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O discurso injuntivo - Centro de Referência Virtual do Professor

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Ângela Maria da Silva Souto<br />

Vilma <strong>de</strong> Sousa<br />

Como fazer?<br />

O <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong><br />

Nível: Ensino Médio Série: 2ª<br />

Eixo temático I: Compreensão e produção <strong>de</strong> textos<br />

Tema I: Gêneros (<strong>injuntivo</strong>s)<br />

Competência: Compreen<strong>de</strong>r e produzir textos (<strong>injuntivo</strong>s), orais ou escritos, <strong>de</strong> diferentes gêneros.<br />

Subtemas: Operações <strong>de</strong> contextualização, tematização, enunciação e textualização <strong>do</strong> <strong>discurso</strong><br />

<strong>injuntivo</strong><br />

Tópicos e subtópicos <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> da proposta curricular:<br />

1. Contexto <strong>de</strong> produção, circulação e recepção <strong>de</strong> textos<br />

3. Organização temática<br />

4. Seleção lexical e efeitos <strong>de</strong> senti<strong>do</strong><br />

5. Signos não verbais<br />

6. Vozes <strong>do</strong> <strong>discurso</strong><br />

13. Textualização <strong>do</strong> <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong><br />

SEEMG<br />

2009


2<br />

O O que que é é é <strong>discurso</strong> <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>?<br />

<strong>injuntivo</strong>?


Você acabou <strong>de</strong> ler fragmentos <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> diversos gêneros, retira<strong>do</strong>s <strong>de</strong> suportes<br />

distintos. Apesar <strong>de</strong> tratarem <strong>de</strong> temas diferentes, esses três textos têm algo em comum:<br />

dizem o que <strong>de</strong>vemos saber e fazer para alcançar um objetivo. Uma voz segura e sábia<br />

parece conversar com cada leitor em particular, procuran<strong>do</strong> mostrar-lhe “o caminho das<br />

pedras”. A propósito, você sabe o quer dizer essa expressão e qual a sua origem?<br />

Usamos a linguagem para influenciar pessoas e mudar contextos. Entre os vários tipos <strong>de</strong><br />

<strong>discurso</strong>, um é especialmente direciona<strong>do</strong> para mostrar ao interlocutor como agir para<br />

atingir <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objetivo. É o <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>. O senti<strong>do</strong> básico <strong>de</strong>ssa palavra, que<br />

po<strong>de</strong> não lhe ser muito familiar, está no campo <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver — <strong>de</strong>ver fazer, <strong>de</strong>ver ser. Dever<br />

que po<strong>de</strong> se traduzir como or<strong>de</strong>m a ser cumprida, como procedimentos necessários à<br />

execução <strong>de</strong> uma ação, como convite sedutor ou conselho amigável.<br />

Vivemos em um mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> especialistas e consultores. Até mesmo tarefas que<br />

tradicionalmente eram <strong>de</strong>sempenhadas com base na tradição e no saber intuitivo agora são<br />

ensinadas em cursos ou em livros <strong>de</strong> autoajuda. O <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>, atualmente muito<br />

frequente em textos das mais diversas áreas — direito, educação, publicida<strong>de</strong>, jornalismo,<br />

negócios — revela uma tendência marcante em nossa socieda<strong>de</strong>: o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

homogeneizar e controlar comportamentos.<br />

Neste módulo, ao refletir sobre o <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>, você terá oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

• i<strong>de</strong>ntificar situações comunicativas e gêneros em que o <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong> é emprega<strong>do</strong>;<br />

• reconhecer o objetivo comunicativo e a organização <strong>do</strong> <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong> em textos<br />

apresenta<strong>do</strong>s;<br />

• interpretar efeitos <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s linguísticas e estilísticas em<br />

textos apresenta<strong>do</strong>s;<br />

• distinguir diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong> em textos apresenta<strong>do</strong>s;<br />

• reconhecer interlocutores e vozes sociais <strong>de</strong> textos <strong>injuntivo</strong>s, suas formas <strong>de</strong><br />

representação e os efeitos <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssas representações;<br />

• reconhecer e utilizar, em textos <strong>injuntivo</strong>s, estratégias para convencer ou persuadir o<br />

interlocutor;<br />

• reconhecer e usar marcas linguísticas <strong>do</strong> <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>;<br />

• Integrar informação verbal e não verbal na compreensão e na produção <strong>de</strong> textos<br />

<strong>injuntivo</strong>s;<br />

• produzir textos <strong>injuntivo</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao gênero, ao suporte, ao <strong>de</strong>stinatário e ao objetivo<br />

da interação.<br />

Ativida<strong>de</strong> 1<br />

1. a) Pesquise, em um dicionário ou na Internet, a origem e o significa<strong>do</strong> da expressão<br />

“caminho das pedras”.<br />

b) Que outras expressões populares têm senti<strong>do</strong> semelhante?<br />

c) Qual a relação entre o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssas expressões e o objetivo comunicativo <strong>do</strong><br />

<strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>?<br />

3


4<br />

2. Para cada um <strong>do</strong>s fragmentos <strong>de</strong> texto anteriormente apresenta<strong>do</strong>s, responda:<br />

a) O que correspon<strong>de</strong> ao “caminho das pedras”?<br />

b) Que objetivo a ser alcança<strong>do</strong> estaria no final <strong>de</strong>sse caminho?<br />

c) Que palavra ou expressão anuncia que serão apresenta<strong>do</strong>s coman<strong>do</strong>s para se<br />

atingir esse objetivo?<br />

3. Infira o gênero <strong>de</strong>sses textos e o suporte em que cada um <strong>de</strong>les terá circula<strong>do</strong><br />

originalmente.<br />

Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />

1. O dicionário Houaiss <strong>de</strong> Língua Portuguesa apresenta, no verbete caminho, a seguinte explicação para a<br />

expressão caminho das pedras: “meio pelo qual se po<strong>de</strong> chegar com mais rapi<strong>de</strong>z, proveito ou vantagem,<br />

a um lugar ou a um objetivo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, e que supostamente só é conheci<strong>do</strong> pelos mais experientes ou<br />

espertos”. As expressões populares o pulo <strong>do</strong> gato e o mapa <strong>do</strong> tesouro têm significa<strong>do</strong> semelhante. O<br />

objetivo comunicativo <strong>do</strong> texto <strong>injuntivo</strong> é exatamente ensinar ao <strong>de</strong>stinatário previsto o melhor caminho a<br />

seguir para atingir <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objetivo, isto é, ensinar-lhe o caminho das pedras.<br />

2. No texto 1 (Dicas para o preparo <strong>de</strong> um bom café), o caminho das pedras correspon<strong>de</strong> ao passo-apasso<br />

da receita <strong>de</strong> preparação <strong>de</strong> um bom café, objetivo a ser alcança<strong>do</strong>. A palavra dicas, que aparece<br />

no título, anuncia que serão da<strong>do</strong>s coman<strong>do</strong>s sobre o que fazer. No texto 2 (Alimentação saudável), o<br />

objetivo a ser atingi<strong>do</strong> é a alimentação saudável e o meio para atingi-lo, ou seja, o caminho das pedras, é<br />

a combinação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> frutas, legumes e verduras. A palavra como anuncia que serão dadas<br />

instruções <strong>de</strong>talhadas sobre como fazer essa combinação. No texto 3 (Como usar seu tempo), as<br />

palavras como e medidas anunciam que o locutor vai apresentar ao leitor instruções ou conselhos<br />

<strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que fazer para atingir o objetivo: utilizar o tempo <strong>de</strong> maneira mais eficaz.<br />

3. Texto 1 — Gênero: Receita culinária. Suporte: Embalagem <strong>de</strong> café (embalagem <strong>do</strong> café Três Corações<br />

Tradicional). Texto 2 — Gênero: cartilha educativa (capa). Suporte: revista. Texto 3 — Gênero: Sumário.<br />

A chamada <strong>do</strong> sumário (Conheça algumas medidas eficazes para aproveitar melhor o seu dia) anuncia a<br />

reportagem <strong>de</strong> capa <strong>de</strong> uma revista (Como usar seu tempo) na p. 52. Suporte: revista semanal <strong>de</strong><br />

varieda<strong>de</strong>s (ISTOÉ. São Paulo, ano 32, n.2046, p.20, 28 jan. 2009).<br />

Discursos <strong>injuntivo</strong>s preten<strong>de</strong>m levar o <strong>de</strong>stinatário a<br />

realizar <strong>de</strong>terminada ação. Não é por acaso que, em<br />

muitos <strong>de</strong>les, o <strong>de</strong>stinatário aparece representa<strong>do</strong> no<br />

texto como alocutário, isto é, como a segunda pessoa<br />

<strong>do</strong> <strong>discurso</strong>: você/vocês ou tu/vós. É a essa segunda<br />

pessoa que o locutor se dirige para indicar não só o que<br />

fazer (ação <strong>de</strong>sejada ou requerida), mas também como<br />

fazer (coman<strong>do</strong>s para realizar a ação). Daí a frequência<br />

<strong>do</strong>s imperativos, que po<strong>de</strong>m ter o valor <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns<br />

inquestionáveis, instruções obrigatórias, conselhos,<br />

sugestões, convites.<br />

Nos textos <strong>injuntivo</strong>s, o locutor assume um papel <strong>de</strong><br />

superiorida<strong>de</strong> em relação ao interlocutor: ele sabe ou<br />

parece saber mais sobre aquilo que preten<strong>de</strong> ensinar ao<br />

<strong>de</strong>stinatário. Este, em geral, está ciente <strong>de</strong>ssa intenção<br />

e é a ela receptivo: sabe que será leva<strong>do</strong> a atingir um<br />

objetivo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> ou necessário, por meio da execução<br />

<strong>do</strong>s coman<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s pelo locutor.<br />

Saber, Saber, Saber, pod po<strong>de</strong>r pod pod er e e sedução<br />

sedução


Mas o que torna uma injunção digna <strong>de</strong> crédito?<br />

O <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong> pressupõe um enuncia<strong>do</strong>r que <strong>de</strong>tém um saber e um po<strong>de</strong>r para dizer<br />

o que diz, e um <strong>de</strong>stinatário que reconhece esse saber e esse po<strong>de</strong>r. A receita <strong>de</strong> um<br />

médico, por exemplo, tem a força <strong>de</strong> um saber—po<strong>de</strong>r, que coloca o paciente na situação<br />

<strong>de</strong> acreditar em suas recomendações e segui-las; a sentença <strong>de</strong> um juiz no tribunal institui<br />

um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas inquestionável — a inocência ou a culpa <strong>do</strong> réu perante a lei; a palavra<br />

<strong>de</strong> um pastor tem força <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> para os fiéis que acreditam na <strong>do</strong>utrina. Muitas vezes,<br />

basta o prestígio alcança<strong>do</strong> por uma pessoa na mídia para revestir <strong>de</strong> crédito o seu<br />

<strong>discurso</strong>. Assim, achamos natural que um atleta famoso anuncie remédios e suplementos<br />

alimentares ou que uma atriz venda qualquer produto ou serviço.<br />

Ativida<strong>de</strong> 2<br />

1. A reprodução ao la<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong> à primeira página <strong>de</strong> um anúncio publicitário, gênero<br />

em que as imagens têm gran<strong>de</strong> importância. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os ícones em <strong>de</strong>staque, o<br />

que o anúncio estaria “ven<strong>de</strong>n<strong>do</strong>” aos leitores da revista? Justifique sua resposta.<br />

5


6<br />

2. A questão a seguir se baseia na segunda página <strong>de</strong>sse mesmo anúncio, abaixo<br />

reproduzida.


