O suporte revista - Centro de Referência Virtual do Professor
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Nível: Ensino Médio<br />
Ângela Maria da Silva Souto<br />
Vilma <strong>de</strong> Sousa<br />
O <strong>suporte</strong><br />
<strong>revista</strong><br />
Eixo temático I: Compreensão e produção <strong>de</strong> textos<br />
Tema II: Suportes textuais<br />
Subtema: Revistas<br />
Competência: Ler <strong>revista</strong>s, produtiva e autonomamente<br />
Tópicos <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> da proposta curricular:<br />
15. Organização <strong>do</strong> <strong>suporte</strong> <strong>revista</strong>: relações com o público-alvo<br />
16. Capa <strong>de</strong> <strong>revista</strong><br />
17. Credibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>suporte</strong> <strong>revista</strong>: linha editorial, público-alvo e<br />
tratamento i<strong>de</strong>ológico-linguístico da informação.<br />
2. Referenciação bibliográfica, segun<strong>do</strong> normas da ABNT, <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s e<br />
textos <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s.<br />
SEEMG<br />
2009
2<br />
Joaquim foi comprar pão na padaria da<br />
praça e, <strong>de</strong> volta para casa, parou na banca<br />
<strong>de</strong> <strong>revista</strong>s. Seus olhos <strong>de</strong>slizaram sobre as<br />
imagens coloridas das capas e sobre as<br />
letras chamativas <strong>do</strong>s títulos. Aqui<br />
reconhecia o rosto fashion <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>lo<br />
famosa, ali <strong>de</strong> um craque <strong>de</strong> futebol, acolá,<br />
a imagem <strong>de</strong> um jovem <strong>de</strong> físico perfeito.<br />
Havia <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>: gibis, <strong>revista</strong>s sobre carros,<br />
futebol, malhação, celebrida<strong>de</strong>s, <strong>revista</strong>s<br />
teens, publicações informativas... Viu até<br />
duas <strong>revista</strong>s com capas que <strong>de</strong>stacavam o<br />
mesmo assunto.<br />
“Por que será que existem tantas <strong>revista</strong>s?”<br />
— pensou. “E se elas <strong>de</strong>saparecessem?<br />
Será que fariam falta?”<br />
Por Por que que que tantas tantas tantas <strong>revista</strong>s?<br />
<strong>revista</strong>s?<br />
Neste módulo, você terá oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer um pouco as <strong>revista</strong>s impressas,<br />
esses <strong>suporte</strong>s <strong>de</strong> textos que fazem parte <strong>do</strong> nosso cotidiano, e refletir sobre<br />
• sua organização, objetivos comunicativos e público-alvo;<br />
• caracterizar o enuncia<strong>do</strong>r e o leitor virtual <strong>de</strong> diferentes <strong>revista</strong>s, a partir da análise <strong>de</strong><br />
índices <strong>de</strong> produção e circulação, <strong>do</strong>s temas e gêneros, <strong>do</strong>s recursos visuais e<br />
linguísticos;<br />
• o tratamento das informações visuais e verbais e seus efeitos sobre o leitor previsto;<br />
• o grau <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong> e credibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma <strong>revista</strong>;<br />
• o posicionamento i<strong>de</strong>ológico e os valores associa<strong>do</strong>s a diferentes publicações.<br />
Ativida<strong>de</strong> 1<br />
O que você diria ao Joaquim? Afinal, para que servem as <strong>revista</strong>s? Por que existem<br />
tantas publicações diferentes?<br />
Sugestão <strong>de</strong> resposta<br />
O sol se reparte em crimes, espaçonaves, guerrilhas, em cardinales<br />
bonitas... Eu vou... Em caras <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ntes, em gran<strong>de</strong>s beijos <strong>de</strong> amor,<br />
em <strong>de</strong>ntes, pernas, ban<strong>de</strong>iras, bomba e Brigitte Bar<strong>do</strong>t...<br />
Caetano Veloso. Alegria, alegria.<br />
Informação sobre uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> assuntos, pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opiniões,<br />
entretenimento... Para isso servem as <strong>revista</strong>s, pois apresentam uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> textos curtos, <strong>de</strong> fácil seleção e leitura rápida. Lemos <strong>revista</strong>s em salas <strong>de</strong> espera, no<br />
banheiro, na praia, no banco da praça. Além <strong>de</strong> portáteis, elas são visualmente atraentes.<br />
A varieda<strong>de</strong> que caracteriza cada número <strong>de</strong> uma mesma publicação, também está<br />
presente no conjunto das <strong>revista</strong>s que são oferecidas hoje ao público. Tal como outros<br />
produtos <strong>de</strong> consumo, as <strong>revista</strong>s aten<strong>de</strong>m, atualmente, ao po<strong>de</strong>r aquisitivo e aos<br />
interesses <strong>de</strong> grupos específicos <strong>de</strong> leitores. Por isso, há tantos títulos no merca<strong>do</strong>. Se<br />
essa varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecesse ou se todas as <strong>revista</strong>s <strong>de</strong>saparecessem, o material <strong>de</strong><br />
leitura acessível a gran<strong>de</strong> parte da população seria drasticamente reduzi<strong>do</strong> e, certamente,<br />
a circulação <strong>de</strong> opiniões variadas sobre os temas diminuiria consi<strong>de</strong>ravelmente. Nossa<br />
socieda<strong>de</strong> ficaria mais “silenciosa”.
Revistas Revistas e e jornais: jornais: muitas muitas diferenças?<br />
diferenças?<br />
Os primeiros jornais impressos nasceram para divulgar informações <strong>de</strong> interesse público<br />
e formar a opinião da população sobre temas importantes para a coletivida<strong>de</strong>. Durante<br />
séculos, os diários foram os únicos veículos noticiosos, já que não havia rádio, televisão<br />
nem internet. Ocupavam-se, portanto, com matérias quentes, acontecimentos<br />
emergentes, que estavam na or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> dia. Já as <strong>revista</strong>s, publicações semanais ou <strong>de</strong><br />
periodicida<strong>de</strong> maior, surgiram para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> um público que buscava,<br />
sobretu<strong>do</strong>, entretenimento e educação. As primeiras <strong>revista</strong>s <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>nominadas<br />
magazines, reuniam textos <strong>de</strong> assuntos varia<strong>do</strong>s, escritos em linguagem leve e agradável,<br />
com muitas ilustrações.<br />
Com o advento <strong>de</strong> outros veículos <strong>de</strong> comunicação e a ampliação da população<br />
alfabetizada, o tratamento da informação nos jornais e <strong>revista</strong>s impressos foi se<br />
modifican<strong>do</strong>. Hoje, uma vez que as notícias <strong>de</strong> impacto po<strong>de</strong>m ser acessadas em tempo<br />
real, no momento mesmo em que os acontecimentos se <strong>de</strong>senrolam, os jornais têm-se se<br />
aproxima<strong>do</strong> cada vez mais das <strong>revista</strong>s, passan<strong>do</strong> a abrigar ca<strong>de</strong>rnos, suplementos e<br />
matérias volta<strong>do</strong>s não só para a veiculação <strong>de</strong> notícias ou a formação <strong>de</strong> opinião, mas<br />
também para o entretenimento, a educação e a prestação <strong>de</strong> serviços. As <strong>revista</strong>s, por<br />
sua vez, multiplicaram-se, segmentan<strong>do</strong>-se cada vez mais por público e tema.<br />
Além <strong>de</strong> se distinguirem <strong>do</strong>s jornais quanto ao formato, à periodicida<strong>de</strong>, à qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
papel e <strong>do</strong> projeto gráfico, as <strong>revista</strong>s ten<strong>de</strong>m a se especializar por gênero (<strong>revista</strong>s<br />
femininas, masculinas, gays), faixa etária (<strong>revista</strong>s para crianças, para a<strong>do</strong>lescentes, para<br />
o público adulto em geral) e temas (saú<strong>de</strong>, esporte, negócios, etc.), ou até combinan<strong>do</strong><br />
algumas <strong>de</strong>ssas variáveis. Há uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos entre as publicações,<br />
que procuram criar uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que favoreça a aproximação entre o veículo e seus<br />
leitores, <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong> neles o sentimento <strong>de</strong> pertencer a um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> grupo. Há<br />
leitores fiéis à Playboy ou à Nova, à Veja ou à Caros amigos, por exemplo.<br />
Ativida<strong>de</strong> 2<br />
Destinada a i<strong>de</strong>ntificar a publicação, seduzir o leitor e, mais recentemente, sintetizar a<br />
edição, a capa sempre foi um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>do</strong>s editores <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s. Boas capas<br />
ven<strong>de</strong>m e consagram uma publicação, além <strong>de</strong> dar-lhe i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual.<br />
Reproduzimos a seguir quatro capas <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s semanais <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s, publicadas no<br />
Brasil entre os anos <strong>de</strong> 1912 e 2009. Junto com um colega, observe-as com atenção, <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificar aspectos diferentes e semelhantes entre elas, e responda às questões<br />
propostas.<br />
3
4<br />
FON FON, 1912. O CRUZEIRO, 1928.<br />
MANCHETE, 1972 ÉPOCA, 2009.<br />
1. As capas permitem saber qual ou quais são os temas aborda<strong>do</strong>s nas publicações?<br />
2. O que as duas primeiras publicações têm em comum no que diz respeito à ilustração?<br />
3. Graficamente, o que distingue a capa da <strong>revista</strong> Época das capas das outras <strong>revista</strong>s?<br />
4. Nota-se a representação <strong>do</strong> locutor e <strong>do</strong> alocutário nas capas? Em caso afirmativo,<br />
como é feita essa representação e qual seria o seu efeito sobre o público-alvo da<br />
<strong>revista</strong>?
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
1. A capa da Fon Fon associa <strong>revista</strong> impressa a teatro <strong>de</strong> <strong>revista</strong> e traz placas com<br />
dizeres que informam, na ortografia da época, sobre o que uma <strong>revista</strong> necessitaria<br />
para ter existência: anunncios, gravura, ilustração, photographia, caricatura, literatura,<br />
impressão, enca<strong>de</strong>rnação, entre outras coisas. Já a capa da <strong>revista</strong> Cruzeiro, aqui em<br />
sua edição n.1, ainda sem o artigo inicial, revela preocupação com a beleza, mas<br />
nenhum vínculo com o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma <strong>revista</strong> semanal <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s, como era<br />
praxe até o início <strong>do</strong>s anos <strong>de</strong> 1940. Foi nessa década que os editores <strong>de</strong>scobriram “o<br />
valor da chamada <strong>de</strong> capa, texto breve, preciso, irresistível pisca<strong>de</strong>la verbal a seduzir<br />
o leitor” (A REVISTA, 2000, p.24). Assim, apenas as publicações mais recentes<br />
(Manchete e Época) trazem, na capa, uma ou mais chamadas com informações sobre<br />
os temas aborda<strong>do</strong>s em cada edição.<br />
2. Fon Fon e Cruzeiro são capas <strong>de</strong>senhadas: a primeira ainda em preto e branco; a<br />
segunda, colorida.<br />
3. Diferentemente das outras três capas apresentadas, a capa <strong>de</strong> Época combina fotos e<br />
<strong>de</strong>senho; traz chamadas sobre várias matérias, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> uma <strong>de</strong>las como principal<br />
ou “matéria <strong>de</strong> capa”, por meio <strong>de</strong> recursos como cores, fontes e estilos varia<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
letra, disposição no papel.<br />
4. A capa <strong>de</strong> Época é a única a representar linguisticamente o seu leitor virtual, e o faz<br />
por meio <strong>do</strong> pronome você e outras formas similares (seu, precisa). Trata-se <strong>de</strong> uma<br />
estratégia <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> com o público-alvo, <strong>de</strong> individualização: usan<strong>do</strong>-a,<br />
a <strong>revista</strong> parece falar com cada leitor em particular.<br />
A A A organização organização <strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>suporte</strong> <strong>suporte</strong> <strong>revista</strong><br />
<strong>revista</strong><br />
A capa <strong>de</strong> uma <strong>revista</strong>, assim como a primeira página <strong>de</strong> um jornal, funciona como uma<br />
vitrine ou carta <strong>de</strong> apresentação da publicação. O nome e o logotipo da <strong>revista</strong>, o slogan<br />
presente em muitas <strong>de</strong>las, as imagens, as cores, os tipos e tamanhos das fontes, os<br />
temas em <strong>de</strong>staque, tu<strong>do</strong> é cuida<strong>do</strong>samente planeja<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma a criar uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
para a publicação e seduzir o público leitor a que se <strong>de</strong>stina.<br />
Apesar da varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos e temas, as <strong>revista</strong>s — com exceção das <strong>revista</strong>s em<br />
quadrinhos — têm alguns componentes em comum: capa, expediente, sumário e editorial.<br />
Os nomes e formas <strong>de</strong> composição <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>sses gêneros variam, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da<br />
publicação. Em vez <strong>de</strong> sumário, índice; em lugar <strong>de</strong> editorial, carta ao leitor ou mesmo um<br />
nome fantasia, mais informal – por exemplo, Aqui entre nós. Mas cada um <strong>de</strong>sses<br />
gêneros tem uma função comunicativa básica na organização da publicação.<br />
Ativida<strong>de</strong> 3<br />
Reproduzimos a seguir algumas capas <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s. Junto com um colega, compare-as<br />
entre si e responda às questões propostas.<br />
5
6<br />
1. Que temas mereceram citação na capa <strong>de</strong> cada <strong>revista</strong>? Algum <strong>de</strong>sses temas ganhou<br />
maior <strong>de</strong>staque gráfico e visual a ponto <strong>de</strong> constituir o tema <strong>de</strong> capa? Qual?
