Orientações para a organização do ciclo inicial de alfabetização ...

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01.08.2013 Views

3. O LUGAR DA DISCUSSÃO METODOLÓGICA NO CONJUNTO DE DECISÕES RELACIONADAS À ALFABETIZAÇÃO Nas últimas décadas, a discussão sobre aspectos metodológicos da alfabetização cedeu lugar à discussão dos conceitos de alfabetização e letramento, com ênfase no processo de construção do conhecimento pela criança. Os desdobramentos dessa mudança de pólo exigiram a ampliação da discussão da didática da alfabetização, redimensionada em novas bases teóricas. As decisões metodológicas pertinentes à alfabetização incluem tomadas de posição que vão além da escolha de métodos, envolvendo um conjunto de procedimentos: a definição de capacidades dos alunos a serem atingidas, a organização da sala de aula e de um ambiente de letramento, a escolha de materiais, de atividades pedagógicas e de formas de avaliar. Os procedimentos que precisam ser considerados nas decisões metodológicas são focalizados nos cadernos 2, 3 e 4. Todos os encaminhamentos, nesse campo, dependem de um contexto de construção coletiva do projeto de alfabetização para a escola e da política mais ampla de organização do ensino em uma proposta de ciclos. Decisões metodológicas devem ser objeto de discussão permanente de professores e têm tanta importância quanto as discussões conceituais. A referência explícita à escolha de métodos de alfabetização não deve ser interpretada como retrocesso no tempo ou como adesão a práticas anteriores que deslocavam para a escolha do método todo o peso do trabalho pedagógico desenvolvido com as crianças. O que se pretende é dar visibilidade a determinados princípios organizadores desse trabalho, capazes de conduzir o processo de alfabetizaçãoemuma das suas facetas: a do método Método, do grego méthodos: caminho (ode) para se chegar a um fim (meta).

Três questões centrais orientarão a reflexão sobre o tema desta seção: • Quais são os princípios presentes nas concepções sobre métodos de alfabetização e o que representam na prática pedagógica? • Quais são os princípios metodológicos valorizados como permanentes e que, portanto, persistem nas práticas atuais? • Quais são os critérios mais relevantes para as tomadas de decisão relativas a métodos de alfabetização? 3.1. Os princípios subjacentes aos métodos de alfabetização e seu significado na prática pedagógica Essas vertentes metodológicas são também discutidas no caderno 1 e na seção de apresentação do caderno 2. Os métodos voltados para a sistematização da prática alfabetizadora, em nossa tradição pedagógica, têm sido organizados em torno de duas vertentes: os métodos sintéticos e os métodos analíticos. a) Métodos sintéticos Os métodos sintéticos partem de unidades menores do que as palavras, tais como a letra (método de soletração), o fonema (método fônico) e as sílabas (método silábico ). A lógica que organiza cada um destes métodos sintéticos é parecida: ensina-se a ler e a escrever a partir da apresentação de unidades menores, em uma progressão que pretende ir do mais simples para o mais complexo, numa seqüência fixa estabelecida pelo professor ou pelo livro didático, privilegiando o processo de decodificação. Estes métodos, em seu conjunto, abordam uma dimensão importante e necessária para o aprendizado da escrita: a análise das relações entre fonemas ("sons" ou unidades sonoras) e grafemas ("letras" ou grupos de letras). As relações entre fonemas e grafemas são analisadas do ponto de vista conceitual e procedimental na segunda seção do Caderno 2. De fato, dificilmente alguém aprenderá a ler ou escrever sem que opere com os fonemas e o modo de representá-lo graficamente. É importante, como já se enfatizou em várias seções desta coleção, que a criança focalize a pauta sonora da língua, observando segmentos

3. O LUGAR DA DISCUSSÃO METODOLÓGICA NO CONJUNTO DE DECISÕES RELACIONADAS À ALFABETIZAÇÃO<br />

Nas últimas décadas, a discussão sobre aspectos meto<strong>do</strong>lógicos da <strong>alfabetização</strong> ce<strong>de</strong>u lugar à discussão <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> <strong>alfabetização</strong> e<br />

letramento, com ênfase no processo <strong>de</strong> construção <strong>do</strong> conhecimento pela criança. Os <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos <strong>de</strong>ssa mudança <strong>de</strong> pólo exigiram a<br />

ampliação da discussão da didática da <strong>alfabetização</strong>, redimensionada em novas bases teóricas.<br />

As <strong>de</strong>cisões meto<strong>do</strong>lógicas pertinentes à <strong>alfabetização</strong> incluem tomadas <strong>de</strong> posição que vão<br />

além da escolha <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s, envolven<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong> procedimentos: a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s alunos a serem atingidas, a <strong>organização</strong> da sala <strong>de</strong> aula e <strong>de</strong> um ambiente<br />

<strong>de</strong> letramento, a escolha <strong>de</strong> materiais, <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s pedagógicas e <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> avaliar.<br />

Os procedimentos que<br />

precisam ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s nas <strong>de</strong>cisões<br />

meto<strong>do</strong>lógicas são<br />

focaliza<strong>do</strong>s nos ca<strong>de</strong>rnos<br />

2, 3 e 4.<br />

To<strong>do</strong>s os encaminhamentos, nesse campo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um contexto <strong>de</strong> construção coletiva <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> <strong>alfabetização</strong> <strong>para</strong> a escola e da<br />

política mais ampla <strong>de</strong> <strong>organização</strong> <strong>do</strong> ensino em uma proposta <strong>de</strong> <strong>ciclo</strong>s. Decisões meto<strong>do</strong>lógicas <strong>de</strong>vem ser objeto <strong>de</strong> discussão<br />

permanente <strong>de</strong> professores e têm tanta importância quanto as discussões conceituais.<br />

A referência explícita à escolha <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>alfabetização</strong> não<br />

<strong>de</strong>ve ser interpretada como retrocesso no tempo ou como a<strong>de</strong>são a<br />

práticas anteriores que <strong>de</strong>slocavam <strong>para</strong> a escolha <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o<br />

peso <strong>do</strong> trabalho pedagógico <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> com as crianças. O que se<br />

preten<strong>de</strong> é dar visibilida<strong>de</strong> a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s princípios organiza<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong>sse trabalho, capazes <strong>de</strong> conduzir o processo <strong>de</strong><br />

<strong>alfabetização</strong>emuma das suas facetas: a <strong>do</strong> méto<strong>do</strong><br />

Méto<strong>do</strong>, <strong>do</strong> grego<br />

métho<strong>do</strong>s: caminho (o<strong>de</strong>)<br />

<strong>para</strong> se chegar a um fim<br />

(meta).

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