Todas as alternativas interpretam, <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, o efeito <strong>de</strong> estratégias<br />

discursivas usadas no anúncio, EXCETO<br />

a) A logomarca mostra que o locutor está falan<strong>do</strong> em nome <strong>de</strong> um órgão <strong>do</strong> governo e<br />

que, portanto, <strong>de</strong>tém po<strong>de</strong>r e conhecimento para dizer o que diz.<br />

b) A representação <strong>do</strong> interlocutor por você e o uso <strong>de</strong> injunções diretas com verbos no<br />

imperativo (Venha, Viva) dão ao <strong>discurso</strong> um tom <strong>de</strong> intimidação.<br />

c) A principal estratégia <strong>do</strong> locutor é a sedução, sintetizada pela foto, pelo slogan Viva<br />

essa alegria e pela frase inicial <strong>do</strong> texto: Venha viver muitas emoções num único<br />

lugar.<br />

d) O <strong>de</strong>staque da<strong>do</strong> no anúncio ao quase eterno verão e aos contrastes procura tornar<br />

o Ceará um <strong>de</strong>stino atraente para turistas com diferentes estilos e preferências.<br />

Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />

1. A imagem “ven<strong>de</strong>” o Ceará como lugar turístico. São ícones inconfundíveis <strong>de</strong>sse esta<strong>do</strong>, no anúncio, a<br />

Ponte <strong>do</strong>s Ingleses, na Praia <strong>de</strong> Iracema; o Teatro José <strong>de</strong> Alencar, em Fortaleza; a Estátua <strong>de</strong> Iracema,<br />

na Praia <strong>de</strong> Mucuripe; a Coluna da Hora, na Praça <strong>do</strong> Ferreira, também na capital cearense; a estátua <strong>do</strong><br />

Memorial Padre Cícero, em Juazeiro <strong>do</strong> Norte; a praia <strong>de</strong> Canoa Quebrada e seus vários esportes<br />

náuticos.<br />

2. b. Não há intimidação no anúncio, mas tentativa <strong>de</strong> sedução <strong>do</strong> <strong>de</strong>stinatário-leitor. A imagem, que conota<br />

alegria, felicida<strong>de</strong>, beleza, movimento, é um convite ao leitor a participar <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> o que o Ceará po<strong>de</strong><br />

oferecer-lhe.<br />

7<br />

Coman<strong>do</strong>s Coman<strong>do</strong>s em em muitos muitos tons<br />

tons<br />

Alguns textos <strong>injuntivo</strong>s orientam a execução <strong>de</strong> tarefas; outros aconselham ou exortam à<br />

ação; outros ainda regulamentam práticas sociais <strong>de</strong>sejáveis, a<strong>de</strong>quadas ou obrigatórias. O<br />

objetivo da injunção, portanto, po<strong>de</strong> variar <strong>do</strong> instrucional-pedagógico ao prescritivonormativo,<br />

passan<strong>do</strong> por diferentes modulações <strong>de</strong> aconselhamento, convite e sedução.<br />

Em suma, o tom da injunção, a busca <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong> ou subjetivida<strong>de</strong>, a presença ou não<br />

<strong>de</strong> justificativa para algum coman<strong>do</strong>, o grau <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> <strong>do</strong> locutor com o <strong>de</strong>stinatário<br />

previsto, o nível <strong>de</strong> registro variam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o objetivo comunicativo e o gênero<br />

textual.<br />

Ativida<strong>de</strong> 3<br />

Junto com um colega, leia os textos a seguir e responda às questões propostas.<br />

Texto 1<br />

CAPÍTULO V<br />

Das Práticas Comerciais<br />

[...]<br />

Seção V<br />

Da Cobrança <strong>de</strong> Dívidas<br />

Art. 42. Na cobrança <strong>de</strong> débitos, o consumi<strong>do</strong>r inadimplente não será exposto a<br />

ridículo, nem será submeti<strong>do</strong> a qualquer tipo <strong>de</strong> constrangimento ou ameaça.<br />

Parágrafo único. O consumi<strong>do</strong>r cobra<strong>do</strong> em quantia in<strong>de</strong>vida tem direito à repetição<br />

<strong>do</strong> indébito, por valor igual ao <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> que pagou em excesso, acresci<strong>do</strong> <strong>de</strong> correção<br />

monetária e juros legais, salvo hipótese <strong>de</strong> engano justificável.<br />

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Lei nº 8.078, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990. São Paulo: PROCON-SP, 1999. p.25. (Fragmento)


8<br />

Texto 2<br />

25 GVT. Unique: conheça os benefícios que só um cliente GVT po<strong>de</strong> ter. p.20. (Fragmento)<br />

Texto 3<br />

PEREIRA, Regina Célia. A dieta <strong>do</strong>s 7. São Paulo: Abril, 2008. p. 28. (Saú<strong>de</strong> é vital) (Fragmento)


Texto 4<br />

CONTRACAPA <strong>de</strong> talonário <strong>de</strong> cheque especial da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral — CEF, em 2008.<br />

1. É possível agrupar os textos <strong>injuntivo</strong>s em três categorias básicas:<br />

(a) textos instrucionais-programa<strong>do</strong>res, cujo objetivo é ensinar a fazer algo;<br />

(b) textos regula<strong>do</strong>res prescritivos, cuja finalida<strong>de</strong> é obrigar alguém a fazer algo, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> a evitar uma sanção ou punição;<br />

(c) textos <strong>de</strong> conselho, cujo propósito é aconselhar alguém a fazer alguma coisa.<br />

Classifique os textos <strong>de</strong> 1a 4, escreven<strong>do</strong> entre parênteses, o número ou números<br />

correspon<strong>de</strong>ntes às categorias <strong>de</strong>scritas acima.<br />

( ) Texto 1<br />

( ) Texto 2<br />

( ) Texto 3<br />

( ) Texto 4<br />

2. O <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong> frequentemente representa os interlocutores por meio <strong>de</strong> dêiticos,<br />

isto é, <strong>de</strong> formas pronominais e/ou verbais <strong>de</strong> 1ª pessoa (quem fala ou locutor) ou <strong>de</strong> 2ª<br />

pessoa (com quem se fala ou alocutário). Po<strong>de</strong>, também, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da intenção <strong>do</strong><br />

locutor-enuncia<strong>do</strong>r, fazer uma representação indireta, por meio <strong>de</strong> formas que indicam o<br />

locutor e/ou o <strong>de</strong>stinatário não como as pessoas da interação, mas como alguém <strong>de</strong><br />

quem se fala, que é referi<strong>do</strong> na conversa <strong>do</strong>s interlocutores. Po<strong>de</strong>, ainda, faltar ao<br />

<strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong> a representação <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s interlocutores.<br />

Orientan<strong>do</strong>-se pelos próprios textos e pelas informações da última coluna, i<strong>de</strong>ntifique o<br />

par <strong>de</strong> interlocutores <strong>de</strong> cada texto e as formas como foram aí representa<strong>do</strong>s. O sinal Ø<br />

indica ausência <strong>de</strong> formas para representar o locutor e/ou o <strong>de</strong>stinatário no texto.<br />

Texto 1<br />

Quem são os interlocutores<br />

<strong>do</strong>s textos?<br />

Locutor-enuncia<strong>do</strong>r:<br />

Como os interlocutores foram representa<strong>do</strong>s nos textos?<br />

Formas Tipo<br />

Ø Sem representação linguística<br />

Destinatário-enunciatário: Representação indireta por substantivo ou<br />

equivalente como alguém <strong>de</strong> quem se fala<br />

9


10<br />

Texto 2<br />

Texto 3<br />

Texto 4<br />

Quem são os interlocutores<br />

<strong>do</strong>s textos?<br />

Como os interlocutores foram representa<strong>do</strong>s nos textos?<br />

Formas Tipo<br />

Locutor-enuncia<strong>do</strong>r: Representação indireta por substantivo ou<br />

equivalente como alguém <strong>de</strong> quem se fala<br />

Destinatário-enunciatário:<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 2ª pessoa<br />

(com quem se fala)<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 1ª pessoa <strong>do</strong><br />

singular (quem fala)<br />

Locutor-enuncia<strong>do</strong>r: Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 1ª pessoa <strong>do</strong><br />

plural<br />

Destinatário-enunciatário:<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 1ª pessoa <strong>do</strong><br />

plural<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 2ª pessoa<br />

(com quem se fala)<br />

Locutor-enuncia<strong>do</strong>r: Representação indireta por substantivo ou<br />

equivalente como alguém <strong>de</strong> quem se fala<br />

Destinatário-enunciatário:<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 2ª pessoa<br />

(com quem se fala)<br />

Representação indireta por substantivo ou<br />

equivalente como alguém <strong>de</strong> quem se fala<br />

3. No texto 1, não foram usa<strong>do</strong>s dêiticos <strong>de</strong> pessoa para representar os interlocutores.<br />

Qual é o efeito <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa ausência <strong>de</strong> dêiticos?<br />

4. No texto 2, qual é o efeito <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> da representação <strong>do</strong> <strong>de</strong>stinatário por formas da 1ª<br />

pessoa <strong>do</strong> singular?<br />

5. Reescreva o texto 2, eliminan<strong>do</strong>, na medida <strong>do</strong> possível, to<strong>do</strong>s os dêiticos <strong>de</strong> pessoa,<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a <strong>de</strong>spersonalizar ao máximo a situação comunicativa. Depois, responda: qual<br />

é o efeito <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>spersonalização?<br />

6. Qual <strong>do</strong>s textos busca mais efeitos <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e i<strong>de</strong>ntificação com o <strong>de</strong>stinatário<br />

previsto? Justifique sua resposta.<br />

7. No texto 3, além <strong>do</strong> locutor, outros enuncia<strong>do</strong>res ou vozes sociais expressam seu ponto<br />

<strong>de</strong> vista sobre o tema, mas o fazem indiretamente, através da voz <strong>do</strong> locutor.<br />

a) I<strong>de</strong>ntifique essas vozes sociais que se expressam na voz <strong>do</strong> locutor <strong>do</strong> texto 3.<br />

b) Como o locutor introduz o <strong>discurso</strong> <strong>de</strong>sses outros enuncia<strong>do</strong>res no seu próprio<br />

<strong>discurso</strong>?<br />

c) Qual seria a intenção <strong>do</strong> locutor ao introduzir no seu <strong>discurso</strong> essas outras vozes?<br />

8. Qual é a importância <strong>de</strong> o locutor-enuncia<strong>do</strong>r <strong>do</strong> texto 4 referir-se a si mesmo como A<br />

CAIXA?<br />

9. Em cada uma das alternativas, citamos e reescrevemos passagens <strong>de</strong> alguns <strong>do</strong>s<br />

textos apresenta<strong>do</strong>s. Comente o efeito <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> das alterações realizadas e sua<br />

a<strong>de</strong>quação ao gênero <strong>de</strong> cada texto.


a) Versão original (texto 1)<br />

Art. 42. Na cobrança <strong>de</strong> débitos, o consumi<strong>do</strong>r inadimplente não será exposto a<br />

ridículo, nem será submeti<strong>do</strong> a qualquer tipo <strong>de</strong> constrangimento ou ameaça.<br />

Parágrafo único. O consumi<strong>do</strong>r cobra<strong>do</strong> em quantia in<strong>de</strong>vida tem direito à repetição<br />

<strong>do</strong> indébito, por valor igual ao <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> que pagou em excesso, acresci<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

correção monetária e juros legais, salvo hipótese <strong>de</strong> engano justificável.<br />

Versão modificada<br />

Art. 42. Na cobrança <strong>de</strong> débitos, não exponha o consumi<strong>do</strong>r inadimplente a ridículo,<br />

nem o submeta a qualquer tipo <strong>de</strong> constrangimento ou ameaça.<br />

Parágrafo único. Reconheça ao consumi<strong>do</strong>r cobra<strong>do</strong> em quantia in<strong>de</strong>vida o direito à<br />

repetição <strong>do</strong> indébito, por valor igual ao <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> que ele pagou em excesso,<br />

acresci<strong>do</strong> <strong>de</strong> correção monetária e juros legais, salvo hipótese <strong>de</strong> engano justificável.<br />

b) Versão original (texto 4)<br />

Lembre-se <strong>de</strong> que a emissão <strong>de</strong> cheques sem provisão <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s po<strong>de</strong> acarretar a<br />

inclusão <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> titular no Cadastro <strong>de</strong> Emitentes <strong>de</strong> Cheques Sem Fun<strong>do</strong>s —<br />

CCF. Além disso, o titular estará sujeito ao pagamento <strong>de</strong> tarifas das taxas <strong>de</strong><br />

serviços estabeleci<strong>do</strong>s na Regulamentação <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Compensação <strong>de</strong><br />

Cheques e Outros Papéis, e ao encerramento <strong>de</strong> sua conta.<br />

Versão modificada<br />

Lembre-se <strong>de</strong> que a emissão <strong>de</strong> cheques sem fun<strong>do</strong> po<strong>de</strong> acarretar a inclusão <strong>do</strong><br />

seu nome, caso seja o titular da conta, no Cadastro <strong>de</strong> Emitentes <strong>de</strong> Cheques Sem<br />

Fun<strong>do</strong>s — CCF. Além disso, você estará sujeito ao pagamento <strong>de</strong> tarifas das taxas<br />

<strong>de</strong> serviços estabeleci<strong>do</strong>s na Regulamentação <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Compensação <strong>de</strong><br />

