthropology. Ithaca: Cornell University, pp. 71-<br />
92, 1990.<br />
LIMA, Vivaldo Costa e OLIVEIRA, Waldir Freitas. Cartas de Édison Carneiro a<br />
Arthur Ramos. Salvador: Corrupio, 1987.<br />
McCLINTOCK, A. Imperial Leather: Race, Gender, and Sexuality in Colonial Context.<br />
New York: Routledge, 1995.<br />
MAGGIE, Yvonne. 2001. Guerra de orixás. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores,<br />
1976.<br />
MASSI, Fernanda. Franceses e Norte-Americanos nas Ciências Sociais Brasileiras<br />
(1930-1960). In Sérgio Miceli (org.), História das ciências sociais no Brasil. São Paulo:<br />
Idesp, pp. 410-60, 1989.<br />
MASSI, F. P. O Nativo e o Narrativo: os Trópicos de Lévi-Strauss e a África de Michel<br />
de Leiris. Novos Estudos Cebrap 33, 187-98, 1992.<br />
MEAD, Margaret. The Use of Anthropology in World War II and After. In W. Goldsmith<br />
(org.), The Uses of Anthropology. Washington D. C., pp. 145-57, 1979.<br />
MENESES, U. B. de. Memória e Cultura Material: Documentos Pessoais no Espaço<br />
Público. Estudos históricos, 21: 89-103, 1991.<br />
MICELI, Sérgio. A desilusão americana: relações acadêmicas entre Brasil e Estados<br />
Unidos. São Paulo: Sumaré, 1990.<br />
MINTZ, Sidney Wilfred. Melville J. Herskovits and Caribbean Studies: a<br />
Retrospective Tribute. Caribbean Studies, vol. 4, nº. 2, pp. 42-51, 1964.<br />
__________. New Views of the Anthropology of Latin America. American<br />
Anthropologist, vol. 57, nº. 3, part 1, pp. 411-658.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 101<br />
101<br />
MINTZ, Sidney. The Localization of Anthropological Practice: from Area Studies to<br />
Transnationalism. Critique of Anthropology, 2: 117-33, 1998.<br />
NARAYAN, K. How Native is a “Native” Anthropologist? American Anthropologist, 95:<br />
671-86, 1993.<br />
PALMIÉ, Stephan. Fernando Ortiz and the Cooking of History. Ibero-Amerikanisches<br />
Archiv, 24: 353-74, 1998.<br />
PEIRANO, Mariza. The Anthropology of Anthropology: the Case of Brazil, vol. 110.<br />
Série Antropologia. Brasília: UnB, 1981.<br />
__________. A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1992.<br />
__________. When Anthropology is at Home: the Different Contexts of a Single<br />
Discipline. Annual Review of Anthropology, 27: 105-28, 1998.<br />
PIERSON, Donald. Negroes in Brazil: A Study of Race Contact at Bahia. Chicago:<br />
University of Chicago Press, 1942.<br />
RAMOS, Arthur. As Culturas Negras no Brasil. Revista Arquivo Municipal: 113-128,<br />
1936.<br />
__________. Acculturation among the Brazilian Negroes. Journal of Negro History,<br />
vol. 26, nº 2, apr., 1941, pp. 244-50, 1941.<br />
__________. The Scientific Basis of Pan-Americanism. The Inter-American Quarterly,<br />
3: 28-35, 1941a.<br />
__________. The Negro in Brazil (in The Stake of the Negro and Other Minorities<br />
in the Present World Crisis). Journal of Negro Education, vol. 10, nº. 3, Racial Minorities<br />
and the Present International Crisis, pp. 515-23, 1941b.<br />
__________. Guerra e relações de raça. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil,<br />
1943.<br />
__________. O negro brasileiro, 3ª ed., São Paulo: Companhia. Editora Nacional,<br />
1951.<br />
RAMOS, Arthur. Prefácio da 1 a ed. As culturas negras no Novo Mundo. São Paulo:<br />
Companhia Editora Nacional, 1979 (1937).<br />
ROSALDO, Renato. Imperialist Nostalgia. Representations, 26: 107-22, 1989.<br />
ROSBERRY, William. Social Fields and Cultural Encounters. In Gilbert, J.; Legrand,<br />
Catherine C.; e Salvatore, Ricardo D. (orgs.). Close Encounters of Empire: Writing the<br />
Cultural History of U. S. - Latin American Relations. Durham: The Duke University Press,<br />
pp. 515-25, 1998.<br />
ROUSSO, H. O Arquivo ou o Indício de uma Falta. Estudos históricos, 17: 85-91,<br />
1996.<br />
SALVATORE, Ricardo. The Enterprise of Knowledge: Representational Machines<br />
of Informal Empire. In Gilbert Joseph, Catherine Legrand e Ricardo Salvatore (orgs.).<br />
Close Encounters of Empire: Writing the Cultural History of U. S. – Latin American Relations.<br />
Durham: The Duke University Press, pp. 69-106, 1998.<br />
SHADEN, Egon. O Pensamento Antropológico de Arthur Ramos. In Arthur Ramos.<br />
Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, pp. 25-44, 1951.<br />
SCOTT, David. Locating the Anthropological Subject: Postcolonial Anthropologist<br />
in Other Places. Inscription, 5: 75-85, 1989.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 102<br />
102<br />
__________. That Event, This Memory: Notes on the Anthropology of African Diasporas<br />
in the New World. Diasporas, 1: 261-284, 1991.<br />
SCOTT, Rebecca. Defining the Boundaries of Freedom in the World Cane: Cuba, Brazil<br />
and Louisiana after Emancipation. The American Historical Review, 1: 70-102, 1994.<br />
SHELBY, Charnion. The Handbook of Latin American Studies: its Fifteen Years.<br />
Revista Interamericana de Bibliografia, 1: 89-94, 1951.<br />
STOLKE, Verena. De Padres, Filliaciones y Malas Memórias. Qué Historias de qué<br />
Antropologia? In Joan Bestard (ed.), Después de Malinowski. Tenerife, 1993.<br />
__________. Brasil: una Nación Vista através del Cristal de la Raza. Revista de Cultura<br />
Brasileira, 1: 51-68, 1998.<br />
STOCKING JR., G. W. Afterword: a View from the Center. Ethnos, 47: 172-86,<br />
1982.<br />
STOCKING JR. History of Anthropology: Whence/Whither, in Observers Observed:<br />
Essays on Ethnographic Fieldwork, 1 edition, George Stocking Jr. Edited by G. S. Jr., pp.<br />
3-12. Madison: The University of Wisconsin Press, 1983a.<br />
__________. Observers Observed: Essays on Ethnographic Fieldwork, vol. 1. George<br />
Stocking Jr. Madison: The University of Wisconsin Press, 1983b.<br />
TAYLOR, Joseph T. Desegregation in Louisiana – One Year After. Journal of Negro<br />
Education, 24 (3): 258-74, 1959.<br />
TROUILLOT, Michel-Rolph. The Caribbean Region: an Open Fronttier in<br />
Anthropological Theory. Annual Review of Anthropology, 21: 19-42, 1992.<br />
__________. Silencing the Past. Boston: Beacon Press, 1995.<br />
__________. The Localization of Anthropological Practice: from Area Studies to<br />
Transnationalism. Critique of Anthropology, 18: 117-33, 1998.<br />
__________. Culture on the Edges: Creolization in the Plantation Context. Plantation<br />
Society in the Americas, vols. 8-28, 1998.<br />
VELHO, Gilberto. Indivíduo e Religião na Cultura Brasileira. In (org.) Projeto e<br />
metamorfose: antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores,<br />
pp. 49-62, 1994.<br />
VILHENA, R. Projeto e missão – o movimento folclórico brasileiro 1947-1964. Rio de<br />
Janeiro: <strong>Fundação</strong> Getúlio Vargas/Funarte, 1997.<br />
WILLIAMS, Eric. Added Comment Respecting the West Indies. In Melville Herskovits<br />
(ed.), The Interdisciplinary Aspects of Negro Studies. American Council of Learned Societies,<br />
Bulletin 32: 58-62, 1941.<br />
YELVINGTON, K. A. The Invention of Africa in the Caribbean: Political Discourse<br />
and Anthropological Praxis, 1920-1940. From Africa to Americas: New Directions in<br />
Afro-American Anthropology. Santa Fe, New Mexico, april 10-15, 1999, School of<br />
American Research Advanced Seminar, 1999.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 103<br />
NOTAS:<br />
103<br />
1 – Carta de Otinha, 5 fev. 1937. Coleção Arthur Ramos/<strong>Biblioteca</strong> Nacional (agora<br />
em diante CAR/BN, seguido da referência/localização na coleção). “Garapa” é o nome<br />
dado à substância adocicada, feita de caldo de cana-de-açúcar ou frutas. No seu sentido<br />
figurado, “coisa boa ou fácil de se conseguir ou certa (no NE ou no S, quando se quer<br />
exprimir essa facilidade ou certeza na obtenção de uma coisa desejada, diz-se: É aquela<br />
garapa!)”. Verbete “garapa” in FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O dicionário<br />
da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, 1ª ed., p. 674.<br />
2 – RAMOS, A. Notas sobre macumba (1948), manuscrito, 13 p., CAR/BN, 38, 2, 26.<br />
3 – Vale a pena notar que essa preocupação mais abrangente guiou parcela relevante da gera -<br />
ção dos antropólogos brasileiros que, já nos anos 70, passam a observar rituais e cultos afrobrasileiros<br />
como “sistemas culturais” através dos quais seria possível compreender, entre ou -<br />
tras coisas, concepções de indivíduo e pessoa na sociedade brasileira. Entre outros, ver VE -<br />
LHO, Gilberto (1990); MAGGIE, Yvonne (2001 (1972)) e BIRMAN, Patrícia (1990).<br />
4 – RAMOS, Arthur. Ed. Tupi, 18 out. 1942 (CAR/BN, manuscrito).<br />
5 – TORGA, Miguel. Em Diário IX, 1949. Citado no verbete “anamnese”, in FER-<br />
REIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O dicionário da língua portuguesa, p. 92.<br />
6 – Para o contexto brasileiro, ver o instigante estudo de VILHENA, Rodolfo (1997).<br />
7 – Otinha. Pilar, 1 abr. 1937, CAR/BN (I-35, 36, 2810c).<br />
8 – Carta de Édison Carneiro para A. Ramos, 4 jan. 1936, CAR/BN.<br />
9 – Valdemar Ferreira dos Santos é um dos informantes que envia (ou permuta) informa -<br />
ções sobre sua vida e sua relação com os candomblés baianos. Para uma visão mais acurada<br />
do relacionamento entre Édison Carneiro e Arthur Ramos, nada melhor do que a<br />
leitura das cartas enviadas por Édison a Ramos, publicadas em 1987 (Lima, 1987). Infe -<br />
liz mente, as cartas de Ramos não foram disponibilizadas nessa publicação e estão acessíveis<br />
somente na sua coleção.<br />
10 – Docente da Faculdade de Medicina da Bahia e médico pediatra, Hosanah de Oliveira<br />
foi, segundo Arthur Ramos, com o próprio Ramos “confirmado” “ogã” no tradicional<br />
Terreiro do Gantois no início dos anos 1930 (ver RAMOS, 1951: 62-3). A influência<br />
de Hosanah também foi fundamental nas pesquisas e viagens de PIERSON, Donald<br />
(1935-6); LANDES, Ruth (1938-9); TURNER, Lorenzo D. (1940-1); FRAZIER,<br />
Franklin (1940-1); TANNEMBAUN, Frank (1937).<br />
11 – Ramos publicou grande parte dos mais importantes livros sobre temas afro-brasileiros<br />
enquanto esteve à frente da Coleção <strong>Biblioteca</strong> de Divulgação Científica, da editora<br />
Civilização Brasileira, à época dirigida por Octales Marcondes Ferraz. Embora prestigiada<br />
e com grande divulgação em jornais e publicações afins, a coleção foi encerrada<br />
em 1939, devido à “pouca saída” de seus títulos e por não “bastar a si mesma”. Contrariado<br />
com o encerramento da coleção, Ramos argumentava que, de um total de 2.700 volu -<br />
mes publicados até 1939, um pouco mais da metade havia sido vendida. Carta de Octales<br />
M. Ferraz a Arthur Ramos, 7 maio 1939, CAR/BN.<br />
Entre 1934 e 1938 – até a publicação do livro de Manuel Querino – a coleção dirigida<br />
por Ramos já tinha editado 15 volumes sobre o tema. Entre esses, três volumes eram de<br />
sua própria autoria. Carta de Octales M. Ferraz, 24 jan. 1939, CAR/BN.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 104<br />
104<br />
12 – Em As culturas negras no Brasil (1936) – contribuição de Ramos ao ciclo de conferências<br />
sobre etnografia, organizado por Dinah Lévi-Strauss no Departamento<br />
Municipal de Cultura de São Paulo em 1936 – e As culturas negras no Novo Mundo<br />
(1937), Ramos explicita as bases do que chamei “conversão” (à antropologia) (Cunha,<br />
1999). Nesses textos, suas leituras e correspondência com intelectuais norte-americanos<br />
e latino-americanos o influenciam na adoção da noção de “aculturação” nas análises sobre<br />
cultura e religiosidade negra nas Américas, sob uma perspectiva comparativa.<br />
13 – Essa definição é claramente problemática. A natureza do que chamo material etnográ -<br />
fico não está estabelecida a priori. Entretanto, apresenta-se, quase sempre, em seu estado<br />
bruto ou, ainda, não foi objeto de uma reflexão mais acabada e conclusiva, presente nos<br />
artigos e livros que dela resulta. Por outro lado, parece conter reflexões inscritas e sujei -<br />
tas a posteriori reinterpretação.<br />
14 – Inspirado pelas análises de Ricouer, James Clifford sistematiza três formas distintas,<br />
mas profundamente interligadas, na produção de conhecimento antropológico que<br />
resultam do trabalho etnográfico (1990). A transcrição de um fenômeno vivenciado.<br />
15 – Chamo atenção que essa releitura parece ter sido experimentada pelo próprio Ramos<br />
durante a confecção de seu curriculum vitae (1945) e coleta e organização de seu arquivo<br />
pessoal, bem como ressaltada em alguns trabalhos de autores contemporâneos que<br />
com ele conviveram. Num volume organizado em sua homenagem, o sociólogo L. A.<br />
Costa Pinto observa que essa transformação em sua obra não a isentou de problemas:<br />
“A viagem aos Estados Unidos permitira-lhe um contato mais estreito com os últimos<br />
progressos da antropologia americana, contrabalançando a influência em seu espírito dos<br />
culturalistas alemães; por outro lado, o seu psicologismo, os preconceitos antievolucionistas<br />
e um culturalismo de outro tipo arraigam-se mais profundamente no esquema<br />
conceitual com que laborava, o que nos ensejou, repetidas vezes, discrepâncias metodoló -<br />
gicas muito sérias que debatemos de público mais de uma vez ...)” (1953).<br />
16 – Há que se investigar como foram construídas as fronteiras que instituíram o campo<br />
em que Ramos investiu seu tempo e do qual foi expurgado após sua morte.<br />
17 – Da mesma forma que os encontros que constituíram as experiências etnográficas de<br />
Melville Herskovits, William Bascom, Lorenzo D. Turner, Franklin Frazier, Ruth Landes,<br />
Robert E. Park e outros, em diversas regiões do Caribe e América Latina, é inegável o<br />
papel que as viagens de estudos, exílio, intercâmbio de Fernando Ortiz, Arthur Ramos,<br />
Rómulo Lachatañéré, Aguirre Beltran, Oracy Nogueira, Fernando Romero, Idelfonso<br />
Pareda Valdés, Louis Price-Mars, Eric Williams e outros aos Estados Unidos, Inglaterra<br />
e França, durante os anos 40, teve em seus respectivos trabalhos (Cunha, 2001).<br />
18 – No mesmo momento em que Melville Herskovits capitaneava recursos de institui -<br />
ções privadas e do império americano para financiar pesquisas e intercâmbios intelectuais<br />
no Caribe e na América Latina, Eric Williams submetia à Julius Rosenwald Found.<br />
um projeto de pesquisa envolvendo a comparação da indústria do açúcar, ideologias de<br />
“raça” e capitalismo no Brasil e no Caribe. Embora aprovado, Williams repensou as rotas<br />
do seu projeto inicial, concentrando-se em alguns países caribenhos. Carta de Eric<br />
Williams a Melville Herskovits, 12 nov. 1940. Melville Herskovits Papers, Northwestern<br />
University Archives, Box 2 (de agora em diante, NWUA/MHP).<br />
19 – Sobre o Handbook, ver SHELBY, Charnion (1951). Para seguir os passos dessa<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 105<br />
105<br />
política de aproximação, ver, especialmente, os seguintes volumes do The Department of<br />
State Bulletin (DSB): Exchange of Professors and Students between the Unided States and<br />
the other American Republics, I (13): 289-291, 1939; Conference on Inter-American Relations<br />
in the field of Education, I (19): 464-5: 146, 1939; Inter-American Professor Exchange, II<br />
(41): 357-362, 1940; Exchange Professors and Students, III (61): 149, 1940. Em 1941,<br />
um total de 85 estudantes e professores de vários países latino-americanos desembarcavam<br />
no Santa Lucia, em Nova York, para participar de atividades promovidas pela<br />
University of South Carolina. Da Faculdade de Medicina de Havana viriam seis médicos<br />
como resultado de um convênio com a Cornell University Medical College. O Brasil<br />
enviaria um estudante de biblioteconomia à Louisiana State University, um de medicina<br />
à John Hopkins, um agrônomo para a University of Florida, um estudante de di reito<br />
à University of Pennsylvania e uma estudante de educação para a University of Louisiana.<br />
Ver Travel Grants to Professors and Students, III (67), 5 out. 1940, p. 282.<br />
20 – Carta de Elsie C. Parsons para Melville Herskovits, 20 mar. 1941, NWUA/MHP,<br />
Box 18.<br />
21 – NU/MHP. Carta de Ramos para Melville Herskovits. 1 ago. 1940. Ramos viajou<br />
para os Estados Unidos graças ao salário oferecido pela Louisiana State University e 1/4<br />
de bolsa de estudos, na época oferecida a bolsistas latino-americanos. Entretanto, antes<br />
mesmo de viajar, expressou publicamente sua simpatia pela política de “boa vizinhança”<br />
e escreveu sobre a situação racial norte-americana. Ver O negro nos Estados Unidos –<br />
Fatores de amizade entre as duas grandes pátrias americanas. Rio de Janeiro: Edições Diários<br />
de Notícias, 1939, pp. 323-26.<br />
22 – NU/MHP, 30 maio 1938. Carta a Arthur Ramos. PIERSON, Donald, 11 maio<br />
1937, CAR/BN.<br />
23 – O interesse de Ramos em Chicago mantém-se mesmo após ter aceito o cargo de<br />
professor visitante na LSU e de deixar a cargo de M. Herskovits grande parte do seu<br />
roteiro de visitas a universidades norte-americanas. Carta de A. Ramos a R. Redfield, 10<br />
ago., 1940, CAR/BN. Embora tenha ido a Chicago, Ramos nem se encontrou com Park<br />
– nessa época vivendo em Nashville como professor do Departamento de Ciências Sociais<br />
da Fisk University – nem com Redfield (que estava na Guatemala). Em carta a Park,<br />
Pierson lamentaria o forte vínculo de Ramos às idéias de Melville Herskovits. Carta de<br />
Donald Pierson a Robert E. Park, 26 jan. 1941. Robert Park Collection, Fisk University<br />
(de agora em diante REP/FU).<br />
24 – Houve grande interesse do governo norte-americano em apoiar projetos envolvendo<br />
agricultura na América Latina e no Caribe. Melville Herskovits beneficiou-se indiretamente<br />
de recursos ao direcionar sua atenção aos camponeses negros no Haiti. Sobre<br />
Cartas de T. Lynn Smith para Arthur Ramos, respectivamente, 11 jul. 1939, 10 mar.<br />
1939. CAR/BN.<br />
25 – Pattee acabaria reiniciando um outro périplo, envolvendo deslocamentos nada<br />
aleatórios: por volta dos anos 1950 e já longe de suas funções no governo norte-americano,<br />
cruzava não só países africanos de língua portuguesa, mas a África do Sul, em busca<br />
de material para escrever livro sobre colonização portuguesa.<br />
26 – Em carta a Rayford W. Logan, Ramos aceitou o convite de W. E. B. Du Bois. Carta,<br />
5 set. 1936, CAR/BN.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 106<br />
106<br />
27 – Ver, respectivamente, CAR/BN (I-35, 16, 235), (I-35, 16, 212) e NU/MHP. Carta<br />
de Arthur Ramos para M. Herskovits, 20 jun. 1939.<br />
28 – Um sábio brasileiro nas universidades americanas. Diretrizes, III (28): 29, 1940.<br />
29 – Idem. Ramos data essa referência ao missionário como tendo sido <strong>final</strong>izada em 12<br />
set. 1940.<br />
30 – Carta dos Estados Unidos – Antecâmara da América. Diretrizes, III (30): 10-12,<br />
1940. Ver também Lições da Vida Americana (depoimento de Érico Veríssimo) e Carta<br />
dos Estados Unidos – América Portuguesa. Diretrizes, IV (40): 10.<br />
31 – Em outro texto comparo e detalho a viagem de Ramos aos Estados Unidos à via -<br />
gem do cubano Lachatañéré (Cunha, 2002).<br />
32 – Idem. NU/MHP, ver correspondência entre A. Ramos e M. Herskovits, enviada<br />
entre setembro e novembro de 1940.<br />
33 – Ver Um Sábio Brasileiro nas Universidades Americanas, Diretrizes, III (28): 30,<br />
1940. Ver, também, carta de A. Ramos a M. Herskovits, 10 jan. 1941, NU/MHP. O texto<br />
foi publicado em periódico dos intelectuais negros norte-americanos, o Journal of<br />
Negro History (ver RAMOS, 1941).<br />
34 – Tradução minha. NU/MHP, carta de Herskovits a Ramos, 8 set. 1940.<br />
35 – NU/MHP, carta de A. Ramos para M. Herskovits, 12 out. 1940.<br />
36 – MHP/NWU, carta de Melville Herskovits para Arthur Ramos, 30 set. 1942.<br />
37 – Carta dos Estados Unidos – Old Man River. Diretrizes, (31): 49-51, nov., 1940,<br />
pp. 49-50.<br />
38 – Essa expressão foi utilizada pelo próprio Ramos no prefácio de As culturas negras<br />
no Novo Mundo ((1937) 1979: xxi).<br />
39 – Cartas de Otinha para A. Ramos, respectivamente, 12 mar. 1937 e 1 abr. 1937.<br />
CAR/BN (5, 36, 2018c).<br />
40 – Sobre as práticas policiais na repressão aos cultos ver, por exemplo, a carta que Oti -<br />
nha envia a Ramos e esposa em 14 fev. 1937, CAR/BN (I-36, 9, 106). O termo seita é<br />
utilizado pela missivista. Ver cartas de Otinha para Ramos entre 1937 e 1938.<br />
41 – O material reunido por Ramos e a esposa em sua coleção, em viagens pelo interior de<br />
Alagoas, e os documentos/artefatos enviados por amigos e admiradores caracterizam uma<br />
prática muito corriqueira utilizada pelos antropólogos brasileiros de sua geração. Entre tanto,<br />
a lógica de inserção e indexação de parte substancial desse material sugere que se prestaram<br />
a validar e diferenciar as atividades do médico daquelas desempenhadas pelo antropólogo.<br />
Em Alagoas, seus familiares e amigos foram responsáveis pela alimentação constante do acer -<br />
vo. Numa pasta intitulada Etnografia Religiosa do Negro Brasileiro, que contém parte re -<br />
le vante do material utilizado na confecção de O negro brasileiro (1934), encontra-se parte<br />
do material colhido por Ramos e sua esposa em uma viagem de caráter familiar a Pilar (AL),<br />
cadernetas e anotações recolhidas por Manuel Ramos e por quem identificou apenas como<br />
“velha Gervásia”. CAR/BN, (I-36, 20). O próprio Ramos referiu-se a esse período de coleta<br />
como simultâneo ao da “conversão”: “Quando, há mais de um decênio, comecei a reu -<br />
nir na Bahia material de estudo sobre o negro (...) as pesquisas encetadas no recesso dos candomblés,<br />
a que me arrastou a profissão de médico-legista do Instituto Nina Rodrigues, não<br />
encontraram eco imediato.” Em nota correspondente ao trecho citado, Ramos observa: “Esse<br />
material deu origem aos seguintes trabalhos: Os horizontes míticos do negro na Bahia (1932);<br />
A possessão fetichista na Bahia (1932); O mito de Yemanjá (1932) (...) e a obra cíclica O negro<br />
brasileiro, com três volumes já publicados” (1979: xix).<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 107<br />
107<br />
42 – Carta de A. Ramos a Roger Bastide, Rio de Janeiro, 1 ago. 1938, CAR/BN.<br />
43 – Mariza Corrêa nos chama atenção para o fato de os primeiros escritos de Ramos<br />
sobre possessão incluírem críticas às concepções psicopatológicas do médico Nina<br />
Rodrigues, autor responsável por idéias às quais muitos autores de sua geração, e o próprio<br />
Ramos, se filiaram no <strong>final</strong> dos anos 1930. Mariza Corrêa observa ainda que essa mudan -<br />
ça de orientação está profundamente relacionada a disputas regionais e à presença, e crescente<br />
prestígio, do pernambucano Gilberto Freyre no campo de estudos sobre a população<br />
afro-brasileira (1998: 280).<br />
44 – Mais uma vez, é Mariza Corrêa quem sugere respostas ao que parece banimento:<br />
a filiação de Ramos e outros intelectuais (principalmente, baianos) a perspectivas médico-legais<br />
explicitadas por Nina Rodrigues. “Esta perspectiva”, conclui, “talvez explique<br />
por que seus trabalhos continuaram a ser citados por médicos psiquiatras e deixaram de<br />
ser mencionados depois da sua morte” (1998: 292).<br />
45 – CAR/BN, carta de Richard Pattee a A. Ramos, 5 dez. 1940. Chamo atenção para<br />
o fato de essas referências, ainda que num tom e ênfase fortemente nacionalistas, terem<br />
sido publicadas em sua coluna no jornal Diretrizes. Para uma visão mais detalhada sobre<br />
esses artigos, ver CUNHA, 2002.<br />
46 – Idem, p.51.<br />
47 – Otinha, s. d. CAR/BN, (I-35, 36, 2810c).<br />
48 – BRITO, Lasinha L. C. de C. O Problema da Criadagem. Fon-Fon, 20 nov. 1948,<br />
p. 1. Os recortes foram incluídos em pasta relativa aos documentos sobre macumba, intitulada<br />
Diversos. (CAR/BN, folder 38, 2, 32).<br />
49 – À frente da Sbae, Ramos encabeça um manifesto dos antropólogos brasileiros dirigido<br />
ao governo, no qual colocavam-se “a serviço” da luta antifacista. “(...) Queremos<br />
oferecer ao governo do Brasil os nossos irrestritos serviços, os dos técnicos da antropologia<br />
e das ciências conexas ao trabalho da união e da defesa nacionais. Mais do que isso,<br />
porém, queremos oferecer a todo o mundo civilizado a nossa magnífica filosofia no tratamento<br />
das raças, com o maior protesto científico e humano e a maior arma espiritual<br />
contra as ameaças sombrias das concepções nazistas da vida, este estado psicológico de<br />
es pírito que pretende envolver a humanidade numa espessa e irreparável atmosfera de luto.”<br />
Manifesto da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia apresentado em sessão<br />
extraordinária de 28 ago. 1942 (CAR/BN, 40, 2, 6).<br />
50 – De volta ao Brasil, Ramos transformara-se numa espécie de embaixador cultural e<br />
de assuntos acadêmicos, divulgando de forma eficaz a política cultural norte-americana<br />
em palestras e arquivos. Em 1941, faz conferências na Associação Brasileira de Educação<br />
(A Antropologia Social nos Estados Unidos), na então recém-criada Sociedade Brasileira<br />
de Antropologia e Etnologia (O Folclore Musical Negro Norte-Americano), no Instituto<br />
Brasil–Estados Unidos (A Vida Universitária nos Estados Unidos), e no Centro de Relações<br />
Internacionais (A Minha Experiência nas Universidades Americanas).<br />
51 – CAR/BN, correspondência entre A. Ramos e Sue E. Elkin.<br />
52 – Carta dos EUA – América Portuguesa. Diretrizes, IV (40): 10, 1940.<br />
53 – Manuscrito, CAR/BN. Para uma discussão densa sobre a maneira pela qual as fronteiras<br />
entre religiões afro-brasileiras e catolicismo foram pensadas e demarcadas pelos<br />
antropólogos brasileiros, ver BIRMAN, 1995.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 108
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 109<br />
BRASIL: UMA NA²AO VISTA<br />
ATRAVES DA VIDRA²A DA RA²A*<br />
Verena Stolcke<br />
Professora de Antropologia Social da<br />
Universidade Autônoma de Barcelona.<br />
“Nós brasileiros – e o mesmo pode ser dito para outros povos americanos – pertencemos<br />
à América meramente em um nível novo e oscilante de nossa mente,<br />
enquanto pertencemos à Europa em todos os níveis estratificados. Tão logo adquirimos<br />
um mínimo de cultura, esta última domina sobre a primeira. Nossa imagi -<br />
nação não pode deixar de ser européia, ou seja, de ser humana...”( Nabuco,<br />
Joaquim. Minha formação, 1957, 1ª ed., 1890, pp. 46-7.)<br />
“A busca da África (nos estudos sobre o Negro no Brasil) resultou, a longo prazo,<br />
em algo muito pernicioso e preju-dicial para esses estudos. Como não poderia<br />
deixar de ser, pois partiram da premissa de que o Negro era um estrangeiro.”<br />
(Carneiro, Édison. Ladinos e crioulos, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964,<br />
pp. 103-18.)<br />
Em sua 5ª Conferência Geral, celebrada em Florença, em 1950, a Organização<br />
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) decidiu patro -<br />
cinar um projeto de pesquisa piloto no Brasil “sobre os problemas de diferentes<br />
raças e grupos étnicos vivendo em um ambiente social comum”. 1 O projeto fazia<br />
parte das iniciativas cientí-ficas da Unesco, nascidas em conseqüência dos horrores<br />
resultantes da doutrina racial nazista e para exorcizar de uma vez por todas<br />
os demônios raciais.<br />
* Este texto foi publicado originalmente na Revista de Cultura Brasileña, nº 1, março de<br />
1998, editada pela Embaixada do Brasil na Espanha.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 110<br />
110<br />
Alfred Métraux, eminente antropólogo que acabou coordenando o projeto da<br />
Unesco, atribui a escolha do Brasil à “boa impressão que, em geral, as relações<br />
raciais no Brasil deixaram, durante anos, em viajantes e sociólogos, surpresos em<br />
encontrar atitudes tão diferentes daquelas observadas em outras partes do mundo”.<br />
De fato, o Brasil tem sido aclamado como um dos raros países que alcançou<br />
“democracia racial”. Esse “raro exemplo de relações raciais harmoniosas” havia,<br />
até então, recebido pouca atenção, apesar de que situações em que diferen tes<br />
raças vivendo em harmonia poderiam exercer forte influência sobre questões ra -<br />
ciais em geral. 2<br />
A imagem otimista do Brasil como “democracia racial” tem uma longa e controvertida<br />
história. Constitui forte herança de uma longa tradição de estudos<br />
comparativos da escravidão no Brasil em contraste com os Estados Unidos, refor -<br />
çada nos anos 20 e 40 pelos trabalhos escritos por alguns proeminentes intelectuais<br />
brasileiros no contexto dos acalorados debates sobre a identidade do Brasil<br />
como nação. Com a abolição da escravatura e a proclamação da República, a presença<br />
africana e a ampla miscigenação no Brasil passaram a causar profundas<br />
apreensões entre as elites políticas e intelectuais a respeito da identidade nacional<br />
do país e seu status na comunidade internacional. 3 Por volta dos anos 30, um<br />
grupo de jovens cientistas sociais começou a redefinir a influência negra na cultu -<br />
ra brasileira e desenvolveu a imagem do Brasil como um paraíso racial no desejo<br />
de desafiar teorias anteriores catastróficas, segundo as quais a mistura racial<br />
condenava povos de diferentes raças à decadência física e moral. 4<br />
A escolha do Brasil pela Unesco como um laboratório privilegiado para inves -<br />
tigação da questão racial não era dada como certa. Na Unesco, alguns pensavam<br />
que deveria ser dada prioridade a situações de genuína hostilidade racial e, dentro<br />
do Brasil, temia-se que um cuidadoso exame das relações raciais pudesse abrir<br />
uma “caixa de surpresas”, afetando a imagem tão querida de muitos políticos e<br />
intelectuais. 5 Em casa de enforcado, não se fala de corda!<br />
O que Métraux conta esconde mais do que revela sobre as verdadeiras circuns -<br />
tâncias que induziram a Unesco a patrocinar a pesquisa sobre relações ra ciais no<br />
Brasil. Meu objetivo neste breve trabalho é o de resgatar a figura de Arthur Ramos,<br />
o quase esquecido antropólogo que desempenhou um papel central em colocar<br />
o Brasil na agenda da Unesco.<br />
No princípio, a visão e a agenda da Unesco estavam mais voltadas para o passado<br />
recente da guerra devastadora do que para o futuro. O objetivo era comba -<br />
ter tensões internacionais, promovendo o entendimento e a cooperação entre as<br />
nações para garantir a paz mundial. As forças aliadas haviam derrotado o fascismo,<br />
mas o mundo que emergia estava profundamente estremecido, moral e in-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 111<br />
111<br />
telectualmente. A Unesco diagnosticava a guerra parcialmente como um estado<br />
de espírito. A tarefa da reconstrução democrática era, portanto, não apenas política<br />
e econômica, mas também moral e intelectual. O mundo dos vitoriosos precisava<br />
ser moralmente exonerado, restituindo a fé na natureza humana. Assim,<br />
para tornar a guerra moralmente impossível, a “ignorância e o preconceito” que<br />
fizeram possíveis as doutrinas nazistas de “desigualdade de homens e raças” precisavam<br />
ser erradicados. 6 Esse era o mandato internacionalista da Unesco, a ser<br />
desempenhado por meio de programas educacionais e intercâm-bios culturais<br />
entre povos, concebidos para disseminar o respeito universal à jus-tiça, ao princípio<br />
da legalidade, aos direitos humanos e às liberdades fundamen-tais para todos,<br />
“sem distinção de raça, sexo, língua ou religião”. 7 A ciência positiva iria for necer<br />
o conhecimento apartidário necessário para desautorizar a ciência racista que fize -<br />
ra do nacionalismo agressivo a causa da guerra.<br />
No entanto, muito em breve os gélidos ventos da Guerra Fria anunciavam novas<br />
e profundas divisões político-ideológicas na ordem mundial do pós-guerra, que<br />
mudaram o ponto de vista da agenda da Unesco. Em 1948, a polarização do mundo<br />
em dois blocos hostis toma forma. A conquista de respectivas esferas de influência<br />
teve como um dos seus cenários os novos estados emergentes dos antigos impérios<br />
coloniais europeus. A confiança cosmopolita que a Unesco depositava no entendimento<br />
internacional foi fortemente abalada com o bloqueio soviético a Berlim, a<br />
dramática ponte aérea no inverno de 1948, e pela guerra da Coréia em 1950. Julian<br />
Huxley, seu então diretor-geral, foi forçado a admitir a “impossibilidade da Unesco<br />
tirar o coelho da paz política do chapéu cultural e científico”. 8 Além disso, o racismo<br />
não havia desaparecido como se esforçava para demonstrar a União Soviética,<br />
escolhendo os Estados Unidos como alvo preferencial de suas críticas. “As idéias de<br />
desigualdade racial e nacional,” dizia o Pravda, em 1946, “encontram expressão<br />
concreta na política adotada por governos capitalistas com relação a povos colonizados<br />
ou dependentes e a minorias dentro de países metropolitanos”. 9<br />
Por volta de 1949, a Unesco percebeu que a segregação racial persistente nos<br />
Estados Unidos, o desafio da descolonização de “preconceitos ocidentais sobre<br />
os ‘outros’ colonizados” e a crescente preocupação com as leis de apartheid na<br />
África do Sul exigiam um esforço conjunto da parte de cientistas de todo o mundo<br />
para enfrentar o problema e eliminar o preconceito racial “em casa”. Foi nesse<br />
momento que a agenda internacionalista desta organização se voltou para um<br />
projeto nacional, buscando do outro lado do Atlântico uma fórmula que pudesse<br />
ajudar a superar um problema, “raça”, que se tinha originado na Europa.<br />
Conexões pessoais e intelectuais transatlânticas, relacionadas com o evento, faci -<br />
litaram a formação de um programa concreto em meio à crescente tomada de cons -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 112<br />
112<br />
ciência da questão racial no seio da Unesco. O primeiro documento indi cando futuras<br />
atividades a respeito nessa área, presumivelmente ela-borado por Otto Klineberg,<br />
um discípulo de Boas e crítico de primeira hora dos testes racistas de QI nos Estados<br />
Unidos, 10 expressava especial interesse em estu-dar “expe riências bem-sucedidas nas<br />
relações raciais”, em oposição a situações de aberta hostilidade racial.<br />
A ampliação da agenda científica desta organização coincidia com a transferên -<br />
cia da autoridade executiva da Europa para a América Latina. Jaime Torres Bodet<br />
foi eleito, no <strong>final</strong> de 1948, para suceder Julian Huxley como diretor-geral. Torres<br />
Bodet pertencia a uma geração de proeminentes intelectuais e artistas mexicanos,<br />
os fundadores do modernismo mexicano. Tinha relações próximas com José Vas -<br />
concelos, o filósofo e político mais conhecido por sua influente obra La raza<br />
cósmica (1925), uma elegia à singular fecundidade da miscigenação nacional, re -<br />
pre sentada numa escala continental.<br />
Contrariando as expectativas norte-americanas de que fosse mais suscetível a influências<br />
políticas do que seu antecessor, Torres Bodet pôs em marcha seu pró prio<br />
plano particular de tornar a Unesco mais eficiente e de incrementar sua atenção para<br />
questões latino-americanas, promovendo a participação de intelectuais da região.<br />
Em uma decisão que teria conseqüências de longo alcance para o programa<br />
da Unesco sobre raça, em meados de 1949 Torres Bodet convidou o antropólogo<br />
brasileiro Arthur Ramos para chefiar o recém-criado Departamento de Ciências<br />
Sociais. 11 A escolha de Ramos não foi por acaso, mas em função de uma com -<br />
ple xa combinação de circunstâncias políticas e ideológicas, alinhamentos e cone -<br />
xões pessoais, tendo como pano de fundo as intensas confrontações sobre raça,<br />
cultu ra e identidade nacional no Brasil.<br />
Paulo E. de Berredo Carneiro, intelectual positivista de São Paulo e delegado<br />
permanente do Brasil no conselho diretor da Unesco, foi o principal responsá -<br />
vel pela indicação de Ramos. Carneiro o conhecia bem e admirava o trabalho de<br />
Ramos sobre a cultura afro-brasileira por suas sólidas bases empíricas. Em uma<br />
de suas viagens entre o Brasil e Paris, Carneiro levou em sua bagagem os dois<br />
volumes da obra de Ramos Introdução à antropologia brasileira, que condensava<br />
e expandia suas pesquisas anteriores. Esse trabalho havia sido aclamado dentro e<br />
fora do Brasil pelo rigor científico de seu estudo comparativo das diversas culturas<br />
representadas na população brasileira e suas influências recíprocas. 12 Em<br />
Paris, Carneiro mostrou o livro a Torres Bodet. Sem mais pensar, o diretor-geral<br />
convidou Ramos a integrar os quadros da Unesco e ficou muito contente quando,<br />
pouco depois, Ramos respondeu positivamente, já que precisava Bodet dele<br />
urgentemente para a conferência geral que se reuniria em breve e onde seria apre -<br />
sentado o novo programa sobre preconceito racial. 13<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 113<br />
Pouco antes de partir para Paris<br />
na companhia de sua esposa Luísa,<br />
Ramos reunira seus colegas na<br />
Faculdade Nacional de Filosofia,<br />
Ciências e Letras da Uni ver si dade<br />
do Brasil, onde era professor de<br />
an tropologia e etnologia, para<br />
discu tir projetos para seu trabalho<br />
na Unesco. Segundo a lembrança<br />
de seu discípulo, colega e amigo<br />
ad mi rador Costa Pin to, “nós pro -<br />
pú nhamos que a Unesco deve ria<br />
con side rar seriamente concentrar<br />
sua atenção na América Latina e,<br />
em particular, no Brasil, um<br />
labora tó rio de pesquisa sobre relações<br />
hu ma nas devido à natureza única<br />
das estruturas sociais prevalecentes<br />
nessa parte do mundo, cheio de situações<br />
e problemas de interesse científico<br />
universal, e que estão lá para<br />
serem investigadas em condições ímpares<br />
no mundo”. 14<br />
Ramos imediatamente se lan -<br />
çou em atividades em Paris a fim<br />
de pôr em prática sua convicção<br />
de que o Brasil não era apenas<br />
113<br />
Carta do antropólogo Alfred Metraux, em que agradece<br />
a proposta feita por Arthur Ramos de traduzir seus<br />
livros. Ele acrescenta que precisa adicionar à sua obra<br />
alguns capítulos sobre a so cie dade tupi. Connecticut,<br />
31 de março de 1941.<br />
um local privilegiado para o estudo das relações humanas, mas também oferecia<br />
interesse porque as tensões raciais, embora existentes, “eram menos críticas que<br />
em outras regiões”. 15<br />
O projeto do programa de Ramos preencheu as mais altas expectativas de<br />
Torres Bodet. Seu profundo conhecimento da questão racial e seus talentos organizacionais<br />
deram ao programa racial da Unesco um propósito marcante. Com<br />
o auxílio da influência política de Carneiro, a Unesco aprovou o progra-ma de<br />
Ramos na sua conferência geral de setembro de 1949. O projeto contemplava<br />
duas iniciativas principais. Primeiro, a convocação de um grupo de especialistas<br />
para estabelecer “dados científicos” sobre a controvertida questão das diferenças<br />
raciais. A idéia existia antes da chegada de Ramos, mas foi ele quem escolheu e<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 114<br />
114<br />
convidou o grupo de especialistas em antropologia física e ciências sociais e quem<br />
esboçou a agenda inicial. 16 A segunda iniciativa foi propor que a Unesco patro -<br />
cinasse investigações sobre exemplos concretos de relações raciais, especialmente<br />
o “estudo de condições sob as quais vários grupos raciais possam colaborar pacificamente<br />
no seio de uma determinada comunidade”. 17<br />
Mas Arthur Ramos morreu inesperadamente em seu hotel em Paris, na noite<br />
de sábado para domingo, dia 31 de outubro, com apenas 46 anos de idade. Um<br />
artigo póstumo reafirmava sua antiga convicção de que o “‘racialismo” resulta,<br />
em última instância, de “métodos de dominação”. 18<br />
Hoje em dia, as contribuições científicas e políticas de Ramos estão pratica men -<br />
te esquecidas e suas realizações na Unesco são desconhecidas. 19 Em parte isso se deve<br />
à sua morte prematura e à disputa pessoal e intel-ectual entre Arthur Ramos e Gilberto<br />
Freyre a respeito da precedência regional e intelectual no renascimento dos estudos<br />
sobre o negro nos anos 30. 20 O charme sedutor e atraente do retrato romântico, lírico<br />
e quase erótico pintado por Frey-re da sociedade agrária, patriarcal e tolerante de<br />
Pernambuco, que ele depois generalizou para o Brasil, sem dúvida ofuscou e depois<br />
eclipsou a descrição seca, acadêmica e muitas vezes repeti tiva que Ramos fez do “mosaico<br />
histórico” de povos no Brasil. Mas as importantes divergências políticas na<br />
maneira em que os dois intelec tuais descreviam a singular situação racial do Brasil<br />
tam-bém desempenharam um papel na indica ção de Ramos para o projeto da Unesco,<br />
assim como em seu posterior esquecimento.<br />
Durante a intensa renovação de estudos sobre o negro, nos anos 30, os inte -<br />
lectuais brasileiros tinham em mente, sobretudo, a questão nacional. O paradig -<br />
ma da harmonia racial brasileira ganhou destaque entre os intelectuais brasileiros<br />
na medida em que eles tentavam superar a consternação e encontrar uma solução<br />
para o mal resolvido problema da identidade nacional, que se devia, segundo<br />
Antonio Candido, “a uma ambigüidade fundamental: ser um país latino, de he ran -<br />
ça cultural européia, mas etnicamente mestiço, situado nos trópicos, influen ciado<br />
por culturas primitivas, ameríndias e africanas”, 21 uma ansiedade compartilhada<br />
com muitos outros pensadores latino-americanos. Freyre e Ramos, quase simultaneamente,<br />
começaram a reverter o retrato negativo da cultura brasileira de misturas,<br />
dissipando o complexo nacional de inferioridade, nascido da formação<br />
“bastarda” do país, por meio da exaltação das excelências de sua diversidade cultural<br />
e racial, qualificando a miscigenação como fator de indução e sintoma de<br />
uma identidade nacional brasileira singularmente harmoniosa. Realmente, a<br />
questão “raça”, observou Bastide, sempre provoca a resposta “sexo”. Mas, “se mis -<br />
ci genação tomasse a forma de casamento, e assim, em condições de res-peito mútuo<br />
e igualdade entre os sexos, estaria então demonstrada uma efetiva ausência<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 115<br />
115<br />
de preconceito racial. Mas, da maneira como é praticada, na verdade reduz uma<br />
raça inteira à condição de prostituta”. 22 Ramos e Freyre coincidiam a respeito da<br />
singular harmonia racial brasileira, embora seus métodos de pesquisa e estilo fos -<br />
sem diferentes. E nenhum deles jamais reconheceu essa distinção sociológica fundamental.<br />
Os dois divergiam radicalmente, no entanto, a respeito das causas dessa<br />
situação racial única no Brasil.<br />
Ramos estudou medicina e se considerava o herdeiro revisionista da Escola<br />
Nina Rodrigues de medicina legal, embora explicitamente se dissociasse da sua<br />
tese psicobiológica da inferioridade racial do negro e dos efeitos patológicos da<br />
miscigenação. A abordagem inicial de Ramos no campo das ciências médicas<br />
havia sido a psiquiatria. Por volta dos anos 1940, ele havia deixado para trás a<br />
noção de mentalidade primitiva e a psicanálise de Lévy-Bruhl, pelas quais havia<br />
sido atraído antes. 23 No início, Ramos tinha um vivo interesse em cultura afrobrasileira,<br />
mas aos poucos mudou seu foco de atenção para a dinâmica do conta to<br />
racial-cultural. Como ele escreveu em 1937, o negro, em vez de ser um ele men to<br />
estrangeiro, formava parte integral do país. “No Brasil, em Cuba, no Haiti, nas ou -<br />
tras Antilhas... culturas negras combinavam com os padrões de cultura branca em<br />
um mosaico histórico, onde muitas vezes é difícil reconhecer os elementos ori -<br />
gi nais.” 24 A tarefa primária era, portanto, examinar os processos que haviam de -<br />
sen cadeado esse “mosaico histórico” cientificamente e avaliar suas conseqüências<br />
sociopolíticas para o país.<br />
O surgimento do nazismo e da ciência racial nazista na Alemanha exerceram<br />
logo um forte impacto sobre os intelectuais brasileiros que estudavam as influências<br />
africanas sobre a identidade e cultura brasileiras. Já em 1935, e muito antes de que<br />
cientistas nos Estados Unidos e na Europa conseguissem apresentar uma condenação<br />
da ciência racial nazista, um grupo de intelectuais brasileiros emitiu um<br />
Manifesto de Intelectuais Brasileiros contra o Preconceito Racial, denunciando a<br />
ameaça que representava a ciência racial nazista para o Brasil, tendo em vista sua<br />
“diversidade” étnica e por “comprometer a coesão social”, ao disseminar o pre -<br />
concei to racial. Ramos e Freyre, entre outros, assinaram a declaração. 25<br />
A ciência racial nazista teve uma inegável influência sobre Ramos em sua abordagem<br />
da questão racial no Brasil. Tão logo estourou a guerra, ele se tornou um<br />
ativo militante antinazista, condenando publicamente em conferências, entrevis<br />
tas e artigos os perigos e falácias da ciência racial. 26 Naqueles perturbados tempos,<br />
Ramos sentia, mais do que nunca, que seu “Paideuma” era mais atlânticoocidental-meridional.<br />
Como escreveu ele, entusiasticamente: “Somos felizes<br />
porque nosso destino é suave, nossa natureza não tem vulcões, nossa história é<br />
uma página aberta de tolerância. Nossa cultura é, portanto, uma cultura ‘apolínea’,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 116<br />
116<br />
Para Arthur Ramos, a integração do negro à<br />
vida nacional já era um fato: ilustração do livro<br />
Intro du ção à antropologia brasileira. [S.l.], 1947.<br />
nossa filosofia humanista é de singular<br />
cordialidade.” Para não ser con -<br />
fun dido com um nacionalista con ven -<br />
cio nal, ele acrescentou, porém, uma<br />
observação reve la dora: “Mas note-se<br />
que estou falando a linguagem não de<br />
um mero nacionalis mo político, mas<br />
de um nacionalismo cultural”. E perguntava,<br />
retoricamente: “Vocês não<br />
acham que seria interessante ‘julgar’<br />
os povos da terra através de nossa pró -<br />
pria cultura e não através da cultura<br />
francesa, inglesa ou alemã?” 27<br />
Paralelamente à sua exaltação da<br />
harmonia racial-cultural brasileira, Ra -<br />
mos se tornava cada vez mais crítico da<br />
herança colonial do país e se distancia -<br />
va do estereótipo do negro como essencialmente<br />
atrasado, dissociando mais<br />
explicitamente raça de cultura. 28 A ale -<br />
ga da inferioridade do africano, que ha -<br />
via produzido o cha mado “complexo<br />
do passado africa no”, era, na verdade,<br />
segundo ele, um produto da escravidão<br />
que havia des truí do a cultura dos afri -<br />
ca nos e mutilado suas personalidades. 29 O estudo do negro no Brasil era fundamen -<br />
tal, insistia ele em 1939, “porque o negro está ‘dentro’ da nossa vida nacional; ele se<br />
integrou, não como um elemento estrangeiro, mas como um pars magna. Será<br />
necessário insis tir que é essencial conhecê-lo para que sejamos capazes de conhecermos<br />
a nós mesmos como um povo, como uma nação”? 30 A base de qualquer identidade<br />
nacional era um patrimônio cultural comum, fosse ele original ou produto de um<br />
“mosaico histórico” composto por contribuições de culturas diferentes.<br />
Quando Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre, apareceu em 1933, antecipando<br />
a formulação de Ramos de harmonia racial, sua mensagem conciliatória<br />
foi inicialmente recebida como uma corajosa proclamação de fé no Brasil, seus<br />
mulatos, seus negros. 31 Ramos concordava com Freyre na atenção especial que a<br />
escravidão exigia, como um momento crucial na formação da singularidade racialcultural<br />
brasileira. 32 Mas, ao <strong>final</strong> dos anos 30, seus caminhos divergiram. Ramos<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 117<br />
117<br />
era agora duramente crítico não apenas da escravidão – “que havia completamente<br />
alterado o comportamento social do negro. A escravidão esmagou os escra -<br />
vos no mesmo moinho da opressão branca” 33 –, mas também do colonialismo<br />
europeu. Enquanto o luso-tropicalismo de Freyre celebrava a adaptabilidade cli má -<br />
tica e o erótico cosmopolitismo dos colonizadores portugueses, Ramos denunciava<br />
o colonialismo europeu por ter, em primeiro lugar, originado o racismo, mas<br />
não abandonou a tese da harmonia racial. 34 Sua longa visita aos Estados Unidos<br />
em 1940 confirmou o caráter especialmente grave da questão do negro naquele<br />
país. Antecipando a interpretação revisionista das relações raciais brasi lei ras, que<br />
emergiria do projeto piloto da Unesco, ele pensava, no entanto, que no Brasil,<br />
ao contrário dos EUA, a “linha da cor” era mínima e praticamente ine xistente,<br />
tendendo a constituir-se um problema de classe em vez de casta. 35<br />
Seu nacionalismo cultural, alimentado pelo espectro da ciência racial nazista,<br />
não apenas distanciou Ramos de Freyre politicamente, mas o trouxe mais próxi -<br />
mo aos intelectuais progressistas de São Paulo. Quando Freyre passou a ser um<br />
ideó logo do regime ditatorial de Salazar e um apologista da política colonial portuguesa<br />
também na África, a oposição intelectual e política às suas posições conservadoras<br />
tornou-se explícita. Em 1941, Paulo Duarte, o advogado e jornalista<br />
que mais tarde deu valioso apoio ao projeto de pesquisa da Unesco em São Paulo,<br />
respondia a uma carta de seu próximo amigo Mário de Andrade, em que este<br />
denunciava a “desonestidade intelectual” de Freyre, com uma detalhada e mordaz<br />
crítica de O mundo que o português criou. 36 E, em 1944, Antonio Candido<br />
lançou uma igualmente dura crítica, com tons nacionalistas oblíquos. Uma das<br />
mais perigosas modas intelectuais contemporâneas, escreveu Candido, era a “sociologia<br />
cultural”, que, especialmente na forma praticada por pesquisadores bra -<br />
sileiros, constituía um “abuso, uma deformação. Observe-se apenas o nosso mestre<br />
Gilberto Freyre e os extremos a que está levando seu culturalismo. Seus últimos<br />
escritos têm-se degenerado em conservadorismo e tradicionalismo. Apaixonado<br />
por seu ciclo cultural luso-brasileiro, ele foi levado a construir um mundo só seu<br />
no qual o progresso combina com a preservação dos traços característicos anteriores.<br />
Tudo parece justificado desde que leve a marca do mundo que o português<br />
criou, que estamos desenvolvendo e man-tendo vivo, sim senhor, com a ajuda<br />
de Deus e de Todos os Santos”. 37<br />
Entre os intelectuais progressistas de São Paulo, o nacionalismo cultural de<br />
Ramos despertava, ao contrário, um inegável interesse, em razão de sua afinidade<br />
com a busca do movimento modernista por uma autêntica cultura brasileira.<br />
Mário de Andrade, seu “eminente amigo”, cujos escritos sobre a identidade nacio -<br />
nal brasileira eram emblemáticos do movimento modernista, havia convidado<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 118<br />
118<br />
Ramos para proferir a palestra inaugural em um curso de etnografia do negro no<br />
Brasil, no Departamento de Cultura do Estado de São Paulo, organizado por<br />
M. me Lévi-Strauss. Nessa ocasião, Ramos concebeu a idéia de seu livro As culturas<br />
negras no Novo Mundo. 38<br />
Por volta dos anos 40, Ramos era um nacionalista cultural liberal. Seu nacio -<br />
nalismo cultural não era, como se tem argumentado recentemente, uma velada<br />
racialização da cultura. 39 Seu conceito de nacionalismo cultural prescindia do determinismo<br />
hereditário e da transmissão da cultura, mas tomava, ao contrário,<br />
culturas distintas, internamente homogêneas, capazes de misturar-se, como so -<br />
lu ção conciliadora, como demonstrava o processo simultâneo de “deseuropei za ção”<br />
e “desafricanização”, que o Brasil, como nação, demonstrava. 40 Mis cige nação,<br />
tanto biológica quanto cultural, ocupava, é claro, um lugar central na teoria de<br />
Ramos, à semelhança da de outros advogados da harmonia racial. A idéia de miscigenação,<br />
na verdade, pressupõe a prévia existência de populações distintas, liga -<br />
das entre si. Ao <strong>final</strong> dos anos 30, Ramos concebia essas populações em termos<br />
culturais e considerava o fenótipo como uma marca diacrítica útil para identificar<br />
traços culturais em vez de determinar culturas. As razões que tornam<br />
problemática a teoria do nacionalismo cultural de Ramos se encontram em<br />
outras partes.<br />
Uma ironia permeia os debates sobre cultura e identidade nacional no Brasil<br />
e em outros países da América Latina. A aguada apreensão que a diversidade<br />
“racial-cultural” de seus países provocava entre intelectuais latino-americanos<br />
como um problema nacional era, a<strong>final</strong> de contas, um produto europeu. Como<br />
escreveu Ramos em 1942: “A<strong>final</strong>, o racismo é a última fase de um longo processo<br />
de europeização do mundo, que agora está chegando a seu ponto crítico. A<br />
conquista européia do mundo trouxe consigo toda uma série de mecanismos de<br />
dominação de uns povos por outros, de dominações políticas e econômicas que<br />
foram racionalizadas por teorias e ideologias de raças fracas e superiores. A idéia<br />
do ‘negro bárbaro’ na África foi uma invenção dos europeus para ajudar seus projetos<br />
de dominação. Todos esses processos e técnicas de dominação, juntamente<br />
com suas ideologias e racionalizações, precisam ser conhecidos. Tudo isso é indispensável<br />
para um entendimento do fenômeno do racismo. A guerra atual deve<br />
ser vista principalmente sob esse aspecto das relações raciais.” 41 A condenação<br />
feita sem reservas por Ramos da escravidão continha as sementes para uma revisão<br />
radical da teoria da harmonia racial. Ele nunca deu esse passo crítico, mas<br />
seu veredicto negativo do passado escravagista é certamente uma razão pela qual<br />
seu trabalho foi esquecido, em contraste com a persistente popularidade e contínua<br />
reavivação do quadro idílico e pacífico do Brasil pintado por Freyre.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 119<br />
Apesar de sua lúcida condenação da Europa por haver infligido a “raça” no<br />
continente como um problema ideológico-político praticamente desde o surgir<br />
da colonização, Ramos não reconhecia tampouco que a miscigenação era, com<br />
efeito, a expressão sexual da dominação colonial. No esforço de opor-se à teoria<br />
disgênica da “mistura racial”, Ramos e outros como ele não queriam nem po -<br />
diam admitir que “miscigenação”, longe de traduzir ausência de preconceito, era<br />
freqüentemente o produto da libertinagem sexual do homem branco com rela -<br />
ção a mulheres negras, às quais desdenhavam para o casamento.<br />
Finalmente, nem Ramos nem nenhum de seus contemporâneos, independentemente<br />
de estatura intelectual, jamais contemplaram o estabelecimento em seu país<br />
de uma sociedade culturalmente pluralista. Embora buscassem criar uma identidade<br />
nacional própria, no fundo seus conceitos de construção de nação e de identida de<br />
nacional eram, não obstante, herança de modelos políticos, filosofias e con textos de<br />
conhecimento europeus. Quando, uma vez independentes, as repúblicas latinoamericanas<br />
adotaram o modelo político que por excelência personalizava a república<br />
universalista francesa, o fizeram de maneira exaustiva. A forma do estado era reconhecidamente<br />
um artifício histó -<br />
rico, mas ao longo do século XIX a<br />
nação-es tado liberal européia veio<br />
a ser conceituada como a expressão<br />
po lítica de um corpo po lítico orgânico,<br />
racialmen te e/ou culturalmente<br />
ho mo gêneo. Foi essa concepção orgâ -<br />
ni ca da nação-estado que originou e<br />
magnificou as difi culda des de cons -<br />
trução da na ção em países onde a po -<br />
pu lação era per cebida como sendo de<br />
origens raciais e cultu rais muito distin -<br />
tas. Incapaz de esca par às suas origens<br />
européias, a elite cultural latino-ame -<br />
ri cana, em suas delongadas contro -<br />
vér sias sobre iden ti da de nacional,<br />
refletia, como um espe lho, uma ima -<br />
gem aumentada das contradições<br />
entre a noção liberal voluntarista do<br />
esta do e a idéia orgânica de nação que<br />
afetou o estado-nação liberal europeu<br />
desde seu nascimento. 42<br />
119<br />
“É necessário conhecer o negro para conhecermos<br />
a nós mesmos como nação.” (Arthur Ra -<br />
mos): ilustração do livro Introdução à antro pologia<br />
brasileira [S. L.], 1947.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 120<br />
Ramos não viveu para tomar par te no primeiro encontro de especia listas sobre<br />
raças promovido pela Unesco, ao qual ele tanto se dedicou, nem viu a Unesco<br />
aprovar o projeto de pesquisa sobre o Brasil no ano se guinte. Conseqüentemente,<br />
ele não testemunhou a inesperadamente renovada controvérsia sobre a realidade<br />
ontológica da raça na qual a declaração radicalmente humanista dos especialistas<br />
defendia que raça era um mito, e não um fato biológico entre biólogos e geneticistas.<br />
Essa imprevisível reação negativa não apenas obrigou a Unesco a convocar uma<br />
segunda reunião de especialistas, formada apenas por pesquisadores de ciências<br />
naturais, para redigir um novo Pro nunciamento sobre a Natureza da Raça, que,<br />
a<strong>final</strong>, depois de muita controvérsia, voltou a definir raça como uma categoria científica,<br />
43 como também convenceu a organização a patrocinar o Projeto Brasil com<br />
a esperança de que o Brasil pudesse fornecer prova empírica de que seres humanos<br />
eram capazes de solidariedade e irmandade independentemente de raça.<br />
São bem conhecidos os achados desapontadores do estudo piloto da Unesco,<br />
que se tornou um divisor de águas no estudo das relações raciais do país por<br />
mostrar que a imagem idílica de “democracia racial” não passava do que aparente -<br />
men te era, um mito. 44 A partir de então, se tem aceito a existência do preconcei -<br />
to racial no Brasil, embora na forma peculiar de discriminação de cor/classe. As<br />
feridas, especiais e duradouras, que o “mito” da harmonia racial infligiu nos “dife -<br />
ren tes” povos do Brasil, permanecem, ainda, incertas. A esse respeito, deve merecer<br />
alguma reflexão o apelo que o jovem escritor negro sul-africano Lesego Ram polokeng<br />
fez recentemente: “Por favor, deixem-me sair. Estou preso em suas mentes.” 45<br />
NOTAS:<br />
120<br />
1 – UNESCO Courrier III/6-7, jul.- ago. 1950.<br />
2 – MÉTRAUX, A. An Inquiry into Race Relations in Brazil, Unesco Courrier, vols. 8-<br />
9, ago.- set. 1952.<br />
3 – JR., A. Garcia. Les Intellectuels et la Conscience Nationale au Brésil. Actes de la<br />
Recherche en Sciences Sociales 98, jun. 1993, p. 26.<br />
4 – O viajante inglês Henry Koster, autor do conhecido Travels to Brazil (1816), por<br />
exem plo, oferecia apoio aos abolicionistas britânicos ao proclamar, em um panfleto inti -<br />
tu lado Sobre a Melhoria da Escravidão, que os escravos no Brasil não apenas desfruta -<br />
vam de condições muito favoráveis para alforria, que não causa distúrbios sociais, mas<br />
essa miscigenação, em vez de produzir decadência racial, melhorava a conduta intelectual<br />
e moral, conforme demonstravam os escravos crioulos no Brasil. CUNHA, M.<br />
Carneiro da. Notas e Documentos – On the Amelioration of Slavery, por Henry Koster,<br />
Slavery and Abolition, a Journal of Comparative Studies 11 (3), dez. 1990. Métraux também<br />
evoca a Koster. MÉTRAUX, A. Brazil, the Land of Harmony of all Races?, Unesco<br />
Courrier, IV/4, abr. 1951, p. 3. Por outro lado, Gobineau, quando era ministro francês<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 121<br />
121<br />
na corte do imperador Pedro II, em 1869-70, havia escrito que a mistura generalizada<br />
de raças tinha resultado em “uma população inteiramente mulata, viciada no sangue, viciada<br />
no espírito, terrivelmente feia”. Citação de Georges Readers, Le Compte de Gobineau<br />
au Brésil. Paris: Nouvelles Editions Latines, 1934, p. 51.<br />
5 – MÉTRAUX, A. An Inquiry into Race Relations in Brazil, op. cit., p. 6; Brazil, Land<br />
of Harmony for all Races?, op. cit., p. 3.<br />
6 – MÉTRAUX, A. Unesco and the Racial Problem. International Social Science Bulletin,<br />
vol. II (3), outono de 1950, p. 384.<br />
7 – UNESCO. Unesco 1945-1992: Faits et Chiffres, Paris, 1992 (Arc. 92/WS/10, p. 1).<br />
8 – HUXLEY, J. Memories II, George Allen & Unwin, Londres, 1970, p. 35.<br />
9 – MALIK, K. The Meaning of Race. Race, History and Culture in Western Society,<br />
Macmillan, Londres, pp. 15-6.<br />
10 – BARKAN, E. The Retreat of Scientific Racism. Changing Concepts of Race in Britain<br />
and the United States between the World Wars, Cambridge University Press, 1992, p. 119.<br />
11 – Telegrama de Torres Bodet a Arthur Ramos, datado de 15 de junho de 1949. Arquivo<br />
Nacional, Rio de Janeiro, Coleção Arthur Ramos, Manuscritos.<br />
12 – RAMOS, A. Introdução à antropologia brasileira. Coleção de Estudos Brasileiros da<br />
Casa do Estudante do Brasil, Rio de Janeiro, 1943 e 1947; RAMOS, A. Curriculum vitae,<br />
