drogas e sistema nervoso - Centro de Referência Virtual do Professor
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DROGAS E SISTEMA NERVOSO<br />
Autoras:<br />
Junia Freguglia<br />
Marina Fonseca<br />
Tópico n.º 8 <strong>do</strong> CBC <strong>de</strong> Ciências<br />
(www.cicloceap.com.br acesso em 26/03/09)<br />
Habilida<strong>de</strong>s Básicas recomendadas no CBC:<br />
• Compreen<strong>de</strong>r a estrutura <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong>;<br />
• Explicar a transmissão <strong>de</strong> impulsos <strong>nervoso</strong>s;<br />
• Relacionar o efeito das <strong>drogas</strong> com a alteração <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong> <strong>sistema</strong><br />
<strong>nervoso</strong>;<br />
• I<strong>de</strong>ntificar <strong>drogas</strong> que alteram o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong>;<br />
• Avaliar as conseqüências <strong>do</strong> uso das <strong>drogas</strong> no convívio social.<br />
Organização <strong>do</strong> texto:<br />
• Informação<br />
• História<br />
• Ativida<strong>de</strong>s<br />
• Projetos<br />
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------<br />
1
I. Introdução<br />
O que são <strong>drogas</strong>? Por que as <strong>drogas</strong> mudam o comportamento das pessoas? Que<br />
mudanças elas provocam no organismo? Por que elas viciam? Há <strong>drogas</strong> que são<br />
permitidas? Quais são os perigos relaciona<strong>do</strong>s ao uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong>? Qual a relação<br />
entre <strong>drogas</strong> e <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong>?<br />
É preciso saber.<br />
Usan<strong>do</strong> <strong>drogas</strong>: multiplican<strong>do</strong> os riscos<br />
Procurar informações sobre o que são as <strong>drogas</strong> e os seus efeitos não significa querer consumi-las.<br />
As perguntas sobre o assunto são freqüentes entre os jovens. O que é maconha? Crack e cocaína<br />
são a mesma coisa? Existem <strong>drogas</strong> leves e <strong>drogas</strong> pesadas? O que é <strong>de</strong>pendência? O álcool faz<br />
mal, mesmo consumi<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>radamente? On<strong>de</strong> procurar tratamento? Com quem falar sobre o<br />
assunto?<br />
Essas e outras dúvidas são comuns entre os jovens e, infelizmente, as respostas muitas vezes são<br />
repletas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação, fantasias, mitos e até preconceitos. As dúvidas chegam a ser mais<br />
freqüentes que o próprio uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas substâncias. São poucas as pessoas que têm<br />
condições <strong>de</strong> respondê-las com conhecimento real, seguro e isento. Além disso, em algumas<br />
ocasiões, o jovem tem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> perguntar a seus pais pelo receio <strong>de</strong> eles pensarem que está<br />
usan<strong>do</strong> <strong>drogas</strong>.<br />
A informação nunca <strong>de</strong>ve ser negada. Saber o conceito e os tipos <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> é o primeiro passo.<br />
Trecho <strong>do</strong> texto extraí<strong>do</strong> <strong>de</strong> http://www.drashirley<strong>de</strong>campos.com.br/noticias/4412 acesso em 13/03/09<br />
O conhecimento é fundamental em todas as ocasiões da nossa vida. Saber sobre<br />
como as coisas são e como funcionam ajuda bastante no nosso dia-a-dia,<br />
especialmente quan<strong>do</strong> precisamos tomar <strong>de</strong>cisões. Não seria diferente quan<strong>do</strong> se<br />
trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir se queremos uma vida saudável ou não, e isso inclui o uso ou não<br />
<strong>de</strong> <strong>drogas</strong>.<br />
As <strong>drogas</strong> agem especialmente sobre o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> alteran<strong>do</strong> o seu<br />
funcionamento. Como veremos, o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> é responsável pela coor<strong>de</strong>nação<br />
<strong>de</strong> todas as funções <strong>do</strong> corpo. Suas células são permanentes, ou seja, não são<br />
substituídas ao longo da vida como acontece com outros órgãos <strong>do</strong> corpo humano.<br />
Significa, portanto, que o uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> afeta o organismo <strong>de</strong> forma agressiva<br />
provocan<strong>do</strong> danos às vezes irreversíveis.<br />
2
Então, vamos conhecer o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> e como os diversos tipos <strong>de</strong> <strong>drogas</strong><br />
afetam o seu funcionamento. Também vamos discutir outros problemas como as<br />
mudanças <strong>de</strong> comportamento que afetam o convívio social <strong>do</strong> usuário <strong>de</strong> <strong>drogas</strong>.<br />
Projeto 1 – O que você quer saber?<br />
Um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por uma pesquisa<strong>do</strong>ra da Tanzânia no ano <strong>de</strong> 2001 revelou o<br />
que jovens e a<strong>do</strong>lescentes com ida<strong>de</strong> entre 11 e 20 anos, <strong>de</strong> regiões diferentes<br />
daquele país, alunos <strong>de</strong> escolas primárias e secundárias, gostariam <strong>de</strong> saber sobre<br />
<strong>drogas</strong> e seu uso. A partir <strong>de</strong>sse levantamento foi produzi<strong>do</strong> um folheto informativo<br />
com 37 perguntas e respostas. O folheto está disponível no site indica<strong>do</strong> na<br />
bibliografia <strong>de</strong>sse módulo.<br />
A) Consulte o folheto e i<strong>de</strong>ntifique as perguntas que você também faria. I<strong>de</strong>ntifique<br />
aquelas que são específicas <strong>do</strong>s estudantes daquela região.<br />
B) Discuta com seus colegas e professor(a): O contato com as <strong>drogas</strong> po<strong>de</strong> variar<br />
<strong>de</strong> um país para outro? De uma região para outra? Por quê?<br />
C) Assim como a pesquisa<strong>do</strong>ra, a classe po<strong>de</strong>rá produzir um folheto informativo.<br />
Cada estudante <strong>de</strong>verá fazer uma pergunta. Todas as perguntas <strong>de</strong>vem ser<br />
colocadas em uma caixa. Depois, essas perguntas <strong>de</strong>verão ser redistribuídas<br />
aleatoriamente <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que cada estudante responda uma pergunta <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
pesquisar sobre ela. De posse <strong>de</strong> todas as perguntas e respostas, o(a) professor(a)<br />
ou um(a) estudante ficará responsável por produzir o folheto. Ao(à) professor(a)<br />
caberá a revisão das respostas.<br />
3
I. Sistema <strong>nervoso</strong>: como é, como funciona<br />
Observe as figuras:<br />
www.ji.inf.br acesso em<br />
23/03/09<br />
As figuras acima provocaram alguma sensação em você? Provavelmente, sim. Se<br />
você sentiu me<strong>do</strong>, tristeza, alegria ou fome ven<strong>do</strong> as imagens, então você recebeu<br />
estímulos que provocaram pensamentos, sensações e respostas (lágrimas,<br />
salivação, por exemplo). Tu<strong>do</strong> isso é coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> pelo Sistema Nervoso, integra<strong>do</strong> a<br />
diversos órgãos <strong>do</strong> seu corpo. Vamos conhecer como é e como funciona esse<br />
<strong>sistema</strong>.<br />
ENCÉFALO<br />
www.orapois.com.br acesso em<br />
23/03/09<br />
Figura 1. Representação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong>.<br />
www.oi<strong>de</strong>alista.com acesso em 13/03/09<br />
MEDULA ESPINHAL<br />
souddd.files.wordpress acesso em<br />
23/03/09<br />
Embora exista apenas um <strong>sistema</strong><br />
<strong>nervoso</strong>, para enten<strong>de</strong>rmos<br />
melhor, ele po<strong>de</strong> ser separa<strong>do</strong> em<br />
várias partes, basean<strong>do</strong>-se em<br />
características funcionais e <strong>de</strong><br />
localização. Assim, para efeito <strong>de</strong><br />
estu<strong>do</strong>, o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> po<strong>de</strong><br />
ser dividi<strong>do</strong> em duas partes: O<br />
<strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> central (composto<br />
pelo encéfalo e medula espinhal) e<br />
o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> periférico<br />