Cheques e Outros Papéis, e ao encerramento <strong>de</strong> sua conta.<br />

Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />

1. (b) Texto 1 (a) Texto 2<br />

(c) Texto 3 (b)Texto 4<br />

2. Veja o quadro a seguir.<br />

Texto 1<br />

Texto 2<br />

Quem são os<br />

interlocutores<br />

Como os interlocutores foram representa<strong>do</strong>s nos textos?<br />

<strong>do</strong>s textos? Formas Tipo<br />

Locutor-enuncia<strong>do</strong>r:<br />

O Esta<strong>do</strong> brasileiro<br />

Destinatário-enunciatário:<br />

Consumi<strong>do</strong>res e fornece<strong>do</strong>res<br />

Locutor-enuncia<strong>do</strong>r:<br />

A instituição da GVT<br />

Destinatário-enunciatário:<br />

O cliente da GVT<br />

• Ø Sem representação linguística<br />

• o consumi<strong>do</strong>r<br />

• linha GVT, Secretária GVT<br />

• você, você mesmo, seu, sua<br />

• conheça, verifique, po<strong>de</strong>, tem,<br />

consegue<br />

• <strong>de</strong>vo fazer, não recebo<br />

11<br />

Representação indireta por substantivo ou<br />

equivalente como alguém <strong>de</strong> quem se fala<br />

Representação indireta por substantivo ou<br />

equivalente como alguém <strong>de</strong> quem se fala<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 2ª pessoa<br />

(com quem se fala)<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 1ª pessoa <strong>do</strong><br />

singular (quem fala)


12<br />

Texto 3<br />

Texto 4<br />

Quem são os<br />

interlocutores<br />

Como os interlocutores foram representa<strong>do</strong>s nos textos?<br />

<strong>do</strong>s textos? Formas Tipo<br />

Locutor-enuncia<strong>do</strong>r:<br />

Locutora-autora <strong>do</strong> texto<br />

Destinatário-enunciatário:<br />

Leitor <strong>do</strong> texto<br />

Locutor-enuncia<strong>do</strong>r:<br />

A instituição Caixa Econômica<br />

Fe<strong>de</strong>ral — CEF<br />

Destinatário-enunciatário:<br />

O cliente da Caixa<br />

• nós, nossas<br />

• nós, nossas<br />

• te<br />

• apele, prepare<br />

• A CAIXA<br />

• você, sua<br />

• guar<strong>de</strong>, comunique, preencha,<br />

lembre-se<br />

• o titular<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 1ª pessoa <strong>do</strong><br />

plural<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 1ª pessoa <strong>do</strong><br />

plural<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 2ª pessoa<br />

(com quem se fala)<br />

Representação indireta por substantivo ou<br />

equivalente como alguém <strong>de</strong> quem se fala<br />

Representação direta por dêiticos<br />

(pronomes e/ou verbos) <strong>de</strong> 2ª pessoa<br />

(com quem se fala)<br />

Representação indireta por substantivo ou<br />

equivalente como alguém <strong>de</strong> quem se fala<br />

3. O não uso <strong>de</strong> dêiticos <strong>de</strong> pessoa provoca os efeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>spersonalização (tanto o enuncia<strong>do</strong>r quanto o<br />

enunciatário são genéricos), distanciamento e objetivida<strong>de</strong>, como convém a um <strong>discurso</strong> <strong>de</strong> lei, que <strong>de</strong>ve<br />

aplicar-se a to<strong>do</strong>s, indistintamente.<br />

4. O que <strong>de</strong>vo fazer? Não recebo ligações. Nessa passagem, a representação <strong>do</strong> <strong>de</strong>stinatário (o cliente da<br />

GVT) por formas da 1ª pessoa <strong>do</strong> singular resulta na encenação <strong>de</strong> um possível diálogo <strong>de</strong>sse cliente<br />

consigo mesmo, ao seguir as recomendações <strong>do</strong> locutor <strong>do</strong> texto (a GVT).<br />

5. Há várias reescritas possíveis. Veja a sugestão a seguir.<br />

MANEIRAS SIMPLES DE SOLUCIONAR PROBLEMAS DE TELEFONE<br />

Se a linha apresentar problema, há procedimentos simples <strong>de</strong> reparo que<br />

qualquer pessoa po<strong>de</strong> fazer.<br />

O QUE ESTÁ<br />

OCORRENDO?<br />

NÃO<br />

RECEBIMENTO<br />

DE<br />

LIGAÇÕES<br />

O QUE SE DEVE FAZER?<br />

• Verificar se o aparelho está fora <strong>do</strong> gancho, especialmente no caso <strong>de</strong><br />

haver extensão telefônica.<br />

• Verificar se o aparelho está corretamente liga<strong>do</strong> à tomada telefônica <strong>de</strong> voz.<br />

• Verificar as conexões <strong>do</strong> aparelho telefônica e a tomada telefônica.<br />

• Verificar as condições e as configurações <strong>do</strong> equipamento (aparelho<br />

telefônico, central telefônica) liga<strong>do</strong> na linha GVT.<br />

• Verificar se existem mensagens eletrônicas não ouvidas no serviço<br />

Secretária GVT. É possível efetuar e receber chamadas telefônicas<br />

normalmente, mesmo com o tom diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> ocupa<strong>do</strong>.<br />

A <strong>de</strong>spersonalização <strong>do</strong> <strong>de</strong>stinatário, que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser representa<strong>do</strong> no texto por meio <strong>de</strong> dêiticos,<br />

provoca distanciamento: per<strong>de</strong>-se o tom <strong>de</strong> intimida<strong>de</strong> e familiarida<strong>de</strong> entre os interlocutores.<br />

6. Trata-se <strong>do</strong> texto 3 (Jabuticaba), <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao registro informal usa<strong>do</strong> pelo locutor. Com esse registro, o<br />

locutor dá à sua fala o tom <strong>de</strong> conversa amigável, ignoran<strong>do</strong> a distância que separa um especialista <strong>de</strong> um


leigo: interpela o <strong>de</strong>stinatário com interrogações diretas (“Roxa? Azulada? Preta?”); busca sua<br />

cumplicida<strong>de</strong>, representan<strong>do</strong>-se junto com ele por meio <strong>de</strong> formas da 1ª pessoa <strong>do</strong> plural (“Cá, entre nós”,<br />

“nossas artérias”, “nossa pequena”; mistura os tratamentos tu e você ao dirigir-se a ele (“Se ela não te<br />

apetece, apele para o liquidifica<strong>do</strong>r e prepare um <strong>de</strong>licioso suco”); emprega expressões bastante<br />

coloquiais (“um mix pra lá <strong>de</strong> nutritivo”, “não <strong>de</strong>sprezar nadica da fruta”, “nossa pequena”); faz<br />

exclamações enfáticas (“...a jabuticaba ganha até da uva!”) e entoação <strong>de</strong> suspense (“a jabuticaba tem cor<br />

<strong>de</strong>... jabuticaba.”), o que caracteriza uma fala viva e <strong>de</strong>scontraída.<br />

7. a) As vozes sociais que se expressam na fala <strong>do</strong> locutor são o que ele chamou, no texto, <strong>de</strong><br />

“especialistas” , provavelmente os mesmos que realizaram um “estu<strong>do</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Campinas, a Unicamp”. b) O locutor recorre ao <strong>discurso</strong> indireto, por meio <strong>do</strong> qual indica o enuncia<strong>do</strong>r<br />

(pessoa ou instituição) responsável pela informação que passa ao <strong>de</strong>stinatário: “Para não per<strong>de</strong>r tantas<br />

riquezas, a dica <strong>do</strong>s especialistas é não <strong>de</strong>sprezar nadica da fruta. Não vale cuspir a casca.”, “Segun<strong>do</strong><br />

um estu<strong>do</strong> da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas, a Unicamp, nossa pequena contém 314 mililitros<br />

por grama e o fruto da vi<strong>de</strong>ira só 227”. c) Dessa forma, o locutor respalda o que diz no que dizem<br />

especialistas. Ao mesmo tempo em que a informação ganha cunho <strong>de</strong> “científica”, o locutor se resguarda,<br />

ou seja, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser o responsável último pela veracida<strong>de</strong> <strong>do</strong> que informa ao leitor.<br />

8. Ao dizer “A CAIXA”, em vez <strong>de</strong> “eu”, o locutor se i<strong>de</strong>ntifica como uma instituição que tem reconhecimento<br />

legal <strong>de</strong> dizer o que diz, inclusive <strong>de</strong> penalizar clientes infratores. Ao mesmo tempo, A CAIXA é uma forma<br />

mais curta e simpática <strong>do</strong> que A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, o que por sua vez permite ao locutor<br />

manter certa proximida<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>stinatário, o que é reforça<strong>do</strong> pelo tratamento você que lhe atribui.<br />

9. a) Diferentemente <strong>do</strong> que ocorre na versão original, em que o locutor <strong>do</strong> Código fala tanto a consumi<strong>do</strong>res<br />

quanto a fornece<strong>do</strong>res, na versão modificada, em que o imperativo entrou substituin<strong>do</strong> as formas verbais<br />

antes utilizadas, o locutor fala exclusivamente ao fornece<strong>do</strong>r, o que altera substancialmente o Código. Ao<br />

contrário <strong>do</strong> que ocorre em outros gêneros, leis, estatutos e afins <strong>de</strong>vem preferir a fala menos<br />

personalizada, exatamente por seu caráter genérico ou universal. b) Na versão modificada, a i<strong>de</strong>ntificação<br />

explícita <strong>do</strong> alocutário você com o titular da conta torna o texto ameaça<strong>do</strong>r e grosseiro. A versão original<br />

tem sobre essa exatamente a vantagem <strong>de</strong> preservar as faces tanto <strong>do</strong> <strong>de</strong>stinatário, que po<strong>de</strong> tomar<br />

conhecimento das sanções sem se sentir ameaça<strong>do</strong>, quanto <strong>do</strong> locutor, que não po<strong>de</strong> ser acusa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

ameaçar ninguém.<br />

13<br />

O O que que que fazer fazer, fazer , como fazer e e por por por que que fazer<br />

fazer<br />

O “fazer agir” <strong>do</strong> <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong> está associa<strong>do</strong> ao mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> fazer e à apresentação <strong>do</strong>s<br />

motivos pelos quais o <strong>de</strong>stinatário <strong>de</strong>ve realizar o que é dito. Trata-se, pois, <strong>de</strong> um plano<br />

<strong>de</strong> ação a ser segui<strong>do</strong> — o que fazer, como fazer, por que fazer — para o alcance <strong>de</strong> um<br />

objetivo.<br />

O objetivo visa<strong>do</strong>, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> macrobjetivo acional, correspon<strong>de</strong> à ação que o locutor<br />

quer que o <strong>de</strong>stinatário realize (o que fazer) e que este <strong>de</strong>seja ou necessita realizar: montar<br />

um equipamento eletrônico ou fazer um bolo; agir <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o regulamento <strong>de</strong> um<br />

con<strong>do</strong>mínio ou com as leis <strong>de</strong> trânsito; saber como gerenciar melhor o seu tempo ou como<br />

encontrar o parceiro i<strong>de</strong>al, por exemplo. Ou ainda, como no texto acima, dizer não ao<br />

fechamento <strong>de</strong> sites <strong>de</strong> <strong>do</strong>wnloads e legendas.<br />

Os coman<strong>do</strong>s correspon<strong>de</strong>m ao “como fazer”: são os passos ou plano <strong>de</strong> execução para<br />

se realizar o macrobjetivo. Em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s gêneros, os coman<strong>do</strong>s terão <strong>de</strong> ser<br />

apresenta<strong>do</strong>s em or<strong>de</strong>m cronológica, para que o <strong>de</strong>stinatário os execute sucessivamente;<br />

caso contrário, o macrobjetivo não po<strong>de</strong>rá ser realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma satisfatória. É o que<br />

acontece, por exemplo, com as receitas culinárias. Em outros gêneros, porém, como os<br />

regulamentos, só a realização simultânea <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os coman<strong>do</strong>s garante a concretização<br />

<strong>do</strong> macrobjetivo e evita possíveis punições. Já em gêneros <strong>injuntivo</strong>s <strong>de</strong> aconselhamento,<br />

muito frequentes em revistas <strong>de</strong>stinadas a a<strong>do</strong>lescentes, ao público feminino ou ao<br />

universo empresarial, não há nem or<strong>de</strong>nação cronológica nem garantia <strong>de</strong> consecução <strong>do</strong><br />

macrobjetivo.