1903-45, Rio de Janeiro, 1945, p. 91 segs. para uma coleção de comentários entusiásticos<br />
de intelectuais importantes como Afrânio Peixoto, Caio Prado Jr., Emilio Willems,<br />
Pierre Mombeig, Roquette-Pinto, Donald Pierson, Fernando de Azevedo, Mário de An -<br />
drade, Édison Carneiro, Herbert Baldus, Egon Schaden, Roger Bastide, Robert Redfeld,<br />
Melville J. Herskovits e Lewis Hanke.<br />
13 – Carta de Jaime Torres Bodet a Arthur Ramos, datada de 20 de junho de 1949,<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional, Rio de Janeiro, Coleção Arthur Ramos, Manuscritos.<br />
14 – PINTO, L. Aguiar da Costa. O negro no Rio de Janeiro. Relações de raça numa sociedade<br />
em mudança, Brasiliana, vol. 276. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1952,<br />
p. 20.<br />
15 – Entrevista pessoal com Luiz Aguiar da Costa Pinto, IFCS, Universidade Federal do<br />
Rio de Janeiro, 30 ago. 1995.<br />
16 – UNESCO. The Race Concept, Paris, 1953, pp. 8-9.<br />
17 – Arquivos da Unesco, Unesco/SSS/Conf. 1/3, Paris, 3 jan. 1950.<br />
18 – RAMOS, A. The Question of Race and the Democratic World, Unesco Courrier 2<br />
(10), nov. 1949, p. 14.<br />
19 – Uma notável exceção é CORREA, M. As Ilusões da Liberdade. A Escola Nina<br />
Rodrigues e a Antropologia no Brasil, tese de doutoramento Universidade de São Paulo,<br />
1982. TEIXEIRA, A., et. al. Arthur Ramos, M. E. S., Rio de Janeiro, 1952.<br />
20 – CORREA, A. Op. cit., pp. 213-4.<br />
21 – SOUZA, A. Cândido de Melo e. Literatura e sociedade. São Paulo: Editora Nacional,<br />
1976, p. 117.<br />
22 – BASTIDE, R. Dusky Vênus, Black Apollo, Race. The Journal of the Institute of Race<br />
Relations 191, 1959, pp. 10-1.<br />
23 – RAMOS, A. A aculturação negra no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional,<br />
1942. Essa mudança de perspectiva pode ser detectada já em 1937. RAMOS, A. Culturas<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 122<br />
122<br />
Negras: Problemas de Aculturação no Brasil. O Negro no Brasil. Trabalhos apresentados<br />
ao 2º Congresso Afro-Brasileiro (Bahia). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1940,<br />
pp. 148-59.<br />
24 – RAMOS, A. As culturas negras no Novo Mundo. São Paulo: Companhia Editora<br />
Nacional, 1937, p. 362.<br />
25 – Manifesto dos Intelectuais Brasileiros contra o Preconceito Racial. In Guerra e relações<br />
de raça. Rio de Janeiro: Departamento Editorial da União Nacional de Estudantes,<br />
1943, p. 173. Os outros signatários foram Inácio do Amaral, Roquette-Pinto, Maurício<br />
de Medeiros, Hermes Lima, Joaquim Pimenta, Queiroz Lima, Castro Rebello, Leônidas<br />
de Rezende, Victor Vianna e Azevedo Amaral.<br />
26 – RAMOS, A. Guerra e relações de raça, 1943.<br />
27 – RAMOS, A. Vida e Cultura. CAVALHEIRO, E. (ed.). Testamento de uma geração.<br />
Porto Alegre: Editorial Globo, 1944, p. 74.<br />
28 – RAMOS, A. A Nova Ordem para os Negros; RAMOS, A. Guerra e relações de raça,<br />
op. cit., pp. 89-120.<br />
29 – RAMOS, A. O Negro sob o Ponto de Vista da Raça e da Saúde; RAMOS, A. Guerra<br />
e relações de raça, p. 100.<br />
30 – RAMOS, A. Os Intelectuais e os Problemas de Cultura no Brasil. Entrevista concedida<br />
a Diretrizes, ago. 1939, publicada em RAMOS, A. A aculturação negra no Brasil,<br />
p. 382.<br />
31 – LEITE, D. Moreira. O caráter regional brasileiro. História de uma ideologia. São<br />
Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1969, pp. 213-4.<br />
32 – RAMOS, A. As culturas negras no Novo Mundo, pp. 345-55.<br />
33 – RAMOS, A. Culturas Negras: Problemas de Aculturação no Brasil. In: O negro no<br />
Brasil. (vários autores). Trabalhos apresentados ao 2º Congresso Afro-Brasileiro (Bahia).<br />
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S. A., 1940, p. 153.<br />
34 – RAMOS, A. Racismo e Europeização do Mundo. In: RAMOS, A. Guerra e rela -<br />
ções de raça, 57.<br />
35 – RAMOS, A. O Negro sob o Ponto de Vista da Raça e da Saúde; RAMOS, A. Guerra<br />
e relações de raça, pp. 100-1.<br />
36 – DUARTE, P. (ed.). Mário de Andrade por ele mesmo, São Paulo, 1971, pp. 203-13.<br />
37 – SOUZA, A. Cândido de Melo e. Plataforma da nova geração, 1944, p. 39, citado em<br />
MOTA, C. G., Ideologia da cultura brasileira (1933-1974). São Paulo: Ática, 1977, p. 130.<br />
38 – RAMOS, A. As culturas negras no Novo Mundo, 2ª ed., 1946, p. 12.<br />
39 – MARTINEZ-ECHAZÁBA, L. O Culturalismo dos Anos 30 no Brasil e na América<br />
Latina: Deslocamento Retórico ou Mudança Conceitual? In: MAIO, M. Chor & SAN-<br />
TOS, R. Ventura (eds.). Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996, p. 100.<br />
40 – RAMOS, A. A aculturação negra no Brasil, p. 12.<br />
41 – RAMOS, A. Racismo e Europeização do Mundo; RAMOS, A. Guerra e relações de<br />
raça, pp. 57-8.<br />
42 – STOLCKE, V. Talking Culture; New Boundaries, New Rethorics of Exclusion in<br />
Europe, Current Antropology 36 (1), fev. 1995.<br />
43 – PROVINE, W. Geneticists and the Biology of Race Crossing. Science 182, 1973,<br />
pp. 790-6.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 123<br />
123<br />
44 – COSTA, E. Viotti da. O Mito da Democracia Racial no Brasil. In: COSTA, E.<br />
Viotti da, Da monarquia à república. Momentos decisivos. São Paulo: Grijalbo, 1977, pp.<br />
227-42; SKIDMORE, T. E. Black over White. Race and Nationality in Brazilian Thought,<br />
Oxford University Press, 1974, pp. 216-7<br />
45 – Translit Conference, Nómadas de las palabras. Literatura entre continentes, Barcelona,<br />
30 out.-1 nov. 1997.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 124
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 125<br />
MESA-REDONDA<br />
Luitgarde O. Cavalcanti Barros<br />
Antropóloga e professora da Universidade<br />
do Estado do Rio de Janeiro, Uerj<br />
Queria inicialmente agradecer a atenção do professor Peter Fry. Quando<br />
fui procurá-lo como chefe do Departamento de Antropologia para di -<br />
zer-lhe que estava trabalhando em uma pesquisa sobre Arthur Ramos,<br />
o professor Fry me disse que, ele também, estava trabalhando o mesmo tema,<br />
juntamente com outra professora. Perguntei se não se poderia organizar algum<br />
evento que marcasse a passagem dos 50 anos da morte de Arthur Ramos, e ele,<br />
gentilmente, me incluiu na programação. Agradeço também à <strong>Biblioteca</strong> Na -<br />
cional pela oportunidade de ter convivido, no último ano e meio, com a documentação<br />
de Arthur Ramos, primeira paixão intelectual da minha vida. Na ocasião,<br />
era o ano de 1974, quando se completavam 25 anos de sua morte, tentei organi -<br />
zar um seminário a respeito, mas, infelizmente, a repressão que então se abatia<br />
na UFRJ o proibiu. Quem abriria o seminário – esse foi o pretexto – seria o profes -<br />
sor Evaristo de Moraes Filho, que era cassado, e então não poderia ir ao Instituto<br />
de Filosofia e Ciências Sociais. Mas muita coisa me ficou na cabeça, pois tive a<br />
oportunidade rara de conviver com a família do professor Arthur Ramos. Em<br />
Ma ceió, o professor Moacir Santana me levara para conhecer a irmã dele, e, no<br />
Rio, o seu sobrinho, o coronel do Exército Paulo Ramos, representado aqui pela<br />
esposa, d. Maria Helena Ramos, e pelo filho, Luís Antônio Ramos. Eles fizeram a<br />
maior gentileza de virem hoje representar a família Arthur Ramos nesse evento.<br />
Escolhi falar da formação intelectual de Arthur Ramos, porque tenho uma<br />
tese a defender a esse respeito. Várias vezes me perguntaram: por que Arthur<br />
Ramos não era conhecido? Aliás, quando se assinalaram os 25 anos de sua morte,<br />
o nome de Arthur Ramos foi anunciado como o antropólogo quase desconhecido,<br />
quase esquecido. Agora, nos 50 anos de seu desaparecimento, como o antropó -<br />
lo go esquecido. Uma jornalista me perguntava, há pouco, como se explica isso:<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 126<br />
126<br />
se Arthur Ramos foi contemporâneo de Gilberto Freyre, por que Freyre tinha<br />
tanto prestígio e ele nenhum?<br />
Tenho uma idéia a respeito disso, é uma posição pessoal. Não sei como as<br />
pes soas vão encarar, mas, para começar, cito a diferença principal entre Arthur<br />
Ramos e Gilberto Freyre. Gilberto Freyre é o primeiro brasileiro a freqüentar um<br />
curso de ciências sociais e institucionalizadamente; é o primeiro cientista social<br />
formado em universidade estrangeira como mestre e doutor em antropologia e<br />
sociologia. Já o caminho de Arthur Ramos é absolutamente atípico, se pensado<br />
nas condições de hoje, mas típico do mundo em que ele viveu. Arthur Ramos é<br />
um cientista que se fez na área médica, institucionalmente, e, como autodidata,<br />
se fez antropólogo. O trabalho que ele desenvolve começa, para muitos estudio -<br />
sos, aqui no Rio de Janeiro, mas eu trouxe o meu trabalho de pós-doutorado,<br />
que se chama Arthur Ramos e as Dinâmicas Sociais de seu Tempo, e que tem<br />
uma outra interpretação.<br />
Começo na pequena cidade de Alagoas, a cidade de Pilar de Manguaba, lugar<br />
de seu nascimento – na época, uma rica cidade, principal porto lacustre de<br />
Alagoas – em uma família de intelectuais. Seu pai, dr. Manuel Ramos, era o mé -<br />
dico da cidade e tinha uma excelente biblioteca. Ia gente de Maceió pesquisar<br />
nesta biblioteca. Aqui, no material de Arthur Ramos, encontra-se também o arquivo<br />
que ele herdou do pai. O dr. Manuel Ramos já fazia uma série de pesquisas<br />
e guardou muitos registros sobre seu trabalho. Arthur Ramos, por outro lado,<br />
em Pilar de Manguaba, já tinha um trabalho específico desde os 19 anos de idade.<br />
Ele não se fez apenas a partir da decisão de passar de médico psiquiatra a antropólo -<br />
go. Em 1922, com 19 anos, já publica em Alagoas um registro das tradições afrobrasileiras.<br />
Em Pilar de Manguaba, sua família era voltada para o congraçamento de um<br />
mundo intelectual muito interessante, constituindo o principal grupo musical<br />
da cidade, no qual cada integrante tocava um instrumento. E o coronel Paulo<br />
Ramos, que era garoto nesse período, adolescente, ficava na casa do avô assistindo<br />
à apresentação dos tios, que tocavam flauta, violoncelo, violino. Arthur Ramos<br />
tocava piano. Esse irmão que tocava flauta, Nilo Ramos, é responsável pela inser -<br />
ção de Arthur Ramos no mundo da escrita jornalística. É por sugestão, por influência,<br />
de Nilo Ramos, que era jornalista, que ele participa de pequenos jornais<br />
de província e, depois, escreve em jornais de Alagoas. Nilo Ramos é a presença<br />
mais importante na vida de Arthur Ramos, entre todos de sua família. É a ele<br />
que Arthur Ramos se refere com mais carinho e a quem credita a sua iniciação<br />
no mundo das letras. Outro irmão que também se torna famoso é Raul Ramos,<br />
violoncelista, um dos principais compositores de valsas na sua época na provín-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 127<br />
127<br />
cia. O coronel Paulo Ramos fez a gentileza de me dar duas partituras, que copiei<br />
e devolvi, porque, creio, são tesouros que a família vai deixar de herança, já que<br />
não existem mais em Maceió.<br />
Para mostrar o clima cultural de Maceió, nessa época: havia não só editoras de<br />
livros comuns, como editoras de partituras musicais. As famílias estavam realmente<br />
envolvidas com a vida musical e tinham exemplares daquelas partituras em sextas,<br />
sétimas, oitavas edições. Havia um movimento cultural, um envolvimento intelectual,<br />
e a família Ramos estava no bojo desse movimento, com seus filhos, todos intelectualizados,<br />
e que, posteriormente, deixam Pilar de Manguaba. A cidade entra<br />
em profunda decadência, quando se constrói uma estrada de ro dagem fora da cidade.<br />
O trem e a cidade perdem a importância. Pilar de Manguaba deixa de ser um porto<br />
lacustre de relevo. A família Ramos se divide: Arthur Ramos vai inicialmente para<br />
a Bahia, embora volte depois de formado, e é no período de adolescência que ele<br />
registra as manifestações culturais, as manifestações folclóricas de sua terra.<br />
Por sua própria conta, Arthur Ramos registra a cultura popular de Pilar de<br />
Manguaba. E isto se dá com O culto da lua e Tradições afro-brasileiras, em 1922;<br />
A decadência de Olorum, O culto da tradição oral e Cavalhadas, em 1923; Autos<br />
do Natal, em 1924. Ele está com 21 anos e ainda não é formado em medicina.<br />
Folclore e sociologia, em 1924, já aluno de medicina, e Domingo de Ramos, em<br />
1925. Então, ele foi bastante precoce na preocupação com o registro da cultura,<br />
Praça Professor Arthur Ramos, em Maceió, inaugurada em 13 de agosto de 1950: homena -<br />
gem dos alagoanos ao antropólogo.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 128<br />
128<br />
na preocupação de fazer uma vida intelectual muito rica. Em Alagoas, já estudava<br />
intensamente alemão e inglês e o pai importava livros nessas duas línguas<br />
para ele.<br />
Para seguir esse tempo de Arthur Ramos, tive a felicidade de descobrir uma<br />
crônica dele em homenagem ao professor Faustino Magalhães da Silveira e, ali,<br />
ele se referia muito à filha do mestre, dr.ª Nise da Silveira. Fui à dr.ª Nise cobrar<br />
o fato de ela nunca me haver dito que eram tão amigos. Lá, fiquei sabendo que<br />
os dois tinham estudado, juntos, para os preparatórios, na mesma escola, com o<br />
professor Faustino. E que Arthur Ramos ia estudar com ela e interrompia os estu -<br />
dos para tocar piano, porque a mãe de Nise era então a maior pianista de Alagoas<br />
e tinha dois pianos de cauda na sala. Arthur Ramos ficava em um e a mãe de<br />
Nise no outro. Assim, ele ia fazendo a vida, como se diz na província, lítero-musical-científica.<br />
Arthur Ramos era mais velho dois anos que Nise, e vão para a Bahia juntos,<br />
sendo ela a primeira mulher da Faculdade de Medicina, a única da turma de<br />
1921. A dr.ª Nise guardou lembranças muito interessantes dele, de como era uma<br />
pessoa preocupada com todas as manifestações da cultura. Mas, para mim, o<br />
maior depoimento sobre o jovem Ramos é dado por Josué de Castro, que foi seu<br />
condiscípulo. Quando Josué chegou à faculdade, Arthur Ramos já tinha tempo<br />
de estudante naquelas chamadas repúblicas, que acolheram ainda outro grande<br />
alagoano, Teotônio Brandão – dr. Téo Brandão, que foi médico pela Bahia e depois<br />
se transformou no maior antropólogo de Alagoas – fundou o curso de ciências<br />
sociais e, também, foi autodidata em antropologia.<br />
Há vários depoimentos que estão reproduzidos aqui. Josué de Castro diz que<br />
as pessoas mais influentes na vida dele foram Arthur Ramos e Teo Brandão, afirmando:<br />
“Téo Brandão, com intimidade; Arthur Ramos com a distância e reserva<br />
da sua maturidade intelectual, o seu prestígio de veterano com três anos de<br />
curso na frente. Com Teotônio, discutíamos; com Ramos, ouvíamos. E ouvíamos<br />
coisas esmagadoras. Nomes arrevesados de venerandos sábios alemães, teorias<br />
frescas trazidas diretamente dos centros europeus, por misteriosos caminhos, para<br />
o sisudo discípulo de Freud na Baixa do Sapateiro. Ficávamos de queixo caído<br />
diante da imponência da sua cultura. Um dia nos fez a revelação suprema: um<br />
estudo seu sobre Augusto dos Anjos e a psicanálise sairia em um dos suplementos<br />
dominicais de O Jornal. Isso na província, em 1925, me pareceu a glória. Fo -<br />
mos, comovidos, até o plano inclinado comprar o tal número de O Jornal, desdo -<br />
bramos as páginas com unção e lá encontramos o artigo, com título e nome do<br />
autor. Tudo aureolado pela letra de forma em tipo grosso. Não me contive. Veiome<br />
à alma uma inveja doida de tanta glória. Fui também ao Freud, um Freud de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 129<br />
129<br />
terceira classe, já comentado em tradução, e lancei um ensaio tremendo, o meu<br />
primeiro ensaio, intitulado A Literatura Moderna e a Doutrina de Freud, que<br />
saiu flamejante na Revista de Pernambuco. Senti-me um igual e, no ano seguinte,<br />
passei a ir ao cinema junto com ‘mestre Ramos’.”<br />
Esse era o jovem Ramos visto pelos seus contemporâneos, estudantes como<br />
ele. O dr. Téo Brandão contava sempre sobre o cuidado que Arthur Ramos ti -<br />
nha com os alunos mais novos, os calouros. Ele os levava para a sua república e<br />
fazia verdadeiras preleções, e o dr. Teo se achava formado por uma delas. Arthur<br />
Ramos dizia sempre que era o médico, pela sua capacidade, pela sua condição,<br />
pelo seu privilégio de adentrar todas as famílias, responsável pelo registro dos<br />
fenômenos mais importantes que ocorriam com o homem e com a cultura. Ainda<br />
estudante, dizia que cada médico tinha a obrigação de registrar no diário tudo o<br />
que fosse observado, não só as doenças da população que ele ia tratar, mas as suas<br />
crenças, seus mitos, seus rituais, suas festas, os símbolos respeitados. Dessa maneira,<br />
cada médico teria que ser um etnógrafo. Já era essa a palavra dele, como estudante.<br />
Cada médico tinha a obrigação de ser um etnógrafo. E quando Ramos<br />
voltava de férias em Alagoas, ele era um etnógrafo.<br />
Esses artigos que escreveu ainda jovem, sem nenhuma formação em ciências<br />
sociais, embora tenha aquele em que fala também de sociologia, eram de um autodidata<br />
de 19, 20, 25 anos. Quando ele se forma, vocês estão vendo aqui, já<br />
publicava livros sobre Freud. Na exposição há um cartão de Freud para ele. Nesse<br />
tempo, ele já mantinha essa correspondência em alemão. Era esse o perfil que ele<br />
tinha quando ganha o respeito dos maiores intelectuais da Bahia. Vinte anos<br />
antes, Afrânio Peixoto tinha saído da Bahia, e volta a Salvador – isso está re gis -<br />
tra do por Costa Pinto e em cartas do próprio Afrânio. Na homenagem que rece -<br />
beu, o discurso que mais o comoveu foi o de Arthur Ramos, que falou como re -<br />
pre sentante dos estudantes. Isso criou uma amizade que levou Afrânio Peixoto,<br />
até os últimos anos da sua vida, a escrever as cartas mais carinhosas, inclusive<br />
agradecendo a Arthur Ramos por ser amigo dele, por ter existido e por estar percorrendo<br />
e aperfeiçoando tudo que Nina Rodrigues queria.<br />
Bem, esse trabalho de Arthur Ramos o levaria, claro, aos nomes mais importan -<br />
tes da época, como Anísio Teixeira e Tales de Azevedo, que foram seus contemporâneos.<br />
Segundo Afrânio Peixoto, os dois o apresentaram, no pedido para Ra mos<br />
ser professor da Universidade do Distrito Federal. Anísio Teixeira já o ti nha trazido<br />
para trabalhar, muito bem colocado, no Rio, e Ramos vai criar o primeiro serviço<br />
de puericultura e fazer um trabalho de acompanhamento escolar de psica nálise, de<br />
psiquiatria, de melhoria dos alunos e professores da rede pública de ensino do Distrito<br />
Federal. Esse Arthur Ramos intelectual é descrito, depois de sua morte, por exem-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 130<br />
130<br />
Vida acadêmica: turma de Arthur Ramos na Facul -<br />
dade de Medicina da Bahia. Década de 1920.<br />
plo, nas palavras de Roger Bastide,<br />
quando faz o prefácio aos Estudos folclóricos,<br />
publicação da Casa do<br />
Estudante do Brasil. Bastide destaca<br />
a característica de Arthur Ramos<br />
que mais o marcara:<br />
“Apenas chegado ao Brasil, em<br />
1938, escrevi-lhe. Fui vê-lo, depois,<br />
e, logo a se guir, uma grande amizade<br />
nasceu entre nós. Este mestre dos estudos<br />
africanistas foi, sempre, para<br />
mim, o mais precioso inspirador e<br />
o mais seguro dos guias. E ele não<br />
separava em suas pesquisas – o que<br />
me tocava profundamente – o cui -<br />
dado da verdade científica do sentido<br />
dos valo res humanos. Através de<br />
suas páginas mais objetivas, sentia-<br />
se sempre o grande amor que dedicava a nossos irmãos de cor, o índio e o negro.”<br />
Arthur Ramos é de uma geração, depois muito perseguida, que tem a concep -<br />
ção de que a ciência só teria sentido se fosse uma ciência aplicada. Se a medicina<br />
serviria para curar as doenças, as ciências sociais serviriam para intervir, curar<br />
as mazelas, vencer os desafios da sociedade. Era o que ele chamava de antropologia<br />
aplicada, que vai aparecer em toda a sua vida até o último ato, quando morre,<br />
em Paris, em 31 de outubro de 1949.<br />
Queria agradecer à professora Mariza Corrêa, que falou aqui ontem, por esse<br />
trabalho. Foi um intercâmbio de idéias muito interessante, porque, além de eu<br />
dialogar com ela, por carta e telefone, dialoguei, também, com sua grande obra,<br />
das maiores de história da antropologia brasileira: As ilusões da liberdade – a Escola<br />
Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. Foi dessa conversa com ela que um es -<br />
tu do, que seria normalmente um simples artigo, virou um trabalho mais extenso,<br />
com introdução, na qual reúno todas essas informações sobre ele em Alagoas:<br />
Arthur Ramos e a cadeira de antropologia da Nacional de Filosofia – caminhos da<br />
institucionalização. Eu ia fazer só um ensaio mostrando a importância da institu -<br />
cionalização da antropologia na Nacional de Filosofia, e o papel de Arthur Ramos<br />
nessa institucionalização.<br />
Queria escrever ainda Um antropólogo brasileiro no Departamento de Ciências<br />
Sociais da Unesco. Mas, a partir dos incentivos da professora Mariza Corrêa, deci -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 131<br />
131<br />
di trabalhar as três polêmicas que envolveram a antropologia do Rio de Janeiro:<br />
a polêmica com Édison Carneiro, com Ruth Landes, que agora está sendo muito<br />
comemorada nos 60 anos da sua viagem ao Brasil, e com Heloísa Alberto Torres,<br />
pessoa muito conhecida, cuja história vai enredar-se não só em um problema<br />
com Arthur Ramos como, mais sério ainda, com a professora Marina São Paulo<br />
de Vasconcellos, assistente de Arthur Ramos.<br />
Falar de Arthur Ramos é uma coisa muito difícil porque, como vocês estão vendo<br />
na sua trajetória de vida, ele tinha uma preocupação muito grande com essa<br />
antropologia aplicada, o que o levou a situações muito estranhas. Situações que só<br />
me foram indicadas porque tive a felicidade maior de conviver muito inti mamente<br />
com d. Marina São Paulo de Vasconcellos, que dava depoimentos incrí veis sobre<br />
ele, e com o diretor da Casa do Estudante do Brasil, dr. Arquimedes de Melo Neto,<br />
que publicou muitas obras proibidas durante o Estado Novo. Publicou, de Josué de<br />
Castro, Geografia da fome, e livros de Arthur Ramos. Era um homem preocupado<br />
com isso. Um velho anarquista, ex-secretário de Gilberto Freyre. Ameaçado de morte<br />
em Pernambuco, veio para o Rio, e Ana Amélia Car neiro de Mendonça o colocou<br />
à frente da Casa do Estudante do Brasil. Ele fez aí uma importante editora, organizando<br />
também cursos, e Arthur Ramos foi o seu grande interlocutor para criar os<br />
primeiros cursos abertos de antropologia, não acadêmicos.<br />
Quer dizer, Arthur Ramos era um autodidata em ciências sociais, que vai trabalhar<br />
por sua institucionalização. Aqui estão todos os programas elaborados nos<br />
anos de 1939, 1940, 1941, e se pode ver como surge a antropologia: com os currículos<br />
e as bibliografias, formadas pelas obras que ele solicita à Reitoria. Ao mesmo<br />
tempo, não abre mão da sua inserção no meio não universitário e mantém,<br />
acirradamente, correspondência com pessoas que não integravam o meio inte -<br />
lectual acadêmico. Por exemplo, Clóvis Moura, hoje conhecido historiador, no<br />
tempo de Arthur Ramos era fiscal de coletoria do interior da Bahia, na cidade<br />
de Juazeiro. Ele escreve a Ramos, dizendo de sua profunda vontade de estudar<br />
os negros e da total carência de livros, de organização, de metodologia. Trinta<br />
dias depois, já escreve agradecendo. Vocês imaginem, no Brasil naquele tempo,<br />
ele um mês depois agradece a remessa de livros, os trabalhos de metodologia para<br />
pesquisa. Assim, Ramos faz uma rede em todo território nacional, não só trocan -<br />
do informações intelectuais, como sendo para esses estudiosos um guia.<br />
Não sei como esse homem, de 46 anos, conseguia atingir tal volume de corres -<br />
pondência, com a produção que tinha. As cartas, por exemplo, de Câmara Cas -<br />
cu do, que está muito ovacionado agora. Destaco uma carta informando a Arthur<br />
Ramos que havia coletado um conto popular no Rio Grande do Norte, e pergun -<br />
tando se este poderia ceder os outros contos que tinha e, ainda, se faria um tra-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 132<br />
132<br />
balho de análise para Cascudo publicar. Ele se entrega intensamente à concepção<br />
de antropologia aplicada. De tal maneira que se tem dito, algumas vezes, que<br />
Arthur Ramos foi evoluindo de pensamento, foi-se transformando nesse antropó -<br />
lo go mais culturalista, que estava passando para outra dimensão da antropologia,<br />
deixando a psicanálise e se infiltrando nos meandros da política nacional,<br />
ideologicamente se envolvendo com a idéia de antropologia aplicada.<br />
Na crítica que Ramos faz a Ruth Landes quando ela afirma no seu relatório<br />
que os cultos religiosos negros no Brasil se consideram como sociedades secretas<br />
terroristas no Rio, porém benfazejas na Bahia, ele vai criticá-la, dizendo que a<br />
situação é outra porque “os negros, tanto no Rio como na Bahia, procuraram es -<br />
con der suas práticas religiosas. A princípio, do senhor, no período da escravidão;<br />
depois, da polícia, em nossos dias. Por isso, as suas práticas religiosas se tornaram<br />
privadas, esotéricas, tomando aspectos, algumas vezes, de seitas secretas. O erro<br />
de observação da dr.ª Landes explica-se pelo fato de que os chamados malandros<br />
dos morros do Rio de Janeiro não são constituídos apenas pelos negros, mas sim<br />
pela classe proletária urbana, composta não só de negros, como de mulatos e<br />
brancos. E seu comportamento ‘mau’, como ela diz em seu relatório, não está<br />
ligado absolutamente às práticas religiosas, nem a qualquer fator étnico ou cultu -<br />
ral. É uma simples conseqüência social observada nas classes pobres que habitam<br />
os quarteirões de palafitas de todas as grandes cidades”.<br />
Arthur Ramos faz palestra sobre problemas raciais no Brasil, no auditório do Centro Bancário<br />
de Cultura Social. [S.l.,s.d.]<br />
A idéia de antropologia aplicada de Arthur Ramos vai ser enriquecida, princi -<br />
palmente, a partir da sua relação com as escolas norte-americanas. Isso não inva -<br />
lida um dos seus principais livros, O negro brasileiro, escrito, em 1934, antes da<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 133<br />
133<br />
in fluência do culturalismo em sua vida. Ramos era um autodidata, que ainda<br />
não tinha entrado em contato com os intelectuais maiores da antropologia, trocado<br />
correspondência, o que a gente vai ver a partir de 1938, com todos eles. Es tão<br />
aqui Roger Bastide, Pierson e tantos outros. Ele vai fazer essa inflexão em ní vel<br />
de participação política e não apenas teórica.<br />
Como estudante, Ramos analisou o livro escrito por José Américo de Almeida,<br />
afirmando que “nenhum douto da academia tem o conhecimento terreno, o co -<br />
nhe cimento de campo, o conhecimento da vivência na carne de um nordestino,<br />
de um sertanejo, como tem José Américo”. Aí ele vai-se bandeando numa denúncia<br />
contra o Estado Novo. D. Marina me contou uma coisa que não pude comprovar:<br />
que Ramos tinha sido preso e deixado um bilhete para ela, que ela havia<br />
perdido, na primeira vez em que foi preso. No bilhete, Ramos dizia que a prisão<br />
dele era, exclusivamente, para impedir a luta que ele estava desenvolvendo na<br />
cátedra contra o nazismo e as ideologias racistas. Em 1937, ele realmente é preso.<br />
Encontrei todo o material do DOPS: ele foi preso trocando informações com<br />
um agente do Partido Comunista. E foi essa inserção dele junto às esquerdas, mais<br />
do que a inserção junto aos intelectuais culturalistas, que aprofundou em Ramos<br />
essa condição de estudar o Brasil como influência social, e não apenas cultural.<br />
Arthur Ramos teve uma convivência fecundíssima. Em torno dele se reu niam os<br />
maiores intelectuais nordestinos da época. No seu apartamento, tanto na Praia do<br />
Russell quanto no Edifício Tupi, que ontem foi aqui mencionado, Arthur Ramos<br />
reunia não só os intelectuais do Nordeste, como de outras partes do Brasil que<br />
viessem ao Rio de Janeiro, apresentados, porque ele tinha um papel de orien tador.<br />
A principal contribuição de Arthur Ramos, a meu ver, foi ter projetado as ciências<br />
sociais, não só o que ele fez pela Sociedade Brasileira de Antropologia, mas por ter<br />
projetado em nível internacional os intelectuais brasileiros. Mostrou lá fora que aqui<br />
se fazia ciências sociais, o que lhe granjeou uma reputação inter nacional muito grande<br />
e o fez o mais traduzido entre todos os cientistas brasileiros de sua época. Sua ideo -<br />
logia o fizera combater tanto o nazismo, que o juntara à UNE para escrever Guerra<br />
e relações de raça e O Brasil e a guerra. Ele enviava todos os seus trabalhos do México.<br />
Estávamos vivendo, então, uma época de combate ao nazismo. E houve a formação<br />
de um grupo que ia desde Juliot Curie, na Fran ça, até Jaime Bodet, no México,<br />
abrangendo ainda todo um grupo latino-ameri cano empenhado em fazer uma conjunção<br />
científica que viabilizasse, totalmente, a Carta dos Direitos Humanos. Caberia<br />
à Unesco realizar essa grande tarefa, por meio da ciência, da participação do intelec -<br />
tual, do trabalho acadêmico de escla recimento. É um grupo que discute no I Congresso<br />
das Américas de Estudos Universitários, no qual o Brasil não se representa. Arthur<br />
Ramos não se fez presen te porque era 1949 e ele estava em Oslo, abrindo a I Reunião<br />
de Sociedade Internacional de Sociologia.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 134<br />
134<br />
O papel destacado de Arthur Ramos nessa luta, não só intelectualmente como<br />
ideologicamente, fez com que ele integrasse a plêiade daqueles que, coordenados<br />
por Jaime Bodet, se estariam responsabilizando pela profunda luta que atingiria<br />
cien tificamente todos os cantos da Terra, para que nunca mais o racismo tivesse tal<br />
nível de domínio. Ramos vai reformular os próprios conceitos da Unesco, criando<br />
o Setor de Antropologia. Só havia o de sociologia e política. Também vai-se destacar<br />
muito como o homem que fundou a primeira Sociedade Brasileira de Antropologia.<br />
Ele trava uma luta muito grande de apoio a todos os movimentos negros. Todos<br />
os negros que se querem organizar encontram em Arthur Ramos um grande incentivador,<br />
um grande mestre que os orienta na luta, em nível inte lectual. Arthur<br />
Ramos participou de todas as associações que foram criadas em torno das lutas dos<br />
negros. Neste trabalho, listei as associações existentes, a partir dos convites feitos a<br />
ele. É um movimento muito amplo, abrangendo do Rio Grande do Sul até Per -<br />
nam buco, passando por Minas Gerais. Em todos os lugares havia um movimento<br />
de libertação negra, e Arthur Ramos fazia parte desse movimento.<br />
Em 1941, 1942, ele vai pagar o preço. Porque fazer ciências sociais no Brasil<br />
não é fácil hoje, imaginem em 1942, ainda no Estado Novo! Quando ele cria a<br />
Sociedade Brasileira de Antropologia, acontece uma coisa impressionante. É que<br />
não se podia abrir uma sociedade sem pedir autorização à polícia, e, nesse momento,<br />
ele é preso, fichado. A acusação principal que lhe fazem é de que fundou<br />
a Sociedade Brasileira de Antropologia. É um crime! Está lá o retrato dele, as<br />
mãos, o rosto de lado, de frente, e a acusação maior: fundou a Sociedade Brasileira<br />
de Antropologia! Nesse período, ele está muito bem com os norte-americanos,<br />
embora esteja muito mal no Brasil. Ramos já estava sendo preso pela segunda<br />
vez, mas, como era grande a aliança mundial contra o nazismo, estava muito bem<br />
com os Estados Unidos, integrando os programas dos aliados.<br />
A partir de 1945, com o término da guerra, Arthur Ramos vai-se juntar ao Partido<br />
Comunista Brasileiro contra a presença americana no Brasil. Publica artigos em<br />
vários jornais dizendo que a permanência de bases aéreas no território brasileiro era<br />
uma ameaça à nossa soberania. Associa-se ao que havia de mais intenso ativismo<br />
político do país na época, que era a Sociedade pela Paz. Juliot Curie o convida para<br />
articular um congresso pela paz, já combatendo a Guerra Fria em seu início. Os intelectuais<br />
já alertam, denunciando que a Guerra Fria vai trazer um grande atraso. É<br />
em nome desse combate que ele quer um extenso de sar mamento do mundo e se<br />
une a Jorge Amado, Graciliano Ramos, Orígenes Lessa, Álvaro Pacheco, todos os<br />
intelectuais perseguidos da época, para fazer uma luta de independência do Brasil<br />
em relação à Guerra Fria, defendendo a auto no mia nacional.<br />
Convidamos outras pessoas que conviveram com Arthur Ramos a nos prestar<br />
o seu depoimento. Infelizmente, o falecimento da dr.ª Nise da Silveira, sua prin-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 135<br />
135<br />
cipal interlocutora na Faculdade de Medicina da Bahia, nos priva de um importante<br />
testemunho. Mas antigos alunos de Arthur Ramos vieram nos falar sobre<br />
suas vivências com o mestre: o professor e geógrafo Orlando Valverde, da primeira<br />
turma da Nacional de Filosofia; e o professor e funcionário aposentado da Fun -<br />
dação <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Valdir da Cunha, da última turma que colou grau<br />
com ele. Também convidada, a dr.ª Lili Lajes, devido a problema grave de saúde,<br />
não pôde comparecer.<br />
Para terminar, gostaria de comparar o que se dizia da figura dele aqui no Brasil<br />
e no estrangeiro. Em Paris, onde ele morre em 1949, um necrológio exaltava<br />
Arthur Ramos como um dos maiores intelectuais de seu tempo. Não por acaso<br />
ele integrava uma organização ao lado de personalidades como Bertrand Russell,<br />
Jean Piaget, Julien Huxley e Jaime Bodet.<br />
A Unesco, por meio do seu Boletim e do Correo, fala da grande perda daquele<br />
intelectual de postura internacional, de produção muito grande. Vamos ver<br />
agora como o registro da morte dele é feito no Brasil. Sua ficha pós-morte, no<br />
Departamento de Ordem Política e Social, o DOPS, está aqui:<br />
“Arthur Ramos: falecido. Profissão: professor de antropologia. Endereço de<br />
trabalho: Universidade do Brasil. Residência: Av. Atlântica, 11. Histórico: o marginal<br />
é militante comunista.”<br />
E fazem a lista de todos os “crimes” praticados por ele.<br />
“Em 1946: concedeu entrevista ao jornal a Tribuna Popular sobre a permanência<br />
dos soldados norte-americanos nas bases brasileiras, denunciando-as<br />
como desnecessárias e inquietantes.<br />
1946: faz parte da Universidade do Povo recentemente instalada e é dirigente<br />
do curso de antropologia da citada universidade.<br />
1946: concedeu entrevista à Tribuna Popular a respeito da Lei de Segurança,<br />
a qual classifica de inconstitucional, fora da lei e do tempo, sendo uma sombra<br />
do passado” (Nota: é a Guerra Fria já adotada pelo senhor Eurico Gaspar Dutra,<br />
que Ramos começa a combater internamente).<br />
1947: juntamente com um numeroso grupo de elementos comunistas, foi signatário<br />
de um longo manifesto em que defendeu o funcionamento do PCB e<br />
protestos contra o Parecer Barbedo” (Nota: o manifesto contra a tentativa de impedir<br />
a formação de partidos populares no Brasil, que Arthur Ramos endossa).<br />
Assinou o memorial, a 6 do corrente, condenando o Parecer Barbedo, que resulta<br />
na cassação do Partido Comunista.<br />
É presidente da Comissão Provisória de Associação, a fim de serem tomadas<br />
medidas urgentes quanto à remessa de socorros médicos ao povo em luta contra<br />
a tirania do ditador Moringe.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 136<br />
136<br />
Segundo a Tribuna Popular, é professor da Universidade do Povo.<br />
É membro da Liga dos Intelectuais Antifascistas, ocupando cargo de membro<br />
do conselho deliberativo da mesma.<br />
Foi um dos signatários do Manifesto pela Paz, no Distrito Federal, publicado<br />
por iniciativa do Congresso Paulista pela Paz.<br />
Segundo a publicação Folha do Povo, faz parte da comissão de solidariedade<br />
ao jor nalista Aydano do Couto Ferraz, que se acha preso, e esteve lhe fazendo<br />
uma visita.”<br />
Cabe observar que Aydano do Couto Ferraz é o homem que vem esclarecer,<br />
aqui no trabalho, por meio de suas cartas, a relação de Ramos com Édison Carneiro<br />
e, enfim, dizer a razão da polêmica aberta contra Ramos. Ele era amigo fraterno<br />
de Édison Carneiro e, recebendo a carta de Arthur Ramos que repreendia acremente<br />
Carneiro, não a entrega. Responde a Ramos: “Nós somos tão íntimos que<br />
abri a carta; mas não vou dar este sofrimento a ele.” Arthur Ramos foi muito in -<br />
ci sivo e Aydano interveio. Ambos mantêm ao longo da vida essa amizade. Aydano<br />
é jornalista no Rio e, quando vai preso, Arthur Ramos vai visitá-lo. Isso lhe dá<br />
outro módulo na ficha do DOPS:<br />
“1948: Faz parte do conselho consultivo da Organização Brasileira de Defesa<br />
da Paz e da Cultura, entidade de caráter comunista.<br />
Enviou um convite sobre a realização de ato público que marcará a instalação<br />
do Conselho Nacional de Defesa da Paz e da Cultura.<br />
1949: Segundo o boletim reservado, faz parte da comissão brasileira que deverá<br />
participar do Congresso Continental Pró-Paz a ser realizado a 5 de setembro,<br />
do próximo ano, na Cidade do México.<br />
1949: Segundo publicação de A Cidade, o marginal embarcou para a Europa<br />
em virtude de ter sido convidado para dirigir o Departamento de Pesquisas Sociais<br />
da Unesco, em Paris.<br />
10/11/1949: Segundo publicação do Diário de Notícias de 1/11/1949, o marginal<br />
faleceu, em Paris, vitimado por um colapso cardíaco.”<br />
Esse foi um dos preços que Ramos pagou pelo papel pioneiro de institucio -<br />
nalização das ciências sociais, de adesão total e irrestrita à luta contra o nazismo,<br />
à luta de libertação negra nesse país. E há outros aspectos do que sofreu. Quando<br />
Ramos foi convidado para integrar um dos quadros da Unesco, a universidade<br />
não lhe deu licença. A última carta dele para d. Marina São Paulo de Vasconcellos<br />
é um verdadeiro brado de desespero. Pouco antes de viajar, ele recebe uma carta,<br />
cujo ori gi nal o coronel Paulo Ramos me deu, na qual o então reitor Pedro<br />
Calmon dizia que o ministro da Educação soubera que ele se ia juntar a Juliot<br />
Curie nesse Congresso da Paz e pedia que ele não pusesse seu prestígio a serviço<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 137<br />
137<br />
Carta de Caio Prado: informa sobre a revista Fundamentos, criada por Monteiro Lobato e dirigida<br />
pelo historiador, pede a colaboração de Arthur Ramos e o convida a integrar a Comissão<br />
de Redação. São Paulo, 19 jan 1949.<br />
de um congresso desses. E não é dada a autorização para a viagem. Ramos não<br />
vai ao congresso no México por que assume a Unesco, sem receber licença para<br />
afastamento da Universidade do Brasil.<br />
Nos três meses que fica no exterior, ilegalmente, Ramos está mergulhado em<br />
luta muito profunda. Tanto que em sua última carta para d. Marina, exatamente<br />
no dia 22 de outubro – dia 31 ele morre –, afirma que já fez sua escolha. Mas<br />
queixa-se: como é que seu país o trata dessa maneira? Sublinha que está divulgan -<br />
do o nome do país no exterior, fazendo um trabalho sério, possibilitando aos intelectuais<br />
brasileiros um nome internacional, e a universidade o persegue. E mais:<br />
está sabendo que, ao mesmo tempo, já tem gente fazendo fila para se candidatar<br />
à cátedra dele. Apesar disso, afirma, já escolheu: vai trabalhar intensamente, fa -<br />
zer o projeto da Unesco para 1950-55 e, a partir daí, vai renunciar ao cargo,<br />
porque o principal para ele é a cátedra, e voltará para o Brasil. Encerra, dizendo:<br />
“Estou sacrificando a minha saúde, e a de Luiza, por um país tão ingrato...” No<br />
<strong>final</strong> ainda diz: “O frio está chegando, a pressão sobe, eu gostaria muito que a<br />
caldeira explodisse no Brasil.” Explodiu lá, nove dias depois.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 138<br />
138<br />
Estou trazendo hoje este material para dar de presente a minha amiga Adélia,<br />
que está fazendo um belíssimo trabalho sobre d. Marina, assistente dele. São duas<br />
coisas: as cartas dele para ela e as cartas dela para ele, em agradecimento pela boa<br />
vontade de procurar a bibliografia comigo, quando eu fazia meu trabalho. Quero<br />
lembrar, também, que Arthur Ramos foi tão vítima da repressão, a Guerra Fria<br />
o colocou de tal maneira no índex, que, quando a Universidade de Vanderbilt o<br />
convida a ir aos Estados Unidos em 1948, o governo americano lhe nega autori -<br />
zação para entrar no país, porque ele já tinha declarado suas posições contra o<br />
domínio norte-americano. A partir de então, ele é vítima de uma conspiração de<br />
silêncio, sua obra não sendo mais editada nem integrada à bibliografia de cursos<br />
de pós-graduação financiados por agências americanas.<br />
Só na década de 70, quando a família Ramos quer vender o apartamento do<br />
Edifício Tupi, para criar uma fundação, e procura a Casa do Estudante do Brasil,<br />
o diretor da editora, para assinalar os 25 anos de morte de Arthur Ramos, vai<br />
cogitar da reedição da Introdução à antropologia brasileira. E me deu uma honra<br />
muito grande: em 1972, fiz o prefácio deste livro, no volume sobre Culturas euro -<br />
péias. Mas, em seguida, o editor da Casa do Estudante foi expulso, e, como era<br />
o editor fundador, o livro foi tirado de circulação. Com o dinheiro com que se<br />
faria um seminário em homenagem a Arthur Ramos, em 1974, é editado outro<br />
livro, sem o meu prefácio. Procurei o então vice-presidente da Casa do Estudante,<br />
Pascoal Carlos Magno, e ele pediu que eu “esfriasse” porque o diretor da Casa do<br />
Estudante, Luís Mesquita, era do Cenimar (Centro de Informações da Marinha)<br />
e já tinha feito uma “bela” ficha minha. Disse ainda que eu só não entrei “em<br />
cana” porque o coronel Paulo Ramos, que então dirigia a Sociedade de Ex-Com -<br />
batentes – e está aqui um representante dele –, tinha ido lá e retirado minha ficha.<br />
Senão, eu teria sido presa por querer fazer um seminário sobre Arthur Ramos.<br />
Anos depois, consegui escrever um artigo sobre ele e publicar na revista A<br />
Ordem, do Centro Católico de Estudos Dom Vital, o único que não cairia nas<br />
mãos da polícia. Até esse período Arthur Ramos é perseguido pela ideologia da<br />
Guerra Fria, pelo fechamento aos intelectuais que estiveram presos, como Nise<br />
da Silveira, Jorge Amado, Orígenes Lessa. Ramos integrou a reação brasileira à<br />
Guerra Fria e houve contra-reação governamental e intelectual. Por isso, entendo<br />
que tenha ficado menos famoso do que Gilberto Freyre, que não fez essa luta,<br />
não foi para o índex da Guerra Fria. Gilberto Freyre teve condições de conti nuar<br />
seu trabalho, enquanto Arthur Ramos foi silenciado, como já tinham sido Manuel<br />
Bomfim, Guerreiro Ramos, e todos os intelectuais que tentaram fazer ciências<br />
sociais combativamente em defesa desse país.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 139<br />
139<br />
Orlando Valverde<br />
Geógrafo, membro do Conselho Nacional de Geografia e autor de Geografia agrária do<br />
Brasil (1964)<br />
Éuma coisa muito difícil, para mim, falar sobre Arthur Ramos depois da professora<br />
Luitgarde. Ela sabe tudo! Eu tenho, apenas, como contribuição, a circunstância,<br />
extremamente feliz, de ter sido estudante de geografia na extin -<br />
ta Universidade do Distrito Federal, a UDF, no período de 1936 a 1939. Quero,<br />
então, contar um pouco da minha história que é, também, digamos, agre di da pelas<br />
situações difíceis passadas no mundo, nessa década de 30, que, por outro lado, foi<br />
riquíssima em experiências. Arthur Ramos foi um exemplo extraor dinário dessa fase.<br />
Poderia dizer que, no presente, estou a uma distância de 49 anos de separação<br />
daquela figura de professor. Eu era um rapaz de 19 anos, expulso da Escola Naval,<br />
junto com outros 10 por professar idéias extremistas, sem que houvesse nenhuma<br />
prova material para condenar qualquer dos 11. Engraçado, foi o primeiro “gru po<br />
dos 11” que se formou extra-oficialmente, pois fomos expulsos pelo simples fato de<br />
que éramos contra o integralismo. Nós sentíamos nesse movimento uma cópia cari -<br />
cata do nazismo e fomos submetidos a um inquérito policial-mili tar, dirigido por<br />
um capitão-de-mar-e-guerra que era chefe de um núcleo integralis ta. É claro, era<br />
lógico, que, nessas circunstâncias, seríamos desligados. Depois que nos mandaram<br />
embora, as famílias foram, preocupadas, falar com o diretor da escola, o contra-almirante<br />
Castro e Silva. (Mais tarde, fiquei admirado, sabendo que ele era amigo de d.<br />
Branca Fialho. Como é que uma criatura tão culta podia... Bom, enfim, foi assim.<br />
A amizade não custa dinheiro. Mas creio que ela jamais aprovaria uma atitude dessas).<br />
Quando os familiares iam ao almirante perguntar por que fulano, filho dele,<br />
ou sobrinho, o que fosse, tinha sido expulso, ele botava culpa num outro: “Ah,<br />
não, a asa negra do negócio é o sicrano.” Jogava a culpa em um ausente e, assim,<br />
escapava de responder de frente. Essa resposta de frente realmente desapareceu:<br />
foi o processo.<br />
Durante 25 anos, de vez em quando, eu ia ao Ministério da Marinha para<br />
pedir vistas ao processo. Eu, algum dos acusados, um advogado, qualquer pessoa<br />
interessada. Nada se conseguia. Os advogados não puderam funcionar porque<br />
não havia causa, denúncia formulada na Justiça. E, naquele tempo, não havia<br />
computador, não é? Mas 25 anos depois, um dos nossos colegas foi ao Arquivo<br />
Nacional, que ficava num prédio do século passado na Praça da República. Havia<br />
lá um velhinho que tinha um computador aqui, na cabeça. Era um homem muito<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 140<br />
140<br />
carola, muito conservador, mas um historiador honesto, chamava-se Eugênio<br />
Vilhena de Morais. Quando o meu colega declinou os nomes dos que tinham<br />
sido expulsos em janeiro de 1936, ele se lembrou do caso, subiu numa escada e<br />
achou: nosso processo estava jogado dentro de um parecer do imenso processo<br />
contra a Aliança Nacional Libertadora, que era capitaneada pelo Partido Co mu -<br />
nista. Mas não havia conexão nenhuma entre os dois processos. Havia apenas<br />
uma declaração do então ministro da Marinha – hoje tem uma rua lá em Ipanema<br />
ou Leblon com o nome dele – que dizia que tínhamos sido expulsos, para servir<br />
de escarmento às gerações futuras, porque não tínhamos mentalidade para sermos<br />
oficiais da Marinha, já que éramos contra o integralismo. E quem era contra<br />
o integralismo era contra o Brasil.<br />
Tentávamos abrir um processo de reintegração à Marinha, mas não encontrávamos<br />
quem quisesse formar o processo. Até que um advogado, que queria<br />
ganhar dinheiro e que não tinha mais medo de careta, entrou e ganhou em todas<br />
as instâncias. A Marinha pressionou ao extremo, nessa fase já de mudança<br />
da capital para Brasília, mas, quando o processo chegou lá, resolveram pressio nar o<br />
ministro do Supremo, que foi o relator. Era um antigo professor de latim do<br />
Colégio Pedro II, que estava no fim da vida, positivista, que não admitia pressão<br />
de jeito nenhum. Quando leu o processo, deu parecer totalmente favo rável a nós:<br />
que devíamos ser reintegrados à Marinha, como se jamais tivéssemos saído dela.<br />
De repente, me vi de execrado a membro da classe dominante. Eu era um deles.<br />
Sabe com quem estão falando? Vocês estão falando com o capitão-de-fragata reformado<br />
Orlando Valverde, isso quando eu vou lá.<br />
Costumávamos dizer de brincadeira que todo oficial de Marinha era conformado,<br />
ou reformado, ou deformado. Então, eu estava agora numa categoria de<br />
elite. Dali para diante, a minha ficha foi esquecida, como a ficha lá do professor<br />
Arthur Ramos, que eu iria encontrar naquela época. Confesso que pela primeira<br />
vez eu tomava aulas de antropologia física e cultural. Eu tinha uma formação de mi -<br />
litar. Da Marinha, eu levava uma boa base matemática, uma boa formação de edu -<br />
ca ção física: remava, nadava, era um esportista. E, depois, tinha um conheci men -<br />
to vivido da injustiça, daquela forma em que meteram a gente, em que venciam<br />
aqueles que eram mais bem-relacionados. O fato é que, para mim, a faculda de foi<br />
uma experiência totalmente nova.<br />
Duas figuras brilhavam na formação do curso de geografia. Uma, era a cátedra<br />
de Arthur Ramos, Antropologia Física e Cultural, e na geografia havia a<br />
cadeira de Geografia Humana, que foi dada por uma pessoa extraordinária que<br />
Anísio Teixeira foi catar lá em São Paulo. Era o professor Pierre de Fontaine. Ele<br />
tinha sido professor em Lille, depois veio para o Brasil. Em São Paulo, apaixo-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 141<br />
nou-se pelo país, veio para o Rio de Janeiro, enquanto na capital paulista ficou<br />
um jovem professor assistente, mas não dele, de Paris, e que se tornou depois um<br />
grande amigo meu, Pierre Monbeig. Era um geógrafo extraordinário. O professor<br />
de Fontaine era da escola de Vidal de La Blanche e Jean Brunhes, naturalmente.<br />
Diga-se de passagem, na minha família houve um trauma com o caso da expul -<br />
são. Era uma família de imigrantes espanhóis, meu pai tinha, talvez, o mais antigo<br />
ateliê fotográfico, lá no começo da Rua Miguel Couto, onde nasci. Eu era filho caçula<br />
de uma família de quatro irmãos. Sobrevivi à gripe espanhola e, como sempre, o<br />
caçula é muito controlado pelos outros irmãos. Imagine quando eu es ta va lá na<br />
Marinha, já no penúltimo ano para minha graduação como guarda-marinha, ser expulso<br />
assim sem mais nem menos, sem nem fichamento policial. Foi um trauma<br />
terrível e minha família não tratou de examinar quem era, de onde vinha a informa -<br />
ção. Caçula, fiquei sendo de repente a ovelha negra. Aquilo me deu uma desilu são<br />
muito grande. Meu relacionamento com a família ficou seriamente abalado porque<br />
os irmãos mais velhos – com exceção da minha irmã mais velha, que era de extrema<br />
doçura – de vez em quando me jogavam<br />
isso na cara: “Você é um ateu<br />
comunista!” E vai por aí, e outras coi -<br />
sas... Eu aceitava tudo calado porque<br />
não adiantava protestar. Mas a mi nha<br />
vida se apartou um pouco da família.<br />
Apesar de ter apenas 18 anos, eu ti -<br />
nha uma maturidade bastante avançada<br />
e aquilo me amargou bastante.<br />
Imaginem qual foi a minha de cep -<br />
ção quando vi tudo se desenca dear, os<br />
integralistas desfilando em homena -<br />
gem ao Getúlio, com o Plínio Salgado<br />
ao lado, numa demonstração de força.<br />
Cheguei a pensar, realmen te, com dois<br />
colegas, em fugirmos para o Mé xico.<br />
O México era um bastião da li berdade<br />
com, depois vim a confirmar, um povo<br />
extraor diná rio, embora o velho ditador<br />
Porfírio Diaz tivesse dito: “Pobre<br />
México, tan lejos de Dios tan cerca<br />
de los america nos.” É, realmente, mas<br />
é um povo luta dor, bravo. Sinto, até,<br />
141<br />
Programa da disciplina Etnografia do Brasil elabo -<br />
ra do por Ar thur Ramos para o terceiro ano dos<br />
cursos de Geo grafia e História da Faculdade Na -<br />
cio nal de Filo sofia, Ciências e Letras, da antiga<br />
Uni ver si dade do Brasil.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 142<br />
142<br />
uma certa inveja de que o povo brasileiro não te nha aquele amor profundo pela sua<br />
pátria, pela sua terra, como tem o mexi cano. O me xica no é o único povo que tem<br />
orgulho do seu sangue indígena. E os próprios espa nhóis, que lá foram os colonizadores,<br />
eles tratam muito bem. Mas, quando convida ram agora o México, assim<br />
como Cuba, para a comemoração dos 500 anos, eles recusaram, terminantemente:<br />
há 500 anos se iniciou o saque do país pelas potências imperialistas, de forma que<br />
não temos motivo algum para comemo rar, disseram.<br />
Os fatos levaram a isso e, pela primeira vez, eu pegava uma aula com dados<br />
antropométricos das raças. Os brancos, com aqueles grandes tipos como os esco -<br />
ceses de Gallaway, e os ainos, que são pobres brancos inferiorizados lá do extremo<br />
norte do Japão, e outros. E, curiosamente, o professor Ramos chamou a atenção,<br />
naquela época, para o fato de os soldados americanos chamados para a guerra,<br />
descendentes de alemães, já terem uma estatura média 10 centímetros acima dos<br />
orgulhosos alemães, aqueles dolicocéfalos louros, que vinham para dominar o<br />
mundo. Essas eram críticas terríveis. Ramos abordava na antropologia física aspec -<br />
tos característicos dos diversos povos, como a dobra mongólica, uma coisa que<br />
realmente chama atenção, os zigomas, com dados de dimensões antropométri -<br />
cas, o busto da mulher amarela, os órgãos genitais, os pêlos, os cabelos, o tipo<br />
dos cabelos e, também, dos negros. Pela primeira vez eu ouvia isso em classe. Antes,<br />
era considerada uma coisa muito feia comentar esses aspectos em classe.<br />
Dos negros, como maior africanista do Brasil, ele chamou atenção para a estatura<br />
dos sudaneses, negros imensos que empatavam em altura com os escoceses de<br />
Gallaway. A cultura avançada dos iorubas, o que explica por que, na Bahia, as insurreições<br />
dos negros foram mais graves do que as daqui do sul: eram mais cultos e<br />
alguns antigos nobres das tribos africanas estavam reduzidos a escravos, como os<br />
outros, o que eles não podiam admitir. Eles eram respeitados nas suas reuniões secre -<br />
tas. São fatos que mostram que há diferenças notáveis dentro de uma mesma raça.<br />
A estetopigia dos bantus era uma coisa que chamava atenção, a grande envergadura<br />
dos braços dos negros sudaneses, e uma coisa que pouca gente tinha observado:<br />
a importância do tônus muscular. Os amarelos são extre mamente ágeis; vê-se, por<br />
exemplo, nesses campeonatos de tênis de mesa, que a gente mal pode acompanhar<br />
porque eles são leves e extremamente ágeis, ao passo que o tônus muscular dos negros<br />
sudaneses, que são imensos, fortes, dá a eles, hoje a gente sabe, uma grande<br />
possibilidade de vitórias significativas nas provas de atletismo nas Olimpíadas.<br />
Justamente, naquela época, as teses de Arthur Ramos ficaram evidentes. Hitler<br />
promoveu uma Olimpíada, em 1936, quando chegou ao poder. Colocou a Ale -<br />
manha em uma porção de provas em que outros não competiam, para dar a ela<br />
a vitória mundial. Porém, na hora da corrida, um negro americano, chamado<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 143<br />
143<br />
Jesse Owens, foi o homem mais rápido<br />
do mundo. Aquilo foi uma ofensa tão<br />
grande que Hitler não estendeu a mão para<br />
cum primentar o Jesse Owens. Cu rio sa -<br />
mente, aqui no Brasil, na revolução de<br />
São Paulo, a intelectualidade paulista ainda<br />
estava cheia desses preconceitos. Ima -<br />
ginem que, em classe, o professor Arthur<br />
Ramos criticou um intelectual famoso de<br />
São Paulo, Alfredo Ellis Júnior, que afirmava<br />
que os negros não dominavam nos<br />
Estados Uni dos, e eram mais fracos,<br />
porque o ar frio de lá penetrava pelas na -<br />
ri nas e ia logo para o pulmão e, então,<br />
eles tinham pneumonia. Curioso é que,<br />
logo em seguida a essa afirmação, saído<br />
da escola de Chicago dos boxers america -<br />
nos, um negro foi considerado o maior<br />
pu gi lista dos Estados Unidos; era o mas -<br />
sacra dor de Detroit. Olha, que em Detroit<br />
o inverno era terrível!<br />
Quer dizer, teses imbecis. Eu me lembro<br />
bem a última vez, em 1977, que fui<br />
a Washington. Estava em Chinatown, e<br />
Carta de Anísio Teixeira, na qual elogia Intro -<br />
dução à psicologia social, de Arthur Ra mos, e<br />
tece comentários sobre a impor tância que a<br />
obra poderá vir a ter na interpretação da conduta<br />
individual e coletiva. Bahia, 2 jan. 1937.<br />
olhava, na hora de abrir o comércio, aqueles verdadeiros armários humanos, aqueles<br />
negros fortões, e pensava que, se um desses homens se zangasse comigo, eu<br />
seria um homem morto. Porque eram fortíssimos.<br />
Todas as teses sem fundamento, Arthur Ramos derrubou. E trouxe à nossa<br />
consciência, pela primeira vez, aspectos para os quais a professora Luitgarde<br />
chamou atenção: nos deu noções de musicologia, noções da evolução. Isto é, base<br />
para compreensão da evolução da música negra popular que tem, cada vez mais,<br />
sucesso no mundo inteiro e que, a<strong>final</strong> de contas, influiu até nos nossos clássicos,<br />
desde o padre José Maurício a Villa-Lôbos, toda essa música que se baseou<br />
no que o povo cantava. Como as festas de carnaval, as escolas de samba, que hoje<br />
são disciplinadas, exploradas, têm, sem dúvida, o concurso importante do ritmo<br />
negro, dos trejeitos das mulatas da escola.<br />
E, também, o sincretismo religioso dos negros no Brasil, em que Ramos mostrava<br />
a justaposição de São Jorge como Ogum e por aí afora. A própria Igreja, hoje<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 144<br />
144<br />
em dia, não consegue evitar que haja essa assimilação e agora está adotando uma<br />
atitude mais compreensiva quanto ao sincretismo. Hoje, ela não abençoaria mais<br />
os que iam matar os etíopes na África, de forma nenhuma. Essas idéias novas,<br />
certamente, influenciaram no Concílio Vaticano II e, daí para frente, as “ove -<br />
lhas” deixaram de ser só aquelas privilegiadas, para ser o próprio povo.<br />
Nas aulas de Arthur Ramos, tive discussões com ele porque eu estava orientado<br />
por uma escola que era muito mais antropológica do que geográfica. Era, justamente,<br />
a escola de Pierre de Fontaine, que falava do programa assim: “O homem e<br />
a montanha”, “O homem e a floresta”, “O homem e o mar”, “O homem e o frio”,<br />
e vai por aí. Até que um colega, um jornalista muito sarcástico, disse que só estava<br />
faltando “O homem e a mulher”, e “aí ele passa a ser um elemento fraco”.<br />
Tivemos discussões em classe com trabalhos que eram verdadeiras bombas. Casa<br />
grande e senzala, quando estourou, na década de 1930, todo mundo falava de Gilberto<br />
Freyre. Na minha opinião, Gilberto Freyre não foi tão amaldiçoado pelas classes<br />
dominantes porque se tornou um homem extremamente conserva dor, enquanto<br />
Arthur Ramos continuou fiel às suas idéias de liberdade. Ele chegou ao extremo de<br />
debater temas como a crítica à psicanálise da alma coletiva, em Totem e tabu. Fez,<br />
enfim, críticas nas quais Arthur Ramos, até hoje, é atual. Porque ele criticou, em<br />
classe, esse problema da herança dos caracteres adquiridos, mostrando, com exemplos<br />
recentes, daquela época, que se conseguia produzir características novas, mas<br />
sempre no sentido de destruição, bombardeando com raios-gama os gens de ratos.<br />
E, depois, não aconteceu aquela vergonha, que derrubou a genética russa, quando<br />
eles deixaram de seguir a linha, que se estudava até nos Estados Unidos, de Mendel.<br />
E chega um farsante, um mentiroso, como Lissenko, que falsificou dados, e um<br />
homem todo-poderoso como Stalin adotou essa nova linha. Na escola de agricultu -<br />
ra dos Estados Unidos, eu tinha apostilas americanas de obras dos geneticistas russos<br />
que, naquela época, eram mais avançados. Mas depois de Lissenko tudo ficou<br />
desmoralizado. Olha o efeito do poder concentrado na mão de um governante só!<br />
O rolo compressor da ditadura militar maltratou terrivelmente, não só<br />
Arthur Ramos, mas também os seus mais distintos e fiéis seguidores. A mi -<br />
nha querida ex-colega Marina São Paulo de Vasconcellos foi uma vítima disso.<br />
Ela se deixou morrer de desgosto. O meu colega historiador, o então jovem<br />
Manuel Maurício de Albuquerque, que foi submetido duas vezes a torturas<br />
no pau-de-arara. Artur Bernardes Vaz, jovem professor de geografia, que, ao<br />
receber em um cursinho aqui da Presidente Wilson, onde estava dando aula,<br />
voz de prisão, teve um proble ma circulatório e morreu ali mesmo. Então, nós<br />
tivemos uma geração perseguida. Mas as pessoas morrem, e as idéias verdadeiras<br />
prevalecem. De maneira que, hoje, as idéias de Arthur Ramos sobrevivem.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 145<br />
145<br />
Atualmente, no próprio meio mili tar, há uma preocupação imensa com a hegemonia<br />
norte-americana que deita, mais uma vez, seus olhos cobiçosos sobre<br />
a Amazônia brasileira.<br />
Na última aula que assisti de Arthur Ramos, eu já estava na Universidade do<br />
Brasil. Quando eu era aluno da UDF (Universidade do Distrito Federal), fize ram<br />