2. O objetivo <strong>de</strong> emocionar, impressionar, seduzir ou comandar suplanta o <strong>de</strong> informar?<br />
São usa<strong>do</strong>s outros recursos, além <strong>do</strong>s <strong>de</strong> natureza informativa e técnica, para atrair o<br />
leitor? Em caso afirmativo, qual o efeito <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>sses recursos sobre o leitor?<br />
3. Pela composição das capas — fotos, temas <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s, slogan da publicação (o Faça<br />
diferente, da <strong>revista</strong> Atrevida), cores, etc. —, a que tipo <strong>de</strong> público cada uma das<br />
<strong>revista</strong>s se <strong>de</strong>stina? Justifique sua resposta com base nos indícios observa<strong>do</strong>s.<br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
1. Na <strong>revista</strong> Atrevida, há chamadas <strong>de</strong> capa para um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> temas: paquera<br />
e namoro, volta às aulas e suas <strong>de</strong>mandas, curiosida<strong>de</strong> sobre uma celebrida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> artístico, receita <strong>de</strong> beleza, advertência sobre os riscos das baladas. Temas<br />
semelhantes, mas com outro enfoque, são <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s na <strong>revista</strong> Marie Claire: sexo,<br />
moda, boa forma e beleza, além <strong>de</strong> um tema da área financeira. Já os temas <strong>de</strong> capa<br />
da <strong>revista</strong> Moto Ver<strong>de</strong> são to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> interesse para quem gosta <strong>de</strong> motos e está<br />
familiariza<strong>do</strong> com ativida<strong>de</strong>s e competições nessa área. Na <strong>revista</strong> Língua Portuguesa,<br />
os temas em <strong>de</strong>staque se relacionam com a linguagem, em particular, com a<br />
Etimologia, estu<strong>do</strong> da origem e evolução das palavras, tema-título <strong>de</strong>ssa edição<br />
especial da <strong>revista</strong>. Dentro <strong>de</strong>sse campo, <strong>de</strong>staca-se a história das palavras família e<br />
futebol, e das palavras relacionadas a amor e sexo, assim como as explicações<br />
populares inventadas sobre a origem das palavras. No pé da capa, são cita<strong>do</strong>s outros<br />
assuntos também presentes na edição. Foram <strong>de</strong>stacadas gráfica e visualmente como<br />
temas <strong>de</strong> capa, na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> apresentação das <strong>revista</strong>s, as seguintes matérias: o astro<br />
e o filme O Crepúsculo; a figura da atriz Juliana Paes, que correspon<strong>de</strong> ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
mulher molda<strong>do</strong> pelo conjunto das <strong>de</strong>mais matérias <strong>de</strong>stacadas (mulher sexy, bela,<br />
magra, consciente <strong>de</strong> seus direitos, ousada <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista financeiro); o Desafio<br />
das 250, comparação entre motos <strong>de</strong> diferentes marcas com essa potência; As<br />
origens <strong>do</strong> cotidiano, título que engloba as matérias sobre palavras que fazem parte <strong>do</strong><br />
nosso dia-a-dia.<br />
2. Nas edições das <strong>revista</strong>s apresentadas, tal como acontece na maioria das <strong>revista</strong>s<br />
atuais, o objetivo <strong>de</strong> emocionar, impressionar, seduzir e comandar suplanta o <strong>de</strong><br />
informar. Na <strong>revista</strong> Atrevida, além da sedução da beleza <strong>de</strong> um í<strong>do</strong>lo <strong>do</strong> cinema,<br />
pre<strong>do</strong>mina a intenção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar o comportamento da leitora p<strong>revista</strong> por meio <strong>de</strong><br />
dicas, testes, conselhos e advertências. Observe, por exemplo, o efeito <strong>do</strong> uso <strong>do</strong><br />
imperativo em verbos que aparecem em várias chamadas <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>ssa <strong>revista</strong><br />
(<strong>de</strong>ixe, <strong>de</strong>scubra, make, aprenda). Na <strong>revista</strong> Marie Claire, além da foto <strong>de</strong> uma<br />
mulher bonita e badalada no mun<strong>do</strong> artístico, são também ofereci<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
comportamento <strong>do</strong> que se consi<strong>de</strong>ra a mulher mo<strong>de</strong>rna i<strong>de</strong>al: ousada em relação ao<br />
sexo e ao prazer, mas consciente <strong>de</strong> seus direitos; interessada em manter a forma e a<br />
beleza, mas também em assuntos financeiros, tradicionalmente <strong>de</strong>lega<strong>do</strong>s aos<br />
homens. Quem compra a <strong>revista</strong>, sente-se, <strong>de</strong> certa forma, mais próxima <strong>de</strong>sse grupo<br />
<strong>de</strong> mulheres seletas. Nas duas últimas <strong>revista</strong>s, as montagens gráficas, a exemplo <strong>do</strong><br />
que acontece com o gorro, o piercing e a tatuagem aplica<strong>do</strong>s sobre o rosto em perfil<br />
<strong>de</strong> uma escultura clássica, mostram o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> aproximar um assunto aparentemente<br />
ári<strong>do</strong> <strong>do</strong> interesse <strong>do</strong>s leitores atuais. Em todas as capas, a beleza das fotos, a<br />
varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tipos e tamanhos das fontes, o jogo <strong>de</strong> cores provocam forte impacto<br />
visual, atraem o olhar. Em uma <strong>de</strong>las (Atrevida), o leitor é seduzi<strong>do</strong> também pela<br />
oferta <strong>de</strong> posters <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>.<br />
3. As <strong>revista</strong>s são segmentadas por gênero (masculino e feminino), por ida<strong>de</strong> e tema.<br />
Por seus temas, nota-se que Atrevida é claramente uma <strong>revista</strong> <strong>de</strong>stinada a<br />
a<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> sexo feminino: paquera, namoro, vida <strong>de</strong> í<strong>do</strong>los, dicas <strong>de</strong> beleza,<br />
7
8<br />
revelações sobre o comportamento <strong>de</strong> meninos em relação a meninas. O próprio<br />
título da <strong>revista</strong>, coloca<strong>do</strong> no feminino, marca a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong> leitor previsto. Marie<br />
Claire é também uma <strong>revista</strong> feita para mulheres, mas mulheres adultas, que têm ou<br />
buscam um parceiro, cuidam <strong>de</strong> si mesmas, têm po<strong>de</strong>r aquisitivo alto e certa<br />
in<strong>de</strong>pendência financeira. Moto Ver<strong>de</strong> é uma <strong>revista</strong> para homens jovens, que gostam<br />
<strong>de</strong> esportes radicais, como as competições <strong>de</strong> resistência e as trilhas. Língua<br />
Portuguesa é uma <strong>revista</strong> para homens e mulheres adultos que se interessam por<br />
curiosida<strong>de</strong>s sobre a linguagem.<br />
Ativida<strong>de</strong> 4<br />
Toda <strong>revista</strong> apresenta seções ou colunas fixas, constituídas por gêneros característicos<br />
<strong>do</strong> <strong>suporte</strong>: editorial, carta <strong>de</strong> leitor, consultas a especialistas, notícias e notas, resenhas...<br />
Além disso, as <strong>revista</strong>s também agrupam seus textos sob rubricas temáticas.<br />
Observe o sumário a seguir e responda às questões <strong>de</strong> 1 a 5.<br />
VIVA SAÚDE. São Paulo, n.70, p.4, fev. 2009.
1. Qual é a importância das informações que aparecem ao la<strong>do</strong> da reprodução da capa,<br />
no alto da página <strong>do</strong> Sumário?<br />
2. Que título i<strong>de</strong>ntifica as seções fixas da <strong>revista</strong> Viva Saú<strong>de</strong>?<br />
3. Que gênero é possível reconhecer sob o título Conte pra nós?<br />
4. Qual é a relação entre a ilustração e o tema das matérias das páginas 12 e 56?<br />
5. Justifique, a partir <strong>do</strong> sumário, o título da <strong>revista</strong>.<br />
6. Apresentamos, a seguir, uma série <strong>de</strong> rubricas e outra <strong>de</strong> títulos e subtítulos <strong>de</strong><br />
matérias publicadas em diferentes <strong>revista</strong>s semanais <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s. Relacione os<br />
títulos às rubricas, usan<strong>do</strong> o número a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />
Rubricas<br />
(1) Brasil<br />
(2) Mun<strong>do</strong><br />
(3) Saú<strong>de</strong> & Bem-estar<br />
(4) Ciência & Tecnologia<br />
(5) Negócios & Carreira<br />
(6) Cultura & Entretenimento<br />
(7) Socieda<strong>de</strong> & Comportamento<br />
Títulos e subtítulos <strong>de</strong> matérias jornalísticas<br />
( ) O samba veio me chamar<br />
Ainda dá tempo <strong>de</strong> comprar fantasia e sair nas escolas <strong>de</strong> samba <strong>do</strong> Rio e <strong>de</strong><br />
São Paulo<br />
( ) Ainda estamos mudan<strong>do</strong><br />
Até poucos anos atrás, acreditava-se que nossa evolução estava completa.<br />
Agora, alguns cientistas dizem que ela está aceleran<strong>do</strong><br />
( ) O perigo da lipo<br />
Já existe até consórcio para fazer plástica. Mas casos recentes lembram que<br />
toda cirurgia tem risco<br />
( ) Loucuras por um í<strong>do</strong>lo<br />
Fãs acampam na fila <strong>de</strong> shows, largam a escola, são expulsos <strong>de</strong> casa. Tu<strong>do</strong><br />
em nome <strong>de</strong> seus astros<br />
( ) Po<strong>de</strong> <strong>do</strong>brar a TV e levar no bolso<br />
Cientistas <strong>de</strong>senvolvem telas flexíveis para aparelhos eletrônicos. Faltam<br />
poucos anos para que elas cheguem ao merca<strong>do</strong><br />
( ) A volta <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />
O castelo <strong>do</strong> novo xerife da câmara e uma série <strong>de</strong> outros escândalos dão à<br />
eleição <strong>do</strong> Congresso um ar <strong>de</strong> retrocesso. É possível salvar o Legislativo?<br />
9
10<br />
( ) Leo vai à luta<br />
O ator Leonar<strong>do</strong> DiCaprio a<strong>de</strong>re às tramas <strong>de</strong> ação ao interpretar um agente<br />
secreto no filme <strong>de</strong> espionagem Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mentiras<br />
( ) Hora <strong>de</strong> partir<br />
Tome as medidas necessárias para se <strong>de</strong>sligar <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> forma correta<br />
( ) Um sequestro <strong>de</strong> R$ 230 milhões<br />
Mais <strong>de</strong> 95 navios foram ataca<strong>do</strong>s por piratas no Índico apenas neste ano.<br />
Entre eles um <strong>do</strong>s maiores petroleiros <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
1. Essas informações constituem os créditos da capa, ou seja, trazem os nomes das<br />
pessoas e fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> alguma forma envolvi<strong>do</strong>s com a produção da<br />
capa: produtor, fotógrafo, maquia<strong>do</strong>r, mo<strong>de</strong>lo, etc.<br />
2. Trata-se <strong>do</strong> título Sempre Aqui.<br />
3. Trata-se <strong>do</strong> gênero conheci<strong>do</strong> como carta <strong>de</strong> leitor.<br />
4. O termômetro alu<strong>de</strong> ao sintoma da febre, muito frequente em pessoas acometidas <strong>de</strong><br />
viroses. Já a ilustração da matéria Tu<strong>do</strong> ao mesmo tempo agora é uma montagem <strong>de</strong><br />
signos relativos a tempo, velocida<strong>de</strong>, pressa, rapi<strong>de</strong>z, comunicação em tempo real,<br />
compromissos (relógio, automóvel, avião, computa<strong>do</strong>r, agendas, entre outros), ou<br />
seja, signos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, mas também índices da ansieda<strong>de</strong> a que se refere o<br />
subtítulo da matéria.<br />
5. Como o próprio nome indica, Viva Saú<strong>de</strong> é uma <strong>revista</strong> <strong>de</strong>dicada ao tema geral saú<strong>de</strong>.<br />
Traz, portanto, matérias <strong>de</strong>dicadas a ele, organizadas sob rubricas subtemáticas:<br />
Clínica Geral (matérias em que a medicina teria a palavra); Nutrição (matérias sobre<br />
alimentação e seus efeitos sobre a saú<strong>de</strong>); Viver Bem (matérias sobre <strong>do</strong>enças e bem<br />
estar); Família (matérias sobre a saú<strong>de</strong> familiar). O título da seção fixa Uma<br />
alternativa é... sugere matérias sobre terapias alternativas àquelas abordadas em<br />
Clínica Geral, assim como Cozinha saudável parece complementar Nutrição; da<br />
mesma forma, Vida ligth, Corpo em movimento, Tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> sexo parecem<br />
relacionar-se com as reportagens <strong>de</strong> Viver Bem, e Pais e Filhos a Família. Nota-se<br />
também a presença <strong>de</strong> seções fixas <strong>de</strong>dicadas à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> estimação e <strong>do</strong><br />
planeta. Até a seção <strong>de</strong> humor sugere relação com o título-tema da <strong>revista</strong>.<br />
6. (1) (4) (3) (7) (4) (1) (6) (5) (2)<br />
Ativida<strong>de</strong> 5<br />
O texto a seguir exemplifica o gênero textual expediente, que toda <strong>revista</strong> apresenta. Leia<br />