14<br />

No texto <strong>de</strong> exemplificação ao la<strong>do</strong>,<br />

percebe-se uma hierarquização <strong>do</strong>s<br />

coman<strong>do</strong>s: um <strong>de</strong>les refere-se ao mo<strong>do</strong><br />

como (o que fazer para) realizar o<br />

macrobjetivo (assinar certa petição); o<br />

outro relaciona-se ao mo<strong>do</strong> como (o que<br />

fazer para) assinar a petição (clicar num<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> local <strong>do</strong> site on<strong>de</strong> se encontra<br />

o texto). Em outras palavras, o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

realizar o macrobjetivo foi toma<strong>do</strong> como<br />

um objetivo menor, para o qual também se<br />

estabeleceu um mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> execução.<br />

O “por que fazer” é a justificativa para a<br />

macroação ou para os coman<strong>do</strong>s menores<br />

que conduzem à macroação. Justificar é<br />

convencer o <strong>de</strong>stinatário com argumentos<br />

lógicos, ou persuadi-lo mediante apelos<br />

emocionais <strong>de</strong> sedução ou ameaça, que<br />

criam supostas evidências. Daí serem<br />

constantemente usadas, na justificativa,<br />

relações semânticas <strong>de</strong> explicação,<br />

finalida<strong>de</strong> e conclusão. Vale lembrar que a<br />

justificativa ten<strong>de</strong> a ser estruturada por<br />

sequências textuais <strong>de</strong> outros tipos<br />

(exposição, <strong>de</strong>scrição, relato ficcional ou<br />

não) e com muitos índices <strong>de</strong><br />

argumentativida<strong>de</strong>: argumentos <strong>de</strong><br />

autorida<strong>de</strong>; <strong>de</strong>poimentos pessoais;<br />

indica<strong>do</strong>res percentuais ou quantida<strong>de</strong>s<br />

relevantes; léxico <strong>de</strong> caráter apelativo,<br />

como adjetivos, advérbios, diminutivos e<br />

superlativos modaliza<strong>do</strong>res <strong>de</strong> afetivida<strong>de</strong>;<br />

representação <strong>do</strong> <strong>de</strong>stinatário no texto... A<br />

própria ilustração que acompanha muitos<br />

textos <strong>injuntivo</strong>s ten<strong>de</strong> a ser persuasiva,<br />

colaboran<strong>do</strong> para justificar o macrobjetivo ou os coman<strong>do</strong>s <strong>do</strong> texto. Repare, no texto<br />

acima, no valor argumentativo-apelativo <strong>do</strong>s termos sua, absur<strong>do</strong> e lute; da variação <strong>de</strong><br />

corpo e cor das fontes, <strong>do</strong> uso da palavra não barrada <strong>de</strong> vermelho no canto superior<br />

direito.<br />

A justificativa, porém, nem sempre se faz presente, sobretu<strong>do</strong> em gêneros prescritivos, tais<br />

como leis, estatutos e regulamentos, cujo caráter <strong>de</strong> obrigação inquestionável parece tornála<br />

<strong>de</strong>snecessária.<br />

Ativida<strong>de</strong> 4<br />

Disponível em: Acesso<br />

em: 2 mar. 2009<br />

MACROBJETIVO<br />

Dizer não ao fechamento <strong>de</strong> sites <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>wnloads e legendas<br />

(= Lutar contra este absur<strong>do</strong>; dizer não ao não)<br />

JUSTIFICATIVA<br />

Estão queren<strong>do</strong> tirar sua liberda<strong>de</strong><br />

(= O fechamento <strong>de</strong> sites e <strong>do</strong>wnloads cerceia a liberda<strong>de</strong><br />

individual)<br />

PLANO DE EXECUÇÃO<br />

Como (o que fazer para) dizer não?<br />

Assinar a petição contra o fechamento <strong>de</strong><br />

sites <strong>de</strong>...<br />

Como (o que fazer para)<br />

assinar?<br />

• Clicar em um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

site.<br />

Por que clicar?<br />

(justificativa)<br />

• Clicar é o meio <strong>de</strong> assinar<br />

via Internet.<br />

Leia o texto a seguir, fragmento <strong>de</strong> uma cartilha educativa, procuran<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar seu<br />

macrobjetivo, o plano <strong>de</strong> ação a ser executa<strong>do</strong> para se alcançar esse macrobjetivo e as<br />

razões pelas quais o interlocutor <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sejá-lo e/ou seguir o plano <strong>de</strong> ação. Responda, em<br />

seguida, às questões propostas.


ETANOL: uma atitu<strong>de</strong> inteligente. São<br />

Paulo, Globo, Única, p.12 e 14, s/d.<br />

(Núcleo <strong>de</strong> Projetos Especiais)<br />

(Fragmento)<br />

15


16<br />

1. O que é possível inferir da passagem <strong>de</strong>stacada em cor ver<strong>de</strong> no texto?<br />

2. Complete o esquema vago a seguir, em que se procurou evi<strong>de</strong>nciar a organização <strong>do</strong><br />

texto Pequenas gran<strong>de</strong>s atitu<strong>de</strong>s. Nos coman<strong>do</strong>s e objetivos, dê preferência ao uso <strong>do</strong><br />

infinitivo.<br />

•<br />

•<br />

Macrobjetivo<br />

Justificativa<br />

• Meta<strong>de</strong> das emissões <strong>de</strong> gases <strong>do</strong> efeito estufa resulta <strong>de</strong> hábitos e ações individuais.<br />

Energia<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Como?<br />

(coman<strong>do</strong>s específicos)<br />

Plano <strong>de</strong> execução<br />

O que fazer para alcançar o macrobjetivo?<br />

(coman<strong>do</strong> geral)<br />

• •<br />

• •<br />

•<br />

•<br />

•<br />

• Promover a reutilização <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res, brinque<strong>do</strong>s,<br />

jogos, roupas, livros, etc. (por exemplo, por meio <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>ações).<br />

•<br />

Por quê?<br />

(justificativa <strong>de</strong> coman<strong>do</strong>s específicos)<br />

• • A reciclagem reduz o gasto <strong>de</strong> energia necessário à<br />

fabricação <strong>de</strong> novos produtos (no caso <strong>do</strong> alumínio, a<br />

redução po<strong>de</strong> chegar a 95%).<br />

• •<br />

•<br />

•<br />

• Ensaboar o maior número possível <strong>do</strong>s utensílios <strong>de</strong><br />

cozinha antes <strong>de</strong> enxaguá-los.


Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />

1. Lê-se, na referência, que o texto é fragmento <strong>de</strong> uma cartilha educativa sobre o etanol editada pela Única,<br />

que é, assim, o enuncia<strong>do</strong>r <strong>do</strong> texto, e, na passagem <strong>de</strong>stacada em ver<strong>de</strong>, que o locutor abor<strong>do</strong>u, em<br />

páginas anteriores <strong>de</strong>ssa cartilha, a importância <strong>do</strong> etanol para o meio ambiente. Po<strong>de</strong>-se concluir,<br />

portanto, que o uso <strong>de</strong> etanol é, para a Única, o locutor-enuncia<strong>do</strong>r <strong>do</strong> texto, uma das formas <strong>de</strong> reduzir as<br />

agressões ao meio ambiente. Sen<strong>do</strong> assim, ele po<strong>de</strong> ser cita<strong>do</strong> sob a rubrica Energia como uma das dicas<br />

“para ajudar o nosso planeta”.<br />

2. Veja o quadro a seguir.<br />

Macrobjetivo<br />

• Reduzir as agressões ao meio ambiente.<br />

Justificativa<br />

• Meta<strong>de</strong> das emissões <strong>de</strong> gases <strong>do</strong> efeito estufa resulta <strong>de</strong> hábitos e ações individuais.<br />

Energia<br />

Plano <strong>de</strong> execução<br />

O que fazer?<br />

(coman<strong>do</strong> geral)<br />

• A<strong>do</strong>tar novos hábitos e atitu<strong>de</strong>s ao lidar com energia, lixo, água...<br />

Como?<br />

(coman<strong>do</strong>s específicos)<br />

• Abastecer com etanol, quan<strong>do</strong> possível.<br />

• Controlar a chama <strong>do</strong> fogão <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que não ultrapasse<br />

a área da panela.<br />

• Descongelar a gela<strong>de</strong>ira regularmente.<br />

• Trocar lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes por fluorescentes.<br />

Por quê?<br />

(justificativa <strong>de</strong> coman<strong>do</strong>s específicos)<br />

17<br />

• Lâmpadas fluorescentes são mais econômicas e<br />

duráveis.<br />

• Dar preferência a pilhas recarregáveis. • Pilhas recarregáveis retardam seu <strong>de</strong>scarte no lixo.<br />

• Descartar pilhas e baterias em locais apropria<strong>do</strong>s, como<br />

os postos <strong>de</strong> venda e <strong>de</strong> assistência técnica.<br />

• Desligar completamente (o power inclusive)<br />

eletro<strong>do</strong>mésticos e eletroeletrônicos com relógios ou leds.<br />

Lixo<br />

• Reduzir o uso <strong>de</strong> sacolas plásticas e <strong>de</strong> papel em branco.<br />

• Promover a reutilização <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res, brinque<strong>do</strong>s,<br />

jogos, roupas, livros, etc. (por exemplo, por meio <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>ações).<br />

• Retardar a compra <strong>de</strong> novos eletro<strong>do</strong>mésticos,<br />

consertan<strong>do</strong> os antigos.<br />

• Separar o lixo para reciclagem.<br />

• Descartar a<strong>de</strong>quadamente o óleo <strong>de</strong> cozinha em postos<br />

<strong>de</strong> coleta, evitan<strong>do</strong> jogá-lo na pia ou no vaso sanitário.<br />

Água<br />

• Usar a lava<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> roupas e <strong>de</strong> louças sempre com a<br />

capacida<strong>de</strong> máxima.<br />

• Fechar bem as torneiras após o uso e evitar seu<br />

vazamento.<br />

• Ensaboar o maior número possível <strong>do</strong>s utensílios <strong>de</strong><br />

cozinha antes <strong>de</strong> enxaguá-los.<br />

• A reciclagem reduz o gasto <strong>de</strong> energia necessário à<br />

fabricação <strong>de</strong> novos produtos (no caso <strong>do</strong> alumínio, a<br />

redução po<strong>de</strong> chegar a 95%).<br />

• Óleo <strong>de</strong> cozinha po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> na fabricação <strong>de</strong> sabão.


18<br />

Ativida<strong>de</strong> 5<br />

1. No texto a seguir, omitimos to<strong>do</strong>s os intertítulos, que ocorriam nos locais agora<br />

marca<strong>do</strong>s por x. Leia o texto e redija, para cada uma das partes, um coman<strong>do</strong> no<br />

imperativo que sintetize sua idéia principal e possa funcionar como um novo intertítulo.<br />

PRO TESTE. Rio <strong>de</strong> Janeiro, ano VI, n. 72, p. 12, ago. 2008. (Fragmento adapta<strong>do</strong>)<br />

Sugestão <strong>de</strong> resposta<br />

Há várias respostas possíveis. Veja estas sugestões:<br />

Escolha seu tipo Observe a sola Faça seu tênis durar mais Amarre corretamente


Ativida<strong>de</strong> 6<br />

1. Das três etapas <strong>do</strong><br />

<strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>, o<br />

anúncio ao la<strong>do</strong><br />

traz somente a<br />

justificativa.<br />

a) As razões<br />

apresentadas<br />

como<br />

justificativa são<br />

objetivas ou<br />

subjetivas?<br />

Justifique sua<br />

resposta.<br />

b) I<strong>de</strong>ntifique o<br />

slogan <strong>do</strong><br />

produto e<br />

explique por que<br />

ele é um apelo.<br />

c) Explique por<br />

que esse texto,<br />

que não<br />

apresenta<br />

nenhum<br />

coman<strong>do</strong><br />

explícito, <strong>de</strong>ve<br />

ser interpreta<strong>do</strong><br />

como <strong>discurso</strong><br />

<strong>injuntivo</strong>.<br />

2. Leia os fragmentos <strong>de</strong> anúncios a seguir e responda:<br />

• O que o locutor quer levar o interlocutor a fazer, ou seja, qual é o macrobjetivo <strong>de</strong><br />

cada texto?<br />

• Que apelo(s) o locutor faz na justificativa para persuadir o interlocutor a realizar a<br />

ação pretendida?<br />

a) Gol. Aqui to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> po<strong>de</strong> voar.<br />

b) O EXEMPLO DE CUIDAR VEM DE VOCÊ. A EXPERIÊNCIA VEM DE UM GRUPO<br />

COM MAIS DE 41 ANOS. Seguros Unimed. A segura<strong>do</strong>ra da Unimed.<br />

c) NÃO PRECISA TIRAR AS CRIANÇAS DA SALA PARA ASSISTIR AOS CURTAS.<br />

MAS CONVÉM TIRAR O MARIDO: O APRESENTADOR É O RODRIGO SANTORO.<br />

d) USE CAMISINHA. É COISA DE MULHER SEGURA. Sexo não tem ida<strong>de</strong> para<br />

acabar. Proteção também não. A vida sexual continua <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s 50. E toda mulher<br />

tem o direito <strong>de</strong> exercer sua sexualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> se cuidar. Por isso, a camisinha é tão<br />

fundamental. Ela protege você <strong>do</strong> vírus HIV e <strong>de</strong> muitas outras <strong>do</strong>enças. Use. Mostre que<br />

você tem postura.<br />

19


20<br />

Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />

1. a) São apresentadas tanto razões subjetivas quanto razões objetivas. A comparação entre a escova e o<br />

celular, assim como o apelo à autorida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntistas, que aparece no slogan (a marca mais usada pelos<br />