(composto pelo teci<strong>do</strong> <strong>nervoso</strong>,<br />
localiza<strong>do</strong> fora <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong><br />
central).<br />
4
Sistema Nervoso Central (SNC) = Encéfalo + Medula<br />
Espinhal<br />
É no <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> central que ocorrem nossos<br />
pensamentos e emoções, e on<strong>de</strong> ficam nossas memórias<br />
e ocorre to<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> estímulo sensitivo.<br />
To<strong>do</strong> o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> central está protegi<strong>do</strong> por ossos e<br />
membranas. O encéfalo está protegi<strong>do</strong> pela caixa<br />
craniana e a medula espinhal pela coluna vertebral.<br />
Ambos estão envolvi<strong>do</strong>s por membranas <strong>de</strong>signadas<br />
meninges e por um líqui<strong>do</strong> cefalorraquidiano.<br />
A figura 3 mostra um corte <strong>do</strong> crânio e da<br />
membrana que envolve o encéfalo.<br />
O encéfalo é forma<strong>do</strong> por partes que<br />
<strong>de</strong>sempenham funções diferentes como mostra a<br />
figura 4.<br />
Ainda há outras divisões <strong>do</strong> encéfalo em regiões<br />
responsáveis pelo controle da temperatura corporal,<br />
da se<strong>de</strong>, da fome; pelo comportamento emocional,<br />
memória e aprendiza<strong>do</strong>. Ainda, pela visão, audição,<br />
movimento <strong>do</strong>s olhos e movimento <strong>do</strong> corpo.<br />
• Pensamento<br />
• Movimento voluntário<br />
• Linguagem<br />
• Julgamento<br />
• Percepção<br />
• Movimento<br />
• Equilíbrio<br />
• Postura<br />
PONTE, MEDULA E BULBO<br />
(TRONCO DO ENCÉFALO):<br />
• Respiração<br />
• Ritmo <strong>do</strong>s<br />
batimentos cardíacos<br />
• Pressão Arterial<br />
Figura 4. Funções <strong>do</strong> encéfalo. CD ROM Revista Clipart. Ed Ondas. 2005. (modifica<strong>do</strong>)<br />
Figura 2. Sistema <strong>nervoso</strong> central.<br />
3.bp.blogspot.com acesso em 13/03/09<br />
Figura 3. Corte <strong>de</strong> crânio e <strong>de</strong> meninge.<br />
<strong>sistema</strong><strong>nervoso</strong>now.blogspot.com acesso em 3/03/09<br />
5
Sistema Nervoso Periférico (SNP)<br />
O <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> periférico (SNP) está forma<strong>do</strong> por nervos e gânglios localiza<strong>do</strong>s<br />
fora <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> central. Os nervos conectam as partes <strong>do</strong> corpo com o<br />
<strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> central e os gânglios (grupos <strong>de</strong> corpos <strong>de</strong> células nervosas) são<br />
associa<strong>do</strong>s aos nervos.<br />
O <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> periférico inclui 12 pares <strong>de</strong> nervos cranianos, que se originam<br />
<strong>do</strong> cérebro e <strong>do</strong> tronco <strong>do</strong> encéfalo e 31 pares <strong>de</strong> nervos espinhais, que se originam<br />
da medula espinhal.<br />
O Sistema Nervoso Periférico ainda se subdivi<strong>de</strong> em:<br />
• Sistema Nervoso Somático: Sua função é reagir a estímulos provenientes <strong>do</strong><br />
ambiente externo. É constituí<strong>do</strong> por fibras motoras que conduzem impulsos <strong>do</strong><br />
<strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> central aos músculos esqueléticos. E também po<strong>de</strong> ser chama<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> Voluntário, pois po<strong>de</strong>mos controlá-lo segun<strong>do</strong> a nossa vonta<strong>de</strong>.<br />
• Sistema Nervoso Autônomo: funciona in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> nossa vonta<strong>de</strong> e<br />
tem função <strong>de</strong> regular o ambiente interno <strong>do</strong> corpo, controlan<strong>do</strong> a ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
<strong>sistema</strong>s digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Contém fibras nervosas<br />
que conduzem impulsos <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> central aos músculos lisos das<br />
vísceras e à musculatura <strong>do</strong> coração. É subdividi<strong>do</strong> em <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> simpático<br />
e <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> parassimpático:<br />
Esses <strong>do</strong>is <strong>sistema</strong>s<br />
têm funções<br />
contrárias. Se o<br />
<strong>sistema</strong> simpático<br />
acelera o trabalho<br />
<strong>do</strong> estômago e <strong>do</strong>s<br />
intestinos, o<br />
parassimpático entra<br />
em ação para<br />
diminuir as<br />
contrações <strong>de</strong>sses<br />
órgãos, por<br />
exemplo. Figura 5. Representação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> periférico. www.afh.bio.br acesso em 17/03/09<br />
6
De forma geral, po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r que o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> <strong>de</strong>sempenha inúmeras<br />
tarefas, e, que, através <strong>do</strong>s impulsos elétricos que ocorrem entre seus bilhões <strong>de</strong><br />
neurônios, ele é capaz <strong>de</strong> se conectar com todas as partes <strong>de</strong> nosso corpo. Mas<br />
como essa conexão é feita? Isso é o que veremos a seguir.<br />
Ativida<strong>de</strong> 2 – Compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as funções <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong><br />
A) Lembrar-se <strong>de</strong> um compromisso.<br />
B) Ouvir o canto <strong>de</strong> um pássaro.<br />
Em um aci<strong>de</strong>nte automobilístico, uma pessoa teve<br />
uma lesão no <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong>, no local indica<strong>do</strong><br />
pela seta. Responda SIM ou NÃO para as funções<br />
que ela po<strong>de</strong>rá realizar após o aci<strong>de</strong>nte. Explique<br />
suas respostas.<br />
C) Resolver, mentalmente, um problema matemático.<br />
D) Retirar a mão <strong>de</strong> um objeto quente.<br />
E) Realizar um trabalho manual.<br />
II. Transmissão <strong>de</strong> impulsos <strong>nervoso</strong>s – o que é como se dá?<br />
Quem é você?<br />
Para respon<strong>de</strong>r a essa pergunta, talvez você conte a história da sua vida, suas preferências,<br />
emoções, crenças, enfim, tu<strong>do</strong> aquilo que lhe faz ver o mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma maneira particular. É uma<br />
espécie <strong>de</strong> filme autobiográfico. São flashes <strong>do</strong> último final <strong>de</strong> semana, <strong>do</strong> sabor da sobremesa<br />
favorita, lembranças da infância mescladas com sensações <strong>de</strong> alegria, cansaço, fome. E o mais<br />
importante: no fun<strong>do</strong>, você sabe que essas imagens e sensações são exclusivas. Ninguém, além <strong>de</strong><br />
você, po<strong>de</strong> entrar na sua mente e assistir ao mesmo filme. Mas como essa superprodução é escrita,<br />
produzida e dirigida no seu cérebro?.<br />
Ou melhor: como um órgão com a consistência <strong>de</strong> um pudim é capaz <strong>de</strong> criar pensamentos,<br />
memória, me<strong>do</strong>, prazer e toda a complexida<strong>de</strong> que distingue o homem <strong>de</strong> outras espécies?<br />
7
Como não se conhecia o interior <strong>de</strong>ssa caixa, durante séculos seu estu<strong>do</strong> ficou restrito às<br />
especulações <strong>de</strong> teólogos e filósofos. Mas isso está mudan<strong>do</strong>. A mo<strong>de</strong>rna neurologia tem revela<strong>do</strong><br />
uma visão surpreen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> órgão mais complexo <strong>do</strong> corpo e promete <strong>de</strong>ixar o século XXI<br />
conheci<strong>do</strong> como o século em que enten<strong>de</strong>mos o cérebro. "Começamos a <strong>de</strong>cifrar esse mistério", diz<br />
o neurologista português António Damásio, pesquisa<strong>do</strong>r da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Iowa, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />
"Comparada com a era da corrida espacial, estamos a meio caminho <strong>de</strong> explorar esse universo<br />
chama<strong>do</strong> cérebro."<br />
A analogia com a astronomia não é gratuita. Há no cérebro uma constelação gigante com mais <strong>de</strong><br />