o texto e responda:<br />
1. Que tipo <strong>de</strong> informação costuma constar <strong>de</strong> um expediente?<br />
2. Com que objetivo os leitores consultariam esse gênero <strong>de</strong> texto?
marketing<br />
marketing<br />
DIRETORES<br />
Arman<strong>do</strong> Ferrentini<br />
Nello Ferrentini<br />
JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />
Arman<strong>do</strong> Ferrentini (MTB/SP nº. 133)<br />
DIRETORA DE REDAÇÃO<br />
Anna Gabriela Araújo<br />
annagabriela@editorareferencia.com.br<br />
EDITOR<br />
Daniel Milani Dotoli<br />
daniel@editorareferencia.com.br<br />
REPORTAGEM<br />
Wan<strong>de</strong>rson Flávio Cunha<br />
wan<strong>de</strong>rson@editorareferencia.com.br<br />
REVISÃO<br />
Marcello Bottini<br />
FOTOS<br />
Alexandre <strong>de</strong> Oliveira e Manoel <strong>de</strong> Brito<br />
ARTE<br />
Carlos Gabriel "Gonzo" Bernar<strong>de</strong>s Souza<br />
COLABORADORES<br />
Nello Ferrentini, Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
e J. Roberto Whitaker Pentea<strong>do</strong><br />
SUPERINTENDENTE COMERCIAL<br />
Alceu Gandini<br />
agandini@editorareferencia.com.br<br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
DIRETOR COMERCIAL<br />
Fabio Me<strong>de</strong>iros<br />
fabio@editorareferencia.com.br<br />
DIRETORA COMERCIAL - RJ<br />
Zaidi Leal<br />
zaidi@editorareferencia.com.br<br />
DIRETOR DE INTERNET<br />
Sergio Ricar<strong>do</strong> <strong>de</strong> Jesus<br />
sergio@editorareferencia.com.br<br />
GERENTE DE CIRCULAÇÃO<br />
Andréia Regiane da Silva<br />
andreia-regiane@editorareferencia.com.br<br />
MARKETING<br />
GERENTE MASTER<br />
Tatiana Milani Ferrentini<br />
tatiana@editorareferencia.com.br<br />
GERENTE JÚNIOR<br />
Alexandra Campos<br />
alexandra@editorareferencia.com.br<br />
Vendas <strong>de</strong> Assinaturas/Central <strong>de</strong><br />
Renovações/Exemplares Atrasa<strong>do</strong>s/Central <strong>de</strong><br />
Atendimento a Assinantes:<br />
assinatura@editorareferencia.com.br<br />
Rua François Coty, 228 CEP 01524-030<br />
São Paulo - SP - Tel.: (11) 2065-0766<br />
DEMAIS ESTADOS<br />
0800-154555 e 0800-7044149<br />
Disponível em: . Acesso em: 14 fev. 2009.<br />
1. O expediente <strong>de</strong> uma <strong>revista</strong> informa sobre a empresa que produz a publicação:<br />
i<strong>de</strong>ntifica os profissionais e suas funções, os colabora<strong>do</strong>res; fornece os en<strong>de</strong>reços<br />
eletrônicos daqueles que estão disponíveis para contato com o público, assim como<br />
en<strong>de</strong>reço, telefone e e-mail para possíveis assinantes.<br />
2. Leitores po<strong>de</strong>m se <strong>de</strong>ter na leitura <strong>de</strong> um expediente para i<strong>de</strong>ntificar a origem da<br />
publicação (editora, local); para avaliar sua credibilida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os profissionais<br />
que <strong>de</strong>la fazem parte; para enviar cartas <strong>de</strong> leitor comentan<strong>do</strong> matérias publicadas;<br />
para fazer assinaturas ou obter números anteriores.<br />
Ativida<strong>de</strong> 6<br />
Nos jornais, o editorial é um gênero opinativo, em que o locutor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />
ponto <strong>de</strong> vista sobre tema <strong>de</strong> interesse da comunida<strong>de</strong> (referi<strong>do</strong> ou aludi<strong>do</strong> no título), o<br />
qual, num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento, se encontra em pauta na mídia em geral. Não é<br />
assina<strong>do</strong>, o que se traduz como indicação <strong>de</strong> que a tese nele <strong>de</strong>fendida é a posição<br />
11
12<br />
i<strong>de</strong>ológica <strong>do</strong> jornal, não apenas <strong>de</strong> seu locutor. Apresentar sucintamente uma questão,<br />
<strong>de</strong>senvolver os argumentos <strong>do</strong> jornal, refutan<strong>do</strong> os que a eles se opõem, e finalizar<br />
expon<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> a posição a<strong>do</strong>tada pelo jornal é, segun<strong>do</strong> Arbex Jr., a<br />
estrutura básica <strong>de</strong> um editorial, que <strong>de</strong>ve ser expresso na varieda<strong>de</strong> linguística e estilo<br />
próprio daquele jornal (ARBEX JR., 1992, p. 98).<br />
Nas <strong>revista</strong>s, o editorial constantemente<br />
assume características diferentes, a<br />
começar pelo nome: carta <strong>do</strong> editor,<br />
carta ao leitor... Como carta, vem<br />
assina<strong>do</strong> e se mostra como uma<br />
conversa direta com o leitor,<br />
representa<strong>do</strong> no texto pelo pronome<br />
você ou similar. E é usa<strong>do</strong> para uma<br />
apresentação comentada das matérias<br />
mais importantes da edição. Troca,<br />
assim, a argumentação pela exposição e<br />
pela injunção, ou combina as três<br />
sequências, quan<strong>do</strong> o editor, diante <strong>de</strong><br />
alguma matéria mais polêmica, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
posicionar-se como representante da<br />
<strong>revista</strong>.<br />
Agora leia o editorial ao la<strong>do</strong> e responda<br />
às questões propostas.<br />
1. Todas as alternativas caracterizam<br />
a<strong>de</strong>quadamente esse editorial da<br />
<strong>revista</strong> Super Interessante, EXCETO<br />
a) Realiza-se como uma conversa<br />
entre o diretor <strong>de</strong> redação que o<br />
assina e nele se representa por<br />
formas da primeira pessoa <strong>do</strong><br />
singular e o público-alvo,<br />
individualiza<strong>do</strong> pelo pronome você<br />
e formas similares.<br />
b) Contém passagens injuntivas, em<br />
que, usan<strong>do</strong> verbos no imperativo<br />
(Leia, Veja...), o locutor incentiva o<br />
leitor previsto à leitura <strong>de</strong> textos<br />
da atual edição.<br />
c) Esclarece duas das funções <strong>de</strong><br />
uma <strong>revista</strong>, ambas, segun<strong>do</strong> o<br />
locutor, realizadas pela Super:<br />
antecipar tendências e aprofundar<br />
conhecimentos na tentativa <strong>de</strong><br />
compreen<strong>de</strong>r o mun<strong>do</strong>.<br />
SUPER INTERESSANTE. São Paulo, ed. 238, p.16, abr. 2007.<br />
d) É essencialmente argumentativo, por <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> diretor <strong>de</strong><br />
redação e da <strong>revista</strong> acerca <strong>de</strong> uma questão polêmica: a maiorida<strong>de</strong> penal no<br />
Brasil.
