Sónia Maria Duarte Melo Silva Victória CARACTERIZAÇÃO ...
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294 Caracterização Geológica e Geotécnica Unidades litológicas Tabela 5.87 - Síntese da caracterização das unidades sedimentares recentes. Depósitos de cascalheiras Materiais detríticos grosseiros de vertente Depósitos aluvionares Natureza Basáltica Basáltica Basáltica Dimensão média dos elementos Organização dos termos litológicos Espessura média dos corpos/estratos Resposta calhaus à percussão dos calhaus Estado de alteração dos calhaus Resistência à compressão simples (R) dos calhaus Calhaus com dim. de 50-60cm Níveis de sedimentação bem definidos (2 a 4 episódios ou eventos) com imbricação e laminação Calhaus com dim. de 50-60cm Min. de plag, feldsp, magnetite, dolomite Organização em corpos embutidos, estruturas estratificadas Calhaus heterométricos (pelíticos a conglomeráticos) Min. de dolomite e ilmenite esporadicamente Organização nem sempre bem definida com elementos finos a grosseiros; ou sequencial com finos na base e grosseiros no topo estratificação entrecruzada, com imbricação e laminação L2 L2,3 L2,3,4,5 Medianamente a muito compactos Muito compactos Pouco a medianamente compactos W1,2 W1 W1,2 R5 Depósitos de praia Basáltica e ou calcarenítica Min. de dolomite e ilmenite esporadicamente Camadas ou corpos arenosos e pelíticos Ressaltam assim pela elevada resistência à compressão simples as unidades litológicas, nomeadamente, os Gabros olivínicos e sienitos feldspatoídicos, Fonólitos e traquitos maciços, Chaminês e escoadas basálticas com disjunção tubular, Basaltos vesiculares em rolos, Basaltos maciços, Basaltos porfiríticos com bancadas de lapilli, Basaltos olivínicos e Materiais detríticos grosseiros de vertente. As características in situ, com elevada resposta à percussão e baixo grau de alteração superficiais fazem salientar as unidades dos Gabros olivínicos e sienitos feldspatoídicos, Fonólitos e traquitos maciços, Basaltos maciços em rolos com carbonatos, Basaltos vesiculares em rolos, Basaltos maciços, Basaltos porfiríticos com bancadas de lapilli e Materiais detríticos grosseiros de vertente. Estes resultados fazem ainda notar a elevada influência do teor de humidade no comportamento das unidades dos Mantos e filões básicos e ultra-básicos, Conglomerados inferiores, Brechas hialoclastíticas e Brechas hialoclastíticas litificadas. Os elevados teores de U, Th e K fazem destrinçar as unidades dos Fonólitos e traquitos maciços e Fonólitos e traquitos brechificados, testemunhando as características de estado in situ, com graus distintos de alteração supetficial. Feita esta caracterização síntese e o reconhecimento evidenciado no Capítulo 4 das características in situ, apresenta-se uam descrição dos resultados numa proposta de classificação de aptidão dos diferentes materiais das unidades. Friável
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos resultados do 5º capítulo e dado que a natureza dos materiais, a textura e estrutura dos mesmos, assim como os dados resultantes da caracterização in situ e laboratorial determinam o comportamento geotécnico e geomecânico, procura-se neste capítulo estabelecer uma análise final sobre a distribuição das propriedades que traduzem determinado comportamento, tomando por base critérios de homogeneidade ou intervalos de variação. A UNESCO/IAEG (1976) propôs a classificação das unidades geotécnicas em vários tipos (geotécnico, litológico, formação geotécnica e grupo geotécnico), tendo-se considerado neste trabalho o tipo litológico como o mais representativo, o qual representa um terreno homogéneo, no que respeita à sua natureza, mas em que são variáveis as características de estado in situ. Segundo Coelho (1980), não é legítimo representar estas unidades por uma amostra estatística, no que respeita às suas propriedades geotécnicas, podendo no entanto traduzir-se em termos que dão uma ideia da sua dispersão e da variabilidade do seu comportamento. O tipo litológico é assim uma unidade identificável com os métodos usuais de reconhecimento geológico, neste trabalho foi coadjuvados por ensaios geotécnicos, geomecânicos e mineralógico-geoquímicos, com um carácter geral, em que são descritas as propriedades dos materiais de substrato e de superfície e seus valores indicativos de aptidão (Dinis 2000; Silva, 2000; El May et al, 2009), tendo-se utilizado como escala cartográfica de referência a escala 1/10.000. Com base nas propriedades representativas de cada unidade é possível