uma intervenção federal de extrema-direita na universidade. Eu fazia parte do diretório<br />
acadêmico e o interventor da universidade era, então, um homem integra -<br />
lista. Chamava-se Tristão de Ataíde. Felizmente, mais tarde ele mudou muito de<br />
atitude na vida. Bom, fomos obrigados a prolongar o curso por mais um ano, agora<br />
na recém-criada Faculdade Nacional de Filosofia. Nesse ano, 1940, tendo que<br />
cumprir mais um, tive a felicidade de ter aulas de Arthur Ramos, justamente na<br />
época em que foram postos a pique cinco navios brasileiros de comércio. Foi quando<br />
o professor Ramos já estava atuando mais fora da universidade, depois de muitas<br />
desilusões. Mas ele terminou as aulas fazendo uma preleção contra o racismo, contra<br />
o fascismo no mundo, contra a opressão das ditaduras e sublinhando que a<br />
cons ciência humana pode ser perseguida, mas jamais pode ser extinta.<br />
Com isso, eu, que era um desiludido de todas essas coisas, um aluno que fica va<br />
sempre na última fila para criticar o professor quando ele dissesse uma tolice em alta<br />
voz, pude debater com Arthur Ramos. O professor Ramos nunca fugiu do debate<br />
comigo. Discutiu sempre de igual para igual e, quando deu por encerrado o curso,<br />
nós o aplaudimos de pé. Aquele homem estava dizendo a verdade, estava trazendo<br />
uma orientação para toda a nossa vida. Foi isso que eu colhi de Arthur Ramos.<br />
Waldir da Cunha<br />
Funcionário aposentado da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />
Ex-chefe da Divisão de Manuscritos<br />
Fui aluno do professor Arthur Ramos entre 1945 e 1948. Eu fazia o curso<br />
de geografia e história. Não fui para a faculdade em virtude das ciências<br />
sociais, não fui buscar os conhecimentos sociais. Fui mais atraído pela<br />
história e pela geografia. Mas, ao me defrontar com o curso, pude observar que<br />
a Faculdade Nacional de Filosofia era formada por mestres do mais alto gaba -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 146<br />
146<br />
rito. Eu, que tinha saído da zona suburbana, na faculdade não podia entrar de<br />
camisa, tinha que vestir terno e gravata. Naquele tempo, a gente usava terno e<br />
gravata para assistir às aulas; e estava lá o professor Arthur Ramos. Só assisti aulas<br />
dele durante o primeiro ano; o segundo e terceiro foram dados já pela assistente,<br />
aulas de etnologia e etnografia. Ramos dava antropologia física e cultural, e eram<br />
duas horas de aula direto.<br />
A juventude da época estava voltada mais para a Faculdade Nacional de Fi lo -<br />
sofia, depois da antiga UDF. A diferença é que a UDF formava professores do<br />
Estado. Eu não fui para o Estado porque já era da Nacional, então, quando saí, fui<br />
trabalhar em outros colégios. Naquela época, depois de Santiago Dantas, já havia<br />
uma política de o aluno poder entrar na faculdade sem o vestibular. Entrava como<br />
ouvinte e fazia vestibular depois de três, quatro anos. Eu não, fiz vestibular, passei<br />
pela banca examinadora, inclusive o Celso Cunha me examinou em português,<br />
passei por essa fase. Já peguei um período em que, na faculdade, a minha turma<br />
era pequena, a turma anterior era maior. A procura já diminuía um pouco. E o que<br />
aprendi durante as aulas do professor Arthur Ramos? Que ele adotava uma biblio -<br />
grafia vastíssima. Antes de começar, ele lançava aquela biblio grafia do exterior.<br />
Na época, não se dizia sociólogo, era sociologista ou, então, antropologista.<br />
O camarada era sociologista ou antropologista. Observei também que entre o<br />
grupo de professores havia uma competição muito grande, eles realmente compe -<br />
tiam. Josué de Castro, que era professor de geografia, competia com antropologia,<br />
achava que não estava direito aquela relação entre geografia humana e<br />
antropologia. Eu me lembro muito bem que, em um dos trabalhos que fiz para<br />
o Josué de Castro, coloquei uma introdução do sociólogo de Pernambuco, Gilberto<br />
Freyre. Ele não gostou, me deu até nota baixa. Aí está uma lembrança da faculdade:<br />
havia essa competição entre os professores.<br />
Na minha época, fui aluno de quem? Delgado de Carvalho em geografia, que<br />
vinha da Europa, grande conhecedor. Fui aluno dos franceses que vieram no pósguerra,<br />
fui aluno do Rolland, conheci Pierre Monbeig, em São Paulo. Pierre<br />
Monbeig disse até uma coisa que nunca esqueci: que São Paulo crescia para cima<br />
e o Rio de Janeiro para baixo, por causa dos viadutos e dos túneis. Isso é idéia<br />
do Pierre Monbeig, lá em São Paulo.<br />
Assim que entrei, Artur Ramos me deu logo uma noção interessante: ele não<br />
admitia que se falasse em raça, tinha que ser etnia. O termo era étnico. Raça bran -<br />
ca, não. Tinha que ser etnia. E, também, uma coisa interessante que aprendi, apesar<br />
de não ter nada para ser associado, é que ele batia muito na questão de patrimônio<br />
cultural. Ele achava que a cor não influenciava. Era o patrimônio cultural de uma<br />
civilização que influenciava. Nisso ele insistia muito, isso ele me passou bem.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 147<br />
147<br />
Arthur Ramos durante uma aula no curso de Antropologia da Faculdade Nacional de Filosofia,<br />
Ciências e Letras. Entre os alunos (o primeiro à direita), Waldir da Cunha. Rio de Janeiro, 1945.<br />
Posso caracterizar aspectos do professor Arthur Ramos. Quando terminei a<br />
Faculdade Nacional de Filosofia, tentei ingressar como geógrafo, como o profes -<br />
sor Valverde. Fiz muitas excursões de campo, estudei história com alguns franceses,<br />
estudei com um especialista em arte, que era Antoine Bond, da Universidade<br />
de Montpellier, estudei com Rolland, e tinha que saber falar francês, que as aulas<br />
eram dadas em francês. Há um retrato em que estou com a turma de Arthur<br />
Ramos, foi a última turma, parece. Arthur Ramos tirou o retrato, e eu estou lá.<br />
Ele era um colecionador. Esse material todo, que a gente chama de arquivo ou<br />
coleção, veio para a <strong>Biblioteca</strong> – mas não foi só a <strong>Biblioteca</strong> que comprou, não,<br />
foi em conjunto com o Instituto do Patrimônio. Uma parte veio para a <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional, manuscritos, retratos e fotografias. Naquele tempo, a nossa “informá -<br />
ti ca” era diferente, havia aqueles projetores de slide... Uma boa parte desse mate -<br />
rial está, me parece, no arquivo que veio para a <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
Quando eu era aluno, participei de pesquisas de campo. Cheguei a ir à ilha<br />
das Cobras para fazer pesquisas antropométricas e as fichas não vieram para a<br />
seção, devem estar lá, no instituto, no departamento. Ramos fez essas pesquisas<br />
lá. Ao mesmo tempo, como colecionador, engraçado, ele colecionava correntes.<br />
Sabe o que é corrente? Nunca recebeu uma corrente? É uma carta que a gente<br />
recebe para passar adiante. Está cheio de correntes por aí. Ele recebia várias. Não<br />
sei o que ele ia fazer com aquilo, não sei qual era a função para o trabalho social<br />
dele, mas há esse material.<br />
Como, também, havia um representante dele em Alagoas. E esse amigo dele<br />
em Alagoas, de quem agora não me lembro o nome, enviou para a coleção de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 148<br />
Arthur Ramos grande quantidade de documentos sobre a escravidão, que retirava<br />
lá dos arquivos, pensando que os arquivos se podiam queimar. Retirava e mandava,<br />
com a intenção de preservar. Vocês sabem disso, não é? Grandes arquivos,<br />
às vezes, sofrem com intempéries, sofrem com desgaste, com incêndio. A própria<br />
Casa dos Contos foi incendiada. Porque tinha muita gente devendo dinheiro,<br />
então, incendiaram aquilo e tudo ficou completamente desbaratado. Então, esse<br />
material a que me estou referindo foi retirado dos arquivos de Alagoas e da coleção<br />
dele. Há um material muito bom aí sobre escravidão. O indivíduo quando vai<br />
estudar história da escravidão tem que ir ao arquivo de Arthur Ramos.<br />
Finalmente, tenho idéia do meu tempo de jovem como muito bom. É claro<br />
que fui levado, também, por aquelas idéias meio socialistas e me levaram até para<br />
a Escola do Povo para dar aula. Mas fugi de lá. Fiquei com medo porque era no<br />
pós-guerra e temi ficar numa situação até de processo. Mas fui lá, dei umas aulas<br />
e saí. Eles levavam a gente e falavam: “Vai aprender a dar aula.” Então, eu ia para<br />
a Escola do Povo. Já naquele tempo, havia o curso de preparação da UFRJ. Tenho<br />
uma idéia muito nítida porque guardei esse arquivo por mais de 40 anos, aqui<br />
na seção. Ele está colocado ali, nos armários; separei as fotografias, deixei tudo<br />
aí. Atualmente, a minha amiga e colega Carmem está catalogando para jogar no<br />
computador. Ficamos muito tempo sem catalogar, porque o número de funcio -<br />
nários aqui é muito pequeno. Graças a Deus, consegui trabalhar durante esse<br />
anos todos, sozinho. Eu lidava com pesquisador, organizava. Acabei saindo daqui<br />
como técnico consultor. Agora, estou quieto em casa, não sei como fui envolvido<br />
pela professora Luitgarde. Obrigado!<br />
DEBATE<br />
Luitgarde Cavalcanti<br />
148<br />
Antes de saber se alguém tem alguma pergunta, ou se o professor Peter Fry quer<br />
fazer um balanço do que foi dito aqui, desejo esclarecer que essa pessoa que mandava<br />
documentos para Arthur Ramos era Bonifácio Magalhães da Silveira, tio da<br />
dr.ª Nise da Silveira. Quando foi fundada a Sociedade Brasileira de Antropologia,<br />
só dois alagoanos fizeram parte dela: Bonifácio Magalhães da Silveira e Teotônio<br />
Vilela Brandão, o famoso Teo Brandão de quem falamos. Agora, então, está aberta<br />
a rodada para perguntas.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 149<br />
Peter Fry<br />
Queria inicialmente agradecer aos senhores pelas lembranças e pelo privilégio<br />
nosso de adentrar numa década tão esquecida. Ouvir o senhor falar sobre integralismo<br />
foi um privilégio. Agradeço muito, porque a gente tende a pensar apenas<br />
nos últimos acontecimentos, esquecendo que a história, infelizmente, tem<br />
uma tendência a se repetir. Mas a minha pergunta é simples. É que os senhores<br />
falaram – é o título da mesa – da construção da carreira intelectual de Arthur<br />
Ramos, quer dizer, da posição dele como intelectual, como pensador. Eu queria<br />
saber se os senhores têm, como ex-alunos, alguma coisa dele como pessoa, como<br />
personalidade. Porque suponho que os nossos alunos devam comentar sobre nós,<br />
não é? Eu queria saber, também, um pouco mais sobre essa época. O senhor falou<br />
da necessidade de usar terno e gravata, mas, ao mesmo tempo, o senhor disse<br />
que o professor Ramos argumentava com os alunos cara a cara. Quer dizer que,<br />
além da hierarquia, obviamente, havia uma democracia.<br />
Orlando Valverde<br />
149<br />
A democracia era de tal ordem que ele respondia, com precisão, à pergunta de<br />
alunos que estavam lá para fazer crítica aos professores incompetentes. Ele res -<br />
pondia e nos colocava certinhos no nosso lugar. Mas ele também fez críticas a<br />
nomes como Rui Barbosa. Uma interpretação de Rui Barbosa sobre um prato da<br />
culinária baiana chamado arroz-de-hauçá ele interpretou como arroz de água e<br />
sal. Criticou, também, Rui Barbosa por ter mandado destruir, quando ministro<br />
da Fazenda, todos os documentos relativos à entrada de negros no Brasil. Rui<br />
mandou queimar. Olha, eu fui aluno de Arthur Ramos e também de um profes -<br />
sor alemão que foi maldito durante o regime nazista. Chamava-se Leo Waibel e<br />
o último livro que ele produziu na Alemanha foi queimado, em 1933, nas fogueiras<br />
nazistas, numa cidade que hoje é parte da Polônia, Breslaw.<br />
E o livro Problems of Geography, eu e o Walter Hegler traduzimos: Walter tra -<br />
duziu a parte que estava em alemão, e todos os originais em inglês fui eu que tive<br />
a honra de traduzir. Mas, no <strong>final</strong> da vida, Waibel conseguiu recuperar todos os<br />
direitos dele na Alemanha, inclusive indenização e montepio para a viúva, que<br />
era judia e não podia realmente permanecer lá. Então, fui aluno de dois professores<br />
perseguidos, pelos quais, até hoje, tenho especial consideração. Porque quem<br />
luta pelos seus ideais, e tem certeza de que está correto, é superior a essas coisas<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 150<br />
todas. Arthur Ramos e Leo Waibel estão no mesmo panteão, um como antropólo -<br />
go e outro como geógrafo.<br />
Luitgarde Cavalcanti<br />
O professor Orlando, na entrevista que deu para mim, contou uma coisa que<br />
res ponde à pergunta, mas que, agora, ele não repetiu. O seguinte: Arthur Ramos<br />
estava dando aula, adoeceu e ficou muito preocupado porque tinha levado um<br />
homem para consertar o piano da casa dele, e os alunos ficaram sabendo desse<br />
seu gosto pelo piano. Ele falou, em sala de aula, que, mais do que doente, ele es -<br />
ta va preocupado com o piano quebrado. E o professor Valverde contou isso como<br />
característica humana de Ramos.<br />
Waldir da Cunha<br />
150<br />
Na fase em que estudei, realmente, havia umas perguntas que nós não fazíamos<br />
aos professores, porque eles não davam espaço para discussão. Nenhum deles.<br />
Eles davam a aula de duas horas diretas, aquelas aulas profundas, mas a turma,<br />
no meu tempo, achava que o professor Arthur Ramos não era muito didático.<br />
O conhecimento dele era tão grande que não dava para ele seguir a didática da<br />
época. Atualmente, as pessoas seguem uma didática diferente e levam fichas para<br />
a sala, não é? Naquela época, não se levava fichamento, não. Era proibido dar aula<br />
com ficha. Eu mesmo, quando fui ensinar no ginásio, no científico, não le va va<br />
ficha, tinha que decorar antes, para dar aula. Os alunos achavam que o professor<br />
que dava aula com ficha não sabia nada. Eles achavam que não era didático.<br />
O professor Arthur Ramos era gordo, muito gordo mesmo, na época. Não<br />
sei se, depois, ele emagreceu, mas quando ensinava lá, ele, médico, poderia cuidar<br />
melhor da sua estrutura, eu pensava. Com o tempo, eu ficava refletindo: “Poxa,<br />
o professor Arthur Ramos, médico, mas nunca se interessou pela própria saúde<br />
física.” É esse o aspecto da época. Ninguém escreveu nada, ainda, sobre a Faculdade<br />
Nacional de Filosofia que foi, realmente, uma universidade. Quando a gente fazia<br />
excursões, o interiorano perguntava: “O que tem filosofia com geografia?” Os es -<br />
tu dantes não tinham uma noção exata. Fui do tempo de Carneiro Leão, o grande<br />
administrador lá da área, e é até esse ponto mais ou menos que posso responder<br />
a sua pergunta. Obrigado.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 151<br />
Verena Stolcke<br />
Achei fascinante, sobretudo, o ângulo político de Arthur Ramos e se mostrou,<br />
muito claramente, que foi uma figura que resistiu aos poderes existentes, com<br />
conseqüências: essa sucessão de prisões e a relação complexa com os Estados<br />
Unidos, relação que é histórica dos Estados Unidos com a América Latina. Agora,<br />
pergunto: em 1940, na viagem aos Estados Unidos, Ramos esteve 10 meses em<br />
Baton Rouge; parece que, então, para conseguir o visto, o convite, já tinha tido<br />
certos problemas. Seria interessante você explicar um pouco esse fato.<br />
Luitgarde Cavalcanti<br />
151<br />
Como tenho dito, a aliança mundial daquele momento era contra o nazismo.<br />
Tanto que os Estados Unidos estavam aliados a Stalin nessa luta. Então, não havia<br />
um boicote. O boicote a Arthur Ramos só vai acontecer posteriormente. Por isso,<br />
fiz a divisão: ele estava muito mal aqui, internamente, com o DIP, Getúlio e<br />
Filinto Müller, mas estava bem lá fora, porque fazia parte da extensa aliança libe -<br />
ral antinazista que congregava os vários países do mundo, com os “maquis”, comunistas<br />
ou não, com os partisans, comunistas ou não. Eram todos “os aliados”.<br />
E os Estados Unidos deixam suas portas abertas para esses aliados, inclusive Stalin.<br />
Agora, a partir da Guerra Fria, quando se divide o mundo, quem fica do lado de<br />
cá, na América Latina, vai sofrer duas pressões: a pressão que já existia internamen -<br />
te e a nova que os Estados Unidos vão impor, no seu papel de policial do mundo,<br />
que começa ali. Começa com o macartismo. Os Estados Unidos vão enfrentar<br />
problemas internos, também, e problemas externos. Por isso, Arthur Ramos, que<br />
tinha sido tão bem recebido em 1940, já é recusado em 1948, porque, em 1945,<br />
já tinha tomado posição contra a presença norte-americana armada na América<br />
Latina, denunciando o armamentismo como ameaça à sobrevivência do mundo.<br />
Grande defensor da paz, via na Guerra Fria a preparação de futuras guerras.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 152<br />
Verena Stolcke<br />
Acho que tem um detalhe importante adicional. Torres Bodet não era um homem<br />
de esquerda. Ele foi o segundo secretário da Unesco e quem convidou de fato Ar -<br />
thur Ramos. Bodet tinha sido aceito pelos Estados Unidos, supondo-se que iria<br />
dançar ao apito dos Estados Unidos, o que não fez. Ele criou um grupo de pressão<br />
da América Latina, mas com uma certa discrição. E foi ele quem convidou Arthur<br />
Ramos. Parece que não houve essa interferência, não com esse convite.<br />
Luitgarde Cavalcanti<br />
152<br />
Ainda era um momento em que uma força intelectual muito grande do mundo<br />
apostava na paz. Ainda não se tinha rompido o equilíbrio de paz. Ainda não havia<br />
nenhum país com papel dominante, hegemônico, dentro do contexto total. Arthur<br />
Ramos não é recusado, porque o grupo de apoio dentro da Unesco era todo de<br />
esquerda. Estavam lá, apoiando Ramos, todos eles. Travavam uma grande luta<br />
para que a Carta dos Direitos Humanos fosse adotada pela nova ordem internacional,<br />
o que seria a anti-Guerra Fria. Dentro da França, e nos países europeus<br />
todos, se pensava que se atingiria isso por meio da ciência, da alfabetização, do<br />
combate ao racismo etc. Os Estados Unidos não iriam negar o visto, naquele momento,<br />
porque eles ainda não tinham aberto o jogo da Guerra Fria, ela só aparecia<br />
internamente, em alguns países.<br />
O México, naquele momento, tinha vários intelectuais de destaque. Torres<br />
Bodet já fazia equipe com Arthur Ramos, e já havia uma extensa correspondência<br />
entre eles. No meu trabalho, botei o discurso de Torres Bodet na abertura do<br />
I Congresso Americano de Universidades. Ele fez um discurso que era, exatamen -<br />
te, toda a ideologia de Arthur Ramos. Fala precisamente de ciência aplicada e do<br />
papel da universidade no mundo contemporâneo, no mundo do futuro: não apenas<br />
preparar profissionais, mas preparar homens capazes de impedir uma nova<br />
hecatombe. Esse é o papel do intelectual daquele momento, que a Guerra Fria<br />
vai amortecendo até acabar. Primeiro, com perseguições; depois, com doações e,<br />
em seguida, a geléia geral. Mas, naquele momento, estava bem colocado o grupo<br />
intelectual que acreditava na paz. E foi a universidade que possibilitou a criação<br />
desse grupo, espalhado em todos os países.<br />
Ontem, foi vista aqui a idéia de missão. Não era a idéia de missão propriamen -<br />
te, era a idéia de uma associação política entre o conhecimento e a práxis. Quando<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 153<br />
153<br />
Arthur Ramos trabalha com a idéia de antropologia aplicada, é porque ele traba -<br />
lha com teoria e práxis em toda a sua vida, em toda a sua construção intelec tual.<br />
Quando faz pesquisa, por exemplo, em Alagoas, muita gente daquele tempo me<br />
informou: ele fazia pesquisa no Xangô, freqüentava o Xangô, e atendia de graça<br />
todos os macumbeiros da cidade. Como, depois, Teo Brandão, quando vai coor -<br />
denar o folclore de Alagoas, e arranja emprego e atendimento médico em hosp i tal<br />
para todos os agentes de cultura popular. Então, é claro que Arthur Ramos seria<br />
muito bem recebido nos Estados Unidos, no momento do congraçamento ge -<br />
ral, e seria, paulatinamente, afastado, na medida em que a Guerra Fria crescia e<br />
que a Unesco começava a perder o poder, a posição para fazer valer a Carta dos<br />
Direitos Humanos.<br />
Hoje, não é mais a Unesco quem fala em Direitos Humanos, são os governos<br />
altamente armados. É um verdadeiro paradoxo com a concepção da Unesco, que<br />
foi criada para defender a paz e construir um mundo de conhecimento e ciência;<br />
e hoje, quem “defende” os Direitos Humanos manda, por exemplo, bombardear<br />
um outro país, em nome dos Direitos Humanos. Com isso, tem havido<br />
a desmoralização da Unesco, para a qual quase nenhum país hoje dá dinheiro.<br />
Quando eu estava pesquisando lá, o presidente da Unesco me disse que eles recebiam<br />
dinheiro do Japão, dos Emirados Árabes, mas as grandes potências não<br />
pagavam a taxa exatamente para a Unesco não ter nenhum poder. E Arthur Ramos<br />
foi da época em que a Unesco era o sonho de confiscar dos estados armados o<br />
direito de reger o mundo, e poder reger o mundo com harmonia, com o antiracismo.<br />
O primeiro projeto, organizado na década de 1950, é o estudo do racismo.<br />
Numa carta de Arthur Ramos para Costa Pinto, ele descreve até as pessoas que<br />
vai convocar em primeira mão, como Lévi-Strauss. Ele vai dando a relação dos<br />
intelectuais que quer convidar para estudar racismo e em seu último trabalho,<br />
que é publicado no dia seguinte à morte dele, afirma que a destruição do racismo<br />
seria a aurora de paz, seria o prenúncio de paz para o mundo. Daí ele ter trabalhado<br />
tanto em cima de racismo. Porque todos eles estavam pensando não no<br />
problema econômico que ocasionou a guerra, mas no problema ideológico que<br />
a conduziu, porque o fator dominante da imprensa e de tudo era o racismo.<br />
Tanto que hoje – até escrevi um artigo falando disso – estamos tão preocupados<br />
com análises econômicas que esquecemos as análises ideológicas. Esquecemos<br />
que há 50, 60 anos, Hitler matava em nome da ideologia racista. Hoje, o mundo<br />
mata em nome da ideologia economicista. Antigamente, morria quem era<br />
considerado de raça inferior; hoje morre quem tem baixo poder aquisitivo. Então,<br />
antes, era a cor da pele, a raça; hoje, o cifrão. O nazismo está aí.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 154<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
154<br />
Conjunto de esculturas e objetos rituais da cultura afro-brasileira usados para ilustrar o livro<br />
Arte negra no Brasil. [S.l., s.d.]
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 155<br />
155<br />
O direito de destruir, de desrespeitar e aniquilar o diferente que é, em suma,<br />
aquilo em que se baseou o nazismo e o racismo, está agora invertido: não se faz<br />
em nome da raça, mas em nome do poder econômico. E isso, acho, aqueles inte -<br />
lectuais da época foram incapazes de perceber: que um jogo econômico estava<br />
dentro da II Guerra Mundial. Não me parece, pelo menos que eu conheça, que<br />
algum deles tenha feito essa análise, de tal forma se deu importância ao problema<br />
racial como fator de guerra.<br />
Não havendo mais perguntas, agradeço a todos e, em particular, à <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional por se juntar ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, à <strong>Fundação</strong><br />
Oswaldo Cruz e à Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Quatro institui ções<br />
se reúnem, 50 anos depois, para tirar Arthur Ramos do esquecimento, enquanto<br />
as novas gerações estão iniciando trabalhos sobre a obra desse intelectual há<br />
50 anos esquecido. Muito obrigada.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 156
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 157<br />
O Corpus Juris Civilis, de 1478:<br />
da historicidade do incunábulo à salvaguarda<br />
da memória impressa – os papéis da Restauração*<br />
Carmem Lucia da Costa Albuquerque<br />
Conservadora e Restauradora da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />
* Trabalho apresentado no X Congresso da Associação Brasileira de Con servadores-<br />
Restauradores de Bens Culturais - Abracor, realizado na cidade de São Paulo, em novembro<br />
de 2000, e publicado originalmente nos Anais do Congresso.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 158
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 159<br />
Oobjetivo deste estudo é apresentar todo o processo de restauração, da<br />
encadernação e do suporte da informação impressa no incunábulo<br />
Corpus Juris Civilis, pertencente à Divisão de Obras Raras da <strong>Fundação</strong><br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional, de acordo com políticas de preservação consagradas na lite -<br />
ratura técnica e científica.<br />
O processo de restauração eleito foi fundamentado na historicidade da obra;<br />
isto é, na análise do item sob os pontos de vista da sua raridade e da sua materia -<br />
lidade, tendo como valor de referência a sua superfície, a síntese das informa ções<br />
explicitadas por suas condições físicas.<br />
A superfície da obra – sua extensão e dimensões, envolve materiais e aspectos<br />
físicos de caráter múltiplo, relativos à parte escrita (disposição do texto, tinta, co -<br />
res, papéis, marcas d’água), ao envoltório (pranchas, couros, ornamentos, costu ras,<br />
cordas), e a aspectos peculiares, tais como: marcas de propriedade, anota ções<br />
manuscritas, marcas de uso e de leitura.<br />
Em face do valor histórico e documental da obra, a restauração impôs-se como<br />
o meio de ampliar a longevidade da informação registrada, salvaguardando o suporte<br />
original.<br />
HISTORICO<br />
A obra Corpus Juris Civilis foi impressa em Basiléia, Suíça, por Michael Wenssler,<br />
em 31 de julho de 1478.<br />
A expressão corpus Juris significa corpo do Direito, isto é, todo o conjunto de<br />
reformas legislativas feitas no tempo do imperador Justiniano (c. 483-565).<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 160<br />
160<br />
Justiniano promoveu mudanças na legislação do Império Bizantino, optando<br />
por fazer uma compilação sistemática de todas as constituições imperiais. O novo<br />
código foi promulgado em 16 de abril de 529. Em 534 houve nova revisão, que<br />
apareceu sob a forma de 2ª edição – esta versão foi a única que chegou aos nossos<br />
dias.<br />
A obra foi publicada, inicialmente, em latim e, depois, traduzida para o grego.<br />
As primeiras partes do código de Justiniano foram impressas numerosas vezes,<br />
tanto separadas quanto reunidas, formando uma coletânea denominada Corpus<br />
Juris Civilis.<br />
O governo de Justiniano I, o Grande Imperador do Oriente (527-565), foi<br />
notável principalmente por três motivos: pelas grandes construções arquitetônicas,<br />
pelos êxitos militares que alcançou e pelo código que compilou.<br />
A obra em análise, impressa no ano de 1478, por Michael Wenssler, na cidade<br />
de Basiléia (Suíça), é um dos preciosos incunábulos da coleção da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional brasileira, tem 105 folhas numeradas, precedidas por uma sem nume -<br />
ração, não apresenta assinaturas e traz a marca do impressor, no <strong>final</strong>. Trata-se<br />
de um in-fólio, com 41,5x29 cm (Figura 1).<br />
O texto está em latim, em caracteres góticos, arranjado em duas colunas, com<br />
comentários sobrepostos também em duas colunas; é impresso em preto, com<br />
capitulares, títulos de partida e parte do texto rubricados.<br />
Entre as características exteriores à obra, isto é, aquelas que foram inseridas<br />
ao longo da história do exemplar específico, destacam-se: algumas notas manus -<br />
critas às margens, em tinta ferrogá -<br />
lica e letra de época; e o sinete do<br />
Santo Ofício.<br />
Todo o processo de restauração,<br />
tanto da encadernação quanto do<br />
papel, foi condicionado à pesquisa<br />
bibliográfica, em fontes específicas,<br />
para constatação da raridade e im -<br />
por tância histórica da obra; e à<br />
pes quisa bibliológica – a análise do<br />
do cumento, página a página, para<br />
re gistro de suas características origi -<br />
nais e atribuídas.<br />
Colofão rubricado do Corpus Juris Civilis, com a<br />
marca do tipógrafo.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 161<br />
SOBRE A RESTAURA²AO DA ENCADERNA²AO<br />
A encadernação é original, inteira de couro, com perda de lombada, típica do estilo<br />
monástico, do século XV (Figura 2).<br />
As capas de madeira foram cobertas de couro marrom tingido e gravado a<br />
seco, com vinhetas diversas e fechos de metal dourado, estilizados.<br />
O <strong>miolo</strong> foi fixado às pranchas, pela lombada, com nervos de cânhamo.<br />
Sobre o revestimento gravado, foram aplicadas cantoneiras e um camafeu central<br />
em chifre, provavelmente, de boi (Figura 3). Este modo de ornamentação<br />
era uma prática entre os monges do Medievo que, ajudados por gravadores, fize -<br />
ram as primeiras aplicações de enfeites, gravando ferros ou prensando sobre o<br />
couro pranchas de madeira com desenhos, nomeados como “ferros monásticos”.<br />
A técnica de gravação no couro consistia em apertar de leve as pranchas de<br />
madeira sobre o couro previa -<br />
men te umedecido, de onde pro -<br />
vém o nome de “de co rado a frio”.<br />
Os ferros góticos, monásticos,<br />
foram os ornamentos utilizados<br />
nos livros im pres sos nos primei -<br />
ros 50 anos desde o advento da<br />
tipografia, chamados incuná bu -<br />
los, ou seja, o livro da prototipo -<br />
grafia, artesanal, característico da<br />
fase em que a arte tipográfica se<br />
achava em seu estágio inicial.<br />
Na encadernação do Corpus<br />
Juris Civilis, constam gravadas a<br />
ferro sobre o couro as seguintes<br />
imagens-símbolos:<br />
a) águia: muito difundida<br />
como animal-símbolo, geral mente,<br />
associado com o sol e o céu,<br />
eventualmente também com o<br />
raio e o trovão; seu poder simbólico<br />
era atribuído, sobretudo,<br />
à sua força e resistência. A águia,<br />
tida como rainha das aves, já na<br />
161<br />
NOALTO: Encadernação original toda em couro, com<br />
perda de lombada. Século XV.<br />
ACIMA: Detalhe do revestimento da encadernação, com<br />
aplicação de cantoneiras em chifre e fecho de metal.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 162<br />
162<br />
Antigüidade era considerada como o símbolo do real e do divino. Na Bíblia, era<br />
utilizada como símbolo de Deus Todo-Poderoso. Foi adotada por muitos encadernadores,<br />
sendo, inclusive, o símbolo de Napoleão;<br />
b) leão: considerado o “rei dos animais” da Terra, ao lado da águia, a “rainha<br />
das aves”, é um símbolo muito difundido, quase sempre, com significado solar<br />
ou estritamente ligado à luz, devido, entre outras coisas, a sua força, a sua cor amarela<br />
e à juba radiante que envolve sua cabeça. As características do animal, de forte teor<br />
simbólico, são a coragem, a ferocidade e uma suposta sabedoria. A representação do<br />
leão nos tronos e nos palácios dos soberanos designa poder e justiça;<br />
c) flor-de-lis (= flor de lírio): este símbolo representa uma estilizada “flor de<br />
lírio” e assume muitos significados. Tradicionalmente, tem sido usada para repre -<br />
sentar a realeza francesa. Diz-se que designa a perfeição, a luz e a vida. No século<br />
XII, o rei Luís VI, ou Luís VII, foi o primeiro monarca a usar a flor-de-lis em<br />
seu escudo. No século XIV, a flor-de-lis foi aos poucos incorporada às insígnias<br />
de família, que eram bordadas sobre o manto dos cavaleiros. A Igreja Católica<br />
Romana utiliza o lírio como um emblema de pureza, associado à Virgem Maria.<br />
Devido às suas três pétalas, a flor-de-lis também tem sido usada para representar<br />
a Santíssima Trindade;<br />
d) florões: ferros como rosetas e palmeiras (adorno em forma de palmas), ins -<br />
pirados na flora.<br />
Para a restauração da encadernação do incunábulo, foi adotada a seguinte<br />
rotina:<br />
1) limpeza a seco das capas de madeira com trincha, para remoção de poeira<br />
e outras sujidades;<br />
2) hidratação com produto Leather Dressing, em face do péssimo estado de<br />
conservação do couro;<br />
3) retoques com tinta Enigma, cor marrom, para amenizar arranhões e ou tras<br />
abrasões;<br />
4) enxerto com couro de cabra, tingido, nas áreas faltantes;<br />
5) remoção das folhas de guarda e de películas de pergaminho coladas sobre<br />
a madeira, utilizadas para o nivelamento das capas. Devido ao adiantado estado<br />
de degradação destes materiais, não foi possível o seu reaproveitamento. A remoção<br />
das folhas de guarda foi realizada com água, álcool e cola Metilan. As guar -<br />
das originais foram substituídas por guardas em papel artesanal, moderno;<br />
6) retirada dos nervos de cânhamo originais (Figura 4). O estado de deterio -<br />
ração do material justificou a sua retirada. Na ocasião, verificou-se que os nervos<br />
eram fixados por uma cavilha de madeira e nivelados com gesso (Figura 5);<br />
7) costura, do <strong>miolo</strong> à encadernação, com novos nervos;<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 163<br />
8) confecção e inserção de nova<br />
lombada, em estilo de época, em<br />
face da ausência da original. A nova<br />
lombada foi confeccionada, relevando<br />
os padrões considerados<br />
pelo encadernador original.<br />
Foram utilizados, nesse processo,<br />
os seguintes materiais:<br />
a) couro de cabra nacional, tin -<br />
gido com tinta Enigma marrom,<br />
aproximando-se ao máximo da cor<br />
original;<br />
b) cola de amido PH 7, de fabri -<br />
cação nacional;<br />
c) corda de cânhamo neutro,<br />
com 12 fios, importada da Espa -<br />
nha, para os ner vos e como suporte<br />
para bordar o cabeceado;<br />
d) fio de cânhamo neutro, importado<br />
da Espanha, para bordar<br />
o cabeceado com três fios;<br />
e) folhas de guardas em papel<br />
reciclado, confeccionado no Labo -<br />
ratório de Restauração da Fun da -<br />
ção <strong>Biblioteca</strong> Nacional;<br />
f) tarlatana, importada da Es pa nha, para complemento da susten tação das pranchas<br />
na lombada; e<br />
g) linha de linho nº 20, de fabri cação francesa.<br />
DA RESTAURA²AO DO PAPEL<br />
163<br />
NOALTO: Retirada dos nervos de cânhamo originais.<br />
ACIMA: Nervos fixados por cavilhas e nivelados com<br />
gesso.<br />
O papel, utilizado como supor te da impressão, é tipicamente artesanal: de textura<br />
áspera e, por ve zes, macia, sua superfície é desigual, com tendência a mais espesso<br />
que fino. O amarelecimento provocado pelo tempo atribuiu ao suporte um<br />
aspecto “antigo”, que não inviabilizou a leitura das marcas d’água praticadas. O<br />
uso da marca d’água, elemento de identificação do papeleiro, começou no <strong>final</strong><br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 164<br />
do século XIII, e desde esta época os papéis sem marca d’água são muito raros.<br />
As marcas d’água diferem, entre si, e cada uma delas tem sua história.<br />
Na obra em análise, ocorre uma das mais significativas marcas d’água do período:<br />
a cabeça de touro (Figura 6).<br />
A cabeça de touro, uma das primeiras marcas d’água de animal, começou a<br />
aparecer em 1310 e foi o emblema favorito dos fabricantes de papel por 200 anos.<br />
Algumas vezes, foi usada sem acessórios, mas, de modo geral, é encontrada sobreposta<br />
por uma cruz latina, pela rosa de bliss, isto é, a rosa da felicidade, de<br />
bem-aventurança; por uma meia-lua; uma coroa; ou outros símbolos.<br />
Marcas-d’água verificadas na obra.<br />
164<br />
A figura da cabeça do touro cheia de adereços não era tão comum quanto a<br />
cabeça representada sozinha. O touro designa paciência e força e, em alguns escritos<br />
antigos, é interpretado como símbolo do sacrifício de Cristo, bem como<br />
de profetas, apóstolos e santos; era, também, a representação de todos aqueles<br />
que, pacientemente, trabalhavam em silêncio para o bem dos outros.<br />
Para a restauração do papel utilizado no incunábulo, foi adotada a seguinte<br />
rotina:<br />
1) limpeza mecânica, folha a folha, com trincha e pó de borracha, para a remo -<br />
ção de sujidades superficiais;<br />
2) tratamento aquoso, com banho por imersão. Para a efetivação desse tratamento,<br />
foram realizados testes de solubilidade de tintas do texto e das capitais<br />
coloridas em 3 etapas:<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 165<br />
a) com água deionizada,<br />
b) com água deionizada e álcool a 50%, e<br />
c) com hidróxido de cálcio.<br />
Os resultados dos testes foram negativos. A resistência do papel de trapo utili -<br />
zado na obra permitiu o uso seguro desta técnica. As folhas foram lavadas com<br />
a proteção de tela de nylon Monyl.<br />
3) desacidificação, com uso de hidróxido de cálcio. As folhas foram postas<br />
para secar em temperatura ambiente;<br />
4) obturação das áreas de perda de suporte com uso de Máquina de Obturação<br />
de Papel (MOP);<br />
5) reencolagem das folhas, com cola Metilan;<br />
6) remontagem dos cadernos, conforme o padrão descrito na Ficha de Des -<br />
monte e Relação de Cadernos, praticada no Laboratório de Restauração da Fun -<br />
da ção <strong>Biblioteca</strong> Nacional;<br />
7) planificação leve, para acomodação dos cadernos recompostos (Figuras 7<br />
e 8).<br />
Foram utilizados, nesse processo, os seguintes materiais:<br />
a) polpa de eucalipto branqueado,<br />
b) cola Metilan, para reencolagem,<br />
c) papel japonês, de 9 gramas, para reforçar a lombada e efetuar pequenos<br />
reparos,<br />
d) corante castanho solar, SLN 60%, fabricado pela Sandoz, e<br />
e) hidróxido de cálcio PA.<br />
CONCLUSAO<br />
165<br />
A literatura específica não relata práticas e teorias que fundamentem um padrão<br />
para a restauração de incunábulos. A higienização e a salvaguarda têm sido as<br />
opções recomendadas. No entanto, as condições físicas oferecidas pelo item, após<br />
500 anos de guarda, impunham a adoção de um procedimento baseado em uma<br />
realidade que só poderia ser revelada após a interferência de um restaurador.<br />
A restauração não constituiu um pré-requisito para a salvaguarda; mas foi considerada<br />
necessária para a garantia de qualidade do suporte e de acesso à informa -<br />
ção – o que justifica, por si, a opção pela restauração.<br />
A restauração da encadernação e do papel foi definida a partir da associação<br />
dos fundamentos da Preservação e da Documentação, de modo a viabilizar o ar ma -<br />
zenamento, adequado à antigüidade e raridade do documento, sob a perspectiva da<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 166<br />
166<br />
longevidade e da salvaguarda da informação registrada. A restauração implemen -<br />
ta da, portanto, tem padrão de qualidade arquivística; isto é, tem a propriedade<br />
de reduzir o impacto do ambiente e do manuseio e é resistente à deterioração –<br />
protege e apóia, fisicamente, o documento como um todo.<br />
Nessa questão, preponderou a política de preservação praticada na <strong>Fundação</strong><br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional: a restauração e o acondicionamento da obra em condições de<br />
NO ALTO:O Corpus Juris Civilis, antes da restauração.<br />
ACIMA: O Corpus Juris Civilis, depois da restauração.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 167<br />
acesso restrito, de modo a viabilizar a sua consulta exclusivamente naqueles casos<br />
em que a mesma informação, transferida para outro suporte (microfilme, fotografia,<br />
digitalização), não seja suficiente para satisfazer as necessidades do pesquisador.<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
167<br />
ATKINSON, Ross W. Seleção para preservação : uma abordagem materialística. In:<br />
BECK, Ingrid (Coord.). Planejamento de preservação e gerenciamento de programas.<br />
Trad. de José Luiz Pedersoli Jr. Rio de janeiro: Projeto conservação preventiva em<br />
bibliotecas e arquivos : Arquivo Nacional, 1997. 46 p. p. 11-22.<br />
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Catálogo de incunábulos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. 2.<br />
ed. rev. Rio de Janeiro: <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, 1998. p. 99.<br />
BIEDERMANN, Hans. Dicionário ilustrado de símbolos. Trad. de Glória Paschoal de<br />
Camargo. São Paulo: Melhoramentos, 1993. 480 p.<br />
CASTELO BRANCO, Zelinda. Encadernação: história e técnica. São Paulo: HUCITEC,<br />
1978. 175 p.<br />
DEVAUX, Yves. Dix siècles de reliure. Paris: Pygmalion, 1977. 398 p.<br />
ENCICLOPÉDIA universal ilustrada europeo-americana. Barcelona: Hijos de J. Espasa,<br />
s.d. v. 28, pt. 2, p. 3250.<br />
GESAMTKATALOG der Wiegendrucke. Leipzig: Karl W. Hiersemann, 1925-1938.<br />
Ref. 7597.<br />
GRAESSE, Jean George Théodore. Trésor des livres rares et précieux, ou Nouveau dictionnaire<br />
bibliographique... Dresden: R. Kuntzc, 1859-69. t.3, p. 504.<br />
HAIN, Ludovic. Repertorium bibliographicum in quo libri omnes ab arte typographica inventa<br />
usque ad onnum MD... Milano: Görlich, 1948. ref. 9507.<br />
HUNTER, Dard. Papermaking; the history and technique of an ancient craft. New York,<br />
Dover Publications, 1974. 662 p. il. 270-273: Ancien watermarks; six and a half centuries<br />
of mystic simbols.<br />
IFLA Core Programme for Preservation and Conservation (PAC): publications and papers:<br />
IPI n° 1 - “IFLA Principles for the Care and Handling of Library Material”.<br />
Disponível em http://ifla.org/VI/4/pubs.htm. Acesso em 07 ago. 2000.<br />
LEXIKON, Hecler. Dicionário de símbolos. Trad. Erlon José Paschoal. São Paulo: Cultrix,<br />
1990. 211p. il.<br />
MELO, Arnaldo Faria de Ataíde. O papel como elemento de identificação. Lisboa : <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional, 1926. 103 p. il.<br />
NOUVELLE biographie générale. Paris: F. Didot, 1852-66. t. 27, p. 311-331.<br />
OGDEN, Sherelyn. Caderno técnico: armazenagem e manuseio. Coord. Ingrid Beck; trad.<br />
Elizabeth Larkin Nascimento [e] Francisco de Castro Azevedo. Rio de Janeiro: Projeto<br />
conservação preventiva em bibliotecas e arquivos : Arquivo Nacional, 1997. 46 p. p.<br />
13-15: A escolha de invólucros de qualidade arquivística para armazenagem de livros<br />
e documentos.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 168<br />
168<br />
PANZER, Georgius Wolfgang. Annales typographici ab artis inventae origine ad onnum<br />
MD post Maitairii Denish. Norimbergae: J. E. Zeh, 1793-1803. v.1, p. 149 (nº 15).<br />
ROBERTS, Matt T.; ETHERINGTON, Don. Bookbinding and the conservation of books:<br />
a dictionary of descriptive terminology. Washington: Library of Congress, 1982.<br />
296 p. il.<br />
ESPECIALISTAS CONSULTADOS<br />
Alexandre Emerick – conservador e restaurador, mestrando em História da Arte;<br />
Ana Virginia Pinheiro – bibliotecária da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, especialista<br />
em obras raras e mestre em Administração Pública; Fernando Amaro – conservador<br />
e restaurador da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional; Lúcia Carva lho – conser vadora<br />
e restauradora; Maria Aparecida de Vries Mársico – conservadora e restauradora<br />
da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, mestranda em História da Arte; Vera Lucia<br />
Miranda Faillace – bibliotecária da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, especialista<br />
em obras raras e em análise, descrição e recuperação da informação – e a equipe<br />
do Laboratório de Restauração da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional – técni cos,<br />
restauradores, encadernadores, efetivos e autônomos, que, direta e obje tiva mente,<br />
contribuem para o progresso da restauração no Brasil.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 169<br />
Inventário analítico do<br />
Arquivo Darci Damasceno<br />
SUPERVISAO<br />
Ana Lúcia Merege Correia<br />
Identificação e descrição<br />
Magaly da Silva Lopes<br />
FOTOGRAFIAS<br />
Supervisão<br />
Mônica Carneiro Alves<br />
Identificação e descrição<br />
Cristiane Zumpichiatti dos Santos<br />
Magaly da Silva Lopes<br />
PRE-INVENTARIO<br />
Ana Regina de Castro<br />
Cíntia Cecília Barreto<br />
Clara Maria Ferreira Santos
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 170
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 171<br />
UM BRILHANTE BARNABE*<br />
Darci Damasceno era um estudioso apaixonado. Autor de diversas obras<br />
dedicadas à literatura, foi também chefe da Divisão de Manuscritos –<br />
então Seção de Manuscritos – durante 30 anos. Foi meu chefe e o res -<br />
pon sável por minha entrada no serviço público, então como estagiária selecionada<br />
pelo coordenador que decidira incluir na equipe um estudante de Ciências Sociais.<br />
Foi ele que me mostrou pela primeira vez um Livro de Horas, e que me fez<br />
chegar à faculdade naquele dia encantada e lisonjeada por merecer tamanha honra<br />
de manusear um livro do cofre. E foi ele também que me ensinou – não com<br />
palavras, mas com atos – a tratar estagiários como futuros profissionais, que desenvolvem<br />
um trabalho importante e cujas ponderações e considerações técnicas<br />
merecem todo respeito e atenção.<br />
Não entregava nada pronto, não dava ordens a serem executadas, mas orientava<br />
sobre a melhor maneira de obter os resultados esperados. Fazia isso a partir<br />
de “inspeções periódicas” ao serviço, durante as quais se sentava a meu lado e<br />
analisava as “fichas” produzidas e respondia às minhas perguntas com indicações<br />
das obras de referência onde poderia encontrar as respostas. Nunca me deu o<br />
peixe, mas me ensinou a pescar.<br />
Conhecia o acervo sob sua guarda como poucos. Muitos anos depois, ao assumir<br />
a chefia da Divisão e começar a mapear o acervo para construir o Guia de<br />
Coleções, pude perceber que em quase todas as pastas de documentos que integram<br />
* A equipe da Divisão de Manuscritos dedica este trabalho à memória do professor Darci<br />
Damasceno.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 172<br />
172<br />
o acervo manuscrito havia uma anotação sua, indicando um procedimento ou<br />
acrescendo um comentário. No arquivo da Divisão encontrei mais tarde o<br />
mesmo mapa, que estava construindo no meu editor de textos informatizado,<br />
todo manuscrito por Darci e refletindo a distribuição do acervo à época de<br />
sua produção.<br />
Paralelamente a sua atividade literária, como ensaísta e poeta, controlava sua<br />
equipe com mão de ferro, estalando os dedos diante daqueles que permaneciam<br />
muito tempo diante de um documento com um olhar perdido em outros pensa -<br />
mentos. Nada lhe escapava, nem no conteúdo do acervo pelo qual era responsá -<br />
vel nem na composição da equipe que coordenava.<br />
Apesar de atuar na área de Letras, teve a preocupação de diversificar a forma -<br />
ção da equipe com profissionais de História e Ciências Sociais que poderiam<br />
tratar o grande acervo histórico da Divisão de Manuscritos.<br />
O Arquivo Darci Damasceno se constitui basicamente de seu arquivo técnico,<br />
ou seja, suas anotações, rascunhos e cópias de trabalhos feitos ou a fazer, e<br />
correspondência sobre esses trabalhos. Não revela a pessoa Darci Damasceno,<br />
mas revela o pesquisador minucioso, que coletava e compilava qualquer informa -<br />
ção disponível e reuniu importantes registros sobre os estudos que realizou. Dentre<br />
estes registros, destacam-se – além, é claro, daqueles relativos a Cecília Meireles,<br />
de valor inestimável – as anotações e textos sobre o Conservatório Dramático<br />
Brasileiro e a censura no século XIX, a Flora Fluminense do frei José Mariano<br />
da Conceição Velloso e a obra de Gregório de Matos.<br />
Algumas anotações são registradas no verso de formulários administrativos,<br />
como os temidos B.O.s (boletins de ocorrência) que, na década de 60, serviam<br />
para justificar os atrasos dos funcionários junto às chefias, demonstrando que qualquer<br />
oportunidade era aproveitada para registrar idéias de possíveis trabalhos.<br />
A convivência da criação literária com a função pública não é privilégio apenas<br />
de Darci Damasceno, mas foi a realidade de diversos nomes da literatura nacional,<br />
como Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis e Artur Azevedo,<br />
entre outros. Lima Barreto rascunhava seus contos, crônicas e novelas nas folhas<br />
de papel timbrado do Ministério da Guerra, onde era escriturário. Todos esses<br />
personagens têm seus documentos na Divisão de Manuscritos, mas nenhum foi<br />
tão intimamente ligado a ela quanto seu chefe por 30 anos: Darci Damasceno,<br />
mais um brilhante barnabé.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
Carmen Tereza Moreno<br />
Coordenadora do Acervo Especial
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 173<br />
Imagens do Arquivo
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 174<br />
Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes,<br />
em fotografia feita na década de 1950. Arquivo Darci Damasceno.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 175<br />
Sarasvati! Publicado na revista Fon-Fon, em julho de 1926, este poema pertence à fase oriental<br />
de Cecília Meireles, de cuja obra Darci Damasceno foi um dos maiores estudiosos.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 176<br />
Cópia do poema À minha mãe, de Álvares de Azevedo, ilustrado pelo autor (o original<br />
também está na Divisão de Manuscritos). Arquivo Darci Damasceno.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 177<br />
Darci Damasceno estabeleceu o texto original de vários poemas de Gregório de Matos, o<br />
“Boca do Inferno”. Esta folha de rosto pertence ao código conhecido como “rústico”.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 178<br />
Folha de rosto da primeira edição de Memórias de um sargento de milícias, uma das obras da<br />
literatura brasileira estudada por Darci Damasceno. O autor, Manuel Antônio de Almeida,<br />
preferiu o anonimato, apresentando-se como “um brasileiro”. Arquivo Darci Damasceno.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 179<br />
Plantas fluminenses, obra organizada por Darci Damasceno e publicada em 1976 pela <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional: estudos feitos no século XVIII pelo naturalista brasileiro frei José Mariano da<br />
Conceição Veloso, com desenhos de João Francisco Muzzi.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 180<br />
Prensa para espremer o anil: estampa de Jerônimo Vieira de Abreu, integra o projeto de uma<br />
fábrica de anil na praia de Santa Luzia, no Rio de Janeiro (século XVIII). Darci Damasceno<br />
fez a transcrição do códice onde está o projeto.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 173<br />
APRESENTA²AO<br />
173<br />
O inventário dos documentos do arquivo do professor e ex-funcionário da Biblio -<br />
teca Nacional Darci Damasceno é mais um dos resultados do Programa de Or -<br />
ganização e Descrição de Acervos, que já produziu inventários para cerca de 30<br />
conjuntos documentais. Ele está organizado em seis subconjuntos documentais<br />
– correspondência, fotografias, impressos, originais, rascunhos e fotocópias –, a res -<br />
peito do que cabem duas observações.<br />
1º) Por se haver levado em conta o suporte em que se encontram os documen -<br />
tos, a série fotografias e alguns dos documentos da série impressos estão fisica mente<br />
separados dos demais. As planilhas da série impressos que dizem respeito a livros<br />
passaram a integrar a base IMP, enquanto aquelas que se referem a perió dicos,<br />
artigos e partes de publicações estão organizadas em ordem topográfica na base<br />
MSS.<br />
2º) As séries originais e rascunhos se referem, ambas, à produção pessoal de<br />
Darci Damasceno; mas, enquanto a primeira diz respeito aos originais, manus -<br />
critos ou datilografados, de trabalhos praticamente já prontos, a segunda compreende<br />
esboços iniciais, anotações, notas bibliográficas e outros papéis esparsos que<br />
se procurou reunir a partir de um tema e de um período de produção comuns.<br />
Ao <strong>final</strong> do inventário, encontrar-se-ão um índice temático e um onomástico,<br />
remetendo para a notação do documento. O vocabulário se aproxima o máximo<br />
possível dos termos autorizados pelo Departamento de Processos Técnicos da<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
Ao disponibilizar este inventário, o que se pretende é proporcionar ao usuário<br />
um acesso mais rápido e, acreditamos, mais preciso às ricas informações contidas<br />
no Arquivo Darci Damasceno.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 174<br />
DIVISAO DE MANUSCRITOS<br />
GUIA DE COLE²OES 3/4 FICHA TECNICA<br />
Fundo/Coleção: Darci Damasceno<br />
Datas-limite: 1846-1987<br />
Histórico: Darci Damasceno nasceu em Niterói (RJ) em 2 de agosto de 1922 e<br />
morreu na cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 1988. Licenciado em Letras pela<br />
PUC/RJ, foi tradutor, ensaísta e poeta. Dirigiu a revista Ensaio, ao lado de Fausto<br />
Cunha e Afonso Félix de Sousa. Funcionário público, chefiou a Divisão de Manus -<br />
critos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional (1952-1982). Publicou, entre outras obras: Poemas<br />
(Pongetti: Rio de Janeiro, 1946); Catálogo e transcrição de Freire Alemão (Anais da<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional, v. 81, em colaboração com o professor Waldir da Cunha; Cecília<br />
Meireles, o mundo contemplado (Orfeu: Rio de Janeiro, 1967). Seu arquivo constitui-se<br />
em expressiva fonte de informações sobre o contexto histórico-literário brasileiro<br />
do século XVII ao XX, reunindo documentos acumulados durante a rea lização de<br />
estudos literários e organizados em séries de acordo com a tipologia docu mental:<br />
correspondência, fotografias, impressos, originais, rascunhos e fotocópias.<br />
Forma de entrada: doação<br />
Data de entrada: 29 out. 1990<br />
174<br />
Origem: Zenilda Damasceno, viúva do titular<br />
Conteúdo: Referências bibliográficas. Estudos sobre diversos autores, dentre os<br />
quais Cecília Meireles, Gregório de Matos, Martins Pena e Manuel Antônio de<br />
Almeida. Anotações sobre textologia, codicologia e estilística. Correspondência<br />
diversa. Artigos de periódicos. Estudos sobre o teatro e a censura no Brasil.<br />
Anotações para publicações sobre o Rio de Janeiro, Freire Alemão e transcrição<br />
de códices sobre o anil e produtos do Piauí.<br />
Quantificação: 655 documentos; 67 fotografias<br />
Localização: armário 26<br />
Acesso: reprodução condicionada aos termos da Lei nº 9.610, de 19/2/1998<br />
(“Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras pro -<br />
vidências”).<br />
Instrumentos de pesquisa: BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Inventário do<br />
Arquivo Darci Damasceno. Rio de Janeiro: Divisão de Manuscritos, 1998.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 175<br />
CORRESPONDÊNCIA<br />
Datas-limite: 1960-1987<br />
Conteúdo: correspondência ativa e passiva do titular. Trata-se, na maior parte,<br />
de cartas de Heitor Grillo, referentes à edição de obras de Cecília Meireles.<br />
Quantificação: 36 documentos<br />
175<br />
1. SUBLIGA MINEIRA PRÓ-ESTADO LEIGO DE JUIZ DE FORA. Carta<br />
a Darci Damasceno convidando-o para uma conferência e um comício público<br />
no Teatro Central, tratando de questões da renovação educacional. Juiz de Fora,<br />
17/11/1961. N. p. Original. Datilografado. Carta assinada por Manuel Raimundo<br />
da Paz Filho, presidente da subliga, e outros membros do conselho diretor.<br />
26,1,1<br />
2. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno convidando-o a visitar a casa da<br />
Rua Smith Vasconcelos, 30, que foi de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 13/5/1965.<br />
1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,2<br />
3. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno pedindo-lhe que oriente a irmã<br />
Maria Imaculada Ilárraz, em sua pesquisa para a tese sobre a obra de Cecília<br />
Meireles. Rio de Janeiro, 8/2/1966. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,3<br />
4. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando sua colaboração na<br />
coordenação do lançamento da segunda edição pela Editora Aguilar da Obra<br />
poética, de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 19/7/1966. 1 f. Original. Datilo -<br />
grafado. Sem envelope.<br />
26,1,4<br />
5. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno pedindo-lhe opinião sobre qual<br />
versão dar ao poema “Fecharam-se as casas...”, de Cecília Meireles. Rio de Janeiro,<br />
6/9/1966. 1 f. Original. Datilografado. Convite manuscrito a tinta de Heitor<br />
Grillo a Darci Damasceno para um almoço. Anotações de Darci Damasceno no<br />
envelope.<br />
26,1,5<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 176<br />
176<br />
6. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando-lhe que envie uma<br />
relação das melhores antologias de poetas do Brasil, para tradução na França. [S.<br />
l.], 12/9/1966. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,6<br />
7. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno sobre as duas cópias datilografadas<br />
de “O estudante...” para que se estabeleça a forma como deve ser publicado em<br />
livro. Rio de Janeiro, 2/12/1966. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,7<br />
8. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno avisando-lhe que um caderno de<br />
poesias de Cecília Meireles já está copiado e que aguarda oportunidade de encaminhá-lo<br />
para o preparo do texto definitivo. Rio de Janeiro, 27/2/1967. 1 f.<br />
Original. Datilografado.<br />
26,1,8<br />
9. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno pedindo-lhe auxílio na correção<br />
de prováveis erros encontrados na revisão da Obra poética, de Cecília Meireles.<br />
Rio de Janeiro, 11/4/1967. 2 f. Original. Datilografado. Anotação de Darci<br />
Damasceno. Sem envelope.<br />
26,1,9<br />
10. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno avisando-lhe que o poema “Vôo”,<br />
de Cecília Meireles, dedicado a ele, sairá na segunda edição da Obra poética. Em<br />
anexo o poema. [S. l.], 15/5/1967. 2 f. Original. Datilografado. Manuscrito a<br />
tinta de Heitor Grillo. Sem envelope.<br />
26,1,10<br />
11. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno desculpando-se por não poder esperar,<br />
pois teria que ir ao cais do porto aguardar a chegada de Gisele Slezinger, a<br />
tradutora para o francês dos poemas de Cecília Meireles, avisando que deixa vários<br />
cadernos de poemas. Rio de Janeiro, 24/5/1967. 1 f. Original. Datilo grafado.<br />
26,1,11<br />
12. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno desejando-lhe pronto restabe -<br />
lecimento de saúde e comunicando que voltará de viagem no dia 10 de março<br />
para retomar a obra poética póstuma de Cecília Meireles. Rio de Janeiro,<br />
28/2/1968. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,12<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 177<br />
177<br />
13. DAMASCENO, Darci. Carta a Heitor Grillo contendo um estudo e organização<br />
dos originais da Obra poética, de Cecília Meireles. Rio de Janeiro,<br />
8/10/1968. 3 f. Original. Datilografado.<br />
26,1,13<br />
14. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando colaboração junto<br />
aos bolsistas franceses que deverão vir ao Brasil estudar a obra de Cecília Meireles.<br />
Rio de Janeiro, 26/12/1968. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,14<br />
15. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando resposta quanto à<br />
possibilidade de auxiliar bolsistas franceses interessados em estudar a obra de<br />
Cecília Meireles. [S. l.], 16/6/1969. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
Junto à carta, original da anterior (26,1,14), que tratava do mesmo assunto.<br />
26,1,15<br />
16. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno oferecendo uma cópia do poema<br />
“Morena, pena de amor” e perguntando se o poema que parece ter sido omitido<br />
na pasta de Poemas Infantis deve ser incluído no texto definitivo. Rio de<br />
Janeiro, 10/10/1969. 1 f. Original. Datilografado. Junto à carta original, cópia<br />
do poema citado. Sem envelope. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,16<br />
17. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno dizendo ter mandado o original<br />
e duas cópias de “Morena, pena de amor”, de Cecília Meireles, e que aguarda<br />
opinião sobre o local de inclusão do poema no texto. [S. l.], 28/1/1970. 1 f.<br />
Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,17<br />
18. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno enviando o poema em prosa<br />
“O menino poeta”, de Cecília Meireles, para ser avaliado antes da publicação.<br />
Rio de Janeiro, 14/2/1970. 2 f. Original. Datilografado. Material adicional: Cópias<br />
datilografadas de “O menino poeta”.<br />
26,1,18<br />
19. DAMASCENO, Darci. Carta a Heitor Grillo fazendo sugestões sobre edição<br />
de poesias inéditas de Cecília Meireles e questionando o fato de a imprensa atribuir<br />