2. As formas <strong>de</strong>stacadas representam, com exclusivida<strong>de</strong>, a equipe da <strong>revista</strong> Super<br />
Interessante em<br />
a) Esse processo acontece tão <strong>de</strong>vagar que nem nos damos conta <strong>de</strong>le. Aí, quan<strong>do</strong><br />
acordamos, nada mais é como antes.<br />
b) Vou fazer um pedi<strong>do</strong> a você. Leia a reportagem da página 76. Garanto que o texto<br />
vai <strong>de</strong>ixá-lo perplexo...<br />
c) E a gente se pergunta “como foi que não percebi quan<strong>do</strong> isso aconteceu?”<br />
d) Mas nem sempre somos os primeiros a tratar <strong>do</strong>s assuntos. Às vezes somos os<br />
últimos.<br />
e) Para pegar à unha esse mun<strong>do</strong> complica<strong>do</strong> no qual vivemos e, em to<strong>do</strong>s os<br />
meses, tentar entendê-lo.<br />
3. Todas as alternativas apresentam nomes que os editoriais receberam em diferentes<br />
<strong>revista</strong>s <strong>de</strong> circulação nacional. Assinale o único que alu<strong>de</strong>, não ao enuncia<strong>do</strong>r nem ao<br />
leitor previsto, mas ao lugar em que o editorial costuma se localizar: no início da<br />
<strong>revista</strong>.<br />
a) Ao Leitor (Revista Saú<strong>de</strong>!)<br />
b) Da Redação (Revista Época)<br />
c) Blog da Redação (Revista Atrevida)<br />
d) Abre aspas (Revista Carreira & Negócios)<br />
e) AGORAESCUTA (Revista Super Interessante)<br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
1. d 2. d 3. d<br />
13<br />
Gêneros Gêneros e e pacto pacto <strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura leitura <strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>mínio jornalístico<br />
jornalístico<br />
Por trás das variações, todas as <strong>revista</strong>s, com exceção das <strong>revista</strong>s em quadrinhos,<br />
contêm um núcleo estável, constituí<strong>do</strong> por gêneros textuais <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio discursivo<br />
jornalístico.<br />
Enten<strong>de</strong>-se por <strong>do</strong>mínio discursivo as práticas <strong>de</strong> linguagem características <strong>de</strong> uma área<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> humana, com seus <strong>suporte</strong>s e gêneros. Na área da educação, por exemplo,<br />
circulam programas <strong>de</strong> ensino, certifica<strong>do</strong>s, diplomas, fichas <strong>de</strong> matrícula e diversos<br />
gêneros textuais produzi<strong>do</strong>s no ou para o cotidiano da sala <strong>de</strong> aula, como livros didáticos,<br />
resumos, relatórios <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, provas. Na medicina, produzem-se receitas, atesta<strong>do</strong>s,<br />
fichas médicas, ent<strong>revista</strong>s com pacientes e levantamentos estatísticos. No <strong>do</strong>mínio<br />
jornalístico, produzem-se editoriais, notas e notícias, reportagens, artigos <strong>de</strong> opinião,<br />
ent<strong>revista</strong>s e resenhas. Exceção feita às notas e notícias, que po<strong>de</strong>m ter caráter mais<br />
informativo, os <strong>de</strong>mais gêneros <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio jornalístico são forma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> opinião.<br />
Os gêneros textuais são, por assim dizer, scripts discursivos, que se constituíram e<br />
cristalizaram a partir <strong>do</strong>s usos sociais da linguagem em <strong>de</strong>terminada época e socieda<strong>de</strong>.<br />
Ao longo <strong>de</strong> nossa socialização, vamos apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a reconhecer os <strong>do</strong>mínios e gêneros<br />
discursivos, a partir <strong>do</strong> contato com os textos que circulam socialmente. Bem ce<strong>do</strong>, por
14<br />
exemplo, apren<strong>de</strong>mos a i<strong>de</strong>ntificar uma fábula, narrativa fictícia em que os animais falam<br />
e agem como seres humanos e que tem como objetivo comunicativo transmitir uma moral.<br />
Quem está familiariza<strong>do</strong> com os jornais e <strong>revista</strong>s, mesmo que não seja alfabetiza<strong>do</strong>,<br />
espera que esses <strong>suporte</strong>s veiculem informações sobre acontecimentos, mostrem esses<br />
acontecimentos <strong>de</strong> diversos ângulos, a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos e pontos <strong>de</strong> vista das<br />
pessoas envolvidas, <strong>de</strong> forma a criar uma idéia <strong>de</strong> suas repercussões e a apoiar a<br />
formação <strong>de</strong> opinião. Jornalistas não po<strong>de</strong>m inventar acontecimentos nem criar<br />
personagens imaginários. Espera-se <strong>de</strong>les compromisso com a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos.<br />
Espera-se também que a <strong>de</strong>limitação entre informação, opinião e publicida<strong>de</strong> seja, <strong>de</strong><br />
alguma forma, sinalizada, <strong>de</strong> maneira que o leitor saiba reconhecer que <strong>de</strong>terminada<br />
matéria é, por exemplo, um artigo <strong>de</strong> opinião e que as idéias nele expressas são <strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> autor. Por todas essas razões, dizemos que o pacto <strong>de</strong> leitura<br />
estabeleci<strong>do</strong> entre o autor <strong>do</strong> texto jornalístico e o leitor — pacto coletivo implícito, aceito<br />
tacitamente por to<strong>do</strong>s — se baseia na verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> correspondência, na veracida<strong>de</strong> e na<br />
apresentação <strong>de</strong> argumentos para os pontos <strong>de</strong> vista. Diferente, por exemplo, <strong>do</strong> pacto<br />
que orienta a leitura <strong>de</strong> um romance.<br />
Ativida<strong>de</strong> 7<br />
Reproduzimos a seguir o título, o primeiro parágrafo e, em alguns casos, a rubrica <strong>de</strong><br />
diferentes matérias <strong>de</strong> uma <strong>revista</strong> semanal <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s. I<strong>de</strong>ntifique o gênero <strong>do</strong> texto,<br />
escreven<strong>do</strong>, entre parênteses, o número a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />
(1) nota<br />
(2) ent<strong>revista</strong><br />
(3) resenha<br />
(4) artigo <strong>de</strong> opinião<br />
(5) reportagem<br />
Justifique sua resposta, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> características <strong>do</strong>s textos.<br />
( ) Texto 1<br />
ISTOÉ — Sua presença no Sambódromo está garantida?<br />
Neguinho da Beija-Flor — Vou para a avenida <strong>de</strong> qualquer jeito. Minha imunida<strong>de</strong> baixou e por isso<br />
não po<strong>de</strong>rei ficar um mês sem fazer quimioterapia, como eu pretendia. Queria estar mais forte e<br />
disposto para puxar o samba durante o <strong>de</strong>sfile to<strong>do</strong>. A intenção é cantar 80 minutos, mas vou até<br />
on<strong>de</strong> <strong>de</strong>r. Não dá para não ir ao Sambódromo. São 34 anos <strong>de</strong> passarela <strong>do</strong> samba. As pessoas<br />
esperam me ver, me perguntam se vou participar o tempo to<strong>do</strong>. A polêmica é gran<strong>de</strong>, porque há<br />
quem ache que não <strong>de</strong>vo ir.<br />
( ) Texto 2<br />
SAÚDE PÚBLICA<br />
Genética no SUS<br />
ISTOÉ. São Paulo, ano 32 , n. 2045 , p.6 , 28 jan. 2009.<br />
O Ministério da Saú<strong>de</strong> anunciou na quarta-feira 21 a inclusão da genética clínica no SUS. O novo<br />
serviço será multidisciplinar e fará exames e tratamentos. Abrange anomalias genéticas, erros<br />
inatos <strong>de</strong> metabolismo e <strong>de</strong>ficiências mentais. O SUS também terá um serviço <strong>de</strong> aconselhamento<br />
genético para garantir às famílias a reprodução segura no campo da saú<strong>de</strong>.<br />
ISTOÉ. São Paulo, ano 32 , n. 2045 , p.24, 28 jan. 2009.
( ) Texto 3<br />
Leonar<strong>do</strong>Attuch<br />
attuch@istoé.com.br<br />
O ABACAXI DE OBAMA<br />
Barack Hussein Obama é o homem certo na hora errada. Sua festa foi magnífica, a chegada <strong>do</strong><br />
primeiro presi<strong>de</strong>nte negro à Casa Branca emocionou a to<strong>do</strong>s, mas Obama acaba <strong>de</strong> assumir o pior<br />
emprego <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Da posse até 23 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2013, quan<strong>do</strong> se encerra seu mandato, é provável<br />
que o gran<strong>de</strong> abacaxi americano não tenha si<strong>do</strong> totalmente <strong>de</strong>scasca<strong>do</strong>. É possível até que ele entre<br />
para a história como o último presi<strong>de</strong>nte da era imperial <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.<br />
( ) Texto 4<br />
COMPORTAMENTO<br />
PERIGO EM ALTO-MAR<br />
15<br />
ISTOÉ. São Paulo, ano 32, n. 2045 , p.41, 28 jan. 2009.<br />
Quarta morte em cruzeiro marítimo no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um mês acen<strong>de</strong> o alerta sobre<br />
os riscos <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ecer nesse tipo <strong>de</strong> viagem<br />
Carina Rabelo<br />
Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m fazer um cruzeiro marítimo, poucos turistas imaginam que estão sujeitos a contrair<br />
uma infecção em alto-mar ou ter uma parada cardíaca. O máximo que se espera é um enjôo. Mas,<br />
mesmo com a melhor estrutura <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, o navio está longe <strong>de</strong> ser um porto seguro. Pelo contrário.<br />
O ambiente fecha<strong>do</strong> — favorável à propagação <strong>de</strong> vírus e bactérias — e a situação <strong>de</strong> confinamento<br />
po<strong>de</strong>m ser fatais. E nenhuma embarcação, por mais mo<strong>de</strong>rna que seja, é uma UTI flutuante. As<br />
quatro mortes registradas em cruzeiros na costa brasileira, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um mês, acen<strong>de</strong>ram a luz<br />
<strong>de</strong> alerta sobre os riscos <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ecer nesse tipo <strong>de</strong> viagem.<br />
A última vítima foi o empresário Diego Men<strong>de</strong>s Oliveira, 27 anos, que saiu <strong>de</strong> férias com o irmão e<br />
<strong>do</strong>is amigos. Jovem e saudável, Diego pegou a bactéria meningococo, que provoca o tipo mais grave<br />
<strong>de</strong> meningite. A infecção fulminante po<strong>de</strong> se manifestar até sete dias <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> contraída – a bactéria<br />
é transmitida pelo ar, pela saliva ou secreções. “É um tipo <strong>de</strong> infecção gravíssima, na qual as horas<br />
fazem toda a diferença”, alerta o infectologista Artur Timermam. “O diagnóstico precoce é<br />
fundamental.”<br />
( ) Texto 5<br />
Em Cartaz / por Ivan Cláudio<br />
CINEMA<br />
Diga Sim, senhor!<br />
ISTOÉ. São Paulo, ano 32 , n. 2045 , p.46, 28 jan. 2009.<br />
Quan<strong>do</strong> não está no trabalho tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> empréstimos e cobranças, o bancário Carl (interpreta<strong>do</strong> por<br />
Jim Carrey) fica em casa assistin<strong>do</strong> à tevê e comen<strong>do</strong> batata frita. Mergulha<strong>do</strong> num tédio sem fim,<br />
ele se inscreve num programa <strong>de</strong> autoajuda cuja única regra para ser mais feliz é dizer sempre sim.<br />
A fórmula mágica funciona por algum tempo, até que Carl <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> mudar. Esse é o enre<strong>do</strong> <strong>do</strong> filme<br />
Sim, Senhor! (em cartaz no Brasil na sexta feira 30), comédia que satiriza as promessas das posturas<br />
otimistas.<br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
Texto 1: (2) - Texto 2: (1) - Texto 3: (4) - Texto 4: (5) - Texto 5: (3)<br />
ISTOÉ. São Paulo, ano 32, n. 2045, p.97, 28 jan. 2009.<br />
A A objetivida<strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong> como como efeito efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong> senti<strong>do</strong><br />
senti<strong>do</strong><br />
Costuma-se dizer que o texto jornalístico é objetivo. As palavras objetivo e objetivida<strong>de</strong><br />
têm, nesse contexto, diferentes senti<strong>do</strong>s. Significam que o texto é claro, com frases<br />
curtas, <strong>de</strong> preferência na or<strong>de</strong>m direta, sem ambiguida<strong>de</strong>s ou duplos senti<strong>do</strong>s. É conciso,<br />
mas preciso no fornecimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes relativos à i<strong>de</strong>ntificação das pessoas envolvidas
16<br />
no fato, ao tempo, ao lugar e a outras circunstâncias que cercaram o acontecimento.<br />
Objetivida<strong>de</strong> significa também imparcialida<strong>de</strong> ou isenção no relato <strong>de</strong> fatos. O uso da<br />
terceira pessoa, o evitamento <strong>de</strong> palavras e expressões com duplo senti<strong>do</strong> ou que<br />
revelem a posição subjetiva <strong>do</strong> locutor acerca <strong>do</strong> que ele diz são algumas das estratégias<br />
que favorecem o efeito <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong>. Afinal, o jornalismo tem compromisso com a<br />
verda<strong>de</strong>.<br />
Mas será que é possível estabelecer <strong>de</strong> uma vez por todas a verda<strong>de</strong>? É possível ser<br />
neutro, imparcial diante <strong>do</strong> que se diz? To<strong>do</strong>s nós sabemos que um mesmo fato po<strong>de</strong> ser<br />
interpreta<strong>do</strong> <strong>de</strong> muitas maneiras diferentes. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da maneira <strong>de</strong> contar o que<br />
aconteceu, o quadro muda <strong>de</strong> figura, o culpa<strong>do</strong> po<strong>de</strong> parecer inocente e vice-versa.<br />
Então, o que pensar da “verda<strong>de</strong> objetiva” veiculada pelas matérias jornalísticas?<br />
A pretensa imparcialida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s textos jornalísticos, assim como <strong>de</strong> quaisquer outros<br />
gêneros <strong>de</strong> textos, é relativa. Em primeiro lugar, porque os jornalistas e suas empresas <strong>de</strong><br />
comunicação escolhem, entre uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatos, aqueles que merecem ser<br />
transforma<strong>do</strong>s em notícias ou em objeto <strong>de</strong> interesse das matérias jornalísticas. E isso já<br />
significa a<strong>do</strong>tar um ponto <strong>de</strong> vista sobre o que é importante para a socieda<strong>de</strong>. Em<br />
segun<strong>do</strong> lugar, porque o senti<strong>do</strong> e o valor <strong>do</strong> que é dito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem diz: a palavra<br />
<strong>de</strong> um cientista ou <strong>de</strong> um jurista famoso, por exemplo, tem maior peso que a <strong>de</strong> um<br />
cidadão comum, que não é especialista. Em terceiro lugar, porque nenhum discurso é<br />
inocente, isento <strong>de</strong> valores e intenções. Quan<strong>do</strong> usamos a linguagem para produzir textos<br />
orais e escritos — e nós o fazemos to<strong>do</strong> o tempo —, queremos influenciar pessoas e<br />
contextos. Ainda que sutis, as marcas da subjetivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> locutor estão presentes, até<br />
mesmo pela escolha <strong>do</strong> tema que <strong>de</strong>cidiu consi<strong>de</strong>rar digno <strong>de</strong> uma notícia ou reportagem.<br />
Vivemos em um mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> símbolos, imagens, representações e discursos sobre a<br />
realida<strong>de</strong>. Os mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> dizer buscam o efeito <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong>, mas to<strong>do</strong> texto ou discurso<br />
contém, em maior ou menor grau, marcas <strong>do</strong>s valores e <strong>do</strong> posicionamento <strong>de</strong> um<br />
enuncia<strong>do</strong>r. O locutor <strong>de</strong> um texto, isto é, quem toma a palavra é porta-voz <strong>de</strong> um ponto<br />
<strong>de</strong> vista e “to<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista é a vista <strong>de</strong> um ponto.” Por isso, é preciso apren<strong>de</strong>r a ler<br />
nas entrelinhas, interpretar os indícios, <strong>de</strong>scobrir quem está dizen<strong>do</strong> o quê, para quem,<br />
com que intenção. Caso contrário, seremos facilmente manipuláveis pelas “verda<strong>de</strong>s” da<br />
mídia.<br />
Ativida<strong>de</strong> 8<br />
1. (Puccamp) A <strong>revista</strong> Veja anunciou-se a si mesma, utilizan<strong>do</strong> a seguinte frase:<br />
HISTÓRIAS MUITO MAL CONTADAS EM REPORTAGENS MUITO BEM ESCRITAS<br />
Está implícito, nesse anúncio, que a <strong>revista</strong> Veja se dispõe a<br />
a) corrigir a redação confusa <strong>de</strong> notícias publicadas em outros periódicos.<br />
b) contornar as histórias mal contadas, por meio da clareza e da elegância <strong>do</strong> estilo.<br />
c) analisar casos nebulosos e apresentá-los em matérias <strong>de</strong> redação clara e precisa.<br />
d) <strong>de</strong>nunciar, em estilo preciso, os vícios <strong>de</strong> linguagem que costumam prejudicar as<br />
reportagens.<br />
e) criticar certas histórias que, por serem mal contadas, redundam em más<br />
reportagens.