<strong>de</strong>ntistas) são <strong>de</strong> natureza subjetiva, pois não se relacionam com as características <strong>do</strong> objeto escova nem<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu uso. Já as <strong>de</strong>scrições das proprieda<strong>de</strong>s da escova (movimento oscilatório, cerdas<br />

cruzadas, cabo com <strong>de</strong>senho anatômico, refil <strong>de</strong> troca fácil e segura) e <strong>do</strong> efeito <strong>de</strong> seu uso (limpeza mais<br />

completa e profunda) são razões objetivas, que garantiriam o alcance da finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> objeto e,<br />

consequentemente, sua compra pelo consumi<strong>do</strong>r. b) Veja a resposta anterior. c) O objetivo comunicativo<br />

<strong>do</strong> texto é fazer o interlocutor executar <strong>de</strong>terminada ação — no caso, comprar a escova Oral B. A foto e as<br />

informações sobre o produto, o <strong>de</strong>staque da<strong>do</strong> a sua marca indicam que se trata <strong>de</strong> um anúncio<br />

publicitário, gênero <strong>de</strong> texto essencialmente <strong>injuntivo</strong>.<br />

2. a) O macrobjetivo <strong>do</strong> texto é convencer o interlocutor a voar pela companhia aérea Gol. A justificativa é a<br />

alusão ao preço acessível das passagens. b) O macrobjetivo é levar o <strong>de</strong>stinatário a fazer um seguro<br />

Unimed. A justificativa é a confiabilida<strong>de</strong> da segura<strong>do</strong>ra, sugerida pelo tempo <strong>de</strong> existência <strong>do</strong> grupo e a<br />

experiência em cuidar das pessoas. O prestígio <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da Unimed é, assim, transferi<strong>do</strong><br />

para uma área afim, a <strong>de</strong> seguros <strong>de</strong> vida. c) O macrobjetivo é levar os <strong>de</strong>stinatários previstos, as<br />

mulheres, a assistir aos filmes <strong>de</strong> curta-metragem. A justificativa é o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> atração, a beleza e o<br />

prestígio <strong>do</strong> ator Rodrigo Santoro (ele é tão atraente que po<strong>de</strong> até provocar ciúmes no mari<strong>do</strong>). d) O<br />

objetivo é convencer as mulheres com mais <strong>de</strong> cinquenta anos a usar preservativo nas relações sexuais.<br />

A justificativa consiste em i<strong>de</strong>ntificar o uso <strong>do</strong> preservativo com atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> mulher — uma<br />

mulher segura, cheia <strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong>, livre para ter vida sexual ativa e firme para cuidar <strong>de</strong> si mesma.<br />

Marcas Marcas lin lingu lin lingu<br />

guísticas<br />

ísticas da da da injunção<br />

injunção<br />

Você <strong>de</strong>ve ter percebi<strong>do</strong> que o uso <strong>do</strong> imperativo ou <strong>de</strong> formas que o substituam é muito<br />

frequente nos textos <strong>injuntivo</strong>s. Também é comum a representação <strong>do</strong> <strong>de</strong>stinatário como<br />

alocutário, ou seja, por formas <strong>de</strong> segunda pessoa (tu/vós, você/vocês).<br />

Organiza<strong>do</strong>res discursivos <strong>de</strong> tempo e sequenciação (numerais, articula<strong>do</strong>res e estruturas<br />

adverbiais) marcam presença nos textos que exigem or<strong>de</strong>nação cronológica na realização<br />

<strong>do</strong>s coman<strong>do</strong>s.<br />

Na apresentação <strong>de</strong> razões que justificam a necessida<strong>de</strong> da ação, costuma-se usar<br />

articula<strong>do</strong>res que introduzem a explicação (pois, porque), a finalida<strong>de</strong> (para, para que, a fim<br />

<strong>de</strong> que) ou a condição em que <strong>de</strong>terminada ação <strong>de</strong>ve ser executada (se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que,<br />

caso).<br />

Ativida<strong>de</strong> 7<br />

1. Por conter instruções a serem cumpridas numa <strong>de</strong>terminada or<strong>de</strong>m ou sequência, o<br />

texto a seguir, apresenta<strong>do</strong> com parágrafos fora <strong>de</strong> lugar, faz largo uso <strong>de</strong><br />

organiza<strong>do</strong>res textuais (articula<strong>do</strong>res e estruturas adverbiais) <strong>de</strong> tempo e sequenciação.<br />

a) I<strong>de</strong>ntifique esses organiza<strong>do</strong>res discursivos <strong>de</strong> tempo e sequenciação.<br />

b) Guian<strong>do</strong>-se por eles e pelas expressões <strong>de</strong> retomada, sequencie os parágrafos<br />

a<strong>de</strong>quadamente, preenchen<strong>do</strong> os parênteses com os números <strong>de</strong> 0 a 8.<br />

c) Sequencie também as ilustrações, escreven<strong>do</strong> os números <strong>de</strong> 1 a 8 nos círculos em<br />

branco.<br />

TROCA DE PNEU<br />

Mão na roda<br />

Preste atenção às dicas a seguir e perceba que trocar um pneu não é<br />

tão difícil quanto parece


( ) Antes <strong>de</strong> encaixar o macaco no carro, suba-o cerca <strong>de</strong> um palmo, porque é<br />

difícil girar a manivela quan<strong>do</strong> ele está muito baixo. Depois que você o<br />

encaixar no local — i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> na lateral da maioria <strong>do</strong>s veículos com<br />

uma seta —, gire a manivela e suba um pouco, até <strong>de</strong>ixar o macaco firme<br />

entre o chão e o carro. Não tire o pneu <strong>do</strong> chão ainda. Caso o seu carro<br />

não traga a marcação para encaixe <strong>do</strong> macaco, saiba que o apoio para o<br />

macaco <strong>de</strong>ve ser sempre mais para o centro <strong>do</strong> veículo, nunca na frente<br />

nem na traseira. Caso o pneu vazio seja o traseiro, em veículos <strong>de</strong> quatro<br />

portas, o macaco <strong>de</strong>ve ficar ao la<strong>do</strong> da porta <strong>do</strong> passageiro traseiro. Para o<br />

pneu dianteiro, ao la<strong>do</strong> da porta da frente.<br />

( ) Volte para o macaco e gire a manivela até que o pneu <strong>de</strong>sencoste <strong>do</strong> chão.<br />

Não precisa subir muito. Tome cuida<strong>do</strong> para não se apoiar no carro e<br />

sacudi-lo — isso evita aci<strong>de</strong>ntes. Agora, volte aos parafusos e gire-os um a<br />

um até que a roda seja solta. Guar<strong>de</strong>-os para não per<strong>de</strong>r. Quan<strong>do</strong> a roda<br />

soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuida<strong>do</strong> para não se machucar.<br />

( ) Pegue a chave <strong>de</strong> roda, o macaco e o estepe — pneu sobressalente —, em<br />

geral guarda<strong>do</strong>s na mala <strong>do</strong> carro. Com tu<strong>do</strong> <strong>de</strong> que precisa em mãos, é<br />

hora <strong>de</strong> começar a troca.<br />

( ) Pronto! O pneu está troca<strong>do</strong>. Agora, é só guardar o pneu fura<strong>do</strong>, as<br />

ferramentas e o triângulo. Não perca tempo tentan<strong>do</strong> colocar o pneu<br />

fura<strong>do</strong> no lugar <strong>do</strong> estepe. Apenas coloque-o no porta-malas para sair <strong>do</strong><br />

local o mais rápi<strong>do</strong> possível. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da situação, vá logo a um<br />

borracheiro. Nunca se sabe quan<strong>do</strong> um outro estepe será necessário.<br />

( ) Só <strong>de</strong> imaginar o pneu fura<strong>do</strong> você já entra em <strong>de</strong>sespero? Calma, isso não<br />

é o fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Sem contar que, atualmente, saber trocar um pneu é<br />

até uma questão <strong>de</strong> segurança. Para ser bem-sucedi<strong>do</strong>, veja as dicas a<br />

seguir.<br />

( ) Depois <strong>de</strong> firmar o macaco, é hora <strong>de</strong> soltar os parafusos da roda. Para<br />

soltar os parafusos, retire a tampa <strong>de</strong> proteção da roda, encaixe a chave <strong>de</strong><br />

roda e tente girar no senti<strong>do</strong> anti-horário. Se estiver muito duro, use o<br />

peso <strong>do</strong> corpo, pisan<strong>do</strong> na chave. Solte os parafusos, mas não o suficiente<br />

para tirá-los ainda.<br />

( ) Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pisca-alerta e vá<br />

<strong>de</strong>vagar até encontrar um lugar seguro, ilumina<strong>do</strong> e com piso firme para<br />

estacionar o carro. Ao parar, puxe bem o freio <strong>de</strong> mão e <strong>de</strong>ixe o carro em<br />

primeira marcha. Para evitar aci<strong>de</strong>ntes, sinalize bem que você está com<br />

problemas. O triângulo <strong>de</strong>ve ficar a 30 metros <strong>de</strong> distância <strong>do</strong> veículo. Em<br />

diversos países europeus, já é lei que os motoristas usem coletes com<br />

faixas refletoras quan<strong>do</strong> estiverem fora <strong>de</strong> um veículo com problemas, para<br />

evitar atropelamentos. Se você tiver um colete <strong>de</strong>sses, vista-o antes <strong>de</strong><br />

sair <strong>do</strong> carro.<br />

( ) Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave <strong>de</strong> roda. Não é<br />

preciso usar muita força. Uma boa dica para apertar bem sem fazer força é<br />

começar giran<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s parafusos até não conseguir mais. Repita essa<br />

operação para to<strong>do</strong>s os parafusos, seguin<strong>do</strong> o formato <strong>de</strong> X (veja a imagem<br />

ao la<strong>do</strong>). Repita esta or<strong>de</strong>m até sentir que eles não giram mais.<br />

( ) Encaixe o centro da roda <strong>do</strong> estepe no eixo. Pegue um parafuso, localize<br />

uma rosca e aperte-o, no senti<strong>do</strong> horário ainda com a mão. Um a um<br />

coloque os parafusos restantes e aperte-os um pouco com a mão. Depois,<br />

<strong>de</strong>sça totalmente o carro que ainda estava levemente suspenso pelo<br />

macaco.<br />

PRO TESTE. Rio <strong>de</strong> Janeiro, ano VI, n.59, p.18-19, jun. 2007.<br />

21


22<br />

2. Em qual alternativa a função da construção temporal em <strong>de</strong>staque foi interpretada<br />

INCORRETAMENTE?<br />

a) Antes <strong>de</strong> encaixar o macaco no carro, suba-o cerca <strong>de</strong> um palmo...<br />

Marca que o coman<strong>do</strong> <strong>de</strong> subir o macaco cerca <strong>de</strong> um palmo <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong><br />

antes <strong>de</strong> ele ser encaixa<strong>do</strong> no carro.<br />

b) Volte para o carro e gire a manivela até que o pneu <strong>de</strong>sencoste <strong>do</strong> chão.<br />

Marca o limite final da ação <strong>de</strong> girar a manivela, ou seja, o momento em que <strong>de</strong>ve<br />

ser interrompida.<br />

c) Agora, volte aos parafusos e gire-os um a um até que a roda esteja solta.<br />

Indica o momento da fala <strong>do</strong> locutor como aquele em que o interlocutor <strong>de</strong>ve realizar<br />

os coman<strong>do</strong>s <strong>de</strong> voltar aos parafusos e girá-los.<br />

d) Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave <strong>de</strong> roda.<br />