a Carlos Drummond de Andrade, revisor da obra, importância semelhante à de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 178<br />
178<br />
Darci Damasceno, que estabelecera o texto. [Rio de Janeiro], 31/3/1970. 1 f.<br />
Cópia. Datilografado.<br />
26,1,19<br />
20. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno explicando e solicitando suges -<br />
tões referentes à edição de poesias de Cecília Meireles, fazendo referência ao seu<br />
trabalho e ao de Carlos Drummond de Andrade. [Rio de Janeiro], 1/4/1970. 1<br />
f. Original. Datilografado. Contém anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,20<br />
21. GRILLO, Heitor. Carta a Darci Damasceno solicitando resposta à sugestão<br />
referente à edição da poesia inédita de Cecília Meireles, fazendo referência ao seu<br />
trabalho e à revisão de Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro, 27/4/1970.<br />
1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,21<br />
22. ÚRSULA C. Postal avisando que foram feitos slides de manuscritos na<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de Janeiro. Alemanha, 22/10/1974. 1 f. Original.<br />
Da ti lo grafado. Em inglês. Sem envelope.<br />
26,1,22<br />
23. MONTE-MOR, Janice de Mello. Carta ao presidente da Academia Brasileira<br />
de Letras solicitando empréstimo da cópia fotográfica da obra de Gregório de Matos,<br />
segundo entendimento com Darci Damasceno, chefe da Divisão de Manuscritos.<br />
Rio de Janeiro, 16/11/1976. 1 f. Cópia. Datilografado. Sem envelope. Cópia destinada<br />
ao arquivo de Darci Damasceno.<br />
26,1,23<br />
24. OLIVEIRA, Sérgio Martins. Questionário enviado a Darci Damasceno pela<br />
Livros Técnicos e Científicos Editora, para o planejamento de futuras atividades<br />
relativas à sua obra. Rio de Janeiro, 5/4/1979. 14 f. Original. Datilografado.<br />
Impresso. Inclui folheto da <strong>Biblioteca</strong> Universitária de Leitura Brasileira. Junto<br />
um cartão de Aileen A. B. Cardoso.<br />
26,1,24<br />
25. REIS, Floriano. Carta a Darci Damasceno com cumprimento por seu desempenho<br />
como chefe da DMSS-BN. Rio de Janeiro, 31/5/1980. 1 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,1,25<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 179<br />
179<br />
26. FUNARTE. Convite para o coquetel de lançamento do livro Batuque, samba<br />
e macumba, texto e ilustrações de Cecília Meireles, no foyer da Sala Cecília<br />
Mei re les. Rio de Janeiro, 25/11/1983. 1 f. Original. Impresso. Eventos em celebra -<br />
ção ao 50º aniversário de exposição de Cecília Meireles a 18/4/1933. Anotações<br />
de Darci Damasceno no envelope.<br />
26,1,26<br />
27. PERES, Fernando da Rocha. Carta do diretor do Centro de Estudos Baianos<br />
(UFBA), enviando livros de Gregório de Matos. Salvador, 29/5/1984. 1 f. Original.<br />
Datilografado. Não possui o envelope original.<br />
26,1,27<br />
28. PERES, Fernando da Rocha. Carta do diretor do Centro de Estudos Baianos,<br />
contendo informações sobre estudos acerca de Gregório de Matos e das fontes<br />
disponíveis. Salvador, 23/10/1984. 2 f. Original. Datilografado.<br />
26,1,28<br />
29. DIMAS, Antônio. Carta a Darci Damasceno agradecendo o envio de críticas<br />
à sua antologia sobre Gregório de Matos. São Paulo, 4/2/1986. 1 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,1,29<br />
30. DIMAS, Antônio. Carta a Darci Damasceno com observações às críticas,<br />
feitas por este, ao livro de Antônio Dimas sobre Gregório de Matos. São Paulo,<br />
28/5/1986. 7 f. Original. Datilografado. Contém fotocópias das notas enviadas<br />
por Darci Damasceno ao autor, que criticam e fazem observações ao seu livro sobre<br />
Gregório de Matos, e ainda fotocópia da ementa e bibliografia de curso de<br />
Antônio Dimas, na USP, sobre literatura brasileira.<br />
26,1,30<br />
31. DIAS, Roberto. Carta do presidente da <strong>Fundação</strong> Gregório de Matos, em<br />
Salvador, na qual pede a colaboração de Darci Damasceno para a seleção de textos<br />
de Gregório de Matos a ser publicados em antologia. Salvador, 21/7/1986.<br />
1 f. Original. Datilografado.<br />
26,1,31<br />
32. PERES, Fernando da Rocha. Carta do diretor do Centro de Estudos Baianos,<br />
convidando Darci Damasceno a participar de um curso intitulado: Gregório de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 180<br />
Matos e Guerra: o Poeta da Controvérsia. Salvador, 19/9/1986. 2f. Original. Da -<br />
ti lografado. 26,1,32<br />
33. PERES, Fernando da Rocha. Carta a Darci Damasceno comunicando a remessa<br />
da ordem de passagem aérea e da reserva de hospedagem em Salvador no dia<br />
da sua palestra. Salvador. 1 f. Original. Datilografado. Sem envelope.<br />
26,1,33<br />
34. PERES, Fernando da Rocha. Dois telegramas do diretor do Centro de Estudos<br />
Baianos confirmando providência para ida de Darci Damasceno a Salvador, a<br />
fim de participar de curso sobre Gregório de Matos. Salvador, 1986. 2 f. Original.<br />
Datilografado. Acompanha rascunho de Darci Damasceno, contendo dados sobre<br />
sua documentação e o número do vôo que o levaria a Salvador.<br />
26,1,34<br />
35. SILVA, Alberto da Costa e. Carta a Darci Damasceno acusando o recebimento<br />
da carta de 30/5/1987 e informando que irá conversar com o adminis -<br />
trador da <strong>Fundação</strong> (Gulbenkian?) logo que ele regressar da Áustria. Lisboa,<br />
15/6/1987. 1 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,35<br />
36. MARIA FERNANDA. Carta a Darci Damasceno da bibliografia de Cecília<br />
Meireles. Rio de Janeiro, 9/11/1987. 1 f. Original. Datilografado. A remetente<br />
da carta provavelmente é a filha de Cecília Meireles, a atriz Maria Fernanda.<br />
26,1,36<br />
IMPRESSOS – ARTIGOS, PERIÓDICOS E FRAGMENTOS<br />
Datas-limite: 1846-1987<br />
Conteúdo: trabalhos de diversos autores sobre literatura, tratando principalmente<br />
de Cecília Meireles, mas também de outros escritores – tais como Machado de<br />
Assis e José de Alencar – e ainda de crítica e história literárias.<br />
Quantificação: 123 documentos<br />
180<br />
37. RÓNAI, Paulo. Um Enigma de nossa História Literária: Gregório de Matos.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 181<br />
181<br />
[S. l.], [s. d.]. 12 p. Outros. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno<br />
texto da Revista do Livro, ano 1, n os 3-4, dezembro de 1956.<br />
26,1,37<br />
38. GROPPER, Symona. Gregório de Matos, A Redescoberta da Poesia como<br />
Arma. Rio de Janeiro, 1973. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil,<br />
Caderno B, Rio de Janeiro, 21/6/1973.<br />
26,1,38<br />
39. MARTINS, Wilson. As Palavras da Moda: Análise da Obra de Lúcia Helena<br />
sobre a Obra de Oswald de Andrade e Gregório de Matos. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />
Original. Impresso. Artigo de jornal.<br />
26,1,39<br />
40. MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Cometografia do padre Antônio<br />
Vieira. [Rio de Janeiro], 1981. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil,<br />
Rio de Janeiro, 15/9/1981, Caderno B, p. 8. Destaca os estudos do padre Antônio<br />
Vieira sobre cometas e fenômenos celestes como sendo a voz de Deus.<br />
26,1,40<br />
41. HOJA informativa de literatura y filologia. Madrid: Fundación Juan March,<br />
1978. 12 p. Original. Impresso. A DMSS-BN possui o nº 61, de junho de 1978.<br />
26,1,41<br />
42. MARTINS, Wilson. Canto Gregoriano. [Rio de Janeiro], 1986. 1 f. Impresso.<br />
Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,<br />
7/9/1986, Caderno B, Especial, p. 11.<br />
26,1,42<br />
43. MARTINS, Wilson. Visões e Revisões. [Rio de Janeiro], [1984]. 1 f. Outros.<br />
Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do Jornal do Brasil,<br />
Rio de Janeiro, 2/6/1984.<br />
26,1,44<br />
44. MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Os Cometas do Quilombo dos<br />
Palmares. [Rio de Janeiro], [1984]. 1 f. Segundo anotações de Darci Damasceno,<br />
artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 27/6/1984.<br />
26,1,45<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 182<br />
182<br />
45. LOPES, Antônio. Gregório de Matos. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 3 f. Original.<br />
Impresso. pp. 110-14.<br />
26,1,46<br />
46. ARTIGO sobre a declaração de princípios dos escritores democratas que compareceram<br />
ao IV Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em Porto Alegre.<br />
[S. l.], 1951. 1 f. Província de São Pedro, dezembro de 1951.<br />
26,1,47<br />
47. MENSÁRIO do Arquivo Nacional. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1980.<br />
28 f. Original. Impresso. Ano 11, nº 3, 1980. Anotações de Darci Damasceno.<br />
Inclui parte de um envelope com o endereço de Darci Damasceno na <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional.<br />
26,2,48<br />
48. TRIGO, Luciano. Historiador das Mentalidades: Entrevista com Michel<br />
Vovelle. [S. l.], 1987. 2 p. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil, 19/9/1987.<br />
26,1,49<br />
49. CECÍLIA Meireles: A Poesia de Miragens. Rio de Janeiro, 1971. 1 f. Original.<br />
Impresso. Artigo do jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 9/11/1971.<br />
26,1,51<br />
50. ÍNDIA: Roteiro Poético com Camões e Cecília. [Rio de Janeiro], 1968. 1 f.<br />
Impresso. Artigo do jornal O Globo, Rio de Janeiro, 23/9/1968.<br />
26,1,52<br />
51. MERQUIOR, José Guilherme. Metal Rosicler: Artigo sobre o livro de Cecília<br />
Meireles. [Rio de Janeiro], 1960. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do<br />
Brasil, Rio de Janeiro, setembro de 1960. Suplemento dominical.<br />
26,1,53<br />
52. CECÍLIA Meireles: A Poesia não Morre Jamais. Rio de Janeiro, 1969. 1 f.<br />
Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil, Caderno B, Rio de Janeiro, novembro<br />
de 1969.<br />
26,1,54<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 183<br />
183<br />
53. MEIRELES, Cecília. Indecisa Solidão. Belém, [1949]. 1 f. Original. Impresso.<br />
Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal Folha do Norte, Belém,<br />
27/11/1949.<br />
26,1,55<br />
54. DANTAS, Ondina. Cecília Meireles. [S. l.], [1964]. 1 f. Original. Impresso.<br />
Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal Diário de Notícias,<br />
12/11/1964.<br />
26,1,56<br />
55. OLIVEIRA, Marly de. Sobre Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 1964. 1 f.<br />
Original. Impresso. Artigo do jornal Correio da Manhã, 16/5/1964, Segundo<br />
Caderno.<br />
26,1,57<br />
56. ANDRADE, Carlos Drummond de. Solombra: artigo de jornal. [S. l.],<br />
[1964].1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo<br />
do jornal Correio da Manhã, 1/3/1964.<br />
26,1,58<br />
57. CHAMIE, Mário. Poesia de Estribilho. [S. l.], [1961]. 1 f. Original. Impresso.<br />
Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal A Noite, 29/4/1961.<br />
26,1,59<br />
58. UMA Voz do Brasil (Cecília Meireles), por Amélia Vilar: Resenha publicada<br />
em jornal. [S. l.], [1965]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci<br />
Damasceno, artigo de 27/5/1965.<br />
26,1,60<br />
59. MACHMAN, Flora. Cecília Meireles: Na Poesia Encontro a Paz Interior.<br />
Entrevista. Rio de Janeiro, 1962. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do<br />
Commercio, 2/9/1962, p. 14.<br />
26,1,61<br />
60. DE CECÍLIA Meireles sobre o Romanceiro da Inconfidência. [Minas Gerais],<br />
1976. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo<br />
do Suplemento Literário de Minas Gerais e data provável de 1976.<br />
26,1,62<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 184<br />
184<br />
61. PÉREZ, Renard. Cecília Meireles, Poeta Maior. Rio de Janeiro: José Álvaro,<br />
1964. 6 p. Original. Impresso. Artigo da revista Leitura, Economia e Política. Rio<br />
de Janeiro, ano 22, n os 83/84, pp. 13-18, jun./ jul./ 1964.<br />
26,1,63<br />
62. MORREU Cecília Meireles. [Rio de Janeiro], 1964. 1 f. Original. Impresso.<br />
Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal O Globo, Rio de Janeiro,<br />
10/11/1964. Faz parte do artigo a última crônica escrita por Cecília Meireles,<br />
publicada no dia 3/9/1964.<br />
26,1,64<br />
63. ANDRADE, Carlos Drummond de. Cecília: Imagens para Sempre. [S. l.],<br />
[1964]. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do<br />
jornal Correio da Manhã, 11/11/1964.<br />
26,1,65<br />
64. AYALA, Walmir. Cecília Meireles, Perfil da Morte, Severo e Obstinado. Rio<br />
de Janeiro, 1964. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal Correio da Manhã,<br />
Rio de Janeiro, 14/11/1964. Literatura.<br />
26,1,66<br />
65. AYALA, Walmir. Um Livro Inédito de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, 1965.<br />
1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 8/5/1965.<br />
26,1,67<br />
66. LA VALE, Meireles. A Interpretação de Roma em Cecília Meireles. Minas<br />
Gerais, 1977. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal Minas Gerais, 1/1/1977.<br />
Suplemento Literário.<br />
26,1,68<br />
67. CONVITE da embaixada americana para o recital de poesias de Cecília Mei -<br />
reles. [Rio de Janeiro], 1965. 1 convite. Original. Impresso.<br />
26,1,69<br />
68. CONVITE de lançamento de uma seleção de “Elegias”, de Cecília Meireles,<br />
pela Edições Alumbramento. [Rio de Janeiro], [1974]. 1 convite. Original. Im -<br />
presso. Homenagem nos 10 anos de falecimento de Cecília Meireles.<br />
26,1,70<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 185<br />
185<br />
69. CONVITE em memória de Cecília Meireles à Sala Cecília Meireles, revivendo<br />
a sua poesia no Romanceiro da Inconfidência. [Rio de Janeiro], 1965. 1<br />
convite. Original. Impresso.<br />
26,1,71<br />
70. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Convite da exposição de livros, dese -<br />
nhos e autógrafos em homenagem à poetisa Cecília Meireles. [Rio de Janeiro],<br />
1974. 1 convite. Original. Impresso. Homenagem nos 10 anos de falecimento<br />
de Cecília Meireles, inclui folha com anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,72<br />
71. CAPA do livro O mundo contemplado. [S. l.], [1967]. 1 f. Original. Impresso.<br />
Segundo anotações de Darci Damasceno, original usado para clichê destinado à<br />
capa do livro de Darci Damasceno sobre Cecília Meireles (1967).<br />
26,1,73<br />
72. NOTÍCIAS DA ÍNDIA. Boletim com artigos sobre numismática, arte, tecno -<br />
logia, política etc... e dois poemas de Cecília Meireles. Rio de Janeiro, Depar ta -<br />
mento Cultural da Embaixada da Índia, 1966. 4 f. Nº 265, novembro de 1966.<br />
Em anexo papéis contendo anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,74<br />
73. ILUSTRAÇÃO de Cecília Meireles para o poema de Cruz e Souza “Caminho<br />
da glória”. [S. l.], [1927]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci<br />
Damasceno, ilustração publicada em Festa, 1927.<br />
26,1,75<br />
74. MEIRELES, Cecília. “Mar absoluto” e outros poemas: página de rosto. Porto<br />
Alegre, Livraria do Globo, 1945. 1 f. Original. Impresso. Dedicatória de Cecília<br />
Meireles no verso da folha de rosto a uma pessoa cujo nome foi apagado. Exemplar<br />
nº 61. Em anexo folhas com anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,76<br />
75. RECORTE de jornal com fotografia de Cecília Meireles e suas auxiliares nos<br />
trabalhos de instalação da <strong>Biblioteca</strong> Infantil no Pavilhão Mourisco. [S. l], [1934].<br />
1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal<br />
A Noite, maio de 1934.<br />
26,1,77<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 186<br />
186<br />
76. SZENES, Arpad. Desenhos do rosto de Cecília Meireles. [S. l.], [s. d]. 5 f.<br />
Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, estudos de Arpad<br />
Szenes de 1942. Em anexo folhas com anotações.<br />
26,1,78<br />
77. CARTÕES com desenho do rosto de Cecília Meireles. [S. l.], [1942]. 17 f.<br />
Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno em folha anexa,<br />
cópias do retrato de Cecília Meireles por Arpad Szenes, em 1942.<br />
26,1,79<br />
78. FERREIRA, Davi Mourão. Cecília Meireles em Portugal: saudação. [Rio de<br />
Janeiro], [1952]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno,<br />
artigo da revista Padrão, Rio de Janeiro, nº 8, pp. 7-8, fevereiro de 1952.<br />
26,1,80<br />
79. MEIRELES, Cecília. Alguns poemas: “Improviso” e três poemas do hospital:<br />
[fragmentos]. Rio de Janeiro, 1951. 3 f. Original. Impresso. Revista Província<br />
de São Pedro, nº 16, dezembro de 1951. Trimestral. Sumário pp. 25-28.<br />
26,1,81<br />
80. LEMME, Pascoal. Carta ao jornal sobre educação e o manifesto dos Pioneiros<br />
da Escola Nova. [S. l.], 1982. 1 f. Original. Datilografado. Coluna “Cartas” [do<br />
Jornal do Brasil], 9/3/1982. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,82<br />
81. GUIA turístico de São João del-Rei com dados históricos. São João del-Rei,<br />
1979. 1 f. Original. Impresso. Anotações de Darci Damasceno e dedicatória de<br />
Cecília Meireles ao dr. Basílio de Magalhães.<br />
26,1,83<br />
82. BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto: folha de rosto e fragmentos.<br />
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. 2 f. Original. Impresso.<br />
Contém folha de rosto e pp. 275-276.<br />
26,1,84<br />
83. MURICY, Andrade. “Luar de inverno” e outros poemas: [fragmentos]. [S. l.],<br />
[1968]. 1 f. Original. Impresso. Revista MEC, nº 41, pp. 15-16, fev./mar. de 1968.<br />
26,1,85<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 187<br />
187<br />
84. MEYER, Augusto. Plenitude: crônica. [Porto Alegre], [s. d.]. 1 f. Original.<br />
Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo de jornal do Diário<br />
de Notícias, Porto Alegre, anos 1920-1930.<br />
26,1,86<br />
85. CAMBARA, Isa. A folclorista Cecília Meireles: o lançamento de um álbum<br />
com 70 aquarelas e textos mostra que, além da poesia, ela também se ocupa do<br />
fol clore afro-brasileiro. [São Paulo], 1983. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal<br />
Folha de S. Paulo, 20/11/1983. Ilustrada. Segundo anotações de Darci Da -<br />
mas ceno, “1933, 1 a fase, folclore e desenhos”.<br />
26,1,87<br />
86. NAVARRO, E. A nossa <strong>Biblioteca</strong>. Artigo sobre a obra Viagem publicada<br />
por Cecília Meireles. [S. l.], [1939]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações<br />
de Darci Damasceno, artigo do jornal O Primeiro de Maio, 21/10/1939.<br />
26,1,88<br />
87. CERQUEIRA FILHO, Gisálio. Educação em 30 e 60. [S. l], [s. d.]. 1 f. Original.<br />
Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, Educação Anos 30.<br />
26,1,89<br />
88. MARTINS, Wilson. Artigos de crítica literária: Ismos Entrecruzados, Três<br />
Gerações Poéticas. [Rio de Janeiro], [1982]. 2 f. Original. Impresso. Segundo<br />
ano tações de Darci Damasceno, artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro,<br />
4/7/1982.<br />
26,1,90<br />
89. ARTIGO sobre o poeta Mário Quintana. Minas Gerais, 1975. 1 f. Original.<br />
Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, “Modernismo, simbolismo”<br />
(de A Forma Secreta, 1965).<br />
26,1,91<br />
90. BATUQUE, samba e macumba, nos poéticos desenhos de Cecília Meireles.<br />
[S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil.<br />
26,1,92<br />
91. MENEZES, Djacir. Resenha sobre a tradução de O quinze, de Rachel de<br />
Queiroz, em alemão. [S. d.], [1929]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 188<br />
188<br />
de Darci Damasceno, Folha Acadêmica, 1929. Dir. prof. Bruno Lobc. Texto lido<br />
na sessão de 2 de outubro de 1978. CFC-Boletim.<br />
26,1,93<br />
92. BRANDÃO, José da Silva. Por que Orientalismo: artigo sobre a distinção<br />
básica entre Oriente e Ocidente. Minas Gerais, 1 f. Original. Impresso. Artigo do<br />
jornal Minas Gerais, 13/5/1976. Suplemento Literário. Segundo anotações de<br />
Darci Damasceno, Oriente, primeira fase (da poesia de Cecília Meireles).<br />
26,1,94<br />
93. OLIVEIRA, Marly de. Lembrança de Cecília. Rio de Janeiro, 1980. 1 f. Ori -<br />
ginal. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 11/11/1980. p. 4,<br />
Caderno B.<br />
26,1,95<br />
94. FERREIRA, Sônia Nolasco. Um Público Americano para a Poesia de Cecília<br />
Meireles. [Rio de Janeiro], 1978. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal O<br />
Globo, Rio de Janeiro, 21/3/1978, p. 33.<br />
26,1,96<br />
95. MEIRELES, Cecília. Ainda o Autor de O Hissope. Belo Horizonte, [195-]. 1<br />
f. Original. Impresso. Artigo do jornal O Diário, Belo Horizonte, 19/9/[195-].<br />
26,1,97<br />
96. VILLAÇA, Antônio Carlos. Da Costa e Silva. Artigo sobre a morte e a obra<br />
do poeta. Rio de Janeiro, 1975. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil,<br />
Rio de Janeiro, 28/6/1975, p. 5, Caderno B.<br />
26,1,98<br />
97. MARTINS, Wilson. Tel qu’en lui-même...: artigo sobre Manuel Bandeira.<br />
[Rio de Janeiro, [1982]. 1 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci<br />
Da masceno, artigo do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17/10/1982.<br />
26,1,99<br />
98. MARTINS, Wilson. Sobre o Modernismo. [Rio de Janeiro], [1983]. 1 f.<br />
Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do Jornal do<br />
Brasil, 20/8/1983.<br />
26,1,100<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 189<br />
189<br />
99. MARTINS, Wilson. Reconstrução do Passado. Artigo sobre a distinção entre<br />
história da literatura e história da cultura. Rio de Janeiro, 1980. 2 f. Original.<br />
Impresso. Artigo destacado por Darci Damasceno no Caderno B “Livro”, guia<br />
semanal de idéias e publicações do Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 26/7/1980,<br />
pp. 9-12.<br />
26,1,101<br />
100. LEMOS, Tite de. Cecília Meireles: Solidão e Silêncio, Área Mágica da Poesia.<br />
Artigo com entrevista a suas filhas nos 10 anos de sua morte. [Rio de Janeiro],<br />
1974. 1 f. Original. Impresso. Artigo do jornal O Globo, 7/11/1974, p. 27.<br />
26,1,102<br />
101. VILLAÇA, Antônio Carlos. Cecília Meireles: A Eternidade entre os Dedos.<br />
Artigo sobre sua obra e os 10 anos de sua morte. Rio de Janeiro, 1974. 1 f.<br />
Original. Impresso. Artigo do Jornal do Brasil, 9/11/1974, Caderno B.<br />
26,1,103<br />
102. MENEZES, Fagundes de. Silêncio e Solidão. Reportagem sobre a vida e<br />
obra de Cecília Meireles. [S. l.], [1953]. 2 f. Original. Impresso. Segundo anotações<br />
de Darci Damasceno em folha anexa, reportagem da revista Manchete, p.<br />
49, 3/10/1953.<br />
26,1,104<br />
103. IGEL, Regina. Despedida à Vida e Acercamento à Morte. Artigo sobre<br />
Cecília Meireles e seu tratamento poético relativo à morte. [S. l.], 1975. 2 f.<br />
Original. Impresso. Artigo destacado por Darci Damasceno no jornal Minas Gerais,<br />
28/6/1978, pp. 5-8. Suplemento Literário.<br />
26,1,105<br />
104. CATÁLOGOS de literatura juvenil e infanto-juvenil da Editora Moderna.<br />
[S. l.], [s. d.]. N. p. Original. Impresso. Destaque de Darci Damasceno para obras<br />
de Cecília Meireles publicadas pela Editora Moderna.<br />
26,1,106<br />
105. DATAS de uma vida breve e obscura. Dados biográficos de Fernando Pessoa.<br />
[S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso.<br />
26,1,107<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 190<br />
190<br />
106. CRONOLOGIA e notas: poemas italianos. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 4<br />
f. Original. Impresso. Anotações de Darci Damasceno, pp. 151-157.<br />
26,1,108<br />
107. ACADEMIA Brasileira: o concurso de poesia 3/4 voto do sr. Fernando<br />
Magalhães. [S. l.], 1939. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Commercio,<br />
4/7/1939. Anotações de Darci Damasceno: “Viagem”.<br />
26,1,109<br />
108. PENA, Martins. O juiz de paz da roça: comédia. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.].<br />
30 f. Original. Impresso. Anotações de Darci Damasceno, pp. 29-56.<br />
26,1,110<br />
109. MACKSEN, Luís. Censura de Black-tie: resenha do livro Censores de pince -<br />
nê e gravata: dois momentos da censura teatral no Brasil, de Sônia Salomão Khéde.<br />
[S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso.<br />
26,1,111<br />
110. MONTELLO, Josué. Retorno a Martins Pena. Artigo sobre a obra de Mar -<br />
tins Pena no contexto da cultura brasileira. [Rio de Janeiro], 1979. 1 f. Original.<br />
Impresso. Anotações de Darci Damasceno do Jornal do Brasil, 5/6/1979.<br />
26,1,112<br />
111. BONFIM, Beatriz. Censores de pincenê e gravata. Artigo sobre a pesquisa de<br />
Sônia Salomão Khéde a respeito da censura teatral no século XIX. [S. l.], [s. d.].<br />
1 f. Original. Impresso.<br />
26,1,113<br />
112. MONTELLO, Josué. A Censura Sempre se Repete. Artigo sobre o livro de<br />
Sônia Salomão Khéde Censores de pincenê e gravata, censura teatral no Brasil no<br />
século XIX. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso.<br />
26,1,114<br />
113. RETRATO de A. de Pinho. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Impresso. Carimbo<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Rio de Janeiro.<br />
26,1,115<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 191<br />
191<br />
114. FOLHAS de rosto da obra Norma: vaudeville jocoso. Rio de Janeiro: Cre -<br />
mière, 1849. 1 f. Original. Impresso. No verso da página de rosto desenho de<br />
The remin do Teatro de São Paulo de Alcântara em 1838.<br />
26,1,116<br />
115. BROCA, Brito. Martins Pena. Artigo sobre a obra Teatro de Martins Pena,<br />
edição crítica de Darci Damasceno. [S. l.], [1957]. 1 f. Original. Impresso. Segundo<br />
anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal Correio da Manhã, 9/3/1957.<br />
26,1,117<br />
116. BÁRBARA HELIODORA. A Evolução de Martins Pena. Artigo sobre a<br />
obra de Martins Pena. 1961. 3 f. Original. Impresso. Artigo destacado por Darci<br />
Damasceno no Jornal do Brasil.<br />
26,1,118<br />
117. NUNES, Cassiano. Definição de Martins Pena. Artigo sobre a edição<br />
crítica das Comédias, de Martins Pena, preparada por Darci Damasceno. Bra -<br />
sília, 1968. 2 f. Original. Impresso. Artigo do jornal Correio Braziliense, Brasília,<br />
20/1/1968.<br />
26,1,119<br />
118. CATÁLOGO de uma preciosa biblioteca de arte, literatura e história. [S.<br />
l.], [s. d.]. Original. Impresso. V. 4. Faltam as primeiras páginas.<br />
26,1,120<br />
119. GRAVURA da Vila de São João de Itaboraí em 1843, publicada no Ostensor<br />
brasileiro, retirada de um livro. No verso esboço de E. Lacerda da casa em que<br />
nasceu Salvador de Mendonça, em Itaboraí. [S. l.], 1845-1846. 1 f. Original. Im -<br />
presso. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Estampa publicada no Ostensor brasileiro,<br />
v. 1, p. 180.<br />
26,1,121<br />
120. PARKER, John M. The Nature of Realism in Memórias de um Sargento de<br />
Milícias. University of Glasgow: Bulletin of Hispanic Studies, 1971. N. p. Original.<br />
Impresso. V. 48, nº 2, abril de 1971. Dedicatória do autor a Darci Damasceno.<br />
26,1,122<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 192<br />
192<br />
121. MELO, Veríssimo de. O conto folclórico no Brasil. Rio de Janeiro: MEC,<br />
1976. N. p. Original. Impresso. (Cadernos de Folclore, 11).<br />
26,1,123<br />
122. TORRE, Guillermo de. Rasgos y caracteres de la novela picaresca. Artigo<br />
so bre a novela picaresca. Buenos Aires, 1954. 1 f. Original. Impresso. Artigo des -<br />
ta cado do jornal La Nación, Buenos Aires, 14/11/1954.<br />
26,1,124<br />
123. DAMASCENO, Darci. Afetividade lingüística nas Memórias de um sargento<br />
de milícias. Rio de Janeiro, 1956. Original. Impresso. Separata da Revista Brasileira<br />
de Filologia, Rio de Janeiro, v. 2, tomo II, dezembro de 1956.<br />
26,1,125<br />
124. DAMASCENO, Darci. Correspondência inédita de Manuel Antônio de<br />
Almeida. [S. l.], [s. d.]. Original. Impresso. Texto na Revista do Livro, pp. 197-<br />
211. Fac-símiles.<br />
26,1,126<br />
125. DAMASCENO, Darci. Alencar e Iracema: Uma Articulação Literária. São<br />
Paulo: <strong>Biblioteca</strong> Mário de Andrade, 1977. Original. Impresso. Separata do Bole -<br />
tim Bibliográfico, nº 38, jul./dez. de 1977.<br />
26,1,127<br />
126. JOSÉ de Alencar: A Consciência Nacional na Literatura Brasileira. São Pau -<br />
lo, 1977. 8 f. Jornal O Estado de S. Paulo, nº 161, 11/12/1977. Suplemento<br />
Cultural. Vários artigos.<br />
26,1,128<br />
127. MAGALHÃES JÚNIOR, R. A Estreita Literatura de José de Alencar: [fragmento].<br />
[S. l.], [s. d.]. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Da mas ceno,<br />
artigo da Revista Brasileira de Cultura, ano 2, nº 5, jul./set. 1970. Fac-símile.<br />
26,1,129<br />
128. ARTIGOS em comemoração ao centenário de falecimento de Manuel Araújo<br />
Porto-Alegre, no jornal Correio do Povo, 29/12/1979. [S. l.], 1979. 8 f. Original.<br />
Impresso. Caderno de Sábado.<br />
26,1,130<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 193<br />
193<br />
129. SOUSA-LEÃO FILHO, Joaquim de. O Quadro da Coroação de d. Pedro<br />
II, por Manuel de Araújo Porto-Alegre. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geo -<br />
gráfico Brasileiro, 1975. Original. Impresso. Publicação comemorativa do ses -<br />
qui centenário de d. Pedro II. Pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.<br />
26,1,131<br />
130. BARATA, Mário. Araújo Porto-Alegre e a Missão Artística Francesa [fragmentos].<br />
[S. l.], [s. d.]. 6 f. Original. Impresso. Anotações de Darci Damasceno.<br />
II. Fac-símile. Artigo da Revista do Livro.<br />
26,1,132<br />
131. ORIGENS da sátira política do Brasil [fragmentos]. [S. l.], [1958]. 8 f.<br />
Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo da Revista<br />
do Livro, ano 2, nº 12, dezembro de 1958.<br />
26,1,133<br />
132. CARTAS de Araújo Porto-Alegre a Gonçalves Dias [fragmentos]. [S. l.], [s.<br />
d.]. 3 f. Original. Impresso. Revista IHGB. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,134<br />
133. RIO DE JANEIRO (cidade). Prefeitura. Resenha analítica de livros e do -<br />
cumentos do Arquivo Geral da Prefeitura, elaborada pelo historiador Noronha<br />
Santos. Rio de Janeiro: Secretaria-Geral de Educação e Cultura, 1949. Original.<br />
Impresso. 26 p.<br />
26,1,139<br />
134. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Exposição 100 anos de atividades<br />
(1853-1953). Rio de Janeiro, 1953. 14 p. Original. Impresso. Anotações de Darci<br />
Damasceno.<br />
26,1,140<br />
135. RECORTES com estampas: in Venetia, Appreffo Giordano Ziletti, 1573,<br />
e Con licenza dei Superiori, E Priuilegi, 1598. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Original. Impresso.<br />
26,1,141<br />
136. PONTES, Cruz. Uma exposição de manuscritos na <strong>Biblioteca</strong> do Rio de<br />
Janeiro. [Lisboa], 1973. 1 f. Original. Impresso. Artigo destacado por Darci Da -<br />
mas ceno do jornal O Século, julho de 1973. Segundo anotações de Darci Damas -<br />
ceno, o jornal é de Lisboa.<br />
26,1,142<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 194<br />
194<br />
137. ANDRADE, Rômulo Garcia de. A Real Junta de Comércio, Agricultura,<br />
Fábricas e Navegações; o artesanato e a manufatura na cidade do Rio de Janeiro<br />
(1808-1850): [fragmentos]. [S. l.], [s. d]. 10 f. Original. Impresso.<br />
26,1,143<br />
138. SIQUEIRA, Sônia Aparecida. Texto sobre o Santo Ofício que atuou no<br />
Brasil-Colônia [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Original. Impresso. Junto ao texto<br />
principal outro intitulado A Conjuntura Brasileira no Final do Século XVII.<br />
26,1,144<br />
139. HOPSMAN, João. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Original. Impresso.<br />
Folhas rasgadas.<br />
26,1,145<br />
140. COSTA, Osvaldo de Almeida. A Matéria Médica, de Souza Pinto. Rio de<br />
Janeiro, 1961. 4 f. Original. Impresso. Separata da Revista Brasileira de Farmácia,<br />
n os 1 e 2, jan./fev. de 1961.<br />
26,1,146<br />
141. MENSÁRIO DO ARQUIVO NACIONAL. Rio de Janeiro: Arquivo<br />
Nacional, 1976. Original. Impresso. Il. Ano 7, nº 6, junho de 1976. Anotações<br />
de Darci Damasceno.<br />
26,1,147<br />
142. MENSÁRIO DO ARQUIVO NACIONAL: textos esparsos. Ocorrem os<br />
textos: Joaquim de Amorim e Castro: Um Naturalista Baiano Esquecido; Esta -<br />
tís ti ca e Estimativas da População Livre e Escrava de Sergipe del-Rei de 1707 a<br />
1888; A Memória de Amorim de Castro; A Elite Comercial do Brasil no Século<br />
Dezenove: Uma Análise Preliminar do Componente Rio de Janeiro. [S. l.], [s.<br />
d.]. 16 f. Original. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, textos do<br />
Mensário do Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, ano 7, nº 11, novembro de 1976,<br />
e ano 8, nº 1, janeiro de 1977.<br />
26,1,148<br />
143. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Os manuscritos do botânico Freire<br />
Alemão: catálogo e transcrição por Darci Damasceno e Waldir da Cunha: [frag -<br />
men tos]. Rio de Janeiro: A <strong>Biblioteca</strong>, 1964. 17 f. Original. Impresso. Separata<br />
do v. 81 dos Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Il. Fac-símiles.<br />
26,1,149<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 195<br />
195<br />
144. DAMASCENO, Darci. O Botânico e a Planta da Cidade. Rio de Janeiro,<br />
1969. 1 f. Original. Impresso. Artigo do Jornal do Commercio. Rio de Janei -<br />
ro, 28/9/1969. Suplemento dominical.<br />
26,1,150<br />
145. MELLO FILHO, Luís Emídio de. Sobre Zollernia mocitayba. Rio de Janeiro,<br />
1959. 6 f. Original. Impresso. Artigo do Boletim do Museu Nacional, Rio de<br />
Janeiro, 30/5/1959. Nova série (Botânica 22). Il. Fac-símiles.<br />
26,1,151<br />
146. ALEMÃO, Francisco Freire. Texto sobre botânica [fragmentos]. Rio de<br />
Janeiro: Lallement, 1846. 4 f. Original. Impresso. 2 exemplares do texto.<br />
26,1,152<br />
147. LAMEGO, Adinalzir Pereira. A Casa de Freire Alemão. [S. l.], 1986. 1 f.<br />
Original. Impresso. Artigo do NOPH-31, agosto de 1986, p. 15. II. Desenho.<br />
26,1,153<br />
148. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA. Subsídios ao planejamento<br />
da área nordestina: Crato-Juazeiro do Norte e sua área de influência. Rio de Ja -<br />
neiro, 1971. Original. Impresso. II. Mapas. Junto ao documento mapas da “regiãoprograma<br />
de Baturité” e duas folhas com índices. Anotações de Darci Damasceno.<br />
Modelo de índice do IBGE. 26,1,154<br />
149. DAMASCENO, Darci. Freire Alemão: o Botânico e a Planta da Cidade:<br />
[fragmentos]. São Paulo, 1983. 5 f. Original. Impresso. Artigo da Sociedade Brasi -<br />
leira de Pesquisa Histórica (SBPH), Anais da II Reunião. São Paulo, 1983. 6<br />
exem plares.<br />
26,1,155<br />
150. CARAUTA, Jorge Pedro Pereira. A data efetiva de publicação da Flora<br />
Fluminensis. Rio de Janeiro, 1969. Original. Impresso. Separata da revista Vellozia,<br />
dezembro de 1969, nº 7. Il. N. p.<br />
26,1,156<br />
151. CARAUTA, Jorge Pedro Pereira. A data efetiva de publicação da Flora<br />
Fluminensis.II: texto impresso em 1825 [fragmentos]. Garanhuns, 1972. Original.<br />
Impresso. Artigo do XXIII Congresso Nacional de Botânica, Garanhuns, 16 a<br />
23 de janeiro de 1972. Il.<br />
26,1,157<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 196<br />
152. CARAUTA, Jorge Pedro Pereira. The text of Vellozo’s flora fluminensis and<br />
its effective date of publication. [S. l.], 1973. 2 p. Original. Impresso. Texto na<br />
re vista Tascon, vols. 2/3, pp. 281-284, maio de 1973.<br />
26,1,158<br />
153. MARTINS e os dois Vellozos [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. Original. Impresso.<br />
Segundo anotações de Darci Damasceno, texto de Carlos Stemfeld, 1948, pp. 1-<br />
42. Faltam as páginas 21 a 30. Em anexo capa com anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,159<br />
ORIGINAIS<br />
Datas-limite: 1960-1987<br />
Conteúdo: cadernos e blocos de notas de Darci Damasceno, referentes à história<br />
do teatro, ao Conservatório Dramático Brasileiro e à crítica literária e textual de<br />
autores do período barroco, especialmente Gregório de Matos.<br />
Quantificação: 47 documentos<br />
196<br />
Notas: Estabelecemos como datas-limite desta série as datas de acumulação, uma<br />
vez que os originais não estão datados.<br />
154. DAMASCENO, Darci. Índice geral dos primeiros versos de Gregório de<br />
Matos com tabela de pertinência. Códices e notas de Darci Damasceno. [S. l.],<br />
[s. d.]. 14 f. Original. Datilografado.<br />
26,1,161<br />
155. DAMASCENO, Darci. Códice Camilo: caderno com anotações sobre sonetos<br />
e trechos de sonetos retirados de A. P. [S. l.], [s. d.]. 44 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,162<br />
156. DAMASCENO, Darci. Análise de poemas de Tomás Pinto Brandão e ou -<br />
tros autores, retirados de códice com obras várias da Divisão de Manuscritos<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. [S. l.], [s. d.]. 21 f. Original. Manuscrito. Segundo<br />
ano tações de Darci Damasceno, foram copiados os poemas das folhas 469 (<strong>final</strong>)<br />
a 473.<br />
26,1,163<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 197<br />
197<br />
157. DAMASCENO, Darci. Análise da obra de Tomás Pinto Brandão: “Flores<br />
do jardim das musas”. Poemas: “Flor primeyra” ao “Flor 66ª”. [S. l.], [s. d.]. 64<br />
f. Original. Manuscrito. Segundo anotações de Darci Damasceno, século XVIII,<br />
meados de 1736. Versos retirados do código 2,1,25 da DMSS-BN.<br />
26,1,164<br />
158. DAMASCENO, Darci. Análise da obra de Gregório de Matos e Tomás<br />
Pinto Brandão: sonetos, décimas, vilancicos e trechos de romances. [S. l.], [s. d.].<br />
91 f. Cópia. Manuscrito. Darci Damasceno observa que os versos foram retirados<br />
dos códices 1, 3, 11; 2, 3, 5; I-13,2,5 da DMSS-BN.<br />
26,1,165<br />
159. DAMASCENO, Darci. Análise da obra de Tomás Pinto Brandão: sonetos<br />
e décimas, datados de 1730, 1732 e 1733. [S. l.], [s. d.]. 48 f. Original. Manuscrito.<br />
Darci Damasceno diz que os versos foram retirados do códice 6,1,31 da DMSS-<br />
BN. Em anexo folhas em rascunho sobre o mesmo assunto.<br />
26,1,166<br />
160. DAMASCENO, Darci. Estudos com instrumentos de trabalho para pes -<br />
quisa, bibliografia geral sobre Gregório de Matos. Biografia de Antônio da Rocha<br />
Pita, do conde de Cavaleiros e Cosme de Moura Rolim. [S. l.], [s. d.]. 55 f.<br />
Original. Manuscrito.<br />
26,1,167<br />
161. DAMASCENO, Darci. Levantamento bibliográfico sobre literatura na<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional. [S. l.], [s. d.]. 6 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,168<br />
162. DAMASCENO, Darci. Antônio da Rocha Pita, notas e pesquisa. [S. l.], [s.<br />
d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,169<br />
163. DAMASCENO, Darci. Bibliografia sobre vilancicos, genealogia e heráldica,<br />
coletâneas e fontes de pesquisa. [S. l.], [s. d.]. 10 f. Original. Manuscrito. Em<br />
anexo folha em rascunho sobre o mesmo assunto.<br />
26,1,170<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 198<br />
198<br />
164. DAMASCENO, Darci. Relação de códices da <strong>Biblioteca</strong> Universitária de<br />
Coimbra. [S. l.], [s. d.]. 25 f. Original. Manuscrito. Em anexo folhas em rascu -<br />
nho sobre o mesmo assunto.<br />
26,1,171<br />
165. DAMASCENO, Darci. Gregório de Matos: índice dos primeiros versos.<br />
[S. l.], [s. d.]. 24 f. Original. Datilografado.<br />
26,1,172<br />
166. DAMASCENO, Darci. Gregório de Matos: índice dos primeiros versos<br />
destinados à digitação. [S. l.], [s. d.]. 352 f. Original. Manuscrito. Em anexo papéis<br />
contendo modelo de programação e outras anotações.<br />
26,1,173<br />
167. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: poesias retiradas de jornais e revis -<br />
tas: 1923-193-. [S. l.], [s. d.]. 73 f. Original. Manuscrito. Datilografado. Anotações<br />
de Darci Damasceno.<br />
26,1,174<br />
168. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: contos, peça em um ato, ensaios<br />
e poemas em prosa publicados nos periódicos: Ilustração Brasileira, Para Todos,<br />
Revista da Semana: 1920-1927. [S. l.], [s. d.]. 38 f. Original. Datilografado.<br />
Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,1,175<br />
169. DAMASCENO, Darci. Levantamento de movimentos binários e compósitos<br />
ascendentes no octassílabo de Cecília Meireles do livro Retrato natural. [S. l.], [s. d.].<br />
34 f. Original. Datilografado. Em anexo papéis sobre o mesmo assunto.<br />
26,1,176<br />
170. DAMASCENO, Darci. Estudo sobre a estrutura paralelística na poesia de<br />
Cecília Meireles. [S. l.], [s. d.]. 33 f. Original. Datilografado. Em anexo papéis<br />
sobre o mesmo assunto.<br />
26,1,177<br />
171. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: prosas poéticas publicadas em<br />
Letras e Artes: 1947-1948. [S. l.], [s. d.]. 81 f. Original. Datilografado. Anotação<br />
de Darci Damasceno.<br />
26,1,178<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 199<br />
199<br />
172. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: poemas “Como um pobre à porta”<br />
e o inédito “ O alto palácio do crepúsculo”. [S. l.], [s. d.]. 2 f. Original. Da -<br />
ti lografado. Em anexo marcador de livros com reprodução de busto de Cecília<br />
Meireles, por Fernando Correia Dias, e xerox de manuscritos dos poemas. Ano -<br />
tações de Darci Damasceno levantando a possibilidade de que o poema “Como<br />
um pobre à porta” seja uma tradução do iídiche ou hebraico.<br />
26,1,179<br />
173. DAMASCENO, Darci. Índice de poemas inéditos de Cecília Meireles: inclui<br />
títulos que figuram na edição da Editora Civilização Brasileira. [S. l.], [s. d.].<br />
15 f. Original. Datilografado. Anotações.<br />
26,1,180<br />
174. DAMASCENO, Darci. Anotação sobre cartas de Cecília Meireles para<br />
Fernando de Castro, Diogo de Macedo, Maria Dulce Lupi Coelho. [S. l.], [s.<br />
d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,1,181<br />
175. DAMASCENO, Darci. Texto para segunda edição revista e aumentada sobre<br />
a obra de Cecília Meireles. [S. l.], [s. d.]. 24 f. Original. Datilografado.<br />
26,1,182<br />
176. DAMASCENO, Darci. Textos críticos sobre “Canções”, “Poemas escritos<br />
na Índia” e “Solombra: o ‘rapto místico’ de Cecília Meireles”. [S. l.], [s. d.]. 10<br />
f. Original. Datilografado.<br />
26,1,183<br />
177. DAMASCENO, Darci. Cecília Meireles: poema “Aranhol”: 1918: revisões.<br />
[S. l.], [s. d.]. 1 f. Original. Datilografado. Poema retirado da revista Bahia<br />
Ilustrada. Em anexo fotocópia da publicação.<br />
26,1,184<br />
178. DAMASCENO, Darci. História e texto: notas bibliográficas a partir do<br />
acer vo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d]. Pag. var. Original.<br />
Manuscrito. Caderno manuscrito com papéis soltos em anexo.<br />
26,1,185<br />
179. DAMASCENO, Darci. Conservatório Dramático Brasileiro: notas acerca<br />
de censores e de peças submetidas à censura. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d.]. 93<br />
f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,186<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 200<br />
200<br />
180. DAMASCENO, Darci. Conservatório Dramático Brasileiro: notas a partir<br />
de acervo mantido no Arquivo Nacional. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d.]. 37<br />
p. Original. Manuscrito. Contém mapa estatístico de censuras.<br />
26,1,187<br />
181. DAMASCENO, Darci. Conservatório Dramático Brasileiro: notas retiradas<br />
do livro de correspondência ativa. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d.]. 27 p. Original.<br />
Manuscrito. A fonte se encontra na DMSS-BN em 4,3,30.<br />
26,1,188<br />
182. DAMASCENO, Darci. Notas críticas a respeito do teatro do século XIX:<br />
1836-1839. [S. l.], [s. d.]. 68 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,189<br />
183. DAMASCENO, Darci. Anotações acerca de teatro: feitas a partir de pesquisa<br />
nos periódicos O Despertador e Jornal do Commercio. Rio de Janeiro: [S. nº], [s.<br />
d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,1,190<br />
184. DAMASCENO, Darci. Bibliografia sobre teatro existente na <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional. [S. l.], [s. d.]. 62 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,191<br />
185. DAMASCENO, Darci. Imprensa e Literatura: notas retiradas de periódicos<br />
do século XIX. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. l.]. Pag. var. Original. Manuscrito.<br />
Caderno e folhas anexas.<br />
26,1,192<br />
186. DAMASCENO, Darci. Cronologia de farsas apresentadas entre 1830-1848.<br />
[S. l.], [s. d.]. 47 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,193<br />
187. DAMASCENO, Darci. Notas críticas acerca de teatro. Rio de Janeiro: [S.<br />
n°], [s. d.]. Pag. var. Original. Manuscrito. Em anexo roteiro para pesquisas em<br />
periódicos na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,1,194<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 201<br />
201<br />
188. DAMASCENO, Darci. O Estilo das Memórias de um sargento de milícias.<br />
Rio de Janeiro, 1970. Original. Datilografado. Original anotado pelo autor.<br />
26,1,195<br />
189. CERTIDÃO de casamento dos pais de Manuel Antônio de Almeida: cópia<br />
obtida na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: [S. n°], 1969.<br />
1 f. Cópia. Datilografado. Em anexo manuscritos de Darci Damasceno que parecem<br />
referir-se a correções numa edição de Memórias de um sargento de milícias.<br />
26,1,196<br />
190. DAMASCENO, Darci. Alencar e Iracema: uma Articulação Literária. Rio<br />
de Janeiro, [1977?]. [19] f. Original. Datilografado. Anotação de Darci Damas -<br />
ceno, trata-se do texto de uma conferência, proferida por ele em 28/9/1977, na<br />
<strong>Biblioteca</strong> Municipal Mário de Andrade.<br />
26,1,197<br />
191. CARTA ao dr. Jaguaribe sobre primeira edição, em 1865, de Iracema. Rio de<br />
Janeiro, [s. d.]. 7 f. Cópia. Datilografado. Em anexo papéis sobre o mesmo assunto.<br />
26,1,198<br />
192. DAMASCENO, Darci. Esquema para estudo de Iracema. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. 16 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,199<br />
193. DAMASCENO, Darci. Vilancicos: notas acerca de bibliografia, fragmentos<br />
de vilancicos e histórico. Rio de Janeiro, [s. d.]. 42 f. Original. Manuscrito.<br />
Datilografado.<br />
26,1,200<br />
194. DAMASCENO, Darci. Vilancicos seiscentistas: plano para edição, índice,<br />
fragmentos. Rio de Janeiro, [s. d.]. 143 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,1,201<br />
195. DAMASCENO, Darci. Óbito e testamento nos séculos XVIII e XIX: levan -<br />
tamento para estudo socioeconômico. Rio de Janeiro: [S. n°], [s. d.]. 7 p. Original.<br />
Manuscrito. Darci Damasceno afirma que a pesquisa foi feita no arcaz I-32 da<br />
DMSS-BN.<br />
26,1,202<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 202<br />
196. DAMASCENO, Darci. Documentos sobre o anil: dados sobre a fabricação e<br />
a exportação, listas de compradores e fragmentos de ofícios. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />
24 f. Original. Datilografado. Contém anotações manuscritas de Darci Da masceno.<br />
26,1,203<br />
197. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre o anil: caderno, bloco e papéis diver -<br />
sos com fragmentos de documentos, relação de fabricantes e negociantes e histórico<br />
da produção. Rio de Janeiro, [s. d.]. Pag. var. Original. Manuscrito. Datilo grafado.<br />
26,1,204<br />
198. FERREIRA, José Henrique. Instrução do modo com que se deve apanhar<br />
a cochonilha...: transcrição do Código do Lavradio. [S. l.], [s. n°], [s. d.]. 5 f.<br />
Cópia. Datilografado. Data do documento original: 1778.<br />
26,1,205<br />
199. COSTA, Maurício da. Ofício acerca da cochonilha: transcrição. [S. l.], [s.<br />
n°], [s. d.]. 6 f. Cópia. Datilografado. Ofício a destinatário ignorado. A data<br />
original é 1785.<br />
26,1,206<br />
200. CABRAL, Vicente Jorge Dias. Coleção das observações dos produtos natu -<br />
rais do Piauí: tomo 1: transcrição anotada da obra original de 1800 e 1801. Rio<br />
de Janeiro: [s. n°], 1976. 181 f. Original. Manuscrito. Datilografado. Em anexo<br />
papéis de Darci Damasceno com observações sobre a obra.<br />
26,1,207<br />
RASCUNHOS<br />
Datas-limite: 1960-1987<br />
202<br />
Conteúdo: miscelânea de anotações de Darci Damasceno sobre temas variados,<br />
com destaque para a literatura, principalmente Cecília Meireles, Martins<br />
Pena, Manuel Antônio de Almeida e Gregório de Matos. Outros assuntos são:<br />
a produ ção do anil, os trabalhos de frei Veloso e Freire Alemão, a história do<br />
teatro, da censura teatral no Brasil e da literatura dramática brasileira. Contém<br />
muitas notas bibliográficas, boa parte delas remetendo ao acervo da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 203<br />
Quantificação: 205 documentos<br />
203<br />
Notas: Estabelecemos como datas-limite desta série as datas de acumulação, uma<br />
vez que os originais não estão datados.<br />
201. DAMASCENO, Darci. Informações de emergência: papéis vários contendo<br />
mapa genealógico da dinastia de Bragança, instrumento de controle dos códices<br />
de Gregório de Matos e anotações sobre heráldica. [Rio de Janeiro], [s. n°], [s.<br />
d.]. 29p Original. Manuscrito.<br />
26,1,208<br />
202. PLANOS e notas de interesse sobre transmissão textual. [Rio de Janeiro],<br />
[s. n°], [s. d.]. 42 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,209<br />
203. DAMASCENO, Darci. Atribuições de autoria textual: Gregório de Matos,<br />
padre Antônio Vieira e Santo Estanislau Kostka. [Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.].<br />
41 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,210<br />
204. DAMASCENO, Darci. Atribuições de autoria textual. Rio de Janeiro, [s.<br />
d.]. 38 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,211<br />
205. DAMASCENO, Darci. Autores do século XVII: notas retiradas de livros<br />
de registro, relação de poetas e bibliografia. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 94<br />
f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,212<br />
206. DAMASCENO, Darci. Bibliografia de autores de poesia barroca. Rio de<br />
Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,1,213<br />
207. DAMASCENO, Darci. Bibliografia de poesia dos séculos XVII e XVIII:<br />
cancioneiros, edições críticas de textos, história literária. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />
21 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,214<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 204<br />
204<br />
208. DAMASCENO, Darci. Gregório de Matos: notas bibliográficas. [Rio de<br />
Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,1,215<br />
209. DAMASCENO, Darci. Notas biográficas e cronológicas sobre Gregório de<br />
Matos. Rio de Janeiro, [s. d.]. 26 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,216<br />
210. DAMASCENO, Darci. Notas biográficas e cronológicas sobre Gregório de<br />
Matos. Rio de Janeiro, [s. d]. 38 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,217<br />
211. DAMASCENO, Darci. Notas biográficas de Gregório de Matos. Rio de<br />
Janeiro, [s. d.]. 25 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,218<br />
212. ANOTAÇÕES sobre o contexto sociocultural em que viveu Gregório de<br />
Matos: certames poéticos. Rio de Janeiro, [s. d.]. 4 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1,219<br />
213. DAMASCENO, Darci. Códices de Gregório de Matos na <strong>Biblioteca</strong> Nacio -<br />
nal: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 76 f. Original. Manuscrito.<br />
26,1 220<br />
214. DAMASCENO, Darci. Códices de Gregório de Matos na <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,1,221<br />
215. DAMASCENO, Darci. Anotações sobre códices de várias bibliotecas. [Rio<br />
de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. Pag. var. Original. Manuscrito.<br />
26,1,222<br />
216. DAMASCENO, Darci. Índice dos códices avulsos para resumo de conteúdo:<br />
notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 90 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,1<br />
217. DAMASCENO, Darci. Índice dos códices de Évora, Varnhagen, Inocêncio,<br />
Rústicos I e II, Soares Cardoso Carvalho e anotações sobre o estilo seiscentista.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,2<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 205<br />
205<br />
218. DAMASCENO, Darci. Códices Camilo, codicologia, heráldica: notas várias.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. 81 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,3<br />
219. DAMASCENO, Darci. Codicologia e crítica textual: notas várias. Rio de<br />
Janeiro, [s. d.]. 14 f. Original.<br />
26,2,4<br />
220. DAMASCENO, Darci. Codicologia, estudo dirigido aos códices da<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 30 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,5<br />
221. DAMASCENO, Darci. <strong>Biblioteca</strong> e crítica textual: soneto “Calção de Pen -<br />
doba, a meia Gorra”, “Blema”, da ed. de Quevedo, crônica do príncipe d. João,<br />
de Damião de Góis: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 61 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,6<br />
222. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre autoria textual e análise de textos:<br />
notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 49 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,7<br />
223. DAMASCENO, Darci. Bibliografia e fontes das edições de Vale Cabral,<br />
ABL, A. Peixoto e James Amado: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 40 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,2,8<br />
224. DAMASCENO, Darci. Biografia de Eusébio de Matos: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,9<br />
225. DAMASCENO, Darci. Linguagem poética, transmissão do texto e outros<br />
estudos: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 76 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,10<br />
226. DAMASCENO, Darci. Poesia espanhola e portuguesa dos séculos XVI e<br />
XVII: bibliografia: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 30 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,11<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 206<br />
206<br />
227. DAMASCENO, Darci. Transmissão de texto e literatura portuguesa: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,12<br />
228. DAMASCENO, Darci. Transmissão de texto, poesia portuguesa e Academia<br />
dos “Singulares de Lisboa”: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 70 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,2,13<br />
229. DAMASCENO, Darci. Poesia portuguesa, transmissão de texto e referência<br />
a autoridade, pessoas e fatos da época: séculos XVII e XVIII: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. Manuscrito. Original.<br />
26,2,14<br />
230. DAMASCENO, Darci. Transmissão do texto: notas várias. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. 35 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,15<br />
231. DAMASCENO, Darci. Transmissão do texto e estrutura dos códices: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 48 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,16<br />
232. DAMASCENO, Darci. Poesia portuguesa: bibliografia: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,17<br />
233. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Manuel Botelho de Oliveira e ou -<br />
tras notas acerca de poesia. Rio de Janeiro, [s. d.]. 47 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,18<br />
234. DAMASCENO, Darci. Tomás Pinto Brandão: bibliografia: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. 120 f. Original. Manuscrito. Ocorrem notas com referência a<br />
manuscritos de poesias e inéditos encontrados nos códices da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,2,19<br />
235. DAMASCENO, Darci. Bibliografia de Tomás Pinto Brandão, Gregório de<br />
Matos e Manuel Botelho de Oliveira: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,2,20<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 207<br />
207<br />
236. DAMASCENO, Darci. Anotações sobre Tomás Pinto Brandão: bibliografia.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. 7 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,21<br />
237. DAMASCENO, Darci. Poesia portuguesa do século XVIII: notas várias.<br />
[S. l.], [s. d.]. Original. Manuscrito. Estudo sobre a autoria dos sonetos em “Flores<br />
do Jardim das Muzas”.<br />
26,2,22<br />
238. DAMASCENO, Darci. Fichas contendo estudos críticos da obra de Gregório<br />
de Matos: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 23 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,23<br />
239. DAMASCENO, Darci. Bibliografia da poesia portuguesa dos séculos XVII<br />
e XVIII: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 8 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,24<br />
240. DAMASCENO, Darci. Bibliografia da poesia portuguesa: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. 32 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,25<br />
241. DAMASCENO, Darci. Relação de códices referentes a Gregório de Matos:<br />
notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 5 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,26<br />
242. BAENA. Índice heráldico: verbete sobre a família Salema. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,27<br />
243. DAMASCENO, Darci. Bahia: papéis vários. Rio de Janeiro, [s. d.]. 17 f.<br />
Original. Manuscrito. Cartão de Lígia da Fonseca Fernandes da Cunha de<br />
25/4/1987.<br />
26,2,28<br />
244. DAMASCENO, Darci. Planos e projetos de trabalhos: notas várias. Rio de<br />
Janeiro, [s. d.]. 15 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,29<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 208<br />
208<br />
245. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Gregório de Matos, genealogia<br />
heráldica e códices: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 8 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,30<br />
246. DAMASCENO, Darci. Lista de autores dos séculos XVI e XVII e indica -<br />
ções bibliográficas: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 40 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,31<br />
247. DAMASCENO, Darci. Planos para pesquisa: modernismo, neo-simbolismo<br />
e esquema do livro Canções: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 82 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,2,32<br />
248. DAMASCENO, Darci. Inventário de fontes iconográficas de Cecília Mei -<br />
reles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d]. 21 f. Original. Manuscrito. Em ane xo<br />
foto de Cecília Meireles retirada de revista dos anos 50, um retrato de Cruz e<br />
Sousa desenhado pela poetisa e um ex libris da autora. As notas fazem constante<br />
referência a fotografias que se encontram no arquivo da DMSS-BN.<br />
26,2,33<br />
249. DAMASCENO, Darci. Genealogia de Cecília Meireles: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Cópia. Manuscrito. Datilografado. Contém<br />
um mapa com a planta das ruas São Luís, São Ferraz e São Cláudio (Estácio).<br />
26,2,34<br />
250. DAMASCENO, Darci. Cronologia de publicações de Cecília Meireles:<br />
1917-1928: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Cópia. Manuscrito.<br />
Datilografado.<br />
26,2,35<br />
251. DAMASCENO, Darci. Cronologia de publicação de Cecília Meireles em<br />
várias revistas: 1929-1940. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
Inclui textos de crítica e ocorre referência à bibliografia de Cecília Meireles de<br />
1940-1965.<br />
26,2,36<br />
252. DAMASCENO, Darci. Cronologia de publicações de Cecília Meireles e<br />
crítica aos livros Poemas dos poemas e Nunca mais...:1917-1928: notas várias. Rio<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 209<br />
209<br />
de Janeiro, [s. d.]. N. p. Inclui cópia do conto O Vendedor de Pássaros, que teria<br />
sido publicado em O Mundo Literário a 1/5/1922.<br />
26,2,37<br />
253. DAMASCENO, Darci. Sobre o livro Espectros: notas várias. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Ocorrem anotações sobre sonetos inéditos,<br />
segundo Darci Damasceno.<br />
26,2,38<br />
254. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre orientalismo, misticismo e Cecília<br />
Meireles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Em<br />
anexo xerox da folha de rosto do livro La vie de Ramakrishna.<br />
26,2,39<br />
255. ARTIGOS críticos sobre Cecília Meireles: notas várias. [S. l.], [s. d.]. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,2,40<br />
256. DAMASCENO, Darci. Poesia de Cecília Meireles: transcrição, análise e<br />
notas. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,2,41<br />
257. DAMASCENO, Darci. Poesias de Cecília Meireles: 1927-1929: transcrição<br />
e notas. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Manuscrito. Datilografado. Original.<br />
26,2,42<br />
258. DAMASCENO, Darci. Citações bibliográficas: textos publicados em pe -<br />
riódicos: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Estudo<br />
sobre a polêmica do Penumbrismo.<br />
26,2,43<br />
259. DAMASCENO, Darci. Estudo sobre contexto socioliterário e partes de textos<br />
publicados em periódicos: As Tensões do Modernismo. Controvérsias: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,44<br />
260. DAMASCENO, Darci. Referências bibliográficas de artigos para a revista Festa:<br />
