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Sónia Maria Duarte Melo Silva Victória CARACTERIZAÇÃO ...

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Capítulo 2<br />

Esta formação é constituída por mantos, brechas e piroclastos submarinos,<br />

apresenta grande uniformidade e extensão, com mantos muito espessos. Numerosos filões<br />

e algumas chaminés atravessam as lavas da Formação dos Flamengos. Supõe-se que a<br />

maioria destas erupções deve ter-se dado através de fissuras.<br />

A principal característica desta formação é a de apresentar grande quantidade de<br />

brechas, com poucos rolos desenvolvidos, dispersos, originando calhaus provenientes da<br />

desagregação destes. Por alteração originam materiais argilosos de tons variados,<br />

azulados, cinzentos azulados, castanho avermelhado claro ou castanho claro, distinguindose<br />

das lavas em rolos mais modernas (LRi e LRs), pela maior alteração e menor quantidade<br />

de pillow, mas com maior quantidade de brechas, o que lhe confere um aspecto de brecha<br />

sedimentar (Serralheiro, 1976).<br />

Os mantos apresentam muitas vezes tufos e hialoclastitos intercalados (com forte<br />

brechificação). Os tufos existem nalgumas zonas em grandes quantidades, evidenciando<br />

actividade explosiva intensa. O nome da formação deve-se ao facto do seu maior<br />

afloramento se situar na Ribeira dos Flamengos.<br />

A Formação dos Flamengos é constituída exclusivamente por lavas submarinas<br />

(pillow-lava e hialoclastitos) e parece corresponder a uma fase inicial de construção de<br />

vulcão-escudo submarino. Encontra-se em discordância sobre o Complexo Antigo, e<br />

actualmente afloram a partir do presente nível do mar até uma altitude de 450 m de altitude<br />

(Serralheiro, 1976). Esta unidade constitui a maior parte do edifício exposto, mas na<br />

actualidade intensamente erodida.<br />

O ponto mais alto onde a Formação dos Flamengos aflora é em Portal da Furna<br />

(Assomada) onde a erosão expõe a sequência submarina até 450 m de altitude (Ramalho,<br />

2009). A sequência apresenta alternância de lavas em almofadas com brecha hialoclastitica,<br />

em discordância coberta por lavas subaéreas correspondente ao Complexo Eruptivo do Pico<br />

da Antónia e Formações da Assomada do Monte das Vacas.<br />

As lavas submarinas antigas apresentam as seguintes variedades petrográficas:<br />

basaltos olivínicos, basanitos, basanitóides, ancaramitos, ankaratritos e limburgitos<br />

(Serralheiro, 1976; Matos et al. 1979; Martins, 2003) e segundo Le Bas (1989) e Barker et al.<br />

(2009b) também melanefelinitos.<br />

4 - Formação dos Órgãos (CB)<br />

A Formação dos Órgãos, também conhecida como Conglomerado-Brechóide,<br />

compreende depósitos subaéreos e submarinos de conglomerados. A unidade representa<br />

um importante período de erosão (Serralheiro, 1976; Ramalho, 2009).<br />

Trata-se de uma formação heterogénea, que inclui calcários, calcarenitos fossilíferos,<br />

intercalações arenosas e conglomeráticas espessas, de elementos angulosos, subangulosos<br />

e arredondados de rochas basálticas, sendo exclusivamente sedimentar e<br />

representando um período de pausa vulcânica. Enquadra-se nas designações clássicas de<br />

mud flows, volcanic mud flows, lahars ou depósitos de enxurrada. Os depósitos apresentam<br />

maior rolamento e sedimentação mais nítida a partir das zonas centrais para a periferia.<br />

A erosão dos depósitos de CB fez-se em diferentes períodos, como se pode concluir<br />

pela observação e análise da orografia actual, que também demonstra haver grandes áreas<br />

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