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Sónia Maria Duarte Melo Silva Victória CARACTERIZAÇÃO ...

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2<br />

Introdução<br />

Com as transformações globais, as dinâmicas populacionais de urbanização e<br />

litoralização, e a não reversibilidade de muitos dos processos naturais, têm vindo a adquirir<br />

progressiva importância a expressão espacial dos riscos e a qualificação da probabilidade<br />

de ocorrência de eventos extraordinários (Tavares, 2008).<br />

Estes focos que enfatizam o uso e transformação do território são igualmente<br />

salientados pelas Nações Unidas (GPDRR/UN, 2009) onde se aponta que os padrões de<br />

expansão de risco são frequentemente impulsionados pela má gestão e planeamento<br />

urbano e pela ocupação antrópica do território, aumentando o número de pessoas e bens<br />

expostos, sendo que a maior exposição é agravada pela má gestão ambiental e pela<br />

diminuição das funções prestadas pelos ecossistemas.<br />

O processo da concentração urbana acentuou-se no século passado e disparou<br />

sobretudo a partir dos anos 70. Em 2007 o número de pessoas a viver em cidades atingiu os<br />

50% da população mundial. Por outro lado, o espaço ocupado pelas cidades não ultrapassa<br />

0,7 % da superfície das terras emersas, o que dá uma ideia da enorme concentração<br />

populacional que o fenómeno representa (IYPE, 2005).<br />

A relevância da interacção entre o homem e o sistema geológico inclui não só a<br />

análise das componentes físicas em si, como também dos processos internos e externos,<br />

nomeadamente quando associados a situações de desequilíbrio, onde ganham dimensão as<br />

ciências do risco. Um outro foco de análise corresponde à gestão dos recursos, enquanto<br />

suporte fundamental da biocenose, a que se associam as formas de conservação e<br />

protecção do meio natural, a gestão de resíduos, ou as formas de uso e ocupação do<br />

território, nomeadamente na dimensão urbana (Tavares & Soares, 2010).<br />

As alterações ambientais decorrentes das actividades antrópicas são frequentemente<br />

complexas e conflituosas e os impactos reflectem o número de pessoas envolvidas, o<br />

consumo per capita de recursos e um factor de potencial tecnológico (Goudie, 2000).<br />

Os processos de urbanização e de construção constituem acções antrópicas<br />

decisivas na alteração e degradação das componentes físicas do ambiente. Conforme refere<br />

Jones (2004), há uma multiplicidade de acções que correspondem a alterações de uso e<br />

ocupação do território, bem como modificações nos processos naturais que causam estados<br />

de distúrbio significativos (Toy & Hadley, 1987) e determinam a necessidade de acções de<br />

mitigação.<br />

A Figura 1.1 ilustra um esquema conceptual da interrelação entre geosfera e a<br />

biosfera (Tavares & Soares, 2010).<br />

O seu gigantismo implica a intensificação da construção de acessibilidades e de<br />

muitas outras infra-estruturas, com uma crescente ocupação da superfície e cada vez maior<br />

utilização dos espaços.<br />

O papel da geologia de engenharia no planeamento urbano passou a ser<br />

reconhecido na prática apenas nos últimos dez anos. Porém, mais recentemente, tem<br />

existido uma preocupação crescente no que respeita à Geologia de Engenharia que pode<br />

contribuir significativamente para a solução de muitos dos problemas urbanos, de que são<br />

exemplos: a selecção dos terrenos mais favoráveis ao ambiente urbano; a selecção das

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