1927-28, 1934-35: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 31 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,45<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 210<br />
210<br />
261. DAMASCENO, Darci. Relações contextuais: Mário de Andrade e Cecília<br />
Meireles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 48 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,46<br />
262. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de textos de Cecília Meireles<br />
publicados em periódicos: 1929-1930: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 15 f.<br />
Original. Manuscrito.<br />
26,2,47<br />
263. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de textos publicados por Cecília<br />
Meireles em o Diário de Notícias: Comentário: 1930-1932: notas várias. Rio de<br />
Janeiro, [s. d.]. 40 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,48<br />
264. DAMASCENO, Darci. Temática da obra de Cecília Meireles: notas várias.<br />
[Rio de Janeiro], [s. d.]. 19 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,49<br />
265. DAMASCENO, Darci. Solombra: notas várias sobre a série de poemas de<br />
Cecília Meireles. [S. l.], [s. d.]. 10 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,2,50<br />
266. DAMASCENO, Darci. Métrica da poesia de Cecília Meireles: notas estatísticas.<br />
[S. l.], [s. d.]. 24 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,51<br />
267. DAMASCENO, Darci. Bibliografia e anotações de críticas sobre a obra de<br />
Cecília Meireles. [S. l.], [s. d.]. 12 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,2,52<br />
268. DAMASCENO, Darci. Bibliografia sobre Cecília Meireles: fichas com ano -<br />
tações. Rio de Janeiro, [s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,53<br />
269. DAMASCENO, Darci. Estudo crítico de poemas de Cecília Meireles. [Rio<br />
de Janeiro], [s. nº], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,2,54<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 211<br />
211<br />
270. DAMASCENO, Darci. Poesia brasileira: bibliografia sobre Simbolismo:<br />
1917-1939: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 37 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,55<br />
271. DAMASCENO, Darci. Crônica e poesia de Cecília Meireles. [Rio de<br />
Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,2,56<br />
272. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre autoria textual e análise de textos:<br />
notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 49 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,7<br />
273. DAMASCENO, Darci. Notas de pesquisas sobre Cecília Meireles, referen -<br />
tes a 1956, 1965 e 1967. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,58<br />
274. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de periódicos, selecionados<br />
para estudos sobre Cecília Meireles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p.<br />
Original. Manuscrito.<br />
26,2,59<br />
275. DAMASCENO, Darci. Relação bibliográfica de Cecília Meireles e de lite -<br />
ratura francesa, alemã e portuguesa: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p.<br />
Original. Manuscrito.<br />
26,2,60<br />
276. DAMASCENO, Darci. Relação de assuntos e artigos das pastas referentes<br />
aos estudos sobre Cecília Meireles: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p.<br />
Original. Manuscrito.<br />
26,2,61<br />
277. DAMASCENO, Darci. Bibliografia e cronologia de viagens de Cecília<br />
Meireles, extratos de livros, artigos e textos da Sabedoria popular: notas várias.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. 56 f. Original. Manuscrito. Datilografado. Impresso.<br />
26,2,62<br />
278. DAMASCENO, Darci. Bibliografia de Cecília Meireles, temáticas cecilia -<br />
nas, referências ao contexto socioliterário: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 212<br />
212<br />
p. Original. Manuscrito. Datilografado. Inclui relação de crônicas de Cecília<br />
Meireles, publicadas em periódicos, 1947-1950, planos de pesquisa e índice do<br />
livro Giroflê, giroflá, 1947-1948.<br />
26,2,63<br />
279. DAMASCENO, Darci. Bibliografia, relações contextuais e trechos de ensaios<br />
literários: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
Ocor rem extratos de textos da revista do MEC contendo bibliografia variada e<br />
texto de Cecília Meireles proferido, em discurso, na III Semana Nacional de<br />
Folclore de 1964.<br />
26,2,64<br />
280. DAMASCENO, Darci. Biobibliografia de Cecília Meireles e Correia Dias,<br />
estudos estilísticos, cronologia de artigos de periódicos: notas várias. Rio de Ja -<br />
neiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,65<br />
281. DAMASCENO, Darci. Papéis e fichas com biobibliografia de Cecília<br />
Meireles, temáticas literárias, estudos sobre educação e folclore e planos para organização<br />
de pesquisa: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,2,66<br />
282. DAMASCENO, Darci. Papéis e fichas sobre o contexto socioliterário do<br />
Modernismo, bibliografia, extratos de textos, artigos e estudos estilísticos: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d]. Original. Manuscrito. Inclui cartão de visita de<br />
Darci Damasceno.<br />
26,2,67<br />
283. DAMASCENO, Darci. Índice e fichas com versos de Cecília Meireles. [Rio<br />
de Janeiro], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,68<br />
284. DAMASCENO, Darci. Notas para biografia de Cecília Meireles. [Rio<br />
de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 10 f. Original. Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-<br />
BN.<br />
26,2,69<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 213<br />
213<br />
285. DAMASCENO, Darci. Notas com estudos e esquemas do livro Viagem, de<br />
Cecília Meireles. [Rio de Janeiro], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,70<br />
286. DAMASCENO, Darci. Notas acerca da poesia, da crítica e da correspon -<br />
dência de Cecília Meireles. [Rio de Janeiro], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,71<br />
287. DAMASCENO, Darci. Notas acerca de Fernando Correia Dias, primeiro<br />
marido de Cecília Meireles. [Rio de Janeiro], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,72<br />
288. DAMASCENO, Darci. Fichas contendo estrofes, versos com anotações sobre<br />
estudo semântico dos poemas de Cecília Meireles: notas várias. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. 258 f. Original. Manuscrito. Datilografado. Os estudos se referem aos<br />
livros: Vaga música, Retrato natural, Mar absoluto, Viagem e outros.<br />
26,2,73<br />
289. DAMASCENO, Darci. Notas sobre a comédia O juiz de paz da roça, de<br />
Martins Pena. [Rio de Janeiro], [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,74<br />
290. DAMASCENO, Darci. Martins Pena e a censura: extratos de pareceres de<br />
censura: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 20 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,75<br />
291. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de pareceres de censura, extratos<br />
de pareceres e de correspondência ativa e passiva de Martins Pena: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 11 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,76<br />
292. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre vocábulo, técnica de fala e pronúncia<br />
na obra de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 11 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,2,77<br />
293. DAMASCENO, Darci. Questões sobre autoria de censuras e da peça Uma<br />
mulher feia, de Martins Pena, cópias de anúncios de representação da citada peça:<br />
notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 11 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,78<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 214<br />
214<br />
294. DAMASCENO, Darci. Plano de uma comédia e sinopse da comédia As<br />
manias de dois velhos, de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 2 f.<br />
Original. Manuscrito.<br />
26,2,79<br />
295. DAMASCENO, Darci. Pareceres de censura e fragmentos de dramas de<br />
Martins Pena: notas várias: cópias e notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 22 f.<br />
Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,2,80<br />
296. DAMASCENO, Darci. Referências a autores (e peças) influenciados por<br />
Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 6 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,81<br />
297. DAMASCENO, Darci. Referências à peça Um sertanejo na corte, de Martins<br />
Pena, e confronto de peças e estudo sobre a temática o roceirismo: notas várias.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. 19 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,82<br />
298. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre a peça O juiz de paz da roça: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,83<br />
299. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre a peça Os dous velhos, de Martins<br />
Pena, cópia de cenas e entradas, e confronto com outras peças do autor: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 13 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,84<br />
300. DAMASCENO, Darci. Anúncio de venda de livros de comédia de Martins<br />
Pena: 30/1/1846: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito.<br />
Papel anexo com contas de Darci Damasceno.<br />
26,2,85<br />
301. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre fragmentos de pareceres de censura<br />
à peça Os ciúmes de um pedestre ou O terrível capitão da morte, de Martins Pena,<br />
e cópias de correspondência: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 12 f. Original.<br />
Manuscrito. Datilografado. Inclui localização de documentos na Divisão de Ma -<br />
nuscritos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,2,86<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 215<br />
215<br />
302. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre a época, temática, repertório e gênero<br />
na obra de Martins Pena e crítica contextual: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />
26 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,87<br />
303. DAMASCENO, Darci. Estudos biobibliográficos de Martins Pena, cópia<br />
de ensaio crítico, pareceres de censura e atos da peça D. Leonor Teles Menezes: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 25 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,88<br />
304. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de representação das peças de<br />
Martins Pena: 1838-1853: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 19 f. Original.<br />
Manuscrito. Datilografado.<br />
26,2,89<br />
305. DAMASCENO, Darci. Documentos sobre censura e Martins Pena: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2, 90<br />
306. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de manuscritos sobre Martins<br />
Pena, doados à <strong>Biblioteca</strong> Nacional, 1877-1909: notas várias. Rio de Janeiro, [s.<br />
d.]. 1 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,91<br />
307. DAMASCENO, Darci. Cronologia de textos publicados em periódicos do<br />
século XIX: 1815-1858. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito. Contém<br />
referências ao teatro de pantomimas, ao teatrinho “mecânico” e à cópia do Edital<br />
da Câmara da Cidade do Rio de Janeiro, tratando da divisão de distritos da freguesia:<br />
28/1/1833.<br />
26,2,92<br />
308. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de publicações sobre Martins<br />
Pena, encontradas na <strong>Biblioteca</strong> Nacional e no Real Gabinete Português de Leitura:<br />
1833-1839: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito. Ocorrem<br />
referências a Manuel Antônio de Almeida.<br />
26,2,93<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 216<br />
216<br />
309. DAMASCENO, Darci. Relação cronológica de folhetins do Jornal do Com -<br />
mercio e outros trabalhos de Martins Pena: 1946-1947: notas várias. Rio de Ja -<br />
neiro, [s. d.]. 1 f. Original. Datilografado.<br />
26,2,94<br />
310. DAMASCENO, Darci. Dados biográficos de Martins Pena: notas várias.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. 18 f. Original. Manuscrito. Impresso. Ocorrem dados genealógicos<br />
e fragmentos de jornal contendo estudo biobibliográfico de Martins<br />
Pena.<br />
26,2,95<br />
311. DAMASCENO, Darci. Referências a peças, artigos de jornais sobre censura<br />
e textos falando sobre a obra de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. N. p. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,2,96<br />
312. DAMASCENO, Darci. Anotações do livro de atas do Conservatório<br />
Dramático Brasileiro e Martins Pena. Rio de Janeiro, [s. d.]. 28 f. Original. Ma -<br />
nuscrito. Localização do livro de atas do CDB na <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Reg.<br />
254/1990 DMSS-BN.<br />
26,2,97<br />
313. DAMASCENO, Darci. Relação de peças de Martins Pena datadas, esquemas<br />
para pesquisa, notas do livro de registro das peças dadas à censura: 1843-<br />
1849: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 60 f. Original. Manuscrito. Reg.<br />
254/1990 DMSS-BN.<br />
26,2,98<br />
314. DAMASCENO, Darci. Crítica teatral: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />
18 f. Original. Manuscrito. Primeiras críticas em periódicos: Jornal do Commercio,<br />
20/1/1837; revista teatral O Brasil, 15/6/1841.<br />
26,2,99<br />
315. DAMASCENO, Darci. Folhetins: crítica teatral. Rio de Janeiro, [s. d.]. 8<br />
f. Original. Manuscrito. Situação do teatro in O Brasil, revista teatral, 1841. Reg.<br />
254/1990 DMSS-BN.<br />
26,2,100<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 217<br />
217<br />
316. DAMASCENO, Darci. Precursores e contemporâneos de Martins Pena: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 4 f. Original. Manuscrito. Reg. 254/1990 DMSS-BN.<br />
26,2,101<br />
317. DAMASCENO, Darci. Joaquim José Teixeira, precursor e contemporâneo<br />
de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito. Locali -<br />
zação de pensamentos e fábulas na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,2,102<br />
318. DAMASCENO, Darci. Censura de farsas e comédias de Martins Pena: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 9 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,103<br />
319. DAMASCENO, Darci. Fontes de pesquisa em almanaques e periódicos sobre<br />
Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 9 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,104<br />
320. DAMASCENO, Darci. Referência bibliográfica do Arquivo Romântico<br />
Brasileiro no Jornal do Commercio de 19/2/1847, p. 3,1: notas várias. Rio de Ja -<br />
neiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,105<br />
321. DAMASCENO, Darci. Notas sobre concurso do período áureo do Con -<br />
servatório Dramático Brasileiro. Rio de Janeiro, [s. d.]. 1 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,106<br />
322. DAMASCENO, Darci. Notas sobre Martins Pena e a Escola antiga, contendo<br />
repertório, censura e linguagem. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Ma nuscrito.<br />
26,2,107<br />
323. DAMASCENO, Darci. Biobibliografia de Martins Pena: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,108<br />
324. DAMASCENO, Darci. Inéditos, sucessores, fases, teatro português e biobibliografia<br />
de Martins Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 61 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,2,109<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 218<br />
218<br />
325. DAMASCENO, Darci. Bibliografia, teatro do século XIX, lista de convidados<br />
à sessão de 15/1/1843 do Conservatório Dramático Brasileiro e Martins<br />
Pena: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Cópia. Manuscrito. Cópia<br />
de um prospecto do Theatro Lyrico Fluminense com localização na DMSS-BN<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional: I-9,9,40.<br />
26,2,110<br />
326. DAMASCENO, Darci. Biografia de Martins Pena, ideologia, repertório e<br />
Teatro de São Pedro, 1830: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Ma nuscrito.<br />
26,2,111<br />
327. DAMASCENO, Darci. Teatro: notas bibliográficas. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />
Original. Manuscrito. Impresso.<br />
26,2,112<br />
328. DAMASCENO, Darci. O drama romântico: notas várias. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,113<br />
329. DAMASCENO, Darci. Literatura dramática brasileira: notas várias. Rio de<br />
Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,114<br />
330. DAMASCENO, Darci. Autoria e anonimato: notas acerca de peças teatrais.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. 4 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,115<br />
331. DAMASCENO, Darci. Catálogos de peças teatrais: anotações sobre peças<br />
e assinaturas. Rio de Janeiro, [s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,116<br />
332. DAMASCENO, Darci. Dramas mágicos: anotações sobre história do teatro.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,117<br />
333. DAMASCENO, Darci. Vaudeville: ópera cômica: notas. Rio de Janeiro, [s.<br />
d.]. 1 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,118<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 219<br />
219<br />
334. DAMASCENO, Darci. História do teatro: notas bibliográficas. Rio de Ja -<br />
neiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,119<br />
335. DAMASCENO, Darci. Anotações sobre a peça O chapim, de Martins Pena.<br />
Rio de Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,120<br />
336. DAMASCENO, Darci. Notas sobre peças de Martins Pena. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,121<br />
337. DAMASCENO, Darci. Obras de Martins Pena na <strong>Biblioteca</strong> Nacional: an -<br />
tigas localizações. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,2,122<br />
338. DAMASCENO, Darci. Teatro brasileiro do século XIX: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. 11 f. Manuscrito. Original.<br />
26,2,123<br />
339. DAMASCENO, Darci. Teatro e censura: notas. Rio de Janeiro, [s. d.]. 2 f.<br />
Original. Manuscrito.<br />
26,2,124<br />
340. DAMASCENO, Darci. Anotações várias sobre Martins Pena. Rio de Janeiro,<br />
[s. d ]. 6 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,125<br />
341. DAMASCENO, Darci. O naufrágio dos potes: sincretismo e transmissão.<br />
[Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 13 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,126<br />
342. DAMASCENO, Darci. Notas sobre Memórias de um sargento de milícias.<br />
[Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 20 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,127<br />
343. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Manuel Antônio de Almeida e Me -<br />
mórias de um sargento de milícias: personagem, descrições e hábitos lingüísticos<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 220<br />
220<br />
no romance e genealogia do autor: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 29 f. Ori -<br />
ginal. Manuscrito.<br />
26,2,128<br />
344. DAMASCENO, Darci. Notas acerca de Memórias de um sargento de milícias.<br />
[Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 58 p. Original. Manuscrito.<br />
26,2,129<br />
345. DAMASCENO, Darci. Notas sobre o estilo em Memórias de um sargento<br />
de milícias. [Rio de Janeiro], [s. n°], [s. d.]. 17 f. Original. Manuscrito.<br />
26,2,130<br />
346. DAMASCENO, Darci. Teatro do século XIX: anúncio de peças (inclusive dramas):<br />
Martins Pena: 1839: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Ma nuscrito.<br />
26,3,1<br />
347. DAMASCENO, Darci. Notas sobre Manuel Antônio de Almeida e Memórias<br />
de um sargento de milícias e oralidade e sincretismo: notas várias. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. 23 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,2<br />
348. DAMASCENO, Darci. Estudo comparativo entre Iracema e Diana (mitologia):<br />
notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 51 fichas. Original. Manuscrito.<br />
26,3,3<br />
349. DAMASCENO, Darci. Estudo comparativo entre Moreno e Camarão, bi -<br />
bliografia e relações mitológicas: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 7 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,3,4<br />
350. DAMASCENO, Darci. Tópicos para aproveitamento e anotações sobre<br />
Iracema, de José de Alencar: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 35 f. Original.<br />
Manuscrito. Reg. 260/1990 DMSS-BN.<br />
26,3,5<br />
351. DAMASCENO, Darci. Ensaios literários, bibliografia, velosiana sobre José<br />
de Alencar e Iracema: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 20 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,6<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 221<br />
221<br />
352. DAMASCENO, Darci. Estudos e mitologia: Diana e Iracema, de José de<br />
Alencar, e ensaio sobre Iracema: Por onde Começa: notas várias. Rio de Janeiro,<br />
[s. d.]. 46 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,7<br />
353. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Romantismo, bibliografia de Gon -<br />
ça l ves de Magalhães e Araújo Porto-Alegre, referências a Debret e lista de cartas<br />
da Coleção Araújo Porto-Alegre: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 110 f. Origi -<br />
nal. Cópia. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,3,8<br />
354. DAMASCENO, Darci. Cronologia de publicações de periódicos e anotações<br />
sobre o Romantismo: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Ma nuscrito.<br />
26,3,9<br />
355. DAMASCENO, Darci. Pesquisa histórico-literária do Rio de Janeiro: séculos<br />
XVIII-XIX: anotações sobre lexicologia, transportes, documentos biográficos<br />
e catálogos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, [s. d.]. 48 f. Original. Manuscrito.<br />
Ocorrem referências a itinerários urbanos, exemplos de vocabulários retirados de<br />
jornais e as invenções e privilégios industriais.<br />
26,3,10<br />
356. DAMASCENO, Darci. Pesquisa histórico-literária do Rio de Janeiro: séculos<br />
XVIII-XIX: índice de Memórias econômicas, referências a catálogos e inventários<br />
e bibliografia sobre o Rio de Janeiro: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.].<br />
N. p. Original. Manuscrito. Ocorrem referências à urbanização (chácaras) no Rio<br />
de Janeiro e a Freire Alemão e frei Veloso.<br />
26,3,11<br />
357. DAMASCENO, Darci. Pesquisa histórico-literária do Rio de Janeiro: séculos<br />
XVIII-XIX: anotações sobre frei Camilo, referências aos Anais da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional, textos de arquivos. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
Ocorrem relação genealógica da dinastia portuguesa, lista de assuntos do acervo<br />
da Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico.<br />
26,3,12<br />
358. DAMASCENO, Darci. Referência a documentos autógrafos na <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 6 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,13<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 222<br />
222<br />
359. DAMASCENO, Darci. Índice de assuntos retirados de documentos bio -<br />
gráficos para pesquisa: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 26 f. Original. Ma -<br />
nuscrito.<br />
26,3,14<br />
360. DAMASCENO, Darci. Levantamento de dados sobre a vida e cultura do<br />
Rio de Janeiro novecentista para exposição realizada na <strong>Biblioteca</strong> Nacional: 1823-<br />
1844: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 28 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,15<br />
361. DAMASCENO, Darci. História e literatura no Rio de Janeiro nos séculos<br />
XVIII e XIX: fontes na <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Rio de Janeiro, [s. d.]. 49 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,3,16<br />
362. DAMASCENO, Darci. Manuel Silva de Alvarenga e a Sociedade Literária:<br />
auto de perguntas e notas várias. [Rio de Janeiro], [s. n°], pag. var. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,3,17<br />
363. DAMASCENO, Darci. História e literatura no Rio de Janeiro nos séculos<br />
XVIII e XIX: papéis vários. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 75 f. Original.<br />
Manuscrito. Contém cartão de Edmar Morel a Darci Damasceno, encaminhando<br />
páginas do livro com relação de autógrafos de Castro Alves na <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional (estas também anexas).<br />
26,3,18<br />
364. POMPÉIA, Raul. Carta a Alfredo Pujol, em 1886, falando das canções sem<br />
metro: cópia e comentário. Rio de Janeiro, [s. d.]. 4 f. Original. Manuscrito.<br />
Cópia manuscrita com anotações de Darci Damasceno. A carta se encontra na<br />
DMSS-BN.<br />
26,3,19<br />
365. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre a localização da casa do conde da<br />
Barca, no Rio de Janeiro: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 36 f. Original. Ma -<br />
nuscrito. Impresso. Contém gravura retratando a residência do conde.<br />
26,3,20<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 223<br />
223<br />
366. DAMASCENO, Darci. Biobibliografia e cópia dos poemas de Antônio<br />
Diniz: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 56 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,21<br />
367. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Contraliteratura: bestialógicos: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 17 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,3,22<br />
368. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre Paraliteratura: bestialógicos: notas<br />
várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. Original. Manuscrito.<br />
26,3,23<br />
369. ANIL e outras culturas agrícolas no Brasil: notas várias. [Rio de Janeiro],<br />
[s. n o ], [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,3,24<br />
370. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre o anil: fragmentos de leis e papéis<br />
vários. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 43 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,25<br />
371. DAMASCENO, Darci. O anil no Brasil: notas várias retiradas de tese de<br />
doutorado de Arno Wehling e outras fontes. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N.<br />
p. Original. Manuscrito.<br />
26,3,26<br />
372. ORDEM do governo da ilha de Santa Catarina, a 20/5/1786, proibindo a<br />
posse de teares na ilha: cópia. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 2 p. Manuscrito.<br />
Original.<br />
26,3,27<br />
373. DAMASCENO, Darci. Notas e lembretes acerca do botânico Freire Alemão:<br />
genealogia, correspondência, palestras e outros. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.].<br />
69 p. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,3,28<br />
374. DAMASCENO, Darci. Rio de Janeiro e Freire Alemão: notas várias. Rio<br />
de Janeiro, [s. d.]. 28 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,29<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 224<br />
224<br />
375. DAMASCENO, Darci. Viagem à Pedra, diário (72-77), e outras notas sobre<br />
o botânico Freire Alemão. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 16 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,30<br />
376. DAMASCENO, Darci. Notas sobre a viagem do botânico Freire Alemão<br />
ao Ceará. [Rio de Janeiro], [s. n o .], [s. d.]. 7 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,31<br />
377. DAMASCENO, Darci. Anotações do diário de Freire Alemão. Rio de<br />
Janeiro, [s. d.]. 50 f. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,3,32<br />
378. DAMASCENO, Darci. Penitentes, de Freire Alemão: extrato: contém notas<br />
de Darci Damasceno. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. 5 f. Original. Manuscrito.<br />
Datilografado.<br />
26,3,33<br />
379. DAMASCENO, Darci. Anotações contendo mapas e relação das fazendas<br />
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, [s. d.]. 3 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,34<br />
380. DAMASCENO, Darci. Papéis vários de e sobre o botânico Freire Alemão:<br />
cópias de artigo, plano do Passeio Público e notas. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s.<br />
d.]. Pag. var. Original. Manuscrito. Datilografado.<br />
26,3,35<br />
381. DAMASCENO, Darci. Estudos contendo indicações de manuscritos sobre<br />
frei Veloso no fichário antigo (salão de leitura) com indicações biobibliográficas:<br />
notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,3,36<br />
382. DAMASCENO, Darci. Fragmentos de um livro sobre frei Veloso e notas<br />
bibliográficas: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 16 f. Original. Manuscrito.<br />
26,3,37<br />
383. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre O fazendeiro do Brasil e indicações<br />
de manuscritos sobre frei Veloso: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. 38 f. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,3,38<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 225<br />
384. DAMASCENO, Darci. Estudos e anotações sobre frei Veloso: manuscrito,<br />
cronologia, flora fluminense e catálogo. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original.<br />
Manuscrito.<br />
26,3,39<br />
385. DAMASCENO, Darci. Estudos sobre flora fluminense e biobibliografia de<br />
frei Veloso: notas várias. Rio de Janeiro, [s. d.]. N. p. Original. Manuscrito.<br />
26,3,40<br />
FOTOCÓPIAS<br />
Datas-limite: 1649-1977<br />
Conteúdo: fotocópias de trabalhos dos mais diversos autores, que servem como<br />
base para anotações de Darci Damasceno. Os assuntos são variados, sendo os<br />
principais: poemas de Cecília Meireles, estudos e artigos sobre a mesma autora,<br />
códices atribuídos a Gregório de Matos, rascunhos de peças de Martins Pena,<br />
trabalhos acerca do comércio, da indústria e da economia no Brasil-colônia e estudos<br />
sobre frei Veloso e Freire Alemão.<br />
Quantificação: 244 documentos<br />
Nota: As datas-limite se referem, naturalmente, aos documentos originais.<br />
225<br />
393. PERES, Fernando da Rocha. Os filhos de Gregório de Mattos e Guerra.<br />
Sal vador, 1969. 12 f. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia tirada de um documen -<br />
to da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotações de Darci Damasceno. Centro de Estudos<br />
Bahianos, nº 64.<br />
26,3,48<br />
394. VIDA e morte de Gregório de Mattos Guerra. Tomo I de obras sacras e divididas:<br />
I e II part. [S. l.], [s. d.]. 34 f. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia tirada<br />
de documentos da DMSS-BN. Anotações em folhas anexas.<br />
26,3,49<br />
395. VIDA e morte do Doutor Gregório de Matos Guerra. [S. l.], [1929]. 28 f.<br />
Fotocópias. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno, Obras de Gregório de<br />
Matos Guerra – V. I-Sacra (Ed. A. P.), 1929. Outras notas em anexo.<br />
26,3,50<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 226<br />
226<br />
396. RABELO, Manuel Pereira. Vida do excelente poeta lírico, o Doutor Gregório<br />
de Matos Guerra. [S. l.], [s. d.]. 17 f. Fotocópia. Impresso. Anotações de Darci<br />
Damasceno em anexo. Anotações do texto Versão do Códice Celso Cunha.<br />
26,3,51<br />
397. VIDA do Doutor Gregório de Mattos Guerra. [S. l.], [s. d.]. 18 f. Fotocópias.<br />
Impresso. Anotações de Darci Damasceno, texto em anexo. Anotações do texto<br />
tirado do Códice Carvalho.<br />
26,3,52<br />
398. VIDA do grande poeta americano Gregório de Matos Guerra: [fragmento].<br />
[S. l.], [s. d.]. 19 f. Fotocópia. Impresso. Anotações de Darci Damasceno no<br />
texto. Anotação em anexo “do Códice A. P. I. par de Códice C. Cavaleiros (Ed.<br />
A. P.)”.<br />
26,3,53<br />
399. GREGÓRIO de Matos: [discursos do sr. Constâncio Alves em festa da<br />
Academia Consagrada ao Poeta]. [S. l.], [s. d.]. 17 f. Fotocópia. Impresso. Obras<br />
de Gregório de Matos: IV-satírica.<br />
26,3,54<br />
400. A VIDA espantosa de Gregório de Matos: retrato histórico. [S. l.], [s. d.].<br />
19 f. Fotocópia. Impresso. Obras de Gregório de Matos: VI-última.<br />
26,3,55<br />
401. SILVA, José Maria da Costa e. Ensaio biográfico-crítico sobre os melhores<br />
poetas portugueses: [fragmentos]. Lisboa: Silviana, 1855. 23 f. Fotocópias.<br />
Impresso. Anotações de Darci Damasceno. Faltam as páginas 168-169. Conteúdo<br />
Tomo IX dado à luz pelo editor João Pedro da Costa. Capítulo II-Gregório de<br />
Matos Guerra e capítulo IV-frey Eusébio de Mattos.<br />
26,3,56<br />
402. VIDA do grande poeta americano Gregório de Mattos Guerra. Códice<br />
Afrânio Peixoto. 188 f. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia tirada do documento<br />
existente da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Nota de Darci Damasceno: falta uma folha<br />
de xerox nº s 452-453. Dedicatória de Afrânio Peixoto à <strong>Biblioteca</strong> Nacional em<br />
20/12/1933, terceiro centenário do nascimento do poeta.<br />
26,3,57<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 227<br />
227<br />
403. CÓDICE caligráfico Adolfo Soares Cardozo da obra de Gregório de Matos.<br />
[S. l.], [s. d.]. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia de um documento da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional. Possui carimbo de Adolfo Soares Cardozo, Porto. Dedicatória a Vasco<br />
de Castro, Porto, maio de 1891. Tomos I e II. Faltam as páginas 1 e 2 do Tomo<br />
II. Em anexo papéis com anotações de Darci Damasceno.<br />
26,3,58<br />
404. PERES, Fernando da Rocha. Gregório de Matos: os códices em Portugal.<br />
Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1971. 13 f. Fotocópia. Impresso.<br />
Revista Brasileira de Cultura, nº 9, jul./set., pp. 105-114. Em anexo anotações de<br />
Darci Damasceno para pesquisas em bibliografia e genealogia. Algumas remetem<br />
a descrição de brasões feita no artigo de Peres.<br />
26,3,59<br />
405. OBRAS do Doutor Gregório de Matos Guerra: índices numerados em<br />
códices da <strong>Biblioteca</strong> Nacional de Lisboa. [S. l.], [s. d.]. Fotocópias. Manuscrito.<br />
Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,3,60<br />
406. CÓDICES de Gregório de Matos. [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 54 f.<br />
Fotocópias.<br />
26,3,61<br />
407. CÓDICES Camilo: Amostra de letras diferentes do códice. [S. l.], [s. d.].<br />
26 f. Fotocópias. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,3,62<br />
408. DAMASCENO, Darci. Variações de textos de códices de Gregório de Matos:<br />
notas e emendas. [Rio de Janeiro], [s. n o ], [s. d.]. N. p. Cópia. Datilografado.<br />
Inclui fotocópia de poemas datilografados, com anotações e mais algumas páginas<br />
manuscritas com notas de Darci Damasceno. O autor salienta que o objetivo<br />
é a análise das variações e não o estudo dos textos.<br />
26,3,63<br />
409. OBRAS poéticas de Gregório de Mattos Guerra. [fragmento]. Rio de Janeiro:<br />
Vale Cabral, 1882. 27 f. Fotocópia. Impresso. Tomo I. Anotações de Darci Da -<br />
masceno. Acompanha índice do Tomo I, com o carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,3,64<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 228<br />
228<br />
410. ÉDITOS e inéditos de Gregório de Mattos. [fragmentos]. [S. l.], [s. n o ],<br />
1929. 13 f. Fotocópias. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, texto<br />
de Obras de Gregório de Matos, V. I, sacra. Id. Afrânio Peixoto, 1929.<br />
26,3,65<br />
411. RELAÇÃO de códices estudados da obra de Gregório de Matos. Notas à<br />
margem. Mapa dos códices estudados e índice geral alfabetado de primeiros versos:<br />
[fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 18 f. Fotocópia. Manuscrito. Segundo anotações<br />
de Darci Damasceno, edição de J. Amado.<br />
26,3,66<br />
412. MATOS, Eusébio de. Retrato de uma dama: [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 4<br />
f. Fotocópia. Impresso. Anotações de Darci Damasceno, anexo fotocópia.<br />
26,3,67<br />
413. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: Sacra: [fragmentos].<br />
[S. l.], [s. d.]. 72 f. Fotocópia. Impresso. V. I, pp. 91-232. Anotações de Darci<br />
Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto.<br />
26,3,68<br />
414. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: lírica: [fragmentos].<br />
[S. l.], [s. d.]. 153 f. Fotocópia. Impresso. V. II, pp.15-320. Anotações de Darci<br />
Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto. Fotocópia tirada de documento<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,3,69<br />
415. Obras de Gregório de Mattos: Gracioza [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 152 f.<br />
Fotocópia. Impresso. V. III pp. 29-333. Anotações de Darci Damasceno atribuindo<br />
a edição a Afrânio Peixoto. Fotocópia tirada de documento da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional.<br />
26,3,70<br />
416. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: sátira I: [fragmentos].<br />
[S. l.], [s. d.]. 142 f. Impresso. IV., T. I, pp. 41-325. Anotações de Darci<br />
Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto.<br />
26,3,71<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 229<br />
229<br />
417. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: satírica II: [fragmen -<br />
tos]. [S. l.], [s. d.]. 180 f. Fotocópias. Manuscrito. IV., T. II, pp. 9-369. Ano ta -<br />
ções de Darci Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto.<br />
26,3,72<br />
418. MATOS, Gregório de. Obras de Gregório de Mattos: última: [fragmentos].<br />
[S. l.], [s. d.]. 124 f. Fotocópias. Impresso. VI, pp. 97-341. Anotações de Darci<br />
Damasceno atribuindo a edição a Afrânio Peixoto; índice geral dos seis tomos.<br />
26,3,73<br />
419. ACADEMIA dos “Singulares de Lisboa”, dedicada a Apollo: [fragmentos].<br />
Lisboa: Manuel Lopes Ferreyra, 1692. 24 f. Fotocópia. Impresso. Carimbo: D.<br />
Thereza Christina Maria. Parte I.<br />
26,3,74<br />
420. SILVA, Vítor Manuel Pires de Aguiar e. Maneirismo e barroco na poesia<br />
lírica portuguesa: [extratos]. Coimbra: Centro de Estudos Românicos, 1971. Pag.<br />
var. Fotocópia. Impresso. Fotocópia dos capítulos 2, 7, 8, bibliografia e apêndice.<br />
26,3,75<br />
421. DOCUMENTO de arquivo: reprodução de uma página. [S. l.], [s. d.]. 1<br />
f. Reprodução fotográfica. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de<br />
Microfilme. Não foi possível identificar o documento.<br />
26,3,76<br />
422. A PERSPECTIVE view of the city of St. Sebastian at Rio de Janeiro. [S.<br />
l.], [s. d.]. Reprodução fotográfica. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional: Divisão de<br />
Microfilme. Segundo anotação de Darci Damasceno, século XVIII.<br />
26,3,77<br />
423. CÓDICES de Gregório de Matos: detalhes de páginas e lombadas deterio -<br />
radas. [S. l.], [s. d.]. 5 f. Reprodução fotográfica.<br />
26,3,78<br />
424. QUEVEDO Y VILLEGAS, Francisco. Obra poética: edición de José Manuel<br />
Blecua: [extratos]. Madrid: Castilla, [19..?]. Pag. var. Fotocópia de trechos da<br />
obra.<br />
26,3,79<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 230<br />
230<br />
425. RODRIGUEZ-MOÑINO, Antônio. Construcción crítica y realidad histó -<br />
rica en la poesía española de los siglos XVI y XVII. Prólogo de Marcel Batail lon.<br />
Madrid: Castilla, 1968. 59 p. Fotocópia. Manuscrito. Em espanhol.<br />
26,3,80<br />
426. RODRIGUES, Graça Almeida. Crônica do príncipe d. João, de Damião<br />
de Góis: edição crítica e comentada: [extrato]. Lisboa: Universidade Nova, 1977.<br />
[17 f.]. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia da introdução da obra, cuja identificação,<br />
retirada de anotações de Darci Damasceno, se refere a livro constante da<br />
SOR-BN.<br />
26,3,81<br />
427. BOWERS, Fredson. Textual & literary criticism: [extratos]. Cambridge:<br />
University Press, 1959. [39 f.]. Fotocópia. Manuscrito. Em inglês. Fotocópias<br />
dos capítulos I, II e IV.<br />
26,3,82<br />
428. MATOS, Gregório de. Várias poezias compostas pello Famozo Doutor, e<br />
insigne Poeta do nosso século...: [extratos]. [S. l.], N. p. Fotocópia. Manuscrito.<br />
Fotocópia de alguns trechos do códice da Library of Congress e do códice identificado<br />
como Camilo por Darci Damasceno. Contém anotações de Darci Damas -<br />
ceno explicando que se trata de amostras de mudanças de textos.<br />
26,3,83<br />
429. MATOS, Gregório de. “Praguejador” e “As pazes de Inglaterra”: [poesias].<br />
[S. l.], [s. d.]. N. p. Fotocópia. Fotocópia dos poemas, com anotações de Darci<br />
Damasceno em que ele questiona a autoria atribuída a Gregório de Matos. A localização<br />
I-7,16,7 também consta das anotações.<br />
26,3,84<br />
430. DOCUMENTOS e ofícios da Capitania da Bahia, datados de 1727, 1779,<br />
1784, 1789: [fotocópias]. [S. l.], [s. d.]. 8 f. Fotocópias. Fotocópias de documen -<br />
tos constantes da DMSS-BN, com anotações de Darci Damasceno.<br />
26,3,85<br />
431. NEVES, Francisco de Sousa. Um Poeta Satírico do Século XVII: [fragmento<br />
de jornal]. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Fotocópia do artigo em periódico de tí -<br />
tu lo e data não identificados.<br />
26,3,86<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 231<br />
231<br />
432. ANDRADE, Carlos Drummond de. Carta a Heitor Grillo com o parecer<br />
da revisão da obra inédita de Cecília Meireles já organizada por Darci Damasceno.<br />
Rio de Janeiro, 28/5/1969. 3 f. Cópia. Datilografado. Anotações de Darci Da -<br />
masceno.<br />
26,3,87<br />
433. BRANDÃO, Tomás Pinto. Miscelânea curiosa e proveitosa: vida e morte<br />
de Tomás Pinto Brandão. [S. l.], [s. d.]. 20 f. Fotocópia. Segundo anotações de<br />
Darci Damasceno, fotocópias tiradas de códice da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,3,88<br />
434. BRANDÃO, Tomás Pinto. Satira ao governo de Portugal: por Gregório de<br />
Mattos, reçusitado em Pernambuco no ano de 1713. [S. l.], [s. d.]. 8 f. Fotocópia.<br />
Manuscrito. Fotocópias tiradas de documento da DMSS-BN.<br />
26,3,89<br />
435. BRANDÃO, Tomás Pinto. Estrofes de décimas e outros textos de 1713. [S.<br />
l.], [s. d.]. 11 f./8 f. Fotocópia. Manuscrito. Fotocópias tiradas de documento da<br />
DMSS-BN. Segundo anotações de Darci Damasceno in obras várias. Tomás Pinto<br />
Brandão I-14,1,25. Pelo sistema de pontuação, vê-se que é mais moderno que<br />
outros.<br />
26,3,90<br />
436. GREGÓRIO de Mattos e Guerra: seu primeiro casamento. Salvador, 1968.<br />
15 f. Fotocópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno: Universitas, Revista<br />
de Cultura da Universidade Federal da Bahia, nº 1, set. dez. 1968.<br />
26,3,91<br />
437. MATOS, Gregório de. Gregório de Mattos: seu primeiro casamento. Petição<br />
manuscrita (<strong>Biblioteca</strong> Nacional de Lisboa – Sumários matrimoniais) com autógrafo<br />
do poeta no canto direito. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Manuscrito. 2 fotocópias<br />
do documento.<br />
26,3,92<br />
438. CRONOLOGIA do poeta Gregório de Mattos Guerra. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />
Fotocópia. Impresso. 2 fotocópias do documento.<br />
26,3,93<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 232<br />
232<br />
439. LETRA V do índice (tabuada) do códice manuscrito apógrafo de Gregório<br />
de Mattos – <strong>Biblioteca</strong> Nacional de Lisboa, nº 576. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Fotocópia.<br />
Manuscrito. 2 fotocópias do documento.<br />
26,3,94<br />
440. DOCUMENTO analisado por Fernando da Rocha Peres no artigo Gregório<br />
de Mattos e Guerra em Angola. Afro-Ásia: cópia. Salvador, 1968. 1 f. Cópia.<br />
Manuscrito. Publicado em Afro-Ásia, (6-7) jun., dez. 1968.<br />
26,3,95<br />
441. MATOS, Gregório de. Poemas vários: crítica de transmissão textual. [S. l.],<br />
[s. d.]. N. p. Fotocópias. Fotocópias de transcrição, datilografada, de poemas,<br />
comparados com o do Códice Rústico e do códice existente na Library of Congress.<br />
Contém anotações manuscritas de Darci Damasceno.<br />
26,3,96<br />
442. MATOS, Gregório de. Obras do Doutor Gregório de Mattos: assuntos<br />
vários. [S. l.], [s. d.]. 501 f. Fotocópia. Fotocópias de códice contendo “obras<br />
honestas e desonestas” de Gregório de Mattos.<br />
26,3,97<br />
443. MEIRELES, Cecília. Espectros. Folha de rosto. Rio de Janeiro, 1919. 8 f.<br />
Fotocópias. Manuscrito. Fotocópias da folha de rosto da obra de Cecília Meireles<br />
com anotações de Darci Damasceno.<br />
26,3,98<br />
444. POEMA inédito: texto sobre um poema de Cecília Meireles. Rio de Janeiro,<br />
1934. 1 f. Fotocópia. Datilografado. Segundo anotações de Darci Damasceno,<br />
artigo do jornal A Nação, de 9/9/1934.<br />
26,3,99<br />
445. MEIRELES, Cecília. Cântico entre uma Noite e um Dia. [Minas Gerais],<br />
1934. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia retirada de um artigo do jornal O<br />
Liberal, de 22/7/1934. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,3,100<br />
446. MEIRELES, Cecília. Sarasvati. [S. l.], 1926. 1 f. Fotocópias. Fotocópia retirada<br />
da revista Fon-Fon nº 38, 3/7/1926.<br />
26,3,101<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 233<br />
233<br />
447. JAKOBSON, Roman. Questions de poétique: La dominante: Extrait d’une<br />
série de conférences inedites en langue tchéque, données à l’Université Masaryk<br />
à Brno. Paris: [Recuil ?], 1973. 4 f. Fotocópia. Impresso. Em francês. Dados reti -<br />
ra dos de anotações de Darci Damasceno.<br />
26,3,102<br />
448. MEIRELES, Cecília. Episódio humano: prosa. Rio de Janeiro, 1929-1930.<br />
22 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de textos publicados em O Jornal, uma colaboração<br />
de Cecília Meireles para os números de domingo. Anotações de Darci<br />
Damasceno.<br />
26,3,103<br />
449. MEIRELES, Cecília. Página de educação. Rio de Janeiro, 1931-32. 19 f.<br />
Fotocópias. Impresso. Fotocópia de textos publicados em o Diário de Notícias,<br />
segundo anotações de Darci Damasceno.<br />
26,3,104<br />
450. MORENA, Pena de amor. [S. l.], 1939. 37 f. Fotocópia. Manuscrito.<br />
Anotações de Darci Damasceno atribuindo autoria a Cecília Meireles.<br />
26,3,105<br />
451. NIST, John. The poetry of Cecília Meireles. [S. l.], 1963. 4 f. Fotocópia.<br />
Impresso. Reprint from Hispania, v. 46, nº 2, 1963, pp. 252-258.<br />
26,3,106<br />
452. FERREIRA, Múcio P. Cecília Meireles e o Mundo. [S. l.], [1965]. 2 f.<br />
Fotocópias. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do Diário<br />
de S. Paulo, 7/11/1965.<br />
26,3,107<br />
453. SCHMIDT, Augusto Frederico. Cecília Meireles. [S. l.], 1963. 1 f. Foto -<br />
cópias. Impresso. O Globo, 17/12/1963, p. 2.<br />
26,3,108<br />
454. BOSI, Alfredo. Cecília Meireles: A Música Ausente. [S. l.], 2 f. Fotocópia.<br />
Manuscrito. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo de O Estado de S.<br />
Paulo, 20/2/1965, Suplemento Literário.<br />
26,3,109<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 234<br />
234<br />
455. SENA, Jorge de. Cecília Meireles ou os Puros Espíritos. [S. l.], [s. d.]. 2 f.<br />
Fotocópias. Manuscrito. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo de O<br />
Estado de S. Paulo, 20/2/1965.<br />
26,23,110<br />
456. ALMEIDA, Lúcia Machado de. Esse Instante Emprestado. São Paulo, 1965.<br />
4 f. Fotocópias. Impresso. Artigo publicado junto ao de Rui Affonso: Cecília<br />
Meireles, Amiga.<br />
26,3,111<br />
457. AFFONSO, Rui. Cecília Meireles, Amiga. Artigo de O Estado de S. Paulo,<br />
20/2/1965. Suplemento Literário, São Paulo, 1965. 4 f. Fotocópias. Impresso.<br />
Ar tigo publicado junto ao de Lúcia Machado de Almeida: Esse Instante Em -<br />
prestado.<br />
26,3,111 nº 2<br />
458. OLIVEIRA, Marly de. Da Fineza do Amor em Cecília Meireles. [S. l.], [s.<br />
d.]. 2 f. Fotocópias. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo<br />
do Correio da Manhã, 8/8/1964, Livros na Mesa.<br />
26,3,112<br />
459. AZEVEDO FILHO, Leodegário A. de. Recurso expressionista de estilo em<br />
Cecília Meireles. [S. l.], 1963. 2 f. Fotocópias. Impresso. Artigo do jornal Diário<br />
de Notícias, 14/4/1963, Suplemento Literário, p. 5. Crítica de um universitário.<br />
Dedicatória do autor para Cecília Meireles.<br />
26,3,113<br />
460. PIMENTEL, Osmar. Cecília ou a Poesia. [S. l.], [1949]. 2 f. Fotocópias.<br />
Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do jornal Diário de S.<br />
Paulo, [6/5/1949]. 2 cópias.<br />
26,3,114<br />
461. GARBUGLIO, José C. Cecília Meireles: o Trânsito e o Eterno. [S. l.], [s.<br />
d.]. 2 f. Fotocópia. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, artigo do<br />
jornal O Estado de S. Paulo, ano 9, nº 418, 20/2/1965.<br />
26,3,115<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 235<br />
235<br />
462. GUINSBURG, J. Cecília Meireles. São Paulo, 1965. 2 f. Fotocópia. Impresso.<br />
Artigo do jornal O Estado de S. Paulo, ano 9, nº 418, 20/2/1965, Suplemento<br />
Literário.<br />
26,3,116<br />
463. MEIRELES, Cecília. Artigos de periódicos. [S. l.], 1949-1964. 8 f. Foto -<br />
cópias. Impresso. Anotações de Darci Damasceno. Artigos de jornal escritos por<br />
Cecília Meireles em O Globo, Correio da Manhã, O Estado de S. Paulo, Jornal de<br />
Notícias, Folha da Manhã e Folha da Noite, 1948-1964.<br />
26,3,117<br />
464. MEIRELES, Cecília. Artigos de periódicos. [S. l.], 1947-1949. 20 f.<br />
Fotocópias. Impresso. Fotocópias de artigos publicados por Cecília Meireles em<br />
Folha de S. Paulo, Jornal de Notícias, Folha da Manhã, Folha da Noite e Folha do<br />
Norte.<br />
26,3,118<br />
465. MEIRELES, Cecília. Poemas de Cecília Meireles. [S. l.], [1958-1963]. 8 f.<br />
Reprodução fotográfica. Impresso. Segundo anotações de Darci Damasceno, trata-se<br />
de reprodução fotográfica de autógrafos e poemas da última época.<br />
26,3,119<br />
466. DAMASCENO, Darci. Estudo sobre poesia de Cecília Meireles: fragmento.<br />
[S. l.], [s. d.]. 1 f. Cópia. Datilografado. Constava no original nota de margem<br />
de Cecília Meireles, explicando um verso. Anexo folha com anotações de Darci<br />
Damasceno.<br />
26,3,120<br />
467. MEIRELES, Cecília. “Copo da puma de prata”: poema. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />
Cópia. Manuscrito.<br />
26,3,121<br />
468. MEIRELES, Cecília. Poema a Darci Damasceno em agradecimento sobre<br />
“A vida breve” e “O pajem constante”. Rio de Janeiro, 27/9/1951. 1 f. Fotocópia.<br />
Manuscrito<br />
26,3,122<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 236<br />
236<br />
469. MEIRELES, Cecília. Carta a Diogo de Macedo sobre Correia Dias e Maria<br />
Fernanda. Rio de Janeiro, 21/7/1952. 2 f. Fotocópia. Datilografado. Constam<br />
no caderno de originais 26,1,181 anotações de Darci Damasceno sobre a carta.<br />
Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,3,123<br />
470. MEIRELES, Cecília. Carta a Fernanda de Castro sobre os versos que são<br />
parte de um livro que concorre ao prêmio da Academia Brasileira de Letras. Rio<br />
de Janeiro, 11/12/1938. 2 f. Fotocópia. Datilografado. Constam no caderno de<br />
originais 26,1,181 anotações de Darci Damasceno sobre a carta. Reg. 250/1990<br />
DMSS-BN.<br />
26,3,124<br />
471. MEIRELES, Cecília. Carta a Maria Dulce Lupi Coelho sobre sua formação<br />
religiosa, o budismo e experiências místicas. Rio de Janeiro, 24/4/1938. 2 f. Foto -<br />
cópia. Datilografado. Constam no caderno de originais 26,1,181 anotações de<br />
Darci Damasceno sobre a carta. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,3,125<br />
472. MEIRELES, Cecília. Carta a Diogo de Macedo sobre seu estado de espírito<br />
e impressões de Paris, Calcutá, Itália, Holanda. Rio de Janeiro, 7/9/1953. 2 f.<br />
Fotocópia. Datilografado. Constam no caderno de originais 26,1,181 anotações<br />
de Darci Damasceno sobre a carta. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,3,126<br />
473. MEIRELES, Cecília. Carta a Fernanda de Castro sobre a morte de Correia<br />
Dias. Rio de Janeiro, 1936. 6 f. Fotocópia. Manuscrito. Constam no caderno de<br />
originais 26,1,181 anotações de Darci Damasceno sobre a carta. Reg. 250/1990<br />
DMSS-BN.<br />
26,3,127<br />
474. MEIRELES, Cecília. “Olhinhos de gato”. [S. l.], [s. d.]. [61 f.]. Fotocópias.<br />
Impresso. Fotocópia de “Olhinhos de gato”, publicado em trechos pelo periódico<br />
Ocidente, em 1937-1938. Segundo anotações de Darci Damasceno, faltam 8<br />
p. Contém nota introdutória, retirada do arquivo de Cecília Meireles, e anotações<br />
de Darci Damasceno.<br />
26,3,128<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 237<br />
237<br />
475. MEIRELES, Cecília. Saudação à menina de Portugal e Iracema, a Virgem<br />
dos Lábios de Mel: [crítica literária]. [S. l.], [s. d.]. 6 f. Fotocópias. Impresso.<br />
Fotocópia de poema recitado em 14/8/1930 no Gabinete Português de Literatura<br />
do Rio de Janeiro e de crítica publicada no periódico O Jornal em 1/5/1929.<br />
26,3,129<br />
476. RICARDO, Cassiano. A Academia e a Poesia Moderna: [parecer de Cassiano<br />
Ricardo e discurso não pronunciado de Cecília Meireles quando do prêmio de<br />
poesia da ABL, em 1937]. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1939. 10 f. Fotocópia.<br />
Impresso. Fotocópias das pp. 9-19 e 174-180 da obra.<br />
26,3,130<br />
477. MEIRELES, Cecília. Poema a Heitor Grillo “Cantar de vero amor”. São<br />
Paulo, 1964. 2 f. Cópia. Fotocópia. Manuscrito.<br />
26,4,1<br />
478. MEIRELES, Cecília. Nunca mais... e Poema dos poemas. Rio de Janeiro:<br />
Livraria Leite Ribeiro, 1923. 71 f. Fotocópias. Manuscrito.<br />
26,4,2<br />
479. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles dizendo que enviará Coração<br />
verde por intermédio dela ao sr. Gregório Reynolds. Porto Alegre, 26/11/1927.<br />
2 f. Fotocópia. Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,3<br />
480. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles dizendo que a Livraria do Globo<br />
resolveu tirar uma segunda edição de Coração verde e assim terá oportunidade de<br />
enviar um exemplar ao sr. Reynolds. Porto Alegre, 21/4/1928. 1 f. Fotocópia.<br />
Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,4<br />
481. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles falando do respeito e admiração<br />
pela poetisa e sua obra. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Manuscrito. Reg. 250/1990<br />
DMSS-BN.<br />
26,4,5<br />
482. MEIRELES, Cecília. Poema ao sr. Basílio de Magalhães: “Apparição”. [S.<br />
l.], [s.d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN. Anotações de<br />
Darci Damasceno.<br />
26,4,6<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 238<br />
238<br />
483. MEIRELES, Cecília. Poema “Nas ruínas do torreão”. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />
Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,7<br />
484. MAGALHÃES, Augusto. Carta a Maciel Pinheiro sobre três sonetos encon -<br />
trados, assinados por Cecília Meireles, que poderiam ser entregues pelo destina -<br />
tário à filha da poetisa. Rio de Janeiro, 25/3/1971. 1 f. Cópia. Datilografado.<br />
Anotações de Darci Damasceno. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,8<br />
485. MEIRELES, Cecília. Poema “Bilha”. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />
Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,9<br />
486. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles pedindo-lhe que envie mais sobre<br />
sua vida interior. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito. Anexo poema “Louva -<br />
ção”, de Augusto Meyer, dedicado a Cecília Meireles. Reg. 250/1990 DMSS-<br />
BN.<br />
26,4,10<br />
487. MEYER, Augusto. Carta a Cecília Meireles informando-a sobre o recebimento<br />
da Faceta Literária. [S. l.], [s. d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito. Reg. 250/1990<br />
DMSS-BN.<br />
26,4,11<br />
488. MEYER, Augusto. Plenitude: artigo para o Diário de Notícias. [S. l.], [s.<br />
d.]. 1 f. Cópia. Impresso. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,12<br />
489. MICHAILOWSKY, P. Carta a Cecília Meireles sobre o manifesto a respeito<br />
da Nova Educação. Rio de Janeiro, 20/3/1932. 1 f. Cópia. Manuscrito. Reg.<br />
250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,13<br />
490. ANDRADE, Carlos Drummond de. Carta a Cecília Meireles fazendo um<br />
comentário a respeito de seu livro: cópia. Rio de Janeiro, 10/5/1939. 1 f. Cópia.<br />
Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,14<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 239<br />
239<br />
491. AZEVEDO, Fernando de. Carta a Cecília Meireles sobre o afastamento da<br />
imprensa e os planos de ação para vencer as resistências aos ideais de educação<br />
nova que a reforma introduziu no Brasil. São Paulo, 25/11/1931. 1 f. Cópia.<br />
Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,15<br />
492. AZEVEDO, Fernando de. Carta a Cecília Meireles sobre a reforma educacional<br />
e a <strong>Biblioteca</strong> Pedagógica Brasileira. São Paulo, 6/8/1931. 1 f. Cópia. Ma -<br />
nuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,16<br />
493. VERGARA, Telmo. Carta a Cecília Meireles sobre a tradução das “Canções<br />
de berço compatrícias”. Porto Alegre, 10/12/1933. 1 f. Cópia. Datilografado.<br />
Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,17<br />
494. BERRIEN, William. Carta a Cecília Meireles pedindo que lhe envie livros<br />
de literatura brasileira para ajudá-lo nas suas aulas da University of California.<br />
Rio de Janeiro, 15/4/1938. 4 f. Fotocópia. Datilografado. Em anexo página de<br />
carta de março do mesmo ano, agradecendo e pedindo novas listas de livros. Reg.<br />
250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,18<br />
495. QUEIROZ, Carlos. Carta a Cecília Meireles sobre assuntos pessoais. Lisboa,<br />
31/5/1937. 3 f. Fotocópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Reg.<br />
250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,19<br />
496. CARTA a Cecília Meireles solicitando esclarecimento a respeito das dedicatórias<br />
do livro e a viagem para a América. Lisboa, 20/4/1939. 1 f. Fotocópia.<br />
Manuscrito. A autora se assina M. Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de Castro.<br />
Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,20<br />
497. CARTA a Cecília Meireles propondo a edição de um livro de poesias iné -<br />
ditas. Lisboa, 21/5/1936. 1 f. Fotocópia. Manuscrito. A autora se assina M.<br />
Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de Castro. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,21<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 240<br />
240<br />
498. CARTA a Cecília Meireles sobre as provas de seu livro e a necessidade de<br />
consultar José Osório. Lisboa, 18/2/1939. 1 f. Fotocópia. Manuscrito. A autora<br />
se assina M. Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de Castro.<br />
26,4,22<br />
499. CARTA a Cecília Meireles informando o estado de saúde e propondo a<br />
publicidade de um livro de poesias. Vale dos Lagos [Portugal], [20/8/1936]. Có -<br />
pia. Manuscrito. A autora se assina M. Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de<br />
Castro. Reg. 250/1990 DMSS.<br />
26,4,23<br />
500. CARTA a Cecília Meireles sobre sua viagem e o estado de espírito na Europa<br />
diante da guerra. Cascais, 5/10/1939. 1 f. Cópia. Manuscrito. A autora se assina<br />
M. Fernanda; pode tratar-se de Fernanda de Castro. Reg. 250/1990 DMSS-<br />
BN.<br />
26,4,24<br />
501. MALFATTI, Anita. Carta a Cecília Meireles sobre a Escola Nova e as<br />
primeiras experiências. São Paulo, [s. d.]. 2 f. Original. Manuscrito. Reg. 250/1990<br />
DMSS-BN.<br />
26,4,25<br />
502. REYES, Alfonso. Cartas a Cecília Meireles elogiando o livro Nunca mais...<br />
e Poema dos poemas. Rio de Janeiro, 19 e 20/8/1931. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />
Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,26<br />
503. OLIVEIRA, José de Osório de. Carta a Cecília Meireles sobre artigos de<br />
jornal, política e o livro Psicologia de Portugal e outros ensaios. Lisboa, 26/4/1934.<br />
1 f. Cópia. Manuscrito. Reg. 250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,27<br />
504. CARTA a Cecília Meireles sobre Tasso da Silveira e Fernando Azevedo e<br />
suas obras poéticas. Coimbra, 1935. Cópia. Manuscrito. Assinatura ilegível. Reg.<br />
250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,28<br />
505. DUARTE, Afonso. Carta a Cecília Meireles sobre política e censura à obra<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 241<br />
241<br />
de Afonso Duarte: cópia. Coimbra, 7/2/1939. 1 f. Cópia. Manuscrito. Reg.<br />
250/1990 DMSS-BN.<br />
26,4,29<br />
506. MACEDO, Diogo de. Carta a Cecília Meireles lamentando a morte de seu<br />
marido Fernando Correia Dias. Lisboa, 20/12/1935. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />
26,4,30<br />
507. MACEDO, Diogo de. Carta a Cecília Meireles sobre a sua obra Viagem<br />
[Lisboa], [18/9/1939]. 2 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno<br />
manuscritas a tinta. Falta o início da carta.<br />
26,4,31<br />
508. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles sobre publicação na Revista de<br />
Inéditos de sua obra. Porto, 10/7/1938. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />
26,4,32<br />
509. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles informando que os seus versos<br />
não saíram na Revista de Portugal e sim na Presença. Porto, 19/8/1938. 1 f.<br />
Cópia. Manuscrito.<br />
26,4,33<br />
510. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles sobre projetos de bolsa de estudo<br />