2. Extraí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> matérias publicadas em <strong>revista</strong>s diferentes, os títulos e subtítulos a seguir<br />
abordam um mesmo tema ou assunto.<br />
O dilema <strong>de</strong> Israel<br />
Após duas semanas <strong>de</strong> operação militar e<br />
cerca <strong>de</strong> 800 mortes, Israel ganhou um<br />
problema em Gaza: não quer uma<br />
ocupação custosa, não aceita <strong>de</strong>ixar o<br />
Hamas no po<strong>de</strong>r e não tem como escolher<br />
outros lí<strong>de</strong>res para os palestinos<br />
O terrorismo <strong>de</strong> Israel<br />
A reação <strong>de</strong>sproporcional e<br />
<strong>de</strong>sumana aos con<strong>de</strong>náveis<br />
ataques <strong>do</strong> Hamas acentua a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se criar um<br />
Esta<strong>do</strong> palestino<br />
ÉPOCA. São Paulo, n. 556, p.76, 12 jan. 2009. ISTOÉ. São Paulo, ano 32, n.2044, 14 jan. 2009. Capa.<br />
a) Qual é o tema comum a essas matérias?<br />
b) Qual é o ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> locutor-enuncia<strong>do</strong>r em cada matéria?<br />
c) Com que grupo social ou instituição estaria relaciona<strong>do</strong> cada ponto <strong>de</strong> vista?<br />
3. No fragmento <strong>de</strong> reportagem abaixo, o locutor-jornalista apresenta diferentes pontos<br />
<strong>de</strong> vista sobre o tema.<br />
[...]<br />
Jesus vai à escola<br />
O ensino religioso está ganhan<strong>do</strong> espaço na re<strong>de</strong> pública.<br />
É possível conciliá-lo com a opção espiritual <strong>de</strong> cada família?<br />
ANA ARANHA E MARTHA MENDONÇA<br />
COM LUCIANA VICÁRIA E THAÍS FERREIRA<br />
A transmissão <strong>de</strong> valores é um <strong>do</strong>s principais argumentos para a inclusão <strong>do</strong> ensino religioso nas<br />
escolas. Seus <strong>de</strong>fensores consi<strong>de</strong>ram que a espiritualida<strong>de</strong> é um conhecimento fundamental para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento. “Em tempos <strong>de</strong> violência e <strong>de</strong>gradação familiar, a escola <strong>de</strong>ve ser um espaço para<br />
a construção <strong>do</strong> indivíduo”, afirma Maria Lúcia. “Na formação <strong>do</strong> caráter <strong>de</strong> uma pessoa, ficam<br />
faltan<strong>do</strong> valores fundamentais <strong>de</strong> vida e respeito se ela não tem uma religião.”<br />
Nem to<strong>do</strong>s concordam com essa linha. Para a educa<strong>do</strong>ra Roseli Fischmann, professora da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP), a escola <strong>de</strong>ve ser capaz <strong>de</strong> ensinar o respeito mútuo sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />
da religião. “Na cabeça da criança, as noções <strong>de</strong> ética, direito e respeito não po<strong>de</strong>m estar vinculadas<br />
a um Deus. Senão, o que vai acontecer se ela brigar com um colega que tem um Deus diferente <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>la? Ou se, um dia, questionar sua religião?” Roseli faz parte <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> educa<strong>do</strong>res e<br />
sociólogos que evoca o princípio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> laico (sem religião) para criticar a entrada da fé nas<br />
escolas públicas. Para ela, cabe à família <strong>de</strong>cidir se quer ou não transmitir sua religiosida<strong>de</strong> ao filho.<br />
“A espiritualida<strong>de</strong> não é parte necessária da formação escolar. Eu <strong>de</strong>i educação religiosa para meus<br />
filhos, mas há pais que não querem isso e eles têm esse direito”.<br />
Há, portanto, duas correntes <strong>de</strong> pensamento antagônicas, cada uma com fortes argumentos. Será<br />
possível conciliá-las? Segun<strong>do</strong> o último censo <strong>do</strong> IBGE, 93% <strong>do</strong>s brasileiros se dizem religiosos. É<br />
provável que boa parte <strong>de</strong>les se sinta contente com a ajuda da escola na transmissão <strong>de</strong> seus valores<br />
aos filhos. Mas aí começam as dificulda<strong>de</strong>s. De acor<strong>do</strong> com o IBGE, os brasileiros se divi<strong>de</strong>m em 43<br />
<strong>de</strong>nominações religiosas. Os católicos representam 74% da população, segui<strong>do</strong>s pelos evangélicos,<br />
com 15%. Os que não têm religião são 7% <strong>do</strong> total – mais que o <strong>do</strong>bro da fatia que representa os<br />
a<strong>de</strong>ptos <strong>de</strong> outras crenças, 3%. Como trazer Deus para as salas <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> forma respeitosa a todas<br />
as linhas religiosas – incluin<strong>do</strong> os ateus e agnósticos?<br />
17<br />
ÉPOCA. São Paulo, n.537, p. 109-114, 1º set. 2008. (Fragmento).
18<br />
a) Quais são os pontos <strong>de</strong> vista sobre o tema apresenta<strong>do</strong>s pelo locutor?<br />
b) Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o gênero <strong>do</strong> texto, você acha que essa pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong><br />
vista é positiva ou negativa? Justifique sua resposta.<br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
1. c<br />
2. a) Ambas as matérias abordam a guerra entre Israel e Palestina, mais especificamente<br />
os violentos ataques <strong>de</strong> Israel contra palestinos ocupantes da faixa <strong>de</strong> Gaza, os quais<br />
se <strong>de</strong>ram em janeiro <strong>de</strong> 2009 e não pouparam nem mesmo civis. b) O enuncia<strong>do</strong>r da<br />
<strong>revista</strong> Época julga que Israel, em razão <strong>de</strong>sses ataques, vive um impasse ou dilema;<br />
o enuncia<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Istoé é francamente contra Israel, cuja ação ele compara à <strong>do</strong> grupo<br />
Hamas, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> terrorista.<br />
3. a) O locutor <strong>do</strong> texto aborda <strong>do</strong>is pontos <strong>de</strong> vista básicos sobre o tema ensino religioso<br />
na escola pública: aquele representa<strong>do</strong> por pessoas que <strong>de</strong>sejam a presença <strong>de</strong>sse<br />
ensino nas escolas por acreditarem que a religião <strong>de</strong>senvolve valores como ética,<br />
respeito e espiritualida<strong>de</strong>, segun<strong>do</strong> elas necessários para combater a violência social e<br />
a <strong>de</strong>gradação familiar; e um outro representa<strong>do</strong> por pessoas que acreditam que<br />
religião e Esta<strong>do</strong> não <strong>de</strong>vem se misturar, assim como não se <strong>de</strong>vem vincular e valores<br />
como ética, direito e respeito exclusivamente às religiões. b) É positiva... e necessária.<br />
A reportagem é um gênero que não só informa, mas também forma opinião, fazen<strong>do</strong>-o<br />
justamente pela apresentação <strong>de</strong> vários pontos <strong>de</strong> vista sobre um tema. Daí a<br />
importância <strong>de</strong> o locutor-repórter ouvir e repassar ao leitor a palavra <strong>de</strong> seus<br />
ent<strong>revista</strong><strong>do</strong>s: é <strong>do</strong> confronto <strong>do</strong>s argumentos <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong>s por eles que o leitor formará<br />
a sua opinião.<br />
Ativida<strong>de</strong> 9<br />
Reproduzimos, nesta<br />
ativida<strong>de</strong>, textos <strong>de</strong><br />
duas <strong>revista</strong>s, ambos<br />
sobre um mesmo<br />
tema geral: a questão<br />
<strong>do</strong>s povos indígenas<br />
<strong>do</strong> Brasil e <strong>de</strong> seu direito<br />
a terras. Leia os<br />
textos com atenção e<br />
responda às questões<br />
propostas.<br />
Texto 1<br />
ISTOÉ. São Paulo, ano 31, n. 2041, p. 20, 17 <strong>de</strong>z. 2008.
Texto 2<br />
19<br />
VIRAÇÃO. São Paulo, ano 5, n.32, p.13, 2007.
20<br />
1. Em relação ao enuncia<strong>do</strong>r e ao título <strong>do</strong>s textos apresenta<strong>do</strong>s, todas as afirmativas<br />
são aceitáveis, EXCETO<br />
a) O locutor <strong>do</strong> texto 1 correspon<strong>de</strong> ao autor, que assina a matéria, sen<strong>do</strong> porta-voz<br />
não só <strong>de</strong> seu ponto <strong>de</strong> vista pessoal, mas também <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da<br />
publicação, já que se i<strong>de</strong>ntifica como diretor editorial da <strong>revista</strong>.<br />
b) A ambiguida<strong>de</strong> <strong>do</strong> título Retrocesso indígena, que po<strong>de</strong>ria sugerir perda <strong>de</strong><br />
vantagens para os índios, é <strong>de</strong>sfeita no texto pelo locutor, que assume a posição<br />
<strong>de</strong> crítica à concessão <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong>s indígenas sobre a reserva Raposa Serra <strong>do</strong><br />
Sol.<br />
c) O título <strong>do</strong> texto 2 — Cadê a minha terra? — encena a fala <strong>de</strong> um enuncia<strong>do</strong>r<br />
coletivo, que reclama em nome <strong>do</strong>s indígenas o direito sobre a terra que<br />
originalmente lhes pertencia, como se percebe pelo uso das expressão minha terra<br />
e pelo enuncia<strong>do</strong> interrogativo.<br />
d) O locutor <strong>do</strong> texto 2 não o assina, o que indica que ele não assume o ponto <strong>de</strong><br />
vista que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> nem se responsabiliza pela veracida<strong>de</strong> <strong>do</strong> que está sen<strong>do</strong><br />
informa<strong>do</strong> aos leitores.<br />
2. As estratégias usadas pelo locutor <strong>do</strong> texto 1 nos trechos das alternativas foram<br />
a<strong>de</strong>quadamente i<strong>de</strong>ntificadas e comentadas, EXCETO<br />
a) O território é gigantesco: 1,7 milhão <strong>de</strong> hectares. O número <strong>de</strong> habitantes, ínfimo<br />
diante da imensidão: 19 mil índios. Essa é a nova composição que <strong>de</strong>ve passar a<br />
valer na reserva Raposa <strong>do</strong> Sol, a área alvo <strong>de</strong> uma polêmica disputa, encravada<br />
em Roraima.<br />
A exploração da antítese gigantesco x ínfimo tem efeito persuasivo: quer<br />
convencer o leitor <strong>de</strong> que as terras concedidas aos indígenas é extensa <strong>de</strong>mais<br />
para uma população reduzida <strong>de</strong> ianomâmis.<br />
b) Arrozeiros que produziam boa parte da economia daquele Esta<strong>do</strong> na reserva<br />
<strong>de</strong>marcada <strong>de</strong>verão ser retira<strong>do</strong>s ou expulsos, inapelavelmente.<br />
O uso <strong>de</strong> palavras <strong>de</strong> forte conteú<strong>do</strong> emocional — retira<strong>do</strong>s, expulsos,<br />
inapelavelmente —, combina<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>staque da<strong>do</strong> ao papel positivo <strong>do</strong>s arrozeiros<br />
na economia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, busca induzir o leitor a vê-los como injustiça<strong>do</strong>s.<br />
c) A manutenção da reserva na fronteira com a Venezuela e a Guiana tem levanta<strong>do</strong><br />
a questão da ameaça <strong>de</strong> se criar um país in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Brasil, com<br />
dimensões consi<strong>de</strong>ráveis — o equivalente a quase 12,5% <strong>do</strong> território nacional —<br />
capaz <strong>de</strong> negociar com os vizinhos o surgimento <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira “nação<br />
indígena ianomâmi”.<br />
A classificação da manutenção da reserva como ameaça à integrida<strong>de</strong> nacional e o<br />
<strong>de</strong>staque ao percentual representa<strong>do</strong> pelas terras <strong>de</strong>marcadas no território têm a<br />
intenção <strong>de</strong> convencer o leitor da sabe<strong>do</strong>ria da <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> STF.<br />
d) Sob a falsa ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> proteção ambiental e <strong>de</strong> preservação <strong>do</strong> direito indígena, o<br />
que se fez foi um apartheid, capaz <strong>de</strong> estrangular o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />
da região.<br />
Palavras e expressões <strong>de</strong> cunho avaliativo, como falsa, apartheid, estrangular,<br />
revelam o julgamento negativo <strong>do</strong> locutor acerca <strong>do</strong> tema e certa <strong>de</strong>squalificação<br />
das posições <strong>de</strong> ambientalistas e <strong>de</strong>fensores <strong>do</strong>s direitos humanos.