Marca que o coman<strong>do</strong> <strong>de</strong> apertar os parafusos <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois que o carro<br />

estiver apoia<strong>do</strong> no chão.<br />

3. Além da idéia <strong>de</strong> tempo, construções adverbiais temporais po<strong>de</strong>m expressar outras<br />

noções, como habitualida<strong>de</strong>, iteração ou frequência, concessão, contraste ou oposição,<br />

condição, causa...<br />

A idéia <strong>de</strong> condição po<strong>de</strong> ser reconhecida e até mesmo prevalecer sobre a <strong>de</strong> tempo,<br />

sem prejuízo para o texto, em<br />

a) Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pica-alerta e vá <strong>de</strong>vagar...<br />

b) ...porque é difícil girar a manivela quan<strong>do</strong> ele está muito baixo.<br />

c) Repita esta or<strong>de</strong>m até sentir que eles não giram mais.<br />

d) Quan<strong>do</strong> a roda soltar, puxe-a com as duas mãos.<br />

4. Reescreva a frase-resposta da questão anterior, substituin<strong>do</strong> o articula<strong>do</strong>r <strong>de</strong> tempo por<br />

um articula<strong>do</strong>r <strong>de</strong> condição. Faça as adaptações necessárias.<br />

5. No <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>, condicionar é i<strong>de</strong>ntificar uma situação imaginária ou real em que<br />

um coman<strong>do</strong> ou injunção tem valida<strong>de</strong>. É, também, enunciar a injunção como<br />

<strong>de</strong>corrência daquela condição. A forma mais frequente <strong>de</strong> expressar condição se faz<br />

empregan<strong>do</strong> o articular se ou similar (caso, contanto que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, salvo se, a não<br />

ser que, a menos que) no início <strong>de</strong> uma oração. É possível, porém, expressar condição<br />

por outros meios, assim como é possível que a relação <strong>de</strong> condição apareça mesclada<br />

com alguma outra: tempo, finalida<strong>de</strong>, concessão, alternância...<br />

As versões <strong>de</strong> todas as alternativas são a<strong>de</strong>quadas para substituir, no texto, a frase<br />

apresentada, EXCETO<br />

a) Se você tiver um colete <strong>de</strong>sses, vista-o antes <strong>de</strong> sair <strong>do</strong> carro.<br />

Quem tiver um colete <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>ve vesti-lo antes <strong>de</strong> sair <strong>do</strong> carro.<br />

b) Caso o seu carro não traga a marcação para encaixe <strong>do</strong> macaco, saiba que o apoio<br />

para o macaco <strong>de</strong>ve ser sempre mais para o centro <strong>do</strong> veículo, nunca na frente nem<br />

na traseira.<br />

Saiba que o apoio para o macaco <strong>de</strong>ve ser sempre mais para o centro <strong>do</strong> veículo,<br />

nunca na frente nem na traseira, a menos que o carro não traga a marcação para<br />

encaixe <strong>do</strong> macaco.<br />

c) Caso o pneu vazio seja o traseiro, em veículos <strong>de</strong> quatro portas, o macaco <strong>de</strong>ve ficar<br />

ao la<strong>do</strong> da porta <strong>do</strong> passageiro traseiro.


Caso o pneu vazio seja o traseiro e o veículo tenha quatro portas, lembre-se <strong>de</strong> que<br />

o macaco <strong>de</strong>ve ficar ao la<strong>do</strong> da porta <strong>do</strong> passageiro traseiro.<br />

d) Para o pneu dianteiro, ao la<strong>do</strong> da porta da frente.<br />

Se o pneu fura<strong>do</strong> for dianteiro, instale o macaco ao la<strong>do</strong> da porta da frente.<br />

6. A relação semântica <strong>de</strong> finalida<strong>de</strong>, propósito, intenção é geralmente expressa por<br />

oração estruturada com o articula<strong>do</strong>r para ou equivalente (para que, a fim <strong>de</strong> que, a fim<br />

<strong>de</strong>). No <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>, a construção final costuma ser usada como justificativa <strong>de</strong><br />

um coman<strong>do</strong> ou injunção.<br />

Em todas as alternativas, a construção final justifica um coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> locutor ao<br />

interlocutor <strong>do</strong> texto, EXCETO<br />

a) Para ser bem-sucedi<strong>do</strong>, veja as dicas a seguir.<br />

b) Para evitar aci<strong>de</strong>ntes, sinalize bem que você está com problemas.<br />

c) Apenas coloque-o no porta-malas para sair <strong>do</strong> local o mais rápi<strong>do</strong> possível.<br />

d) ...é lei que os motoristas usem coletes com faixas refletoras [...] para evitar<br />

atropelamentos.<br />

7. Quan<strong>do</strong> a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuida<strong>do</strong> para não se machucar.<br />

Embora expressem relações semânticas diferentes, as versões <strong>de</strong> todas as alternativas<br />

são a<strong>de</strong>quadas para substituir, no texto, a frase acima <strong>de</strong>stacada, EXCETO<br />

a) Cuida<strong>do</strong>, pois você corre o risco <strong>de</strong> se machucar.<br />

b) Tome cuida<strong>do</strong>, ou você vai se machucar.<br />

c) Tome cuida<strong>do</strong> se você se machucar.<br />

d) Cuida<strong>do</strong>! Não vá se machucar.<br />

8. Explicar um ato <strong>de</strong> fala <strong>injuntivo</strong>, é apresentar uma razão, motivo ou justificativa para a<br />

sua realização. A explicação, que aparece sempre <strong>de</strong>pois da injunção, po<strong>de</strong> ser<br />

introduzida ou não por articula<strong>do</strong>r explicativo: que, pois, porque... Como injunção e<br />

explicação são <strong>do</strong>is atos <strong>de</strong> fala distintos, inclusive com entoações diferentes,<br />

recomenda-se registrar uma pausa entre eles: vírgula, ponto e vírgula, <strong>do</strong>is pontos,<br />

travessão, ponto...<br />

Venha logo, pois estou com sauda<strong>de</strong>s.<br />

Injunção explicação<br />

Não use remédio venci<strong>do</strong>: po<strong>de</strong> fazer-lhe mal.<br />

injunção explicação<br />

Nas passagens a seguir, retiradas <strong>do</strong> texto Mão na roda, coloque entre [colchetes] as<br />

explicações relacionadas aos coman<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s. Em seguida, reescreva as<br />

passagens, acrescentan<strong>do</strong> ou eliminan<strong>do</strong> o articula<strong>do</strong>r explicativo. Faça as<br />

modificações necessárias.<br />

a) Calma, isso não é o fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

b) Tome cuida<strong>do</strong> para não se apoiar no carro e sacudi-lo — isso evita aci<strong>de</strong>ntes.<br />

c) Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da situação, vá logo a um borracheiro. Nunca se sabe quan<strong>do</strong> um outro<br />

estepe será necessário.<br />

23


24<br />

d) Antes <strong>de</strong> encaixar o macaco no carro, suba-o cerca <strong>de</strong> um palmo, porque é difícil<br />

girar a manivela quan<strong>do</strong> ele está muito baixo.<br />

9. As passagens em <strong>de</strong>staque nas alternativas estruturam injunções ou coman<strong>do</strong>s<br />

apresenta<strong>do</strong>s no texto. I<strong>de</strong>ntifique a marca linguística <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses coman<strong>do</strong>s,<br />

escreven<strong>do</strong>, entre parênteses, o número correspon<strong>de</strong>nte:<br />

(1) verbo no imperativo;<br />

(2) elipse <strong>do</strong> imperativo;<br />

(3) verbo no infinitivo;<br />

(4) verbo no futuro <strong>do</strong> presente <strong>do</strong> indicativo;<br />

(5) verbo acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> modaliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> ou obrigatorieda<strong>de</strong>.<br />

a) ( ) Calma, isso não é o fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

b) ( ) Para ser bem sucedi<strong>do</strong>, veja as dicas a seguir.<br />

c) ( ) O triângulo <strong>de</strong>ve ficar a uns 30 metros <strong>de</strong> distância <strong>do</strong> veículo.<br />

d) ( ) Depois <strong>de</strong> firmar o macaco, é hora <strong>de</strong> soltar os parafusos da roda.<br />

e) ( ) Não é preciso usar muita força.<br />

Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />

1. a) Veja os organiza<strong>do</strong>res discursivos <strong>de</strong> tempo e sequenciação <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s em laranja na versão <strong>do</strong> texto<br />

apresentada abaixo. b) A numeração <strong>do</strong>s parênteses <strong>de</strong>ve ser feita na seguinte or<strong>de</strong>m: (3) (5) (2) (8) (0)<br />

(4) (1) (7) (6). c) A numeração das figuras segue a <strong>do</strong>s parágrafos, sem o zero, já que o parágrafo inicial<br />

<strong>do</strong> texto não foi ilustra<strong>do</strong>: (3) (5) (2) (8) (4) (1) (7) (6). Agora veja o texto com parágrafos e figuras<br />

<strong>de</strong>vidamente or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s.<br />

TROCA DE PNEU<br />

Mão na roda<br />

Preste atenção às dicas a seguir e perceba que trocar um pneu não é tão<br />

difícil quanto parece<br />

Só <strong>de</strong> imaginar o pneu fura<strong>do</strong> você já entra em <strong>de</strong>sespero? Calma, isso não é o fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

Sem contar que, atualmente, saber trocar um pneu é até uma questão <strong>de</strong> segurança. Para ser bemsucedi<strong>do</strong>,<br />

veja as dicas a seguir.<br />

Assim que você perceber que o pneu furou, ligue o pisca-alerta e vá<br />

<strong>de</strong>vagar até encontrar um lugar seguro, ilumina<strong>do</strong> e com piso firme para<br />

estacionar o carro. Ao parar, puxe bem o freio <strong>de</strong> mão e <strong>de</strong>ixe o carro<br />

em primeira marcha. Para evitar aci<strong>de</strong>ntes, sinalize bem que você está<br />

com problemas. O triângulo <strong>de</strong>ve ficar a 30 metros <strong>de</strong> distância <strong>do</strong><br />

veículo. Em diversos países europeus, já é lei que os motoristas usem<br />

coletes com faixas refletoras quan<strong>do</strong> estiverem fora <strong>de</strong> um veículo com<br />

problemas, para evitar atropelamentos. Se você tiver um colete <strong>de</strong>sses,<br />

vista-o antes <strong>de</strong> sair <strong>do</strong> carro.<br />

Pegue a chave <strong>de</strong> roda, o macaco e o estepe — pneu sobressalente —<br />

em geral guarda<strong>do</strong>s na mala <strong>do</strong> carro. Com tu<strong>do</strong> <strong>de</strong> que precisa em<br />

mãos, é hora <strong>de</strong> começar a troca.


Antes <strong>de</strong> encaixar o macaco no carro, suba-o cerca <strong>de</strong> um palmo,<br />

porque é difícil girar a manivela quan<strong>do</strong> ele está muito baixo. Depois<br />

que você o encaixar no local — i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> na lateral da maioria<br />

<strong>do</strong>s veículos com uma seta —, gire a manivela e suba um pouco, até<br />

<strong>de</strong>ixar o macaco firme entre o chão e o carro. Não tire o pneu <strong>do</strong> chão<br />

ainda. Caso o seu carro não traga a marcação para encaixe <strong>do</strong> macaco,<br />

saiba que o apoio para o macaco <strong>de</strong>ve ser sempre mais para o centro <strong>do</strong><br />

veículo, nunca na frente nem na traseira. Caso o pneu vazio seja o<br />

traseiro, em veículos <strong>de</strong> quatro portas, o macaco <strong>de</strong>ve ficar ao la<strong>do</strong> da<br />

porta <strong>do</strong> passageiro traseiro. Para o pneu dianteiro, ao la<strong>do</strong> da porta da<br />

frente.<br />

Depois <strong>de</strong> firmar o macaco, é hora <strong>de</strong> soltar os parafusos da roda.<br />

Para soltar os parafusos, retire a tampa <strong>de</strong> proteção da roda, encaixe a<br />

chave <strong>de</strong> roda e tente girar no senti<strong>do</strong> anti-horário. Se estiver muito<br />

duro, use o peso <strong>do</strong> corpo, pisan<strong>do</strong> na chave. Solte os parafusos, mas<br />

não o suficiente para tirá-los ainda.<br />

Volte para o macaco e gire a manivela até que o pneu <strong>de</strong>sencoste <strong>do</strong><br />

chão. Não precisa subir muito. Tome cuida<strong>do</strong> para não se apoiar no<br />

carro e sacudi-lo — isso evita aci<strong>de</strong>ntes. Agora, volte aos parafusos e<br />

gire-os um a um até que a roda seja solta. Guar<strong>de</strong>-os para não per<strong>de</strong>r.<br />