nos Estados Unidos, Europa e pedidos de artigos e versos para serem pu -<br />
blicados em Ocidente. Porto, 15/11/1938. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />
26,4,34<br />
511. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles sobre a vontade de conhecer<br />
o Brasil e seus poemas publicados em Portugal. Porto, 27/3/1939. 1 f. Cópia.<br />
Manuscrito.<br />
26,4,35<br />
512. SERPA, Alberto de. Carta a Cecília Meireles sobre a admiração por seus<br />
versos e o prêmio que a academia concedeu a Viagem. Porto, 26/7/1939 . 2 f.<br />
Cópia. Manuscrito.<br />
26,4,36<br />
513. SILVEIRA, Miroel. Carta a Cecília Meireles esclarecendo o equívoco ocor-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 242<br />
242<br />
rido por ocasião de sua indicação como oradora na entrega dos prêmios da<br />
Academia Brasileira de Letras. Santos, 23/7/1939. 1 f. Cópia. Datilografado.<br />
26,4,37<br />
514. PEIXOTO, Afrânio. Carta a Cecília Meireles sobre o seu livro Viagem. [S.<br />
l.], 18/9/1939. 1 f. Cópia. Manuscrito.<br />
26,4,38<br />
515. REPRODUÇÃO fotográfica de desenhos do rosto de Cecília Meireles. [S.<br />
l.], [s. d.]. 4 f. Reprodução fotográfica. Impresso. Carimbo da Divisão de Micro -<br />
filme da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,39<br />
516. PENA, Martins. O juiz de paz da roça: [fragmentos do texto impresso, do<br />
original e de notas do autor]. [S. l.], [s. d.]. N. p. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,40<br />
517. PENA, Martins. Os Irmãos das Almas: [fragmentos de três versões manus -<br />
critas e uma impressa]. [S. l.], [s. d.]. N. p. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,41<br />
518. PENA, Martins. Carta a Rufino de Vasconcelos referindo-se à censura e à<br />
comédia Os ciúmes de um pedestre. [S. l.], 5/1/1846. 2 f. Cópia. Manuscrito.<br />
Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci<br />
Damasceno. Original na Divisão de Manuscritos: I-6,27,14.<br />
26,4,42<br />
519. PENA, Martins. Carta a Rufino de Vasconcelos referindo-se à comédia O<br />
noviço. [S. l.], [14/6/1846]. 2 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Na -<br />
cional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,43<br />
520. PENA, Martins. Carta bilhete a Bivar sobre a censura a A graça de Deus.<br />
Segue-se a resposta de Bivar, no mesmo documento. [S. l.], 2 f. Cópia. Manuscrito.<br />
Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci<br />
Damasceno. Original na Divisão de Manuscritos, I-6,7,14 nº 2.<br />
26,4,44<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 243<br />
243<br />
521. PENA, Martins. Plano da comédia As manias de dous velhos. [S. l.], [s. d.].<br />
2 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />
26,4,45<br />
522. PENA, Martins. Plano da obra A noite de São João [fragmentos]. [S. l.], [s.<br />
d.]. Cópia. Manuscrito de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />
Divisão de Manuscritos.<br />
26,4,46<br />
523. PENA, Martins. Fragmento de obra em verso. [S. l.], [s. d.]. Cópia. Manus -<br />
crito. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,47<br />
524. PENA, Martins. A barriga de meu tio: plano da obra. [S. l.], [s. d.]. 2 f. Có -<br />
pia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,48<br />
525. PENA, Martins. O caixeiro da taverna, Quem casa quer casa, O diletante:<br />
[fragmentos de versões manuscritas e impressas]. [S. l.], [s. d.]. Fotocópias.<br />
Impresso.<br />
26,4,49<br />
526. PENA, Martins. Os três médicos: [fotocópias do original manuscrito]. [S.<br />
l.], [s. d.]. 97 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos da<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,50<br />
527. PENA, Martins. O cigano: [fotocópias do original manuscrito]. [S. l.], [s.<br />
d.]. 98 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional.<br />
26,4,51<br />
528. PENA, Martins. Os meirinhos: [fotocópias do original manuscrito]. [S. l.],<br />
[s. d.]. 53 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos da Biblio -<br />
teca Nacional.<br />
26,4,52<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 244<br />
244<br />
529. PENA, Martins. Os ciúmes de um pedestre: [fotocópias do original manus -<br />
crito]. [S. l.], [s. d.]. 67 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manus critos<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,53<br />
530. PENA, Martins. As desgraças de uma criança: [fotocópia do original manus -<br />
crito]. [S. l.], [s. d.]. 71 f. Fotocópia. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,54<br />
531. PENA, Martins. A roda-viva: [fotocópias do original manuscrito]. [S. l.],<br />
[s. d.]. 14 f. Fotocópias. Impresso. Original na Divisão de Manuscritos da Biblio -<br />
teca Nacional.<br />
26,4,55<br />
532. AMORA, Antônio Soares. Martins Pena ante as fontes de seu teatro: [artigo<br />
publicado no periódico Dionysos, ano X, nº 13]. [S. l.], [1966]. 9 p. Fotocópia.<br />
Impresso.<br />
26,4,56<br />
533. BÁRBARA HELIODORA. A Evolução de Martins Pena: [artigo publicado<br />
no periódico Dionysos, ano X, nº 13]. [S. l.], 1966. 12 f. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,49<br />
534. MARTINS Pena no palco: [artigo publicado no periódico Dionysos, ano X,<br />
nº 13]. [S. l.], 1966. 11 p. Fotocópias. Impresso.<br />
26,4,58<br />
535. PENA, Martins. Quem Porfia Mata Caça. Folha de rosto do texto. Rio de<br />
Janeiro: Casa Imperial, 1852. 1 p. Reprodução fotográfica. Impresso. Carimbo<br />
no verso da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Microfilmes. Série Teatro Brasileiro.<br />
26,4,59<br />
536. LEAL, José da Silva Mendes. Quem Porfia Mata Caça: folha de rosto e<br />
primeira página do texto. Rio de Janeiro: Francisco de Paula Brito, 1850. 2 f.<br />
Reprodução fotográfica. Impresso. Carimbo no verso da <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />
Divisão de Microfilmes.<br />
26,4,60<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 245<br />
245<br />
537. VUE de l’Eglise de la Gloria, à Rio de Janeiro. Paris, 1822. 1 f. Impresso.<br />
26,4,61<br />
538. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz tratando de<br />
assunto particular. Nova Friburgo, 17/11/[1860]. 4 p. Fotocópia. Manuscrito.<br />
Ca rim bo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotação no verso.<br />
Original na Divisão de Manuscritos, I-4,4,56, 2 cópias da página.<br />
26,4,62<br />
539. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a José Martiniano de Alencar pedindo-lhe<br />
(para) trabalhar, no orçamento no Senado, pela publicação do Brasil<br />
Pitoresco. Nova Friburgo, 13/6/1861. 9 f. Fotocópia. Manuscrito. Duas cópias<br />
da primeira página da carta. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manus -<br />
critos. Anotações no verso. Original na Divisão de Manuscritos, I-4,7,74.<br />
26,4,63<br />
540. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz tratando de<br />
assunto particular. Nova Friburgo, 11/11/1860. 3 f. Fotocópia. Manuscrito. Ca -<br />
rimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações no verso da<br />
carta. 2 cópias da primeira página da carta. Original na Divisão de Manuscritos,<br />
I-4,4,59.<br />
26,4,64<br />
541. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz tratando de<br />
assunto particular. Friburgo, 30/[11/1860]. 3 f. Fotocópia. Impresso. Carimbo<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Duas cópias da primeira página<br />
da carta. Anotações no verso. Original na Divisão de Manuscritos, I,4,4,58.<br />
26,4,65<br />
542. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz tratando de<br />
suas traduções em Nova Friburgo. Friburgo, 25/11/1860. 4 f. Fotocópia.<br />
Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. 2 cópias<br />
da primeira página da carta. Original na Divisão de Manuscritos, I-4,4,57.<br />
26,4,66<br />
543. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Carta a Francisco Ramos Paz sobre impressões<br />
de Friburgo. [S. l.], [s. d.]. 11 f. Fotocópias. Manuscritos. Material anexo:<br />
três páginas datilografadas e uma manuscrita a tinta com anotações de Darci<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 246<br />
246<br />
Damasceno sobre a carta. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manus -<br />
critos.<br />
26,4,67<br />
544. ALMEIDA, Josefina Maria de. Carta a sua Majestade Imperial solicitando<br />
admissão de seus filhos Antônio Marianno de Almeida e Manuel Antônio de<br />
Almeida à classe de alunos pobres e internos do Colégio D. Pedro II. Rio de Ja -<br />
neiro, 26/1/1841. 2 f. Fotocópia. Manuscrito. Duas cópias da carta. Carimbo da<br />
Divisão de Microfilme da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,68<br />
545. BARROS, João Marianno. Folha avulsa, provável anexo de requerimento<br />
com data de 27/2/1841. [S. l.], 1 f. Fotocópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />
26,4,69<br />
546. CANDIDO, Antonio. Dialética da Malandragem: Caracterização das<br />
Memórias de umsargento de milícias. São Paulo, 1970. 14 f. Fotocópias. Manuscrito.<br />
Fotocópia de artigos publicados no nº 9 da Revista do Instituto de Estudos Brasileiros<br />
da USP.<br />
26,4,70<br />
547. DAMASCENO, Darci. Uma Articulação em Iracema: a Sedução da Virgem:<br />
[fragmento]. [S. l.], [s. d.]. 10 f. Fotocópia. Manuscrito. Contém várias correções<br />
manuscritas do autor.<br />
26,4,71<br />
548. DAMASCENO, Darci. Uma Articulação em Iracema: a Sedução da Virgem.<br />
[S. l.], [s. d.]. 18 f. Fotocópia. Manuscrito. Contém várias correções manuscritas<br />
do autor. Em anexo 11 p. de rascunhos manuscritos com planos, esquemas e<br />
citações a ser incluídas no ensaio.<br />
26,4,72<br />
549. SONHOS d’ouro: prefácio à edição de 1872. [S. l.], 1872. 9 f. Fotocópia.<br />
Impresso. Prefácio assinado por Sênio. Fotocópia de original na <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional.<br />
26,4,73<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 247<br />
247<br />
550. ALENCAR, José de. Diva: pós-escrito à 2ª edição do romance. [S. l.], [s.<br />
d.]. 11 p. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,74<br />
551. SANTIAGO, Silviano. Liderança e Hierarquia em Alencar: [artigo publicado<br />
no Suplemento Cultural de O Estado de S. Paulo, ano 2, nº 62, 18/12/1977].<br />
São Paulo, 1977. 10 f. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,75<br />
552. MELLO, José Antônio Gonçalves de. Dom Antônio Felipe Camarão, capi -<br />
tão-mor dos índios da costa do Nordeste do Brasil. Recife: Universidade do Recife,<br />
1954. 31 f. Fotocópia. Impresso. Carimbo da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres<br />
dos Montes Guararapes.<br />
26,4,76<br />
553. PORTO-ALEGRE, Manuel de Araújo. Carta elogiando a publicação do<br />
novo livro [de um historiador]. Dresda, 29/7/1864. 4 f. Cópia. Manuscrito.<br />
Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci<br />
Damasceno onde afirma que o destinatário é um historiador e cogita em que seja<br />
J. M. Pereira da Silva. Original na Divisão de Manuscritos, I-5,33,60.<br />
26,3,77<br />
554. DEBRET, Jean Baptiste. Carta a Araújo Porto-Alegre sobre a nomeação,<br />
substituindo-o como professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes.<br />
Paris, 1837. 2 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão<br />
de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,78<br />
555. DEBRET, Jean Baptiste. Carta a Araújo Porto-Alegre sobre a relação de trabalhos<br />
feitos no Brasil, pelos quais nada receberá. Paris, 11/10/1844. 2 f. Cópia.<br />
Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações<br />
de Darci Damasceno.<br />
26,4,79<br />
556. DEBRET, Jean Baptiste. Carta a Araújo Porto-Alegre fazendo observações<br />
sobre suas viagens no Brasil e contando que recebeu a medalha da Legião de<br />
Honra em Paris. Paris, 7/6/1842. 2 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,80<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 248<br />
248<br />
557. ARAGUAIA, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de. Carta<br />
a Araújo Porto-Alegre sobre a crítica à Confederação dos Tamoios. Turim,<br />
31/8/1856. 12 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão<br />
de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,81<br />
558. BREVE notícia sobre Antônio José da Silva: [fragmentos]. [S. l.], [s. d.]. 6<br />
f. Fotocópias. Manuscrito. Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
Ocorre a seguinte anotação de Darci Damasceno: “Ato 3º cena 2 e não ato 1º,<br />
a emenda é do censor (H. 36).”<br />
26,4,82<br />
559. JORNAL DOS DEBATES POLÍTICOS E LITERÁRIOS: artigos publicados<br />
nos números 1-49 (1ª fase, maio, novembro de 1937) e 50-85 (2ª fase,<br />
janeiro, setembro de 1938). Rio de Janeiro: Typ-Imperial e Constitucional de J.<br />
Villeneuve e Comp., 1837-1938. 257 p. Fotocópias. Impresso. Falta o nº 24 da<br />
1ª fase; 50-85 incompletos.<br />
26,4,83<br />
560. PRIMEIRA parte do index da livraria de música do muyto alto, e poderoso<br />
Rey Dom Ioão o IV, nosso Senhor. Lisboa: Paulo Craesbeck, 1649. 97 f. Fotocópia.<br />
Impresso. Fotocópia de original da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,84<br />
561. DONATO, Ernesto. Dos Vilhancicos. Coimbra: Imprensa da Universidade,<br />
1929. 58 f. Fotocópias. Impresso. Publicação da Série Subsídios para a Bibliografia<br />
Portuguesa. Separata do boletim da <strong>Biblioteca</strong> da Universidade de Coimbra, vol.<br />
IX.<br />
26,4,85<br />
562. PLANO de huma pequena parte da Costa da Capitania do Rio de Janeiro<br />
no qual se mostra as 5 lagôas nomeadas nesta memoria. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />
Fotocópia. Manuscrito. Desenhado por José Correa Rangel S. M. Contém anotações<br />
de Darci Damasceno: “A carta geográfica vem no fim do códice.”<br />
26,4,86<br />
563. DIPLOMATIC archives of South America: [fragmento]. [S. l.], [s. d.]. 136-<br />
143 p. Fotocópia. Impresso. Publicado em Latin-American Research Review.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 249<br />
249<br />
Incompleta. Uma nota diz que há um exemplar completo na Divisão de Manus -<br />
critos.<br />
26,4,87<br />
564. CATÁLOGO da importante livraria dos Ex. mos Srs. Condes de Linhares:<br />
manuscritos: [fragmentos]. Lisboa, 1895. 39 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia<br />
de original da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,88<br />
565. CONSTRUÇÃO de casa [século XVIII]: cartas e despesas. Rio de Janeiro,<br />
[1796]. 23 f. Fotocópias. Manuscrito.<br />
26,4,89<br />
566. [SOBRE a poesia fescenina de Antônio Diniz da Cruz e Silva: informações<br />
obtidas através do dr. Azevedo em 1845]. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Fotocópia. Manuscrito.<br />
Segundo anotações de Darci Damasceno, este documento pertence à Coleção<br />
Freire Alemão, I-28,9,47.<br />
26,4,90<br />
567. MEIRELES, Cecília. Um Enigma do Século XVIII: Antônio Diniz da Cruz<br />
e Silva. [S. l.], [s. d.]. 4 f. Fotocópia. Impresso. Contém anotações de Darci<br />
Damasceno.<br />
26,4,91<br />
568. SONHO poético. [S. l.], [s. d.]. 10 f. Fotocópias. Impresso. Anexas anotações<br />
de Darci Damasceno. Cópia do documento da DMSS-BN da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,92<br />
569. PÁGINAS de Gregório de Matos: [reproduções fotográficas]. [S. l.], [s. d.].<br />
6 f. Cópia. Impresso.<br />
26,4,93<br />
570. O PEZADELO: poema heroi-comico. O. D. C. – F. A. P. M. M. P. -B.<br />
Formado, Aos admiradores do Portentoso Instintic e dos Exms. e Rvims. Chi -<br />
chélos. Rio de Janeiro: Imprensa Americana de I. P. da Costa, 1838. 24 f. Fotocópia.<br />
Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno. Em anexo folha com anotações<br />
de lista de textos.<br />
26,4,94<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 250<br />
250<br />
571. ROSÁRIO, José Manuel do. Saudosas lágrimas de José Manuel do Rosário,<br />
membro titular da Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro, pela sentida<br />
morte do cirurgião João Álvares Carneiro, em 18/11/1837: [página de rosto].<br />
Rio de Janeiro, 1837. 1 f. Fotocópia. Impresso. Cópia retirada de documento<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, trazendo a seguinte anotação de Darci Damasceno: III-<br />
294,2,21 nº 7.<br />
26,4,95<br />
572. HYMNO para ser cantado na noite de Reis. Rio de Janeiro: Typ Imparcial<br />
de Brito, [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de documento da<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotação de Darci Damasceno, III-294,2,27 nº 11.<br />
26,4,96<br />
573. ORAÇÃO ao glorioso S. Antônio no seu santo dia para que nos livre dos<br />
males que os abusos da terra nos ameaça. Rio de Janeiro, 1853. 1 f. Fotocópia<br />
retirada de um documento da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, traz anotações de Darci<br />
Damasceno dizendo: III-294,2,21 nº 14.<br />
26,4,97<br />
574. CARDOSO NETTO, José. Boas festas que José Cardoso Netto dedica aos<br />
dignissimos assignantes do Periódico dos Pobres. [S. l.], [Rio de Janeiro]: Typ de<br />
A. M. Morando, [s. d.]. 1 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de um docu -<br />
mento da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Notas de Darci Damasceno dizendo: III-294,2,21<br />
nº 16. Era o entregador do jornal aos assinantes. Bem tipico, o vol, de certa forma<br />
de pedido de festas.<br />
26,4,98<br />
575. O TELESCÓPIO de Mr. Doland cumprimenta o seo Amigo: soneto; Amor<br />
com amor se paga: rifão. Rio de Janeiro: Typ do Diário, 1833. 1 f. Fotocópia.<br />
Impresso. Fotocópia retirada de um documento da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, nota de<br />
Darci Damasceno dizendo: “Político, satírico, alusão a quem?”<br />
26,4,99<br />
576. ARAGUAIA, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de. Elegia<br />
à sentidíssima morte do muito reverendo padre mestre frei Francisco de Santa<br />
Thereza Sampaio: offerecida aos corações sensiveis. Rio de Janeiro: Typographia<br />
de R. Ogier, 1830. 2 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de um documento da<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional. Notas de Darci Damasceno dizendo: III-294,2,21 nº 5. Em<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 251<br />
251<br />
anexo folha com a seguinte anotação: “Falta o texto: copiá-lo. Mas não é parali -<br />
teratura, só pela edição (folheto). Traz a primeira e a última página do folheto;<br />
a elegia termina com o soneto.”<br />
26,4,100<br />
577. COSTA, José Daniel Rodrigues da. Papéis contra papéis, ou Queixas de<br />
Apollo para açoute de máos poetas. Lisboa: Simão Thaddeo Ferreira, 1820. 2 f.<br />
Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de um documento da <strong>Biblioteca</strong> Nacio -<br />
nal, com as seguintes anotações de Darci Damasceno: “III-294,2,21 nº 4 é a última<br />
folha de rosto e última página, falta o texto.” Em anexo folha com notas.<br />
26,4,101<br />
578. O DIA 25/5/1844, ou A Catastrophe da barca de vapor “Especuladora”.<br />
Niterói: Typographia Nitheroyense de M. G. de S. Rego, 1844. 7 f. Fotocópia.<br />
Impresso. Fotocópia retirada de um documento da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Contém<br />
anotações de Darci Damasceno. 26,4,102<br />
579. AUTO solemne da serração da velha, dona Quaresma Engracia, e da disposição<br />
testamentária de suas abundantes riquezas etc. Rio de Janeiro: Typ de J.<br />
J. Barroso, 1839. 5 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de um documento<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotações de Darci Damasceno: III-294,2,21 nº 3.<br />
“É texto de Portugal editado no Rio...”<br />
26,4,103<br />
580. ASSINATURA de livros francezes e portugueses. Rio de Janeiro, 1844. 6<br />
f. Fotocópia. Impresso. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,104<br />
581. ALDEN, Dauril. Royal Government in Colonial Brazil: with special referen -<br />
ce to the administration of the Marquis of Lavradio, Viceroy, 1769-1779: [trecho<br />
relativo ao fabrico do anil]. Berkeley: Univ. of California Press, 1968. 9 f.<br />
Fotocópia. Impresso. Fotocópia de páginas avulsas da obra.<br />
26,4,105<br />
582. BREU, Jerônimo Vieira de. Brevissima instrução para uso dos fabricantes<br />
de anil nas colonias de Sua Magestade Fidelissima. [S. l.], 1785. 41,2,6 f. Repro -<br />
dução fotográfica. Impresso. Reprodução de originais existentes na <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional. Consta de 41 pranchas, sendo 18 de estampas. Em anexo duas fo-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 252<br />
252<br />
tocópias das estampas e transcrição, em 6 f., do texto, com a seguinte anotação<br />
de Darci Damasceno: “Falta conferir e completar. Falta comparar com o volume<br />
pequeno, de 1 desenho.”<br />
26,4,106<br />
583. FEIJÓ, J. da Silva. Memória sobre a fábrica real do anil da Ilha de Santo<br />
Antão: [fragmentos]. [Lisboa], [s. n o ], 1789. 8 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia<br />
de trecho das Memórias Econômicas da Academia Real das Sciencias de Lisboa.<br />
T. I, 1789. Contém anotações de Darci Damasceno, dizendo que o texto foi escrito<br />
em data próxima a 1789.<br />
26,4,107<br />
584. [L’ARTE di Fare l’ anil]. [S. l.][s. n o ], 17..? 4 p. Fotocópia. Impresso. Em<br />
italiano.<br />
26,4,108<br />
585. PREPARAÇÃO do anil: cópia de um extrato offerecido pelo sr. F. A. de<br />
Varnhagen. [S. l.], [s. n o ], 1860. 2 f. Fotocópia. Impresso. Em espanhol. Fotocópia<br />
de artigo publicado na Revista do IHGB, T. XXIII, segundo anotações de Darci<br />
Damasceno.<br />
26,4,109<br />
586. DOCUMENTO oficial de negociantes de escravos e anil. [S. l.], [18..?]. 7<br />
f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia retirada de um documento da DMSS-BN.<br />
Nota de Darci Damasceno sobre a data 1808-1822.<br />
26,4,110<br />
587. RELAÇÃO de lavradores da Real Fazenda do Engenho Novo e de negociantes<br />
da cidade do Rio de Janeiro. [S. l.], [17..]. 5 f. Fotocópia. Impresso.<br />
Fotocópia retirada de um documento da DMSS-BN com anotações de Darci<br />
Damasceno, Almanaque Histórico do Rio de Janeiro para o ano de 1799.<br />
26,4,111<br />
588. [PETIÇÃO dos negociantes de escravos e de anil ao Rei, pedindo isenção<br />
do tempo de quaresma por que devem passar os escravos desembarcados de<br />
África]. [S. l.], [s. n o ], [181..?]. 7 f. Fotocópias. Impresso. Fotocópias de originais<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Contém anotações MSS de Darci Damasceno.<br />
26,4,112<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 253<br />
253<br />
589. DARRIQUE, João Baptista. Testamento de João Baptista Darrique. Rio de<br />
Janeiro: [s. n o ], [1789?]. 3 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de documento exis -<br />
tente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,2,113<br />
590. ALDEN, Dauril. Manuel Luís Vieira: an entrepreneur in Rio de Janeiro<br />
during Brazil’s eighteenth century agricultural renaissance. The Hispanic American<br />
Historical Review, nº 39, nov. 1959, pp. 521-537. [S. l.]: Duke University Press,<br />
1959. 7 f. Fotocópia. Impresso. Em inglês.<br />
26,4,114<br />
591. ALDEN, Dauril. The growth and decline of indigo production in colonial<br />
Brazil: A study in comparative economic history. The Journal of Economic History,<br />
nº 25, mar. 1965, pp. 35-60. [S. l.], 1965. 26 f. Fotocópia. Impresso. Anotações<br />
de Darci Damasceno. Em anexo um envelope.<br />
26,4,115<br />
592. JOSÉ I, rei de Portugal, 1714-1777. Resposta aos governadores do Estado<br />
do Brasil acerca do requerimento para transportar arroz até Lisboa. [S. l.], 1762.<br />
2 f. Cópia. Manuscrito. Fotocópia retirada de um documento da DMSS-BN,<br />
com anotações de Darci Damasceno “1ª fábrica de descascar arroz, 1762”.<br />
26,4,116<br />
593. CORRESPONDÊNCIA dos governadores da Ilha de Santa Catarina, desde<br />
11/1 até 24/12/1786. [S. l.], [s. d.]. 15 f. Fotocópia. Manuscrito. Fotocópia<br />
retirada de documento da DMSS-BN.<br />
26,4,117<br />
594. MELLO, Francisco. Mapa da expedição botânica que por ordem do Il. mo<br />
Ex. mo senhor Vice Rey, se achão empregados em serviço de S. Magestade: das<br />
praças que existem... [1788]. 2 f. Fotocópia. Manuscrito. Fotocópia retirada do<br />
documento I-32,12,13 existente na DMSS-BN.<br />
26,4,118<br />
595. ELOGIO recitado pela atriz Ludovina Soares da Costa no dia do seu benefício<br />
no Teatro da Praia de D. Manuel, aos 22/9/1835: [fotocópia de manuscrito].<br />
[S. l.], [s. d.]. 4 p. Fotocópia. Impresso. Original da Coleção Carvalho. Contém<br />
anotação de Darci Damasceno dizendo existir outra cópia da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,119<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 254<br />
254<br />
596. COUTINHO, Gastão Fausto da Câmara. O triunfo da América: drama para<br />
se recitar no Real Theatro do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa Régia,<br />
1810, pag. var. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de obra de 1810, existente na<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional. Nas mesmas folhas, fotocópias do drama O juramento dos<br />
numes, do mesmo autor.<br />
26,4,120<br />
597. COUTINHO, Gastão Fausto da Câmara. O juramento dos numes: drama<br />
para se representar na noite de abertura do Real Theatro de S. João. Rio de Janeiro:<br />
Imprensa Régia, 1813. Fotocópia. Manuscrito. Fotocópia de obra de 1813 existente<br />
na <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Nas mesmas folhas, fotocópias do drama O triunfo<br />
da América, do mesmo autor. Anotação de Darci Damasceno afirmando que<br />
a peça foi representada a 12/10/1813.<br />
26,4,120 A<br />
598. ELOGIO a sua Alteza Real, o Príncipe Regente Nosso Senhor: recitado no<br />
Teatro do Rio de Janeiro. [S. l.], [s. d.]. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de manus -<br />
crito de 1813 existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,121<br />
599. LIMA, José Joaquim Lopes de. Os corcundas do Porto: farça em verso com<br />
o himno anti-corcundal. Rio de Janeiro: Typographia Nacional, 1821. 12 p. Foto -<br />
cópia. Impresso. Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,122<br />
600. O VOVÔ Coió ou A Roça dos doidos: farça interessante: por hum curiozo.<br />
Rio de Janeiro: Na Typographia Imparcial de Brito, 1836. 12 f. Fotocópia.<br />
Impresso. Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,123<br />
601. PEREIRA, Justiniano da Cunha. Club dos anarchistas: comédia. Villa de<br />
Barbacena: Na Typographia do Parahybuna, 1838. 8 f. Fotocópia. Impresso. Foto -<br />
cópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,124<br />
602. AZEVEDO, J. V. R. de. O baile mascarado: comédia em 1 acto e 2 quadros.<br />
Rio de Janeiro: Typ de Santos & Silva Júnior, 1850. 13 f. Fotocópia. Impresso.<br />
Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,125<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 255<br />
255<br />
603. AZEVEDO, J. V. R. de. O toureador ou O regresso da Califórnia: Comédia<br />
em 1 acto. Rio de Janeiro: Typ de Francisco de Paula Brito, 12 f. Fotocópia. Im -<br />
presso. Fotocópia do original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,126<br />
604. CONCEIÇÃO, F. C. da. O namoro de entrudo: Comédia em hum acto. [S.<br />
l.], 1851. 28 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia do original na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,127<br />
605. MAIA, Manuel Rodrigues. Manuel Mendes: farça. Rio de Janeiro: Emp.<br />
Typ. Dous de Dezembro, 1856. 26 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de original<br />
na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,128<br />
606. O FECHAMENTO das portas ou As casas de mármore, as portas de bronze<br />
e os homens de ouro; [farça]. Rio de Janeiro: Typographia de Peixoto & Leite,<br />
1857. 29 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de original na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
Contém anotações de Darci Damasceno atribuindo a autoria a J. J. R. M.<br />
26,4,129<br />
607. O CINCO de dezembro de 1835 ou O conego Ignez. Nictheroy: Typographia<br />
Nictheroy de Rego e Comp., 1835. 28 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de ori -<br />
ginal na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,130<br />
608. A RUSGA da Praia Grande ou O quixotismo do general das massas: comédia<br />
em 3 actos e em proza. Rio de Janeiro: Na Typographia de Thomas B. Hunt<br />
& Co., 1834. 39 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de original na <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional.<br />
26,4,131<br />
609. BURGAIN, Luís Antônio. O remendão de Smyrna ou Um dia de soberania:<br />
vaudeville em 3 actos. Rio de Janeiro: Typographia Austral Beco de Bragança,<br />
1845. 22 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de original na <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />
publicado na Coleção Dramas e Comédias de Luís Antônio Burgain.<br />
26,4,132<br />
610. MACHADO, Caetano Maurício. O triunfo da humanidade: drama [apre-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 256<br />
256<br />
sentado pela inauguração do Hospital de São Lázaro, a 21/8/1787]. [S. l.], [1787].<br />
36 f. Fotocópia. Impresso. Em francês/italiano. O manuscrito contém também<br />
poemas sob os títulos: “Sonetti in versi italiani al mesmo objetto” e “Ode en vers<br />
françois au même sujet”.<br />
26,4,133<br />
611. [COMÉDIA em 4 atos]. [S. l.], [s. d.]. 71 f. Fotocópia. Impresso. Ocorrem<br />
anotações de Darci Damasceno, dizendo que a comédia está incompleta. Faltam<br />
as folhas de título, a do Ato 1, a do começo da 1ª cena, a do <strong>final</strong> da cena 10 e<br />
várias do <strong>final</strong> da peça.<br />
26,4,134<br />
612. SAMPAIO, Albino Forjaz de. Teatro de cordel: catálogo da coleção do autor:<br />
[trecho]. Lisboa. [S. n o ], 1920. 6 f. Fotocópia. Impresso. Ocorrem anotações<br />
de Darci Damasceno: “Falta a cópia do repertório, que é quase todo o livro.”<br />
26,4,135<br />
613. CATALOGUE de la bibliothèque de M. Fernando Palha: [trecho da segun -<br />
da parte]. Lisboa: Impr. Libânio da Silva, 1896. 26 f. Fotocópia. Impresso. Em<br />
francês. Fotocópia das pp. 100-123 da obra, cuja identificação é feita por Darci<br />
Damasceno em ficha anexa.<br />
26,4,136<br />
614. BRAGA, Teófilo. História do Teatro Português: [trechos]. [Portugal?], [s.<br />
d.]. Pag. var. Fotocópia. Impresso. Fotocópia dos trechos de vários volumes, contendo<br />
o Repertório Geral do Theatro Portuguez dos séculos XVI a XVIII.<br />
26,4,137<br />
615. PAPÉIS referentes a um concurso internacional para a construção de um teatro<br />
lírico no Rio de Janeiro. [S. l.], 1856-7. 158 f. Fotocópias. Impresso. Em italiano.<br />
Fotocópias de vários documentos constantes de acervo da DMSS-BN. Em anexo<br />
notas manuscritas de Darci Damasceno, das quais constam listas de cédulas de identificação<br />
(de concorrentes?), ficha com citação bibliográfica e notas remetendo ao<br />
decreto de 10/9/1856, que, segundo Darci Damasceno, é o “1º passo”.<br />
26,4,138<br />
616. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. Rio<br />
de Janeiro: Typographia Brasiliense, 1854-55. 2 v. Fac-símiles. Impresso. Fac-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 257<br />
257<br />
símiles da 1ª edição, em 2 v. Contém algumas anotações manuscritas de Darci<br />
Damasceno nas margens.<br />
26,4,139<br />
617. CATÁLOGO dos preciosos manuscriptos da bibliotheca da Casa dos<br />
Marquezes de Castello Melhor. Lisboa: Typographia Universal, 1878. 34 f. Foto -<br />
cópia. Impresso. Fotocópia de original existente na <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
26,4,140<br />
618. BOOK of Hours: latin and french. [S. l.], [s. d.]. 12 p. Fotocópias. Impresso.<br />
Em inglês.<br />
26,4,141<br />
619. MANUSCRITOS et enluminures du onzième au dix-huitième siècle. Paris:<br />
Pierre Berès, [s. d.]. 4 f. Fotocópia. Impresso. Em francês.<br />
26,4,142<br />
620. MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Para uma história social seriada da cidade<br />
do Salvador no século XIX: os testamentos e inventário com fontes de estudos<br />
da estrutura e de mentalidades. Bahia, [1990-81?]. 17 f. Fotocópia. Impresso.<br />
Contém anotações manuscritas de Darci Damasceno, estabelecendo a data prová -<br />
vel do artigo e afirmando que a fonte é uma publicação oficial do Arquivo da<br />
Bahia.<br />
26,4,143<br />
621. ESCRITURAS de Sesmarias do Rio de Janeiro, sob o governo de Salvador<br />
Corrêa de Sá. [Rio de Janeiro], 1579. 27 f. Fotocópias. Impresso. Fotocópias de<br />
trechos de cartas de sesmarias e de transcrições datilografadas.<br />
26,4,144<br />
622. LAVRADIO, Luís de Almeida Soares Portugal Alarcão Eça Melo Silva e<br />
Mascarenhas, marquês do. Relatório do marquês do Lavradio, vice-rei do Rio de<br />
Janeiro, entregando o governo a Luís de Vasconcellos e Souza, que o sucedeu no<br />
vice-reinado. Rio de Janeiro, 1843. 4 f. Fotocópia. Impresso. O relatório foi escri -<br />
t o em 19/6/1779. Artigo publicado na Revista Trimensal de História e Geografia<br />
ou Jornal do IHGB, nº 16, janeiro de 1843. Nota de Darci Damasceno: RIHGB,<br />
Tomo IV.<br />
26,4,145<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 258<br />
258<br />
623. MEMÓRIAS publicadas e econômicas da cidade de São Sebastião do Rio<br />
de Janeiro. Rio de Janeiro, [s. d.]. 14 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de trecho<br />
de obra não identificada.<br />
26,4,146<br />
624. RELAÇÕES parciaes apresentadas ao marquês do Lavradio. [Rio de Ja -<br />
neiro?], [s. d.]. 34 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de trecho publicado na Revis -<br />
ta do Instituto Histórico. Ocorrem anotações manuscritas de Darci Damasceno.<br />
26,4,147<br />
625. RELAÇÃO das sesmarias da Capitania do Rio de Janeiro, extraída dos livros<br />
de sesmarias e registros do cartório do tabelião Antônio Teixeira de Carvalho. De<br />
1565 a 1796. [Rio de Janeiro], [s. d.]. 31 f. Fotocópia. Impresso. Fotocópia de<br />
trecho de uma revista trimestral do Instituto Histórico.<br />
26,4,148<br />
626. VELOSO, José Marianno da Conceição, frei. Flora alographica das hervas<br />
contheúdas nesta obra e de outras do Brazil, cuja incineração póde dar huma<br />
maior abundancia do Alkali fixo vegetal, ou Potassa: enriquecida com estampas:<br />
debaixo dos auspicios e de ordem de sua Alteza Real o Principe do Brazil Nosso<br />
Senhor. [S. l.], [s. n o ], [s. d.]. 44 f. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,149<br />
627. DIFFIE, Bailey W. Bibliography of the principal published guides to portuguese<br />
archives and libraries. [New York], [s. d.]. 23 f. Fotocópia. Impresso. Em<br />
inglês.<br />
26,4,150<br />
628. SUMÁRIO dos documentos históricos da <strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de<br />
Janeiro. Lisboa: Academia Portuguesa de História, 1959. 5 f. Fotocópia. Impresso.<br />
Extraído do Guia da <strong>Biblioteca</strong> Histórica Portuguesa, v. 1, fasc. 1.<br />
26,4,151<br />
629. ARCHIVO do Marquez do Lavradio: lista completa do archivo do Vice<br />
Rey do Brasil, Marquez do Lavradio: manuscriptos encadernados autographos.<br />
[S. l.], 1925. 6 f. Fotocópia. Impresso. Publicado na revista do IHGB, t. 97, v.<br />
151.<br />
26,4,152<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 259<br />
259<br />
630. ÍNDICE Geral alphabetico dos vinte primeiros volumes dos Annaes da<br />
Bibliotheca Nacional. [S. l.], [s. d.]. 11 f. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,153<br />
631. ÍNDICE dos Anais da <strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de Janeiro: [vols. 1-60].<br />
[S. l.], [s. d.]. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,154<br />
632. CATÁLOGO do valiosíssimo e precioso leilão da escolhida, a melhor colleccionada<br />
e mais importante livraria desta corte pertencentes ao ilustre juriscon -<br />
sulto e finado senador do império o Ex. mo Sr. Conselheiro Zacharias de Góes e<br />
Vasconcellos, que faz Enéas Pontes. Rio de Janeiro: Typ. Imp. e Const. de J. Vil -<br />
leneuve & C., [1878]. 8 f. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,155<br />
633. CATÁLOGO dos livros que comprei à Preta Joaquina, herdeira e testamenteira<br />
do falecido dr. Manuel Ignácio da Silva Alvarenga (...). [S. l.], [s. d.].<br />
25 f. Fotocópia. Impresso. Xerox retirada de documentos do Arquivo Público<br />
Nacional. Contém anotações de Darci Damasceno “Por letra de Manuel Joaquim<br />
da Silva Porto”; “(M. Inácio da S. Alvarenga) morreu em novembro de 1814”.<br />
26,4,156<br />
634. ABREU, Casimiro de. Carta a Manuel Antônio Rodrigues Machado sobre<br />
a desavença entre o destinatário e o pai do autor: cópia. [S. l.], 23/4/1860. 2 f.<br />
Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />
26,4,157<br />
635. PACHECO, Félix. Carta a Alfredo Pujol agradecendo-lhe a remessa do exem -<br />
plar do Estado com a conferência sobre Machado de Assis: cópia. Rio de Janei -<br />
ro, 4/12/1915. 4 f. Cópia. Fotocópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacio -<br />
nal. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,158<br />
636. BARROSO, Gustavo. Carta a Coelho Neto sobre recordações da infância<br />
e da casa do engenho de seus antepassados: cópia. Curió, 20/10/1914. 4 f. Cópia.<br />
Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Gustavo Barroso sob pseudônimo<br />
de João do Norte. Original na Divisão de Manuscritos, I-1,1,41.<br />
26,4,159<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 260<br />
260<br />
637. ABREU, Casimiro de. Carta a destinatário tratado pelo missivista como<br />
“My dear”, referente a assuntos pessoais. Rio de Janeiro, 25/7/1859. 1 f. Cópia.<br />
Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />
Di visão de Manuscritos. Documento original na Divisão de Manuscritos. Corres -<br />
pondência avulsa – A.<br />
26,4,160<br />
638. ABREU, Casimiro de. Carta que acompanha o envio de obras do autor a<br />
des tinatário desconhecido: cópia. Rio de Janeiro, [27/10/1859]. 2 f. Cópia. Ma -<br />
nuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Di -<br />
visão de Manuscritos. Original na Divisão de Manuscritos. Correspondência<br />
avulsa – A.<br />
26,4,161<br />
639. ABREU, Casimiro de. Carta a sua irmã tratando de assuntos pessoais. Rio<br />
de Janeiro, 6/2/1859. 2 f. Cópia. Manuscritos. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
Anotações de Darci Damasceno. Original na Divisão de Manuscritos. Corres -<br />
pondência avulsa – A.<br />
26,4,162<br />
640. ABREU, Casimiro de. Poema autógrafo de Casimiro de Abreu: cópia. [S.<br />
l.], [s. d.]. 3 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotações<br />
de Darci Damasceno. 2 cópias, sendo que uma incompleta.<br />
26,4,163<br />
641. ABREU, Casimiro de. Carta a Antônio Fernandes Camacho pedindo que<br />
lhe envie roupas e material de escrita: cópia. [S. l.], 27/4/1860. 2 f. Cópia.<br />
Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Original<br />
in I-4,7,57.<br />
26,4,164<br />
642. BARBOSA, Domingos Caldas. Carta em versos ao conde de Oeiras: cópia.<br />
[S. l.], [s. d.]. 6 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão<br />
de Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno, cópia da coleção de autógrafos<br />
de Ernesto Serra. Em anexo notícias biográficas sobre o autor.<br />
26,4,165<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 261<br />
261<br />
643. BARBOSA, Domingos Caldas. Versos ao conde de Oeiras: cópia. [S. l.], [s.<br />
d.]. 1 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manus -<br />
critos. Anotações de Darci Damasceno.<br />
26,4,166<br />
644. AZEVEDO, Álvares de. Carta a sua mãe com um poema autógrafo “A mi -<br />
nha mãe”: cópia. São Paulo, 6/6/s. a. 3 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional. Anotações de Darci Damasceno. Original na Divisão de Manuscritos,<br />
I-9,5,66.<br />
26,4,167<br />
645. SILVA, Antônio Diniz da Cruz e. “Metamorfoses”. Caderno contendo os<br />
seguintes poemas: 1 “A tejuca,” 2 “O cristal e o topázio”, 3 “A mariposa”, 4 “O<br />
caulri”, 5 “O manacá” e “O beija-flor”, 6 “Bem-te-vi” “Macahé”: cópia. [S. l.],<br />
[s. d.]. 18 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de<br />
Manuscritos. Anotações de Darci Damasceno. Cópia 35 p. Letra do século XIX.<br />
Original na Divisão de Manuscritos, I-7,16,41.<br />
26,4,168<br />
646. COSTA, Cláudio Manuel da. Carta a Luís Antônio de Sousa informando<br />
sobre o envio de um volume de suas obras e um exemplar da oração escrita pelo<br />
seu irmão José Antônio de Alvarenga: cópia. Vila Rica, 21/5/1771. 2 f. Fotocópia.<br />
Manuscrito. Cópia do original da Coleção Morgado de Mateus, localizado em<br />
I-30,10,29. Com anotações de Darci Damasceno. Duas cópias.<br />
26,4,169<br />
647. AZEVEDO, Álvares de. Carta a sua mãe sobre a vida cotidiana e seu estado<br />
de espírito: cópia. São Paulo, 3/5/1851. 2 f. Cópia. Manuscrito. Carimbo da<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional. Anotações de Darci Damasceno. Original na Divisão de<br />
Manuscritos, I- 9,5,65.<br />
26,4,170<br />
648. ABREU, Casimiro de. Carta a Cristóvão Corrêa e Castro sobre sua obra e<br />
da saudade dos amigos: cópia. Rio de Janeiro, 1/4/1859. 3 f. Cópia. Manuscrito.<br />
Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. Original na<br />
Di visão de Manuscritos, I,9,5,4.<br />
26,4,171<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 262<br />
262<br />
649. RIO DE JANEIRO (cidade). Câmara Municipal. Edital estabelecendo a<br />
nova divisão de distritos da cidade. Rio de Janeiro: Typographia de Lessa & Pe -<br />
reira, 1833. 1 f. Fotocópia. Impresso.<br />
26,4,172<br />
650. MAPA de encanamento de água. Rio de Janeiro, 1832. 1 f. Cópia. Manus -<br />
crito. Anotações de Darci Damasceno, folha em anexo.<br />
26,4,173<br />
651. ILUMINAÇÃO a gás no Rio de Janeiro: documentos: cópia. Rio de Janeiro,<br />
1834-36. 14 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />
26,4,174<br />
652. SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DO IMPÉRIO. Relatório<br />
da comissão encarregada de interpor seu parecer sobre a fábrica de fiar e tecer algodão<br />
de Joaquim Diogo Hartley. Rio de Janeiro, 11/1/1848. Cópia. Manuscrito.<br />
Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos. Anotações de Darci<br />
Damasceno.<br />
26,4,175<br />
653. CARTA a d. Pedro I onde se pede que os encarregados da extinção dos<br />
quilombos da corte sejam liberados para regressar a casa. Rio de Janeiro, [1822-<br />
31]. 2 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damasceno. Carimbo da Biblio -<br />
teca Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />
26,4,176<br />
654. CONSELHO DO ESTADO DOS NEGÓCIOS DO IMPÉRIO. Parecer<br />
sobre o requerimento de um empréstimo, por parte do imperador, para a fiação<br />
de algodão de Joaquim Diogo Hartley. Rio de Janeiro, 16/8/1847. 2 f. Cópia.<br />
Manuscrito.<br />
26,4,177<br />
655. ARCOS, conde dos. Ofício para o conde da Barca sobre a necessidade de<br />
recolher todos os exemplares da obra O preto e o bugio no mato, considerada anti -<br />
política. Bahia, 3/3/1814. 1 f. Cópia. Manuscrito. Anotações de Darci Damas -<br />
ceno. Carimbo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, Divisão de Manuscritos.<br />
26,4,178<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 263<br />
656. MONANCHIA Monogynia – Cana: Pacó seróca. [S. l.], [s. d.]. 1 f.<br />
Reprodução fotográfica. Impresso.<br />
FOTOGRAFIAS<br />
Datas-limite: 1917-1964<br />
Conteúdo: fotografias que, em sua quase totalidade, retratam a poetisa Cecília<br />
Meireles, sozinha, em família ou com amigos. Entre os retratados estão Manuel<br />
Bandeira, Vinícius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade.<br />
Quantificação: 22 documentos<br />
263<br />
657. CECÍLIA Meireles em sua formatura. [Rio de Janeiro], [1917 ou 1918.]<br />
18x13cm. Fotos Registro patrimonial: 940.151-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />
1,1,16 nº 1<br />
658. CECÍLIA Meireles chegando ao aeroporto de Nova Déli. Nova Déli, [1953].<br />
12x18cm. Foto. Registro patrimonial: 940.152-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina,<br />
p&b.<br />
1,1,16 nº 2<br />
659. CECÍLIA Meireles entre as décadas de 10 e 20: individuais. [S. l.], [1918-<br />
192-]. 17x12cm a 25x18cm. Registro patrimonial: 940.153/156-26/12/1997-<br />
D. 4 fotos: gelatina, p&b.<br />
1,1,16 n os 3-6<br />
660. CECÍLIA Meireles na década de 30: individuais. [S. l.], [193..]. 17x12cm<br />
a 23x17cm. Registro patrimonial: 940.157/159-26/12/1997-D. 3 fotos: gelatina,<br />
p&b.<br />
1,1,16 nº s 7-9<br />
661. CECÍLIA Meireles entre as décadas de 40 e 50: individuais. [S. l.], [194- a<br />
195-]. 9x13cm a 31x22cm. Fotos. Registro patrimonial: 940.160/166-<br />
26/12/1997-D. 7 fotos: gelatina, p&b.<br />
1,1,16 n os 10-16<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 264<br />
264<br />
662. CECÍLIA Meireles na década de 60: individual. [S. l.], [196-]. 11x8cm a<br />
21x14cm. Fotos. Registro patrimonial: 940.167/174-26/12/1997-D. 8 fotos:<br />
gelatina, p&b.<br />
1,1,16 nº s 17-24<br />
663. PÔSTER de Cecília Meireles: adulta, rosto de perfil. [S. l.], [195-]. 30x23cm.<br />
1,1,16 nº 25<br />
664. CASA onde nasceu Cecília Meireles na Tijuca: fachada da casa de frente e<br />
lado, de lado e fundos. Sobrado sobre um açougue na antiga Rua São Luís, esqui -<br />
na da Rua Colina, perto da Haddock Lobo. [Rio de Janeiro], [19–]. 9x9cm.<br />
Fotos. Registro patrimonial: 940.176/179-26/12/1997-D. 4 fotos: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 n os 1-4<br />
665. CECÍLIA Meireles com o primeiro marido Fernando Correia Dias. [S. l.],<br />
[1931]. 9x6cm. Foto. Registro patrimonial: 940.180-26/12/1997-D. 1 foto:<br />
gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 5<br />
666. CECÍLIA Meireles e sua filha Maria Elvira, ainda de colo, no jardim da<br />
casa de Fernando Correia Dias. [Rio de Janeiro], [192-]. 12x9cm a 18x13cm.<br />
Fotos. Registro patrimonial: 940.181/184-26/12/1997-D. 4 fotos: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº s 6-9<br />
667. CECÍLIA Meireles e sua filha Maria Fernanda, sentadas em um jardim. [S.<br />
l.], [196-]. 13x18cm. Foto. Registro patrimonial: 940.185-26/12/1997-D. 1 foto:<br />
gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 10<br />
668. CECÍLIA Meireles com o segundo marido, Heitor Grillo, em viagem aos<br />
Estados Unidos. Estados Unidos, [1940]. 18x13cm. Foto. Registro patrimonial:<br />
940.186-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 11<br />
669. CASA de Cecília Meireles: fachada da casa no Cosme Velho, residência após<br />
o segundo casamento até sua morte. [194- e 1964]. 14x18cm. Foto. Registro<br />
patrimonial: 940.187-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 12<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 265<br />
265<br />
670. CECÍLIA Meireles com Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e<br />
Vinícius de Moraes, sentados em um sofá. [Rio de Janeiro], [194- a 195-]. 16x13cm.<br />
Foto. Registro patrimonial: 940.188-26/12/1997- D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 13<br />
671. CECÍLIA Meireles com Arpad Szénes e provavelmente em segundo plano<br />
a pintora Maria Helena Vieira da Silva. [S. l.], [194-]. 13x9cm. Foto. Registro<br />
patrimonial: 940.189-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 14<br />
672. CECÍLIA Meireles na entrega de prêmios da Academia Brasileira de Letras<br />
de 1938, com Melo Nóbrega, Antônio Austregésilo, Maria Jacinta, Vladimir<br />
Emanuel, Martins de Oliveira. [Rio de Janeiro], [1939]. 20x<strong>25cm</strong>. Foto. Registro<br />
patrimonial: 940.190-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 15<br />
673. CORREIA Dias com Vieira da Cunha e Olegário Mariano no jardim de<br />
sua casa. [Rio de Janeiro], [192-]. 16x12cm a 25x18cm. Fotos. Registro patrimo -<br />
nial: 940.191/194-26/12/1997-D. 4 fotos: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 n os 16-19<br />
674. MANUEL Antônio de Almeida. [S. l.], [18–]. 13x9cm. Foto. Registro patri -<br />
monial: 940.195-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 20<br />
675. CASA de Alberto de Oliveira: fachada. Rio de Janeiro, [19–]. 21x29cm.<br />
Foto. Registro patrimonial: 940.196-26/12/1997-D. 1 foto: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº 21<br />
676. ENCADERNAÇÃO da peça Quem porfia mata caça, Teatro Martins Pena.<br />
[Rio de Janeiro], [19–]. 18x24cm. Fotos. Registro patrimonial: 940.197/198-<br />
26/12/1997-D. 2 fotos: gelatina, p&b.<br />
1,1,17 nº s 22-23<br />
677. TIJUCA e Grajaú: as fotos apresentam prováveis referências à localização<br />
da moradia do conde da Barca no século XVIII. Rio de Janeiro, [1986]. 9x13cm.<br />
Fotos. Registro patrimonial: 940.199/200-26/12/1997-D. 941.301/316-<br />
14/01/1998-D. 18 fotos: gelatinas, color.<br />
1,1,17 nº s 24-25/1,1,18 nº s 1-16<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 266<br />
678. FOLHA de rosto do códice rústico de Gregório de Matos. Rio de Janeiro,<br />
[19–]. 10x6cm. Foto. Registro patrimonial: 940.800-3/8/1998-D. 1 foto: gelatina,<br />
p&b. Material adicional: envelope com informações manuscritas e tinta no<br />
armário 26,2,223.<br />
1,1,18 nº 17<br />
IMPRESSOS – LIVROS<br />
Datas-limite: 1961-1973<br />
Conteúdo: obras literárias<br />
Quantificação: 7 documentos<br />
266<br />
679. BRANDÃO, Tomás Pinto. Este é o bom governo de Portugal: antologia.<br />
Prefácio, leitura do texto e notas de João Palma-Ferreira. Sintra: Europa-América,<br />
1976. Em português. Contém anotações de Darci Damasceno. Antiga localização:<br />
26,1,160.<br />
IMP 25,1,17<br />
680. PORTO ALEGRE. Gonçalves de Magalhães: cartas a Monte Alverne.<br />
Apresentação de Roberto Lopes. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura, 1964.<br />
Em português. Contém dedicatória de Roberto Lopes a Darci Damasceno.<br />
Material anexo: um bloco de anotações feitas por Darci Damasceno. Antiga localização:<br />
26,1,136.<br />
IMP 25,1,18<br />
681. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Vilancicos seiscentistas: [org. de] Darci<br />
Damasceno. Rio de Janeiro: A <strong>Biblioteca</strong>, 1970. Em português. Material anexo:<br />
folha com anotações de Darci Damasceno. Antiga localização: 26,1,137.<br />
IMP 25,1,19<br />
682. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Vilancicos da Coleção Barbosa<br />
Machado. Catálogo organizado por Rosemarie Erika Horch. Rio de Janeiro: A<br />
<strong>Biblioteca</strong>, 1969. Em português. Antiga localização: 26,1,138.<br />
IMP 25,1,20<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 267<br />
683. GONÇALVES de Magalhães: trechos escolhidos por José Aderaldo Castelo.<br />
Rio de Janeiro: Agir, 1961. Em português. Antiga localização: 26,1,135.<br />
IMP 25,1,21<br />
684. MEIRELES, Cecília. Poesias completas. São Paulo: Civilização Brasileira,<br />
1973. Em português. Volume 6, contendo: Morena, pena de amor; Nunca mais...<br />
e Poema dos Poemas; Baladas para el-rei. Contém anotações de Darci Damasceno.<br />
Antiga localização: 26,1,50.<br />
IMP 25,1,22<br />
685. PERES, Fernando Rocha. O Pinto novamente renascido: biografia e antologia<br />
de Tomás Pinto Brandão. Salvador: [s. n. o ], 1971. Em português. Separata<br />
de n os 8/9, jan./ago. 1971, pp. 215-249. Contém anotações de Darci Damasceno.<br />
Antiga localização: 26,1,43.<br />
IMP 25,1,23<br />
ÍNDICE ONOMASTICO<br />
ABREU, Casimiro de<br />
634, 637, 638, 639, 640, 641, 648<br />
AFFONSO, Rui<br />
457<br />
ALDEN, Dauril<br />
581, 590, 591<br />
ALEMÃO, Francisco Freire<br />
146<br />
ALENCAR, José de<br />
550<br />
ALMEIDA, Josefina Maria de<br />
544<br />
ALMEIDA, Lúcia Machado de<br />
456<br />
267<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 268<br />
ALMEIDA, Manuel Antônio de<br />
538, 539, 540, 541, 542, 543, 616<br />
AMORA, Antônio Soares<br />
532<br />
ANDRADE, Carlos Drummond de<br />
56, 63, 432, 490<br />
ANDRADE, Rômulo Garcia de<br />
137<br />
ARAGUAIA, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de<br />
557, 576<br />
ARCOS, conde dos<br />
655<br />
AYALA, Walmir<br />
64, 65<br />
AZEVEDO FILHO, Leodegário A. de<br />
459<br />
AZEVEDO, Álvares de<br />
644, 647<br />
AZEVEDO, Fernando de<br />
491, 492<br />
AZEVEDO, J. V. R. de<br />
602, 603<br />
BAENA<br />
242<br />
BARATA, Mário<br />
130<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
268
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 269<br />
BÁRBARA HELIODORA<br />
116, 533<br />
BARBOSA, Domingos Caldas<br />
642, 643<br />
BARBOSA, Francisco de Assis<br />
82<br />
BARBOSA, J. da C.<br />
390<br />
BARROS, João Marianno<br />
545<br />
BARROSO, Gustavo<br />
636<br />
BATAILLON, Marcel<br />
425<br />
BERRIEN, William<br />
494<br />
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil)<br />
70, 134, 143, 681, 682<br />
BONFIM, Beatriz<br />
111<br />
BOSI, Alfredo<br />
454<br />
BOWERS, Fredson<br />
427<br />
BRAGA, Teófilo<br />
614<br />
269<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 270<br />
BRANDÃO, José da Silva<br />
92<br />
BRANDÃO, Tomás Pinto<br />
433, 434, 435, 679<br />
BREU, Jerônimo Vieira de<br />
582<br />
BROCA, Brito<br />
115<br />
BURGAIN, Luís Antônio<br />
609<br />
CABRAL, Vicente Jorge Dias<br />
200<br />
CAMBARA, Isa<br />
85<br />
CANDIDO, Antonio<br />
546<br />
CARAUTA, Jorge Pedro Pereira<br />
150, 151, 152<br />
CARDOSO NETTO, José<br />
574<br />
CASTELO, José Aderaldo<br />
683<br />
CERQUEIRA FILHO, Gisálio<br />
87<br />
CHAMIE, Mário<br />
57<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
270
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 271<br />
CONCEIÇÃO, F. C. da<br />
604<br />
CONSELHO DO ESTADO DOS NEGÓCIOS DO IMPÉRIO<br />
654<br />
COSTA, Cláudio Manuel da<br />
646<br />
COSTA, José Daniel Rodrigues da<br />
577<br />
COSTA, Maurício da<br />
199<br />
COSTA, Osvaldo de Almeida<br />
140<br />
COUTINHO, Gastão Fausto da Câmara<br />
596, 597<br />
CUNHA, Waldir da<br />
143<br />
271<br />
DAMASCENO, Darci<br />
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24,<br />
25, 26, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 123, 124, 125, 143, 144, 149, 154,<br />
155, 156, 157, 158, 159, 160, 161, 162, 163, 164, 165, 166, 167, 168, 169,<br />
170, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 182, 183, 184,<br />
185, 186, 187, 188, 190, 192, 193, 194, 195, 196, 197, 200, 201, 203, 204,<br />
205, 206, 207, 208, 209, 210, 211, 213, 214, 215, 216, 217, 218, 219, 220,<br />
221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 232, 233, 234, 235,<br />
236, 237, 238, 239, 240, 241, 243, 244, 245, 246, 247, 248, 249, 250, 251,<br />
252, 253, 254, 256, 257, 258, 259, 260, 261, 262, 263, 264, 265, 266, 267,<br />
268, 269, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277, 278, 279, 280, 281, 282,<br />
283, 284, 285, 286, 287, 288, 289, 290, 291, 292, 293, 294, 295, 296, 297,<br />
298, 299, 300, 301, 302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311, 312,<br />
313, 314, 315, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 326, 327,<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 272<br />
328, 329, 330, 331, 332, 333, 334, 335, 336, 337, 338, 339, 340, 341, 342,<br />
343, 344, 345, 346, 347, 348, 349, 350, 351, 352, 353, 354, 355, 356, 357,<br />
358, 359, 360, 361, 362, 363, 365, 366, 367, 368, 370, 371, 373, 374, 375,<br />
376, 377, 378, 379, 380, 381, 382, 383, 384, 385, 408, 466, 547, 548, 681<br />
DANTAS, Ondina<br />
54<br />
DARRIQUE, João Baptista<br />
589<br />
DEBRET, Jean Baptiste<br />
554, 555, 556<br />
DIAS, Roberto<br />
31<br />
DIFFIE, Bailey W.<br />
627<br />
DIMAS, Antônio<br />
29, 30<br />
DONATO, Ernesto<br />
561<br />
DUARTE, Afonso<br />
505<br />
FEIJÓ, J. da Silva<br />
583<br />
FERREIRA, David Mourão<br />
78<br />
FERREIRA, José Henrique<br />
198<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
272
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 273<br />
FERREIRA, Múcio P.<br />
452<br />
FERREIRA, Sônia Nolasco<br />
94<br />
FUNARTE<br />
26<br />
FUNDAÇÃO GREGÓRIO DE MATOS<br />
31<br />
GARBUGLIO, José C.<br />
461<br />
GÓIS, Damião de<br />
426<br />
GRILLO, Heitor<br />
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21<br />
GROPPER, Symona<br />
38<br />
GUINSBURG, J.<br />
462<br />
HORCH, Rosemarie Erika<br />
682<br />
IGEL, Regina<br />
103<br />
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA<br />
148<br />
JAKOBSON, Roman<br />
447<br />
273<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 274<br />
JOÃO, Rei de Portugal, 1521-1557<br />
426<br />
JOSÉ I, Rei de Portugal, 1714-1777<br />
592<br />
LA VALE, Meireles<br />
66<br />
LAMEGO, Adinalzir Pereira<br />
147<br />
LAVRADIO, Luís de Almeida Soares Portugal Alarcão Eça Melo Silva e Mas -<br />
carenhas, marquês do<br />
622<br />
LEAL, José da Silva Mendes<br />
536<br />
LEMME, Pascoal<br />
80<br />
LEMOS, Tite de<br />
100<br />
LIMA, José Joaquim Lopes de<br />
599<br />
LOPES, Antônio<br />
45<br />
LOPES, Roberto<br />
680<br />
MACEDO, Diogo de<br />
506, 507<br />
MACHADO, Caetano Maurício<br />
610<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
274
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 275<br />
MACHMAN, Flora<br />
59<br />
MACKSEN, Luís<br />
109<br />
MAGALHÃES JÚNIOR, R.<br />
127<br />
MAGALHÃES, Augusto<br />
484<br />
MAIA, Manuel Rodrigues<br />
605<br />
MALFATTI, Anita<br />
501<br />
MARIA FERNANDA<br />
36<br />
MARTINS, Wilson<br />
39, 42, 43, 88, 97, 98, 99<br />
MATOS, Eusébio de<br />
412<br />
MATOS, Gregório de<br />
386, 387, 388, 389, 413, 414, 416, 417, 418, 428, 429, 437, 441, 442<br />
MATTOSO, Kátia M. de Queirós<br />
620<br />
MEIRELES, Cecília<br />
53, 74, 79, 95, 443, 445, 446, 448, 449, 463, 464, 465, 467, 468, 469, 470,<br />
471, 472, 473, 474, 475, 477, 478, 482, 483, 485, 567, 684<br />
MELLO FILHO, Luís Emídio de<br />
145<br />
275<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 276<br />
MELLO, Francisco<br />
594<br />
MELLO, José Antônio Gonçalves de<br />
552<br />
MELO, Veríssimo de<br />
121<br />
MENEZES, Djacir<br />
91<br />
MENEZES, Fagundes de<br />
102<br />
MERQUIOR, José Guilherme<br />
51<br />
MEYER, Augusto<br />
84, 479, 480, 481, 486, 487, 488<br />
MICHAILOWSKY, P.<br />
489<br />
MONTE-MOR, Janice de Mello<br />
23<br />
MONTELLO, Josué<br />
110, 112<br />
MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas<br />
40, 44<br />
MURICY, Andrade<br />
83<br />
NAVARRO, E.<br />
86<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
276
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 277<br />
NEVES, Francisco de Sousa<br />
431<br />
NIST, John<br />
451<br />
NUNES, Cassiano<br />
117<br />
OLIVEIRA, José de Osório de<br />
503<br />
OLIVEIRA, Marly de<br />
55, 93, 458<br />
OLIVEIRA, Sérgio Martins<br />
24<br />
PACHECO, Félix<br />
635<br />
PALMA-FERREIRA, João<br />
679<br />
PARKER, John M.<br />
120<br />
PAZ FILHO, Manuel Raimundo da<br />
1<br />
PEIXOTO, Afrânio<br />
514<br />
PENA, Martins<br />
108, 516, 517, 518, 519, 520, 521, 522, 523, 524, 525, 526, 527, 528, 529,<br />
530, 531, 535<br />
PEREIRA, Justiniano da Cunha<br />
601<br />
277<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 278<br />
PERES, Fernando da Rocha<br />
27, 28, 32, 33, 34, 392, 393, 404<br />
PERES, Fernando Rocha<br />
685<br />
PÉREZ, Renard<br />
61<br />
PIMENTEL, Osmar<br />
460<br />
POMPÉIA, Raul<br />
364<br />
PONTES, Cruz<br />
136<br />
PORTO-ALEGRE, Manuel de Araújo<br />
553<br />
QUEIROZ, Carlos<br />
495<br />
QUEVEDO Y VILLEGAS, Francisco<br />
424<br />
RABELO, Manuel Pereira<br />
396<br />
REIS, Floriano<br />
25<br />
REYES, Alfonso<br />
502<br />
RICARDO, Cassiano<br />
476<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
278
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 279<br />
RIO DE JANEIRO (cidade). Câmara Municipal<br />
649<br />
RIO DE JANEIRO (cidade). Prefeitura<br />
133<br />
RODRIGUES, Graça Almeida<br />
426<br />
RODRIGUEZ-MOÑINO, Antônio<br />
425<br />
RÓNAI, Paulo<br />
37<br />
ROSÁRIO, José Manuel do<br />
571<br />
SAMPAIO, Albino Forjaz de<br />
612<br />
SANTIAGO, Silviano<br />
551<br />
SCHMIDT, Augusto Frederico<br />
453<br />
SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DO IMPÉRIO<br />
652<br />
SENA, Jorge de<br />
455<br />
SERPA, Alberto de<br />
508, 509, 510, 511, 512<br />
SILVA, Alberto da Costa e<br />
35<br />
279<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 280<br />
SILVA, Antônio Diniz da Cruz e<br />
645<br />
SILVA, José Maria da Costa e<br />
401<br />
SILVA, Vítor Manuel Pires de Aguiar e<br />
420<br />
SILVEIRA, Miroel<br />
513<br />
SIQUEIRA, Sônia Aparecida<br />
138<br />
SOUSA-LEÃO FILHO, Joaquim de<br />
129<br />
SUBLIGA MINEIRA PRÓ-ESTADO LEIGO DE JUIZ DE FORA<br />
1<br />
SZENES, Arpad<br />
76<br />
TORRE, Guillermo de<br />
122<br />
TRIGO, Luciano<br />
48<br />
ÚRSULA C.<br />
22<br />
VELOSO, José Marianno da Conceição, frei<br />
626<br />
VERGARA, Telmo<br />
493<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
280
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 281<br />
VILLAÇA, Antônio Carlos<br />
96, 101<br />
WEHLING, Arno<br />
371<br />
ÍNDICE TEMATICO<br />
Abreu, Casimiro de, 1839-1860 – Correspondência<br />
634, 637, 638, 639, 641, 648<br />
Administração – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />
622, 649, 650, 651<br />
Agricultura – Brasil – História<br />
590<br />
Agricultura – Brasil – História – Fontes<br />
139, 369, 370, 371, 383, 582, 592<br />
Agricultura – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />
587<br />
Alemão, Freire, 1797-1874<br />
144, 375, 376, 377, 378, 380<br />
Alemão, Freire, 1797-1874 – Arquivos<br />
147, 149<br />
281<br />
Alemão, Freire, 1797-1874 – Biobibliografia<br />
373<br />
Alencar, José de, 1829-1877 – Biobibliografia<br />
127<br />
Alencar, José de, 1829-1877 – Correspondência<br />
191, 539<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 282<br />
Alencar, José de, 1829-1877 – Crítica e interpretação<br />
125, 126, 190, 192, 350, 351<br />
Algodão – Brasil – História – Fontes<br />
652, 654<br />
Almeida, Josefina Maria de – Correspondência<br />
544<br />
Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Arquivos<br />
124<br />
Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Biografia<br />
189<br />
Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Correspondência<br />
538, 539, 540, 541, 542, 543<br />
Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Crítica e interpretação<br />
188, 341, 342, 343, 344, 345, 347<br />
Almeida, Manuel Antônio de, 1831-1861 – Retratos<br />
674<br />
Alvarenga, Silva, 1747-1814 – Bibliografia<br />
362<br />
América do Sul – Arquivos – Guia<br />
563<br />
282<br />
Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987 – Correspondência<br />
432, 490<br />
Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987 – Retratos<br />
670<br />
Andrade, Mário de, 1893-1945 – Crítica e interpretação<br />
261<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 283<br />
Anil – Brasil – História<br />
196, 197<br />
Anil – Brasil – História – Fontes<br />
369, 370, 371, 581, 582, 591<br />
Anil – Indústria – História – Fontes<br />
584, 585<br />
Anil – Indústria – Portugal – História – Fontes<br />
583<br />
Araguaia, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de, 1811-1822 –<br />
Correspondência<br />
557, 680<br />
Araguaia, Domingos José Gonçalves de Magalhães, visconde de, 1811-1882 –<br />
Crítica e interpretação<br />
683<br />
Arquivo Geral da Prefeitura (Rio de Janeiro) – Guia<br />
133<br />
Arquivo Nacional (Brasil) – Periódicos<br />
47, 48<br />
Arquivos e arquivamento – Periódicos<br />
141<br />
Arquivos – América do Sul – Guia<br />
563<br />
Arquivos – Portugal – Guia<br />
627<br />
Astronomia – Observação – Brasil<br />
44<br />
283<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 284<br />
Autógrafos brasileiros<br />
74, 358<br />
Autoria<br />
272, 330<br />
Autoria – Literatura – Crítica textual<br />
222<br />
Azevedo, Álvares de, 1831-1852 – Correspondência<br />
644, 647<br />
Azevedo, Fernando de – Correspondência<br />
491, 492<br />
Bahia – Bibliografia<br />
243<br />
Bahia – História – Fontes<br />
430, 620<br />
Bandeira, Manuel, 1886-1968 – Crítica e interpretação<br />
97<br />
Bandeira, Manuel, 1886-1968 – Retratos<br />
670<br />
Barbosa, Domingos Caldas, 1738-1800 – Correspondência<br />
642, 643<br />
Barca, conde da – Biografia<br />
365<br />
Barca, conde da – Biografia – Fontes iconográficas<br />
677<br />
Barreto, Lima, 1881-1922 – Biografia<br />
82<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
284
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 285<br />
Barros, João Marianno<br />
545<br />
Barroso, Gustavo, 1888-1954 – Correspondência<br />
636<br />
Berrien, William – Correspondência<br />
494<br />
<strong>Biblioteca</strong> infantil – Brasil<br />
75<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Anais – Catálogos<br />
630, 631<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Exposições – Catálogos<br />
134<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Manuscritos<br />
220, 421, 628<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional (Brasil) – Manuscritos – Exposições<br />
136<br />
<strong>Biblioteca</strong> Nacional de Coimbra – Manuscritos<br />
164<br />
<strong>Biblioteca</strong>s particulares – Catálogos<br />
564, 613, 617, 633<br />
<strong>Biblioteca</strong>s – Portugal – Guia<br />
627<br />
Botânica – Brasil<br />
145, 146<br />
Botânica – Estampas<br />
656<br />
285<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 286<br />
Bragança (Família)<br />
201<br />
Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Crítica e interpretação<br />
159<br />
Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Bibliografia<br />
234, 235, 236<br />
Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Biobibliografia<br />
679<br />
Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Biografia<br />
685<br />
Brandão, Tomás Pinto, 1664-1743 – Poesia<br />
156, 157, 158<br />
Brasil – Botânica<br />
143, 145<br />
Brasil – Flora<br />
143, 626<br />
Brasil – História<br />
322<br />
Brasil – História – Bibliografia<br />
178<br />
Brasil – História – Domínio holandês, 1624-1654 – Fontes<br />
552<br />
Brasil – História – Fontes<br />
142, 195, 628, 629<br />
286<br />
Brasil – História – Fontes – Bibliografia<br />
359<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 287<br />
Brasil – História – Humor – sátira etc.<br />
575<br />
Brasil – História – Período colonial, 1500-1822<br />
581, 590<br />
Brasil – Nordeste – Economia<br />
148<br />
Café – Brasil – História<br />
139<br />
Camarão, Antônio Felipe, 1580-1648 – Biografia<br />
552<br />
Cana-de-açúcar – Estampas<br />
656<br />
Cardoso Netto, José – Correspondência<br />
574<br />
Carneiro, João Álvares<br />
571<br />
Castro, Cristóvão Corrêa e – Correspondência<br />
648<br />
Castro, Fernanda de – Correspondência<br />
470, 473<br />
Censura – Brasil<br />
179<br />
Censura – Brasil – Bibliografia<br />
305<br />
Censura – Brasil – História<br />
339<br />
287<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 288<br />
Censura – História – Fontes<br />
655<br />
Cochonilha – Brasil – História<br />
198, 199<br />
Coelho Neto, 1864-1934 – Correspondência<br />
636<br />
Coelho, Maria Dulce Lupi – Correspondência<br />
471<br />
Comédia – História<br />
333<br />
Comércio – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />
587<br />
Conservatório Dramático Brasileiro<br />
179, 180, 181, 325<br />
Conservatório Dramático Brasileiro – História<br />
312<br />
Construção civil – Brasil – Custos – História<br />
565<br />
Contos folclóricos brasileiros – História e crítica<br />
121<br />
Costa, Cláudio Manuel da, 1729-1789 – Correspondência<br />
646<br />
Costa, Ludovina Soares da<br />
595<br />
Crítica textual<br />
230<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
288
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 289<br />
Crônicas brasileiras<br />
53, 84, 445, 448, 449, 463, 464<br />
Damasceno, Darci, 1922-1988 – Correspondência<br />
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 22, 23, 24, 25, 26,<br />
27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 468<br />
Darrique, João Baptista – Testamento<br />
589<br />
Debret, Jean Baptiste, 1768-1848 – Correspondência<br />
554, 555, 556<br />
Dias, Fernando Correia, 1893-1935 – Biografia<br />
287<br />
Dias, Fernando Correia, 1893-1935 – Retratos<br />
665, 673<br />
Dias, Gonçalves, 1823-1864 – Arquivos<br />
132<br />
Dias, Roberto – Correspondência<br />
31<br />
Dimas, Antônio, 1942 – Correspondência<br />
29, 30<br />
Diniz, Antônio – Biobibliografia<br />
366<br />
Duarte, Afonso, 1884-1958 – Correspondência<br />
505<br />
Educação – Brasil<br />
80, 87<br />
289<br />
Escravos – Tráfico – Brasil – História – Fontes<br />
586, 588<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 290<br />
Escritores brasileiros – Congresso<br />
46<br />
Expedições científicas – Brasil<br />
594<br />
Falcão, Antônio Fernandes Camacho – Correspondência<br />
641<br />
Farmácia – Brasil – História<br />
140<br />
Fauna e flora – Piauí<br />
200<br />
Ficção brasileira<br />
474, 616<br />
Flora fluminense<br />
143, 150, 151, 152, 153, 626<br />
Flora – Brasil<br />
143, 145, 146, 150, 151, 152, 153, 626<br />
Folclore – Bibliografia – Exposições<br />
85<br />
Folclore – Brasil – Bibliografia<br />
90<br />
Genealogia – Bibliografia<br />
163<br />
Genealogia – Portugal<br />
201<br />
Gravuras<br />
135<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
290
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 291<br />
Grillo, Heitor – Correspondência<br />
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 432<br />
Grillo, Heitor – Retratos<br />
668<br />
Hartley, Joaquim Diogo<br />
652, 654<br />
Heráldica – Portugal<br />
201<br />
Igreja da Glória (RJ)<br />
537<br />
Iluminuras de livros e manuscritos<br />
619<br />
Ilustração de livros<br />
71, 73, 114<br />
Imprensa – Brasil – História<br />
185<br />
Imprensa – História<br />
185<br />
Índia na literatura<br />
50<br />
Índia – Periódicos<br />
72<br />
291<br />
Indústria têxtil – Brasil – História – Fontes<br />
372, 652, 654<br />
Indústria têxtil – Santa Catarina – História – Fontes<br />
372<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 292<br />
Indústria – Brasil – História – Fontes<br />
592<br />
Inquisição – Brasil – História – Fontes<br />
138<br />
Itaboraí (RJ) – Gravura<br />
119<br />
João do Norte<br />
636<br />
Lavradio, marquês do, vice-rei do Brasil, 1769-1779<br />
629<br />
Leilões de livros<br />
632<br />
Literatura alemã – Bibliografia<br />
275<br />
Literatura brasileira<br />
59, 412, 443<br />
Literatura brasileira – Bibliografia<br />
223, 246, 320<br />
Literatura brasileira – Crítica e interpretação<br />
37, 42, 43, 57, 58, 86, 88, 91, 97, 98, 107, 112, 120, 123, 125, 168, 258, 259,<br />
348, 349, 350, 351, 352, 431, 475, 532, 533, 546, 547, 548, 549, 550, 551,<br />
566, 567<br />
Literatura brasileira – Crítica e interpretação – Bibliografia<br />
260<br />
Literatura brasileira – Crítica textual<br />
221, 428, 441<br />
Literatura brasileira – História e crítica<br />
60, 82, 127, 131, 221, 329, 476<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
292
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 293<br />
Literatura brasileira – História e crítica – Fontes<br />
362<br />
Literatura brasileira – História – Fontes<br />
121<br />
Literatura espanhola – História e crítica<br />
425<br />
Literatura folclórica – Brasil<br />
121<br />
Literatura francesa – Bibliografia<br />
275<br />
Literatura portuguesa – Bibliografia<br />
227, 228, 275<br />
Literatura portuguesa – História e crítica<br />
420, 426<br />
Literatura – Bibliografia<br />
161, 215<br />
Literatura – Crítica e interpretação<br />
39, 41, 92, 202, 203, 216, 244, 245, 427<br />
Literatura – Crítica e interpretação – Periódicos<br />
559<br />
Literatura – Crítica textual<br />
230, 272, 427<br />
Literatura – História e crítica<br />
99, 122, 202, 203, 212, 247, 282, 367, 368, 447<br />
Literatura – Século XVII – Bibliografia<br />
207<br />
293<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 294<br />
Literatura – Século XVII – Crítica e interpretação<br />
205, 217<br />
Literatura – Século XVII – História e crítica<br />
205, 217<br />
Literatura – Século XVIII – Bibliografia<br />
207<br />
Livreiros – Catálogos<br />
104, 118, 580<br />
Livros de horas<br />
618<br />
Livros – Censura – História – Fontes<br />
655<br />
Macedo, Diogo de, 1889-1959 – Correspondência<br />
469, 472, 506, 507<br />
Machado, Manuel Antônio Rodrigues – Correspondência<br />
634<br />
Magalhães, Augusto – Correspondência<br />
484<br />
Malfatti, Anita, 1889-1964 – Correspondência<br />
501<br />
Manuscritos medievais<br />
618, 619<br />
Manuscritos – Catálogos<br />
564<br />
294<br />
Maria Fernanda, 1928 – Correspondência<br />
36<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 295<br />
Mariano, Olegário, 1889-1958 – Retratos<br />
673<br />
Materiais de construção – Brasil – Custos – História<br />
565<br />
Matos, Eusébio de, 1629-1692 – Biografia<br />
224, 391<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696<br />
32, 437, 440, 569<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Bibliografia<br />
38, 160, 208, 235, 241, 410, 411<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Biobibliografia<br />
213, 409<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Biografia<br />
209, 210, 211, 390, 392, 393, 394, 395, 396, 397, 398, 400, 402, 436<br />
MATOS, Gregório de, 1633?-1696 – Comemorações de centenário<br />
27, 28, 31, 34<br />
295<br />
MATOS, Gregório de, 1633?-1696 – Crítica e interpretação<br />
29, 30, 37, 43, 45, 238, 399, 431<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Crítica literária<br />
38<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Crítica textual<br />
403, 404, 407, 408, 441<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Edições<br />
678<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Poesia<br />
154, 155, 158, 165, 166, 386, 387, 388, 389<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 296<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Biobibliografia<br />
214<br />
Matos, Gregório de, 1633?-1696 – Crítica e interpretação<br />
42<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964<br />
8, 62, 63, 67, 68, 69, 451, 452, 453, 455, 460, 461, 476, 484, 488, 515<br />
296<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Bibliografia<br />
61, 101, 251, 252, 263, 273, 275, 276, 277, 278, 279, 281<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Biobibliografia<br />
286<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Biografia<br />
49, 52, 54, 64, 66, 90, 100, 102, 174, 249, 287<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Biografia – Fontes<br />
248, 284<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Biografia – Fontes iconográficas<br />
664, 669<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Correspondência<br />
174, 468, 469, 470, 471, 472, 473, 479, 480, 481, 482, 486, 489, 490, 491,<br />
492, 493, 494, 495, 496, 497, 498, 499, 500, 501, 502, 503, 504, 505, 506,<br />
507, 508, 509, 510, 511, 512, 513, 514<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Crítica e interpretação<br />
51, 55, 56, 57, 65, 66, 78, 93, 94, 100, 101, 103, 168, 171, 175, 176, 252, 253,<br />
254, 255, 256, 257, 261, 264, 266, 267, 268, 269, 271, 273, 283, 285, 286,<br />
288, 454, 456, 457, 458, 459, 462, 466<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Cronologia<br />
250, 262, 274<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Entrevista<br />
59<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 297<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Estudos literários<br />
169<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Exposições<br />
70, 85<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Poesia<br />
16, 79, 167, 169, 172, 173, 177<br />
Meireles, Cecília, 1901-1964 – Retratos<br />
76, 77, 657, 658, 659, 660, 661, 662, 665, 666, 667, 668, 670, 671, 672<br />
Menezes, Rodrigo José de, conde de Cavaleiros – Biografia<br />
160<br />
Meyer, Augusto, 1902-1970 – Correspondência<br />
479, 480, 481, 486<br />
Michailowsky, P. – Correspondência<br />
489<br />
Modernismo – Crítica e interpretação<br />
259<br />
297<br />
Monte Alverne, Francisco do, 1784-1858 – Correspondência<br />
680<br />
Monte-Mor, Janice de Mello, 1927 – Correspondência<br />
23<br />
Moraes, Vinícius de, 1913-1980 – Retratos<br />
670<br />
Música portuguesa – Séculos XVI-XVIII<br />
193, 194<br />
Música portuguesa – Séculos XVI-XVIII – Bibliografia<br />
163<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 298<br />
Oeiras, conde de – Correspondência<br />
642<br />
Oliveira, Alberto de – Biografia – Fontes iconográficas<br />
675<br />
Oliveira, José Osório de, 1900 – Correspondência<br />
503<br />
Oliveira, Manuel Botelho de – Bibliografia<br />
235<br />
Oliveira, Manuel Botelho de – Crítica e interpretação<br />
233<br />
Orientalismo na literatura<br />
92<br />
Pacheco, Félix, 1879-1935 – Correspondência<br />
63<br />
Paz, Francisco Ramos, 1838-1919 – Correspondência<br />
538, 540, 541, 542, 543<br />
Peças teatrais – Catálogos<br />
331<br />
298<br />
Pedro I, imperador do Brasil, 1789-1834<br />
653<br />
Pedro II, imperador do Brasil, 1825-1891<br />
129<br />
Peixoto, Afrânio, 1876-1947 – Correspondência<br />
514<br />
Pena, Martins, 1815-1848<br />
295, 346, 521, 522, 523, 524, 532, 533, 534<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 299<br />
Pena, Martins, 1815-1848 – Bibliografia<br />
305, 306, 307, 308, 319, 337, 340<br />
Pena, Martins, 1815-1848 – Biobibliografia<br />
110, 303, 323, 324<br />
Pena, Martins, 1815-1848 – Biografia<br />
310, 326<br />
Pena, Martins, 1815-1848 – Censura<br />
293<br />
Pena, Martins, 1815-1848 – Comédias<br />
289, 290, 293, 300<br />
Pena, Martins, 1815-1848 – Correspondência<br />
291, 518, 519, 520<br />
Pena, Martins, 1815-1848 – Crítica e interpretação<br />
115, 116, 117, 291, 292, 296, 298, 299, 301, 302, 303, 311, 315, 318, 322,<br />
335, 336<br />
Pena, Martins, 1815-1848 – Cronologia<br />
304, 309, 313<br />
Peres, Fernando da Rocha, 1936-<br />
440<br />
Peres, Fernando da Rocha, 1936 – Correspondência<br />
27, 28, 32, 33, 34<br />
Pessoa, Fernando, 1888-1935 – Biografia<br />
105<br />
Pinheiro, Maciel – Correspondência<br />
484<br />
Pinho, A. de – Retratos<br />
113<br />
299<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 300<br />
Pita, Antônio da Rocha – Biografia<br />
160, 162<br />
Poesia brasileira<br />
79, 154, 156, 157, 158, 386, 387, 388, 389, 405, 406, 413, 414, 415, 416, 417,<br />
418, 419, 423, 433, 434, 435, 439, 442, 443, 444, 446, 450, 451, 465, 467,<br />
468, 475, 477, 478, 483, 485, 568, 570, 572, 578, 610, 640, 645, 683, 684<br />
Poesia brasileira – Bibliografia<br />
235<br />
Poesia brasileira – Crítica e interpretação<br />
83, 89, 96, 233<br />
Poesia brasileira – Crítica textual<br />
429, 430<br />
Poesia brasileira – História e crítica<br />
50, 95<br />
Poesia espanhola – Crítica textual<br />
424<br />
Poesia espanhola – Século XVI – Bibliografia<br />
226<br />
Poesia espanhola – Século XVII – Bibliografia<br />
226<br />
Poesia italiana<br />
106<br />
Poesia portuguesa<br />
685<br />
Poesia portuguesa – Bibliografia<br />
232, 240<br />
Poesia portuguesa – História<br />
50<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
300
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 301<br />
Poesia portuguesa – História e crítica<br />
401<br />
Poesia portuguesa – Século XVI – Bibliografia<br />
226<br />
Poesia portuguesa – Século XVII – Bibliografia<br />
226, 239<br />
Poesia portuguesa – Século XVII – Crítica textual<br />
229<br />
Poesia portuguesa – Século XVIII – Bibliografia<br />
237, 239<br />
Poesia portuguesa – Século XVIII – Crítica textual<br />
229<br />
Poesia religiosa<br />
573, 576<br />
Poesia – Crítica textual<br />
218, 219, 225, 231<br />
Poesia – História e crítica<br />
218, 219, 225<br />
Poesia – Século XVIII – Bibliografia<br />
206<br />
Política brasileira – Periódicos<br />
559<br />
Pompéia, Raul, 1863-1895 – Correspondência<br />
364<br />
Porto-Alegre, Manuel de Araújo,<br />
1806-1879 129<br />
301<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 302<br />
Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 1806-1879 – Arquivos<br />
132<br />
Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 1806-1879 – Biobibliografia<br />
128, 353<br />
Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 1806-1879 – Correspondência<br />
553, 554, 555, 556, 557, 680<br />
Porto-Alegre, Manuel de Araújo, 1806-1879 – Crítica e interpretação<br />
130<br />
Portugal – Economia – História – Fontes<br />
583<br />
Portugal – História – Fontes literárias<br />
426<br />
Portugal – História – Humor, sátira etc.<br />
577, 579<br />
Portugal – Música – História<br />
681, 682<br />
Portugal – Música – Século XVII<br />
560, 561<br />
Posse da terra – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />
621, 625<br />
Pujol, Alfredo, 1863-1895 – Correspondência<br />
364, 635<br />
Queiroz, Carlos – Correspondência<br />
495<br />
302<br />
Quilombos – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />
653<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 303<br />
Quintana, Mário, 1906- – Crítica e interpretação<br />
89<br />
Reis, Floriano, 1922-1988 – Correspondência<br />
25<br />
Reyes, Afonso, 1889-1959 – Correspondência<br />
502<br />
Rio de Janeiro – Comércio – Século XIX<br />
137<br />
Rio de Janeiro – Fauna e flora<br />
384, 385<br />
Rio de Janeiro – História – Fontes<br />
137, 138, 379, 621, 622, 623, 624, 625, 649, 650, 651<br />
Rio de Janeiro – História – Século XIX – Bibliografia<br />
360<br />
Rio de Janeiro – História – Século XIX – Fontes<br />
355, 356, 357, 361, 363<br />
Rio de Janeiro – História – Século XVIII – Fontes<br />
355, 356, 357, 361, 362, 363<br />
Rio de Janeiro – Mapas<br />
422, 562<br />
Rolim, Cosme de Moura – Biografia<br />
160<br />
Romantismo (Literatura)<br />
353<br />
303<br />
Romantismo (Literatura) – História e crítica<br />
328<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 304<br />
Romantismo – História<br />
354<br />
Salema (Família) – Genealogia<br />
242<br />
Salvador (BA) – História – Fontes<br />
620<br />
Sampaio, Francisco de Santa Thereza, frei, 1778-1830<br />
576<br />
Santa Catarina – História – Fontes<br />
593<br />
Santos, Noronha<br />
133<br />
São João del-Rei (MG) – Guia turístico<br />
81<br />
Serpa, Alberto de – Correspondência<br />
508, 509, 510, 511, 512<br />
Silva, Alberto da Costa e, 1931- – Correspondência<br />
35<br />
Silva, Antônio Diniz da Cruz e, 1731-1799<br />
566, 567<br />
Silva, Antônio José da, 1705-1739<br />
558<br />
Silva, Da Costa e, 1885-1950<br />
96<br />
304<br />
Silveira, Miroel, 1914- – Correspondência<br />
513<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 305<br />
Simbolismo (Literatura) – Brasil – Bibliografia<br />
270<br />
Sousa, Luís Antônio de – Correspondência<br />
646<br />
Teatro brasileiro<br />
181<br />
Teatro brasileiro – Comédias<br />
108, 516, 517, 525, 526, 527, 528, 529, 530, 531, 535, 536, 599, 600, 601,<br />
602, 604, 605, 606, 608, 609, 611<br />
Teatro brasileiro – Crítica e interpretação<br />
532<br />
Teatro brasileiro – Dramas<br />
596, 597, 610<br />
Teatro brasileiro – Edições<br />
676<br />
Teatro brasileiro – História<br />
533, 534, 558, 595, 598<br />
Teatro Nacional – Comédias<br />
603, 607<br />
Teatro – Bibliografia<br />
178, 184<br />
Teatro – Brasil – Bibliografia<br />
307<br />
Teatro – Brasil – Censura<br />
318, 322<br />
Teatro – Brasil – Crítica e interpretação<br />
315, 316<br />
305<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 306<br />
Teatro – Brasil – História<br />
115, 116, 117, 179, 180, 181, 186, 312, 318, 321, 325, 338, 339<br />
Teatro – Brasil – História e crítica<br />
314, 329<br />
Teatro – Censura – Brasil – História<br />
109, 111, 112, 179, 290, 295<br />
Teatro – Crítica e interpretação<br />
182, 183, 185, 187, 330<br />
Teatro – História<br />
182, 183, 187, 324, 332, 333<br />
Teatro – História – Bibliografia<br />
327, 334<br />
Teatro – Portugal – História<br />
612, 614<br />
Teatro – Rio de Janeiro – História – Fontes<br />
615<br />
Teixeira, Joaquim José, 1811-1885 – Crítica e interpretação<br />
317<br />
Testamentos – Brasil<br />
195<br />
Urbanismo – Rio de Janeiro (RJ)<br />
144<br />
Urbanismo – Rio de Janeiro – História<br />
380<br />
306<br />
Urbanização – Rio de Janeiro – História<br />
149<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 307<br />
Vasconcelos, Rufino de – Correspondência<br />
518, 519<br />
Veloso, José Mariano da Conceição, frei, 1742-1811<br />
383, 384<br />
Veloso, José Mariano da Conceição, frei, 1742-1811 – Bibliografia<br />
382<br />
Veloso, José Mariano da Conceição, frei, 1742-1811 – Biobibliografia<br />
381, 385<br />
Veloso, José Mariano da Conceição, frei, 1742-1811 – Biografia<br />
153<br />
Vergara, Telmo – Correspondência<br />
493<br />
Vieira, Antônio, 1608-1697 – Bibliografia<br />
40<br />
Vieira, Manuel Luís<br />
590<br />
307<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 308
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 309<br />
Preciosidades do Acervo<br />
As xilogravuras do artista alemão Albrecht Dürer<br />
Sandra Daige Antunes Corrêa Hitner<br />
Pós-doutoranda em História da Arte, no Instituto de Artes<br />
da Universidade Estadual de Campinas, com a tese Albrecht Dürer:<br />
As Gravuras em Buril. Acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional do Rio de Janeiro.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 310
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 311<br />
A<strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional tem em seu acervo iconográfico uma<br />
preciosa coleção de mais de meia centena de xilogravuras do renas -<br />
cen tis ta alemão Albrecht Dürer (1471-1528). Nos últimos anos, rea -<br />
lizou-se me ticulosa pesquisa sobre cada uma das peças dessa coleção com o<br />
ob je tivo de estabelecer suas respectivas autenticidade e ancianidade, o que torna<br />
possível incluir a coleção na catalogação internacional. Em razão do seu<br />
ine di tismo no Brasil e, sobretudo, pela dependência de compa ra ção com peças<br />
au tênticas que estão disponíveis somente no exterior, o traba lho durou quatro<br />
anos, sendo <strong>final</strong>izado em 2002, rendendo à autora o grau de doutoramen -<br />
to na matéria.<br />
A grande maioria das xilogravuras de Albrecht Dürer que integram o acervo<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional origina-se das séries formadoras dos “três grandes livros”<br />
de Dürer: O Apocalipse de São João, A Grande Paixão e A Vida da Virgem; e da<br />
série formadora de um pequeno livro, denominada A Pequena Paixão. A investiga -<br />
ção deteve-se primeiramente na qualidade de impressão de cada peça, a que se<br />
seguiu minucioso exame da qualidade do papel e respectiva marca d’água. A aná -<br />
lise propriamente dita examina as xilogravuras com lentes microscópicas, lâmpa -<br />
da ultravioleta e, logo após, as fotografa sob infravermelho, a fim de comprovar<br />
cientificamente cada passo do exame técnico.<br />
Nascida das miniaturas flamengas, a xilografia na Alemanha foi formadora de<br />
uma exclusividade artística que desencadeou a evolução das formas compositivas<br />
de uma maneira muito ampla, clara e precisa, sendo a que primeiro alcançou<br />
progresso artístico no século XV alemão. Textos medievais como Ars Moriendi,<br />
Speculum humanae salvationis, entre outros, puderam ser complementados por<br />
imagens, graças ao advento da impressão por Gutemberg em 1455.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 312<br />
312<br />
Por volta de 1470-75, as xilogravuras começaram a aparecer sistematicamente nas<br />
edições de livros, e o uso da prensa se estendeu até às pequenas edições. Rapi da mente<br />
as “novas” técnicas chegaram a Nuremberg, cidade natal de Dürer, propor cionando<br />
um grande desfrute cultural. Lá o movimento intenso em torno do traba lho para<br />
ilustração de livros nos anos 80 ofereceu estímulo suficiente para a inicia ç ão deste<br />
jovem e ambicioso desenhista já em exercício nos principais ateliês da cidade.<br />
Totalmente impregnada pelo espírito da arte flamenga, a arte na Alemanha<br />
apresentava alguns dilemas, sobretudo no que diz respeito às definições estilísticas.<br />
O surgimento da consciência artística desse povo nasceu aos poucos, e foi<br />
somente por meio de impasses conceituais que conquistou suas próprias<br />
concep ções estéticas. O desenho<br />
germâ nico tinha por objetivo suscitar<br />
a força da sensibilidade do espectador.<br />
Seu traçado não era,<br />
defini t i va mente, uma inscrição<br />
carinhosa; abrupto, se as seme lha -<br />
va a um cor te, a uma marca que<br />
mais parecia rasgar e des pedaçar.<br />
Dobrava-se bruscamente em<br />
gan chos incontidos, justapondo os<br />
pontos como gráficos agitados ou<br />
como dentes de um serrote, evocando,<br />
no interior de seu simbo -<br />
lismo, o cortante, o bico, a serra, a<br />
lâmina; no intuito de impor, como<br />
uma idéia fixa, a expressão de sua<br />
dura sensibilidade espi ritual.<br />
A escolha dos temas, por sua<br />
vez, revelava uma obsessão análoga<br />
à severidade estilística: por<br />
exem plo, a ferocidade das perso -<br />
nagens, particularmente aquelas<br />
que representavam os carrascos de<br />
Cristo, de um realismo ímpar em<br />
relação a todas as outras escolas<br />
DÜRER, Albrecht. São João diante de Deus e dos bemaventurados.<br />
Xilogravura. Terceira imagem da série<br />
Apocalipse de São João. Texto em latim no reverso.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
de arte, transmitiam fielmente a<br />
imagem da atrocidade, sangue e<br />
sofrimento.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 313<br />
Para modelar formas, a estética<br />
alemã servia-se, a princípio, de<br />
linhas e entalhes grossos e inchados,<br />
e era neste âmbito artístico<br />
que obtinha tanto mérito na re -<br />
presentação da multiplicidade dos<br />
afetos humanos. As xilogravuras,<br />
estampas originadas de matrizes<br />
de madeira, sempre foram mais<br />
populares que os buris, basicamente<br />
porque sua produção era<br />
me nos laboriosa, o que as beneficiava<br />
consideravelmente no pre -<br />
ço. Também não requeriam exa -<br />
mes minuciosos do observador,<br />
produzindo nele forte impacto e<br />
reação psicológica direta.<br />
Dürer manteve-se atento a este<br />
tipo de percepção. Procurou tirar<br />
o máximo proveito destas potencialidades<br />
inerentes e até limitadas<br />
da matriz de madeira. Isto não quer<br />
dizer que seu sentimento para as<br />
formas fosse diferente em outros<br />
tipos de trabalho, mas era somente<br />
desenhando em matrizes de ma dei -<br />
ra que ele se permitia um exagero<br />
expressivo.<br />
313<br />
DÜRER, Albrecht. Adoração do cordeiro místico.<br />
Xilo gravura. Décima terceira imagem da série<br />
Apocalipse de São João. Texto em latim no reverso.<br />
Depois de ter aprendido a ler e a escrever na escola, e apenas terminada sua<br />
aprendizagem como ourives na oficina do pai, Dürer se deu conta que queria ser<br />
pintor. Esta ambição, porém, não foi alcançada sem muita luta, gra dual evolução<br />
técnica e extraordinária percepção intuitiva. Para ele, a verdadeira essência do trabalho<br />
de arte jazia em sua forma, expressão direta da significação espiritual, e,<br />
por isso, era inegável seu talento como desenhista. Ele foi o pri mei ro a abusar do<br />
entrelaçamento de linhas para compor sombras, refi nando o desenho plástico das<br />
xilogravuras com o claro e o escuro. Dissolveu definitivamente a massa preta empastada<br />
anteriormente usada na composição de ramagens, ornamentos, ou peque -<br />
nos objetos, e espalhou-a em áreas, abrindo-as com linhas entrecru zadas, de<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 314<br />
314<br />
maneira que a escuridão mais densa proporcionasse um outro tipo de impacto.<br />
Sua contribuição para o aperfeiçoamento da metodologia da arte de gravar na<br />
madeira foi definitiva, na medida em que, com a evolução e experiência de modu -<br />
lar as tonalidades, os trabalhos se tornaram cada vez mais claros.<br />
Crê-se que a elaboração das<br />
matrizes para as primeiras grandes<br />
séries de xilogravuras de Dürer<br />
tenha sido realizada sob sua total<br />
supervisão. Não é de hoje que<br />
pairam dúvidas sobre o fato de<br />
Albrecht Dürer ter, ou não, entalhado<br />
suas próprias matrizes de<br />
madeira. A opinião dos historia -<br />
dores a este respeito há muito é<br />
absolutamente dividida. Para<br />
aqueles que defendem a idéia de<br />
que Dürer foi o artesão de suas<br />
próprias matrizes, pelo menos no<br />
início de carreira, pode-se di zer<br />
que, no período em que foi aprendiz,<br />
este envolvimento foi real.<br />
Porém, a evi dência de variações<br />
na cali gra fia de diversas obras denuncia<br />
tra ba lho de mãos dife -<br />
rentes, sem que com isso se des -<br />
carte, naturalmen te, a do pró prio<br />
artista.<br />
DÜRER, Albrecht. O anjo que tem a chave do abismo.<br />
Décima-quinta imagem da série Apocalipse de<br />
São João. Originalmente sem texto no reverso.<br />
Um mesmo número de argumentos<br />
reforça, no entanto, o fato<br />
de Dürer nunca ter cortado seus<br />
blocos. Adam von Bartsch 1 diz<br />
que, se considerarmos o número de desenhos à mão que Albrecht Dürer deixou;<br />
a abundância de estampas em metal traçadas com grande elegância e elaboradas<br />
com talento inegavelmente su bli me que fez; os quadros que pintou, geralmente<br />
acabados com minúcia ímpar; se também calcularmos o tempo que empregou<br />
para compor suas obras literárias e estudos sobre o Belo e a demanda de tempo<br />
consumida pelas viagens que ele próprio registrou, não se pode crer que o artista<br />
tenha tido dis po nibilidade suficiente para gra var o número prodigioso de gra -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 315<br />
vuras em madeira que levam seu nome, tanto mais que a gravura em ma deira é<br />
um trabalho extremamente lento e pura mente mecânico e, por conseqüên cia, incompatível<br />
com a impetuosidade do gênio e as ocupações nobres de um mestre<br />
como Albrecht Dürer.<br />
Bartsch diz que é possível esclarecer<br />
esta dúvida, pois, para ele,<br />
Dürer defini tivamente não praticava<br />
a xilografia. O principal argumento<br />
do estudioso é o fato do<br />
nome de Dürer aparecer sempre<br />
com o epíteto de “pintor”, “dese -<br />
nhista”, “edi tor de gravuras em<br />
ma deira”; nunca como “gra va dor”.<br />
Ainda segundo Bartsch 2 , Jean<br />
Neudorffer, que publicou em 1547<br />
uma curta biografia de Dürer, disse<br />
expres samente que Hieronymus<br />
Resch foi quem escavou a maior<br />
parte dos dese nhos de Dürer nas<br />
madeiras. Portanto, conclui-se que<br />
peças que se distinguem por uma<br />
bela execução pertencem a este<br />
gravador de madeira e que as ou -<br />
tras, às vezes nem sempre tão ela -<br />
boradas, provêm de diferentes<br />
gravadores.<br />
Panofsky 3 conta que enquanto<br />
Dürer trabalhava na oficina de edi -<br />
tores, nos primeiros anos de carreira,<br />
não talhava pessoalmente seus<br />
desenhos, já que esta tarefa fa zia<br />
parte de um esquema divisor de tra-<br />
315<br />
DÜRER, Albrecht. Reverso da estampa O anjo que<br />
tem a chave do abismo. O exemplar da <strong>Biblioteca</strong> Na -<br />
cio nal apresenta no reverso uma crucificação impressa<br />
a sangüínea e uma madona orando, desenhada a lápis.<br />
balhos. No entanto, muitas ve zes o fez, para se fami liarizar com o processo técnico<br />
e, sobretudo, a fim de demons trar a força de suas intenções para os ta lhadores profissionais,<br />
muito embora não lhe cou besse tal obrigação. Com o tempo, formou sua<br />
própria equipe de ta lha dores que contava com uma nova geração de arte sãos, como<br />
era o caso de Hierony mus Andreae, chamado de “Formschneyder”, que ta lhou a<br />
maior parte das xilogravuras de Dürer em meados de 1515.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 316<br />
316<br />
À ESQUERDA: DÜRER, Albrecht. Cristo carrega a cruz. Xilogravura. Sexta imagem da série<br />
A Grande Paixão. Texto em latim no reverso.<br />
À DIREITA: DÜRER, Albrecht. Reverso da estampa Cristo carrega a cruz. Texto em latim impresso<br />
em folha contendo arabescos incógnitos, acumulados sobretudo no rodapé, em bistre.<br />
Por meio de registros deixados por outros artistas contemporâneos de Albrecht<br />
Dürer é possí vel notar que havia um número considerável de xilogravadores suficientemente<br />
habilidosos trabalhando nos ateliês somente como ajudantes do<br />
artista. Bartsch 4 cita, ainda, os nomes de Hans Glaser, Hans Guldenmund e Henri<br />
Hondius. Estabelecidas as devidas afinidades entre artesãos e mestre, em casos<br />
de pedidos simples ou que requeressem rápida resolução, acontecia de Dürer também<br />
se servir do procedimento breve para desenhar, ou apenas esquematizar, o<br />
desenho na prancha de madeira.<br />
Bartsch 5 explica que não haveria tão grande desigualdade de perfeição entre<br />
as gravuras em madeira marcadas com o monograma de Dürer se ele as tivesse<br />
elaborado em sua totalidade com as próprias mãos. Não haveria, portanto, exem -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 317<br />
317<br />
plos de monogramas vistos de maneira inversa, ou de linhas duplas, como é o<br />
caso do que ocorre com freqüência na série do Apocalipse.<br />
No que concerne à série da Pequena Paixão, no entanto, o renomado xilogra -<br />
va dor britânico John Thomson 6 discerne nada menos do que quatro mãos dife -<br />
rentes trabalhando no entalhe des tes blocos. Ainda segundo Bartsch, há algu mas<br />
estampas que são belíssimas porque o próprio autor tra çou o desenho sobre a<br />
prancha e o gravador escavou com exatidão os intervalos entre os traços e as ha -<br />
churas do desenho. Outras são medíocres, porque o gravador decalcou o dese -<br />
nho privando-o, assim, de sua originalidade e de seu espírito primitivo. Outras<br />
ainda são piores, porque o próprio gr a va dor desenhou sobre a prancha a imagem<br />
que ele copiou do original alterando completamente seu valor.<br />
Há outras peças ainda que não podem ser consideradas ruins, apesar de muito<br />
mal traçadas, devido ao fato do entalhador as ter ela borado sobre desenhos leves<br />
e com bistre 7 ou à sangüínea, movimen tan do-se às cegas sobre os con tor nos e<br />
hachuras que, no original, já se encontravam suavizados ou apagados. Con seqüen -<br />
temente, foram entalhadas de forma mais grosseira, ou com muita dificuldade.<br />
O comércio das gravuras no interior e exterior da Alemanha assegurou a Dürer<br />
certa facilidade na vida. Dürer morreu rico, e, segundo o próprio artista, era a<br />
ven da das xilogravuras que lhe fornecia rendimentos regulares, e com isso a possi -<br />
bilidade de dar emprego nem sempre a tão bons artesãos quanto alguns mencionados<br />
pela historiografia, pois muitos deles eventualmente se assenhoravam<br />
de algumas obras desviando-as do destino a que elas estavam determinadas.<br />
As gravuras de Dürer se espalhavam pela Europa e participavam de todas as<br />
grandes feiras comerciais de objetos de arte. Seu ateliê atravessava os anos difíceis<br />
para a classe artística praticamente sem grandes problemas. Se ele próprio se<br />
ausentava, era substituído por algum membro da família para a venda de arte nas<br />
feiras, como, por exemplo, Agnes Dürer, sua mu lher; para a produção das xilogra -<br />
fias dispunha de auxiliares compe tentes como Hans Schäufelein, Hans Baldung<br />
Grien e Hans Von Kulmbach, os três Hans, que vieram a se consagrar, mais tarde,<br />
como grandes artistas.<br />
* * *<br />
As xilogravuras de Albrecht Dürer pertencentes à <strong>Biblioteca</strong> Nacional originamse<br />
da Real Bi blioteca que veio para o Brasil com a corte portuguesa em 1808. O<br />
acer vo permaneceu durante os pri meiros anos sem tratamento siste mático. Vinte<br />
anos depois, estabe leceu-se uma primeira organização técnica com a criação da Seção<br />
de Es tampas (atual Divisão de Icono grafia), que ficou sob a direção de José Zephyrino<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 318<br />
318<br />
de Menezes Brum. Em 1885, Brum inaugurou uma grande exposição permanente<br />
na <strong>Biblioteca</strong> Nacional com o acervo da seção, incluindo todas as peças herdadas de<br />
Portugal. Quanto às gravuras de Albrecht Dürer, foram expos tas as estampas que<br />
ele julgou estarem em melhor estado de conservação, caso das xilogravuras. A expo -<br />
sição durou cerca de 60 anos, conforme indicação no Catálogo da Exposição Per -<br />
ma nente dos Cimélios da Bibliotheca Nacional 8 . Esse catálogo foi a primeira publi -<br />
cação contendo o levantamento oficial do acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
As estampas de Dürer vêm sendo examinadas por alguns especialistas há muitos<br />
anos, e o resultado deste trabalho contínuo resultou em criteriosas relações, processo<br />
este que, no caso da perícia que fizemos, se deu da seguinte maneira:<br />
A perícia iniciou-se pelo papel onde se encontra a xilogravura estampada. Em<br />
uma folha de papel antiga é possível observar os seguintes caracteres: vergaduras,<br />
pontusais, e, a característica mais importante, a filigrana.As vergaduras são li nhas<br />
horizontais alternativas escuras e claras que podem ser vistas quando se observa<br />
a transparência do papel. Os pontusais são traços perpendiculares aos fios horizontais<br />
da vergadura. As filigranas são os vários tipos de desenhos marcados no<br />
papel que, de uma maneira mais ou menos precisa e pontual, definem a idade<br />
da folha.<br />
Nos primeiros vinte anos do século XIV, as filigranas eram “nomes escritos”<br />
de muitos papeleiros eventualmente originários de Fabriano (Itália) ou das proxi -<br />
midades. Este procedimento foi abandonado, pois muito pouca gente sabia ler,<br />
naquela época de ignorância geral, e este tipo de “marca” não atingia sua meta<br />
de maneira eficiente.<br />
Logo se tratou, então, de renunciar à escrita e adotar um signo qualquer que<br />
estabelecesse relação direta com os papeleiros, fazendo desta marca uma assinatura<br />
particular.<br />
Mais tarde, no começo do século XVI e com o progresso trazido pela ins -<br />
trução, repetiu-se a idéia de filigranar as iniciais, ou o nome do papeleiro. Como<br />
havia muitas oficinas de papel numa mesma região, as filigranas diferenciavamse<br />
pelos símbolos individuais ou pelas iniciais do nome do papeleiro, além de<br />
marcas de proveniência normalmente acompanhando os brasões de cidades, ou<br />
de estados.<br />
Os papeleiros empregavam filigranas diferentes para designar a qualidade,<br />
por exemplo: a “torre” designava papel de boa qualidade; a “cabeça de boi sem<br />
olhos com haste em cruz”, papel de média qualidade; a “buzina de caçador”,<br />
o ordinário.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 319<br />
319<br />
Para definir uma filigrana, é necessário fazer uma comparação entre as dispo -<br />
níveis, pois, em muitos papéis, a marca é indistinta, mal vista, e às vezes um<br />
pouco apagada, conforme a maneira que se encontra estampada.<br />
Não se conhece o motivo que levou ao emprego das filigranas. É possível que a<br />
mesma marca tenha sido usada simultaneamente por muitas oficinas, tanto que<br />
era comum o aparecimento de contrafações das marcas mais em voga na época.<br />
Mas as contrafações, a julgar pelos casos conhecidos, não tinham uma identida -<br />
de absoluta com o modelo padrão dos desenhos e não passavam de simples imi -<br />
tações, por vezes assaz grosseiras. E ainda, quando uma marca era muitas vezes<br />
contrafeita, e acabava por se tornar banal, cada papeleiro a reforçava de uma<br />
maneira particular ou a fazia acompanhar de um signo distintivo que permitia a<br />
ele reconhecer seus próprios produtos.<br />
Quanto à qualidade das impressões, de maneira geral, as matrizes de madeira<br />
de Dürer foram expostas a todo tipo de danos em conseqüência da utilização demasiada,<br />
e da má conservação, tanto que hoje em dia pouquíssimas conseguiram<br />
atravessar a história. A irregularidade das impressões, resultantes de fendas, lacunas<br />
e da dilapidação causadas por carunchos, fez com que algumas matrizes<br />
fossem corrigidas ao longo do tempo de maneira habilidosa, mas outras nem tanto.<br />
Naturalmente estes danos tornaram-se visíveis e reconhecíveis. Casos de li -<br />
nhas duplicadas podem ser explicados pelo deslocamento do papel durante o<br />
processo da impressão. Estas duplicações podem ter sido efeito da tensão excessi -<br />
va da prensa, que tonalizou somente algumas partes, deixando a impressão desigual.<br />
Ao serem duplicadas, as linhas que seriam difíceis de enxergar dão a falsa impres -<br />
são de serem fortes. Estampas excessivamente claras são causadas pela exaustão<br />
da tiragem. Em outros casos, são resultantes de uma limpeza não homogênea, de<br />
modo que algumas partes deixam de ser atingidas pela impressão, tais como as<br />
áreas de finas camadas de tinta ou mesmo as áreas vazias.<br />
Outro dano comum às impressões foi causado pela tesoura, usada com o obje -<br />
tivo de eliminar completamente manchas de sujeira ou rasgões. Este procedimen -<br />
to ocorreu também no caso de blocos com molduras largas, cujo entintamento<br />
de forma descuidada produzia linhas de borda borradas que tinham de ser endirei -<br />
tadas e, portanto, acabavam por tornarem-se “estreitas”.<br />
As estampas do acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional foram rigorosamente observadas,<br />
sendo permanentemente re-conferidas em seus detalhes diante do próprio<br />
livro fac-símile 9 da primeira edição de 1511 dos “três grandes livros” de Dürer<br />
(O Apocalipse, A Grande Paixão e A Vida da Virgem), que serviram de modelo<br />
de impressão; foram também importantíssimos os vários estágios feitos no exterior,<br />
onde foi possível lidar com as peças originais das coleções européias, e, prin-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 320<br />
cipalmente, a grande colaboração profissional de especialistas no assunto que<br />
forneceram material de pesquisa de primeira linha.<br />
O modo de dispor as informações sobre as peças assemelhou-se à usada nos<br />
Corpus flamengos e europeus. Contudo, tal distribuição de informações não obedeceu<br />
à tamanha rigidez, uma vez que se tratou da análise de séries absolutamente<br />
heterogêneas que não se incorporavam ao mesmo conjunto editorial.<br />
Por fim, a pesquisa gerou um catálogo sistemático com o laudo de cada uma<br />
das peças – o que, como já foi dito, representou a avaliação objetiva do acervo bra -<br />
sileiro e a sua introdução no âmbito internacional, ações muito importantes para<br />
a valo rização deste grande patrimônio cultural dos brasileiros.<br />
NOTAS:<br />
320<br />
1 – BARTSCH, Adam von. Le peintre graveur, les vieux maitres allemands, vol. VII,<br />
2nd partie, A. Dürer, Leipzig, Imprimerie de C.W. Vollrath, 1866, p. 7.<br />
2 – BARTSCH, Adam von. Op. Cit. ps. 8,9,10.<br />
3 – PANOFSKY, Erwin: Albrecht Dürer, vol. I, Princeton, 1945, p.46.<br />
4 – BARTSCH. Adam vonBartsch, idem, p. 12.<br />
5 – BARTSCH, Adam von. Op. Cit., vol . VII, nota 9, p. 26.<br />
6 – Apud (catálogo) Albrecht Dürer : Woodcuts and Woodblocks, Edited by Walter<br />
Strauss, Abaris Books, New York, 1980, p. 620.<br />
7 – Bistre: mistura de fuligem e goma, empregada em desenho e pintura.<br />
8 – Publicado sob a direção de João Saldanha da Gama, Rio de Janeiro, G. Leuzinger e<br />
Filhos, 1885, p.578 a 678.<br />
9 – Fax simile der Originalausgaben – Nürnberg 1511 Die Drei Grossen Bücher:<br />
Marien Leben; Grosse Passion; Apokalypse, Herausgegeben und Kommentiert<br />
von Matthias Mende Anna Scherbaum, Rainer Schoch, Verlag Dr. Alfons Ühl,<br />
Nördlingen, 2001.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 321<br />
Relatório da Presidência
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 322
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 323<br />
I - PLANEJAMENTO E ADMINISTRA²AO<br />
1. Orçamento<br />
A<strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional contou, no exercício de 1999, com orçamento<br />
de R$ 24.603.613,00 (vinte e quatro milhões, seiscentos e três<br />
mil, seiscentos e treze reais), dos quais R$ 16.693.207,00 (dezesseis mi -<br />
lhões, seiscentos e noventa e três mil, duzentos e sete reais) foram destinados às<br />
despesas com Pessoal e Encargos Sociais e R$ 7.910.406,00 (sete milhões, novecentos<br />
e dez mil, quatrocentos e seis reais) para gastos com Outras Despesas<br />
Correntes e Capital.<br />
Desenvolvemos projetos em parceria com outras instituições, dentre os quais des -<br />
tacamos: Formação de Núcleos Promotores de Ações na Área da Leitura, com o<br />
Ministério da Educação e Cultura/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa -<br />
ção, no valor de R$ 300 mil (trezentos mil reais); Programa de Bolsas de Apoio à<br />
Tradução de Obras de Autores Brasileiros em outros Idiomas; Revitalização de Acervos<br />
da FBN; Implantação da <strong>Biblioteca</strong> Virtual e Análise Técnica de Projetos Culturais,<br />
com o Ministério da Cultura, no valor de R$ 292.213,00 (duzentos e noventa e<br />
dois mil duzentos e treze reais); e IV Concurso Os Melhores Programas de Incentivo<br />
à Leitura junto a Crianças e Jovens de Todo o Brasil e Dicionário Cravo Albin, com<br />
o Ministério da Cultura, no valor de R$ 140 mil (cento e quarenta mil reais).<br />
Feitas as devidas alterações de acordo com as necessidades da FBN, os recursos<br />
ficaram assim distribuídos:<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 324<br />
324<br />
PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS ......................................R$ 16.693.207<br />
Ativo ........................................................................................R$ 11.478.766<br />
Inativo ........................................................................................R$ 4.205.270<br />
Sentença Judicial ........................................................................R$ 1.009.171<br />
ÁREA MEIO ..............................................................................R$ 5.860.712<br />
Manutenção ................................................................................R$ 3.954.151<br />
Obras ............................................................................................R$ 335.478<br />
Benefícios ..................................................................................R$ 1.414.887<br />
Informática ......................................................................................R$ 97.900<br />
Organismos Internacionais ..............................................................R$ 58.296<br />
ÁREA FIM ................................................................................R$ 2.781.907<br />
Presidência (Proler e Direito Autoral) ............................................R$ 633.644<br />
D N L ........................................................................................R$ 1.166.538<br />
D P T ............................................................................................R$ 497.585<br />
D R D ..........................................................................................R$ 484.140<br />
T O T A L ................................................................................R$ 25.335.826<br />
A aplicação desses recursos permitiu a realização de vários programas, como<br />
os seguintes:<br />
1. Toda Criança na Escola: em parceria com o MEC/FNDE, foram aplicados<br />
R$ 300 mil (trezentos mil reais) em ações de formação continuada de professo res,<br />
operacionalizadas por meio de encontros estaduais de profissionais de leitura, as -<br />
ses sorias, consultorias, fóruns de discussão e cursos de formação de promotores<br />
de leitura.<br />
2. Previdência de Inativos e Pensionistas da União: foram aplicados R$ 4.205.270,00<br />
(quatro milhões, duzentos e cinco mil, duzentos e setenta reais), para pagamento<br />
de salários de servidores inativos e pensionistas.<br />
3. Assistência ao Trabalhador: em benefícios assistenciais aos servidores e empre -<br />
gados, foram aplicados R$ 1.414.887,00 (hum milhão, quatrocentos e quatorze<br />
mil, oitocentos e oitenta e sete reais) destinados à assistência médica, vale-transpor -<br />
te, auxílio-refeição e auxílio-creche .<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 325<br />
325<br />
4. Brasil Patrimônio Cultural: com a <strong>final</strong>idade de preservar o patrimônio cultu -<br />
ral brasileiro, foram aplicados recursos de R$ 616.276,00 (seiscentos e dezesseis<br />
mil, duzentos e setenta e seis reais), buscando proporcionar à presente e às futu -<br />
ras gerações acesso aos bens formadores da história e da cultura nacionais.<br />
5. Livro Aberto: foram aplicados R$ 3.588.378,00 (três milhões, quinhentos e<br />
oitenta e oito mil, trezentos e setenta e oito reais), com a <strong>final</strong>idade de promover<br />
a circulação do livro, facilitando o acesso do cidadão ao conhecimento, incentivar<br />
o hábito da leitura em todas as regiões do país visando ao resgate da cidadania,<br />
divulgar o autor brasileiro no país e no exterior e estimular a produção literária<br />
por meio de bolsas e prêmios.<br />
6. Produção e Difusão Cultural: com o objetivo de resgatar, incentivar e consoli -<br />
dar a identidade nacional por meio da obra brasileira foram aplicados<br />
R$ 153.684,00 (cento e cinqüenta e três mil, seiscentos e oitenta e quatro reais)<br />
na participação de feiras nacionais e internacionais de livros e no registro de direitos<br />
autorais.<br />
7. Gestão da Política de Cultura: para manter o Sistema Nacional de Informações<br />
Culturais, foram aplicados R$ 227.900,00 (duzentos e vinte e sete mil e novecentos<br />
reais), de modo a socializar o acervo de conhecimentos, dados e indicado res<br />
disponíveis no setor, bem como difundir atividades culturais mediante a utilização<br />
de meios eletrônicos e da rede mundial de computadores.<br />
8. Gestão da Participação em Organismos Internacionais: a FBN coordena as estratégias<br />
fundamentais para o entrelaçamento de três dos mais importantes alicer -<br />
ces da cultura brasileira: biblioteca, livro e leitura. Para manter nível de excelência<br />
em seus serviços, a FBN participa ativamente de organismos internacionais<br />
que articulam ações e programas voltados para essas áreas. Com recursos de R$<br />
58.296,00 (cinqüenta e oito mil, duzentos e noventa e seis reais), contribuímos<br />
para os seguintes organismos: Centro Regional para Fomento do Livro na América<br />
Latina e Caribe (CERLALC), Federação Internacional de Informação e Docu men -<br />
tação (FID), Associação de Estudos Brasileiros (Brasa), Agência Internacional do<br />
Número de Padrão Internacional p/Músicam (ISMN) e Federação Interna cional<br />
de <strong>Biblioteca</strong>s, Associações e Instituições (Ifla).<br />
9. Apoio Administrativo: foram aplicados recursos de R$ 13.426.486,00 (treze<br />
milhões, quatrocentos e vinte e seis mil, quatrocentos e oitenta e seis reais), em<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 326<br />
despesas com pagamento de pessoal ativo e manutenção de serviços de administração<br />
geral.<br />
10. Operações Especiais Cumprimento de Sentenças Judiciais: foram aplicados<br />
recursos de R$ 1.009.171,00 (hum milhão, nove mil, cento e setenta e um reais).<br />
2. Arquitetura<br />
Destacamos as obras de manutenção do prédio principal e suas edificações, feitas<br />
com o objetivo de oferecer mais conforto e segurança nas instalações, praticidade<br />
na localização do acervo e melhores condições de preservação dos livros. Além<br />
de pin tura, mobiliário, piso, vidraçaria e reaproveitamento de espaço, foram feitas<br />
ainda a reestruturação do sistema elétrico, com nova distribuição dos circuitos<br />
de iluminação e tomadas; a reforma total do acesso da Rua México; a reestrutura -<br />
ção do acesso da Av. Rio Branco, com instalação da área de recadastramento e<br />
recepção; a instalação da Loja do Livro no segundo andar do prédio sede; a recupe -<br />
ração geral do sistema de pára-raios; a instalação de circuito fechado de TV; a recuperação<br />
do sistema de detecçã ão da calçada, marquise e impermeabilização de<br />
jardineiras; e conservação da <strong>Biblioteca</strong> Demonstrativa de Brasília, com execução<br />
de serviços de paisagismo.<br />
II A BIBLIOTECA<br />
A) REFERÊNCIA E DIFUSÃO<br />
1 Difusão e Intercâmbio Cultural<br />
326<br />
O atendimento ao público, que este ano alcançou a cifra de 134.865 usuários e<br />
251.566 peças consultadas, recebeu, mais uma vez, especial atenção. Várias medidas<br />
foram adotadas com vistas à qualificação desses serviços, como a revisão de<br />
procedimentos de empréstimo de obras nos salões de leitura, a construção e análise<br />
de dados estatísticos, a avaliação, manutenção e atualização de catálogos em li -<br />
nha e bases de dados locais e a análise diária das sugestões de usuários registradas<br />
nos boletins Ouvindo o Leitor.<br />
Investiu-se, também, no inventário de acervos, principalmente no armazém<br />
de Obras Gerais, área com maior índice de público. O projeto de inventário do<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 327<br />
327<br />
1º Andar de Obras Gerais, com mais de 120 mil peças levantadas, beneficiou o<br />
atendimento, reduzindo o tempo de espera do leitor. Considerado o mais complexo<br />
inventário do acervo, pois nesse andar as obras eram arquivadas de acordo<br />
com o número de classificação, o projeto permitiu transformar a localização provisória<br />
em localização fixa, readequar as “coleções incompletas”, identificar as<br />
obras raras, transferindo-as para o setor adequado e, também, as obras estrangeiras<br />
para as áreas devidas.<br />
Embora seja reconhecida a melhoria dos serviços prestados ao público, ainda<br />
é necessária a qualificação das áreas de pesquisas, mediante investimentos em tec -<br />
no logias de transferência da informação e criação de novos suportes da informa -<br />
ção que contribuam para a preservação dos originais e agilidade das pesquisas.<br />
Para divulgar o acervo, o Departamento de Referência e Difusão desenvolveu<br />
importantes projetos de resgate e divulgação de acervos históricos, por meio de<br />
edições especiais ou de exposições. O projeto O Brasil e os Holandeses, com o<br />
apoio financeiro do Banco Real, possibilitou a restauração da obra de Gas par Barléus,<br />
que registra a invasão holandesa no Brasil durante o governo de Maurício de Nassau.<br />
O projeto editou também o livro de arte O Brasil e os holandeses e o CD-Rom inte -<br />
rativo com a edição fac-similar do livro de Gaspar Barléus, além de apresentar as<br />
metodologias de restauração da obra. Vale registar que o livro O Brasil e os holande -<br />
ses, publicado em português, inglês e holandês, foi considerado, pelos jornais O<br />
Globo e Jornal do Brasil, uma das melhores publicações destinadas a comemorar os<br />
500 anos do descobrimento do Brasil. A obra de Barléus, incluindo-se 55 pranchas<br />
de Frans Post, foi exposta na sede do Banco Real, em São Paulo e Belo Horizonte,<br />
e no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.<br />
Em outra importante parceria, esta com a Prefeitura da Cidade do Rio de Ja -<br />
nei ro, a <strong>Biblioteca</strong> Nacional, por meio do Departamento de Referência e Difusão,<br />
emprestou gravuras do seu acervo das coleções Albrecht Dürer (1471-1528),<br />
Oswaldo Goeldi (1895 e Giovanni Piranesi (1720-1778) para a Mostra Rio Gra -<br />
vura, promovida pela Rio Arte. Com esta parceria, a <strong>Biblioteca</strong> Nacional recebeu o<br />
apoio financeiro necessário para restauração da coleção Piranesi e a doação de<br />
uma máquina obturadora de papel, que foi instalada no Laboratório de Res tau -<br />
ração. Ainda em parceria com a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, realiza mos,<br />
em agosto e setembro, a exposição Cordel: o Imaginário Popular, integrada ao<br />
roteiro do evento Mês da Gravura.<br />
Merecem destaque também as atividades programadas em conjunto com o<br />
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />
e destinadas a celebrar os 50 anos da morte de Artur Ramos, um dos mais importantes<br />
antropólogos brasileiros. Em dezembro, realizou-se o seminário Diário<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 328<br />
de Campo: Arthur Ramos, os Antropólogos e as Antropologias, que realçou sua<br />
atuação na área das ciências sociais e como representante do Brasil e da América<br />
Latina na Unesco, onde foi o primeiro diretor do Departamento de Ciências<br />
Sociais. Foi também concluído o inventário do arquivo Arthur Ramos, conjunto<br />
de aproximadamente 5 mil documentos adquirido pela <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />
nos anos 50 do século passado que será publicado na coleção Rodolfo Garcia.<br />
Também por meio do Departamento de Referência e Difusão, foi assinado<br />
convênio com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e o Conselho Nacional<br />
de Arquivos (Conarq) para as comemorações dos 500 anos do descobrimento do<br />
Brasil. As ações resultantes do convênio ficarão sob a coordenação da Comissão<br />
Luso-Brasileira de Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio Documental, na qual<br />
a <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional está representada pela chefia da Divisão de Ma -<br />
nuscritos. Como efeito dessa parceria, dez estagiários fizeram o inventário das<br />
coleções Inquisição em Goa (1.630 documentos), Inconfidência Mineira (30 do -<br />
cumentos), Tiradentes (250 documentos) e Macedo (1.468 documentos).<br />
Cabe destacar ainda a criação do projeto de tradução para o português da obra<br />
Geografia, de Cláudio Ptolomeu. Feita com base na edição existente no acervo<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, em latim e datada de 1486, terá a participação de especialistas<br />
em Letras Clássicas e História Medieval de universidades brasileiras, como<br />
a Universidade Federal Fluminense, e do exterior, entre as quais a Universidade<br />
de Coimbra, em Portugal.<br />