3. As passagens <strong>de</strong> todas as alternativas comprovam que o locutor <strong>do</strong> texto 2 assume o<br />
ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> um enuncia<strong>do</strong>r que reconhece e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> os direitos <strong>do</strong>s indígenas,<br />
EXCETO<br />
a) Eles eram os senhores absolutos da terra <strong>de</strong> Pin<strong>do</strong>rama. Suas vidas estavam<br />
intrinsecamente vinculadas a essas paragens.<br />
b) Essa era a indagação clichê <strong>do</strong>s homens brancos e coloniza<strong>do</strong>res que<br />
protagonizaram com sua ganância e etnocentrismo um <strong>do</strong>s mais me<strong>do</strong>nhos<br />
genocídios da humanida<strong>de</strong>.<br />
c) Além disso, a questão da terra é uma fonte perene <strong>de</strong> conflitos entre os povos<br />
indígenas e as empresas ou fazen<strong>de</strong>iros e latifundiários, que se interessam em<br />
explorar territórios indígenas e seus recursos naturais (ma<strong>de</strong>iras e minérios, por<br />
exemplo).<br />
d) De acor<strong>do</strong> com o Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE), existem hoje<br />
cerca <strong>de</strong> 700 mil indígenas.<br />
4. O uso <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s estatísticos é uma estratégia argumentativa, que produz o efeito <strong>de</strong><br />
verda<strong>de</strong> e exatidão em relação ao que está sen<strong>do</strong> dito. Estatísticas impressionam e<br />
criam no leitor a sugestão <strong>de</strong> que o locutor conhece o assunto e sabe o que está<br />
dizen<strong>do</strong>. Entretanto, da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s em matérias jornalísticas são<br />
frequentemente parciais e carentes <strong>de</strong> comprovação: são apenas números.<br />
Compare os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s pelos <strong>do</strong>is textos acerca <strong>do</strong>s percentuais <strong>do</strong> território<br />
nacional reserva<strong>do</strong>s aos indígenas e comente o que você percebeu.<br />
5. Releia esta passagem:<br />
Essa política <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong>sproporcional <strong>do</strong> território nacional tem gera<strong>do</strong> seguidas injustiças. A<br />
continuar nessa toada, sob a justificativa <strong>de</strong> que os índios chegaram primeiro, logo os brasileiros<br />
terão <strong>de</strong> <strong>de</strong>volver a Baía <strong>de</strong> Guanabara aos tupinambás. Um retrocesso inimaginável.<br />
a) Na passagem acima, o locutor <strong>do</strong> texto 1 ridiculariza um ponto <strong>de</strong> vista contrário ao<br />
por ele <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong>. I<strong>de</strong>ntifique, no texto 2, as passagens que representam a<br />
posição criticada pelo locutor <strong>do</strong> texto 1.<br />
b) Embora tenha critica<strong>do</strong> o apartheid <strong>de</strong> indígenas e não-indígenas no caso da<br />
reserva Raposa <strong>do</strong> Sol, o locutor institui ele mesmo, nessa passagem, um<br />
apartheid, uma separação étnica. Como se percebe isso no texto?<br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
1. d<br />
2. c<br />
3. d<br />
4. O autor <strong>do</strong> editorial afirma que uma só reserva indígena, a Raposa <strong>do</strong> Sol,<br />
correspon<strong>de</strong> a 12,5% <strong>do</strong> território nacional, enquanto o autor <strong>do</strong> texto Cadê a minha<br />
terra? afirma que a totalida<strong>de</strong> das reservas correspon<strong>de</strong>ria a 11,2% <strong>do</strong> território. Os<br />
da<strong>do</strong>s são discrepantes e, portanto, um <strong>de</strong>les ou ambos <strong>de</strong>vem estar incorretos. Esse<br />
exemplo comprova que <strong>de</strong>vemos ser cuida<strong>do</strong>sos ao analisar estatísticas apresentadas<br />
em matérias jornalísticas.<br />
21
22<br />
5. a) As passagens são as seguintes: Eles eram os senhores absolutos da terra <strong>de</strong><br />
Pin<strong>do</strong>rama. Suas vidas estavam intrinsecamente vinculadas a essas paragens. [...] A<br />
terra <strong>de</strong> Pin<strong>do</strong>rama hoje é o Brasil e os indígenas vivem em reservas constantemente<br />
ameaçadas, que não representam, nem <strong>de</strong> longe, o gigantismo da terra que um dia os<br />
nativos ocuparam. b) O locutor se refere aos índios brasileiros como se não fossem<br />
brasileiros., como se não integrassem a socieda<strong>de</strong> nacional.<br />
Além <strong>do</strong>s textos informativos e opinativos, as <strong>revista</strong>s contêm<br />
textos <strong>de</strong> gêneros diversos, característicos <strong>de</strong> outros <strong>do</strong>mínios<br />
discursivos, que não o jornalístico. Esses gêneros po<strong>de</strong>m ser<br />
agrupa<strong>do</strong>s em duas gran<strong>de</strong>s categorias: os <strong>de</strong> entretenimento e os<br />
publicitários. Na primeira categoria estão as tirinhas, as piadas, as<br />
charadas, as palavras cruzadas, por exemplo; na segunda, os<br />
anúncios comerciais e institucionais. O objetivo comunicativo <strong>do</strong>s<br />
gêneros <strong>de</strong> entretenimento é divertir; o da publicida<strong>de</strong> é fazer o<br />
leitor adquirir um bem ou serviço disponível no merca<strong>do</strong>.<br />
Atualmente, as <strong>revista</strong>s são mantidas, em gran<strong>de</strong> parte, com as<br />
verbas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>: um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> páginas <strong>de</strong> cada<br />
De De que que que mais mais são são feitas feitas as as <strong>revista</strong>s?<br />
<strong>revista</strong>s?<br />
edição é ocupada por anúncios, que ten<strong>de</strong>m a se especializar <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o leitor<br />
previsto para a <strong>revista</strong>. O anunciante escolhe o veículo, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o po<strong>de</strong>r aquisitivo<br />
<strong>de</strong> quem compra a <strong>revista</strong>, seus interesses, <strong>de</strong>sejos e aspirações. E, muito importante,<br />
nem sempre os limites entre informação e publicida<strong>de</strong> são claros, como se observa em<br />
muitas <strong>revista</strong>s <strong>de</strong>stinadas ao público a<strong>do</strong>lescente e mesmo em <strong>revista</strong>s temáticas.<br />
Assim, uma reportagem ou um texto <strong>de</strong> aconselhamento po<strong>de</strong> vir segui<strong>do</strong> por fotos <strong>de</strong><br />
produtos, nomes <strong>de</strong> lojas, fabricantes e presta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços relaciona<strong>do</strong>s ao tema, <strong>de</strong><br />
forma que o leitor <strong>de</strong>sliza, quase imperceptivelmente, da informação para a sedução <strong>do</strong><br />
consumo. O valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> que costuma ser associa<strong>do</strong> ao texto jornalístico passa,<br />
então, a valer também para o texto publicitário.<br />
Ativida<strong>de</strong> 10<br />
Escolha uma <strong>revista</strong> temática qualquer, por exemplo, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e folheia-a com atenção.<br />
Observe as propagandas: quantas páginas da edição elas ocupam? Os produtos e<br />
serviços anuncia<strong>do</strong>s por elas têm relação com o leitor virtual da <strong>revista</strong>? Há mistura ou<br />
continuida<strong>de</strong> entre os temas das matérias jornalísticas e os produtos ou serviços<br />
anuncia<strong>do</strong>s? Que efeito <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> isso po<strong>de</strong> causar no leitor?<br />
Registre as suas observações em um pequeno texto. Depois, mostre-o a seus colegas e<br />
professor, e discuta o assunto com eles.<br />
Sugestão <strong>de</strong> resposta<br />
ENCONTRO. Belo Horizonte, ano<br />
VII, n. 90, p.98, 23 <strong>de</strong>z. 2008.<br />
Resposta pessoal. Com certeza, você encontrou muitas propagandas, pois elas<br />
representam boa parte da receita das <strong>revista</strong>s. Deve ter observa<strong>do</strong> também que as<br />
propagandas praticamente se misturam às reportagens, ocupan<strong>do</strong> a mesma página que<br />
elas, ou páginas subsequentes. Se você não estiver alerta to<strong>do</strong> o tempo, po<strong>de</strong> acabar<br />
julgan<strong>do</strong> que os produtos anuncia<strong>do</strong>s por propagandas fazem parte <strong>de</strong>ssas reportagens,<br />
especialmente nas <strong>revista</strong>s especializadas por faixa etária ou temas.