100 bilhões <strong>de</strong> células nervosas, os conheci<strong>do</strong>s neurônios. A conexão entre os neurônios - sinapses<br />
- controla <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as batidas <strong>do</strong> seu coração até a lembrança <strong>de</strong> um amor antigo. O número <strong>de</strong>ssas<br />
conexões supera o <strong>de</strong> estrelas nas galáxias e se você resolvesse contar uma <strong>de</strong>las por segun<strong>do</strong>,<br />
apenas na região <strong>do</strong> córtex (camada externa <strong>do</strong> cérebro), precisaria <strong>de</strong> 32 milhões <strong>de</strong> anos.<br />
Enquanto nossos 100 bilhões <strong>de</strong> neurônios equivalem ao número <strong>de</strong> árvores na floresta amazônica,<br />
as sinapses seriam cada folhinha <strong>de</strong> todas essas árvores.<br />
Mesmo que a medicina possa um dia transplantar qualquer órgão <strong>do</strong> corpo, não faria senti<strong>do</strong> receber<br />
o cérebro <strong>de</strong> outra pessoa. Ainda que isso fosse possível, seria mais correto afirmar que foi o<br />
cérebro transplanta<strong>do</strong> que recebeu um novo corpo. Confuso? É que para os neurologistas, o cérebro<br />
guarda o que você é. Incluin<strong>do</strong> aí a sua personalida<strong>de</strong>.<br />
A primeira gran<strong>de</strong> prova, na medicina, <strong>de</strong> que até a personalida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> mudar após uma mudança<br />
física no cérebro surgiu com um bizarro aci<strong>de</strong>nte ocorri<strong>do</strong> em 1848, no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Vermont, EUA.<br />
Phineas Gage, um capataz <strong>de</strong> 25 anos que trabalhava na construção <strong>de</strong> ferrovias, foi vítima <strong>de</strong> um<br />
aci<strong>de</strong>nte. Após uma explosão, uma barra <strong>de</strong> ferro em forma <strong>de</strong> lança entrou pelo la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> da<br />
sua face, atravessou a base <strong>do</strong> crânio e saiu como um projétil pelo topo da cabeça. Gage caiu no<br />
chão, sofreu convulsões e, logo <strong>de</strong>pois, ocorreu o inespera<strong>do</strong>: recobrou a consciência e voltou a<br />
falar normalmente. Alguns meses após o aci<strong>de</strong>nte, os médicos e os amigos <strong>de</strong> Gage notaram que<br />
ele não era o mesmo. Segun<strong>do</strong> o relato da época, ele sofrera uma mudança abrupta no caráter.<br />
Conheci<strong>do</strong> até então como uma pessoa amigável e trabalha<strong>do</strong>ra, Gage se transformara numa<br />
pessoa insuportável, arrogante e indiferente aos outros - para alguns, ele tinha se transforma<strong>do</strong> num<br />
cafajeste.<br />
Hoje os pesquisa<strong>do</strong>res sabem o suficiente para afirmar que a área afetada no cérebro <strong>de</strong> Gage, o<br />
córtex pré-frontal (camada externa <strong>do</strong> cérebro logo abaixo da testa), tem um papel importante em<br />
nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentir emoções. As imagens computa<strong>do</strong>rizadas <strong>do</strong> crânio <strong>de</strong> Gage e a análise<br />
<strong>de</strong> pacientes que sofreram danos na mesma região mostraram que, quan<strong>do</strong> essa área é afetada, os<br />
pacientes parecem incapazes <strong>de</strong> sentir emoções como antes. Com a perda <strong>de</strong>ssa capacida<strong>de</strong>,<br />
tornam-se geralmente indiferentes e passam a ter dificulda<strong>de</strong>s para tomar <strong>de</strong>cisões em suas vidas.<br />
Apesar <strong>do</strong>s novos mo<strong>de</strong>los da mente, os cientistas reconhecem que ainda falta muito para o<br />
entendimento <strong>de</strong> como essas conexões se articulam para produzir nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir<br />
sobre a própria existência. Resta saber se, um dia, essa exploração po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong>r à pergunta<br />
8
que aflige os homens <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o cérebro se tornou capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>svendar o cérebro: existe alguma<br />
forma <strong>de</strong> consciência após a nossa morte?<br />
Até mesmo René Descartes, o filósofo francês que, no século XVI, provou que existimos pela<br />
consciência "penso, logo existo", o cérebro era uma máquina pilotada pela alma. Descartes chegou a<br />
propor que a alma estava alojada na glândula pineal, que hoje os cientistas atribuem ao sono.<br />
"Gostaria <strong>de</strong> acreditar numa vida eterna, mas não tenho nenhuma evidência <strong>de</strong> que a consciência<br />
existe fora <strong>do</strong> corpo", diz o neurologista António Damásio.<br />
Ativida<strong>de</strong> 3 – Retoman<strong>do</strong> a leitura<br />
Releia o texto “Quem é você?” e responda:<br />
Cavalcante, Rodrigo. “Cabeça Aberta”. Superinteressante, <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001. (Texto adapta<strong>do</strong>)<br />
A) Pesquise sobre a ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s teólogos e filósofos e discuta com seus colegas:<br />
Por que durante séculos o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> cérebro ficou restrito às especulações <strong>de</strong>ssas<br />
pessoas?<br />
B) O que são neurônios? Qual a sua importância?<br />
C) Uma lesão no cérebro ou na medula espinhal po<strong>de</strong> comprometer a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> locomoção, da fala, entre outras funções. Como isso se explica?<br />
Neurônios e sinapses - A transmissão <strong>de</strong> impulsos<br />
Todas as sensações <strong>de</strong>scritas no texto “Cabeça Aberta” são coor<strong>de</strong>nadas pelo<br />
<strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong>.<br />
O <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> funciona como uma gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicações, em que as<br />
mensagens têm a forma <strong>de</strong> sinais químicos e<br />
elétricos.<br />
O teci<strong>do</strong> que forma o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> é constituí<strong>do</strong><br />
especialmente por neurônios. O neurônio é uma<br />
célula <strong>de</strong> forma estrelada, capaz <strong>de</strong> receber,<br />
conduzir e interpretar os sinais elétricos e químicos.<br />
Simplificadamente, a condução <strong>do</strong> impulso <strong>nervoso</strong><br />
Figura 6. Ilustração <strong>de</strong> neurônios.<br />
www.lncc.br acesso em 17/03/09<br />
ocorre da seguinte maneira (acompanhe a figura 7): os <strong>de</strong>ndritos ou o corpo celular<br />
recebem um estímulo que é transmiti<strong>do</strong> ao axônio. Ao final da transmissão <strong>do</strong><br />
9
estímulo, o axônio libera uma<br />
substância que estimula os <strong>de</strong>ndritos<br />
<strong>do</strong> neurônio seguinte. O estímulo é<br />
passa<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong> pelos neurônios<br />
ao longo da fibra nervosa até chegar<br />
ao órgão <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, provocan<strong>do</strong><br />
uma resposta.<br />
O estímulo po<strong>de</strong> ser o frio, o calor, a<br />
pressão <strong>de</strong> um objeto, por exemplo. A resposta po<strong>de</strong>rá ser o movimento <strong>do</strong>s<br />
músculos para aproximar ou afastar o corpo <strong>de</strong>ssas sensações. O <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong><br />
também é estimula<strong>do</strong> por sensações <strong>de</strong> me<strong>do</strong>, prazer, alegria, fome, raiva, enfim,<br />
por necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> corpo ou pelo contato <strong>do</strong> corpo com o ambiente.<br />
O lugar on<strong>de</strong> os axônios <strong>de</strong> um neurônio e os <strong>de</strong>ndritos <strong>do</strong> outro se comunicam é<br />
<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> sinapse (figura 8). Na sinapse são liberadas as substâncias que fazem<br />
a comunicação entre os neurônios. Essas substâncias são <strong>de</strong>nominadas<br />
neurotransmissores. Os neurotransmissores são libera<strong>do</strong>s por um neurônio e<br />
capta<strong>do</strong>s pelo neurônio seguinte, passan<strong>do</strong> assim a informação necessária. A<br />
