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OAeftio - Fundação Biblioteca Nacional

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TOMAS DE AQUINO<br />

Durante o recente Congresso Internacional comemorativo do VII<br />

Centenário da morte de S. Tomás de Aquino, realizado em Roma-<br />

Nápoles (17-24 de abril p. p.), em sessão de 20 de abril, compareceu<br />

ao mesmo o Papa Paulo VI, que, em discurso aos congressistas em<br />

número superior a mil e trezentos, afirmou o seguinte: "A vossa presença<br />

demonstra, sobretudo, que essa voz do incomparável filhd de S.<br />

Domingos fala ainda aos nossos espíritos, como a de um mestre vivo,<br />

cujo ensinamento é proveitoso ouvir, em virtude do seu conteúdo<br />

sempre válido e atual". Da excelência do pensamento de S. Tomás<br />

destaca o Papa Paulo VI esta virtude didática: "habituar o discípulo<br />

(e, perante o saber, todos somos discípulos) a raciocinar em<br />

virtude dos princípios subjetivos da verdade e dos princípios objetivos<br />

da realidade, e não segundo fórmulas que a cultura de moda, favorecida<br />

muitas vezes por tantos fatores exteriores e ocasionais, impõe<br />

à mentalidade passiva de um determinado ambiente ou de um dado<br />

•momento histórico. Parece estranho, mas é assim: o Mestre S. Tomás,<br />

longe de privar o discípulo da sua capacidade pessoal e original de<br />

conhecimento e de investigação, desperta, mesmo, aquele "appetitus<br />

veritatis" que assegura ao pensamento uma fecundidade sempre<br />

nova, e ao estudioso a sua autêntica personalidade".<br />

Ao destacar estas passagens, devemos chamar a atenção para<br />

o fato de que a palavra do Papa Paulo VI tem aqui o valor de uma<br />

frict e objetiva apreciação de Filosofia da Cultura: ele não pede<br />

o culto laudatório para a figura do pensador homenageado, pede a<br />

presença objetiva do seu pensamento fecundo. A obra da inteligência<br />

no seu grau mais excelente se realiza num plano de liberdade<br />

e de criação, e para isso e por isso mesmo exige do pensador autêntico<br />

a capacidade de autodeterminação, que se caracteriza pelo<br />

autodomínio dos princípios e meios com que exerce a sua função de<br />

pensar. É isto que faz frente ao que Paulo VI denomina de "mentalidade<br />

passiva": esta mentalidade passiva também tem-se manifestado<br />

entre os pseudotomistas. Muitas vezes o pensamento de S. Tomás<br />

tem servido a um culto passivo, quer seja pelo recurso à sua autoridade<br />

através de fórmulas rigorosas desligadas de um espírito de

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