23<br />
A A interação interação com com o o leitor leitor real<br />
real<br />
Estivemos falan<strong>do</strong> em leitor previsto, leitor virtual, público previsto... Esse leitor, como<br />
você sabe, é uma imagem criada pelo locutor-autor que escreve o texto. Ela é construída,<br />
em parte, por representações que circulam na socieda<strong>de</strong> e a <strong>revista</strong> quer reforçar e, em<br />
parte, pelas pesquisas e enquetes realizadas pelas empresas que publicam as <strong>revista</strong>s.<br />
Assim, por exemplo, existe uma imagem <strong>do</strong> que é ser uma a<strong>do</strong>lescente mo<strong>de</strong>rna ou um<br />
executivo bem sucedi<strong>do</strong>. E é para essa garota i<strong>de</strong>al — receita <strong>do</strong> que <strong>de</strong>ve ser uma<br />
garota atual — que as <strong>revista</strong>s <strong>de</strong> a<strong>do</strong>lescentes escrevem. Mas e o leitor real? Será que<br />
ele nunca participa <strong>de</strong> fato <strong>de</strong>ssa conversa?<br />
O leitor real entra em cena no momento em que lê o texto em um tempo e um lugar<br />
diferente daquele em que estava o jornalista que o escreveu. Esse leitor real produzirá<br />
seus próprios senti<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com seus conhecimentos prévios, seus valores, e<br />
<strong>de</strong>senvolverá um diálogo interno a partir <strong>de</strong> sua percepção <strong>do</strong> texto. Isso acontece<br />
sempre que lemos um texto: <strong>de</strong>pois da leitura, continuamos a “conversar com o texto”<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nossa mente. Só que nas <strong>revista</strong>s, há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o leitor real interagir com<br />
o editor, escreven<strong>do</strong> cartas e, mais recentemente, e-mails.<br />
A interativida<strong>de</strong> com o leitor vem se amplian<strong>do</strong> cada vez mais nas publicações<br />
contemporâneas. São feitas pesquisas para os leitores opinarem sobre um tema<br />
publica<strong>do</strong> numa edição da <strong>revista</strong> e os resulta<strong>do</strong>s são publica<strong>do</strong>s na edição seguinte; as<br />
<strong>revista</strong>s, em geral, mantêm uma edição eletrônica com uma seção “Fale conosco” para o<br />
leitor emitir sua opinião on line; algumas criaram até a figura <strong>do</strong> leitor-editor, que ajuda a<br />
<strong>de</strong>finir a pauta das edições seguintes, ou a figura <strong>do</strong> leitor-colabora<strong>do</strong>r, que envia textos<br />
ou <strong>de</strong>senhos para serem, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma seleção <strong>do</strong> editor, publica<strong>do</strong>s pela <strong>revista</strong>.<br />
Ativida<strong>de</strong> 11<br />
Reproduzimos a seguir a capa da edição 175 da <strong>revista</strong> Super Interessante e algumas<br />
das cartas à redação publicadas na edição seguinte. Leia os textos e responda às<br />
questões <strong>de</strong> 1 a 7.<br />
BRÓCOLIS OU CHEESEBURGER?<br />
Depois <strong>de</strong> ler tantas matérias alarmistas e estúpidas<br />
nas <strong>revista</strong>s <strong>de</strong> circulação nacional, finalmente uma<br />
publicação que fala <strong>do</strong> vegetarianismo <strong>de</strong> forma<br />
apropriada.<br />
CAH, via Internet.<br />
Gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar a imparcialida<strong>de</strong> da matéria.<br />
Poucos profissionais conseguem abordar um assunto<br />
tão polêmico sem prejudicar a confiabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> seu<br />
trabalho com influências subjetivas.<br />
EM, Frigorífico Flórida, São Paulo, SP.<br />
A matéria foi saborosa como uma picanha e tão<br />
saudável quanto uma bela salada <strong>de</strong> alface. SF, Jaú, SP.<br />
Fiquei impressionada ao saber que, mesmo sem<br />
comer carne, estou contribuin<strong>do</strong> para a matança <strong>de</strong><br />
animais, uma vez que compro produtos que utilizam<br />
matérias-primas <strong>de</strong> origem animal como cremes,<br />
<strong>de</strong>tergentes, etc.<br />
SM, Taguatinga, DF.<br />
A matéria <strong>de</strong> capa me <strong>de</strong>cepcionou ao extremo. Ela é<br />
totalmente favorável aos grupos vegetarianos. Faltou<br />
o embasamento científico que o assunto merece.<br />
RC, Recife, PE
24<br />
1. Qual o nome da matéria comentada pelas cartas <strong>do</strong>s leitores?<br />
2. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o texto da capa, é possível afirmar que o jornalista que escreveu a matéria<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o vegetarianismo? Justifique sua resposta.<br />
3. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a carta apresentada, o que é possível inferir a respeito <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> SM<br />
não comer carne?<br />
4. Pela leitura da carta <strong>do</strong> leitor SF, po<strong>de</strong>mos inferir que ele<br />
a) gosta mais <strong>de</strong> verduras que <strong>de</strong> carne.<br />
b) achou a reportagem bem escrita e <strong>de</strong> leitura agradável.<br />
c) consi<strong>de</strong>ra a carne um alimento tão saudável quanto os vegetais.<br />
d) é contra a prática <strong>do</strong> vegetarianismo.<br />
5. A respeito <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s autores das cartas apresentadas, explique se ele<br />
consi<strong>de</strong>rou a matéria aceitável ou inaceitável e apresente a justificativa para o ponto<br />
<strong>de</strong> vista a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> por ele.<br />
6. Em uma das cartas, o remetente foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> uma referência<br />
profissional. Conhecer a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional <strong>do</strong> remetente influencia na<br />
credibilida<strong>de</strong> que você, como leitor, atribui ao conteú<strong>do</strong> da carta? Por quê?<br />
7. Que aspectos interferiram na aceitabilida<strong>de</strong> ou não-aceitabilida<strong>de</strong> da reportagem?<br />
8. Todas as alternativas apresentam títulos usa<strong>do</strong>s por <strong>revista</strong>s <strong>de</strong> circulação nacional<br />
para i<strong>de</strong>ntificar a seção em que são publicadas cartas <strong>de</strong> leitor. Assinale aquela que<br />
põe em <strong>de</strong>staque o caráter emocional e opinativo <strong>de</strong>sse gênero.<br />
a) Você fala (Carro)<br />
b) Conta aí (Atrevida)<br />
c) Correio (Moto Ver<strong>de</strong>)<br />
d) Conte pra nós (Viva Saú<strong>de</strong>)<br />
e) Desabafa: solta o verbo (Super Interessante)<br />
9. No gênero carta <strong>de</strong> leitor, o leitor assume a palavra para manifestar emoções,<br />
sentimentos e pensamentos acerca <strong>de</strong> uma ou mais matérias apresentadas em uma<br />
edição anterior. No papel <strong>de</strong> locutor, ele po<strong>de</strong> representar-se com maior ou menor<br />
niti<strong>de</strong>z <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s textos, recorren<strong>do</strong> para isso a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s recursos linguísticos:<br />
pessoas gramaticais, tempos verbais, escolhas vocabulares, formas <strong>de</strong> articulação <strong>de</strong><br />
idéias e argumentos, etc.<br />
Nas alternativas a seguir, citamos fragmentos <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> leitor publicadas na <strong>revista</strong><br />
Istoé n. 1813. Em todas elas, o comentário que fizemos a respeito da representação<br />
<strong>do</strong> locutor <strong>do</strong> texto é totalmente aceitável, EXCETO<br />
a) Venho parabenizar a <strong>revista</strong> pela excelente reportagem (“De mãos dadas com o<br />
agressor”, ISTOÉ 1812). Fiquei chocada ao i<strong>de</strong>ntificar oito <strong>do</strong>s 12 sinais <strong>de</strong><br />
violência no comportamento <strong>de</strong> meu mari<strong>do</strong>. Só não fiquei pior porque tenho<br />
consciência <strong>de</strong> que venho lutan<strong>do</strong> contra isso e já obtive algumas vitórias. A<br />
violência física é bem mais fácil <strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada. Tenham certeza <strong>de</strong> que vocês<br />
exercem um gran<strong>de</strong> papel social. Muito obrigada.<br />
LR - SALVADOR/ BA
Representação linguística <strong>de</strong> L.R., autora da carta, o locutor recorre à 1ª pessoa<br />
<strong>do</strong> singular para falar em seu próprio nome à redação da <strong>revista</strong> ISTOÉ, no texto<br />
representada pelo pronome-alocutário vocês.<br />
b) Quan<strong>do</strong> estamos apaixona<strong>do</strong>s, começamos a sentir a necessida<strong>de</strong> contínua da<br />
pessoa amada. A nossa referência emocional passa a ser o outro. A paixão é um<br />
sentimento forte, livre e profun<strong>do</strong>. Se ele se torna violento e egoísta, só é paixão<br />
no dicionário <strong>do</strong>s mal-intenciona<strong>do</strong>s e psicopatas, que usam a coação física ou<br />
moral na tentativa <strong>de</strong> obter e manter o amor <strong>do</strong> outro. A partir <strong>de</strong>sse momento, a<br />
mulher <strong>de</strong>scobre que o parceiro não quer ser simplesmente um amante e<br />
companheiro, mas seu <strong>do</strong>no. Assim sen<strong>do</strong>, está <strong>de</strong> parabéns o presi<strong>de</strong>nte Lula,<br />
por ter assina<strong>do</strong> a lei que coloca a violência <strong>do</strong>méstica no Código Penal.<br />
25<br />
WGP- NOVA FRIBURGO/RJ<br />
Usan<strong>do</strong> formas da 1ª pessoa <strong>do</strong> plural (estamos, começamos, nossa), o locutor<br />
fala <strong>de</strong> uma vivência comum a to<strong>do</strong>s os seres humanos, posicionan<strong>do</strong>-se, em<br />
seguida, como um representante daqueles que se opõem ao uso da coação física<br />
ou moral para obter e manter o amor <strong>do</strong> outro.<br />
c) O preconceito <strong>de</strong> sexo tem <strong>de</strong> ser trata<strong>do</strong> como algo odioso e grave, e não como<br />
algo normal e até engraçadinho. Por isso, quem faz música chaman<strong>do</strong> as<br />
mulheres <strong>de</strong> burras ou <strong>de</strong> cachorras <strong>de</strong>veria levar processo-crime, e não fazer<br />
sucesso.<br />
SAC - SÃO PAULO/SP<br />
O locutor não se representa por nenhuma forma <strong>de</strong> 1ª pessoa, crian<strong>do</strong> a<br />
impressão <strong>de</strong> estar ausente <strong>do</strong> texto. As escolhas vocabulares e a articulação das<br />
idéias, por sua vez, não <strong>de</strong>ixam perceber o ponto <strong>de</strong> vista que ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
d) Sempre, quem bate em quem quer que seja <strong>de</strong>ve ser preso. Ninguém tem o<br />
direito <strong>de</strong> bater. A agressão física é uma covardia. Tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> homem contra<br />
mulher, a coisa agrava-se, pois em uma mulher não se <strong>de</strong>ve bater nem com uma<br />
flor.<br />
SM - CARUARU/PE<br />
Buscan<strong>do</strong> a aceitação <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, o locutor não só evita usar<br />
formas da 1ª pessoa, quanto recorre a estratégias que o apresentam como<br />
genérico, inclusive uma máxima popular que expressa o senso comum a respeito<br />
<strong>do</strong> tema.<br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
1. Deveríamos parar <strong>de</strong> comer carne?<br />
2. Não, pois a chamada que aparece na capa logo após o título revela a intenção <strong>de</strong><br />
distinguir verda<strong>de</strong>s e mentiras a respeito <strong>do</strong>s possíveis malefícios <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong><br />
carne.<br />
3. S.M mostra indignação frente ao sacrifício <strong>de</strong> animais, possivelmente em razão <strong>de</strong><br />
suas crenças religiosas. Mais <strong>do</strong> que a saú<strong>de</strong> física, o que a leva a ser vegetariana é a<br />
saú<strong>de</strong> espiritual.<br />
4. b<br />
5. C.A.H consi<strong>de</strong>rou a matéria aceitável, pois afirma claramente, na carta, que o assunto<br />
foi trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma apropriada. E.M também a consi<strong>de</strong>rou aceitável, pois afirma que o<br />
assunto foi trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma imparcial e, portanto, confiável. S.F apreciou o que leu,<br />
como o revela a bem humorada imagem usada para <strong>de</strong>screver a matéria. Segun<strong>do</strong><br />
ele, a reportagem lhe proporcionou prazer semelhante ao que experimenta ao comer
26<br />
uma boa carne e, ao mesmo tempo, ofereceu-lhe esclarecimentos úteis para manter a<br />
saú<strong>de</strong>. SM se mostrou impressionada com as informações dadas pela <strong>revista</strong>, o que<br />
significa que a matéria teve para ela um alto grau <strong>de</strong> aceitabilida<strong>de</strong>. RC consi<strong>de</strong>rou a<br />
matéria inaceitável por julgá-la ten<strong>de</strong>nciosa e sem embasamento científico.<br />
6. A referência profissional contribui para que o leitor dê maior crédito ao conteú<strong>do</strong> da<br />
carta, pois seria <strong>de</strong> se esperar que EM, que fala em nome <strong>de</strong> um frigorífico, fosse<br />
contra o vegetarianismo.<br />
7. O que parece ter interferi<strong>do</strong> na aceitabilida<strong>de</strong> da matéria são as convicções prévias<br />
<strong>do</strong>s leitores acerca <strong>do</strong> tema.<br />
8. e<br />
9. c<br />
Como Como referenciar referenciar <strong>revista</strong>s <strong>revista</strong>s e e matérias matérias matérias <strong>de</strong> <strong>de</strong> r<strong>revista</strong>s<br />
r evistas<br />
Uma das muitas habilida<strong>de</strong>s que um leitor <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s precisa ter é saber referenciar<br />
a<strong>de</strong>quadamente o <strong>suporte</strong> e as matérias consultadas, no caso <strong>de</strong> precisar citá-las em<br />
trabalhos escolares, acadêmicos ou científicos. Precisa também saber ler referências no<br />
caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>parar com elas em textos <strong>de</strong> consulta e estu<strong>do</strong>.<br />
Nesta seção, você vai apren<strong>de</strong>r a fazer quatro tipos básicos <strong>de</strong> referências bibliográficas:<br />
<strong>de</strong> <strong>revista</strong>s e <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s. Antes <strong>de</strong> mais nada, porém, é preciso estar ciente <strong>de</strong><br />
que toda e qualquer referenciação bibliográfica é regulamentada por Normas da ABNT —<br />
a Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas. Há, portanto, procedimentos a cumprir para<br />
que as referências possam <strong>de</strong>sempenhar <strong>de</strong>vidamente o seu papel informativo. Assim,<br />
nos exemplos a seguir, preste muita atenção ao uso <strong>de</strong> maiúsculas, minúsculas e sinais<br />
<strong>de</strong> pontuação, aos espaçamentos e às abreviações. Os da<strong>do</strong>s para fazer a referenciação<br />
<strong>de</strong>verão ser colhi<strong>do</strong>s na capa e nas páginas da <strong>revista</strong> consultada; ocasionalmente,<br />
também no expediente da <strong>revista</strong>.<br />
Como referenciar <strong>revista</strong>s<br />
Para referenciar <strong>revista</strong>s, você po<strong>de</strong> usar o seguinte mo<strong>de</strong>lo:<br />
TÍTULO DA REVISTA. Local (cida<strong>de</strong>) <strong>de</strong> publicação, edição, ano, número <strong>do</strong> fascículo da <strong>revista</strong>,<br />
data <strong>de</strong> publicação da <strong>revista</strong>.<br />
VEJA. São Paulo, ed. 2037, ano 40, n. 48, 5 <strong>de</strong>z. 2007.<br />
A or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> entrada <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve seguir o mo<strong>de</strong>lo, ainda que não se tenham to<strong>do</strong>s<br />
eles. Isso quer dizer que, na falta <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, você coloca o da<strong>do</strong> seguinte, sempre<br />
na or<strong>de</strong>m apresentada no mo<strong>de</strong>lo acima. É o que aconteceu nos exemplos abaixo, em<br />
que não há edição e/ou ano.<br />
ÉPOCA. São Paulo, n. 556, 12 jan. 2009.<br />
ISTOÉ. São Paulo, ano 3, n. 2041, 17 <strong>de</strong>z. 2008.<br />
Vale ressaltar também que sempre se escreve o nome <strong>de</strong> um mês com letra minúscula e<br />
<strong>de</strong> forma abreviada (apenas as três primeiras letras seguidas <strong>de</strong> ponto, exceto maio, que<br />
nunca se abrevia). As palavras edição e número também aparecem abreviadas (ed. e n.,<br />
respectivamente) na referenciação bibliográfica. Já a entrada (primeiro da<strong>do</strong>) <strong>de</strong> toda<br />
referência se faz com letras maiúsculas.