adrenalina é um exemplo <strong>de</strong> neurotransmissor.<br />
Figura 7. Esquema das partes <strong>de</strong> um neurônio.<br />
www.filosofiaadistancia.com.br acesso em 17/03/09<br />
Figura 8. Diagrama <strong>de</strong> um nervo mostran<strong>do</strong> a sinapse, as membranas pré e pós sinápticas e a ação <strong>do</strong>s<br />
neurotransmissores. http://clarindasousa.no.sapo.pt/images/sinapse.jpg acesso em 16/03/09.<br />
10
Ativida<strong>de</strong> 4 – Efeitos da adrenalina e outros neurotransmissores<br />
Por que corremos riscos<br />
Levadas pelos amigos, pela vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fugir <strong>do</strong> tédio e pelo puro prazer,<br />
as pessoas voam, saltam e mergulham<br />
em busca <strong>do</strong> frio na barriga<br />
Bel Moherdaui<br />
A boca seca, as pupilas dilatam-se, a pele empali<strong>de</strong>ce, o coração dispara, os pêlos se<br />
eriçam, o estômago vira. Em seguida vêm o alívio, a satisfação, o intenso prazer. A<br />
seqüência <strong>de</strong> emoções é típica das situações <strong>de</strong> alto risco que encantam e atraem um<br />
número cada vez maior <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ptos no Brasil e no resto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Alguns mergulham<br />
no meio <strong>de</strong> tubarões. Outros preferem andar em montanha-russa, vencer corre<strong>de</strong>iras<br />
em um bote inflável ou subir e <strong>de</strong>scer paredões <strong>de</strong> montanhas. Por que tanta gente<br />
corre atrás <strong>de</strong> aventuras? Por que colocar a vida em risco?<br />
"Nada se compara ao prazer <strong>de</strong> ver as janelas passan<strong>do</strong>, a queda livre aceleran<strong>do</strong> você<br />
e o chão crescen<strong>do</strong> na sua frente. É a adrenalina, a emoção, o vento, tu<strong>do</strong> isso<br />
mistura<strong>do</strong>", tenta explicar o paulista Luiz Henrique Tapajós, o Sabiá, 30 anos, que já fez<br />
cerca <strong>de</strong> 700 saltos <strong>de</strong> base jump, um <strong>do</strong>s esportes com mais risco <strong>de</strong> morte <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
Quem experimenta um esporte arrisca<strong>do</strong> em geral a<strong>do</strong>ra, mas <strong>de</strong>pois volta para casa e<br />
para o emprego <strong>de</strong> sempre, contentan<strong>do</strong>-se com um ou outro bis <strong>de</strong> vez em quan<strong>do</strong>.<br />
Uns poucos são fisga<strong>do</strong>s pela adrenalina e mergulham no perigo.<br />
Luiz Henrique Tapajós, o Sabiá, 30, praticante <strong>de</strong><br />
base jump, um <strong>do</strong>s esportes mais arrisca<strong>do</strong>s<br />
"Para viver <strong>do</strong> jeito que eu quero, preciso correr<br />
riscos. Não é que eu corra atrás <strong>do</strong> perigo. Ele é uma<br />
conseqüência da emoção, <strong>do</strong> prazer, da aventura."<br />
A <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> emoção que Sabiá e seus colegas radicais perseguem é, fisicamente<br />
falan<strong>do</strong>, uma reação bioquímica que envolve a liberação no cérebro <strong>de</strong> três substâncias:<br />
11
a conhecida adrenalina, a en<strong>do</strong>rfina e a <strong>do</strong>pamina. Quan<strong>do</strong> a pessoa começa a se<br />
aprontar para a aventura, ela recebe uma <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> adrenalina, o media<strong>do</strong>r químico<br />
que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o mun<strong>do</strong> é mun<strong>do</strong>, prepara o corpo para duas reações primordiais à<br />
vida: a fuga e a luta. É <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>scarga que vêm a boca seca, o aumento da freqüência<br />
cardíaca, a dilatação das pupilas e a redistribuição <strong>do</strong> fluxo sanguíneo. Durante a prática<br />
da ativida<strong>de</strong>, entra em ação a en<strong>do</strong>rfina, outro media<strong>do</strong>r químico, que tem a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> amortecer a <strong>do</strong>r e o <strong>de</strong>sconforto provoca<strong>do</strong>s por eventuais lesões – daí que muita<br />
gente só venha a perceber que quebrou o pé ou cortou o braço <strong>de</strong>pois que a ativida<strong>de</strong><br />
acaba e o corpo "esfria". Por fim, entra em cena a <strong>do</strong>pamina, que atua no centro <strong>de</strong><br />
prazer <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> e é responsável pela sensação <strong>de</strong> satisfação ao final da<br />
prova. "Algumas pessoas têm uma regulagem diferenciada <strong>de</strong> <strong>do</strong>pamina. Quanto maior<br />
a quantida<strong>de</strong> liberada, mais o indivíduo precisa <strong>de</strong>la. Se ficar sem sua <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>pamina, ele po<strong>de</strong> até entrar em <strong>de</strong>pressão ou se tornar agressivo", alerta o professor<br />
<strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> psicobiologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo Marco Tulio <strong>de</strong><br />
Mello. Segun<strong>do</strong> ele, ainda não se sabe por que algumas pessoas precisam estimular<br />
mais as áreas <strong>do</strong> prazer <strong>do</strong> que outras, mas é fato comprova<strong>do</strong> que algumas<br />
<strong>de</strong>senvolvem um quadro pareci<strong>do</strong> com o da <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> quan<strong>do</strong> se privam<br />
<strong>de</strong>ssas emoções. "Se fico muito tempo sem surfar, eu me sinto mal, <strong>de</strong>primi<strong>do</strong>,<br />
estressa<strong>do</strong>", concorda o surfista Carlos Burle, <strong>de</strong> 33 anos, <strong>do</strong> Recife, especialista em<br />
ondas gigantes. Burle enfrenta "monstros" marinhos <strong>de</strong> até 15 metros <strong>de</strong> altura há<br />
muitos anos, mas confessa que <strong>do</strong>rme mal na véspera e se sente intranqüilo. "Antes <strong>de</strong><br />
entrar, o coração dispara e a boca fica seca, é aquele nervosismo. Nem gosto <strong>de</strong> ficar<br />
olhan<strong>do</strong> muito o mar", <strong>de</strong>screve. "Na hora em que estou na onda, fico tão compenetra<strong>do</strong><br />
que nem sinto tanto prazer. Bom mesmo é quan<strong>do</strong> acaba", diz.<br />
Christian Gaul<br />
Kai Konragan<br />
Carlos Burle, 33, surfista <strong>de</strong> ondas<br />
gigantes<br />
"Pegar uma onda gigante é uma<br />
sensação muito boa, dá um prazer<br />
muito gran<strong>de</strong>. É muito arrisca<strong>do</strong>, mas<br />
se fizer com consciência e preparo<br />
físico você não vai morrer."<br />
Nem é preciso onda gigante – por muito menos, o trio adrenalina-en<strong>do</strong>rfina-<strong>do</strong>pamina<br />
se faz presente. Descer na montanha-russa dá um frio na barriga? Culpa da adrenalina,<br />
que tira o sangue <strong>de</strong> áreas prescindíveis, como estômago, e o redireciona para os<br />
12
músculos, preparan<strong>do</strong> o corpo para, mais uma vez, fugir ou lutar. "É justamente por<br />
causa da diminuição <strong>do</strong> fluxo sanguíneo no <strong>sistema</strong> digestivo que as pessoas têm enjôos<br />
em situações <strong>de</strong> risco", explica o fisiologista Turíbio Leite <strong>de</strong> Barros.<br />
A viagem <strong>de</strong> férias i<strong>de</strong>al da funcionária pública Cibele Tolentino, 39 anos, <strong>de</strong> São José <strong>do</strong><br />
Rio Preto, interior <strong>de</strong> São Paulo, é exemplo típico <strong>do</strong> que é visto como pura maluquice.<br />
Fã <strong>de</strong> mergulho, ela aproveitou uma temporada na ilha <strong>de</strong> Nassau, nas Bahamas, para<br />
confraternizar com tubarões. "De cima <strong>do</strong> barco se vê um monte <strong>de</strong>les. Daí, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
pula na água. Lá embaixo, tem <strong>de</strong> ficar com os braços junto ao corpo, fazen<strong>do</strong> o mínimo<br />
possível <strong>de</strong> movimento. O instrutor leva uma caixa <strong>de</strong> isca e vai alimentan<strong>do</strong> os<br />
tubarões com um arpão. Eles ficam passan<strong>do</strong> em volta da gente. Às vezes esbarram,<br />
mas não fazem nada", ensina ela, que morreu <strong>de</strong> me<strong>do</strong>, a<strong>do</strong>rou e repetiu a experiência.<br />