Quan<strong>do</strong> a roda soltar, puxe-a com as duas mãos. Cuida<strong>do</strong> para não se<br />

machucar.<br />

Encaixe o centro da roda <strong>do</strong> estepe no eixo. Pegue um parafuso, localize<br />

uma rosca e aperte-o, no senti<strong>do</strong> horário ainda com a mão. Um a um<br />

coloque os parafusos restantes e aperte-os um pouco com a mão.<br />

Depois, <strong>de</strong>sça totalmente o carro que ainda estava levemente suspenso<br />

pelo macaco.<br />

Com o carro no chão, aperte os parafusos com a chave <strong>de</strong> roda. Não é<br />

preciso usar muita força. Uma boa dica para apertar bem sem fazer<br />

força é começar giran<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s parafusos até não conseguir mais.<br />

Repita essa operação para to<strong>do</strong>s os parafusos, seguin<strong>do</strong> o formato <strong>de</strong> X<br />

(veja a imagem ao la<strong>do</strong>). Repita esta or<strong>de</strong>m até sentir que eles não<br />

giram mais.<br />

Pronto! O pneu está troca<strong>do</strong>. Agora, é só guardar o pneu fura<strong>do</strong>, as<br />

ferramentas e o triângulo. Não perca tempo tentan<strong>do</strong> colocar o pneu<br />

fura<strong>do</strong> no lugar <strong>do</strong> estepe. Apenas coloque-o no porta-malas para sair <strong>do</strong><br />

local o mais rápi<strong>do</strong> possível. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da situação, vá logo a um<br />

borracheiro. Nunca se sabe quan<strong>do</strong> um outro estepe será necessário.<br />

PRO TESTE. Rio <strong>de</strong> Janeiro, ano VI, n.59, p.18-19, jun. 2007. (Grifos nossos.)<br />

2. c. Nessa passagem, a palavra agora quer dizer ‘<strong>de</strong>pois disso’, sem nenhuma referência ao momento em<br />

que o locutor se pronuncia.<br />

3. b<br />

4. ...porque é difícil girar a manivela se ele estiver muito baixo.<br />

5. b . Ao empregar o articula<strong>do</strong>r a menos que, <strong>de</strong>ve-se ter o cuida<strong>do</strong> não só <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar a oração introduzida<br />

por ele para <strong>de</strong>pois da oração principal, mas também <strong>de</strong> falar o contrário <strong>do</strong> que antes se dizia. Assim, se<br />

o enuncia<strong>do</strong> original é negativo, o uso <strong>de</strong> a menos que vai torná-lo positivo, e vice-versa. Observe: Saiba<br />

que o apoio para o macaco <strong>de</strong>ve ser sempre mais para o centro <strong>do</strong> veículo, nunca na frente nem na<br />

traseira, a menos que o carro traga outra marcação para encaixe <strong>do</strong> macaco.<br />

6. d. Nessa passagem, o locutor não dá nenhum coman<strong>do</strong> a seu interlocutor no texto; apenas o informa a<br />

respeito <strong>de</strong> um coman<strong>do</strong> <strong>de</strong> lei apresenta<strong>do</strong> a europeus.<br />

7. c. Diferentemente das <strong>de</strong>mais alternativas, em que o locutor alerta para que o interlocutor evite se<br />

machucar, em c ele lembra ao interlocutor que tome os cuida<strong>do</strong>s necessários após ter se machuca<strong>do</strong>.<br />

8. a) Calma, [isso não é o fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>]. Calma, que (pois, porque) isso não é o fim <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. b) Tome<br />

cuida<strong>do</strong> para não se apoiar no carro e sacudi-lo [— isso evita aci<strong>de</strong>ntes]. Tome cuida<strong>do</strong> para não se<br />

apoiar no carro e sacudi-lo, que (pois, porque) isso evita aci<strong>de</strong>ntes. c) Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da situação, vá<br />

25


26<br />

logo a um borracheiro. [Nunca se sabe quan<strong>do</strong> um outro estepe será necessário]. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da<br />

situação, vá logo a um borracheiro, pois (porque) nunca se sabe quan<strong>do</strong> um outro estepe será<br />

necessário. d) Antes <strong>de</strong> encaixar o macaco no carro, suba-o cerca <strong>de</strong> um palmo, [porque é difícil girar a<br />

manivela quan<strong>do</strong> ele está muito baixo]. Antes <strong>de</strong> encaixar o macaco no carro, suba-o cerca <strong>de</strong> um palmo:<br />

é difícil girar a manivela quan<strong>do</strong> ele está muito baixo.<br />

9. (2) (1) (5) (5) (5)<br />

O O imperativo imperativo no no português português padrão padrão<br />

padrão<br />

A essa altura, você, sem dúvida alguma, sabe reconhecer verbos no mo<strong>do</strong> imperativo, a<br />

forma verbal mais característica das injunções. Sabe também formá-lo?<br />

No português padrão (PP), o imperativo afirmativo das pessoas tu/vós <strong>de</strong>riva <strong>do</strong> presente<br />

<strong>do</strong> indicativo sem o –s final:<br />

tu amas<br />

<br />

AMA tu<br />

vós amais<br />

<br />

AMAI vós<br />

tu bebes<br />

<br />

BEBE tu<br />

vós bebeis<br />

<br />

BEBEI vós<br />

tu partes<br />

<br />

PARTE tu<br />

vós partis<br />

<br />

PARTI vós<br />

Já o imperativo afirmativo correspon<strong>de</strong>nte às pessoas você/vocês e todas as formas <strong>do</strong><br />

imperativo negativo são emprestadas <strong>do</strong> presente <strong>do</strong> subjuntivo. Usa<strong>do</strong> como imperativo, o<br />

subjuntivo ocorre sem os articula<strong>do</strong>res que, se, quan<strong>do</strong> ou similares.<br />

que você ame<br />

<br />

AME você<br />

que vocês amem<br />

<br />

AMEM vocês<br />

que tu não ames<br />

<br />

NÃO AMES tu<br />

que você não ame<br />

<br />

NÃO AME você<br />

que vós não ameis<br />

<br />

NÃO AMEIS vós<br />

que vocês não amem<br />

<br />

NÃO AMEM vocês<br />

que você beba<br />

<br />

BEBA você<br />

que vocês bebam<br />

<br />

BEBAM vocês<br />

que tu não bebas<br />

<br />

NÃO BEBAS tu<br />

que você não beba<br />

<br />

NÃO BEBA você<br />

que vós não bebais<br />

<br />

NÃO BEBAIS vós<br />

que vocês não bebam<br />

<br />

NÃO BEBAM vocês<br />

que você parta<br />

<br />

PARTA você<br />

que vocês partam<br />

<br />

PARTAM vocês<br />

que tu não partas<br />

<br />

NÃO PARTAS tu<br />

que você não parta<br />

<br />

NÃO PARTA você<br />

que vós não partais<br />

<br />

NÃO PARTAIS vós<br />

que vocês não partam<br />

<br />

NÃO PARTAM vocês


No português não padrão (PNP), é frequente a mistura das formas tu e você na<br />

representação <strong>do</strong> interlocutor. Frases como “Abaixa esse som e me respon<strong>de</strong>: você sabe<br />

on<strong>de</strong> está a sua mãe?, em que o locutor trata o seu interlocutor ora por tu (Abaixa,<br />

respon<strong>de</strong>), ora por você (você, sabe, sua), não causa estranhamento a nenhum brasileiro,<br />

especialmente se usada em situações informais <strong>do</strong> dia-a-dia. No português padrão (PP),<br />

porém, recomenda-se não misturar as formas <strong>de</strong> tratamento <strong>do</strong> interlocutor: “Abaixa esse<br />

som e me respon<strong>de</strong>: tu sabes on<strong>de</strong> está a tua mãe?” ou “Abaixe esse som e me<br />

responda: você sabe on<strong>de</strong> está a sua mãe?”<br />

Ativida<strong>de</strong> 8<br />

Leia o texto a seguir e responda às questões propostas.<br />

A<strong>do</strong>niran Barbosa. < http://www.cifras.com.br/arquivos/artistas/a<strong>do</strong>niranbarbosa.jpg><br />

Acesso em 6 mar. 2009.<br />

1. (Unifesp - Adaptação)<br />

27<br />

VIDE VERSO MEU ENDEREÇO<br />

Fala<strong>do</strong>:<br />

Seu Gervásio, se o <strong>do</strong>utor José Apareci<strong>do</strong><br />

aparecer por aqui, o senhor dá esse bilhete a<br />

ele, viu? Po<strong>de</strong> ler, não tem segre<strong>do</strong> nenhum.<br />

Po<strong>de</strong> ler, seu Gervásio.<br />

Venho por meio <strong>de</strong>ssas mal traçadas linhas<br />

Comunicar-lhe que fiz um samba pra você<br />

No qual quero expressar toda minha gratidão<br />

E agra<strong>de</strong>cer <strong>de</strong> coração tu<strong>do</strong> o que você me fez.<br />

Com o dinheiro que um dia você me <strong>de</strong>u<br />

Comprei uma ca<strong>de</strong>ira lá na Praça da Ban<strong>de</strong>ira<br />

Ali vou me <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

Pegan<strong>do</strong> firme, dá pra tirá mais <strong>de</strong> mil por mês.<br />

Casei, comprei uma casinha lá no Ermelin<strong>do</strong><br />

Tenho três filhos lin<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>is são meus, um é <strong>de</strong> criação.<br />

Eu tinha mais coisas pra lhe contar<br />

Mas vou <strong>de</strong>ixar pra uma outra ocasião.<br />

Não repare a letra, a letra é <strong>de</strong> minha mulher.<br />

Vi<strong>de</strong> verso meu en<strong>de</strong>reço, apareça quan<strong>do</strong> quiser.<br />

A<strong>do</strong>niran Barbosa. CD "A<strong>do</strong>niran Barbosa-1975", remasteriza<strong>do</strong> EMI, 1994.<br />

I. O locutor afirma que o samba é uma forma <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento ao <strong>do</strong>utor José<br />

Apareci<strong>do</strong>, pelo que este lhe fez. Por não haver referências a uma eventual cobrança<br />

<strong>do</strong> dinheiro, vê-se que se trata <strong>de</strong> um autêntico gesto <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>.<br />

II. A insistência <strong>do</strong> locutor em falar sobre sua vida, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong>-a muito positivamente,<br />

é uma tentativa <strong>de</strong> sobrepor-se ao <strong>do</strong>utor José Apareci<strong>do</strong>, que lhe é socialmente<br />

superior.<br />

III. É flagrante a diferença <strong>de</strong> tratamento que o locutor dá a Gervásio e a José<br />

Apareci<strong>do</strong>: o primeiro é displicentemente chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> seu Gervásio; o segun<strong>do</strong>,<br />

respeitosamente, <strong>de</strong> <strong>do</strong>utor José Apareci<strong>do</strong>.<br />

Está CORRETO apenas o que se afirma em<br />

a) I.<br />

b) II.<br />

c) III.<br />

d) I e II.<br />

e) I e III.