Por último, cabe destacar também o projeto Museu Ebal, cujo objetivo principal<br />
é incorporar ao acervo as coleções históricas da Editora Brasil-América,<br />
recen temente doadas à FBN. Estimado em 30 mil peças, este conjunto documen -<br />
tal é representativo da história da editora criada em 1933 por Adolfo Aizen. A<br />
Ebal trouxe para o Brasil as histórias em quadrinhos americanas editadas pela<br />
King Feature Syndicate, incentivando a produção dos quadrinhos nacionais.<br />
Integram o acervo a arte-<strong>final</strong> de obras como História do Brasil em quadrinhos e<br />
Casa grande & senzala, com desenhos de Ivan Wash Rodrigues, e títulos como<br />
Menino de engenho e Iracema, ilustrados por André Le Blanc.<br />
1.1 Exposições e Mostras do Acervo<br />
328<br />
Ainda por meio do Departamento de Referência e Difusão, foram organizadas,<br />
ao longo do ano, uma série de pequenas mostras: Cordel: o Imaginário da Gravura<br />
Popular (evento integrado à Mostra Rio Gravura, promovido pela Prefeitura do<br />
Rio de Janeiro); Fontes Nativas (Dia do Índio); Ataulfo Alves (pelos 100 anos<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 329<br />
de nascimento do compositor); Microfilmar para Preservar (sobre o processo de<br />
microfilmagem adotado na FBN); Era uma vez uma cidade (aniversário da cidade<br />
do Rio de Janeiro); Nelson Werneck Sodré (homenagem ao autor por ocasião de<br />
sua morte em janeiro); Grover Chapmam (homenagem ao gravador, que doou<br />
seu acervo à FBN); 200 Anos de Balzac; Talento & Engenho (As Grandes Inven -<br />
ções. As Máquinas do Progresso. Terra, Mar e Ar); e Arthur Ramos (assinalando<br />
os 50 anos de sua morte);<br />
Já em parceria com outras instituições culturais do país, a <strong>Biblioteca</strong> Nacional<br />
cedeu peças do seu acervo raro para exposições realizadas por outras instituições:<br />
D. João VI: um Rei Aclamado na América, no Museu Histórico Nacional; O<br />
Brasil Redescoberto, no Paço Imperial; Oswaldo Goeldi, no Espaço Cultural dos<br />
Correios; Albrecht Dürer: O Apogeu do Renascimento Alemão, no Museu<br />
Nacional de Belas Artes, e Piranesi: Ruínas e Fantasias, no Centro de Arquitetura<br />
e Urbanismo.<br />
1.2 Atendimento ao Público<br />
329<br />
Em 1999, o atendimento ao público foi feito de 2ª a 6ª feira, das 9 às 20 horas,<br />
e aos sábados, das 9 às 15 horas.<br />
Os gráficos abaixo revelam o atendimento em cada uma das divisões que integram<br />
o Departamento de Referência e Difusão.<br />
Público Atendido por Área/Divisões 1999<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 330<br />
Atendimento segundo o Turno 1999<br />
330<br />
Atendimento à Distância Pesquisas Bibliográficas* 1999<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 331<br />
2 - Intercâmbio Técnico<br />
Técnicos do Departamento de Referência e Difusão participaram dos seguintes<br />
eventos: mesa-redonda Instituições de Pesquisa e seus Acervos, promovida pela<br />
Uni versidade Gama Filho, no Rio de Janeiro; Encontro de Pesquisadores e Pro -<br />
fessores em História da Educação; mesa-redonda Arquivos do Rio de Janeiro:<br />
Fontes para História da Educação no Brasil, promovida pela UFRJ/Fórum de<br />
Ciência e Cultura, Rio de Janeiro; Encontro Internacional sobre Conservação do<br />
Patrimônio Bibliográfico e Documental em Clima Subtropical, promovido pelo<br />
Ministério da Cultura/Instituto do Patrimônio Histórico Espanhol, realizado em<br />
Santa Cruz de la Palma - Canárias; visita técnica à <strong>Biblioteca</strong> Nacional da Espanha<br />
e de Nova York - EUA, para fins de intercâmbio nas áreas de acervo de dese nhos,<br />
gravuras, fotografias e de tecnologia digital; Mesa-redonda Nacional de Arquivos,<br />
promovida pelo Banco Mundial, Organização dos Estados Americanos, Conselho<br />
Nacional de Arquivos (Conarq) e Arquivo Nacional do Brasil; curso Escuela de<br />
Archivos para Iberoamérica, promovido pelo Ministério da Cultura da Espa -<br />
nha/<strong>Biblioteca</strong> Nacional da Espanha; Bolsa de Estudo da <strong>Biblioteca</strong> Na cional de<br />
Lisboa; Curso de Descrição Arquivística, realizado no Arquivo Nacional, tendo<br />
como docente Michael Cook (Arquivo Nacional da Inglaterra e Conselho Inter -<br />
nacional de Arquivos) e Encontro Nacional de Acervos Literários Brasileiros, promovido<br />
pela PUC-RS.<br />
3 - Cursos e Seminários<br />
331<br />
A área de Referência e Difusão também promoveu o curso Coleções Especiais:<br />
Livros e Periódicos Raros e a oficina Identificação e Representação de Manuscritos,<br />
a partir da qual foi elaborada uma metodologia de descrição de acervos ma -<br />
nuscritos.<br />
Outro evento foi a série Seminários Musicais, a cargo de músicos e musicólo -<br />
gos brasileiros, tendo como referência o acervo da Divisão de Música. Progra -<br />
mação: Ernesto Nazareth e o Tango Brasileiro, Marcelo Verzoni; A MPB na Era<br />
do Rádio, Jairo Severiano; Guerra-Peixe: sua Evolução Estilística à Luz das Teses<br />
Andradeanas, Antônio Guerreiro; Estrutura e Linguagem da Obra de Ricardo<br />
Tacuchian; Ricardo Tacuchian; A Harmonia Criativa: uma Descrição dos Pro -<br />
ce dimentos Didáticos de Luiz Eça, Sheila Zagury; Nacionalismo Musical do Século<br />
XX: a Visão do Compositor, João Guilherme Ripper e Composições: Estilo e<br />
Escolhas, Marisa Resende.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 332<br />
4 - Processamento Técnico do Acervo<br />
332<br />
No âmbito de suas atividades permanentes, a área de Referência e Difusão desenvolveu<br />
uma série de ações de processamento técnico do acervo especializado<br />
e geral. As principais ações foram as seguintes:<br />
4.1 - Documentos manuscritos: revisão e complementação da identificação dos<br />
documentos da coleção Artur Ramos e elaboração de catálogo com, aproxima -<br />
da mente, 5 mil verbetes; identificação de 3.069 documentos da coleção Beatrix<br />
Reynal; arranjo e identificação de 40 documentos da coleção Blanche Ribeiro<br />
Gomes, já disponíveis em base de dados no site da <strong>Biblioteca</strong> Nacional; reorganização<br />
dos documentos da coleção Casa dos Contos, elaboração de mapa da<br />
capitania de Minas Gerais, revisão parcial e continuidade de registros; organização<br />
e identificação de cerca de 2 mil documentos da coleção Linhares; organização<br />
e identificação de seis documentos da coleção marechal Rondon, já dis -<br />
poníveis no site da FBN; identificação e acondicionamento de 461 documen tos<br />
da coleção Mário Barreto, ainda não concluídos; higienização, identificação, localização<br />
topográfica, registro e acondicionamento de 150 fotografias e desenhos<br />
da coleção Percival Farcqhuar, restando o tratamento da documentação textual;<br />
identificação e troca de pastas de 154 documentos da coleção Portugal, em andamento;<br />
identificação e troca de pastas de 646 documentos da coleção Tobias<br />
Monteiro, em andamento; sistematização das informações relativas às coleções<br />
que compõem o acervo, a fim de aprimorar a qualidade da informação prestada<br />
ao usuário pelo Guia de coleções; identificação das obras impressas existentes na<br />
Divisão de Manuscritos, setor Impressos, tornando-as recuperáveis por autor, título,<br />
assunto e localização física, mediante sistema de entrada de dados desenvolvido<br />
em Micro-Isis; tratamento de 1.256 fotografias do Instituto Nacional do<br />
Livro, incluindo higienização, identificação, registro, descrição, acondicionamento<br />
e elaboração de guias-fora (fantasma) remissivos, com término previsto<br />
para o ano 2000; elaboração de inventário dos documentos da Real <strong>Biblioteca</strong>,<br />
visando a racionalizar o acesso ao acervo e torná-lo disponível para as comemorações<br />
dos 500 anos de descobrimento do Brasil; revisão da identificação rea -<br />
lizada anteriormente nos Códices, de modo a aprimorar o instrumento de pesquisa.<br />
4.2 - Música e Arquivo Sonoro: organização, descrição e acondicionamento do arquivo<br />
de imagens; catalogação, classificação e acondicionamento do acervo de<br />
partituras, com 2.800 páginas já trabalhadas; higienização, identificação, locali -<br />
zação topográfica, acondicionamento do arquivo de correspondência passiva e<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 333<br />
333<br />
ativa da Divisão de Música, em curso; recuperação dos discos de 78 Rpm, com<br />
o fim de preservar a memória musical brasileira, concluída com 7.421 documentos<br />
trabalhados; normalização e atualização da base da dados do arquivo<br />
sonoro: em curso, com 2.400 discos já processados; atualização e complementação<br />
da base de dados de partituras, com 22.946 documentos já convertidos da<br />
base Isis para Ortodocs; automatização do banco de dados de autoridade, em<br />
curso; processamento técnico de teses em música, com 230 documentos já processados;<br />
identificação, catalogação e classificação de novos documentos e revi -<br />
são da antiga base de dados de discos de 33 rpm, com 6.018 documentos já<br />
processados.<br />
4.3 Iconografia: unificação/automação dos catálogos do acervo bibliográfico da<br />
Divisão de Iconografia (constituição de base de dados de monografias específicas<br />
de iconografia, acrescida do código de localização das obras; processamento<br />
técnico automatizado de cerca de 8 mil livros antigos, séculos XVI ao XIX, nunca<br />
disponibilizados aos usuários, com 6.746 documentos já processados, convertidos<br />
e migrados; inventário, higienização, acondicionamento e catalogação<br />
do acervo de desenhos; inventário, higienização, acondicionamento e cataloga -<br />
ção do acervo de gravura da Divisão de Iconografia; tratamento técnico de todo<br />
o acervo, que inclui cartazes, calendários, cardápios, rótulos; tratamento técnico<br />
automatizado, conservação, reprodução fotográfica e acondicionamento do acer -<br />
vo fotográfico, com 6.527 fotos já processadas; tratamento técnico dos atlas<br />
históricos; tratamento técnico do acervo de mapas, incluindo-se os mapas recebi -<br />
dos do Núcleo de Depósito Legal e do Escritório de Direitos Autorais; conserva -<br />
ção e acondicionamento do acervo bibliográfico, mediante intervenções básicas<br />
de conservação e acondicionamento realizadas por patrulheiros da FIA, sob a res -<br />
ponsabilidade e a orientação do Centro de Conservação e Encadernação da FBN;<br />
criação do arquivo de negativos e diapositivos do acervo iconográfico (para evitar<br />
que o acervo seja excessivamente reproduzido, controlar o uso das imagens, mas<br />
facilitar o acesso ao pesquisador); e digitalização do acervo de mapas raros (patro -<br />
cínio Mellon Foundation), com vistas à criação de home page.<br />
4.4 Obras Raras: localização e identificação dos títulos de periódicos que compõem<br />
o acervo de obras raras, como também intercâmbio de informações sobre<br />
esses periódicos entre diversas instituições, com 9.316 documentos processados<br />
e 6.006 registros já automatizados; identificação e transferência de duplicatas dos<br />
periódicos para o anexo, a fim de abrir espaço para as coleções principais; transferência<br />
de obras do século XVII, do armazém de Obras Gerais para a Diora e<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 334<br />
identificação e localização do acervo da Real <strong>Biblioteca</strong>, com vistas à publicação<br />
de catálogo especial.<br />
4.5 Acervo Geral: esta área, por sua vez, incorporou 79.327 peças, assim distri -<br />
buídas: 61.073 publicações seriadas, 17.955 livros e 299 obras de referência.<br />
B) PROCESSAMENTO TÉCNICO<br />
2 Serviços Bibliográficos<br />
2.1 Captação de Acervo<br />
334<br />
Em 1999 foram captadas 123.261 peças: 108.785 por meio da Lei do Depósito<br />
Legal e 14.191 por doação e permuta, número que representou um aumento de<br />
80% de títulos novos. O aumento resultou de cobrança sistemática junto às edi -<br />
toras nacionais, boa parte das quais ainda não cumpre a lei. A mesma política<br />
de cobrança foi adotada para o acervo de periódicos, o que ocasionou a elevação<br />
de 40% de captação.<br />
Também aumentou o recebimento de obras por doação ou permuta. A Fun da -<br />
ção <strong>Biblioteca</strong> Nacional mantém programa de permuta com 34 bibliotecas nacionais<br />
de diversos países e 14 organismos internacionais. Obras editadas ou coedi tadas pela<br />
<strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional e duplicatas do acervo são enviadas a diversas instituições<br />
por este programa e, em contrapartida, recebidas inúmeras outras.<br />
As principais doações foram feitas pela Livraria Francisco Alves Editora, e pelos<br />
responsáveis pelas coleções Eremildo Viana, marechal Rondon, Roland Cor -<br />
busier, Assembléia Legislativa/RJ, Instituto Camões.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 335<br />
Acervo Recebido* 1990 a 1999<br />
335<br />
*Acervo recebido por meio de depósito legal, direitos autorais, compra, doação e permuta.<br />
2.2 Aquisição de Material Bibliográfico e Documental<br />
A <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional adquiriu, por compra, 285 títulos, ação destina -<br />
da a atualizar o acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional com obras relevantes e não recebi -<br />
das pelos meios descritos anteriormente. Com isso, procura-se garantir uma das<br />
funções-fim desta Instituição, a de centro referencial nacional de informações<br />
bibliográficas.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 336<br />
336<br />
2.3 Processamento Técnico Automatizado do Acervo<br />
Foram incorporadas 86.313 peças e processadas 19.387. Na base de dados foram<br />
atualizados e/ou gerados 59.664 registros bibliográficos.<br />
2.3.1 - Produção e Atualização de Bases de Dados<br />
Ainda em relação à base de dados, foram desenvolvidas as seguintes atividades<br />
inerentes ao Programa de Unificação da Metodologia de Geração e Administração<br />
das Bases de Dados Bibliográficos e sua conversão para o Formato Internacional<br />
de Intercâmbio de Registros Bibliográficos (Usmarc):<br />
a) Conversão de bases de dados: estudos para criação de tabelas de conversão de<br />
bases de dados de Microisis para o formato Usmarc; elaboração de tabelas de con -<br />
ver são a partir das decisões tomadas com a conclusão dos estudos; testes de conver -<br />
são; exportação em Microisis já com os campos que compõem os registros biblio -<br />
gráficos convertidos para o formato Usmarc; migração <strong>final</strong> dos arquivos em<br />
Microisis para a plataforma do software Ortodocs, hoje adotado no processamen -<br />
to técnico da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
b) Criação de menus (scripts): foram elaborados scripts e tabelas destinados à entra -<br />
da de dados nas bases implantadas. Os campos dos scripts estão em concordância<br />
com os campos do formato Usmarc.<br />
c) Criação de modelos de fichas: foram criadas fichas etiquetadas próprias para exi -<br />
bição aos usuários.<br />
Já o Programa de Unificação de Metodologia de Geração e Administração das<br />
Bases de Dados Bibliográficos e sua Conversão para o Formato Usmarc foi desen -<br />
volvido nos moldes do que já havia sido feito, em 1997, com a Base de Monografias<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 337<br />
337<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional. A aplicação desse programa permitiu a conversão das ba -<br />
ses dos seguintes acervos: Obras Raras, Partituras Musicais, Discos, Fotografias,<br />
Material Cartográfico e Periódicos Raros.<br />
Um dos principais resultados obtidos foi a disponibilização das bases na inter -<br />
net, por meio do site da <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional: www.bn.br . Em 1999,<br />
ficaram disponíveis 17 bases de dados englobando o acervo geral e especializado<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional e três bases com dados cadastrais: Cadastro de <strong>Biblioteca</strong>s<br />
Públicas, ISBN no acervo da <strong>Biblioteca</strong> Nacional e Catálogo de Editores.<br />
As 20 bases disponibilizam aproximadamente 1 milhão de registros. Alguns, refe -<br />
rentes ao acervo como mapas, partituras e fotos têm associação de multimídia.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 338<br />
338<br />
Movimento Anual de Acesso a Home Page - 1999<br />
Em relação ao acervo de periódicos (jornais e revistas), foi desenvolvida me -<br />
todologia para automação do controle da coleção da <strong>Biblioteca</strong> Nacional.<br />
A partir de abril, o registro dos periódicos passou a ser feito na Base Kardex<br />
de Periódicos. Desenvolvida e administrada pelo setor de Registro Patrimonial,<br />
substituiu o registro em fichas Kardex, incluindo 1.117 títulos novos.<br />
A Base Kardex de Periódicos é uma base de trabalho transitória. Ela contém<br />
apenas os títulos novos (recebidos por depósito legal, doação, direitos autorais<br />
ou permuta) e suas respectivas coleções, até o momento do título ser processado<br />
tecnicamente pela Divisão de Periódicos e incluído na Base de Publicações Seriadas<br />
(base oficial de periódicos da FBN).<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 339<br />
No segundo semestre, iniciou-se o registro de jornais e diários oficias na Base<br />
de Publicações Seriadas. Foram incluídas as coleções dos títulos já existentes na<br />
base e, posteriormente, todos os títulos recebidos por meio da Lei do Depósito<br />
Legal, com suas respectivas coleções. Foram incluídos 651 títulos na base e as<br />
coleções de 313 títulos já existentes.<br />
Também foi realizado o processamento técnico dos jornais recebidos por meio<br />
do convênio firmado entre a Associação Brasileira de Jornais do Interior (Abrajori)<br />
e a FBN. Foram processados 322 títulos novos e registrados 10.826 fascículos.<br />
2.3.2 Processamento Técnico do Acervo<br />
Para resgatar a parte do acervo especializado ainda não disponível para os usuários,<br />
implantou-se um programa de incorporação nas bases de dados da FBN. Para<br />
tanto, foram processados tecnicamente acervos de inigualável importância histórica<br />
para o país, tais como: periódicos raros do século XIX, livros iconográficos do<br />
século XVI ao XIX, mapas antigos e raros e obras raras. A maior parte desse acer -<br />
vo pertence à Real <strong>Biblioteca</strong>, que deu origem, no Brasil, à atual <strong>Biblioteca</strong><br />
Nacional.<br />
Foi também ministrado curso de treinamento em Marc e Ortodocs visando<br />
à implantação do processo técnico automatizado nas áreas de acervo especializado:<br />
Música, Iconografia, Obras Raras e Material Cartográfico.<br />
2.4 Estatística de Produção dos Serviços Bibliográficos.<br />
2.4.1 Captação de Acervos<br />
339<br />
Tipo de material DL D / P C Total Geral<br />
Monografias 20.778 5.890 234 26.902<br />
Pub. Seriadas 86.942 5.313 51 92.306<br />
Mat. Especiais 1.065 2.988 –– 4.053<br />
Total 108.785 14.191 285 123.261<br />
DL = Depósito Legal / D = Doação / P = Permuta / C = Compra / Pub. Seriadas (Publicações Seriadas) =<br />
jornais e revistas / Mat. Especiais (Materiais Especiais) = CD-Rom, discos, vídeos, disquetes, partituras etc.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 340<br />
2.4.2 Incorporação ao Acervo<br />
Monografias, publicações seriadas e material especial selecionados e registrados:<br />
86.313 peças.<br />
2.4.3 Publicações Selecionadas e Distribuídas<br />
<strong>Biblioteca</strong> Euclides da Cunha, Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas, Biblio -<br />
teca Demonstrativa de Brasília e demais instituições cadastradas no setor de<br />
Intercâmbio: 24.944 peças<br />
2.4.4 Processamento Técnico do Acervo<br />
Títulos processados:19.387<br />
340<br />
2.4.5 Bases de Dados Produzidas/Atualizadas<br />
Criadas e totalizadas cinco bases de dados, perfazendo total de 59.664 registros<br />
bibliográficos incorporados durante o ano.<br />
DESCRIÇÃO DAS BASES DE DADOS Total no ano 1999 Total de registros na base<br />
Catálogo de Monografias 19.387 263.685<br />
Catálogo de Editores 144 3.661<br />
Autoridades Assuntos 5.060 15.273<br />
Kardex de Periódicos 1.117 22.532*<br />
Autoridades Nomes 33.956 48.929<br />
* Os títulos já existentes na Base de Publicações Seriadas da FBN estão sendo eliminados da Base<br />
Kardex de Periódicos. A base ficará apenas com títulos novos, seções especializadas e jornais.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 341<br />
2 - Preservação<br />
341<br />
Quanto às atividades permanentes de preservação do acervo, a cargo das divisões<br />
de Conservação e Restauração e de Microfilmagem, do Centro de Conservação<br />
e Encadernação e do Laboratório de Restauração, destacamos, do acervo especiali -<br />
zado, a restauração e encadernação da coleção de incunábulos da <strong>Biblioteca</strong> Na -<br />
cional e a restauração, por meio do projeto Brasil e os Holandeses, patrocinado<br />
pelo Banco Real, dos dois exemplares raros da obra Rerum per octennium in Bra -<br />
silia, de Gaspar Barleus, de 1647. Outras 14 obras raras diversas também foram<br />
inteiramente restauradas e encadernadas.<br />
Com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro, foi possível<br />
também o tratamento de três volumes da coleção G.B. Piranese: La anchietá,<br />
Campo malzio dell’ antiga Roma e Opere varie di architetura, ao todo com 294<br />
gravuras. Também foram restaurados e/ou acondicionados 28 mapas raros e obras<br />
cedidos por empréstimos para exposições.<br />
No que se refere às obras do acervo geral, deu-se prosseguimento aos traba -<br />
lhos de encadernação, douração, reestruturação de folhas e de volumes, higieniza -<br />
ção e acondicionamento e ao tratamento do acervo fotográfico. Para a exposição<br />
de aniversário da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, dez obras receberam tratamento.<br />
Dentro do Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros, estão<br />
sendo reativados convênios com fundações, bibliotecas, órgãos estaduais, empre -<br />
sas jornalísticas e casas de representação, tais como: Arquivo Nacional (RJ), Arqui -<br />
vo Público da Bahia (BA), Arquivo Público Mineiro (MG), <strong>Biblioteca</strong> Pública<br />
do Paraná e a de Santa Catarina, Câmara dos Deputados (DF), <strong>Fundação</strong> Casa<br />
de Rui Barbosa (RJ), Funcamp (SP), <strong>Fundação</strong> Joaquim Nabuco (PE), Library<br />
of Congress (USA), Universidade Federal da Bahia (BA) e a de Mato Grosso (MT),<br />
Universidade Estadual Paulista (SP), <strong>Biblioteca</strong> Mário de Andrade (SP). Entre<br />
as empresas jornalísticas, no Estado do Rio de Janeiro, convênios com o Jornal<br />
do Brasil, Jornal do Commercio, Tribuna da Imprensa, O Flu minense, O Dia e O<br />
Globo; e, em São Paulo, com o Diário Popular, O Estado de S. Paulo e Jornal da<br />
Tarde. No atendimento aos usuários, houve resposta a 560 pedidos: 153 rolos<br />
microfilmados, de diversos títulos, e 1.067 rolos duplicados, com 1.625 volu mes<br />
movimentados. Para atender às 1.017 solicitações de cópias eletrostáticas, foram<br />
feitas 10.662 cópias.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 342<br />
Quadro estatístico de produção<br />
PRINCIPAIS REALIZAÇÕES<br />
Descrição Unidade Programado Executado A Executar<br />
de Medida em 1999<br />
Acervo Conservado Folha 10.000 18.319 -<br />
Acervo Higienizado Volume 15.000 8.283 6.717 (*)<br />
Acervo Restaurado Folha 3.000 3.335 -<br />
Acervo Encadernado Volume 1.400 1.400 -<br />
Acervo Microfilmado Rolo 700 913 -<br />
Acervo Acondicionado<br />
Preparo de Documentos<br />
Volume 40.000 6.256 33.744 (*)<br />
para Microfilmagem Página 500.000 759.570 -<br />
Produção de<br />
Fotogramas<br />
de Microfilmes Fotograma 500.000 719.555 -<br />
Acervo Duplicado Rolo 3.000 5.122 -<br />
Revisão e Rolo<br />
Microfilmado Rolo 3.500 6.135 -<br />
(*) Metas não alcançadas por falta de técnicos.<br />
No Laboratório Fotográfico, foram realizadas 1.499 ampliações para a FBN<br />
e 488 para usuários. Foram processados 2.267 negativos e acondicio nados 9.876,<br />
e feitas 284 reproduções fotográficas (as tabelas abaixo detalham estes números).<br />
Houve cobertura fotográfica de 34 eventos.<br />
Ampliações Fotográficas<br />
Tamanho FBN Usuário<br />
12X18 187 28<br />
18X24 543 321<br />
20X25 15 15<br />
24X30 732 07<br />
30X40 04 112<br />
50X60 18 05<br />
Total 1.499 488<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
342
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 343<br />
PROCESSAMENTO DE NEGATIVOS<br />
Especificação Quantidade<br />
120 241<br />
135 26<br />
Total 267<br />
ACONDICIONAMENTO DE NEGATIVOS<br />
Especificação Quantidade<br />
120 2120<br />
135 1537<br />
120/cor 31<br />
135/cor 630<br />
120/cromo 20<br />
135/cromo 48<br />
Total 9.876<br />
REPRODU²AO<br />
Especificação Quantidade<br />
120 199<br />
135 06<br />
120/cor 02<br />
135/cor 03<br />
120/cromo 04<br />
135/cromo 01<br />
Total 284<br />
Obs: estes 284 filmes reproduzidos geraram 2.840 imagens do acervo em negativos de segunda geração.<br />
2.1 Seminários, Palestras e Cursos<br />
343<br />
Sob o patrocínio do Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas, foram realizados<br />
de agosto a novembro workshops, com duração de uma semana, em horário integral,<br />
sobre Preservação de Acervos Bibliográficos e Documentais, nas seguintes<br />
cidades: Vitória/ES, Aracaju/SE, Rio Branco/AC, Salvador/BA, Recife/PE, Goiâ -<br />
nia/ GO e Rio/RJ. Como parte da Semana de Estudos de Conservação de Acer -<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 344<br />
vos sobre Papel, representante desta coordenadoria ministrou aula sobre Conser -<br />
vação-Restauração, no Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais<br />
Móveis, da Universidade Federal de Minas Gerais.<br />
Com apresentação de trabalho sobre acondicionamento de documento manus -<br />
crito com selo pendente, um funcionário desta coordenadoria participou do<br />
Encontro Internacional sobre Conservação do Patrimônio Histórico Espanhol,<br />
em Santa Cruz de La Palma, Ilhas Canárias, Espanha. Técnicos do Centro de<br />
Con servação & Encadernação e do Laboratório de Restauração integraram, na<br />
<strong>Fundação</strong> Casa de Rui Barbosa, no Rio, workshop sobre encadernação e restaura -<br />
ção de época, ministrado pelo professor Bernard Middleton, da Inglaterra. Houve<br />
participação ainda destes técnicos em palestra e workshop dos conserva do res/res -<br />
tauradores espanhóis Pedro Barbachano e Ana Beny, na Associação Brasileira de<br />
Encadernadores e Restauradores, em São Paulo.<br />
E ainda: representante da Divisão de Conservação e Restauração proferiu palestra<br />
sobre Encadernações Comerciais e de Época adotadas para os acervos de obras gerais<br />
e raras da <strong>Biblioteca</strong> Nacional, na Universidade Federal de Minas Gerais. Aula sobre<br />
processos de microfilmagem foi ministrada por representante da Divisão de Mi -<br />
crorreprodução, na Universidade Federal Fluminense. Técnicos da mesma divisão<br />
par ticiparam, em outubro, da XXII Exposição Internacional de Gerenciamento Ele -<br />
trônico de Documentos, realizada em São Paulo, durante a Infoimagem/99.<br />
2.2 Assessoria Técnica<br />
344<br />
Com o propósito de entrar em contato com programas de digitação de mapas<br />
de última geração de instituições norte-americanas, como a <strong>Biblioteca</strong> da Univer -<br />
sidade de Columbia, a <strong>Biblioteca</strong> Pública da Cidade de Nova Iorque e as biblio -<br />
tecas do Congresso e do Arquivo Nacional, em Washington, representantes da<br />
Coordenadoria de Preservação estiveram, no período de 18 a 26 de janeiro, em<br />
visita oficial de estudos, nos EUA. A visita representou a etapa inicial do projeto<br />
Digitação de Mapas Antigos, a ser desenvolvido em parceria com o Serviço<br />
de Documentação da Marinha, tendo o patrocínio da Andrew Mellon Foundation.<br />
Um representante desta coordenadoria esteve também em visita técnica à <strong>Fundação</strong><br />
Rio das Ostras de Cultura e à <strong>Biblioteca</strong> Municipal de Rio das Ostras, no Estado<br />
do Rio de Janeiro, para planejamento de workshop.<br />
Assessores técnicos acompanharam as montagens e desmontagens das expo -<br />
sições: comemorativa dos 189 anos de fundação desta Casa, <strong>Biblioteca</strong> Nacional,<br />
sua Trajetória e História, na FBN, no Rio; A Paisagem Pitoresca no Brasil, no Museu<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 345<br />
da Chácara do Céu, no Rio; Brasil e os Holandeses, com empréstimo de gravuras<br />
e mapas de Gaspar Barleus, no Banco Real, em São Paulo, e no Palácio das Artes,<br />
em Belo Horizonte; Mostra Rio de Gravuras, com empréstimo de gravuras de Dürer,<br />
no Museu Nacional de Belas Artes; com empréstimo de gravuras de Piranese, no<br />
Instituto de Arquitetos do Brasil; e com empréstimo de obras de Oswald Goeldi,<br />
no Espaço Cultural dos Correios, no Rio.<br />
Foram realizadas também visitas técnicas para avaliar o estado de conservação<br />
de obras no Jardim Botânico e na <strong>Biblioteca</strong> Municipal de Rio das Ostras, no<br />
Estado do Rio de Janeiro, e na Sociedade Sul Rio-grandense, no Rio Grande<br />
do Sul.<br />
III - O LIVRO<br />
Em 1999, a <strong>Fundação</strong> <strong>Biblioteca</strong> Nacional, por intermédio do Departamento<br />
Na cional do Livro (DNL), publicou, em co-edição, 17 títulos de autores nacionais<br />
contemporâneos, dando seguimento ao programa <strong>Biblioteca</strong> Básica da<br />
Cultura Brasileira, e concedeu o Prêmio Luís de Camões à poeta portuguesa Sofia<br />
de Mello Breyner, com base no acordo assinado entre Brasil e Portugal. Outros<br />
seis prêmios foram concedidos pela FBN.<br />
A FBN, também com a interveniência do DNL, participou ainda de cinco<br />
feiras internacionais, concedeu 10 bolsas para escritores brasileiros concluírem<br />
seus trabalhos e 26 outras para tradução de obras brasileiras para outros idiomas,<br />
com destaque para o espanhol.<br />
1 - Promoção do Livro<br />
345<br />
1.1 - Participação em feiras internacionais<br />
Com o objetivo de divulgar a literatura nacional em centros que estudam e<br />
pesquisam a cultura brasileira, a FBN participou de variados eventos no exte -<br />
rior relacionados ao livro. Em parceria com a Câmara Brasileira do Livro e<br />
com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, foram enviadas publicações<br />
de vários gêneros a esses eventos, todas doadas, posteriormente, a universidades<br />
locais.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 346<br />
Destacamos nossa participação nas seguintes feiras: Feira do Livro Infantil e<br />
Juvenil de Bologna, na Itália; Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, na<br />
Ar gentina; Feira Internacional do Livro de Frankfurt, na Alemanha, e Feira In ter -<br />
nacional do Livro Ibero-Americano (Liber/99), em Barcelona, Espanha.<br />
1.2 - Feiras no Brasil<br />
A FBN participou também de feiras realizadas no Brasil com caráter internacional,<br />
como a IX Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro; e o Salão<br />
Internacional do Livro de São Paulo, na capital paulista. Durante a IX Bienal<br />
Internacional do Livro, no Rio, foram organizados dois eventos de porte: o V<br />
Encontro de Tradutores e Agentes Literários, para sedimentar a estratégia de<br />
tradução de obras brasileiras no exterior (entre outros, estiveram presentes perso -<br />
nalidades como Jean Baudrillard, Rafael Argullol, Frances Albernaz e Jean Sou blin);<br />
e o IV Encontro sobre Direitos Autorais, que possibilitou debates e apresentação<br />
de sugestões e propostas para questões relacionadas com as novas técnicas editoriais<br />
de reprodução de escritos, de imagens e de sons.<br />
1.3 - Concessão de prêmios<br />
346<br />
A poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner recebeu da FBN o Prêmio Luís de<br />
Camões 1999, concedido anualmente a escritores de língua portuguesa, confor -<br />
me o protocolo assinado em 1988 pelos governos do Brasil e Portugal. O júri<br />
brasileiro foi composto por Leyla Perrone-Moisés, Luiz Costa Lima e Elmer<br />
Corrêa Barbosa. Integraram o júri português António Alçada Baptista, Maria<br />
Irene C. Ramalho, Maria Alzira Seixo.<br />
Para estimular escritores brasileiros e programadores visuais que contri -<br />
buíram para melhorar o padrão de qualidade dos projetos gráficos dos livros<br />
produzidos no Brasil, a FBN, como vem fazendo desde 1995, premiou escri -<br />
to res em seis ca te gorias: poesia, narrativa, ensaio literário, ensaio social, tra -<br />
du ção e projeto gráfico.<br />
Prêmio Alphonsus de Guimaraens, para poesia: Ferreira Gullar, com Muitas<br />
vozes, Editora José Olympio. Júri: Alberto Pucheu, Antônio Carlos Secchin, Alexei<br />
Bueno, Armando Freitas Filho, Mário Chamie e Marcos Lucchesi.<br />
Prêmio Machado de Assis, para narrativa (obs: a partir deste ano, nesta ca te goria<br />
foram integrados os prêmios antes concedidos, separadamente, para conto e ro-<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 347<br />
mance): Ana Maria Machado, com A audácia dessa mulher, Nova Fronteira. Júri:<br />
Beatriz Resende, Domício Proença Filho e Flávio Loureiro.<br />
Prêmio Mário de Andrade, para ensaio literário: Márcio Seligmann-Silva, com<br />
Ler o livro do mundo, Walter Benjamin: Romantismo e crítica literária, Ilumi nuras.<br />
Júri: Leyla Perrone-Moisés, Luiz Costa Lima e Paulo Roberto Pereira.<br />
Prêmio Sérgio Buarque de Holanda, para ensaio social: Marilena Chaui, com<br />
Nervura do real, Companhia das Letras. Júri: Maria Alice Rezende, Leandro<br />
Konder e Renato Janine Ribeiro.<br />
Prêmio Paulo Rónai, para tradução: tradutor Geraldo Holanda Cavalcanti,<br />
com Poesias de Salvatore Quasimodo, Record. Júri: Alberto da Costa Silva, Autran<br />
Dourado e Leonardo Visconti.<br />
Prêmio Aloísio Magalhães, para projeto gráfico: designer Evelyn Grumach,<br />
pelo conjunto de projetos gráficos realizados para a editora Civilização Brasileira.<br />
Júri: Leonardo Visconti, Joaquim Redig e Geraldo Edson de Andrade.<br />
2 - Editoração e Difusão do Livro<br />
2.1 - Obras Publicadas<br />
Este ano publicamos os seguintes títulos, todos resultantes de atividades e programas<br />
exclusivos da instituição (total de 18 mil exemplares):<br />
Periódicos: Brazilian Book Magazin nºs 16 e17; Poesia Sempre nºs 10 e11; Anais<br />
da <strong>Biblioteca</strong> Nacional nº 116; Recortes do Brasil (clipping) nºs 10, 11 e12.<br />
Catálogos: Catálogo de tradutores e agentes literários (org. Miriam Leme);<br />
Catálogo da exposição Celso Cunha - 10 anos de saudade (org. Paulo Roberto Pe reira);<br />
Catálogo da exposição Cruz e Souza - 100 anos de morte (org. Alexei Bueno); Catálogo<br />
100 anos de Dom Casmurro - exposição e publicação de didática.<br />
Manuais técnicos: Acondicionamento e guarda de acervos fotográficos (org.<br />
Ana Lúcia de Abreu).<br />
Monografias: Operário do canto - homenagem a Geir Campos - 13 depoimentos<br />
e ensaios.<br />
2.2 - Co-edições<br />
347<br />
Com a <strong>final</strong>idade de ampliar a <strong>Biblioteca</strong> Básica da Cultura Brasileira, foram coeditados<br />
17 títulos de autores nacionais contemporâneos, no total de 28 mil<br />
exemplares.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 348<br />
Os títulos foram os seguintes: Dicionário de provérbios, de Roberto Lacerda, Estela<br />
Abreu e Helena Lacerda, com a Lacerda Editora; Tieta do Agreste, O país do carnaval,<br />
São Jorge de Ilhéus, Seara vermelha, Farda fardão camisola de dormir, Suor, de Jorge<br />
Amado e Os viventes, de Carlos Nejar, com a Editora Record; Cartas do coração, de<br />
Elizabeth Orsini, Razões públicas, emoções privadas, de Jurandir Freire Costa e Conversa<br />
na varanda, de Regina Navarro Lins, com a Editora Rocco; Lavradio, de Reinaldo<br />
Valinho Alvarez, com a Editora Imago; Apontamentos de viagem, de J.A. de Leite<br />
Moraes, A alma encantadora das ruas, de João do Rio, Retrato do Brasil, de Paulo<br />
Prado, O caso Morel, de Rubem Fonseca e Vinícius de Moraes, poeta da paixão, de<br />
José Castello, com a Companhia das Letras.<br />
2.3 - Distribuição de Publicações<br />
Em continuidade ao programa de remessa de livros para as bibliotecas cadastradas<br />
no Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas, foram enviados 25.396 títulos. Para<br />
o exterior, foram remetidas quatro edições, em total de 2 mil exemplares, do clipping<br />
Recortes do Brasil, com reprodução de resenhas e artigos sobre a produção<br />
editorial brasileira contemporânea, destinadas a divulgar os autores brasileiros.<br />
2.4 - Novos Projetos<br />
348<br />
O Departamento Nacional do Livro desenvolveu ainda, ou começou a desenvolver,<br />
os seguintes projetos.<br />
<strong>Biblioteca</strong> Virtual – seu objetivo é disponibilizar no site da FBN títulos de autores<br />
brasileiros em domínio público nos diversos campos da produção literária: romance,<br />
poesia, conto, ensaio, teatro, discursos e sermões, pensamento social, história,<br />
obras de referência, entre outros. Cada título é acompanhado de nota informativa<br />
sobre a obra e por resumo da biografia do autor. Este projeto tem o apoio da <strong>Fundação</strong><br />
de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e abrange, na primeira<br />
fase, cem textos selecionados: 63 já estão disponíveis na home page da FBN e 20<br />
ainda em preparo, somando 83 textos executados até o <strong>final</strong> de 1999.<br />
Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira.<br />
Rede de Estatística do Livro ( livrarias e editoras): no Estado do Rio de Janeiro<br />
deu-se continuidade, em convênio com a Faperj, ao levantamento para a publica -<br />
ção do Riolivro.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 349<br />
Foram produzidos ainda três CD-ROMs para integrar a Enciclopédia Audio -<br />
visual da Cultura Brasileira, projeto que pretende divulgar, com leitura crítica de<br />
clássicos brasileiros, nosso patrimônio artístico na literatura.<br />
E foi inaugurada a Loja do Livro, na sede da FBN. Em 1999, foram vendidos<br />
2.273 exemplares.<br />
2.5 Bolsas<br />
349<br />
No âmbito do Programa de Concessão de Bolsas para Escritores Brasileiros foram<br />
distribuídas dez bolsas para obras em andamento, nas categorias poesia, narrativa<br />
e ensaio literário.<br />
Na categoria poesia receberam bolsas: Taís Guimarães, para o livro Poemas;<br />
Ruy Alberto d’Assis Espinheira, para Novos poemas, e Fernando Forte, para O<br />
olho da morte. Júri: Cláudio Murilo Leal, Helena Parente Cunha e Alexei Bueno.<br />
Na categoria narrativa: Marco Antônio Alves de Carvalho, para a obra Feijoada<br />
no paraíso; Tércia Montenegro Lemos, para Linha férrea; Sérgio Fuzeira Martagão<br />
Gesteira, para In fieri, e Ernani Ferreira da Fonseca Rosa, para a obra Corvos na<br />
chuva. Júri: Godofredo de Oliveira Neto, Antônio Carlos Secchin e Bella Jozef.<br />
Na categoria ensaio literário: Ubiratan Paulo Machado, para A vida literária<br />
no Brasil durante o Romantismo; Paulo Venâncio Filho, para A crise da pessoalida -<br />
de e o outro modernismo: Cornélio Penna/Goeldi/Mário Peixoto; e Adriana de Fátima<br />
Barbosa Araújo, para Como a luz branca nas cores do espectro ou a construção da<br />
subjetividade em Uma noite em Curitiba, de Cristóvão Tezza. Júri: Ângela Maria<br />
Dias, Ivo Barbieri e Ronaldes de Melo Souza.<br />
O Programa de Apoio à Tradução de Obras de Autores Brasileiros em Diversos<br />
Idiomas, que visa a aumentar o conhecimento da literatura nacional no exte rior,<br />
por meio de apoio financeiro aos editores estrangeiros na tradução e publicação<br />
de autores brasileiros, concedeu 30 bolsas: quatro com recursos próprios e 26<br />
em convênio com o Ministério da Cultura. Das bolsas concedidas em parceria<br />
com o Ministério da Cultura, 11 foram destinadas à tradução e edição de obras<br />
em espanhol. Vale destacar o sucesso deste programa, pois as bolsas têm financiado<br />
a maioria dos livros de autores brasileiros comercializados no exterior.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 350<br />
350<br />
3 - International Standard Book Number ISBN<br />
A FBN, como agência brasileira do International Standard Book Number, deve<br />
controlar a produção editorial no país, cadastrando editoras e numerando os títulos<br />
publicados. Foram atribuídas referências de ISBN a 21.972 obras e<br />
cadastradas 942 editores no Brasil. Enviado do DNL esteve presente à reunião<br />
do ISBN, realizada em Londres.<br />
EDITORES CADASTRADOS E ISBN ATRIBUIDOS – 1999<br />
1999 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL<br />
Editores 48 58 93 71 85 72 89 99 105 90 85 47 942<br />
ISBN 46 128 442 637 529 565 1.406 3.591 4.864 6.617 5.351 5.593 21.972<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 351<br />
351<br />
Evolução do ISBN<br />
1978/1999<br />
4 - Escritório de Direitos Autorais-EDA<br />
O Escritório de Direitos Autorais, cumprindo seu objetivo de assegurar a prote ção<br />
eficaz dos autores e de outros titulares dos direitos sobre as obras literárias, científicas<br />
e artísticas, registrou 24.057 obras, em 1999. Os estados de São Paulo e Rio de<br />
Janeiro registraram o maior número de obras, respectivamente 10.010 e 7.481. Bahia<br />
e Minas Gerais vieram em seguida, com 1.716 e 1.374 registros respectivamente.<br />
A curva ascendente constante, desde 1992, de obras registradas no país – escritos,<br />
obras musicais, pinturas, gravuras, esculturas – evidencia a consolidação do princípio<br />
da lei que, por meio da FBN, o Estado traça na defesa do criador intelectual.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 352<br />
UNIDADE<br />
FEDERATIVA<br />
Obras registradas - Evolução 1992/1999<br />
Estatística Anual 1999<br />
OBRAS<br />
REGISTRADAS<br />
Acre 03 01 - -<br />
Alagoas 31 09 03 -<br />
Amazonas 03 02 02 -<br />
Amapá 10 02 02 -<br />
Bahia 1.716 53 48 01<br />
Ceará 143 15 08 -<br />
Distrito Federal 533 57 28 -<br />
Espírito Santo 324 15 30 -<br />
Goiás 90 10 05 -<br />
Maranhão 22 03 02 -<br />
Mato Grosso 118 42 04 -<br />
Mato Grosso do Sul 104 10 04 -<br />
Minas Gerais 1.374 54 16 -<br />
Pará 45 26 - -<br />
Paraíba 21 05 - -<br />
Paraná 644 95 29 -<br />
Pernambuco 301 45 07 -<br />
Piauí 12 03 01 -<br />
Rio de Janeiro 7.481 469 549 03<br />
Rio Grande do Norte 82 03 07 -<br />
Rio Grande do Sul 401 68 35 -<br />
Rondônia 38 03 02 -<br />
Roraima 03 - - -<br />
São Paulo 10.010 357 294 01<br />
Santa Catarina 535 16 35 -<br />
Sergipe 11 01 02 -<br />
Tocantins 02 03 - -<br />
T O T A L 24.057 1.367 1.113 05<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
352<br />
OBRAS em<br />
DEPENDÊNCIA<br />
OBRAS<br />
INDEFERIDAS<br />
OBRAS<br />
AVERBADAS
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 353<br />
Em 1999, o atendimento ao público no EDA alcançou 105.414 pessoas, seja<br />
pessoalmente, seja via fax, telefone, correio ou Internet. A movimentação no EDA,<br />
na vertente cartorária, mostrou a seguinte distribuição: pedidos de regis tro,<br />
24.059; obras averbadas, cinco; pareceres jurídicos emitidos aos autores, 1.042;<br />
livros de Registros e Requerimentos Encadernados, 220; pedidos de segunda via<br />
de registro, 503.<br />
Na vertente técnico-jurídico, a movimentação exibiu 1.367 obras em dependências<br />
e em estudos; 1.114 obras indeferidas e 72 com recurso de in -<br />
deferimento.<br />
V- Outras Atividades<br />
353<br />
3 - <strong>Biblioteca</strong> Demonstrativa de Brasília<br />
Além do emprétimo domiciliar e de prestar orientação ao usuário, a <strong>Biblioteca</strong><br />
Demonstrativa de Brasília- BDB ofereceu os seguintes serviços:<br />
Projeto Tira-Dúvidas: iniciativa da Sociedade de Amigos da BDB, funciona<br />
desde março de 1996, com o objetivo de dar apoio pedagógico gratuito a alunos,<br />
de diferentes graus de escolaridades com dificuldades no apredizado. O projeto<br />
baseia-se atualmente no serviço voluntário de 17 professores de diferen tes áreas<br />
de conhecimento.<br />
Serviço de Ouvidoria: criado com o objetivo de receber sugestões, reclamações<br />
e aprovações da comunidade, em relação ao funcionamento e ao atendimento na<br />
BDB, este serviço é um canal aberto entre a biblioteca e seus usuários. A direção da<br />
BDB procura, na medida do possível, atender sugestões ou reclamações do usuário.<br />
Tele-Idoso: visa a atender especialmente pessoas com idade igual ou superior<br />
a 65 anos, residentes no Plano Piloto, nos lagos Norte e Sul, Cruzeiro, Octagonal<br />
e Setor Sudoeste. Atualmente, o serviço atende a 36 idosos.<br />
Quanto a eventos, destacamos: Encontro com Pinóquio, visando a incentivar<br />
no público infanto-juvenil o hábito da leitura; projeto Palestras, total de 29<br />
encontros com o objetivo de atualização cultural da mulher; e a comemoração<br />
do Dia Internacional da Mulher, com exposição destacando as conquistas femininas<br />
nos campos profissional e de cidadania.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 354<br />
IV A LEITURA<br />
O Proler – Programa Nacional de Incentivo à Leitura teve, em 1999, a coopera -<br />
ção técnica de 216 instituições: 48 instituições governamentais (prefeituras,<br />
secreta rias estaduais e municipais, fundações de cultura e bibliotecas); seis univer -<br />
sidades, sete faculdades e 24 colégios (públicos e privados); 29 instituições priva -<br />
das (como o Serviço Social da Indústria SESI e o Serviço Nacional do Comércio<br />
Senac) e 55 instituições de diferentes áreas.<br />
1 Encontros e Cursos<br />
Por meio dessas parcerias e também de convênio especial com o Fundo Nacional<br />
de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, o Proler realizou<br />
encontros estaduais, cursos e um encontro nacional.<br />
Encontros Estaduais<br />
Os encontros estaduais tiveram como tema “A Formação do Professor Leitor e<br />
Escritor”. Em número de 43, os encontros envolveram 11.167 agentes de leitura<br />
nos seguintes municípios: Região Centro-Oeste: Cáceres (MT), Brasília (DF),<br />
Dourados (MS), Goiânia e Anápolis (GO). Região Norte: Macapá (AP), Boa<br />
Vista (RR), Manaus (AM), Cacoal (RO) e Belém (PA). Região Nordeste: São<br />
Luís, Imperatriz e Caxias (MA), João Pessoa (PB), Natal, Macau e Mossoró (RN),<br />
Ituberá, Ilhéus, Itapetinga e Vitória da Conquista (BA), Afogados da Ingazeira<br />
(PE), Aracaju (SE) e Fortaleza (CE). Região Sul: Dionísio Cerqueira, Joinville e<br />
Caçador (SC), Caxias do Sul e Porto Alegre (RS). Região Sudeste: Rio de Janeiro,<br />
Cachoeira de Macacu, Petrópolis, Niterói, Angra dos Reis (RJ), Santos (SP),<br />
Aracruz (ES) e Itaúna, Cataguases e Juiz de Fora (MG).<br />
Cursos<br />
354<br />
Os 17 cursos realizados, com 40 horas de duração, envolveram 663 agentes de<br />
leitura. Foram realizados nos seguintes locais: Venda Norte do Imigrante (ES),<br />
Belém (PA), Goiânia (GO), São Luís (MA), Cáceres (MT), Ituberá (BA), Afogados<br />
da Ingazeira (PE), Natal e Macau (RN), Porto Velho (RO), Aracaju (SE), Boa<br />
Vista (RR), Imperatriz (MA), Taquará (CE), Nova Andradina e Campo Grande<br />
(MS)e Teresina (PI).<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 355<br />
Curso à Distância<br />
Visando à formação continuada na área da leitura, este projeto é desenvolvido<br />
através da internet e proporciona acesso a textos de especialistas. É realizado em<br />
parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/Instituto de<br />
Matemática e Estatística e com recursos, em parte, do FNDE. Em 1999, o projeto<br />
envolveu cerca de 7.400 promotores de leitura, nos seguintes comitês: Rio<br />
Branco (AC), Belém, Feira de Santana, Ilhéus e Vitória da Conquista (BA),<br />
Campo Grande e Dourados (MS), João Pessoa e Campina Grande (PB), FN-<br />
LIJ/Rio de Janeiro (RJ), São Paulo, Santos e Campinas (SP), Porto Alegree Caxias<br />
do Sul (RS), Palmas (TO), Cataguases (MG) e Goiânia (GO).<br />
Encontro Nacional<br />
De 6 a 10 de dezembro, foi realizado, no Rio de Janeiro, o VI Encontro Nacional<br />
de Avaliação e Perspectivas/2000. Participaram do encontro cem técnicos, repre -<br />
sentando todas as unidades da Federação.<br />
Assessorias<br />
O Proler prestou assessorias ao Programa de Instalação de <strong>Biblioteca</strong>s Escolares,<br />
em Alta Floresta (MT); à Universidade Estadual do Mato Grosso, em Cáceres;<br />
à Universidade da Amazônia (Unama), que incluiu palestras sobre leitura e a<br />
ins talação de comitês em Fortaleza (CE), São Luís (MA), Boa Vista (RR) e<br />
Dourados (MS).<br />
2 - Outras Ações<br />
355<br />
Os técnicos do Proler também participaram da apresentação do projeto <strong>Biblioteca</strong><br />
para Todos da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro, durante o 12º Congresso<br />
de Leitura (Cole). Também inserido no 12º Cole, houve a realização do II Fórum<br />
Nacional de Leitura. Para manter um canal de divulgação entre o Proler e os<br />
comitês de leitura, deu-se continuidade à publicação bimestral da Folha Proler,<br />
com oito páginas, editando-se os números de sete ao 11, com tiragem de 6 mil<br />
exemplares.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 356<br />
3 - IV Concurso Os Melhores Programas de Incentivo à Leitura, Junto a<br />
Crianças e Jovens de Todo o Brasil<br />
Em 1999, foram inscritos 218 projetos, representando 21 estados e 143 muni -<br />
cípios. Foram vencedores:<br />
1º Prêmio - Mala de Leitura<br />
Centro de Trabalhadores da Amazônia<br />
Projeto Seringueiro<br />
Responsável: Ricardo Hiroyuki Shibata<br />
Rio Branco (AC)<br />
2º Prêmio - <strong>Biblioteca</strong> Solidária - Leitura Extra - Escola, Exercício Pleno da<br />
Cidadania<br />
Escola Santa Maria<br />
<strong>Biblioteca</strong> Comunitária Professor José Thomás da Silva Sobrinho<br />
Responsável: Tânia Cristina Fígaro Ulhoa<br />
Uberaba (MG)<br />
3º Prêmio - Mala do Livro<br />
<strong>Biblioteca</strong> Domiciliar Neuza Dourado<br />
Secretaria de Cultura do Distrito Federal<br />
Departamento de <strong>Biblioteca</strong>s<br />
Criação: Neuza Dourado Freire<br />
Responsável: Célia Maria de Almeida<br />
Brasília (DF)<br />
Hors-Concours<br />
356<br />
Programa Infanto-Juvenil<br />
Serviço Social do Comércio (SESC)<br />
Administração Regional do Rio Grande do Sul<br />
Porto Alegre(RS)<br />
<strong>Biblioteca</strong> Infanto-Juvenil Maria Mazetti<br />
<strong>Fundação</strong> Casa de Rui Barbosa<br />
Responsável: Regina Porto<br />
Rio de Janeiro (RJ)<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 357<br />
Premiação Projeto Local<br />
1º Mala da Leitura Rio Branco (AC)<br />
2º <strong>Biblioteca</strong> Solidária Uberaba (MG)<br />
3º Mala do Livro Brasília (DF)<br />
Hors-Concours Programa Infanto-Juvenil Porto Alegre (RS)<br />
Hors-Concours <strong>Biblioteca</strong> Infanto-Juvenil Rio de Janeiro (RJ)<br />
4 - O Proler no Rio de Janeiro<br />
357<br />
Por meio da Casa da Leitura, situada no Rio de Janeiro, o Proler teve também<br />
intensa atuação visando à formação continuada dos promotores de leitura e à<br />
ampliação do uso das bibliotecas escolares e das bibliotecas públicas. Essas atividades<br />
permitiram à Casa da Leitura consolidar o seu perfil institucional, relacio -<br />
nado à valorização da leitura de textos de qualidade, da produção oral e escrita<br />
e do objeto livro, principalmente junto à parcela da população mais carente.<br />
Uma das principais atividades foi a programação de eventos em torno do livro<br />
e da leitura, buscando contribuir para formação continuada de professores e<br />
leitores. O quadro abaixo resume o que foi realizado.<br />
Eventos Nº de participantes Nº de atividades Público<br />
Leitura e contação<br />
de história infantil<br />
Debate aberto<br />
46 1236 alunos<br />
com jovens<br />
Eventos especiais<br />
7 652 alunos<br />
e outras atividades 39 3.377 aberto<br />
Oficinas 08 177 professores<br />
Cursos 14 321 professores<br />
Palestras 10 175 professores<br />
Total 124 5.938<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 358<br />
358<br />
A Casa da Leitura também promoveu ou participou dos seguintes eventos: a)<br />
Exposições: Obras Selecionadas para a Feira do Livro de Bolonha, Itália; 30 anos<br />
de Pasquim, Crítica, Resistência e Irreverência; Dom Casmurro/100 anos; Machado<br />
de Assis, vida e obra, e Mostra Monteiro Lobato; b) Participação no projeto Pai -<br />
xão de Ler e na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro; c) Intercâmbio internacional<br />
com promoção de cursos e palestras ministrados por professores (Portugal/Cuba),<br />
por meio da <strong>Fundação</strong> Nacional do Livro Infantil e Juvenil e visitas de professores,<br />
de vários estados, integrantes do Programa de Alfabetização Solidária, em<br />
ação conjunta com universidades. O quadro abaixo resume a atuação da Casa da<br />
Leitura e das universidades neste programa.<br />
PROGRAMA DE ALFABETIZA²AO SOLIDARIA. ATUA²AO EM 1999<br />
Local Entidade Responsável Nº de participantes<br />
Sergipe<br />
Dois Riachos<br />
PUC-RJ 3<br />
e Jaramataia (AL)<br />
Jaicós e Padre Marcos (PI),<br />
Unigranrio 25<br />
Amontada e Itapipoca (CE)<br />
Paulistana, Bethania<br />
Universo 102<br />
e Acauã (PI)<br />
Lagoa da Canoa e<br />
Olho D’água Grande (AL),<br />
UFF 55<br />
Inajá (PE) e Petrópolis (RJ)<br />
Lagoa da Canoa e<br />
Olho D’água Grande (AL),<br />
Unirio 7<br />
Inajá (PE) e Vassouras (RJ)<br />
Niterói, Tanguá, Maricá,<br />
Unirio 12<br />
Itaboraí e Três Rios (RJ)<br />
Jaicós e Padre Marcos (PI),<br />
Amontada e Itapipoca (CE)<br />
Universo 28<br />
e Guapimirim (RJ) Universo 63<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 359<br />
V OUTRAS ATIVIDADES<br />
1. SISTEMA NACIONAL DE BIBLIOTECAS PUBLICAS<br />
1.1 - Ações Desenvolvidas<br />
359<br />
A atuação num país da extensão do Brasil é um dos maiores desafios enfrentados<br />
pela coordenadoria do Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas (SNBP). Embora<br />
não disponha ainda de estrutura compatível com a amplitude de sua missão e<br />
atua ção gerencial, a coordenadoria do SNBP vem procurando estabelecer a inte -<br />
gração efetiva com os sistemas estaduais e as bibliotecas municipais e estaduais<br />
e, também, difundir a conceituação moderna de biblioteca pública.<br />
Para tanto, a coordenadoria do SNBP privilegiou as seguintes ações: a) desen -<br />
volver e avaliar a política de ação do Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas;<br />
b) qualificar e aprimorar recursos humanos para as bibliotecas públicas e c) implantar<br />
a rede informatizada do Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas.<br />
Devido, no entanto, a cortes orçamentários, o planejamento foi redefinido,<br />
privilegiando-se apenas a segunda dessas ações, que passou a ser denominada<br />
Formação de recursos humanos para bibliotecas públicas.<br />
Por esta ação, foram oferecidos aos sistemas estaduais cursos nas áreas de informática,<br />
conservação de livros e documentos, bibliotecas públicas (organização,<br />
administração e serviço de informação à comunidade). Os cursos atenderam a<br />
bibliotecas públicas nas seguintes cidades: Vitória (ES), Aracaju (SE), Rio Branco<br />
(AC), Recife (PE), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Fortaleza<br />
(CE), Manaus (AM), Palmas (TO), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Porto<br />
Alegre (RGS).<br />
O SNBP criou também a base de dados Cadastro das <strong>Biblioteca</strong>s Públicas<br />
Brasileiras, importante instrumento para o planejamento e gerenciamento do<br />
Sistema Nacional de <strong>Biblioteca</strong>s Públicas. Além de reunir as informações básicas<br />
para o Ministério da Cultura, esta base está disponível na Internet, na página da<br />
FBN. Devido às constantes mudanças nestes perfis, a base requer um alto índice<br />
de atualização. Neste ano, o SNBP cadastrou 3.454 bibliotecas, cujos perfis são<br />
agora revelados nos quadros e gráficos abaixo.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 360<br />
BIBLIOTECAS CADASTRADAS (1999)<br />
Tipo de <strong>Biblioteca</strong> Total ( 1999 )<br />
<strong>Biblioteca</strong> estadual 39<br />
<strong>Biblioteca</strong> municipal 3.341<br />
<strong>Biblioteca</strong> comunitária 72<br />
<strong>Biblioteca</strong> federal 2<br />
Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />
CONDI²AO DE FUNCIONAMENTO (1999)<br />
Em atividade 3.378<br />
Paralisadas 76<br />
Total de bibliotecas 3.454<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
360<br />
Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />
Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 361<br />
361<br />
RELA²AO DAS NOVAS BIBLIOTECAS<br />
CADASTRADAS NO SNBP EM 1999<br />
Bahia Arataca, Barra, Barreiras, Caetanos, Guajeru,<br />
Itarantim, Oliveira dos Brejinhos, Rio Real<br />
Goiás Luziânia, Perolândia<br />
Minas Gerais Patos de Minas<br />
Paraná Barra do Jacaré, Boa Vista da Aparecida, Maripá<br />
Pernambuco Moreno, Petrolina, Quixabá, Tupanatinga, Xexéu<br />
Rio de Janeiro Resende, Piabetá/Magé<br />
Rio Grande do Sul Barra do Guarita, Guaíba, Nova Hartz<br />
Rondônia Machadinho d’Oeste<br />
Sergipe Macambira, Riachuelo<br />
Tocantins Conceição do Tocantins<br />
Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 362<br />
362<br />
Serviços prestados pelas bibliotecas públicas por região<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119<br />
Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />
Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:27 PM Page 363<br />
363<br />
Fonte: Cadastro de bibliotecas públicas brasileiras.<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 364<br />
2 <strong>Biblioteca</strong> Euclides da Cunha<br />
Voltada especialmente para estudantes do ensino fundamental e médio, a<br />
<strong>Biblioteca</strong> Euclides da Cunha (BEC) atendeu, em 1999, a 28.961 consultas e deu<br />
continuidade aos seus projetos principais como o Laboratório de Línguas, a formação<br />
do acervo do Núcleo para Portadores de Deficiência Visual e o Programa<br />
de Apoio Didático e de Férias Escolares, além do programas de exposições come -<br />
morativas de eventos importantes da cultura e nacionalidade.<br />
Quanto ao acervo o Laboratório de Línguas totalizou neste ano 890 fitas cassete;<br />
o Núcleo para Portador de Deficiência Visual 420 monografias em braille<br />
e 75 fitas (“livros falados”) de obras da literatura brasileira, tendo atendido a 60 deficientes<br />
visuais, e a Videoteca, 720 fitas. Só esta última atendeu a 120 escolas.<br />
Pelo programa de exposições mensais foram realizadas as mostras: Euclides...<br />
sempre Euclides; Transportes no Rio de Janeiro; Missões Culturais no Brasil;<br />
Garibaldi, Herói da Guerra dos Farrapos; Folclore no Mercosul; Moedas Brasileiras<br />
e Academias Literárias no Rio de Janeiro. Foram também realizadas pequenas<br />
mostras de homenagens aos escritores Silva Alvarenga (250 anos de nascimento),<br />
Joaquim Nabuco (150 anos), Visconde de Taunay (100 anos da morte),<br />
Claudio Manuel da Costa (210 anos ), Tobias Barreto (110 anos), Tristão de<br />
Athayde (15 anos) e Visconde de Mauá (110 anos).<br />
2.1 Atendimento<br />
364<br />
Nesse ano, houve 28.961 consultas ao acervo, l.650 novas inscrições e associados<br />
e 7.639 empréstimos.<br />
MOVIMENTO DE CONSULTA E EMPRESTIMO<br />
INSCRiÇÃO/ USUÁRIOS CONSULTA /ACERVO EMPRÉSTIMO/ ACERVO<br />
1.650 28.961 7.639<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 365<br />
365<br />
movimento de consulta e empréstimo<br />
NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS LEITORES DA BIBLIOTECA<br />
ALFABETIZA²AO 0<br />
1º GRAU 515<br />
2 º GRAU 614<br />
SUPERIOR INCOMPLETO 332<br />
SUPERIOR COMPLETO 189<br />
AUTODIDATA 0<br />
nível de escolaridade dos leitores da biblioteca<br />
INSCRiÇÃO/ USUÁRIOS<br />
CONSULTA /ACERVO<br />
EMPRÉSTIMO/ ACERVO<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 366<br />
ACESSO À INTERNET<br />
USUARIO / ACERVO TOTAL<br />
NÚMEROS DE INSCRIÇÕES 530<br />
DISQUETES USADOS S67<br />
IMPRESSÃO 50<br />
2.2 Acervo<br />
366<br />
O acervo recebeu 1.800 novos títulos, provenientes da Seção de Intercâmbio da B iblio<br />
teca Nacional e de doações diversas, como evidenciam a tabela e o gráfico abaixo.<br />
INCORPORAÇÃO DE PEÇAS AO ACERVO DA BIBLIOTECA<br />
OBRAS / TÍTULOS TOTAL<br />
REFERÊNCIA 222<br />
MONOGRAFIAS 664<br />
PERIÓDICOS 478<br />
BRAILLE 489<br />
FITAS DE VÍDEOS 480<br />
FITAS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS 1.017<br />
TESES DE EDUCAÇÃO 259<br />
BRASILIANA 128<br />
EUCLIDIANA 70<br />
CD-ROM 168<br />
DISQUETES 55<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 367<br />
367<br />
PROCESSAMENTO TÉCNICO DO ACERVO<br />
PERIÓDICOS E MATERIAL ESPECIAL 510<br />
MONOGRAFIAS 2.492<br />
INDEXAÇÃO DE PERIÓDICOS/JORNAIS 5.002<br />
PROCESSAMENTO TÉCNICO AUTOMATIZADO 17.930<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 368<br />
Esta obra foi impressa pela Graftipo em Adobe Garamond<br />
e papel Off-set 90g/m 2 . Em dezembro de 2004.
<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong>:<strong>miolo</strong> <strong>anais</strong> <strong>final</strong> <strong>25cm</strong> 3/22/07 3:28 PM Page 369<br />
369<br />
An. Bibl. Nac., Rio de Janeiro, 119