O me<strong>do</strong>, nessa hora, funciona como um alarme <strong>do</strong> corpo para dizer que o limite está<br />
sen<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong>, e tem <strong>de</strong> ser controla<strong>do</strong>, para atuar como uma forma <strong>de</strong> equilíbrio.<br />
Trecho <strong>de</strong> reportagem da Revista Veja Edição 1 725 - 7 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2001<br />
Gostou da reportagem? Então vamos conversar sobre o que acabamos <strong>de</strong> ler.<br />
Após a leitura, responda as questões:<br />
A) Você já passou por alguma situação em que você experimentou as sensações<br />
<strong>de</strong>scritas na reportagem? Provavelmente, sim. Comente com os colegas.<br />
B) A partir <strong>do</strong>s comentários <strong>do</strong>s colegas, faça uma relação das emoções e<br />
sensações envolvidas em cada situação <strong>de</strong>scrita (me<strong>do</strong>, euforia, liberda<strong>de</strong>, etc)<br />
C) A reportagem cita 3 media<strong>do</strong>res químicos também <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s<br />
neurotransmissores. Transcreva os nomes <strong>de</strong>sses neurotransmissores, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong><br />
as reações que cada um <strong>de</strong>les provoca no organismo.<br />
D) Qual é a função <strong>do</strong>s media<strong>do</strong>res químicos cita<strong>do</strong>s no item anterior?<br />
E) O professor <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> psicobiologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São<br />
Paulo Marco Tulio <strong>de</strong> Mello diz, na reportagem, que “algumas pessoas <strong>de</strong>senvolvem<br />
um quadro pareci<strong>do</strong> com o da <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> quan<strong>do</strong> se privam <strong>de</strong>ssas<br />
emoções”. Qual seria a explicação para a comparação com o efeito das <strong>drogas</strong>? Por<br />
que somente algumas pessoas apresentam essa reação?<br />
F) Pesquise: Por que as pessoas que buscam ativida<strong>de</strong>s que provocam emoções<br />
como os esportes radicais são, na maioria, jovens?<br />
13
Arco-reflexo – sem a participação <strong>do</strong> cérebro<br />
A transmissão <strong>de</strong> impulsos também po<strong>de</strong> se dar em<br />
resposta a um estímulo <strong>de</strong> <strong>do</strong>r, calor, ou outro que<br />
requeira uma resposta rápida. Nesse caso, a<br />
resposta não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> cérebro,<br />
sen<strong>do</strong> necessários apenas neurônios sensitivos (que<br />
recebem o estímulo) e neurônios motores (que<br />
promovem a ação). Quan<strong>do</strong> isso acontece<br />
chamamos <strong>de</strong> arco-reflexo o processo <strong>de</strong> receber e<br />
dar a resposta.<br />
Veja a ilustração da figura 9 (a): É o reflexo patelar.<br />
1. Uma batida no joelho estimula neurônios<br />
sensitivos, geran<strong>do</strong> um sinal <strong>nervoso</strong>.<br />
2. O sinal percorre ao longo <strong>de</strong> uma via <strong>de</strong> nervos<br />
até a medula espinhal.<br />
3. Na medula espinhal, o sinal é transmiti<strong>do</strong> <strong>do</strong> nervo<br />
sensorial ao nervo motor.<br />
4. O nervo motor envia o sinal <strong>de</strong> volta a um músculo da coxa.<br />
5. O músculo contrai, fazen<strong>do</strong> com que a perna se <strong>de</strong>sloque para frente. To<strong>do</strong><br />
reflexo ocorre sem envolvimento <strong>do</strong> cérebro. O mesmo ocorre quan<strong>do</strong> recebemos<br />
estímulo <strong>de</strong> <strong>do</strong>r ou calor como ocorre na figura 9 (b).<br />
Ativida<strong>de</strong> 5 – Testan<strong>do</strong> o arco-reflexo<br />
A figura à esquerda representa uma situação<br />
cotidiana. Ao receber um estímulo externo, o<br />
corpo reage.<br />
A) Qual é o estímulo que está sen<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong><br />
pela pessoa representada na figura?<br />
B) Após receber o estímulo, qual <strong>de</strong>verá ser a<br />
reação da pessoa?<br />
(a)<br />
(b)<br />
Figura 9. Representação <strong>de</strong> arcoreflexo.<br />
www.msd-brazil.com / www.msgateway.com.pt<br />
acesso em 20/03/09<br />
14
C) Explique o que ocorre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o estímulo até a resposta (reação).<br />
D) Como é <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> esse processo?<br />
E) I<strong>de</strong>ntifique as estruturas representadas pelos números 1, 2 e 3.<br />
F) Agora, teste seu arco-reflexo executan<strong>do</strong> o passo n.º 1 da <strong>de</strong>scrição da figura 9(a)<br />
III. Efeitos das <strong>drogas</strong> sobre o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong><br />
Droga: O que é isso?<br />
Ao longo <strong>do</strong>s séculos, o termo para<br />
<strong>de</strong>screver a palavra droga sofreu<br />
gran<strong>de</strong>s variações. Na Grécia<br />
Antiga a droga era <strong>de</strong>nominada<br />
“pharmakon” e possuía dupla<br />
significação: remédio e veneno. Já<br />
o termo “droga” teve origem na<br />
palavra “droog” (holandês antigo)<br />
que significa folha seca, isto<br />
porque antigamente, quase to<strong>do</strong>s<br />
os medicamentos eram<br />
sintetiza<strong>do</strong>s à base <strong>de</strong> vegetais.<br />
Segun<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finição da<br />
Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –<br />
OMS, <strong>de</strong> 1981, que é utilizada até<br />
os dias atuais, droga é qualquer<br />
substância que, não sen<strong>do</strong><br />
produzida pelo organismo, tem a<br />
proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuar sobre um ou<br />
mais <strong>de</strong> seus <strong>sistema</strong>s, produzin<strong>do</strong><br />
alterações em seu funcionamento.<br />
Atualmente, outra <strong>de</strong>finição<br />
bastante utilizada nos meios<br />
acadêmicos, refere-se a <strong>drogas</strong><br />
psicotrópicas ou psicoativas, que<br />
se <strong>de</strong>fine como qualquer<br />
substancia capaz <strong>de</strong> afetar os<br />
processos mentais (pensamento,<br />
memória e percepção).<br />
O termo psicotrópico significa<br />
atração pelo psiquismo, e <strong>drogas</strong><br />
psicotrópicas, são aquelas que<br />
atuam sobre nosso cérebro,<br />
alteran<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguma maneira<br />
nosso psiquismo.<br />
Fonte:<br />
http://www.obid.senad.gov.br/portais/mun<strong>do</strong>jo<br />
vem (texto adapta<strong>do</strong>) Acesso em 18/03/09<br />
Como <strong>de</strong>scrito no quadro ao la<strong>do</strong>, “droga é qualquer<br />
substância que, não sen<strong>do</strong> produzida pelo<br />
organismo, tem a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atuar sobre um ou<br />
mais <strong>de</strong> seus <strong>sistema</strong>s, produzin<strong>do</strong> alterações em<br />
seu funcionamento.” Mas, há uma <strong>de</strong>finição para as<br />
<strong>drogas</strong> que atuam diretamente sobre o Sistema<br />
Nervoso Central (SNC), chamadas psicotrópicas.<br />
De forma resumida, as <strong>drogas</strong> psicotrópicas po<strong>de</strong>m<br />
ser classificadas em três grupos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />
ativida<strong>de</strong> que exercem junto ao nosso cérebro:<br />
<strong>drogas</strong> <strong>de</strong>pressoras, estimulantes e perturba<strong>do</strong>ras ou<br />
alucinógenas. No quadro 1 estão os efeitos e<br />
exemplos <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses grupos.<br />
Por que as <strong>drogas</strong> provocam esses efeitos?<br />
Nós estudamos que as nossas sensações são<br />
coor<strong>de</strong>nadas pelo <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong> central. Nele, há<br />
neurônios que se comunicam através <strong>de</strong><br />
neurotransmissores libera<strong>do</strong>s nas sinapses.<br />
As <strong>drogas</strong> psicotrópicas são substâncias não<br />
produzidas pelo corpo, mas capazes <strong>de</strong> agir<br />
exatamente nos mesmos locais <strong>do</strong>s<br />
neurotransmissores, ou seja, nas sinapses.<br />
15
Quadro 1. Grupos <strong>de</strong> <strong>drogas</strong>. Classificação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o efeito sobre a ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sistema Nervoso<br />