Como referenciar textos <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s em geral<br />
Artigo <strong>de</strong> opinião, editorial, nota, notícia, reportagem, perfil, etc.<br />
A maioria <strong>do</strong>s textos encontra<strong>do</strong>s em <strong>revista</strong>s impressas segue o seguinte mo<strong>de</strong>lo:<br />
SOBRENOME, Prenome <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> texto. Título <strong>do</strong> texto. Título da <strong>revista</strong>, Local (cida<strong>de</strong>) <strong>de</strong><br />
publicação, edição, ano, número <strong>do</strong> fascículo, páginas inicial-final, data <strong>de</strong> publicação da <strong>revista</strong>.<br />
PEREIRA, Camila. Lição bem feita. Veja, São Paulo, ed. 2037, ano 40, n. 48, p.121-122, 5<br />
<strong>de</strong>z. 2007.<br />
Se você estivesse escreven<strong>do</strong> o exemplo acima a mão, <strong>de</strong>veria substituir o itálico <strong>do</strong> título<br />
da <strong>revista</strong> por sublinha: Veja.<br />
Se o texto consulta<strong>do</strong> por você for <strong>de</strong> <strong>revista</strong> eletrônica, siga este outro mo<strong>de</strong>lo:<br />
SOBRENOME, Prenome <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> texto. Título <strong>do</strong> texto. Título da <strong>revista</strong>, Local (cida<strong>de</strong>) <strong>de</strong><br />
publicação, edição, ano, número <strong>do</strong> fascículo da <strong>revista</strong>, páginas inicial-final, data <strong>de</strong> publicação<br />
da <strong>revista</strong>. Disponível em: Acesso em: dia mês ano (para <strong>do</strong>cumentos on<br />
line).<br />
SEGATTO, Cristiane. Os médicos ganham presentes. Você paga a conta. Época, n. 561,<br />
13 fev. 2009. Disponível em: < http://<strong>revista</strong>epoca.globo.com/> Acesso em: 17 fev. 2009.<br />
Como referenciar ent<strong>revista</strong>s<br />
O mo<strong>de</strong>lo para referenciar ent<strong>revista</strong> individual é o seguinte:<br />
SOBRENOME, Prenome <strong>do</strong> ent<strong>revista</strong><strong>do</strong>. Título da ent<strong>revista</strong>. Título da <strong>revista</strong>, Local<br />
(cida<strong>de</strong>) <strong>de</strong> publicação, edição, ano, número <strong>do</strong> fascículo da <strong>revista</strong>, páginas inicial-final<br />
consultadas, data <strong>de</strong> publicação da <strong>revista</strong>. Ent<strong>revista</strong> concedida a (nome <strong>do</strong><br />
ent<strong>revista</strong><strong>do</strong>r).<br />
WEINFELD, Isay. A postura <strong>do</strong>s ricos me envergonha. Istoé, São Paulo, ano 32, n. 2044,<br />
p.6-11, 14 jan. 2009. Ent<strong>revista</strong> concedida a Claudia Jordão.<br />
No caso <strong>de</strong> ent<strong>revista</strong> coletiva, a entrada da referência será feita com o nome <strong>do</strong><br />
ent<strong>revista</strong><strong>do</strong>r, segun<strong>do</strong> este outro mo<strong>de</strong>lo:<br />
SOBRENOME, Prenome <strong>do</strong> ent<strong>revista</strong><strong>do</strong>r. Título da ent<strong>revista</strong>. Título da <strong>revista</strong>, Local<br />
(cida<strong>de</strong>) <strong>de</strong> publicação, edição, volume ou ano, número <strong>do</strong> fascículo da <strong>revista</strong>, páginas<br />
inicial-final, data <strong>de</strong> publicação da <strong>revista</strong>. Ent<strong>revista</strong>.<br />
CASTELLO BRANCO, Lúcia. Encontro com escritoras portuguesas. Boletim <strong>do</strong> <strong>Centro</strong> <strong>de</strong><br />
Estu<strong>do</strong>s Portugueses, Belo Horizonte, v. 13, n. 16, p.103-114, jul./<strong>de</strong>z. 1993. Ent<strong>revista</strong>.<br />
Como referenciar resenha <strong>de</strong> livros publicada em <strong>revista</strong><br />
SOBRENOME, Nome <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> livro Título <strong>do</strong> livro resenha<strong>do</strong>. Local (cida<strong>de</strong>) <strong>de</strong><br />
publicação <strong>do</strong> livro: Editora, data. Resenha <strong>de</strong> SOBRENOME, Nome <strong>do</strong> autor da resenha.<br />
Referenciação da <strong>revista</strong> que publicou a resenha.<br />
WALLACE, Benjamin. O vinho mais caro da história. São Paulo: Jorge Zahar, 2009.<br />
Resenha <strong>de</strong> MOON, Peter. Época, São Paulo, n. 556, p.104, 12 jan. 2009.<br />
27
28<br />
Ativida<strong>de</strong> 12<br />
Estruture referências bibliográficas com os da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s a seguir.<br />
1. Da<strong>do</strong>s para referenciação <strong>de</strong> uma reportagem<br />
Autora: Thaís Pacheco<br />
Título da reportagem: O que é que BH tem?<br />
Título da <strong>revista</strong>: Hit<br />
Local: Belo Horizonte<br />
Ano da <strong>revista</strong>: —<br />
Número <strong>do</strong> fascículo da <strong>revista</strong>: 4<br />
Página(s) consultada(s): 46 e 47<br />
Data: fevereiro <strong>de</strong> 2009<br />
2. Da<strong>do</strong>s para referenciação <strong>de</strong> uma ent<strong>revista</strong><br />
Ent<strong>revista</strong>da: Yvonne Bezerra <strong>de</strong> Mello<br />
Título da ent<strong>revista</strong>: Nem toda criança pobre é bandida<br />
Título da <strong>revista</strong>: Marie Claire<br />
Local <strong>de</strong> publicação: São Paulo<br />
Edição da <strong>revista</strong>: —<br />
Ano da <strong>revista</strong>: —<br />
Número <strong>do</strong> fascículo da <strong>revista</strong>: 215<br />
Páginas da ent<strong>revista</strong>: 48-51<br />
Data: fevereiro <strong>de</strong> 2009<br />
Ent<strong>revista</strong><strong>do</strong>r: Milly Lacombe<br />
3. Da<strong>do</strong>s para referenciação <strong>de</strong> uma resenha <strong>de</strong> livro<br />
Nome <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> livro: Dave Eggers<br />
Título <strong>do</strong> livro resenha<strong>do</strong>: O que é o quê<br />
Local <strong>de</strong> publicação <strong>do</strong> livro: São Paulo<br />
Editora: Companhia das Letras<br />
Ano <strong>de</strong> publicação <strong>do</strong> livro: 2008<br />
Nome <strong>do</strong> autor da resenha: Jerônimo Teixeira<br />
Título da <strong>revista</strong>: Veja<br />
Local <strong>de</strong> publicação da <strong>revista</strong>: São Paulo<br />
Edição da <strong>revista</strong>: 2094<br />
Ano da <strong>revista</strong>: 42<br />
Número <strong>do</strong> fascículo da <strong>revista</strong>: 1<br />
Páginas da resenha: 96 e 97<br />
Data da <strong>revista</strong>: 7 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2009<br />
Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />
1. PACHECO, Thaís. O que é que BH tem? Hit, Belo Horizonte, n. 4, p.46-47, fev. 2009.<br />
2. MELLO, Yvonne Bezerra <strong>de</strong>. Nem toda criança pobre é bandida. Marie Claire, São<br />
Paulo, n. 215, p. 48-51, fev. 2009. Ent<strong>revista</strong> concedida a Milly Lacombe.<br />
3. EGGERS, Dave. O que é o quê. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. Resenha <strong>de</strong><br />
TEIXEIRA, Jerônimo. Veja, São Paulo, ed. 2094, ano 42, n. 1, p.96-97, 7 jan. 2009.
29<br />
Metacognição<br />
Metacognição: Metacognição<br />
Metacognição : refletin<strong>do</strong> refletin<strong>do</strong> sobre sobre sua sua aprendizagem<br />
aprendizagem<br />
Para avaliar o que você apren<strong>de</strong>u sobre o <strong>suporte</strong> <strong>revista</strong>, escreva um pequeno texto,<br />
abordan<strong>do</strong> a organização <strong>de</strong>sse <strong>suporte</strong>, seus gêneros essenciais e o mito da<br />
objetivida<strong>de</strong> no discurso jornalístico. Analise, em pelo menos um exemplo, as marcas <strong>do</strong><br />
posicionamento i<strong>de</strong>ológico <strong>do</strong> enuncia<strong>do</strong>r <strong>de</strong> uma <strong>revista</strong> à sua escolha.<br />
Para Para saber saber mais<br />
mais<br />
Se você tiver interesse em saber mais a respeito <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s e jornalismo, consi<strong>de</strong>re as<br />
sugestões <strong>de</strong> leitura a seguir.<br />
A REVISTA NO BRASIL. São Paulo: Abril, 2000. (Comunicação)<br />
PIZZA, Daniel. Jornalismo cultural. São Paulo: Contexto, 2003.<br />
ROSSI, Clóvis. O que é jornalismo. São Paulo: Brasiliense, 1980. (Primeiros passos; 15)<br />
SCALZO, Marília. Jornalismo <strong>de</strong> <strong>revista</strong>. São Paulo: Contexto, 2003.<br />
A REVISTA NO BRASIL. São Paulo: Abril, 2000. (Comunicação)<br />
<strong>Referência</strong>s <strong>Referência</strong>s <strong>Referência</strong>s e e créditos<br />
créditos<br />
ARBEX JR., J. Gêneros jornalísticos na Folha <strong>de</strong> S. Paulo. São Paulo: FTD, 1992.<br />
DORNELES, Van<strong>de</strong>rlei. Do verbal para o visual: status da imagem nas <strong>revista</strong>s semanais<br />
<strong>de</strong> informação. Trabalho apresenta<strong>do</strong> ao NP 02– Jornalismo, <strong>do</strong> IV Encontro <strong>do</strong>s Núcleos<br />
<strong>de</strong> Pesquisa da Intercom. pdf.<br />
ROSSI, Clóvis. O que é jornalismo. São Paulo: Brasiliense, 1980. (Primeiros passos; 15)<br />
SCALZO, Marília. Jornalismo <strong>de</strong> <strong>revista</strong>. São Paulo: Contexto, 2003.<br />
Crédito da imagem da banca <strong>de</strong> <strong>revista</strong>s Piauí:<br />