Sónia Maria Duarte Melo Silva Victória CARACTERIZAÇÃO ...

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278 Caracterização Geológica e Geotécnica Pereira, 2004). O radão acumulado no interior dos edifícios pode ter também origem nos materiais de que estes são construídos e na água que neles se consome, embora estes factores sejam na maioria dos casos secundários (Pereira et al. 2003, 2004; Neves & Pereira, 2004). Para avaliação das concentrações de radão em habitações da cidade na Praia foram colocados 43 detectores do tipo CR39, com tempo de exposição médio de 2 meses, tendo os trabalhos decorrido no verão de 2010. As tabelas 5.74 e 5.75 reproduzem os resultados obtidos para a concentração de radão nas habitações. Conforme expectável, as concentrações são relativamente baixas, apresentando média de 39 Bq.m -3 , com mínimo de 7 Bq.m -3 e máximo de 93 Bq.m -3 . O cálculo das concentrações médias por unidade litológica mostra grande semelhança dos valores, não se distinguindo por conseguinte alguma litologia em particular no que respeita ao potencial de transmissão de radão para as habitações, o que está de acordo com a semelhança composicional observada para as diferentes unidades litológicas. Os resultados obtidos quando comparado por exemplo, com os observados em áreas sedimentares como é o caso da região de Coimbra (Neves & Pereira, 2004) mostram valores semelhantes. A explicação para este facto reside nos baixos teores de urânio do substrato geológico, bem como na tipologia construtiva das habitações e nas condições climáticas locais, propícias à elevada ventilação do ar interior. De acordo com a Comissão da Comunidade Europeia emitiu em 1990 uma recomendação em que indica o valor limite de 400 Bq.m -3 como média anual da concentração de radão no interior das habitações já construídas e de 200 Bq.m -3 para habitações a construir (Neves et al. 1996; Pereira et al. 1999). Os valores obtidos para a Cidade da Praia não excedem o previsto nesta recomendação. Tabela 5.74 - Valores da concentração do gás radão em habitações da Cidade da Praia. Nº Detector Bq.m -3 Local Formação Geológica Unidade Litológica P51050 20 Sucupira-Fazenda SR Depósitos aluvionares P51046 24 Várzea Velho SR Depósitos aluvionares P51082 33 Achadinha baixo SR Depósitos de cascalheiras P51059 33 Terra Branca SR Depósitos de cascalheiras P51069 13 Bairro Craveiro Lopes SR Depósitos de cascalheiras P74344 60 Chã de Areia SR Depósitos aluvionares P74322 54 Palmarejo-Monte Vermelho MV Depósitos de lapilli estratificados P74324 51 Palmarejo-Monte Vermelho MV Depósitos de lapilli estratificados P51067 9 Palmarejo Grande MV Depósitos de lapilli estratificados P74335 59 Palmarejo-Monte Vermelho MV Depósitos de lapilli estratificados P51043 31 Santiago GR-Achada do Palmarejo PA Basaltos vesiculares superiores P74320 25 Eugénio Lima PA Basaltos vesiculares superiores P59601 45 Eugénio Lima PA Basaltos vesiculares superiores P51056 31 Eugénio Lima PA Basaltos vesiculares intermédios P51042 16 Achada Furada - Cidadela PA Basaltos com disjunção esferoidal P51044 21 Achada Furada - Cidadela PA Basaltos com disjunção esferoidal

Capítulo 5 Tabela 5.75 - Valores da concentração do gás radão em habitações da Cidade da Praia- continuação. P74338 92 Palmarejo PA Basaltos com disjunção esferoidal P51054 48 Achada Furada-Cidadela PA Basaltos com disjunção colunar P59592 43 Achada Santo António PA Basaltos com disjunção colunar P51058 34 Palmarejo PA Basaltos com disjunção colunar P51072 35 Achada de Santo António PA Basaltos com disjunção colunar P51078 46 Palmarejo PA Basaltos com disjunção colunar P51053 7 Palmarejo PA Basaltos com disjunção colunar P51071 22 Palmarejo Grande PA Basaltos com disjunção colunar P51060 36 Achada São Felipe PA Basaltos olivínicos P51065 41 Achada São Felipe PA Basaltos olivínicos P51052 43 Monte Babosa PA Basaltos maciços P51061 26 Palmarejo Grande LR Basaltos vesiculares em rolos P51074 42 Terra Branca λρ Brechas hialoclastíticas P74323 86 Tira-Chapéu λρ Brechas hialoclastíticas P51051 43 Cova Minhoto λρ Brechas hialoclastíticas litificadas P51077 34 Achadinha-pé do monte CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P51079 25 Pensamento CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P51080 26 Eugénio Lima CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P74331 38 Monte Babosa CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P74332 43 Bela Vista CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P74340 71 Eugénio Lima CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P74348 56 Bela Vista CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P51041 39 Eugénio Lima CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P74349 40 Bela Vista - Alto da Glória CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P59614 34 Terra Branca CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P74347 93 Tira-Chapéu CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos P51049 16 Safende CA Mantos e filões básicos e ultra-básicos 5.4.4 Dose por exposição à radiação ionizante Tendo em conta a fraca capacidade de propagação da radiação α e β, esta apenas constitui um risco ambiental para a população em geral quando ocorre inalação de radão, com a consequente irradiação interna dos tecidos pulmonares produzida pelo decaimento deste gás e dos seus descendentes radiogénicos, como polónio, chumbo e bismuto. A dose por exposição à radiação ionizante é desta forma maioritariamente controlada pelo radão inalado, responsável por mais de 50% do valor total, a que acresce uma componente resultante da emissão de radiação gama a partir das rochas e solos e dos materiais de construção, bem como de radiação cósmica, estas em geral pouco expressivas. Em média, os humanos recebem uma dose média anual de radiação ionizante que se estima em ca. 2,4 mSv, 85% da qual resultante de factores naturais (UNSCEAR, 2000). A exposição ao radão tem sido considerada como a segunda causa de cancro do pulmão em avaliações promovidas por instituições internacionais (National Academy of 279