Central.<br />
Depressoras da ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
SNC<br />
Diminuem a ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso<br />
cérebro. A pessoa que faz uso<br />
<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> droga fica<br />
"<strong>de</strong>sligada", "<strong>de</strong>vagar",<br />
<strong>de</strong>sinteressada pelas coisas.<br />
Álcool, soníferos (barbitúricos),<br />
ansiolíticos, opiáceos ou<br />
narcóticos (morfina, heroína),<br />
inalantes ou solventes<br />
O exemplo da cocaína, um<br />
estimulante<br />
Quan<strong>do</strong> estimula<strong>do</strong>s, os<br />
neurônios eliminam<br />
<strong>do</strong>pamina. Como você leu na<br />
reportagem da ativida<strong>de</strong> 4, a<br />
<strong>do</strong>pamina é um<br />
neurotransmissor que produz<br />
prazer em resposta a<br />
acontecimentos positivos na<br />
vida <strong>do</strong> indivíduo.<br />
Quan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>pamina é<br />
eliminada na sinapse por um<br />
neurônio, o neurônio<br />
seguinte é capaz <strong>de</strong><br />
reconhecê-la através <strong>de</strong><br />
receptores especiais. Após o<br />
reconhecimento, a <strong>do</strong>pamina<br />
é recapturada pelo neurônio<br />
que a eliminou.<br />
Estimulantes da ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
SNC<br />
Aumentam a ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso<br />
cérebro. A pessoa que se utiliza<br />
<strong>de</strong>ssas <strong>drogas</strong> fica "ligada",<br />
"elétrica", sem sono.<br />
Anorexígenos (anfetaminas),<br />
cocaína<br />
Perturba<strong>do</strong>ras da ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
SNC<br />
Modificam qualitativamente a<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso cérebro; não<br />
aumentam nem diminuem a<br />
ativida<strong>de</strong> cerebral. Aqui a<br />
mudança é <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. O<br />
cérebro passa a funcionar fora<br />
<strong>do</strong> seu normal, e a pessoa fica<br />
com a mente perturbada.<br />
Origem vegetal: Mescalina,<br />
THC (maconha), psilocibina<br />
(cogumelos), lírio<br />
Sintéticos: LSD, ecstasy,<br />
anticolinérgicos<br />
NEURÔNIO ELIMINANDO DOPAMINA<br />
NEURÔNIO RECEBENDO DOPAMINA<br />
Figura 10. Ação da cocaína na sinapse.<br />
www.cerebromente.org.br acesso em 18/03/09<br />
DOPAMINA<br />
COCAÍNA<br />
16
A cocaína entra nesse <strong>sistema</strong> impedin<strong>do</strong> que a <strong>do</strong>pamina retorne ao neurônio que<br />
a eliminou. Esse neurotransmissor, portanto, permanece na sinapse “passan<strong>do</strong> a<br />
informação” <strong>de</strong> prazer e euforia, sem cessar.<br />
O uso prolonga<strong>do</strong> da cocaína po<strong>de</strong> fazer com que o cérebro se adapte a ela, <strong>de</strong><br />
forma que ele começa a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sta substância para funcionar normalmente<br />
diminuin<strong>do</strong> os níveis <strong>de</strong> <strong>do</strong>pamina no neurônio. Se o indivíduo parar <strong>de</strong> usar<br />
cocaína, já não existe <strong>do</strong>pamina suficiente nas sinapses e então ele experimenta o<br />
oposto <strong>do</strong> prazer - fadiga, <strong>de</strong>pressão e humor altera<strong>do</strong>.<br />
As <strong>drogas</strong> <strong>de</strong>pressoras e perturba<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> SNC também atuam ao nível das<br />
sinapses, <strong>de</strong> diversas formas. Conforme a droga utilizada, haverá diminuição,<br />
aumento ou impedimento da ação <strong>do</strong>s neurotransmissores.<br />
O quadro a seguir <strong>de</strong>screve a ação das <strong>drogas</strong> sobre o organismo através <strong>do</strong>s<br />
efeitos que elas po<strong>de</strong>m provocar nos usuários.<br />
QUADRO 2. CARACTERIZAÇÃO DAS DROGAS SEGUNDO OS EFEITOS IMEDIATOS (POSITIVOS E NEGATIVOS) E<br />
EFEITOS TARDIOS DO CONSUMO CONTÍNUO<br />
DROGA<br />
OPIÁCEOS<br />
(ex.: heroína)<br />
POSITIVOS<br />
são os que o<br />
EFEITOS IMEDIATOS<br />
toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte procura<br />
Elimina a ansieda<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>pressão, promove a confiança,<br />
euforia e extremo bem-estar<br />
NEGATIVOS<br />
mais frequentes na<br />
sobre<strong>do</strong>sagem e em<br />
fases tardias <strong>do</strong><br />
consumo continua<strong>do</strong><br />
Cólicas ab<strong>do</strong>minais,<br />
confusão mental,<br />
convulsões, paragem<br />
respiratória por<br />
inibição <strong>do</strong>s <strong>Centro</strong>s<br />
Respiratórios e, se<br />
não houver<br />
assistência terapêutica<br />
rápida, a morte<br />
EFEITOS TARDIOS DO<br />
CONSUMO CONTÍNUO<br />
Anorexia, emagrecimento e<br />
<strong>de</strong>snutrição, impotência ou<br />
frigi<strong>de</strong>z sexual, esterilida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>mência, confusão e<br />
infecções várias (hepatites,<br />
Sida, en<strong>do</strong>cardites quan<strong>do</strong> a<br />
administração é en<strong>do</strong>venosa)<br />
17
INALANTES<br />
BENZODIAZEPINAS<br />
ÁLCOOL<br />
(tintas, colas,<br />
solventes, etc.)<br />
ANFETAMINAS<br />
Ecstasy<br />
Cocaína<br />
Elimina a ansieda<strong>de</strong> e a tensão<br />
muscular. Promove a <strong>de</strong>sinibição<br />
psicológica e o sono "para <strong>do</strong>rmir<br />
e esquecer"<br />
Igual às benzodiazepinas<br />
Igual às benzodiazepinas<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> auto-<br />
confiança, euforia e energia.<br />
Aumento efêmero da capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> concentração, memorização,<br />
rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> associação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias,<br />
maior força muscular e<br />
diminuição da fadiga, sono,<br />
fome, se<strong>de</strong> ou frio<br />
Diminuição da<br />
coor<strong>de</strong>nação motora,<br />
<strong>do</strong> equilíbrio,<br />
hipotensão,<br />
bradicárdia, paragem<br />
respiratória e morte<br />
Igual às<br />
benzodiazepinas<br />
Embriaguez,<br />
alucinações, diplopia<br />
(visão dupla),<br />
paragem respiratória,<br />
coma e morte<br />
Secura da boca,<br />
suores, febre,<br />
hipertensão e arritmias<br />
cardíacas,<br />
irritabilida<strong>de</strong>,<br />
agressivida<strong>de</strong>,<br />
tremores e<br />
convulsões, <strong>de</strong>lírios<br />
paranói<strong>de</strong>s<br />
A exaustão contínua<br />
po<strong>de</strong> provocar<br />
<strong>de</strong>sidratação,<br />
problemas cardíacos,<br />
renais e morte<br />
A cocaína está<br />
frequentemente<br />
associada à<br />
perfuração <strong>do</strong> septo<br />
nasal<br />
Emagrecimento, ansieda<strong>de</strong>,<br />
irritabilida<strong>de</strong> e agressivida<strong>de</strong>,<br />
gran<strong>de</strong> labilida<strong>de</strong> emocional,<br />
<strong>de</strong>pressão com risco <strong>de</strong><br />
suicídio<br />
Polineurite, impotência ou<br />
frigi<strong>de</strong>z sexual, amnésia,<br />
diplopia (visão dupla), cirrose<br />
hepática, labilida<strong>de</strong><br />
emocional, agressivida<strong>de</strong><br />
extrema e <strong>de</strong>mência<br />
irreversível (<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />
<strong>de</strong>struição irreversível <strong>de</strong><br />
células cerebrais)<br />
Doenças graves <strong>do</strong> fíga<strong>do</strong>, rim<br />
e sangue (leucemias), e<br />
<strong>de</strong>mência irreversível<br />
Emagrecimento, irritabilida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>lírios paranói<strong>de</strong>s (sensação<br />
<strong>de</strong> ser persegui<strong>do</strong> por<br />
organizações secretas, etc.)<br />
A perfuração <strong>do</strong> septo nasal é<br />
uma complicação típica <strong>do</strong><br />
consumo inala<strong>do</strong> <strong>de</strong> cocaína<br />
O ecstasy está raramente<br />
associa<strong>do</strong> a crises <strong>de</strong><br />
flashback<br />
18
CANABINOIDES<br />
ALUCINÓGENOS<br />
TABACO<br />
(MACONHA)<br />
(ex.: LSD)<br />
Elimina a ansieda<strong>de</strong> e promove<br />
sensação <strong>de</strong> bem-estar,<br />