28<br />

2. (Unifesp - Adaptação) A expressão "vi<strong>de</strong> verso" significa "ver no verso". Se mantivesse<br />

a forma <strong>de</strong> tratamento que <strong>de</strong>u ao <strong>do</strong>utor José Apareci<strong>do</strong>, o locutor escreveria<br />

a) Vê no verso meu en<strong>de</strong>reço, aparece quan<strong>do</strong> quiser.<br />

b) Vejas no verso meu en<strong>de</strong>reço, aparece quan<strong>do</strong> quiser.<br />

c) Vês no verso meu en<strong>de</strong>reço, apareça quan<strong>do</strong> quiser.<br />

d) Vejai no verso meu en<strong>de</strong>reço, aparecei quan<strong>do</strong> quiser.<br />

e) Veja no verso meu en<strong>de</strong>reço, apareça quan<strong>do</strong> quiser.<br />

Sugestão <strong>de</strong> respostas<br />

1. a<br />

2. e<br />

Produzin<strong>do</strong> Produzin<strong>do</strong> <strong>discurso</strong> <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong><br />

<strong>injuntivo</strong><br />

Você <strong>de</strong>ve ter percebi<strong>do</strong> que há muitas formas <strong>de</strong> controlar o comportamento <strong>do</strong> outro por<br />

meio <strong>de</strong> injunções: sedução, tentação, intimidação sutil po<strong>de</strong>m escon<strong>de</strong>r-se por trás das<br />

palavras. E po<strong>de</strong>m ser tão sutis que nem nos damos conta <strong>de</strong> que estão lá.<br />

Anúncios publicitários, textos <strong>de</strong> aconselhamento, manuais <strong>de</strong> instrução, guias <strong>de</strong><br />

comportamento, regulamentos, leis, to<strong>do</strong>s esses gêneros textuais, presentes em nosso<br />

cotidiano, fazem uso <strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>. Saber interpretar e produzir textos <strong>injuntivo</strong>s,<br />

a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong>-os à situação comunicativa é uma competência necessária ao uso da<br />

linguagem na vida social.<br />

Ativida<strong>de</strong> 9<br />

Reescreva o texto a seguir como dicas a seus colegas <strong>de</strong> escola: que registro usar para<br />

falar com eles? Consi<strong>de</strong>re também que seu texto vai integrar o jornal mural da escola: que<br />

recursos gráficos explorar? Como diagramar e ilustrar o texto?<br />

Comunica<strong>do</strong> <strong>de</strong> imprensa<br />

Dicas da PRO TESTE na volta às aulas<br />

Saiba como escolher material escolar, uniforme, livros didáticos e transporte<br />

escolar sem comprometer o orçamento.<br />

Nessa volta às aulas, a Associação <strong>de</strong> Consumi<strong>do</strong>res PRO TESTE dá dicas para que os gastos com material<br />

escolar, livros didáticos, uniforme e transporte escolar pesem menos no orçamento familiar. As sugestões<br />

se referem à qualida<strong>de</strong>, segurança, preço e condições <strong>de</strong> pagamento.<br />

Uniforme - As escolas não po<strong>de</strong>m obrigar os pais a comprar o uniforme no próprio estabelecimento <strong>de</strong><br />

ensino. Ou indicar uma <strong>de</strong>terminada loja para a compra <strong>do</strong> uniforme, se o merca<strong>do</strong> em geral comercializar<br />

o produto. Além disso, a escola <strong>de</strong>ve informar qual o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> uniforme utiliza<strong>do</strong>, assim como os locais<br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser adquiri<strong>do</strong>. O fornecimento exclusivamente pela escola é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> venda casada, o que é<br />

proibi<strong>do</strong> por lei.<br />

Material Escolar – Os pais <strong>de</strong>vem pesquisar os preços em diversos pontos <strong>de</strong> vendas, como papelarias,<br />

<strong>de</strong>pósitos, lojas <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos, entre outros. O material da "moda" ou o mais sofistica<strong>do</strong> nem sempre é<br />

o <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> melhor preço, por isso é melhor não levar os filhos na hora da compra, para


evitar “pressões”. Na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprar cada item em estabelecimentos diferentes, a saída é<br />

pesquisar a lista como um to<strong>do</strong>. Antes <strong>de</strong> comprar, <strong>de</strong>ve-se verificar quais os produtos <strong>do</strong> ano anterior, em<br />

bom esta<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>m ser reaproveita<strong>do</strong>s. A escola não po<strong>de</strong> exigir a aquisição <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada marca ou local específico.<br />

Livros Didáticos – Normalmente, custam mais <strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>mais itens <strong>do</strong> material escolar. Portanto,<br />

é importante comparar preços em mais <strong>de</strong> uma livraria. Os pais não são obriga<strong>do</strong>s a comprar os livros na<br />

escola, nem na livraria indicada.<br />

Transporte Escolar – É o item mais relevante em termos <strong>de</strong> segurança <strong>do</strong>s alunos e pais. Além <strong>de</strong> exigir a<br />

apresentação <strong>do</strong> alvará <strong>de</strong> circulação, os pais <strong>de</strong>vem avaliar as condições <strong>de</strong> conservação e segurança <strong>do</strong><br />

veículo, pedir referências e orientar as crianças para prestarem atenção à conduta <strong>do</strong> motorista no trânsito.<br />

E, obviamente, ler com cuida<strong>do</strong> cada item <strong>do</strong> contrato e das condições <strong>de</strong> pagamento.<br />

Preço e condições - A PRO TESTE sugere que, na hora da compra, se avalie a qualida<strong>de</strong>, o preço e as<br />

condições <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> produtos similares, que também atendam às necessida<strong>de</strong>s escolares, com<br />

economia. Produtos com características <strong>de</strong> brinque<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m distrair a atenção da criança, prejudican<strong>do</strong> o<br />

seu <strong>de</strong>sempenho. O material escolar é instrumento <strong>de</strong> trabalho para o aprendiza<strong>do</strong>, portanto <strong>de</strong>ve ser<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à finalida<strong>de</strong> a que se <strong>de</strong>stina.<br />

Itens <strong>do</strong> Material<br />

Na escolha <strong>do</strong>s ca<strong>de</strong>rnos, é importante avaliar a impressão das linhas e margens, e se não há <strong>do</strong>braduras<br />

ou rugas. Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> capa dura são mais resistentes, mesmo que mais caros. Nas réguas, esquadros e<br />

compassos, <strong>de</strong>ve-se conferir se a escala e os números são legíveis, e se não há rebarbas, lascas ou<br />

ferrugem. As borrachas têm <strong>de</strong> ser apropriadas a lápis ou canetas. Deve-se evitar as coloridas, <strong>de</strong><br />

formatos diferentes e com aromas, que po<strong>de</strong>m induzir as crianças mais novas a comê-las.<br />

O aponta<strong>do</strong>r não <strong>de</strong>ve apresentar manchas nem sinais <strong>de</strong> ferrugem. Deve ser testa<strong>do</strong> antes <strong>de</strong> comprar. O<br />

lápis mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a escrita é o número 2. Ele não <strong>de</strong>ve ter amassa<strong>do</strong>s, lascas ou ranhuras.<br />

Na compra da caneta, a carga <strong>de</strong> tinta <strong>de</strong>ve estar completa, e sem vazamentos. Também é aconselhável<br />

experimentar o produto. Massas para mo<strong>de</strong>lar, giz <strong>de</strong> cera, cola, tintas têm <strong>de</strong> ser atóxicos. Para isso, é<br />

preciso ler atentamente a composição <strong>do</strong> produto, bem como as instruções ou recomendações <strong>de</strong> uso e a<br />

facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limpeza (mãos, cabelos, roupas, toalhas etc.).<br />

Concluída a seleção <strong>do</strong> material, vale a pena negociar <strong>de</strong>sconto ou melhores condições <strong>de</strong> pagamento. E<br />

exigir sempre a nota fiscal, tíquete <strong>do</strong> caixa ou cupom <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> venda (CPV), pois são fundamentais se<br />

houver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> troca.<br />

Disponível em: Acesso em: 3 mar. 2009.<br />

Comentário<br />

29<br />

Mais informações: Assessoria <strong>de</strong> Imprensa da PRO TESTE<br />

Jornalista responsável: Vera Lúcia Ramos e Rafael Ramalho (Estagiário)<br />

Telefones (11) 5085- 3590 ou (21) 9419- 8852<br />

Produção pessoal <strong>de</strong> texto. Espera-se que você elabore um texto sintético, com coman<strong>do</strong>s diretos, redigi<strong>do</strong>s<br />

em linguagem a<strong>de</strong>quada ao <strong>de</strong>stinatário previsto (seus colegas) e ao suporte (o jornal mural da escola).<br />

Observe que, no texto original, o locutor-enuncia<strong>do</strong>r é a revista Pro Teste, uma publicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong><br />

consumi<strong>do</strong>r, e o <strong>de</strong>stinatário previsto são os pais. Ao refazer o texto, você terá <strong>de</strong> pensar nos novos<br />

interlocutores: você, que po<strong>de</strong>rá falar em seu próprio nome ou em nome, por exemplo, <strong>do</strong> grêmio da escola; e<br />

seus colegas, que vão ler o mural. Nessa nova situação comunicativa, você terá liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar uma<br />

varieda<strong>de</strong> coloquial <strong>de</strong> linguagem, um tom <strong>de</strong>scontraí<strong>do</strong> e simpático, que favoreça a i<strong>de</strong>ntificação entre você, o<br />

locutor <strong>do</strong> texto, e seus interlocutores. Mas atenção: escolhi<strong>do</strong> um tom e estilo, é importante mantê-lo em to<strong>do</strong><br />

o texto. É o que se chama <strong>de</strong> coerência estilística. É também interessante manter os intertítulos Uniforme,<br />

Material escolar, Livros didáticos, Transporte Escolar, Preço e condições, Itens <strong>do</strong> material: seu uso<br />

facilita a organização das informações e, consequentemente, a leitura. Dois exemplos para você compreen<strong>de</strong>r<br />

melhor:<br />

1. Uniforme<br />

Não aceite imposições na compra <strong>do</strong> uniforme. Exija que a escola informe o mo<strong>de</strong>lo e dê opções <strong>de</strong> lojas on<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> ser adquiri<strong>do</strong>. Saiba que é contra a lei a escola ter exclusivida<strong>de</strong> na venda <strong>do</strong> produto.<br />

2. Uniforme<br />

Fique esperto na hora <strong>de</strong> comprar seu uniforme. Peça à escola a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo e as opções <strong>de</strong> lojas<br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser adquiri<strong>do</strong>. E nada <strong>de</strong> aceitar a imposição <strong>de</strong> compra na própria escola: é contra a lei.


30<br />

Ativida<strong>de</strong> 10<br />

Faça uma pesquisa na Internet sobre o Ceará e cada um <strong>do</strong>s ícones <strong>de</strong>sse esta<strong>do</strong><br />

presentes no anúncio da ativida<strong>de</strong> 2. Depois, escreva um folheto ou fôl<strong>de</strong>r turístico,<br />

incitan<strong>do</strong> jovens como você a conhecer esse esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste brasileiro. Lembre-se: a<br />

intenção é que você produza não só o texto, mas to<strong>do</strong> o folheto, com fotos inclusive.<br />

Comentário<br />

Produção pessoal <strong>de</strong> texto. Fôl<strong>de</strong>r, folheto ou prospecto é um impresso constituí<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma única folha <strong>de</strong><br />

papel com <strong>do</strong>bras, em que é possível colocar informações e imagens <strong>de</strong> uma mensagem publicitária.<br />

Frequentemente combina passagens <strong>de</strong>scritivas, expositivas e injuntivas. Para coletar informações sobre o<br />

Ceará, você po<strong>de</strong> consultar diferentes guias turísticos, bem como os links a seguir, entre outros.<br />

< http://www.guiace.com.br/><br />

< http://www.canoaquebrada.net/><br />

<br />

< http://www.guia<strong>de</strong>midia.com.br/acessar3.htm?http://www.padrecicero.com.br/><br />

Metacognição: Metacognição: refletin<strong>do</strong> refletin<strong>do</strong> sobre sobre sua sua aprendizagem<br />

aprendizagem<br />

Você foi escolhi<strong>do</strong> por seu professor para fazer uma exposição oral sobre o <strong>discurso</strong><br />

<strong>injuntivo</strong> e seus gêneros a seus colegas <strong>de</strong> turma. Produza um esquema sobre o tema para<br />

apoiar sua exposição.<br />

Comentário<br />

Produção pessoal <strong>de</strong> texto. Um esquema é um gênero <strong>de</strong> texto que se organiza em tópicos, subtópicos e<br />

explicações curtas que permitam ao leitor ter uma visão global <strong>do</strong>s pontos mais importantes <strong>de</strong> um tema e das<br />

relações entre esses pontos. Sugerimos que você releia o módulo e faça anotações sobre os principais<br />

conceitos e classificações apresenta<strong>do</strong>s. Em seguida, releia suas anotações, procuran<strong>do</strong> sintetizar as<br />

informações essenciais e organizá-las visualmente <strong>de</strong> forma a favorecer a compreensão <strong>do</strong> leitor. O que você<br />

colocar no esquema <strong>de</strong>ve ser suficiente para ajudá-lo a lembrar-se <strong>do</strong> que terá <strong>de</strong> explicar, da or<strong>de</strong>m em que<br />

<strong>de</strong>ve dar as explicações e <strong>do</strong> objetivo <strong>de</strong> sua fala. Para enriquecer seu material <strong>de</strong> apoio, você po<strong>de</strong> também<br />

apresentar e comentar um exemplo <strong>de</strong> texto <strong>injuntivo</strong>.<br />

COMO FAZER UM FILME DE AMOR: um manual romântico e<br />

diverti<strong>do</strong>. Dir. José Roberto Torero. Brasil, 2004.<br />

Comédia com Denise Fraga, Cássio Gabus Men<strong>de</strong>s e Marisa Orth.<br />

To<strong>do</strong>s os clichês, truques e golpes baixos necessários para fazer<br />

um filme <strong>de</strong> amor são aí apresenta<strong>do</strong>s, em <strong>discurso</strong> <strong>injuntivo</strong>, por<br />

Paulo José. Confira!<br />

Para Para se se divertir<br />

divertir

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