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Pereira, 2004). O radão acumulado no interior dos edifícios pode ter também origem nos<br />

materiais de que estes são construídos e na água que neles se consome, embora estes<br />

factores sejam na maioria dos casos secundários (Pereira et al. 2003, 2004; Neves &<br />

Pereira, 2004).<br />

Para avaliação das concentrações de radão em habitações da cidade na Praia foram<br />

colocados 43 detectores do tipo CR39, com tempo de exposição médio de 2 meses, tendo<br />

os trabalhos decorrido no verão de 2010.<br />

As tabelas 5.74 e 5.75 reproduzem os resultados obtidos para a concentração de<br />

radão nas habitações. Conforme expectável, as concentrações são relativamente baixas,<br />

apresentando média de 39 Bq.m -3 , com mínimo de 7 Bq.m -3 e máximo de 93 Bq.m -3 . O<br />

cálculo das concentrações médias por unidade litológica mostra grande semelhança dos<br />

valores, não se distinguindo por conseguinte alguma litologia em particular no que respeita<br />

ao potencial de transmissão de radão para as habitações, o que está de acordo com a<br />

semelhança composicional observada para as diferentes unidades litológicas.<br />

Os resultados obtidos quando comparado por exemplo, com os observados em<br />

áreas sedimentares como é o caso da região de Coimbra (Neves & Pereira, 2004) mostram<br />

valores semelhantes. A explicação para este facto reside nos baixos teores de urânio do<br />

substrato geológico, bem como na tipologia construtiva das habitações e nas condições<br />

climáticas locais, propícias à elevada ventilação do ar interior.<br />

De acordo com a Comissão da Comunidade Europeia emitiu em 1990 uma<br />

recomendação em que indica o valor limite de 400 Bq.m -3 como média anual da<br />

concentração de radão no interior das habitações já construídas e de 200 Bq.m -3 para<br />

habitações a construir (Neves et al. 1996; Pereira et al. 1999). Os valores obtidos para a<br />

Cidade da Praia não excedem o previsto nesta recomendação.<br />

Tabela 5.74 - Valores da concentração do gás radão em habitações da Cidade da Praia.<br />

Nº Detector Bq.m -3 Local Formação Geológica Unidade Litológica<br />

P51050 20 Sucupira-Fazenda SR Depósitos aluvionares<br />

P51046 24 Várzea Velho SR Depósitos aluvionares<br />

P51082 33 Achadinha baixo SR Depósitos de cascalheiras<br />

P51059 33 Terra Branca SR Depósitos de cascalheiras<br />

P51069 13 Bairro Craveiro Lopes SR Depósitos de cascalheiras<br />

P74344 60 Chã de Areia SR Depósitos aluvionares<br />

P74322 54 Palmarejo-Monte Vermelho MV Depósitos de lapilli estratificados<br />

P74324 51 Palmarejo-Monte Vermelho MV Depósitos de lapilli estratificados<br />

P51067 9 Palmarejo Grande MV Depósitos de lapilli estratificados<br />

P74335 59 Palmarejo-Monte Vermelho MV Depósitos de lapilli estratificados<br />

P51043 31 Santiago GR-Achada do Palmarejo PA Basaltos vesiculares superiores<br />

P74320 25 Eugénio Lima PA Basaltos vesiculares superiores<br />

P59601 45 Eugénio Lima PA Basaltos vesiculares superiores<br />

P51056 31 Eugénio Lima PA Basaltos vesiculares intermédios<br />

P51042 16 Achada Furada - Cidadela PA Basaltos com disjunção esferoidal<br />

P51044 21 Achada Furada - Cidadela PA Basaltos com disjunção esferoidal

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