<strong>de</strong>sinibição, maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
imaginação, visualização da<br />
realida<strong>de</strong> com mais intensida<strong>de</strong><br />
(cores e sons mais distintos)<br />
Forte exaltação das percepções<br />
sensoriais (cores e sons mais<br />
intensos), sinestesias<br />
(transferências das impressões<br />
<strong>de</strong> um senti<strong>do</strong> para outro:<br />
ouvem-se cores e vêem-se<br />
sons). Sensação <strong>de</strong> levitação,<br />
<strong>de</strong>spersonalização mística em<br />
que o indivíduo se sente uni<strong>do</strong><br />
ao Universo <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser<br />
uma unida<strong>de</strong> individualizada<br />
Relaxamento psicológico,<br />
facilita<strong>do</strong>r da concentração<br />
Secura da boca,<br />
reações <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong><br />
e pânico<br />
(para<strong>do</strong>xalmente mais<br />
comuns em fuma<strong>do</strong>res<br />
experientes),<br />
agressivida<strong>de</strong> e,<br />
excepcionalmente,<br />
alucinações<br />
Má viagem ou "bad<br />
trip" em que o<br />
consumi<strong>do</strong>r tem<br />
sensação intensa <strong>de</strong><br />
pânico e <strong>de</strong>lírios<br />
paranói<strong>de</strong>s que<br />
po<strong>de</strong>m durar até cerca<br />
<strong>de</strong> 2 dias<br />
Estas reações<br />
<strong>de</strong>scontroladas<br />
provocam<br />
ocasionalmente<br />
aci<strong>de</strong>ntes mortais<br />
Aumento <strong>do</strong> ritmo<br />
cardíaco e<br />
hipertensão, tosse e<br />
problemas cardíacos e<br />
vasculares graves em<br />
indivíduos<br />
predispostos<br />
Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar uma<br />
<strong>do</strong>ença mental (psicose) nos<br />
raros indivíduos predispostos<br />
Síndrome "amotivacional"<br />
(provavelmente apenas em<br />
gran<strong>de</strong>s consumi<strong>do</strong>res<br />
predispostos)<br />
Crises psicóticas com <strong>de</strong>lírios<br />
e alucinações<br />
Flash-backs ou perío<strong>do</strong>s<br />
efêmeros nos quais o ex-<br />
consumi<strong>do</strong>r volta a sentir os<br />
efeitos <strong>do</strong> consumo até um<br />
ano <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
consumir<br />
Doenças pulmonares e<br />
cancros<br />
Doenças vasculares (enfarte<br />
<strong>do</strong> miocárdio, aci<strong>de</strong>ntes<br />
vasculares cerebrais,<br />
gangrena <strong>do</strong>s membros e<br />
impotência sexual)<br />
Fonte:http://www.sau<strong>de</strong>publica.web.pt/05-PromocaoSau<strong>de</strong>/055-Toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia/Depen<strong>de</strong>ncias/Efeitosdroga.htm Acessp em 17/03/09<br />
Ativida<strong>de</strong> 6 – Neurotransmissores e <strong>drogas</strong><br />
A) Releia o quadro 2 e i<strong>de</strong>ntifique:<br />
a) Os efeitos das <strong>drogas</strong> semelhantes àqueles <strong>de</strong>scritos na reportagem da ativida<strong>de</strong><br />
4;<br />
b) Em que coluna <strong>do</strong> quadro 2 está o maior número <strong>do</strong>s efeitos que você i<strong>de</strong>ntificou?<br />
O que isso po<strong>de</strong> significar?<br />
19
IV. Drogas e o convívio social<br />
Quadro 3. Usos das <strong>drogas</strong> e as conseqüências sociais.<br />
Breve histórico das <strong>drogas</strong> perturba<strong>do</strong>ras<br />
Gran<strong>de</strong> parte das <strong>drogas</strong> alucinógenas são provenientes <strong>de</strong><br />
plantas. Estas plantas foram <strong>de</strong>scobertas, em sua maioria, por<br />
culturas primitivas, no passa<strong>do</strong>, que ao sentirem os efeitos<br />
mentais das mesmas, passaram a consi<strong>de</strong>rá-las como "plantas<br />
divinas", isto é, que faziam com que, quem as ingerisse,<br />
recebesse mensagens divinas, <strong>do</strong>s <strong>de</strong>uses, pois elevavam o<br />
homem a uma dimensão não material, provocan<strong>do</strong> alucinações.<br />
Dessa maneira, esses povos e culturas, em seus rituais,<br />
acreditavam estar em contato com forças da natureza e suas<br />
divinda<strong>de</strong>s.<br />
Assim, até hoje, em culturas indígenas <strong>de</strong> vários países, o uso <strong>de</strong><br />
plantas alucinógenas tem este significa<strong>do</strong> religioso. Seu uso é<br />
basicamente ritual ou <strong>de</strong> cura. No entanto, também são utilizadas<br />
para fins ritualísticos, fora <strong>do</strong> contexto cultural <strong>de</strong> origem, com a<br />
finalida<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> provocar alucinações.<br />
No Brasil, <strong>drogas</strong> alucinógenas são até hoje muito usadas nos<br />
rituais <strong>de</strong> tribos indígenas. A serviço da comunida<strong>de</strong>, o xamã, ao<br />
consumir alucinógenos, entra em contato com os espíritos que o<br />
ajudarão a curar <strong>do</strong>enças, proteger a comunida<strong>de</strong> contra ataques<br />
mágicos e propiciar bem-estar, boas caçadas etc. A droga é<br />
proprieda<strong>de</strong> coletiva e não individual, e seu uso <strong>de</strong>ve propiciar<br />
harmonia ao invés <strong>de</strong> <strong>de</strong>savença, paz ao invés <strong>de</strong> contestação.<br />
As <strong>drogas</strong> perturba<strong>do</strong>ras tiveram seu uso populariza<strong>do</strong> na<br />
década <strong>de</strong> 60, com o movimento hippie. Este fenomeno sóciocultural<br />
tratava-se <strong>de</strong> uma revolta contra os valores<br />
exclusivamente, competitivos e materialistas, incorpora<strong>do</strong>s ao<br />
mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vida das socieda<strong>de</strong>s industriais que colocavam, em<br />
segun<strong>do</strong> plano, os sentimentos mais íntimos e as necessida<strong>de</strong>s<br />
místico-religiosas. Nesta época, cresceu o número <strong>de</strong> pessoas<br />
que passaram a fazer uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> alucinógenas como<br />
manifestação simbólica <strong>do</strong>s seus i<strong>de</strong>ais.<br />
Hoje, os a<strong>do</strong>lescentes são o maior alvo <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong><br />
prevenção e combate ao uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong>. Entre os fatores que<br />
<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam o uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> pelos a<strong>do</strong>lescentes, os mais<br />
importantes são as emoções e os sentimentos associa<strong>do</strong>s a<br />
intenso sofrimento psíquico, como <strong>de</strong>pressão, culpa, ansieda<strong>de</strong><br />
exagerada e baixa auto-estima. O uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> está<br />
intimamente relaciona<strong>do</strong> à <strong>de</strong>linqüência. Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesquisas<br />
mostram que o uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> aumentou muito nos últimos anos<br />
e que a primeira experiência está cada vez mais precoce.<br />
Texto adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong>:<br />
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009<br />
http://www.imesc.sp.gov.br/info<strong>drogas</strong>/brevehist.htm<br />
Manchetes <strong>de</strong> jornais<br />
brasileiros:<br />
Ação contra cartéis <strong>de</strong><br />
droga marca agenda <strong>de</strong><br />
Hillary no México<br />
(Estadão, 25/03/2009)<br />
Polícia promete 'quebrar a<br />
firma' <strong>do</strong> tráfico <strong>de</strong> <strong>drogas</strong><br />
na Rocinha<br />
(g1.globo.com., 25/03/2009)<br />
Robinho põe fim a<br />
polêmica com Pelé sobre<br />
acusação <strong>de</strong> usar <strong>drogas</strong><br />
(O globo, 25/03/2009)<br />
Usuário <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> é<br />
fuzila<strong>do</strong> no Sítio Cerca<strong>do</strong><br />
(parana-online.com.br,<br />
31/03/2009)<br />
EUA: filha <strong>de</strong> vice teria<br />
usa<strong>do</strong> <strong>drogas</strong><br />
(jbonline.terra.com.br,<br />
30/03/2009)<br />
Três são presos por<br />
tráfico <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> após<br />
aci<strong>de</strong>nte em Rondônia<br />
(g1.globo.com, 30/03/2009)<br />
20
Ativida<strong>de</strong> 7 – Debaten<strong>do</strong> sobre as conseqüências <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong><br />