realizar uma análise dos valores indicativos de aptidão, em que esta representa a maior ou menor adequação do território em função das suas características físicas para determinado tipo de actividade (Rodrigues, 1994). Esta análise dos valores indicativos de aptidão a partir da caracterização geológica-geotécnica é imprescindível em grandes obras de engenharia, assumindo uma importância cada vez maior no processo do território, em particular no planeamento do espaço urbano (Veiga, 2011). Procurando assim efectuar uma análise dos valores indicativos de aptidão dos materiais para os diferentes usos no contexto urbano da cidade da Praia (Macedo, 1980; Coelho, 2008), em Cabo Verde, e associados à transformação de uso do solo da área de estudo, apresenta-se de seguida uma análise qualitativa das diferentes unidades litológicas, anteriormente descritas, em função dos seus valores indicativos de aptidão como materiais de fundação, como inertes ou como materiais de aterro, assim como suporte da recarga (Coelho, 1980) e do potencial aquífero. Tendo em conta as classificações obtidas para os solos, bem como as aplicações possíveis, designadamente como materiais de aterro, efectua-se igualmente uma caracterização tendo em conta a experiência de muitas obras 295
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CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
A partir dos resultados do 5º capítulo e dado que a natureza dos materiais, a textura<br />
e estrutura dos mesmos, assim como os dados resultantes da caracterização in situ e<br />
laboratorial determinam o comportamento geotécnico e geomecânico, procura-se neste<br />
capítulo estabelecer uma análise final sobre a distribuição das propriedades que traduzem<br />
determinado comportamento, tomando por base critérios de homogeneidade ou intervalos<br />
de variação.<br />
A UNESCO/IAEG (1976) propôs a classificação das unidades geotécnicas em vários<br />
tipos (geotécnico, litológico, formação geotécnica e grupo geotécnico), tendo-se considerado<br />
neste trabalho o tipo litológico como o mais representativo, o qual representa um terreno<br />
homogéneo, no que respeita à sua natureza, mas em que são variáveis as características<br />
de estado in situ. Segundo Coelho (1980), não é legítimo representar estas unidades por<br />
uma amostra estatística, no que respeita às suas propriedades geotécnicas, podendo no<br />
entanto traduzir-se em termos que dão uma ideia da sua dispersão e da variabilidade do seu<br />
comportamento. O tipo litológico é assim uma unidade identificável com os métodos usuais<br />
de reconhecimento geológico, neste trabalho foi coadjuvados por ensaios geotécnicos,<br />
geomecânicos e mineralógico-geoquímicos, com um carácter geral, em que são descritas as<br />
propriedades dos materiais de substrato e de superfície e seus valores indicativos de<br />
aptidão (Dinis 2000; <strong>Silva</strong>, 2000; El May et al, 2009), tendo-se utilizado como escala<br />
cartográfica de referência a escala 1/10.000.<br />
Com base nas propriedades representativas de cada unidade é possível realizar uma<br />
análise dos valores indicativos de aptidão, em que esta representa a maior ou menor<br />
adequação do território em função das suas características físicas para determinado tipo de<br />
actividade (Rodrigues, 1994). Esta análise dos valores indicativos de aptidão a partir da<br />
caracterização geológica-geotécnica é imprescindível em grandes obras de engenharia,<br />
assumindo uma importância cada vez maior no processo do território, em particular no<br />
planeamento do espaço urbano (Veiga, 2011).<br />
Procurando assim efectuar uma análise dos valores indicativos de aptidão dos<br />
materiais para os diferentes usos no contexto urbano da cidade da Praia (Macedo, 1980;<br />
Coelho, 2008), em Cabo Verde, e associados à transformação de uso do solo da área de<br />
estudo, apresenta-se de seguida uma análise qualitativa das diferentes unidades litológicas,<br />
anteriormente descritas, em função dos seus valores indicativos de aptidão como materiais<br />
de fundação, como inertes ou como materiais de aterro, assim como suporte da recarga<br />
(Coelho, 1980) e do potencial aquífero. Tendo em conta as classificações obtidas para os<br />
solos, bem como as aplicações possíveis, designadamente como materiais de aterro,<br />
efectua-se igualmente uma caracterização tendo em conta a experiência de muitas obras<br />
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