Releia o quadro 3. Nele, você encontrou histórias, notícias e informações<br />
relacionadas ao uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> por pessoas <strong>de</strong> diferentes formas <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
países diferentes também.<br />
Questões polêmicas envolvem o cultivo, a fabricação e o uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong>. As<br />
informações <strong>do</strong> quadro <strong>de</strong>vem auxiliar você a <strong>de</strong>bater com seus colegas sobre as<br />
seguintes questões:<br />
A) Analise a coluna das “Manchetes <strong>de</strong> jornais brasileiros”. Por que os casos<br />
relata<strong>do</strong>s tornaram-se manchetes <strong>de</strong> jornal?<br />
B) As <strong>drogas</strong> têm o mesmo uso e significa<strong>do</strong> em todas as socieda<strong>de</strong>s?<br />
C) O uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> é um crime?<br />
D) Quais os problemas sociais relaciona<strong>do</strong>s ao uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong>?<br />
Além <strong>do</strong>s efeitos sobre a saú<strong>de</strong> física e mental, o uso <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> afeta o convívio<br />
familiar e social. Vejamos porque isso acontece.<br />
Geralmente, as pessoas que usam <strong>drogas</strong> modificam seu comportamento. Por afetar<br />
o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong>, provocan<strong>do</strong> sensações como aquelas que já vimos <strong>de</strong>scritas<br />
anteriormente (euforia, ansieda<strong>de</strong>, gran<strong>de</strong> auto-confiança, <strong>de</strong>spersonalização,<br />
relaxamento, alucinações, entre outras), o usuário comporta-se <strong>de</strong> maneira<br />
ina<strong>de</strong>quada, às vezes inconveniente ou até <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> perigoso. Dessa forma, as<br />
pessoas que se encontram sob efeito <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> são discriminadas por aqueles que<br />
não participam das suas “viagens”.<br />
Por isso, os usuários <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> ten<strong>de</strong>m a agrupar-se e a ignorar a importância da<br />
convivência com familiares e outros grupos sociais. Seus valores passam a ser<br />
outros e eles po<strong>de</strong>m ser leva<strong>do</strong>s a atitu<strong>de</strong>s erradas, tanto pela sensação <strong>de</strong><br />
“coragem” que a droga lhe oferece quanto pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumi-la.<br />
É comum o usuário <strong>de</strong> droga per<strong>de</strong>r a motivação e a capacida<strong>de</strong> para o estu<strong>do</strong>, para<br />
o trabalho e outras ativida<strong>de</strong>s cotidianas, até mesmo para o lazer, o que o afasta<br />
ainda mais da convivência em socieda<strong>de</strong>.<br />
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O afastamento <strong>do</strong> convívio social das pessoas envolvidas com <strong>drogas</strong> ainda tem<br />
como causa o fato da comercialização e <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> serem ilegais.<br />
Porém, é preciso lembrar que existem <strong>drogas</strong> lícitas como o álcool e o tabaco que<br />
<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> semelhante a alguns tipos <strong>de</strong> <strong>drogas</strong> ilícitas levam os usuários a<br />
experimentarem as mesmas conseqüências.<br />
Há <strong>drogas</strong> cujo uso é permiti<strong>do</strong>?<br />
As <strong>drogas</strong> po<strong>de</strong>m ser agrupadas conforme suas características, quanto à<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> causar <strong>de</strong>pendência, quanto ao grau <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong> e os efeitos<br />
que provocam no organismo.<br />
Há também <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> <strong>drogas</strong>, segun<strong>do</strong> as convenções e exigências<br />
sociais. São eles o grupo das <strong>drogas</strong> lícitas e o grupo das <strong>drogas</strong> ilícitas.<br />
As <strong>drogas</strong> lícitas são aquelas permitidas por lei; são substâncias que po<strong>de</strong>m ser<br />
produzidas, comercializadas e consumidas. Apesar <strong>de</strong> trazerem prejuízos aos<br />
usuários são liberadas legalmente e aceitas pela socieda<strong>de</strong>. É consi<strong>de</strong>rada droga<br />
lícita qualquer substância que contenha álcool, nicotina, cafeína, medicamentos,<br />
anorexígenos, anabolizantes e outros.<br />
As <strong>drogas</strong> ilícitas são aquelas proibidas <strong>de</strong> serem produzidas, comercializadas e<br />
consumida como maconha, cocaína, crack, ecstasy, LSD, inalantes, heroína,<br />
anfetaminas, clorofórmio, ópio e outras. Por serem proibidas, as <strong>drogas</strong> ilícitas<br />
entram no país <strong>de</strong> forma ilegal através <strong>do</strong> tráfico que promove a comercialização<br />
feita sem a autorização das autorida<strong>de</strong>s. Dentre as conseqüências que as <strong>drogas</strong><br />
ilícitas trazem po<strong>de</strong>-se dar ênfase à violência gerada por elas em todas as fases <strong>de</strong><br />
produção até o consumi<strong>do</strong>r final.<br />
Ativida<strong>de</strong> 8 – E agora?<br />
Finalizan<strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong> elabore uma carta en<strong>de</strong>reçada a um(a) jovem. Nessa<br />
carta você <strong>de</strong>verá expor a sua opinião sobre “O uso e o usuário <strong>de</strong> <strong>drogas</strong>”.<br />
As cartas po<strong>de</strong>rão ser trocadas entre os colegas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as opiniões ainda<br />
sejam <strong>de</strong>batidas em torno das questões estudadas.<br />
22
Bibliografia:<br />
BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. O Corpo Humano. 7ª série. São Paulo.<br />
Ed. Ática. 2002. Corpo Humano e Saú<strong>de</strong>. 7ª série. Ediouro. São Paulo. 2002.<br />
Sites consulta<strong>do</strong>s:<br />
http://www.sau<strong>de</strong>publica.web.pt/05-PromocaoSau<strong>de</strong>/055-<br />
Toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia/Depen<strong>de</strong>ncias/Efeitosdroga.htm<br />
http://www.obid.senad.gov.br/portais/mun<strong>do</strong>jovem/conteu<strong>do</strong>/in<strong>de</strong>x.php?id_conteu<strong>do</strong>=<br />
11221&rastro=O+que+%C3%A9+a+Droga<br />
http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/tranquilizantes_.htm<br />
http://www.senad.gov.br<br />
http://www.drashirley<strong>de</strong>campos.com.br/noticias/4412<br />
http://www.simbiotica.org/<strong>nervoso</strong>.htm<br />
http://www.todabiologia.com/anatomia/<strong>sistema</strong>_<strong>nervoso</strong>.htm<br />
http://br.geocities.com/neurokidsbr/Divisoes_<strong>do</strong>_SN.html<br />
http://www.brasilescola.com/<strong>drogas</strong>/<strong>drogas</strong>-licitas.htm<br />
http://www.infoescola.com/<strong>drogas</strong>/<strong>drogas</strong>-licitas-e-ilicitas/<br />
http://www.cerebromente.org.br<br />
http://www.imesc.sp.gov.br/infodrog.htm#1<br />
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009<br />
Sites indica<strong>do</strong>s<br />
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-<strong>sistema</strong>-<br />
<strong>nervoso</strong>/imagens/circuito-<strong>de</strong>-recompensa-cerebral.swf (animação sobre o <strong>sistema</strong><br />
<strong>nervoso</strong>)<br />
www.<strong>sistema</strong><strong>nervoso</strong>.com<br />
http://www.virtual.epm.br/material/<strong>de</strong>pquim/animacoes.htm# (animações sobre o<br />
efeito <strong>de</strong> diversas <strong>drogas</strong> sobre o <strong>sistema</strong> <strong>nervoso</strong>)<br />
O que os jovens querem saber<br />
23
http://74.125.47.132/search?q=cache:LReqtP9s92UJ:www.hiv-prg.org/en/<strong>do</strong>cument-<br />
<strong>do</strong>wnload/<strong>do</strong>c_<strong>do</strong>wnload/205-<br />
Volume%25207<strong>do</strong>c+perguntas+a<strong>do</strong>lescentes+sobre+<strong>drogas</strong>&hl=pt-<br />
BR&ct=clnk&cd=6&gl=br<br />
www.hiv-prg.org/en/<strong>do</strong>cument-<strong>do</strong>wnload/<strong>do</strong>c_<strong>do</strong>wnload/205-Volume%207<strong>do</strong>c -<br />
http://www.anti<strong>drogas</strong>.com.br/mostraartigo.php?c=293<br />
24